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Aula 08 – Condutos Equivalentes Profª MSc. Larisse Maria de O. M de Cunto Engenharia Civil Hidráulica II INTRODUÇÃO Até o momento as tubulações consideradas vão de um ponto a outro transportando uma vazão constante, o diâmetro da tubulação era constante e a tubulação era simples. Na prática, porém, a maioria dos casos não é assim, visto que as tubulações mudam de diâmetros, existem ramificações, no percurso saem ou entram vazões, etc. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES Considera –se que um conduto é equivalente a outro ou a outros quando escoa a mesma vazão sob a mesma perda de carga total. Pode-se ter uma gama de condutos equivalentes, porém serão apresentados os condutos equivalentes a outro, em série e em paralelo. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 1) Conduto equivalente a outro Sejam dois condutos de comprimentos, diâmetros e rugosidades diferentes. Para que haja equivalência entre ambos, é necessário que: H1 = H2 Q1 = Q2 Pela equação, a perda de carga é dada em termos da vazão 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 1) Conduto equivalente a outro Para as duas tubulações, igualando as perdas de carga e simplificando a expressão anterior, chega-se a: Expressão que permite determinar o comprimento do segundo conduto, de diâmetro D2, equivalente ao primeiro, de diâmetro D1. Utilizando-se a fórmula de Hazen-Williams, a equação correspondente à anterior será: 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 1) Conduto equivalente a outro Para as duas tubulações, igualando as perdas de carga e simplificando a expressão anterior, chega-se a: Expressão que permite determinar o comprimento do segundo conduto, de diâmetro D2, equivalente ao primeiro, de diâmetro D1. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 1) Conduto equivalente a outro Utilizando-se a fórmula de Hazen-Williams, a equação correspondente à anterior será: 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 2) Conduto em série Tubulações em série é a terminologia usada para indicar uma sequência de tubos diferentes diâmetros acoplados entre si. A característica principal de tal sitema em série é que o conduto é percorrido pela mesma vazão e a perda de carga total entre as extremidades é a soma das perdas de carga em cada tubo. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 2) Conduto em série Desconsiderando as perdas secundárias ou localizadas: hf = hf1 + hf2 + hf3 ... Onde: hf = a perda de carga total no conduto; hf1 = a perda contínua de carga no trecho de diâmetro D1 e comprimento L1 ; hf2 = idem para diâmetro D2 e comprimento L2; e hf3 = idem para diâmetro D3e comprimento L3. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 2) Conduto em série E como a vazão deve ser a mesma, condição de ser equivalente, utilizando-se a Fórmula Universal tem-se: Para uma condição de mesma rugosidade que é a expressão que traduz a regra de Dupuit. 2 n 1i 5 i ii2 5 Q D Lf Q D fL H n 1i 5 i ii 5 D Lf D fL 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 2) Conduto em série E utilizando-se a Fórmula de Hazen Williams tem-se: n 1i 87,4 i 85,1 i i 87,485,1 DC L DC L 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXEMPLO 1 Seja uma tubulação ligando dois pontos distantes 18 km, para conduzir uma vazão de 0,5 m3/s. tal tubulação será construída parte em tubos de concreto de bom acabamento, D= 800 mm, em 10 km e parte em tubos de grés cerâmico vidrado, D= 600 mm, em 8 km uma vez que se dispõe desses tubos no almoxarifado. Pergunta-se