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APENDICITE ENSINO CLINICO EM SAUDE DO ADULTO E DO IDOSO – TEÓRICO. ESTUDO DE CASO M.O.R, 25 anos deu entrada no setor de emergência com queixa de vômito, náusea e diminuição do apetite há dois dias, febre (38° C) há um dia, dor abdominal e lombar difusa de forte intensidade. Refere que a urina está mais escura e com “odor forte”, não evacua há três dias. Trabalha como balconista, alimenta-se durante a semana com lanches e salgadinhos, dorme em média seis horas por noite, mas nos últimos dias não tem dormido por conta da dor e desconforto. Nega doenças pregressas. Exame físico: Consciente, orientada, pálida, agitada. Sinais vitais: P.A: 150X 90 mmhg, FC= 22 mpm; T: 38° C, na ausculta cardíaca bulhas normorítmicas e normofonéticas, ritmo respiratório e expansibidade torácica sem anormalidades, MVF à ausculta respiratória. Apresenta rigidez abdominal, defesa abdominal, sinal de blumberg positivo. MM sem alterações. A paciente encontra-se apática e com medo de estar grávida. Dados antropométricos: altura 1,60 m; peso=54 Kg. APENDICITE O apêndice é uma pequena extensão tubular que termina em fundo cego. Com formato de uma pequena bolsa, ele possui cerca de 10 cm e apresenta ligação com a primeira parte do intestino grosso. Ele está localizado na região inferior direita do abdômen, no ceco, que por sua vez está ligado à primeira porção do intestino grosso. Um apêndice vermiforme inflamado causa dor aguda que frequentemente inicia-se na porção superior ou média do abdome; Ele é comum em crianças e adolescentes. Outros sintomas de apendicite incluem febre branda, náusea, vômitos e, às vezes, perda de apetite e micção frequente. Em muitos casos, a inflamação evolui tão rapidamente que o paciente necessita de hospitalização urgente. A remoção cirúrgica do apêndice vermiforme, denominada apendicectomia, é uma das operações de emergência mais efetuadas. Se não tratado, um apêndice inflamado pode romper-se, causando peritonite (Inflamação do revestimento abdominal) e abscessos. FISIOPATOLOGIA Apesar do apêndice se localizar no quadrante inferior direito do abdômen, a dor de um quadro de apendicite nas suas primeiras 6 a 8 horas costuma ficar localizada ao redor do umbigo. O paciente não consegue determinar com exatidão o local que dói. Embora não seja demonstrável em todos os casos, a obstrução da luz do apêndice por um fecalito é o evento iniciador mais comum (Conforme Raio x e Ultra Son do abdômen, onde mostra presença de fecalito e distensão do lúmen apendicular). Quando há obstrução do apêndice o muco normalmente secretado fica impactado, provocando distensão e trombose. O aporte sanguíneo é comprometido favorecendo a invasão bacteriana; a gangrena e a perfuração podem ocorre em aproximadamente 24 horas. A dor está presente no flanco direito e na região posterior do abdome, (conforme relatado pela paciente, dor abdominal e lombar difusa e de forte intensidade), frequentemente confundida com pielonefrite aguda, uma vez que a punho percussão positiva (Sinal de Giordano positivo), leucocitúria e hematúria costumam estar presente (conforme exames laboratoriais demonstram). A dor à flexão ativa da coxa direita é característica. EXAMES LABORATORIAIS A maioria dos pacientes com apendicite aguda mostra alteração no hemograma, caracterizada por aumento do número das células de defesa (leucócitos), que variam de 10.000 a 20.000 células (o normal é de até 10000 células). O exame de urina também pode mostrar alteração, devido ao contato do apêndice inflamado com o ureter e a bexiga. Quanto aos exames de imagem, os mais utilizados atualmente são a ultrassonografia e a tomografia computadorizada de abdome. Estes exames mostram o espessamento do apêndice e a presença de pus ao seu redor (abscesso). Além disso, estes exames também são úteis para o diagnóstico de outras doenças que causam dor abdominal, e que podem ser confundidas com apendicite, principalmente