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Leitura Fundamental Direito Processual Previdênciário

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Direito Processual Previdenciário
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Direito Processual Previdenciário
Autoria: Rafaela da F. Lima Rocha Farache
Como citar este documento: Farache, Rafaela da F. L. Rocha. Direito Processual Previdenciário. Vali-
nhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Princípios do Processo Administrativo Previdenciário 05
Assista a suas aulas 37
Unidade 2: O Requerimento Administrativo 44
Assista a suas aulas 65
Unidade 3: Meios de Prova no Direito Previdenciário: A Instrução do Processo Administrativo 72
Assista a suas aulas 96
Unidade 4: Contencioso Administrativo - Fase Recursal 103
Assista a suas aulas 129
2/294
3/2943
Unidade 5: Revisão Administrativa dos Benefícios Previdenciários 137
Assista a suas aulas 173
Unidade 6: Juizados Especiais Federais 181
Assista a suas aulas 214
Unidade 7: Ações Regressivas Acidentárias 222
Assista a suas aulas 251
Unidade 8: Principais Questões Processuais Envolvendo o INSS 258
Assista a suas aulas 287
Sumário
Direito Processual Previdenciário
Autoria: Rafaela da F. Lima Rocha Farache
Como citar este documento: Farache, Rafaela da F. L. Rocha. Direito Processual Previdenciário. Vali-
nhos: 2016.
4/294
Apresentação da Disciplina
O estudo do processo administrativo previ-
denciário e suas principais nuances permite 
ao aplicador do direito e àqueles atuantes na 
área previdenciária agir de maneira mais crí-
tica e eficaz. Com efeito, na medida em que 
se percebe o direito previdenciário como um 
direito fundamental social e as decorrências 
práticas de tal constatação, surge um novo 
pensar, uma nova forma de litigar, seja no 
âmbito administrativo, seja quando se ajuí-
za uma ação para pleitear um benefício pre-
videnciário. Assim, entendida a previdência 
como direito fundamental social e o pro-
cesso administrativo como instrumento do 
segurado perante os órgãos da Previdência, 
questão essencial que se coloca, requer-se 
saber quais normas regem o processo admi-
nistrativo previdenciário. Na presente disci-
plina serão abordadas as principais questões 
do processo previdenciário, desde os princí-
pios gerais e normas legais aplicáveis, pas-
sando pelo requerimento administrativo pe-
rante o INSS, até a análise das questões en-
volvendo o processo previdenciário perante 
os juizados especiais federais-JEF. Será dado 
o necessário enfoque, ademais, aos meios de 
provas utilizados no âmbito do processo ad-
ministrativo previdenciário, assim como as 
principais questões processuais que se colo-
cam ao operador do direito, quando se tra-
tar de ação ajuizada em face do INSS. Enfim, 
será apresentado o processo administrativo 
como instrumento do segurado perante os 
órgãos da Previdência para efetivação do di-
reito fundamental à Previdência Social.
5/294
Unidade 1
Princípios do Processo Administrativo Previdenciário
Objetivos
1. Apresentar o conceito de processo 
administrativo previdenciário;
2. Introduzir o tema dos princípios;
3. Abordar cada um dos principais prin-
cípios.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário6/294
Introdução 
A importância do estudo do processo admi-
nistrativo previdenciário está estreitamen-
te relacionada ao fato de ser a previdência 
um direito fundamental social, previsto no 
art. 6º da Constituição Federal de 1988.1
A CF/88 elevou a Previdência Social à cate-
goria de garantia fundamental do homem, 
de modo que hoje já não há dúvida do ca-
ráter fundamental desse direito social. Apli-
cável, portanto, todo o arcabouço relativo 
aos direitos fundamentais, seja em relação 
à concretude dos mesmos, seja em relação 
à interpretação.
1 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimen-
tação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segu-
rança, a previdência social, a proteção à maternidade e à in-
fância, a assistência aos desamparados, na forma desta Con-
stituição.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, 
de 2015)
Deve o processo administrativo ser visto 
como um instrumento para a efetivação do 
direito fundamental social à previdência, 
com a atuação conjunta entre o segurado e 
os órgãos da Previdência Social.
No ordenamento pátrio, a Previdência So-
cial integra a Seguridade Social. Na defini-
ção constitucional, constante do art. 1942, a 
2 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto inte-
grado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da socie-
dade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, 
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios 
e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário7/294
Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públi-
cos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à 
assistência social.
É a Seguridade Social gênero do qual são espécies a Previdência Social, a Assistência Social e a 
Saúde. Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari (2013, p. 57) a conceituam nos seguintes 
termos:
Previdência Social é o sistema pelo qual, mediante contribuição, as pes-
soas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes 
ficam resguardados quanto a eventos de infortunística (morte, invalidez, 
idade avançada, doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário), 
ou outros que a lei considera que exijam amparo financeiro ao indivíduo 
(maternidade, prole, reclusão), mediante prestações pecuniárias (benefí-
cios previdenciários) ou serviços. (CASTRO; LAZZARI, 2013, p. 57)
A saúde e a assistência social são direitos sociais destinados a todos, bastando que se cumpram 
os requisitos previstos na Lei 8.742/93, no caso de assistência. Já para desfrutar dos benefícios 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário8/294
previdenciários, faz-se necessário o paga-
mento de contribuições, dada a natureza 
contributiva do sistema adotado pela Pre-
vidência Social.
Faz-se possível afirmar, portanto, que o pro-
cesso administrativo é corolário do Estado 
Democrático de Direito, permitindo partici-
pação e controle no trâmite administrativo.
No âmbito previdenciário a relação jurídi-
ca se estabelece entre o INSS e o segurado. 
Pode se iniciar por iniciativa deste, quando 
do requerimento de uma prestação previ-
denciária, ou quando o próprio INSS aciona 
o segurado para alguma providência. 
Para saber mais
O INSS é uma autarquia pública federal, consti-
tuindo-se em pessoa jurídica de direito público 
interno, nos termos do artigo 37, XIX, da Consti-
tuição do Brasil. Está vinculado ao Ministério do 
Desenvolvimento Social e Agrário (alteração fei-
ta pela Medida Provisória nº 726). Foi criado pela 
Lei nº 8.029/1990, após a fusão do IAPAS com o 
INPS. Tem como função precípua promover o re-
conhecimento de direitos, administrados pela 
Previdência Social e estabelecidos no RGPS.
De qualquer modo, o simples requerimento 
de um benefício perante o INSS, através do 
exercício do direito de petição (CF, art. 5 º, 
XXXIV, “a”), faz surgir o processo adminis-trativo previdenciário.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário9/294
Nesse cenário, impende destacar que o INSS deve agir em conformidade com o regime jurídico 
administrativo em geral, de modo a respeitar os mesmos princípios constitucionais e específicos 
que caracterizam esse regime ou sistema (MASOTTI, 2006, p. 337).
Nos termos do art. 658 da IN 77, pode-se conceituar o processo administrativo previdenciário 
como:
Art. 658. Considera-se processo administrativo previdenciário o conjunto 
de atos administrativos praticados nos Canais de Atendimento da Previ-
dência Social, iniciado em razão de requerimento formulado pelo interes-
sado, de ofício pela Administração ou por terceiro legitimado, e concluído 
com a decisão definitiva no âmbito administrativo.
Entendida a previdência como direito fundamental social e o processo administrativo como ins-
trumento do segurado perante os órgãos da Previdência, questão essencial que se coloca é saber 
quais normas regem o processo administrativo previdenciário. 
Nesse passo, cumpre esclarecer ser aplicáveis ao processo administrativo previdenciário as nor-
mas gerais da Lei 9.784/99, que trata do processo administrativo na Administração Pública Fe-
deral, assim como as disposições das Lei nº 8.212/91, da Lei nº 8.213/91, do Decreto nº 3.048/99 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário10/294
(Regulamento da Previdência Social) e da Portaria MPS 548/2011(Regimento interno do Conse-
lho de Recursos da Previdência Social).
Ressalte-se, apenas, que a aplicação da Lei 9.784/99 dar-se-á de forma subsidiária, já que o art. 
69 desta norma estabelece que:
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se 
por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos 
dessa lei.
Atualmente está em vigor a Instrução Normativa INSS/PRES Nº 77, de 21 de janeiro de 2015, 
que estabelece rotinas para agilizar e uniformizar o reconhecimento de direitos dos segurados e 
beneficiários da Previdência Social, com observância dos princípios estabelecidos no art. 37 da 
Constituição Federal de 1988.3
A IN nº 77/2015 dispõe de capítulo próprio (capítulo XIV) destinado ao processo administrativo 
previdenciário, contendo disposições relacionadas ao conceito do processo, suas fases e seus 
princípios norteadores. 
3 A edição de instruções normativas decorre do Poder Regulamentar da Administração, previsto no art. 84, IV, da CF/88, com fito de mel-
hor esmiuçar a aplicação da lei. 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário11/294
Em que pese não ser lei em sentido formal, 
as instruções normativas são editadas pela 
presidência do INSS e, no âmbito do direito 
previdenciário, disciplinam os pormenores 
do trâmite processual administrativo, faci-
litando sua compreensão. 
