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Universidade Federal de Uberlândia Instituto de Física (INFIS) Física Experimental II Resistência interna da fonte Victor Nunes de Souza – Eng. Mecânica – 11711EMC035 Kaique César – Eng. Aeronáutica – 11721EAR008 Evandro Evangelista – Eng. Mecânica – 11721EMC005 Adriel Estevam – Eng. Mecânica – 11721EMC011 Raphael Rocha – Eng. Mecânica – 11721EMC004 Dezembro 2018 Uberlândia – MG Sumário Introdução .......................................................................................................... 3 Equipamentos e objetivos .................................................................................. 4 Procedimentos experimentais ............................................................................ 5 Resultados e discussão ..................................................................................... 5 Conclusão .......................................................................................................... 9 Referências Bibliográficas ................................................................................ 10 3 Introdução Uma fonte de força eletromotriz ideal é aquela que apresenta resistência interna nula, ou seja, ela sempre fornecerá ao sistema uma diferença de potencial (d.d.p.) fixa com corrente ilimitada. Entretanto, a fonte de força eletromotriz real é representada com uma resistência interna (Figura 1). Tal resistência interna será o limitante de corrente elétrica, assim surgirá uma queda da diferença de potencial entre os terminais da fonte. A d.d.p. entre os terminais do gerador, mostrada na Figura 1, é dada por: 𝑉 = 𝜀 − 𝑅𝑖𝐼 (Eq. 1) Ao ligar a fonte em um circuito elétrico, este age como uma resistência equivalente R, ou também chamada de resistência de carga (Figura 2) que passará a mesma corrente, sendo que a equação pode ser escrita por: 𝑉 = 𝜀 − 𝑅𝑖𝐼 = 𝑅𝐼 (Eq. 2) Figura 1 - Esquema de uma fonte ideal e uma fonte real 4 Assim, a corrente do circuito será expressa por: 𝐼 = 𝜀 𝑅𝑖+𝑅 (Eq. 3) Ou seja, a corrente que fluirá no circuito dependerá da força eletromotriz da fonte, da resistência interna da fonte e da resistência do circuito. Assim, haverá uma potência consumida pelo circuito e uma potência dissipada pela resistência interna da fonte, lembrando que a potência do circuito elétrico é: 𝑃 = 𝑉𝐼 = 𝑅𝐼² (Eq. 4) Então a potência transferida (potência de carga) será: 𝑃 = 𝑉𝐼 = 𝑅𝐼2 = 𝑅. ( 𝜀 𝑅𝑖+𝑅 ) 2 (Eq. 5) Equipamentos e objetivos Esta prática tem por objetivo medir a resistência interna de uma fonte usando métodos diferentes e estudar a transferência de potência entre gerador e carga. Para tanto, foram utilizados os seguintes materiais: Figura 2 - Esquema de uma fonte ideal e uma fonte real 5 • Fonte de tensão continua regulável – Mod. UFU 2002 com resistência interna alterada (adição de 100Ω de proteção). • Um amperímetro. • Um voltímetro. • Potenciômetro de 0 a 500/4W de filamento (substituição do reostato). • Cabos para conexões. Procedimentos Experimentais • Conecta-se o multímetro como voltímetro diretamente na fonte e utiliza-se uma escala acima do potencial indicado na fonte. Caso a fonte tenha potencial máximo de 20 V, inicia-se a medida em 200 V e após ajusta-se a escala caso seja necessário. • Regula-se a fonte em seu máximo (esta diferença de potencial sem adição de carga será diretamente a força eletromotriz desta fonte). • Como procedimento de desligar, é necessário desligar inicialmente a fonte e somente após este procedimento, deve-se desligar o multímetro. • Monta-se o circuito conforme ilustrado na Figura 3. • Antes de ligar a fonte, liga-se o amperímetro e