qual a perda de carga resultante, para que se possa especificar as bombas a serem instaladas. n 1i 87,4 i 85,1 i i 87,485,1 DC L DC L 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXEMPLO 1 1) Calcular o comprimento total 2) Substituir os valores na equação 3) Aplicar na fórmula de Hazen Williams n 1i 87,4 i 85,1 i i 87,485,1 DC L DC L 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 3) Conduto em paralelo O sistema em paralelo é mais complexo que o sistema em série, uma vez que há uma redistribuição da vazão de entrada pelos trechos inversamente proporcional às resistências hidráulicas. A característica básica do esquema é que a perda de carga é a diferença de cotas piezométricas na entrada e na saída do sistema, de modo que a perda de carga é a mesma em todos os trechos e a vazão de entrada é igual à soma das vazões nos trechos. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 3) Conduto em paralelo Duas ou mais tubulações nas condições em paralelo formam uma rede ou malha. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 3) Conduto em paralelo Pode-se então escrever um sistema de equações de perda de carga, sendo uma equação para cada tubo. Sendo Q a vazão de entrada, é possível substituir por um conduto equivalente, observando que: Q = Q1+Q2+Q3 e também HAB = H1 = H2 = H1 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 3) Conduto em paralelo Desenvolvendo e observando que a perda de carga é constante, chaga-se a equação a baixo em que adotando-se o valor do diâmetro D do conduto equivalente pode-se calcular o comprimento correspondente. Se for usada a equação de Hazen Williams, a expressão fica: 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXEMPLO 2 A ligação de dois reservatórios mantidos em níveis constantes é feita pelo sistema de tubulações mostrado na figura. Assumindo um coeficiente de atrito constante para todas as tubulações e igual a f = 0,020, desprezando as perdas localizadas e as cargas cinéticas, determine a vazão que chega ao reservatório R2, as vazões nos trechos de 4” e 6” e a pressão disponível no ponto B. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXEMPLO 2 1) Comprimento equivalente 2) Determinação da vazão 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXEMPLO 2 3) Cota piezométrica 4) Perda de carga 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXEMPLO 2 5) Carga de pressão 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 4) Conduto em Sifão Sifões são tubos, parcialmente forçados, conforme ilustração abaixo. Um sifão, para funcionar, deve estar inicialmente cheio de fluido líquido. Depois de cheio (escorvado) o fluido escoa-se devido ao desnível H1 entre o nível constante do reservatório (1) e o nível de saída (3). O ponto (2) é o vértice do sifão sendo denominado a parte superior do conduto como coroamento e a inferior como crista. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 4) Conduto em Sifão Uma vez que no ponto ”b” ocorre pressão absoluta inferior à atmosférica, percebe-se que o sifão tem seu funcionamento limitado. Com a diminuição da pressão em ”b” (maior altura do ponto “b” em relação ao ponto “a”) o fluxo tende a diminuir. Sifões N.A L1 L2 C H1 H H0 D Pa Pa A Pressão de vapor água 200C 2,352kN/m2(0,24mca) Sifões H g2 V HHH 2 10 H)HH(g2V 10 Se V > 0 tem-se: HH-HHou HHH 1010 Usando Bernoulli entre A e C tem-se AC C 2 1 a H p g2 V H p Como V>0 AC C 1 a H p H p Sifões AC va 1 H pp H CD aC 0 H pp H CD Ca 0 H pp H Cota de saída do sifão na pratica aproximadamente 8m gH2gH2 1 VK D fL 1 g2 V H 2 gH2AAVQ 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 5) Sistemas ramificados: Problemas dos reservatórios interligados Corresponde a um tipo de problema clássico de cálculo com diversas aplicações práticas em que um sistema de tubulações é alimentado ou descarregado por mais de duas extremidades onde se mostram dois reservatórios ligados por um sistema de tubos. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 5) Sistemas ramificados: Problemas dos dois reservatórios interligados 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 5) Sistemas ramificados: Problemas dos três reservatórios interligados 1. CONDUTOS EQUIVALENTES 5) Sistemas ramificados: Problemas dos três reservatórios interligados Z1 Z2 A C R1 R2 QB L1 D1 L2 D2 B1 B2 B3 B4 B M L 21 ZZH ) D Lf D Lf (Q0827,0HHH 5 2 22 5 1 112 21 5 2 22 5 1 11 D Lf D Lf 0827,0 H Q Tomada entre 02 Reservatórios Tomada entre 02 Reservatórios 11 5 121 B Lf0827,0 D)ZZ( Q 22 5 242 11 5 141 B Lf0827,0 D)BZ( Lf0827,0 D)BZ( Q 03 Reservatórios Z1 Z3 A D R1 R3 L1 D1 L2 D2 B Z2 R2 Q1 L3 D3 Q3 C X 2ZX 1R 2R 3R 2ZX 1R 3R 2ZX 1R 2R 3R 03 Reservatórios 2 15 1 1 1 Q D L kXZ 2 25 2 2 22 Q D L kXZou ZX 2 35 3 3 3 Q D L kZX 213321 QQQou QQQ 30,0 36,0 B Bomba A 810m D1=0,40m D3=0,20m D2=0,30m 400 m 20,0 C D Uma instalação de transporte de água compreende dois reservatórios A e D, abertos e mantidos em níveis constantes, e um sistema de tubulação C=130, saída livre para atmosfera em C. A bomba tem rendimento igual 75%. Determine a vazão bombeada para o reservatório D quando o conduto BC deixa sair uma vazão de 0,10m3/s e ter uma distribuição de vazão em marcha q=0,00015m3/(s.m) e a potência necessária à bomba ? Despreze perdas localizadas e a carga cinética nas tubulações. EXEMPLO 5 Trecho BC s/m10,0Q 3j s/m16,040000015,010,0qLQQ 3jm s/m13,0 2 16,010,0 2 QQ Q 3 mj f 130C 0,30mD s/m13,0QQ BC 3 fBC m22,4Hm100/m055,113,098,45J BC 85,1 BC m22,2422,40,20HP.CP.C BCCB EXEMPLO 5 Trecho AB m78,522,240,30HAB m100/m714,0m810/78,5JAB Com DAB=0,40, JAB=0,714m/100m e C = 130 pela tabela 2.3 tem-se s/m225,0QQ327,11714,0 3AB 85,1 AB s/m065,016,0225,0Q 3BD EXEMPLO 5 Entrada da Bomba m22,24P.C B Saída da Bomba 130C e m20,0D s/m065,0Q BD 3 BD Usando Tabela 2.3 tem-se m100/m108,2065,010312,3J 85,12BD m22,4HBD Eq. Energia tem-se m22,40Ps.C0,36HPs.C BD EXEMPLO 5 75,0 )22,2422,40(065,0108,9)HH(Q Pot 3 es )cv48,18(kW58,13Pot EXEMPLO 5 2. PERFIS DE ENCANAMENTO Linha de carga e piezométrica A linha referente a uma canalização é o lugar geométrico dos pontos representativos das três cargas, ou seja, de posição, de pressão e de velocidade. 2. PERFIS DE ENCANAMENTO A posição do encanamento em relação à linha de carga tem influência decisiva no seu funcionamento. No caso geral de escoamento de líquidos, são considerados dois planos de carga estático: (PCE), referente ao nível de montante e que na Figura 65 coincide com o nível de água do reservatório R1, e o da carga absoluta. (PCA) situado acima do anterior, da altura representativa da pressão atmosférica. 2. PERFIS DE ENCANAMENTO 1º Caso - A tubulação AB está inteiramente abaixo da linha de carga efetiva: LCA = linha de carga absoluta; LCE = linha de carga efetiva; Para um ponto, E, qualquer do eixo do conduto, definem-se: EE4 = carga estática absoluta; EE3 = carga dinâmica absoluta; EE2 = carga estática efetiva; EE1 = carga dinâmica efetiva; 2. PERFIS DE ENCANAMENTO 2o Caso - A tubulação AB tem seu desenvolvimento segundo a linha de carga, isto é, acompanha a linha de carga efetiva. Em qualquer ponto, p/γ = 0. A água não subirá em piezômetro instalado em qualquer ponto da tubulação. Mesmo tendo o contorno fechado, o funcionamento é de conduto livre. 