O art. 2º da Lei 9.784/99 também enumera 
os princípios norteadores do processo admi-
nistrativo no âmbito federal, com destaque 
para os princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalida-
de, moralidade, ampla defesa, contraditó-
rio, segurança jurídica, interesse público e 
eficiência. 
Pelo que se percebe, muitos dos princípios 
mencionados já eram previstos no art. 37 da 
CF/88. 
Conforme analisado pelo Procurador Fede-
ral Allan Luiz Oliveira Barros4, no proces-
so administrativo previdenciário podemos 
classificar os princípios em gerais e especí-
ficos. Princípios gerais seriam aqueles ins-
culpidos no art. 37 da Constituição Federal 
e no art. 2º da Lei 9.784/99, quais sejam: le-
galidade, impessoalidade, moralidade, pu-
blicidade, eficiência, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, ampla 
defesa, contraditório, segurança jurídica e 
interesse público.
Já os específicos podem ser extraídos da le-
gislação previdenciária, dentre os quais se 
destacam a obrigatoriedade da concessão 
do benefício mais vantajoso; a primazia da 
4 BARROS, Allan Luiz Oliveira. Linhas Gerais Sobre o Processo 
Administrativo Previdenciário. Revista da AGU, ANO IX, nº 26 
– Brasília – DF, out/dez. 2010.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário12/294
verdade real; a oficialidade na atuação dos 
órgãos para a realização de requerimentos 
administrativos e produção de provas; e a 
presunção de veracidade dos dados cons-
tantes nos sistemas corporativos da Previ-
dência Social. (BARROS, 2010).
1. Legalidade 
O postulado da legalidade é corolário do Es-
tado democrático de direito e dele decorre a 
maior parte dos demais princípios. A neces-
sidade de observância do princípio da le-
galidade pela Administração vem expressa 
no artigo 37 da Constituição Federal e atua 
como limite à atuação administrativa. Sen-
do assim, o servidor do INSS somente pode 
conceder ou negar determinado benefício 
vinculado às hipóteses legais. Ou seja, ja-
mais o servidor do INSS poderá deixar de 
aplicar dispositivo legal por entendê-lo in-
constitucional, por exemplo. Em tais casos, 
deve representar a quem de direito (MARTI-
NEZ, 2015)
Link
BARROS, A. L. O. Linhas gerais sobre o proces-
so administrativo previdenciário. Disponível em: 
<www.agu.gov.br/page/download/index/
id/2713856>. Acesso: nov. 2016.
Especificamente no âmbito previdenciário, 
está o agente público adstrito não apenas à 
lei no sentido formal, mas também aos de-
cretos, portarias e instruções normativas. É 
de se ter em conta que não se trata da lega-
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário13/294
lidade estrita, de modo que se deve interpretar o Direito em sua totalidade, sempre atentando 
aos ditames dos princípios constitucionais. 
No caso dos benefícios previdenciários, tendo em vista a natureza jurídica de autarquia federal 
do INSS, há uma presunção da legalidade e legitimidade dos atos praticados pelos servidores, de 
modo que cabe ao segurado provar que o indeferimento do benefício não se deu em conformi-
dade com a legislação. 
Como consequências lógicas da presunção de legitimidade decorre a autoexecutoriedade do ato 
e a inversão do ônus da prova, de modo que cabe ao administrado demonstrar a ilegitimidade 
ou ilegalidade do ato administrativo. Nesse sentido há diversos julgados, conforme se percebe 
abaixo:   
Ementa: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AUXÍLIO-DOENÇA E 
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DANOS MORAIS INDEVIDOS. 1. Hipóte-
se onde o indeferimento administrativo do benefício previdenciário pleite-
ado ocorreu em razão da avaliação técnica realizada pelo INSS. 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário14/294
Não há falar em indenização por danos morais quando o INSS indefere 
ou suspende a concessão de benefício previdenciário, tendo em vista que 
age, a autarquia previdenciária, no seu legítimo exercício de direito. Com 
efeito, conforme concluiu o magistrado sentenciante, “não ficou caracteri-
zado o dano moral, por ausência de fato lesivo. A cessação do benefício 
previdenciário é ato administrativo vinculado a determinadas hipóte-
ses legais. No caso do autor, o benefício em questão, auxílio-doença ou 
auxílio-acidente, depende da capacidade laborativa. A conclusão da pe-
rícia administrativa possui presunção de legalidade, só podendo ser 
afastada a legalidade do ato em caso de comprovada fraude. Ainda que 
posteriormente a nova perícia, seja administrativa ou judicial, emita laudo 
com conclusão diversa da anterior, isto não retira a legalidade da primeira”. 
2. Não se observa, na hipótese, a ocorrência de qualquer abuso de direito 
que tenha resultado em lesão ao patrimônio jurídico do autor.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário15/294
3. Apelação da parte autora a que se nega provimento (AC - APELAÇÃO 
CIVEL – 00035353120124013304,Relator(a) JUIZ FEDERAL SAULO JOSÉ 
CASALI BAHIA Sigla do órgão TRF1 Órgão julgador 1ª CÂMARA REGIONAL 
PREVIDENCIÁRIA DA BAHIA Fonte e-DJF1 DATA: 27/07/2016 PAGINA: Deci-
são A Câmara, por unanimidade, negou provimento à apelação do autor.)
Não obstante, é comum haver discrepância entre a interpretação dada à lei previdenciária pelo 
Poder Executivo e pelo Poder Judiciário, o que leva ao fenômeno da enorme judicialização das 
demandas previdenciárias, de forma massificada (VARGAS, 2015, p. 17)
Assim, é necessário se ter em mente que a finalidade precípua do processo administrativo previ-
denciário é garantir o mínimo essencial e necessário aos beneficiários da previdência, de modo 
que deve ser dada à norma previdenciária a intepretação que maior eficácia constitucional lhe 
conferir (VARGAS, 2015, p. 20).
Por fim, cumpre esclarecer que não há interesses contrapostos entre o segurado e a previdência, 
de modo que o servidor do INSS deve conceder o melhor benefício, orientar o segurado e não lhe 
causar óbices desnecessários (CASTRO; LAZZARI, 2013, p. 511).
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário16/294
2. Impessoalidade
O postulado da impessoalidade, insculpido no art. 37 da CF/88, está atrelado ao princípio da 
legalidade, de modo que o agente administrativo deve agir em conformidade com o interesse 
público e não de acordo com interesses pessoais ou de terceiros. É o que dispõe o art. 37, §1º, da 
CF/88:
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos ór-
gãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação 
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
No mesmo sentido, a Lei do processo administrativo federal, Lei 9.784/99, em seu art. 2º, pará-
grafo único, inc. III, determina que, nos processos administrativos, serão observados os critérios 
de objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou 
autoridades.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário17/294
Nessa esteira, a IN nº 77/2015 estabelece 
os casos em que o servidor administrativo 
não pode atuar no processo, seja por impe-
dimento ou suspeição. 
Vale dizer, portanto, que, quando o servidor 
atua em conformidade com os ditames da 
legalidade na apreciação do requerimento, 
a decisão final será atribuída ao INSS e não 
ao agente público. 
3. Eficiência
O postulado da eficiência é um dos princi-
pais vetores que regem o atuar da adminis-
tração. Seu conteúdo é de extrema impor-
tância no processo administrativo previ-
denciário, dada a significante quantidade 
de benefícios em trâmite perante as agên-
cias da previdência pelo país.
Existem cerca de 47.900.000 de segurados 
e, apenas no ano de 2012, a Previdência So-
cial concedeu quase 5 milhões de benefí-
cios, dos quais 86,7% eram previdenciários, 
6,7% acidentários e 6,6% assistenciais5. 
Sem dúvida, quanto mais eficiente a gestão 
dos benefícios no âmbito administrativo, 
menos ações serão ajuizadas perante o Po-
der Judiciário.
5 PREVIDÊNICA SOCIAL. Regime Geral-RGPS. Disponível 
em: <http://www.previdencia.gov.br/ouvidoria-ger-
al-da-previdencia-social/perguntas-frequentes/re-
gime-geral-rgps/>. Acesso em: nov. 2016.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário18/294
O princípio da eficiência diz respeito tam-
bém ao prazo para a concessão do benefício 
previdenciário, e ao princípio da razoável 
duração do processo, decorrente da Emen-
da Constitucional nº 45/2004, que acres-
centou o inciso LXXVIII ao art. 5º da Consti-
tuição Federal.
Tendo em conta que o princípio da duração 
razoável do processo judicial e administra-
tivo foi elevado à condição de garantia fun-
damental, não pode a administração públi-
ca se omitir e adiar a análise de pedido. De 
qualquer modo, vale esclarecer que a legis-
lação previdenciária não aponta expressa-
mente prazo para análise dos processos ad-
ministrativos. 
Ocorre que a doutrina e diversos julgados 
extraem da regra insculpida no artigo 4-A, 
§ 5º, da Lei nº 8.213/91 e do artigo 174 do 
Decreto nº 3.048/99, o prazo de 45 (qua-
renta e cinco) dias6.