nas mulheres (cisto de ovário, gravidez tubária). Os estudos atuais mostram que a tomografia computadorizada mostra maior eficácia do que a ultrassonografia para os diagnósticos de apendicite aguda. No estudo de caso foram os seguintes resultados: Leucograma – 15.000 células/mm³ (referencia 5.000-10.000 leucócitos/mm³). Neutrofilia – 12.000 células/mm³ (referencia 3.000-7.000). Ambos os resultados demonstram que existe mesmo que pequena alteração uma infecção no organismo. Exame de urina – 7.000 células/mm³ com discreta hematúria. Representa que a uma concentração pequena de sangue na urina, provavelmente células de defesa (leucócitos) que sugerem infecção no organismo. Exames de imagem Raio X - Abdômen: presença de fecalito no QID – FECALITO, Resultado de muito tempo com as fezes presas no intestino, perdendo, assim, grande quantidade de água e ficando, consequentemente, dura que nem pedra. A apendicite é causada, habitualmente, por um pequeno bloco de fezes endurecidas, que obstrui o apêndice ou por inflamação do tecido linfático que ricamente está presente nesta estrutura. Ultra Sonografia – Abdômen: apêndice com 8mm de espessura, distensão do lúmen apendicular. O apêndice é considerado espesso quando maior ou igual a 8 mm de diâmetro transverso. Habitualmente, o conteúdo no seu interior é líquido. Sua distensão raramente ultrapassa 15 a 20 mm, pois geralmente a perfuração ocorre primeiro. Valores maiores sugerem a possibilidade de mucocele ou de neoplasia. (referencia, http://www.scielo.br/scielo). SINAL DE BLUMBERG Com o paciente em decúbito dorsal, por ocasião da palpação, provoca-se uma descompressão no ponto que correspondia porção distal do 2/3 da linha que liga a cicatriz umbilical á espinha ilíaca ântero-superior direita. Esse sinal esta presente quando a descompressão brusca resulta em dor súbita e intensa, denotando irritação peritoneal, como ocorre na apendicite aguda. (livro exame clinico - roteiro estruturado) TRATAMENTO PARA APENDICITE O tratamento da apendicite é feito com o uso de analgésicos, antitérmicos, antibióticos e anti-inflamatórios. No entanto, é possível que os medicamentos não sejam suficientes e o indivíduo ter que fazer cirurgia para retirar o apêndice. Atualmente, a técnica cirúrgica mais utilizada para retirar o apêndice é a laparoscopia, em que são feitos 3 pequenos furos, permitindo uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Contudo, pode-se recorrer à cirurgia tradicional fazendo um corte na região direita do abdômen, para a retirada do apêndice. O internamento dura cerca de 1 a 2 dias, a recuperação geralmente ocorre por volta dos 15 dias após a cirurgia, podendo chegar aos 30 dias em caso de apendicectomia tradicional e o retorno às atividades físicas depois de 3 meses. Nos primeiros dias depois da cirurgia o indivíduo deve repousar, comer alimentos ricos em fibras, evitar levantar objetos pesados, beber bastantes líquidos e evitar dirigir. CIRURGIA LAPAROSCOPIA CIRURGIA LAPAROSCOPIA Uma nova técnica para retirada do apêndice através do umbigo garante uma recuperação mais rápida e sem cicatrizes. Essa cirurgia foi realizada de forma pioneira em Criciúma pelos médicos Airton Varela Jr. e Christian Prado, no Hospital Unimed. O procedimento foi realizado através de vídeo cirurgia, utilizando uma cicatriz natural, que é o umbigo, como porta de entrada para a cavidade abdominal com apenas uma incisão (corte), em uma criança de nove anos. METODOTRADICIONAL PROCESSO DE ENFERMAGEM Diagnostico de enfermagem: Dor aguda Definição: Experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesão tissular real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão; início súbito ou lento, de intensidade leve a intensa, com término antecipado ou previsível e com duração menor que 3 meses. Características Definidoras: Caracterizado por mudanças no apetite; Expressão facial; Alteração na pressão sanguínea; Mudança na frequência cardíaca; Escala padrão de