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Imunologia
1ª edição
2017
Imunologia
2
3
Unidade 2
Imunidade Específica ou 
Adquirida 
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade você aprenderá sobre como os antígenos e os receptores 
presentes em diferentes tipos celulares são capazes de reconhecê-los e 
desenvolver uma resposta imune específica e eficiente a ponto de eliminar 
o patógeno. Todos esses conceitos são extremamente importantes para 
que você consiga entender todas as demais aulas de Imunologia.
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os principais conceitos de antígenos, das moléculas 
receptoras de antígenos: MHC, TCR, anticorpos, das respostas 
primária e secundária.
4
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.1 Antígenos
Os antígenos são substâncias que podem se ligar aos receptores de linfócitos T (TCR) e receptores de linfócitos 
B (BCR ou imunoglobulinas). É qualquer substância capaz de ser reconhecida pelo Sistema Imunológico (SI) 
(JANEWAY e cols.2014). Neste contexto, antígenos como: patógenos em geral e suas toxinas são capazes de esti-
mular a resposta imune inata e adquirida.
Entretanto algumas substâncias estranhas não podem ser consideradas antígenos e são chamadas de haptenos. 
Os haptenos são estruturas simples, que interagem com o SI, mas não induzem Resposta Imune, são substâncias 
estranhas como: poeira, medicamentos, poluentes, entre outros (ABBAS e cols, 2015).
A seguir, observe no Quadro 1, as características dos antígenos.
Quadro 1 - Características dos antígenos
Estranheza 
Devem ter composições diferentes das substâncias próprias do organismo 
vivo.
Composição Química
Na maioria são ricos em proteínas, mas podem conter também carboidratos 
e lipídeos. As proteínas são as moléculas orgânicas mais complexas do 
organismo vivo e são capazes de ativar a resposta mediada por linfócitos 
(imunidade especifica).
Tamanho
Devem ter tamanho mínimo de 10.000 daltons, são substâncias pequenas 
e não são capazes de estimular linfócitos, portanto, não são considerados 
antígenos, mas haptenos.
Complexidade 
Molecular
Depende da estrutura química, as proteínas são as moléculas orgânicas mais 
complexas, portanto excelentes antígenos.
Fonte: elaborado pela autora (2017).
2.1.1 Epítopos ou determinantes antigênicos
Devido à complexidade molecular dos antígenos, esses possuem pequenas regiões capazes de direcionar a 
resposta imune. Essas regiões são chamadas de epítopos ou determinantes antigênicos. Tais regiões podem 
conter cerca de 15-20 aminoácidos em sua composição. Dessa forma, os determinantes antigênicos podem ser 
classificados em:
• Linear ou sequencial: quando a sequência de aminoácidos, em sua estrutura primaria, é o epítopo.
• Conformacional: depende da estrutura tridimensional da molécula, estrutura secundária e terciária.
A proteína albumina apresenta 8 epítopos, ou seja, ela é capaz de estimular a resposta imune de linfócitos, a 
partir, 8 regiões diferentes. A resposta imune desencadeada pela ativação de LT e LB resulta na produção de anti-
corpos com a capacidade de se ligar em até 8 regiões diferentes do mesmo antígeno. A seguir, observe na Figura 
1, o exemplo da proteína albumina (ABBAS e cols, 2015).
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
Figura 1 - A molécula de albumina e seus 8 epítopos
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Epitope.png>. 
Acesso em: Jan. de 2017.
Na Figura 2, observe os quatro epítopos de uma determinada proteína de membrana.
Figura 2 - Epítopos de uma proteína de membrana 
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Membrantopologie-LHBsAg.jpg>. 
Acesso em: Jan. de 2017.
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.2 Resposta imune primária e secundária
Para entender como as respostas imune primária e secundária acontecem, observe o seguinte exemplo de uma 
situação experimental.
Um cientista quer observar a resposta imune de um camundongo de laboratório a um determinado antígeno 
(A). Para isso, ele injeta uma proteína estranha no animal e diariamente colhe amostras de sangue para deter-
minar se o animal desenvolveu resposta imune, através da quantificação de proteínas de defesa (anticorpos) 
em resposta a tal proteína. Após a 1ª injeção de antígeno (A), o animal demora alguns dias para a produção de 
anticorpos e o pico dessa produção acontece cerca de 7 dias após a aplicação do antígeno (A), esta é chamada 
de resposta imune primária. Passados 30 dias o cientista faz uma segunda injeção do antígeno e percebe que o 
animal produz grande quantidade de anticorpos nas primeiras 24 horas após a injeção. Essa produção de anti-
corpos se mantém elevada por vários dias/meses e somente mais tarde começa a cair, por isso, esta é chamada 
de resposta imune secundária. Se o cientista injetar outra proteína (B), juntamente com a 2ª injeção da proteína 
(A), o animal produzirá resposta secundária para a proteína (A) e resposta primária para a proteína B. Observe esse 
processo na Figura 2, a seguir.