6 § 5o O primeiro pagamento do benefício será efetuado até 
quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo segu-
rado, da documentação necessária à sua concessão. (Incluí-
do pelo Lei nº 11.665, de 2008).
Para saber mais
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o 
maior litigante nacional, correspondendo a 22,3% 
das demandas dos cem maiores litigantes nacio-
nais, seguido pela Caixa Econômica Federal, com 
8,5%, e pela Fazenda Nacional, com 7,4%.1
1 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. INSS lidera número de 
litígios na Justiça. Disponível em: <http://cnj.jus.br/noti-
cias/cnj/56911-inss-lidera-numero-de-litigios-na-jus-
tica>. Acesso em: nov. 2016.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário19/294
Isso porque tais dispositivos dispõem que o pagamento dos benefícios deverá ocorrer até 45 dias 
contados da data de apresentação da documentação necessária à concessão do benefício pelo 
segurado. Veja o elucidativo julgado:
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PRE-
VIDENCIÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. GARANTIA CONSTITUCIO-
NAL DE RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. REQUE-
RIMENTO DE REVISÃO DE APOSENTADORIA. DEMORA INJUSTIFICADA DO 
INSS EM DECIDIR. SEGURANÇA CONCEDIDA. SENTENÇA MANTIDA. 1. A 
razoável duração do processo administrativo é garantia individual 
fundamental (art. 5º, LXXVIII, da Constituição do Brasil). 2. O INSS tem o 
dever de decidir os processos administrativos de concessão ou revisão 
de benefícios no prazo de 45 dias após a apresentação, pelo segurado, 
da documentação necessária. 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário20/294
3. Hipótese de demora superior a dez meses, quando da impetração, para 
decidir requerimento de revisão da aposentadoria do autor. Direito à de-
cisão em prazo razoável. 4. Sentença que concede a segurança mantida. 
5. Remessa oficial a que se nega provimento. (REOMS 2007.38.15.001189-5 
REOMS - REMESSA EX OFFICIO EM MANDADO DE SEGURANÇA - Relator(a) 
JUIZ FEDERAL ALEXANDRE FERREIRA INFANTE VIEIRA Sigla do órgão TRF1 
Órgão julgador 2ª CÂMARA REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GE-
RAIS Fonte e-DJF1 DATA:18/04/2016 PÁGINA: Decisão A Câmara, à unani-
midade, negou provimento à remessa oficial. Data da Decisão 15/03/2016 
Data da Publicação 18/04/2016
A eficiência tem estrita relação com o princípio do impulso oficial ou da oficialidade, segundo o 
qual a administração previdenciária deve agir de ofício, desde que pautada na lei. Nesse sentido 
é expressa a Instrução Normativa 77/2015, que em seu art. 659, inciso XVI, estabelece que nos 
processos administrativos previdenciários serão observados, entre outros, os preceitos da im-
pulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário21/294
Por fim, quanto ao postulado da eficiência, cumpre dizer que o Decreto 6.932/2009 dispõe sobre 
a simplificação do atendimento público prestado ao cidadão, ratifica a dispensa do reconheci-
mento de firma em documentos produzidos no Brasil, institui a “Carta de Serviços ao Cidadão” e 
dá outras providências. 
Em seu artigo 11 ficou estabelecido que os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que 
prestam serviços diretamente ao cidadão deverão elaborar e divulgar “Carta de Serviços ao Ci-
dadão”, no âmbito de sua esfera de competência. 
A teor do disposto no parágrafo primeiro do art. 11º, a Carta de Serviços ao Cidadão tem por ob-
jetivo informar o cidadão dos serviçosprestados pelo órgão ou entidade, das formas de acesso a 
esses serviços e dos respectivos compromissos e padrões de qualidade de atendimento ao público.
Para saber mais
 Com o objetivo de prestar o melhor serviço aos cidadãos brasileiros, o INSS firmou os seguintes compro-
missos de atendimento: • Concluir os requerimentos iniciais de benefícios previdenciários no prazo de até 
45 dias. Nos casos em que o cadastro e todas as informações sobre o histórico profissional do trabalhador 
estiverem devidamente comprovados, o benefício será concluído no ato do atendimento.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário22/294
Para saber mais
• Garantir o pagamento dos benefícios a partir da data da solicitação do agendamento, observados to-
dos os requisitos exigidos pela legislação. • Garantir agilidade no atendimento ao cidadão, em horário 
previamente agendado. • Garantir pontualidade no pagamento dos benefícios previdenciários. • Garan-
tir atendimento preferencial a gestantes, lactantes, pessoas idosas, com deficiência ou amparadas por 
dispositivos legais específicos. • Atenuar os efeitos da incapacidade laboral por meio de programas de 
reabilitação profissional. • Garantir o empenho dos servidores do INSS no auxílio ao cidadão em suas ne-
cessidades, orientando-o e prestando atendimento com respeito e cortesia. • Garantir aos segurados o 
atendimento e todos os direitos previdenciários, mesmo quando os sistemas automatizados estiverem 
inoperantes, por meio do protocolo de benefícios de forma manual ou remarcação do atendimento. • 
Manter as unidades de atendimento com identificação visual padrão e preparadas de acordo com as nor-
mas de acessibilidade, segurança e limpeza.
Assim, ficou estabelecido o compromisso com o bom atendimento ao segurado, além da conclu-
são da análise dos benefícios em 45 dias e a garantia de que os dados do CNIS possam ser utili-
zados como prova da filiação à Previdência Social, relação de emprego, comprovação de tempo 
de serviço ou de contribuição. 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário23/294
4. Devido Processo Legal: Con-
traditório e ampla defesa -Devi-
do processo legal (CF 5º, inciso 
LIV e LV) 
O postulado do devido processo legal no 
processo administrativo previdenciário está 
relacionado à necessidade da observância 
dos princípios do contraditório e da ampla 
defesa. São muitos os julgados nos quais se 
esclarece ser necessária a observância do 
devido processo legal substantivo pelo INSS 
ao suspender ou mesmo cessar o pagamen-
to de benefícios. 
Pode ser conceituada nos termos do art. 2º, 
parágrafo único, inciso X, da Lei 9.784/99, 
como sendo a garantia dos direitos à comu-
nicação, à apresentação de alegações fi-
nais, à produção de provas e à interposição 
de recursos nos processos em que possam 
resultar sanções e nas situações de litígio. 
A suspensão do benefício previdenciário 
não se confunde com seu cancelamento. 
Com efeito, enquanto na suspensão o be-
nefício tem seu pagamento apenas susta-
do, no cancelamento ocorre a extinção da 
obrigação do pagamento pelo INSS ao be-
neficiário (LAZZARI et al., 2016, p. 166).
São casos de suspensão, dentre outros: au-
sência dos beneficiários aos exames perió-
dicos, nos casos de benefícios por incapa-
cidade; ausência de defesa do beneficiário, 
quando notificado pelo INSS em casos de 
suspeita de irregularidade na concessão ou 
manutenção do benefício, a teor do dispos-
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário24/294
to no art. 11, da Lei 10.666/2003 7(LAZZARI 
et al., 2016, p. 166).
Já o cancelamento8 pode ocorrer nos se-
guintes casos: retorno ao trabalho em ativi-
dade nociva à saúde do segurado que rece-
be aposentadoria especial; reaparecimento 
do segurado considerado falecido, após de-
7 Art. 11. O Ministério da Previdência Social e o INSS manterão 
programa permanente de revisão da concessão e da ma-
nutenção dos benefícios da Previdência Social, a fim de apurar 
irregularidades e falhas existentes.
§ 1o  Havendo indício de irregularidade na concessão ou na 
manutenção de benefício, a Previdência Social notificará o 
beneficiário para apresentar defesa, provas ou documentos 
de que dispuser, no prazo de dez dias.
§ 2o A notificação a que se refere o § 1o far-se-á por via postal 
com aviso de recebimento e, não comparecendo o beneficiário 
nem apresentando defesa, será suspenso o benefício, com 
notificação ao beneficiário.
§ 3o Decorrido o prazo concedido pela notificação postal, sem 
que tenha havido resposta, ou caso seja considerada pela 
Previdência Social como insuficiente ou improcedente a defe-
sa apresentada, o benefício será cancelado, dando-se conhe-
cimento da decisão ao beneficiário.
claração de sua morte presumida; retorno 
ao trabalho do aposentado por invalidez; a 
verificação pelo INSS de concessão ou ma-
nutenção de benefício de forma irregular ou 
indevida (LAZZARI et al., 2016, p. 169).
Assim, mesmo em caso de suspeitas de 
fraudes ou recebimento indevido do bene-
fício, o INSS não pode cessar ou suspender 
o mesmo sem antes oportunizar prazo para 
a defesa do interessado. Está a autotutela 
administrativa, portanto, condicionada à 
observância das garantias constitucionais 
processuais emanadas da cláusula do devi-
do processo legal (SAVARIS, 2009, p. 147).
Por fim, cabe mencionar que, quando da 
aprovação da Súmula Vinculante n º 5 e do 
Julgamento do Recurso Extraordinário nº 
434.059-3, o Min Relator Gilmar Mendes 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário25/294
afirmou que o direito de defesa compreen-
de o direito de informação, o direito de ma-
nifestação e o direito de ver seus argumen-
tos considerados.