o voltímetro usando a escala adequada, estimando-se a corrente que passará no circuito a partir do valor de uma resistência de 100Ω adicionada como proteção do equipamento. • Começa-se a medir os valores de V e i, variando-se o potenciômetro. Resultados e discussão Após a coleta de dados e a realização de todas as etapas do experimento, pode- se fazer o tratamento de dados e iniciar a análise dos mesmos. Para tanto, foi construída a seguinte tabela a partir dos dados coletados: 6 Resistência (Ω) Tensão (V) Corrente (A) Potência (W) Δ Tensão (V) Δ Corrente (A) Δ Potência (W) 332 12,1 0,0366 0,44286 0,005 0,00005 0,000632071 381 12,51 0,0331 0,414081 0,005 0,00005 0,000647024 430 12,95 0,029 0,37555 0,005 0,00005 0,000663537 479 13,12 0,0276 0,362112 0,005 0,00005 0,000670358 528 13,32 0,0254 0,338328 0,005 0,00005 0,000678001 578 13,5 0,0236 0,3186 0,005 0,00005 0,000685236 626 13,7 0,0221 0,30277 0,005 0,00005 0,000693855 676 13,86 0,0207 0,286902 0,005 0,00005 0,000700686 724 14 0,0194 0,2716 0,005 0,00005 0,000706689 773 14,08 0,0184 0,259072 0,005 0,00005 0,000709986 823 14,23 0,0174 0,247602 0,005 0,00005 0,000716799 Tabela 1 – Dados coletados e seus erros Onde, nesta tabela, os valores de potência foram obtidos a partir da seguinte equação, a fim de propagar melhor os erros a partir das resistências pré- estabelecidas: 𝑃 = 𝑈 . 𝑖 (Eq. 6) Após isto, calcula-se os devidos erros de cada grandeza medida. Para a tensão e a corrente, foi considerado o erro como sendo a metade da menor medida dos aparelhos utilizados. Os erros para a tensão e a corrente são, respectivamente: 0,005 V e 0,00005 A. Para a Potência, o erro foi calculado utilizando a ferramenta de propagação de incertezas, que é dada pela equação: 𝜎𝑢 2 = ( 𝜕𝑢 𝜕𝑥1 ) 2 . 𝜎𝑥1 2 + ( 𝜕𝑢 𝜕𝑥2 ) 2 . 𝜎𝑥2 2 + ⋯ + ( 𝜕𝑢 𝜕𝑥𝑛 ) 2 . 𝜎𝑥𝑛 2 ⇛ ⇛ 𝜎𝑃 2 = ( 𝜕𝑃 𝜕𝑖 ) 2 ∙ 𝜎𝑖 2 + ( 𝜕𝑃 𝜕𝑈 ) 2 ∙ 𝜎𝑈 2 ⇛ 𝜎𝑃 = √𝑈2 ∙ 0,000052 + 𝑖2 ∙ 0,0052 (Eq. 7) Desta forma, conclui-se o tratamento de dados e o cálculo de todos os erros associados, de forma a conduzir de forma precisa as conclusões que serão obtidas a partir destes dados. 7 Após esta etapa, primeiramente, deve-se construir o gráfico tensão x corrente, acompanhado de sua devida linearização, que é mostrado abaixo: A partir deste gráfico, de todos os dados obtidos e das informações contidas no roteiro do experimento, deve-se encontrar os valores para a força eletromotriz e para a resistência interna da fonte, para este caso. Vale ressaltar que os erros associados aos instrumentos e o erro propagado para a potência têm valores bastante pequenos como mostram as figuras 3 e 4. Assim, as barras de erro em ambos os gráficos existem, porém, em escala bastante reduzida. Assim, a partir da análise gráfica utilizando o software SciDAVis e das informações obtidas, pode-se concluir que a equação da reta linearizada para o gráfico é: 𝑦 = −109𝑥 + 16,1 (Eq. 8) Figura 3 – Gráfico tensão x corrente e sua devida linearização e barras de erros. 8 Além disso, usa-se como base para cálculo a equação 𝑈 = 𝐸 − 𝑅𝑖, onde U é a ddp, E é a força eletromotriz, R é a resistência e i é a corrente. Desta forma, a Força eletromotriz tem o valor de 16,1 +/- 0,0065, e aresistência interna da fonte tem o valor de 109 +/- 0,2550 Ω. O segundo gráfico que será obtido a partir da tabela anterior é o gráfico Potência x Resistência, bem como seus respectivos erros e ajuste de curva. O gráfico Potência x Resistência é ilustrado abaixo: Com o ajuste foi obtida a seguinte equação da curva: 𝑦 = 4,410371902 ∙ 10−7𝑥2 − 0,0008974170𝑥 + 0,689523668 (Eq. 9) Após observar o gráfico foi constatado que o ponto onde foi observada potência máxima é R = 332 +/- 0,5389 Ω. E usando a equação encontrada no ajuste foi possível determinar a potência naquele ponto, cujo valor é P = 0,4401 +/- 0,0005874. Sabendo o ponto onde a potência é máxima é possível determinar a resistência interna da fonte, assim como sua força eletromotriz. Dessa forma, seguindo os passos do roteiro dado, o valor da resistência interna deve ser a igual a resistência no ponto de potência máxima, logo 𝑅𝑖 = 𝑅 = 332Ω. Possuindo o valor da resistência interna é possível determinar o valor da força eletromotriz através da equação 𝑃 = 𝑅 ( 𝜀 𝑅𝑖+𝑅 ) 2 : Figura 4 – Gráfico Potência x Resistência 9 𝑃 = 𝑅 ( 𝜀 𝑅𝑖 + 𝑅 ) 2 ⇛ 0,44019408 = 332 ( 𝜀 332 + 332 ) 2 ⇛ ⇛ 𝜀 = √ 0,44019408 ∙ 6642 332 = 24,17804248 𝑉 Após ser realizada a comparação dos resultados obtidos nos dois métodos propostos pelo roteiro foi observada uma grande diferença. Os motivos responsáveis por causar tal diferença observada serão abordados detalhadamente do tópico de conclusão a seguir. Conclusão Como já foi dito anteriormente, após a análise e comparação dos resultados obtidos foi observada uma grande diferença. Os valores de resistência interna e força eletromotriz obtidos através do primeiro método descrito foram, respectivamente, 𝑅𝑖 = 109Ω e 𝜀 = 16,1 V. Por outro lado, usando o segundo método, os valores de resistência interna e força eletromotriz obtidos foram, respectivamente, 𝑅𝑖 = 332Ω e 𝜀 = 24,17804248 V. A discrepância observada pode ser explicada pelos pontos de resistência tomados para a análise no segundo método, pois o ponto de potência máxima é geralmente encontrado tomando valores de resistência próximos a 100Ω como mostra a figura 5 (retirada do roteiro). Como os pontos analisados são todos maiores que 100Ω e também não se encontram em torno do ponto 𝑅 = 100Ω ,então é evidente que a curva obtida no ajuste devia ter caráter decrescente (concavidade voltada para cima), isto é comprovado pela equação da curva encontrada (𝑦 = 4,41037190276798 ∙ 10−7𝑥2 − 0,000897417083816272𝑥 + 0,689523668558891). Portanto, o ponto dito de máximo ao calcular a resistência interna pelo segundo método é na verdade o máximo no trecho correspondente aos dados coletados, pois a curva obtida no ajuste tem na verdade ponto de mínimo. Sendo assim, se fossem usados valores de resistência em torno de 100Ω para a análise, a curva teria concavidade para cima (e consequentemente ponto de máximo) e seria similar ao gráfico da figura 5 (retirada do roteiro). 10 A conclusão, portanto, que se tem sobre o experimento é que o valores reais de resistência interna e força eletromotriz estão próximos dos obtidos pelo primeiro método (respectivamente, 𝑅𝑖 = 109Ω e 𝜀 = 16,1 V), pois, como indicado no roteiro, antes de dar início às medidas era necessário regular a fonte em seu potencial máximo e esse valor seria exatamente a força eletromotriz da fonte, e o valor observado ao fazer isso foi de 15,6 𝑉, um valor muito próximo da força eletromotriz encontrada pelo primeiro método (erro de aproximadamente 3,2%). Além disso, como comprovado anteriormente, os valores obtidos no segundo método não possuem representatividade, visto que foram obtidos através de pontos distantes do ponto onde a potência é máxima, alterando assim a curva que deveria ser obtida após o ajuste, explicando assim, as diferenças de aproximadamente: 204,58% para a resistência interna e 50,17% para a força eletromotriz. Referências Bibliográficas • Fundamentos de Física – Jearl Halliday – Volume 3 • H. Moyses Nussenzveig – Curso de física Básica – Eletromagnetismo – Volume 3 • Roteiros INFIS Figura 5 – Curva ideal
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