Figura 3 - Representação esquemática da resposta imune primária e secundária frente à injeção de antígeno A e B
Fonte: Muskingum University. Disponível em: <http://muskingum.edu/~brianb/CellPhys/Lect18/sld012.htm>. 
Acesso em: Fev. de 2017.
Esse padrão de resposta acontece graças ao que chamamos de memória imunológica, 
quando o sistema imune reconhece o mesmo antígeno após um determinado tempo. Se 
outras injeções da mesma proteína forem feitas no animal, este responderá como resposta 
secundária novamente. Por esses motivos ficamos protegidos do mesmo agente infeccioso 
e, por exemplo, não temos, em alguns casos, em alguns casos, a mesma doença duas vezes. 
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.3 MHC - (MAJOR HISTOCOMPATIBILTY COMPLEX)
Para que os linfócitos T possam nos defender contra os patógenos, em geral, eles devem reconhecer o antígeno 
que está invadindo o organismo vivo. Para isso, essa célula necessita que o antígeno seja apresentado a ele por 
outras células do organismo vivo. As células nucleadas apresentam antígenos aos LT através dos receptores 
denominados MHC.
MHC é a abreviatura de “major histocompatibilty complex”, ou seja, o complexo de histocompatibilidade principal. 
A função principal desse receptor, é a de apresentação de antígenos, por isso, existem 2 classes de MHC envol-
vidas nesse evento:
• MHC de classe 1 (MHC 1): aparece nas células nucleadas e podem apresentar peptídeos que contém 
os epítopos antigênicos de pequeno tamanho, preferencialmente de antígenos intracelulares, como os 
vírus e bactérias intracelulares.
• MHC de classe 2 (MHC 2): aparece somente em células especializadas, chamadas de células apresenta-
doras de antígenos (APCs), como os macrófagos, LB e células dendriticas. Esses receptores apresentam 
peptídeos com epítopos de maior tamanho e de qualquer origem
A seguir, observe na Figura 4, que ambos receptores MHC 1 e MHC 2, têm estruturas diferentes.
Figura 4 - Estrutura dos receptores de MHC1 MHC2
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MHC_classe_1_i_2.jpg>. 
Acesso em: Jan. de 2017.
As células com MHC 1 apresentam primordialmente antígenos para LT citotóxicos e as com MHC 2 para LT auxi-
liares (ABBAS e cols, 2015). 
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.4 TCR (receptor de célula T)
Esse receptor aparece na superfície de linfócitos T e é essencial para a resposta imune. É formado por 2 cadeias 
polipeptídicas com uma região transmembrana, uma região constante e outra variável. É usado para reco-
nhecer os antígenos (peptídeos) apresentados por MHC. Ele está na membrana de linfócitos T associado a outro 
complexodenominado CD3, que auxilia na ativação dos LT após a interação TCR-MHC (ABBAS e cols, 2015). A 
seguir, observe na Figura 5, estrutura do receptor do linfócito T, chamado de TCR. 
Figura 5 - Estrutura do TCR
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1394733/
2.5 Anticorpos
Os anticorpos são glicoproteínas de defesa produzidos por LB ou plasmócitos, “são proteínas plasmáticas, da família 
das Imunoglobulinas, que reagem especificamente com antígenos” (JANEWAY e cols. 2014). E sendo essenciais 
na resposta imune contra patógenos. Os anticorpos são proteínas bifuncionais tendo uma região que se liga ao 
antígeno (peptídeo) e outra que se liga às membranas celulares e exerce função efetora (ABBAS e cols, 2015).
Os anticorpos são proteínas grandes e contêm 4 cadeias polipeptídicas, sendo 2 cadeias leves e 5 cadeias 
pesadas. Contém uma região constante (função efetora) e uma região variável (liga-se ao antígeno), possuem 
também uma região de dobradiça que facilita a adaptação do anticorpo ao patógeno. 
