Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* * Disciplina: Introdução à Bioquímica Professor: Juan Carlos Alvarez-Pizarro Unidade IV Carboidratos * * Composição química dos carboidratos Funções e classificação dos carboidratos Monossacarídeos: aldoses e cetoses Estereoquímica Definição de epímeros Estrutura cíclica dos monossacarídeos (hemiacetais e hemicetais) Configuração piranosídica e furanosídica Derivados de monossacarídeos Carboidratos * * Carboidratos – composição química Quimicamente, os carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxiacetona, ou substâncias que geram estes compostos quando são hidrolisadas. Fórmula empírica: C(H2O)n , n ˃ 3. Alguns carboidratos também contêm nitrogênio, fósforo e enxofre. * * Carboidratos: funções Alguns carboidratos (glicose e amido) são o principal elemento da dieta em muitas partes do mundo, e sua oxidação é a principal via de produção de energia na maioria de células não fotossintéticas. Agem como elementos estruturais e protetores nas paredes celulares bacterianas e vegetais e também no tecido conjuntivo de animais. Lubrificam as articulações e auxiliam o reconhecimento e a adesão intercelular. Atuam como sinais que determinam a localização intracelular ou o destino metabólico de glicoproteínas ou glicolipídeos (glicoconjugados). * * Carboidratos - classificação Incluem os açucares simples, os oligossacarídeos e os polissacarídeos. Açucares simples ou monossacarídeos são constituídas por uma única unidade poliidroxicetonica ou poliidroxialdeídica. Exemplo: glicose provê tanto uma fonte de energia como material para iniciar a síntese de outros compostos celulares. Oligossacarídeos consistem em cadeias curtas de unidades de monossacrideos, ou resíduos, unidas por ligações glicosídicas. Os mais abundantes são os dissacarídeos (duas unidades monossacarídicas). Exemplo: sacarose ou açucar de cana. Os polissacarídeos são polímeros que contêm mais de 20 unidades monossacarídicas; alguns possuem centenas e milhares. Exemplo: amido e glicogênio. * * Monossacrídeos São derivados de aldeídos e cetonas de alcoóis poliidroxílicos, de cadeia não ramificada (aberta), na qual todos os átomos de carbono estão unidos por ligações simples. São sólidos cristalinos e incolores, plenamente solúveis em água, mas insolúveis em solventes apolares. A maioria tem sabor adocicado. Classificação: Aldoses ou cetoses. De acordo com o número de carbonos presente na molécula, estes podem ser trioses (3C), tetroses (4C), pentoses (5C), hexoses (6C) e heptoses (7C). * * Monossacarídeos representativos * * Monossacarídeos apresentam centros assimétricos Todos os monossacarídeos, com exceção da diidroxiacetona contêm um ou mais átomos de carbono assimétrico. O gliceraldeído possui um centro quiral que determina a existência de dois possíveis enantiômeros (estereoisoimeros), chamados L ou D, que são imagens especulares um do outro. Todos os carboidratos que possuem uma configuração semelhante ao D gliceraldeído pertencem à série D, e aqueles com configuração semelhante ao L gliceraldeído pertencem à serie L. * * Em geral, as aldoses e cetoses com n átomos de carbono assimétrico têm 2n estereoissomeros. Ex: gliceraldeído (3C), possui um centro asimétrico, portanto ele terá dois possíveis estereoissomeros (21=2). Em aldohexoses (6C), existem quatro centros assimétricos, portanto o número de estereoissômeros é de 16 (a glicose é um dos 16 estereoissomeros). As cetohexoses possem um átomo de carbono assimétrico a menos quando comparada a uma aldose, portanto o número de estereoisômeros possíveis é de 8. Cálculo do número de estereoisômeros * * Para cada um dos comprimentos da cadeia carbônica, os estereoisômeros dos monossacarídeos podem ser divididos em dois grupos, os quais diferem quanto à configuração do centro quiral mais distante do carbono carbonil. Aqueles nos quais a configuração do carbono de referência é a mesma daquela do D-gliceraldeído são designados isômeros D. Quando o grupo hidroxil do carbono de referência está à direita em uma fórmula de projeção que apresenta o carbono carbonil no topo. Aqueles com a mesma configuração do L-gliceraldeído são isômeros L. O grupo hidroxila está à esquerda em uma fórmula de projeção . Convenção para designação de estereoisômeros em açucares simples * * Fórmulas de projeção de aldoses de três a seis átomos de carbono Os estereoissômeros dos monossacarídeos podem ser divididos em dois grupos, os quais diferem quanto a configuração do centro quiral mais distante do carbono do carbonil. * * Fórmulas de projeção de cetoses