5. Motivação
Todo ato administrativo realizado pelo INSS 
tem de ser motivado de forma clara e coe-
rente. Desse modo, ao indeferir um requeri-
mento de benefício administrativo ou mes-
mo uma revisão, o ato deve ser motivado, 
com a indicação da legislação que embasou 
tal decisão.
Nesse sentido o disposto no inciso X, do art. 
Art. 659, da IN 77/2015, determina a fun-
damentação das decisões administrativas, 
indicando os documentos e os elementos 
que levaram à concessão ou ao indeferi-
mento do benefício ou serviço.
No dizer dos magistrados Castro e Lazzari 
(2013, p. 516), a decisão do processo admi-
nistrativo deverá conter um relato sucinto 
do objeto do requerimento, fundamenta-
ção com análise das provas constantes dos 
autos, bem como a conclusão deferindo ou 
indeferindo o pedido formulado.
O ato de concessão ou indeferimento do 
benefício é ato vinculado (não discricioná-
rio), de modo que o servidor está atrelado 
ao motivo que foi aposto no processo admi-
nistrativo. 
No mesmo contexto releva consignar que o 
art. 69, da IN 77/2015, estabelece que a Ad-
ministração tem o dever de explicitamente 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário26/294
emitir decisão nos processos administrati-
vos e sobre solicitações ou reclamações em 
matéria de sua competência.
6. Direito ao melhor benefício
Nos termos do art. 687, da IN 77/2015, o 
INSS deve conceder o melhor benefício a 
que o segurado fizer jus, cabendo ao servi-
dor orientar nesse sentido. Assim, quando, 
por ocasião da decisão, for identificado que 
estão satisfeitos os requisitos para mais de 
um tipo de benefício, cabe ao INSS oferecer 
ao segurado o direito de opção, mediante a 
apresentação dos demonstrativos financei-
ros de cada um deles.
No mesmo sentido, o art. 659, inciso VI da 
mesma instrução normativa preceitua que 
o servidor deve conduzir o processo admi-
nistrativo com a finalidade de resguardar 
os direitos subjetivos dos segurados, de-
pendentes e demais interessados da Pre-
vidência Social, esclarecendo os requisitosnecessários ao benefício ou serviço mais 
vantajoso.
Há inclusive a previsão para alteração da 
DER (data de entrada do requerimento ad-
ministrativo) quando se verificar no curso 
do processo administrativo que o segurado 
não satisfazia os requisitos para o reconhe-
cimento do direito, mas que os implemen-
tou em momento posterior.
Nesse sentido, já houve manifestação do 
STF, no julgamento do Recurso Extraordi-
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário27/294
nário nº  630.501/RS8, no qual, por maio-
ria dos votos, foi reconhecido o direito do 
segurado ao melhor benefício sempre que, 
preenchidos os requisitos para o gozo de 
determinado benefício, a lei posterior re-
vogue o dito benefício, estabeleça requisi-
tos mais rigorosos para a sua concessão ou, 
ainda, imponha critérios de cálculo menos 
favoráveis. 
7. Publicidade
O princípio da publicidade pode ser en-
tendido sob vários aspectos. A IN 77/2015 
menciona que é dever do servidor prestar 
ao interessado, em todas as fases do pro-
8 RE 630.501, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, voto da min. El-
len Gracie, julgamento em 21-2-2013, Plenário, DJE de 26-8-
2013, com repercussão geral.)
cesso, os esclarecimentos necessários para 
o exercício dos seus direitos. Atende, ainda, 
ao princípio da publicidade a garantia do 
acesso à informação. 
A Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, 
conhecida como Lei de Acesso à Informa-
ção, estabelece que as informações de inte-
resse geral devem ser divulgadas de ofício 
pelos órgãos públicos. 
Os procedimentos que asseguram o direito 
fundamental de acesso à informação devem 
ser executados em conformidade com os 
princípios básicos da administração pública 
e com a observância da publicidade como 
preceito geral e do sigilo como exceção, a 
divulgação de informações de interesse 
público, independentemente de solicita-
ções, a utilização de meios de comunicação 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário28/294
viabilizados pela tecnologia da informação, 
o fomento ao desenvolvimento da cultura 
de transparência na administração pública 
e o desenvolvimento do controle social da 
administração pública.
O Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 
2009, também foi editado buscando dar 
concretude ao princípio da publicidade. Ele 
dispõe sobre a simplificação do atendimen-
to público prestado ao cidadão, ratifica a 
dispensa do reconhecimento de firma em 
documentos produzidos no Brasil e institui 
a “Carta de Serviços ao Cidadão”.  Link
PREVIDÊNCIA SOCIAL. Acesso à informação. Dis-
ponível em: <http://www.previdencia.gov.br/
acesso-a-informacao/>. Acesso em nov. 2016.
Assim, cabe ao INSS a divulgação do máxi-
mo de informações de interesse público de 
forma organizada e centralizada em seção 
específica nos sítios eletrônicos dos órgãos 
e entidades.
Link
O Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/
d6932.htm>. Acesso em nov. 2016.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário29/294
A mencionada Carta de Serviços ao Cida-
dão tem por objetivo informar o cidadão 
dos serviços prestados pelo órgão ou enti-
dade, das formas de acesso a esses serviços 
e dos respectivos compromissos e padrões 
de qualidade de atendimento ao público. 
De igual forma, deverá trazer informações 
claras e precisas em relação a cada um dos 
serviços prestados.9
8. A presunção de veracidade 
dos dados constantes nos siste-
mas da Previdência Social
Urge registrar que no processo administra-
tivo previdenciário vige a presunção de ve-
racidade das informações constantes dos 
9 DECRETO Nº 6.932, DE 11 DE AGOSTO DE 2009 – DOU DE 
12/08/2009
sistemas do INSS. Com efeito, os dados da 
Previdência Social nada mais são que atos 
administrativos, que, como regra, são dota-
dos de presunção de legitimidade.
Para saber mais
Os dados e informações constantes nos sistemas 
corporativos da Previdência Social, como todo 
ato administrativo, gozam da presunção de ve-
racidade, presumindo-se verdadeiros enquanto 
não apresentadas outras provas que infirmem o 
seu valor probatório (STJ. EREsp 519988/CE).
Quando da análise de um requerimento de 
benefício, o servidor está vinculado às in-
formações constantes dos sistemas. Desse 
modo, cabe ao segurado comprovar a inva-
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário30/294
lidade da informação, com a produção de 
provas.
Os principais sistemas ou banco de informa-
ções do INSS são: PLENUS, CNIS, SABI, SUIBE 
e, mais recentemente, também o CadÚnico. 
9. Gratuidade
No âmbito do processo administrativo pre-
videnciário é vedada a cobrança de custas 
e despesas processuais, a teor do disposto 
no art. 2, XI, da Lei 9.784/99 e do art. 659, 
XV, da IN 77/2015. A gratuidade decorre do 
direito de petição (art. 5º, XXXIV, da CF/88).
Não poderia ser diferente, dada a hipossufi-
ciência de que se reveste o segurado diante 
da Administração. 
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário31/294
Glossário
INSS: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
STF: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
RGPS: REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Questão
reflexão
?
para
32/294
Se os estrangeiros residentes no país são também titu-
lares de direitos fundamentais, conforme já assentado 
pelo STF, têm eles direito à previdência?
33/294
Considerações Finais
• A Previdência é um direito fundamental social, prevista no art. 6º da CF/88.
• Aplica-se ao processo administrativo previdenciário a Lei do processo admi-
nistrativo federal, Lei 9.784/99, assim como os princípios nela constantes.
• O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus, cabendo 
ao servidor orientar nesse sentido.
• A doutrina extrai da regra insculpida no artigo 4-A, § 5º, da Lei nº 8.213 /91 
e do artigo 174 do Decreto nº 3.048/99, o prazo de 45 dias.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário34/294
Referências
ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios Previdenciários. Temas integrais revisados e atualizados 
pelo autor com obediência às Leis especiais e gerais. 4. ed. São Paulo: Leud, 2009.
BARROS, Allan Luiz Oliveira. Linhas Gerais Sobre o Processo Administrativo Previdenciário. Re-
vista AGU, ano IX, nº 26 – Brasília – DF, out/dez. 2010.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.plan-
alto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 25.08.2016.
____. Lei n. 8.742, de 07 de dezembro de 1993. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/Leis/L8742.htm>. Acesso em: 25.08.2016.
____. Lei n. 8.029, de 12 de abril de 1990. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/
leis/L8029cons.htm>. Acesso em: 02.09.2016.
____. Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Disponível em:<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/L9784.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
____. Lei 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L8212cons.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
____.Lei 8.213, de 24 de julho de 1991. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L8213cons.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário35/294
____.Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
____. Decreto n. 3.048, de 06 de maio de 1999. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
____. Decreto n. 6.932, de 11 de agosto de 2009. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6932.htm>.Acesso em: 05.09.2016.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 15. 
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
LAZZARI, João Batista [et al.]. Prática processual previdenciária: administrativa e judicial.7. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2016.
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Princípios de direito previdenciário. 6. ed. São Paulo: LTR, 2015.