2. PERFIS DE ENCANAMENTO 3o Caso - É mostrado na Figura, onde vemos a tubulação AB com trecho EFG situado acima da linha de carga efetiva, porém abaixo da linha de carga absoluta. Nesta parte da tubulação, p /γ < 0, ou seja, a pressão é inferior à atmosférica. 2. PERFIS DE ENCANAMENTO 4o Caso - A tubulação corta a linha de carga absoluta, mas fica abaixo do plano de carga efetivo. 2. PERFIS DE ENCANAMENTO 5o Caso - A tubulação tem o trecho EFG acima da linha de carga e do plano de cargas efetivas, mas abaixo da linha de carga absoluta na Figura. Nesta situação o escoamento só será possível se a tubulação for previamente escorvada e funcionará como sifão. 2. PERFIS DE ENCANAMENTO 6o Caso - O trecho EFG do conduto está acima da linha de carga absoluta, mais abaixo do plano de carga absoluta. Trata-se de um sifão funcionando nas piores condições possíveis. 2. PERFIS DE ENCANAMENTO 7o Caso - Temos o trecho EFG acima do plano de carga absoluta. O escoamento pela ação da gravidade é impossível. A água somente circulará se for instalada uma bomba capaz de impulsioná-la acima do ponto em que o conduto corta o plano de carga efetiva. 2. PERFIS DE ENCANAMENTO 2o Caso - A tubulação AB tem seu desenvolvimento segundo a linha de carga, isto é, acompanha a linha de carga efetiva. 3o Caso - A tubulação AB com trecho EFG situado acima da linha de carga efetiva, porém abaixo da linha de carga absoluta. 4o Caso - A tubulação corta a linha de carga absoluta, mas fica abaixo do plano de carga efetivo. 5o Caso - A tubulação tem o trecho EFG acima da linha de carga e do plano de cargas efetivas, mas abaixo da linha de carga absoluta. Nesta situação o escoamento só será possível se a tubulação for previamente escorvada e funcionará como sifão. No trecho EFG, a pressão efetiva é negativa e as condições de funcionamento são piores do que no caso anterior. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXERCÍCIOS 1. Com base no esquema da Figura abaixo, considere todos os trechos da tubulação de mesmo material. Desprezando as perdas localizadas nas mudanças de diâmetro, pede-se: a) comprimento equivalente de uma rede de diâmetro único de 40 cm; b) o diâmetro equivalente para uma canalização de 3600 m de comprimento. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXERCÍCIOS 2. A perda de carga entre os pontos A e D no sistema da figura abaixo é de 50 mca. Sabendo que a vazão no trecho AB é de 25 L s-1, e adotando-se a fórmula de Hazen-Williams, com C = 120 para todos os trechos, calcular: a)as vazões nos trechos 2 e 3; b) o(s) diâmetro(s) comercial(is) e o(s) comprimento(s) correspondente(s) da tubulação 3, sabendo que os diâmetros disponíveis no mercado são 75, 100, 150, 200 mm. (desprezar as perdas localizadas) 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXERCÍCIOS 3. A Figura abaixo representa um sifão que conduz água do reservatório R1 até o ponto B, onde atua a pressão atmosférica. Sabendo que a tubulação é de PVC (f = 0,032) e tem diâmetro de 150 mm, determinar: a) a vazão escoada; e b) a pressão no seu ponto mais alto. Considere que a ponta da tubulação esteja 0,5 m dentro do reservatório R1. 1. CONDUTOS EQUIVALENTES EXERCÍCIOS 1. Resposta a) L = 4.242,77 m; b) D = 0,3867 m 2. Resposta a) Q2 = 0,020 m3 s-1 e Q3 = 0,005 m3 s-1 b) D3 = 0,110 m (não comercial) L1 = 1.011 m (150 mm) e L2 = 1.369 m (100 mm) 3. Resposta a) Q = 0,065 m3.s-1 b) P = - 6,92 mca
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