A seguir, observe na Figura 6, a estrutura do anticorpo, mostrando as cadeias leves em amarelo e as pesadas em 
verde. A região variável da molécula e a região constante. 
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
Figura 6 - Estrutura do anticorpo 
Fonte: http://pt.slideshare.net/labimuno/antgeno-anticorpo
Os anticorpos ainda são divididos em 2 regiões, tais como:
• Fração Fab: que liga ao antígeno, onde se encontra a porção variável da molécula. 
• Fração Fc: que se liga aos receptores na superfície de células de defesa, onde se encontra a porção cons-
tante da molécula.
Essas frações foram identificadas após experimentos que se iniciaram em 1959. Cientistas ao digerir a molécula 
de anticorpo com as enzimas papaína e pepsina, perceberam que a molécula de anticorpo apresentava frações 
com atividade biológica diferente, conforme citado anteriormente. A seguir, observe na Figura 7, as frações Fab 
e Fc, após a digestão enzimática com pepsina e papaína.
Figura 7 - Fração Fab (ligação ao antígeno) e Fc (ligação a células de defesa), 
após a digestão enzimática com pepsina e papaína
Fonte: XXX
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
As moléculas de anticorpo possuem ainda uma região de dobradiça, composta por um pequeno segmento de 
aminoácidos, o que permite que essas moléculas se acomodem melhor ao se ligarem-se aos antígenos, forne-
cendo flexibilidade aos anticorpos.
As moléculas de anticorpo possuem ainda regiões hipervariáveis na fração Fab. Essas regiões podem ser chamadas 
também de regiões de determinação da complementariedade (CDR) nas cadeias leves e pesadas. Tais regiões 
participam da ligação ao antígeno de forma mais específica e coesa. Essas variações são importantes devido a 
grande variabilidade de antígenos existentes no ambiente (BENJAMINI e cols., 2002).
2.5.1 Isótipos ou classes de anticorpos/imunoglobulinas
Existem 5 isótipos ou classes de anticorpos/imunoglobulinas (Ig), de acordo com o tipo de cadeia pesada que elas 
possuam, tais como: 
• IgG - cadeia pesada tipo gama
• IgM cadeia pesada tipo mu
• IgA cadeia pesada tipo alfa
• IgD cadeia pesada tipo delta
• IgE cadeia pesada tipo epsilon
É importante saber que cada isótipo exerce uma função biológica diferente. A seguir, observe no Quadro 2, as 
especificidades das funções biológicas dos isótipos.
Quadro 2 – Função Biológica dos Isótipos
IgG
• Presente em grande quantidade no soro ou plasma sanguíneo;
• Principal anticorpo produzido na resposta imune secundária;
• Único anticorpo capaz de atravessar a placenta e proteger o feto; 
• Anticorpo com maior meia-vida, se mantem na circulação por cerca de 30 dias;
• Capaz de fixar complemento.
IgM
• Presente em grande quantidade no soro ou plasma sanguínea;
• Principal anticorpo produzido na resposta primária;
• Ideal na defesa contra bactérias;
• Capaz de fixar complemento.
IgA
• Presente em grande quantidade nas secreções das mucosas como: saliva, muco, suco gástrico, 
lúmen intestinal.
• Aparece na forma de dimero nas secreções e monomerica no sangue;
• Anticorpo neutralizante de mucosa.
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
IgE
• Anticorpo presente no soro ou plasma em quantidade mínima
• A sua concentração serica aumenta quando há infecções parasitarias, a IgE é o anticorpo que 
nos defende contra esses patógenos;
• Maior quantidade em pessoas alérgicas; 
• Aparece fixo na superfície de mastócitos e basófilos.
IgD
• Presente na superfície de linfócitos B;
• Juntamente com IgM de superfície formam o BCR;
Fonte: elaborado pela autora (2017).
Observe na figura 8, os isotipos das imunoglobulinas. IgG, IgD e IgE são monômeros; IgA é um dímero e IgM é 
um pentâmero.
Figura 8 - Isótipos das imunoglobulinas. 
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABRjcAI/aula-5-anticorpos-estrutura-funcao
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.5.2 Funções dos anticorpos
Os anticorpos exercem funções importantes na imunidade. Eles são essenciais para auxiliarem as células de 
defesa na eliminação dos patógenos. As principais funções são: neutralização de antígenos, opsonização e 
fixação de complemento. A seguir, conheça cada uma das funções.