MASOTTI, Viviane. O Processo administrativo previdenciário. Revista da Escola Paulista de Di-
reito, ano 2, n. 2, mar./abr. 2006.
SERAU Jr., M. A; FOLMANN, M. (orgs) Previdência Social: em busca da justiça social. Homenagem 
ao professor Dr. José Antônio Savaris. São Paulo: LTR, 2015.
Unidade 1 • Princípios do Processo Administrativo Previdenciário36/294
SAVARIS, José Antonio. Direito Processual Previdenciário. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2009.
VARGAS, Alberto Rodrigo Patino. Revisitando o princípio da legalidade sob o paradigma prin-
cipiológico constitucional previdenciário. In: SERAU Jr., M. A; FOLMANN, M. (Orgs). Previdência 
Social: em busca da justiça social. Homenagem ao professor Dr. José Antônio Savaris. São Paulo, 
LTR, 2015. 
37/294
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Princípios do Processo Adminis-
trativo Previdenciário. Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
b0226aa7cd815b4d08d7eac611e03db4>.
Aula 1 - Tema: Princípios do Processo Adminis-
trativo Previdenciário. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
d742983c5a4ce31b82515881e1a04beb>.
38/294
1. Assinale a alternativa que NÃO apresenta o princípio aplicável ao processo 
previdenciário.
a) Legalidade.
b) Motivação dos atos administrativos.
c) Impessoalidade.
d) Oficialidade. 
e) Taxatividade.
Questão 1
39/294
2. Quanto ao princípio do direito ao melhor benefício, é correto afirmar 
que:
a) Somente é reconhecido na via judicial. 
b) Não se aplica aos casos de pensão por morte.
c) O servidor do INSS deve conceder o melhor benefício e orientar o segurado, não lhe causan-
do óbices desnecessários.
d) O INSS deve conceder o melhor benefício, mas não pode o servidor orientar o segurado nes-
se sentido. 
e) Caso se identifique que estão satisfeitos os requisitos para mais de um tipo de benefício, 
cabe ao INSS escolher qualquer deles, à sua escolha.
Questão 2
40/294
3. No âmbito previdenciário, o agente público está adstrito não apenas à 
lei no sentido formal. Assinale a alternativa que apresenta os outros as-
pectos.
a) aos decretos. 
b) às instruções normativas.
c) aos regulamentos. 
d) aos princípios legais. 
e) aos decretos autônomos.
Questão 3
41/294
4. Com relação ao cancelamento e suspensão dos benefícios previdenciários, 
podemos afirmar, EXCETO:
a) A suspensão do benefício previdenciário não se confunde com seu cancelamento.
b) Enquanto na suspensão o benefício tem seu pagamento apenas sustado, no cancelamento 
ocorre a extinção da obrigação do pagamento pelo INSS ao beneficiário. 
c) Em caso de suspeitas de fraudes ou recebimento indevido do benefício, o INSS pode cessar 
ou suspender o mesmo sem oportunizar prazo para a defesa do interessado.
d) É exemplo de suspensão a ausência dos beneficiários aos exames periódicos, nos casos de 
benefícios por incapacidade; 
e) O cancelamento pode ocorrer em caso de retorno ao trabalho em atividade nociva à saúde 
do segurado que recebe aposentadoria especial.
Questão 4
42/294
5. Assinale a alternativa que apresenta o sistema utilizado pelo INSS na 
análise dos benefícios previdenciários.
a) CNIS.
b) CONSEG.
c) DARF.
d) TEBAS.
e) RECEITA FEDERAL.
Questão 5
43/294
Gabarito
1. Resposta: E.
A taxatividade não é um dos princípios apli-
cáveis ao processo administrativo previ-
denciário.
2. Resposta: C.
Nesse sentido, dispõe o art. 687 da IN 
77/2015: O INSS deve conceder o melhor 
benefício a que o segurado fizer jus, caben-
do ao servidor orientar nesse sentido.
3. Resposta: E.
Os decretos ou regulamentos de execução 
ou executivos são editados em função da 
lei, possibilitando a sua fiel execução (art. 
84, IV, da CF/88).
4. Resposta: C.
Em caso de suspeitas de fraudes ou recebi-
mento indevido do benefício, o INSS pode 
cessar ou suspender o mesmo, desde que 
seja oportunizado prazo para a defesa do 
interessado.
5. Resposta: A.
Os principais sistemas utilizados pelo INSS 
são: PLENUS, CNIS, SABI, CadÚnico.
44/294
Unidade 2
O Requerimento Administrativo
Objetivos
1. Entender o processo de requerimento 
de uma prestação previdenciária no 
âmbito do INSS;
2. Compreender os requisitos para a 
concessão do benefício previdenciá-
rio;
3. Analisar o julgamento do RE 631.240/
MG.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo45/294
Introdução
Antes de discorrer sobre o requerimento 
do benefício administrativo perante o INSS, 
faz-se necessário tecer algumas considera-
ções sobre esse órgão administrativo. 
O INSS é uma autarquia de âmbito nacio-
nal, vinculada ao Ministério do Desenvol-
vimento Social e Agrário, instituída com 
fundamento no disposto no art. 17 da Lei n° 
8.029, de 12 de abril de 1990, e tem por fi-
nalidade promover o reconhecimento de di-
reito ao recebimento de benefícios adminis-
trados pela Previdência Social, assegurando 
agilidade e comodidade aos seus usuários.
Deve atuar para garantir a renda do traba-
lhador e de sua família, nos momentos de 
incapacidade laborativa ocasionada por 
doença, prisão, acidente, gravidez, velhice 
ou mesmo morte.
Para saber mais
Ministério alterado pela Medida Provisória nº 
726/2016. Antes o INSS era vinculado ao Ministé-
rio da Previdência Social. 
Link
PROGRAMA NACIONAL DE GESTÃO PÚBLICA E 
DESBUROCRATIZAÇÃO. GESPÚBLICA-Carta de 
serviços. Disponível em: <http://www.gespu-
blica.gov.br/>. Acesso em: nov. 2016.
A gestão da seguridade social é feita de 
forma descentralizada, em conformida-
de com o disposto no art. 194, parágrafo 
único, inciso VII da CF/88 (LAZZARI et al., 
2016, p. 47).
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo46/294
É o INSS também responsável pela opera-
cionalização do benefício assistencial de 
prestação continuada (LOAS), dos benefí-
cios decorrentes de acordos internacionais 
e de determinados benefícios de natureza 
indenizatória, regidos por legislação espe-
cial, tais como:
a) Pensão especial aos deficientes físi-
cos portadores da Síndrome da Tali-
domida;
b) Pensão mensal vitalícia do seringueiro 
e seus dependentes (trabalhou como 
seringueiro na região amazônica 
atendendo ao apelo do governo bra-
sileiro, contribuindo para o esforço de 
guerra na produção da borracha, du-
rante a Segunda Guerra Mundial);
c) Pensão especial das vítimas de hemo-
diálise de Caruaru-PE;
d) Auxílio especial mensal aos jogadores 
titulares e reservas das Seleções Bra-
sileiras Campeãs das Copas Mundiais 
- Lei nº 12.663, de 05 de junho de 
2012 (O auxílio especial mensal para 
jogador é devido a partir de 1º de ja-
neiro de 2013 aos jogadores titulares 
e reservas, sem recursos ou com re-
cursos limitados, das seleções brasi-
leiras campeãs das copas mundiais 
masculinas da Fédération Internatio-
nale de Football Association - FIFA, nos 
anos de 1958, 1962 e 1970);
e) Pensão especial hanseníase (A pensão 
especial hanseníase é devida às pes-
soas atingidas pela hanseníase e que 
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo47/294
foram submetidas a isolamento e in-
ternação compulsórios em hospitais-
-colônia até 31 de dezembro de 1986).
Hoje já não mais existem as aposentadorias 
previstas em legislação especial do jorna-
lista profissional, do atleta profissional defutebol e do aeronauta, ressalvados os de 
direito adquirido. Caberá ao INSS o proces-
samento, a manutenção e o pagamento de 
tais pensões.
Em relação aos benefícios decorrentes de 
acordos internacionais, eles são aqueles 
firmados visando à proteção dos 4 milhões 
de brasileiros residentes no exterior e dos 1 
milhão de estrangeiros residentes no Brasil.
O INSS, além de ser responsável pela con-
cessão e administração dos benefícios, era 
responsável pela fiscalização e arrecadação 
de grande parte das contribuições sociais 
destinadas ao Sistema Previdenciário. 
Com o advento da Lei nº 11.457/07, que en-
sejou a criação da Secretaria da Receita Fe-
deral do Brasil, órgão vinculado do Ministé-
rio da Fazenda, tais atribuições não cabem 
mais ao INSS.
Link
Lei. Nº 11.457/2007. Disponível em <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11457.htm>. Acesso em nov. 
2016.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo48/294
As medidas noticiadas retiraram da Procu-
radoria Federal Especializada junto ao INSS 
as atribuições de representação judicial e 
extrajudicial relativas à execução da dívida 
ativa do INSS atinente à competência tri-
butária referente às contribuições sociais a 
que se refere o art. 1° da Lei nº 11.098, de 
13 de janeiro de 2005, bem como seu con-
tencioso fiscal, nas Justiças Federal, do Tra-
balho e dos Estados, além da consultoria e 
assessoramento jurídicos a elas correspon-
dentes.