intensidade da dor. Fatores Relacionados: Relacionado a agentes lesivos biológicos DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Diagnóstico de enfermagem: Nutrição desequilibrada, menor que as necessidades corporais. Definição: Ingestão de nutrientes insuficiente para satisfazer às necessidades metabólicas. Características Definidoras: Dor abdominal; Interesse insuficiente pelos alimentos; Ingestão de alimentos menor que a ingestão diária recomendada (IDR) Fatores Relacionados: Relacionado a ingestão alimentar insuficiente. Diagnóstico de enfermagem: Eliminação e troca Função gastrintestinal Definição: Diminuição na frequência normal de evacuação, acompanhada por eliminação difícil ou incompleta de fezes e/ou eliminação de fezes excessivamente duras e secas. Características definidoras: Dor abdominal; Mudança no padrão intestinal; Redução no volume das fezes; Sensibilidade abdominal com resistência muscular palpável; Vômito. Fatores relacionados: Fraqueza dos músculos abdominais; Hábitos alimentares inadequados; Ingestão de fibras insuficiente; Motilidade gastrintestinal diminuída. Diagnóstico de enfermagem: Insônia Definição: Distúrbio na quantidade e qualidade do sono que prejudica o desempenho normal das funções da vida diária. Características definidoras: Alteração no padrão de sono; Estado de saúde comprometido; Padrão de sono não restaurador; Redução na qualidade de vida. Fatores relacionados: Desconforto físico; Estressores. Diagnostico de enfermagem: Risco de infecção no sítio cirúrgico Definição: Suscetibilidade à invasão de organismos patogênicos no sítio cirúrgico que pode comprometer a saúde. Populações em risco: Aumento da exposição ambiental a patógenos; Contaminação de ferida cirúrgica. Condições associadas: Duração da cirurgia; Infecções em outros sítios cirúrgicos; Procedimento invasivo; Tipo de procedimento cirúrgico. Diagnostico de enfermagem: Termorregulação Ineficaz Definição: Oscilação da temperatura entre hipotermia e hipertermia. Características definidoras: Aumento da temperatura corporal acima dos parâmetros normais; Palidez moderada; Hipertensão; OBSERVAÇÃO: A paciente deveria estar com taquicardia, mas segundo o estudo de caso ela apresenta FC 22 mpm. Está certo esta informação??? Fatores relacionados: Desidratação. Condições associadas: Alteração na taxa metabólica; Condição que afeta a regulação da temperatura; Trauma. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NIC: - Controle e alívio da dor e administração de medicamentos analgésicos; - Planejamento da dieta e terapia; - Monitorização dos sinais vitais; - Controle e aconselhamento nutricional; - Orientar a importância de uma dieta balanceada; - Estimular a mudança dos hábitos alimentares; - Alimentação rica vitaminas e sais minerais como hortaliças e frutas; - Controle da náusea; - Controle de medicamentos; - Redução da ansiedade; - Melhora do sono; - Precauções contra hipertermia maligna; CUIDADOS DE ENFERMAGEM NIC: - Regulação da temperatura; - Tratamento da febre; - Administração de medicamentos; - Banho; - Controle da infecção; - Controle do ambiente; - Controle hídrico; - Controle de choque; - Supervisão da pela. A hipertermia é a reação do organismo, contra um patogeno sinal de inflamação ou infecção, que também podem ser observados com o aumento dos leucócitos “células de defesa”, que sugerem uso de antibiótico terapia. RESULTADOS ESPERADOS NOC: - Alcance da percepção positiva dos cuidados de enfermagem para aliviar a dor; - Regularizar o intervalo das refeições diárias e ingestão de alimentos saudáveis; - Ingestão de nutrientes; - Adesão à dieta balanceada; - Melhora apetite- desejo de comer; - Melhora quando doente ou recebendo tratamento; - Inclusão de verduras e legumes na dieta e diminuição de alimentos gordurosos e frituras; - Melhora da fadiga generalizada; - Bem estar pessoal - Alcance da percepção positiva da própria condição de saúde; - Melhora e eliminação do processo infeccioso.