Neutralização de antígenos: os anticorpos secretados em grande quantidade e liberados no sangue são 
capazes de neutralizar antígenos pequenos como: vírus, toxinas bacterianas e venenos. A neutralização de vírus, 
por exemplo, impede a infecção e penetração desses em outras células hospedeiras, controlando a infecção. A 
seguir, observe na Figura 9, a neutralização de antígeno, toxina, por anticorpos.
Figura 9 - Representação da neutralização de antígeno, toxina, por anticorpos
Fonte: https://kiputsc.wordpress.com/tag/immunology/page/2/
Opsonização: é a fagocitose facilitada. Essa facilitação se dá pela presença de anticorpos das classes IgG e IgM 
ligados aos epítopos do patógeno pela fração Fab. Os fagócitos como os macrófagos e neutrófilos possuem 
receptores para a porção efetora denominada de fração – Fc. Dessa forma, o patógeno é fagocitado rapidamente 
e posteriormente é eliminado. A seguir, observe na Figura 10, a opsonização (fagocitose facilitada) por anticorpos 
do tipo IgG.
Figura 10 - Representação da opsonização (fagocitose facilitada) por anticorpos do tipo IgG
Fonte: Molecular Biology for Masters. Disponível em: <http://mol-biol4masters.masters.grkraj.org/html/Cell_And_Mole-
cular_Immunology2-Innate_Humoral_And_Cell_Mediated_Immunity.htm>. Acesso em: Fev. de 2017.
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
Fixação de complemento: os isótipos IgG e IgM são capazes de fixar ou ativar o sistema complemento quando 
ligam-se aos patógenos pela fração Fab. Essa ativação leva a morte de patógenos, especialmente bactérias 
(JANEWAY e cols, 2014). Na Unidade 4, estudaremos sobre a ativação do complemento.
2.5.3 Isótipos na resposta imune primária e secundária
Durante a resposta primária são produzidas pequenas quantidades de IgM e após a IgG também é produzida. 
Durante a resposta secundária a produção de IgM se mantém a mesma da resposta primária, entretanto a 
produção de IgG é elevada. Essa última confere proteção ao organismo vivo com muita eficiência. Esse padrão 
de resposta também pode ser percebido quando há a inoculação de vacinas em indivíduos saudáveis. As vacinas 
possuem antígenos atenuados, em sua maioria, e ativam a resposta imune primária normalmente. A seguir, 
observe na Figura 11, os isotipos das imunoglobulinas nas respostas primária e secundária.
Figura 11 - Isótipos de imunoglobulinas nas respostas primária e secundária
Fonte: ABBAS e cols, (2015).
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – ImunidadeEspecífica ou Adquirida
2.6 Tipos sanguíneos
 Você sabe como o tipo sanguíneo de um indivíduo é determinado?
O tipo sanguíneo é determinado geneticamente devido à presença de antígenos ou aglutinogênio na membrana 
plasmática das hemácias e pela presença de anticorpos ou aglutininas no plasma sanguíneo. A seguir, observe 
no Quadro 3, os tipos sanguíneos, os antígenos presentes na superfície de hemácias, os anticorpos presentes no 
plasma sanguíneo e a genética de grupo sanguíneo (JANEWAY e cols, 2014).
Quadro 3 - Tipos sanguíneos, antígenos, anticorpos e genótipo 
TIPO SANGUÍNEO ANTÍGENO ANTICORPO GENÓTIPO
A A Anti-B IaIa ou Iai
B B Anti-A IbIb ou Ibi
AB A e B sem IaIb
O sem Anti-A e Anti-B ii
Fonte: elaborado pela autora.
Observe na figura 12, como ocorre a determinação da tipagem sanguínea. Os indivíduos que pertencem ao 
grupo A, apresentam antígenos A na superfície das suas hemáceas. Os indivíduos do grupo B, apresentam antí-
genos B; os do grupo AB, apresentam os dois antigenos e os indivíduos do grupo O, não apresentam antígenos. 
Para a tipagem sanguínea, estes antígenos são reconhecidos por anticorpos específicos.
Figura 12- representação esquemática dos antígenos e anticorpos para a determinação do grupo sanguíneo
Fonte: Curiosando. Disponível em: <https://curiosoando.com/que-tipos-de-sangre-son-los-mas-raros>. 
Acesso em: Fev. 2017.
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
O fator Rh é um importante antígeno que pode estar presente na superfície das hemáceas dos indivíduos, apre-
sentando importância clínica nas reações transfusionais e na doença hemolítica do recém-nascido. A seguir, 
observe na Figura 13, a reapresentação esquemática da presença do antígeno D nas hemáceas.