As atribuições supra foram conferidas dire-
tamente à Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional - PGFN.
1. COMO REQUERER UM BENEFÍ-
CIO PREVIDENCIÁRIO
A teor do disposto no parágrafo único do 
art. 658 da IN 77, o processo administra-
tivo previdenciário possui quatro fases, 
quais sejam: inicial, instrutório, decisória e 
recursal.
A primeira fase inicia-se com o protocolo do 
requerimento administrativo, que pode ser 
feito pelo próprio segurado, por procurador 
legalmente constituído ou ainda represen-
tante legal.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo49/294
O processo administrativo também pode se 
iniciar de ofício, pelo próprio INSS, em casos 
de suspensão ou cancelamento de benefí-
cio, casos em que deve haver a notificação 
do interessado para apresentar alegações 
ou defesa (LAZZARI et al., 2016, p. 183)
Conforme mencionado, o segurado não pre-
cisa de procurador ou representante para 
atuar perante o INSS ao requerer o benefí-
cio previdenciário a que faz jus. No entanto, 
é possível se fazer representar por advoga-
do (LAZZARI et al., 2016, p. 179).
Ao ingressar com o requerimento, nasce 
o processo administrativo previdenciário, 
gerando-se um NB (Número de Benefício). 
Vale ressaltar, nesse ponto, que a data da 
entrada do requerimento é que vai pautar a 
data do início do pagamento do benefício - 
DIB, em regra.
Para saber mais
A teor do disposto no art. 660, da IN 77/2015, são 
legitimados para realizar o requerimento do be-
nefício ou serviço: I - o próprio segurado, depen-
dente ou beneficiário; II - o procurador legalmen-
te constituído; III - o representante legal, assim 
entendido o tutor, curador, detentor da guarda ou 
administrador provisório do interessado, quando 
for o caso; IV - a empresa, o sindicato ou a enti-
dade de aposentados devidamente legalizada, na 
forma do art. 117 da Lei nº 8.213, de 1991; e V 
- o dirigente de entidade de atendimento de que 
trata o art. 92, § 1º, do Estatuto da Criança e do 
Adolescente - ECA, na forma do art. 493.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo50/294
O requerimento de benefícios é compos-
to de duas etapas, quais sejam, o agenda-
mento por meio de um dos canais de aten-
dimento e apresentação da documentação 
no local, data e horário agendado.
De qualquer modo, será considerada como 
DER a data de solicitação do agendamento 
do benefício ou serviço. Essa informação é 
de extrema importância na fixação da data 
de início dos benefícios.
Há na legislação, ainda, a previsão da em-
presa, sindicato ou entidade de aposentados 
legalmente reconhecida requerer benefício 
perante a Previdência Social. De igual forma, 
se faz possível o protocolo de requerimento 
de auxílio-doença pela empresa, em relação 
a seus empregados e prestadores de serviço, 
conforme dispor o art. 661 da IN 77.
É possível, outrossim, especificamente no 
caso de benefício de auxílio-doença, que o 
INSS processe de ofício o benefício, ou seja, 
sem requerimento do interessado, quando 
tiver ciência da incapacidade do segurado.
A teor do disposto no art. 6671 da IN nº 77, 
1 Art. 667. O requerimento de benefícios e serviços deverá ser 
solicitado pelos canais de atendimento da Previdência Social, 
previstos na Carta de Serviços ao Cidadão do INSS de que trata 
o art. 11 do Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009, tais 
como:
I - Internet, pelo endereço eletrônico www.previdencia. gov. 
br;
II - Central de Tele atendimento - 135; e
III - Unidades de Atendimento. 
§ 1º As Unidades de Atendimento de Acordos Internacionais 
destinam-se ao atendimento de requerimentos de benefícios 
e serviços exclusivamente no âmbito dos Acordos Internacio-
nais.
§ 2º As Unidades de Atendimento de demandas judiciais des-
tinam-se exclusivamente ao cumprimento de determinações 
judiciais em ações nas quais o INSS for parte do litígio.
§ 3º O requerimento de benefícios e serviços agendáveis é 
composto de duas etapas:
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo51/294
o requerimento do benefício pode ser feito 
através do todos os canais do INSS, ou seja, 
pela internet, pela Central de Tele aten-
dimento – 135, e em qualquer Unidade de 
Atendimento da Previdência Social, inde-
pendentemente do local de seu domicílio, 
exceto APS de Atendimento a Demandas 
Judiciais - APSADJ e Equipes de Atendimen-
to a Demandas Judiciais - EADJ.
Ao comparecer à agência da Previdência, 
o segurado ou interessado deve levar um 
 I - agendamento por meio de um dos canais de atendimento; 
e
II - apresentação da documentação no local, data e horário 
agendado.
§ 4º O agendamento de benefícios e serviços deverá ser real-
izado preferencialmente pelos canais de atendimento referi-
dos nos incisos I e II do caput.
§ 5º A relação dos serviços agendáveis e não agendáveis será 
divulgada na Carta de Serviços ao Cidadão de que trata o art. 
11 do Decreto nº 6.932, de 2009.
documento de identificação, podendo ser 
qualquer um dos enumerados no art. 762 da 
IN 77/2016. Faz-se necessário, como regra, 
a apresentação de documentos originais ou 
de cópias autenticadas em cartório ou por 
servidor do INSS. Pode também o advogado 
autenticar documentos. Em tais casos deve 
ser apresentada procuração ou substabele-
cimento e cópias da carteira da OAB (LAZ-
ZARI et al., 2016, p. 188).
Em casos de pensão por morte, se o falecido 
já recebia algum benefício do INSS, é possí-
vel fazer o pedido pela internet e enviar os 
documentos necessários pelos Correios.
Existem cerca de 1.122 agências do INSS es-
palhadas pelo país, e como regra todo mu-
nicípio com mais de 20 mil habitantes tem 
ao menos uma agência do INSS. 
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo52/294
O direito de petição, previsto no art. 5º, inci-
so XXXIV, da CF/882 consagra a ilegalidade 
da recusa em protocolar o requerimento do 
benefício, que deve ser sempre assegurado. 
2 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es-
trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa-
gamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de dire-
itos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Link
Informação disponívelem: <http://socialpre-
videncia.net/previdencia-social-telefone.
html>. Acesso em 17 de setembro de 2016.
Ademais, a apresentação de documentação 
incompleta não constitui motivo para recu-
sa do requerimento do benefício ou serviço, 
sendo obrigatória a protocolização de todos 
os pedidos administrativos, cabendo, se for 
o caso, a emissão de carta de exigência ao 
requerente. Nesse sentido, dispõe o art. 
105, da Lei 8.213/91, que dispõe sobre os 
Planos de Benefício da Previdência Social, 
in verbis:
Art. 105. A apresentação de documentação 
incompleta não constitui motivo para recu-
sa do requerimento de benefício.
No decorrer do processo administrativo, a 
agência da Previdência na qual o mesmo 
tramita deve comunicar-se com o interes-
sado sobre as decisões por meio de comu-
nicação que deverá ser feita via postal com 
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo53/294
aviso de recebimento, telegrama ou outro 
meio que assegure a ciência do interessado. 
Sempre que possível, a comunicação dar-
-se-á por ciência nos próprios autos, nos 
termos do art. 665, 2o da IN 77.
Quando do comparecimento, o interessado 
deve levar documento de identificação pes-
soal e o processo será formalizado até a fase 
decisória com os documentos exigidos pela 
a IN INSS/PRES nº 85, de 18/02/2016, quais 
sejam: requerimento formalizado e assina-
do, procuração ou documento que compro-
ve a representação legal, se for o caso, com-
provante de agendamento, quando cabível, 
cópia do documento de identificação do 
requerente e do representante legal, quan-
do houver divergência de dados cadastrais, 
documentos comprobatórios relacionados 
ao pedido, caso houver e decisão funda-
mentada.
Na formalização do processo será suficiente 
a apresentação dos documentos originais 
ou cópias autenticadas em cartório ou por 
servidor do INSS, ou ainda conforme pre-
visto no art. 676, podendo ser solicitada a 
apresentação do documento original para 
verificação de contemporaneidade ou ou-
tras situações em que este procedimento se 
fizer necessário.
2. OBRIGATORIEDADE DO RE-
QUERIMENTO ADMINISTRATIVO
Questão relevante que se põe ao se estudar 
o requerimento administrativo é saber se 
ele é obrigatório. Ou seja, pode o segurado 
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo54/294
optar por ir diretamente ao Poder Judiciá-
rio para obter o benefício previdenciário, ou 
tem que passar primeiramente pelo INSS?
À primeira vista, poder-se-ia alegar que a 
necessidade de se ir primeiramente ao INSS 
violaria o direito de ação previsto no art. 5º, 
inciso XXXV3. Ocorre que somente se pode 
falar em lesão ou ameaça de lesão a direi-
to no âmbito previdenciário quando houver 
pretensão resistida pelo INSS, seja pelo in-
deferimento, seja pela omissão no atendi-
mento do pleito pela autarquia previdenci-
ária (LAZZARI et al., 2016, p. 612).