de três a seis átomos de carbono * * Dois açucares que diferem apenas na configuração de um único carbono assimétrico são chamados de epímeros. Exemplos: D-glicose como a D-manose, que diferem apenas na configuração do C-2, são epímeros, assim como, D-glicose e D-galactose (que diferem no C-4). Epímeros * * Em solução aquosa, as aldotetroses e todos os monossacarídeos com cinco ou mais átomos de carbono no esqueleto ocorrem predominantemente como estruturas cíclicas. As estruturas cíclicas dos monossacarídeos resultam da reação intramolecular que ocorre entre o grupo aldeído (ou cetona) e uma hidroxila, para formar hemiacetais (e hemicetais). Estes contêm um átomo de carbono assimétrico adicional e podem, portanto, existir em duas formas estereoisoméricas. Estrutura cíclica de monossacarídeos * * * * Se o aldeído do C1 reage com a hidróxila do C5 reagem, o hemiacetal intramolecular resultante é a D-glucopiranose. Esta molécula tem dois estereoisômeros (anômeros), designados α e β. Os anômeros α e β da glicose se interconvertem em solução aquosa por um processo chamado de mutarrotação. No anómero α, a OH substituinte está do lado oposto ao grupo CH2OH, o outro anómero é conhecido como a forma β. Em solução aquosa, os anômeros α e β da glucopiranose são rapidamente interconversíveis. No equilíbrio existe um terço do anômero α e dois terços do anômero β, com muita poucas moléculas na estrutura aberta. * * A cetoexoses também ocorrem em formas anoméricas α e β. Nestes compostos , o grupo hidroxila no carbono 5 (ou C-6) reage com o grupo da cetona em C-2, formando um anel furanose (ou piranose) contendo uma ligação hemicetal. O anômero mais comum deste açucar, em formas combinadas ou em derivados, é o β-D-frutofuranose. * * * * Usadas para mostrar a conformação das formas em anel de monossacarídeos. Porém, o anel de seis membros não é planar, mas tende a assumir uma de duas possíveis conformações: barco e cadeira. Fórmulas em perspectiva de Haworth Duas conformações possíveis da β-D-glicose. Este açucar é a única aldohexose, no qual os grupos substituintes assumem uma posição equatorial. Conformações em barco e cadeira da glucopiranose. A conformação em barco é termodinamicamente mais estável. * * Aminoaçúcares – o grupamento hidroxil no C-2 do composto parental é substituído por um grupo amino. Exemplo: glicosamina, galactosamina ou manosamina. Na maioria dos casos, o grupo amino está condensado ao ácido acético, como na N-acetil glicosamina. Este derivado da glicosamina compões muitos polímeros estruturais, incluindo aqueles da parede celular de bactérias. Derivados de açúcares simples * * A parede celular bacteriana também contém um derivado de glicosamina, o ácido N-acteilmurâmico, no qual o ácido láctico (um ácido carboxílico de três carbonos) esta ligado por uma ligação eter ao oxigênio do C-3. * * Desoxiaçúcares – resultam da substituição de um grupo OH do composto parental por um átomo de H. A substituição no C-6 da L-galactose ou L-manose origina L-fucose ou L-ramanose, respectivamente. A L-fucose é encontrado em oligossacarídeos complexos que compõem glicoproteínas e glicolipídeos; a L-ramanose é encontrada em polissacarídeos vegetais. A desoxiribose é um constituinte do DNA. Derivados de açúcares simples * * Açúcares ácidos – resultam da oxidação do carbono do carbonila (aldeído) . Ácidos aldônicos – resultam da conversão do seu grupo aldeído para um ácido carboxílico funcional . Exemplo ácido glucônico Ácido urônicos - resultam da oxidação específica do grupo álcool primário. Exemplos: ácido glicorônico (glicoronato), ácido galacturônico e ácido manurônico. São componentes importantes de muitos polissacarídeos. Tanto os ácidos aldônicos como os urônicos formam esteres intramoleculares chamados lactonas. Exemplo: a vitamina C ou ácido ascorbico. Derivados de açúcares simples * * * * Ésteres de fosfato – resultam da condensação do ácido fosfórico com um dos grupos hidroxila de um açúcar. São relativamente estáveis a pH neutro e possuem uma carga negativa. Encontram-se durante a síntese e o metabolismo de carboidratos. Exemplo glicose 6-P derivado da glicose. Derivados de açúcares simples * * Açucares com átomo de carbono anomérico livre são bons agentes redutores e podem reduzir ferrocianeto, peróxido de H e certos metais como Cu2+ e Ag+. Em presença de um açúcar, este é convertido a uma açúcar ácido. Se for uma aldose, esta é oxidada a um ácido aldônico (ácido glucônico) . Açúcares com esta capacidade são chamados de açucares redutores. Propriedades redutoras dos monossacarídeos
Compartilhar