Figura 13 - representação esquemática do antígeno D (fator Rh) 
na superfície das hemácias, determinando se Rh+ ou Rh-
Fonte: Galeon. Disponível em: <http://sistemaaborh.galeon.com/images.jpg>. Acesso em: Fev. 2017.
 Você sabia que a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) acontece devido a anticorpos 
maternos contra o feto? A DHRN acontece devido à incompatibilidade do fator Rh da mãe 
e do filho (feto). Esse caso ocorre, principalmente quando a mãe é RH negativo, o pai é Rh 
positivo e gera um filho Rh positivo.
Ainda sobre a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN), é importante saber que a sensibilização acontece por 
ocasião da 1ª gestação. Isso porque no momento do parto a mãe entra em contato com os eritrócitos do filho que 
possuem o fator Rh (Rh+) na superfície. Ao entrar em contato com essas células a mãe começa a produzir anticorpos 
anti-fator Rh do isótipo IgG. Esses anticorpos são capazes de atravessar a placenta. Em uma 2ª gestação quando 
os anticorpos IgG anti-Rh atravessarem a placenta e o feto for Rh+, esses anticorpos se ligarão ao antígeno Rh dos 
eritrócitos. Logo, os eritrócitos do feto serão então destruídos progressivamente. O recém-nascido terá consequ-
ências com a diminuição no transporte de oxigênio e icterícia, conhecida como DHRN ou eritroblastose fetal. Ao 
nascer ele deverá sofrer transfusão sanguínea para a eliminação dos anticorpos provenientes da mãe (JANEWAY e 
cols, 2014). Atualmente existe tratamento eficaz para evitar consequências ao feto. A mãe pode ser tratada com 
imunoterapia, que consiste na administração de anticorpos prontos, os quais neutralizarão os anticorpos que a mãe 
produziu contra o fator Rh do filho (IgG). A mãe Rh negativo deve receber a imunoterapia logo após o 1º parto, para 
que, eventualmente em uma segunda gestação o feto não sofra de DHRN.
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
A seguir, observe na Figura 14, como ocorre de incompatibilidade de fator Rh da mãe (negativo) e do filho (positivo).
Figura 14 - DHRN, incompatibilidade no fator Rh da mãe e do feto
Fonte: http://pt.slideshare.net/bionara/para-3s-aula-1-do-segundo-bimestre-alelos-mltiplos-e-abo-abril-2013
A tipagem sanguínea é realizada para determinar o grupo sanguíneo de uma pessoa através de uma reação 
imunológica chamada de aglutinação direta, ou seja, uma reação de um antígeno com o seu anticorpo específico.
É solicitada em casos de transfusão, doação de sangue e órgãos, cirurgias, gestação e, em situações nas quais a 
compatibilidade do sangue envolva riscos para a saúde.
17
Considerações finais
Nesta unidade você aprendeu os conceitos iniciais sobre imunidade 
Específica ou Adquirida. Estude com bastante atenção tudo que lhe 
foi passado, pois você sempre precisará lembrar desses conceitos para 
entender as próximas aulas de Imunologia. Esta aula pode ser muito útil 
para você entender resumidamente que:
• Antígenos são substâncias que podem se ligar aos receptores de 
linfócitos T (TCR) e receptores de linfócitos B (BCR);
• Haptenos são estruturas simples, que interagem com o SI, mas 
não induzem Resposta Imune;
• MHC complexo de histocompatibilidade principal, moléculas que 
estão associadas com a apresentação de antígeno aos LT; 
• TCR receptor de célula T. Receptor de membrana de linfócitos T e 
que reconhecem os antígenos apresentados por MHC;
• Anticorpos proteínas de defesa produzidas por LB e plasmocitos, 
constituem-se em 5 classes: IgG, IgM, IgA, IgE e IgD; e cada uma 
das classes exerce função biológica distinta;
• As funções dos anticorpos, são: neutralização, opsonização, 
ativação de complemento.
• A tipagem sanguínea é realizada utilizando, principalmente, o 
sistema ABO e fator Rh.
Até a próxima unidade! 
Referências bibliográficas
18
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Mole-
cular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 
BEJAMINI, E.; COICO, R.; SUNSHINE, G. Imunologia. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2002. 
JANEWAY. C.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. SHLOMCHIK, M. Imunobiologia: 
o sistema imune na saúde e na doença. 8. ed. São Paulo: Artes Médicas, 
2014.

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