3 Art. 5º.XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi-
ciário lesão ou ameaça a direito;
Depois de muitos debates, o STF4 já decidiu 
em sede repercussão geral (caráter vincu-
lante) que a concessão de benefícios pre-
videnciários depende de requerimento do 
interessado, de modo que não se caracte-
riza ameaça ou lesão a direito antes de sua 
apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se 
excedido o prazo legal para sua análise. 
Na prática, se o INSS não recusa o benefí-
cio, não há que se falar em pretensão re-
sistida, ou interesse de agir, e o processo 
acaba sendo extinto por carência de ação. 
Isso porque o interesse de agir é juntamen-
te com as condições da ação. Nesse senti-
do defende o magistrado Bruno Takahashi 
(2012, s.p.) que:
4 RE 631.240, rel. min. Roberto Barroso, julgamento em 3-9-
2014, Plenário, DJE de 10-11-2014, com repercussão geral.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo55/294
O interesse de agir, juntamente com a legitimidade de partes e a possibi-
lidade jurídica do pedido, é enumerado como uma das condições da ação 
pelo Código de Processo Civil no inciso VI do artigo 267. Segundo o co-
nhecimento corrente, o interesse de agir sustenta-se sobre o binômio ne-
cessidade-adequação. Dessa forma, para existir essa condição da ação, a 
pretensão do autor somente pode ser satisfeita por meio do ingresso em 
juízo (necessidade) e a providência judicial requerida deve ser capaz de 
corrigir a situação conflituosa (adequação) (TAKAHASHI, 2012, s.p).
Mas a exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias adminis-
trativas. 
Já em caso de requerimento de revisão de benefício, é facultado ao segurado ir diretamente ao 
Poder Judiciário. Com efeito, no julgamento do RE 631.240/MG, o Supremo Tribunal Federal fixou 
o entendimento de que o acesso à justiça depende de prévio requerimento administrativo tão 
somente nas ações de concessão de benefício previdenciário. Foram ressalvadas as hipóteses de 
pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo56/294
Há diversos enunciados do FONAJEF sobre o requerimento administrativo, conforme se observa: 
Enunciado 77- O ajuizamento da ação de concessão de benefício da segu-
ridade social reclama prévio requerimento administrativo.
Enunciado nº 78- O ajuizamento da ação revisional de benefício da seguri-
dade social que não envolva matéria de fato dispensa o prévio requerimento 
administrativo, salvo quando houver ato oficial da Previdência reconhecen-
do administrativamente o direito postulado (Revisado no IX FONAJEF).
Enunciado nº 79- A comprovação de denúncia da negativa de protocolo de 
pedido de concessão de benefício, feita perante a ouvidoria da Previdência 
Social, supre a exigência de comprovação de prévio requerimento administra-
tivo nas ações de benefícios da seguridade social (Aprovado no III FONAJEF). 
Enunciado nº 80- Em juizados itinerantes, pode ser flexibilizada a exigência 
de prévio requerimento administrativo, consideradas as peculiaridades da 
região atendida (Aprovado no III FONAJEF)
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo57/294
O Supremo Tribunal Federal5 estabeleceu regra de transição para os processos em curso, confor-
me se percebe do seguinte excerto do julgado: 
Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento (03.09.2014), 
sem que tenha havido prévio requerimento administrativo nas hipóteses em que 
exigível, será observado o seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito 
de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não deverá 
implicar a extinção do feito;
5 RECURSO EXTRAORDINÁRIO 631.240 MINAS GERAIS RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO. Julgado em 03/09/2014.
Para saber mais
O Fonajef é um evento promovido anualmente pela Ajufe desde 2004. Seu objetivo é discutir temas, sis-
temáticas e soluções para aprimorar o funcionamento dos juizados especiais federais, a partir do debate 
a respeito das mais diversas situações vivenciadas pelos juízes federais que atuam nestes órgãos da Jus-
tiça Federal. Até o momento, o Fonajef já aprovou 180 enunciados. Disponível em: <http://www.ajufe.
org/eventos/fonajef/fonajef/>. Acesso em set. 2016.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo58/294
(ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado o 
interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se en-
quadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a seguir.
Nos demais casos, foi determinado o sobrestamento das ações de modo a intimar o autor a in-
gressar com o requerimento administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do processo. As-
sim decidiu o STF, verbis: 
Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido administra-
tivo em 30 dias, sob pena de extinção doprocesso. Comprovada a postulação ad-
ministrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, 
prazo dentro do qual a Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente ne-
cessárias e proferir decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não 
puder ter o seu mérito analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, 
extingue-se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito 
deverá prosseguir. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise 
administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do início da ação 
como data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo59/294
Glossário
APSADJ: agência da Previdência Social destinada ao atendimento de demandas judiciais.
FONAJEF: Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais.
APS: Agência da Previdência Social.
Questão
reflexão
?
para
60/294
Após decorrido o prazo de 60 dias desde que se ingres-
sou com o requerimento administrativo perante alguma 
agência da Previdência Social, o INSS ainda não decidiu. 
Qual ação cabível?
61/294
Considerações Finais
• O INSS é uma autarquia de âmbito nacional e tem por finalidade pro-
mover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios ad-
ministrados pela Previdência Social, assegurando agilidade e como-
didade aos seus usuários.
• O ajuizamento da ação de concessão de benefício da seguridade so-
cial reclama prévio requerimento administrativo.
• No julgamento do RE 631.240/MG, foram ressalvadas as hipóteses de 
pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício 
anteriormente concedido.
• Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pe-
dido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do processo. 
Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado a se 
manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo dentro do qual a 
Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente necessárias 
e proferir decisão.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo62/294
Referências 
ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios Previdenciários. Temas integrais revisados e atualizados 
pelo autor com obediência às Leis especiais e gerais. 4. ed. São Paulo: Leud, 2009.
BARROS, Allan Luiz Oliveira. Linhas Gerais Sobre o Processo Administrativo Previdenciário. Re-
vista AGU, ano IX nº 26 – Brasília-DF, out/dez. 2010.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.plan-
alto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 25.08.2016.
____. Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/Leis/L9784.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
____ Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L8212cons.htm> Acesso em: 05.09.2016.
____Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L8213cons.htm> Acesso em: 05.09.2016.
____Lei n. 8.029, de 12 de abril de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/
leis/L8029cons.htm> Acesso em: 05.09.2016.
____Lei n. 12.663. de 5 de junho de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2011-2014/2012/Lei/L12663.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo63/294
____Lei n. 11.457, de 16 de março de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11457.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
____Lei n. 11.098 de 13 de janeiro de 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/_ato2004-2006/2005/lei/L11098.htm>. Acesso em: 05.09.2016.
____Decreto n. 3048, de 06 de maio de 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/decreto/d3048.htm> Acesso em: 05.09.2016.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 15. 
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
LAZZARI, João Batista; [et al.] Prática processual previdenciária: administrativa e judicial. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2016.
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Princípios de direito previdenciário. 6. ed. São Paulo: LTr, 2015.
MASOTTI, Viviane. O processo administrativo previdenciário. In: Revista EPD – Escola Paulista de 
Direito. São Paulo: Escola Paulista de Direito, ano 2, n. 2, p. 337-365, mar./abr. 2006.
SERAU Jr., M. A; FOLMANN, M. (orgs) Previdência Social: em busca da justiça social. Homenagem 
ao professor Dr. José Antônio Savaris. São Paulo: LTR, 2015.
Unidade 2 • O Requerimento Administrativo64/294
TAKAHASHI, Bruno. O prévio indeferimento administrativo em matéria previdenciária e a fixação 
dos pontos controvertidos da demanda. Ieprev, Belo Horizonte, ano 06, n. 236, 9 ago. 2012
VARGAS, Alberto Rodrigo Patino. Revisitando o princípio da legalidade sob o paradigma prin-
cipiológico constitucional previdenciário. In: SERAU Jr., M. A; FOLMANN, M. (Orgs). Previdência 
Social: em busca da justiça social. Homenagem ao professor Dr. José Antônio Savaris. São Paulo: 
LTR,2015. 
65/294
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Requerimento Administrativo. 
Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
97c4b6334af866367cebb93b29d43b74>.
Aula 2 - Tema: Requerimento Administrativo. 
Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
cef6a5947535c2b7a5a473e2705b8109>.
66/294
1. Com relação ao INSS, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O INSS é uma autarquia de âmbito nacional, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento 
Social e Agrário.
b) O INSS tem por finalidade promover o reconhecimento de direito ao recebimento de bene-
fícios administrados pela Previdência Social, assegurando agilidade e comodidade aos seus 
usuários.
c) É o INSS também responsável pela operacionalização do benefício assistencial de prestação 
continuada (LOAS) e dos benefícios decorrentes de acordos internacionais.
d) Não detém o INSS legitimidade para concessão de benefícios de natureza indenizatória, re-
gidos por legislação especial.
e) O INSS é considerado como fazenda pública, devido sua natureza jurídica de autarquia fede-
ral.
Questão 1
67/294
2. São de responsabilidade do INSS os benefícios abaixo, EXCETO:
Questão 2
a) Auxílio-reclusão.
b) LOAS-Idoso.
c) Pensão especial devida às vítimas de talidomida.
d) Pensão especial de ex-combatente.
e) Aposentadoria por invalidez.
68/294
3. Analise as alternativas abaixo e assinale a INCORRETA.
Questão 3
a) O processo administrativo previdenciário possui quatro fases, quais sejam: inicial, instrutó-
rio, decisória e recursal.
b) A primeira fase do procedimento administrativo previdenciário inicia com o protocolo do 
requerimento administrativo.
c) O requerimento administrativo pode ser feito pelo próprio segurado, por procurador legal-
mente constituído ou ainda representante legal.
d) O requerimento de benefícios é composto de duas etapas: o agendamento por meio de um 
dos canais de atendimento e apresentação da documentação no local, data e horário agen-
dado.
e) Será considerada como DER a data de deferimento do benefício.
69/294
4. Assinale a alternativa que apresenta a hipótese na qual o Requerimento 
administrativo do benefício previdenciário é dispensável.
Questão 4
a) Juizados itinerantes.
b) LOAS idoso.
c) Pensão por morte.
d) Auxílio-maternidade.
e) Aposentadoria por tempo de contribuição.
70/294
5. Assinale a alternativa que apresenta o que ficou decidido após o julga-
mento do RE 631.240/MG, pelo STF.
Questão 5
a) Caso a ação tenha sido ajuizada no âmbitode Juizado Itinerante, a ausência de anterior pe-
dido administrativo deverá implicar a extinção do feito.
b) Caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado o interesse em 
agir pela resistência à pretensão.
c) As ações que não se enquadrem no julgamento ficarão sobrestadas ad eternum.
d) Foi determinado o sobrestamento das ações de modo a intimar o autor a ingressar com o 
requerimento administrativo, sem prazo estabelecido. 
e) Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido administrativo em 30 
dias, sob pena de julgamento do processo no estado em que se encontra.
71/294
Gabarito
1. Resposta: D.
O INSS detém legitimidade para concessão 
de benefícios de natureza indenizatória, re-
gidos por legislação especial, tais como a 
pensão aos portadores de talidomida, sol-
dado da borracha, etc.
2. Resposta: D.
É de competência da União Federal.
3. Resposta: E.
Será considerada como DER a data de agen-
damento do benefício.
4. Resposta: A.
Enunciado nº 80 do FONAJEF: “Em juizados 
itinerantes, pode ser flexibilizada a exigên-
cia de prévio requerimento administrativo, 
consideradas as peculiaridades da região 
atendida.”
5. Resposta: B.
No julgamento do RE 631.240/MG, o STF as-
sentou o entendimento de que, caso o INSS 
já tenha apresentado contestação de méri-
to nos autos, está caracterizado o interesse 
em agir pela resistência à pretensão.
72/294
Unidade 3
Meios de Prova no Direito Previdenciário: A Instrução do Processo Administrativo
Objetivos
1. Analisar a fase instrutória do processo 
administrativo previdenciário;
2. Verificar os meios de prova utilizados 
no processo administrativo previden-
ciário;
3. Estudar a fase decisória do processo 
administrativo previdenciário.
Unidade 3 • Meios de Prova no Direito Previdenciário: A Instrução do Processo Administrativo73/294
Introdução
O requerimento será analisado por servidor 
competente, que analisará o preenchimen-
to dos requisitos para a concessão do bene-
fício, tendo como subsídio sistemas dispo-
níveis, tais como PLENUS e CNIS. Trata-se 
da fase instrutória do processo administra-
tivo previdenciário. 
Ao analisar o requerimento do segurado, o 
servidor do INSS irá efetuar a análise da do-
cumentação, a fim de verificar o preenchi-
mento dos requisitos para a concessão do 
benefício pretendido. 
Nesse contexto, em que pese não ser moti-
vo para indeferir o benefício, a ausência de 
algum documento enseja o envio de carta 
de exigência pelo INSS, na qual se elencam 
os documentos necessários à análise do be-
nefício. 
Assim, a teor do disposto no § 7º do art. 678, 
esgotado o prazo para o cumprimento da 
exigência sem que os documentos tenham 
sido apresentados, o processo será decidi-
do com base nos dados constantes dos sis-
temas informatizados do INSS, para somen-
te depois haver análise de mérito quanto ao 
pedido de benefício.
De todo modo, conforme estabelecido pelo 
art. 27 da Lei do processo administrativo fe-
deral, o desatendimento da intimação não 
importa o reconhecimento da verdade dos 
fatos, nem a renúncia a direito pelo admi-
nistrado.
Ainda que o processo tramite por impulso 
oficial, poderá o interessado juntar docu-
mentos e requerer diligências. Somente po-
derá se recusar a produção de provas solici-
Unidade 3 • Meios de Prova no Direito Previdenciário: A Instrução do Processo Administrativo74/294
tadas pelo interessado se forem absolutamente impertinentes, desnecessárias ou protelatórias 
(Artigo 38, § 2º da Lei 9.784∕99). 
Caso o interessado declare que fatos a serem provados constam de documentos que se encon-
tram em outro processo no próprio INSS ou em outro órgão da administração, cabe ao INSS re-
quisitar tais documentos, e não os exigir do interessado. É o que dispõe o art. 37 da Lei 9.784/99, 
verbis:
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registra-
dos em documentos existentes na própria Administração responsável pelo 
processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a 
instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respecti-
vas cópias.
Os principais sistemas ou bancos de informações do INSS são: PLENUS, CNIS, SABI, SUIBE e, mais 
recentemente, também o CadÚnico. 
Unidade 3 • Meios de Prova no Direito Previdenciário: A Instrução do Processo Administrativo75/294
Vale registrar que desde 2009, com a al-
teração do regulamento da Previdência 
Social (Decreto 3.048/99) pelo Decreto 
6.722/20081, os dados constantes do CNIS 
relativos a vínculos, remunerações e con-
tribuições valem como prova de filiação à 
Previdência Social, tempo de contribuição 
1 Art. 19. Os dados constantes do Cadastro Nacional de In-
formações Sociais - CNIS relativos a vínculos, remunerações e 
contribuições valem como prova de filiação à previdência so-
cial, tempo de contribuição e salários-de-contribuição. (Re-
dação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 1o O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, a in-
clusão, exclusão ou retificação das informações constantes 
do CNIS, com a apresentação de documentos comprobatórios 
dos dados divergentes, conforme critérios definidos pelo INSS, 
independentemente de requerimento de benefício, exceto na 
hipótese do art. 142. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 
2008).
§ 2o Informações inseridas extemporaneamente no CNIS, in-
dependentemente de serem inéditas ou retificadoras de dados 
anteriormente informados, somente serão aceitas se corrob-
oradas por documentos que comprovem a sua regularidade. 
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Para saber mais
O CNIS contém 230 milhões de registros de pes-
soas físicas, 700 milhões de vínculos emprega-
tícios, 20,2 bilhões de dados de remunerações e 
outros 2,3 bilhões de contribuições. Por meio des-
se cadastro a administração faz um cruzamento 
de dados e informações dos cidadãos relativos 
a seus dados pessoais, vínculos empregatícios, 
contribuições previdenciárias vertidas, benefícios 
requeridos, remunerações percebidas de seus re-
gistros de relações de trabalho, bem como outros 
dados pessoais necessários para se gerenciar as 
políticas sociais.1
1 DATAPREV. Rodrigo Assumpção apresenta CNIS durante 
fórum do Banco Mundial. Disponível em: <http://portal.dat-
aprev.gov.br/rodrigo-assumpcao-apresenta-cnis-du-
rante-forum-do-banco-mundial>. Acesso em nov. 2016. 
Unidade 3 • Meios de Prova no Direito Previdenciário: A Instrução do Processo Administrativo76/294
e salários de contribuição, o que permite 
o reconhecimento automático de direitos 
previdenciários.
É facultado ao segurado solicitar a inclusão 
ou retificação das informações constantes 
do CNIS, com a apresentação de documen-
tos comprobatórios dos dados divergentes, 
que comprovem sua regularidade.
Não constando do CNIS informações sobre 
contribuições ou remunerações, ou haven-
do dúvida sobre a regularidade do vínculo, 
motivada por divergências ou insuficiências 
de dados relativos ao empregador, ao segu-
rado, à natureza do vínculo, ou a procedên-
cia da informação, esse período respectivo 
somente será confirmado mediante a apre-
sentação pelo segurado da documentação 
comprobatória solicitada pelo INSS. (Incluí-
do pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Já o Plenus é uma ferramenta de consulta de 
informações cadastrais dos beneficiários da 
Previdência Social, inclusive vencimentos 
(somente relativos ao último ano), além de 
dados técnicos sobre os benefícios concedi-
dos. É por meio do Plenus que são feitas as 
consultas ao SUB.2
O sistema SABI armazena as informações 
relativas às perícias médicas realizadas pe-
los médicos peritos do INSS, na análise do 
preenchimento dos requisitos para a con-
cessão dos benefícios por incapacidade.