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Cuidados Gastrointestinais

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Cuidados Gastrointestinais 
 Prof. Alex Mendes 
 
Tubagem gastrointestinal 
 É a colocação de um cateter de plástico 
flexível, curto ou longo, dentro do estômago 
ou intestino delgado. 
 É introduzido mais frequentemente através 
do nariz, sendo a via oral escolhida nos 
casos de lesão no nariz ou quando há 
necessidade de introdução de um tubo muito 
calibroso. 
Tubagem gastrointestinal 
 Objetivos: 
- Preparo para cirurgias; 
- Estabelecimento de via para alimentação e 
administração de medicamentos; 
- Aliviar distensão abdominal através de drenagem de 
conteúdo gástrico; 
- Retirada de material para exame ou retirada de 
conteúdos indesejáveis (sangue, substâncias 
corrosivas, medicações); 
- Pode ser feita por via gástrica ou intestinal. 
 
Tubagem gástrica 
Tubagem Gástrica 
 É a colocação de um cateter curto no 
estômago; 
 Geralmente utilizada para descomprimir o 
estômago e evitar vômito após uma cirurgia; 
 No pós-operatório, utilizada por um período 
de 48 a 72 horas; 
 Também utilizada para tratar e avaliar 
sangramento gástrico. 
Material necessário 
 Sonda ou cateter nasogástrico (nº 12, 14, 16, 18 ou 20); 
 Toalha de rosto; 
 Luvas de procedimento; 
 Lubrificante hidrossolúvel); 
 Copo de água com canudo se apropriado; 
 Estetoscópio; 
 Cuba rim; 
 Seringa de 20ml; 
 Frasco coletor para drenagem; 
 Lanterna e abaixador de língua; 
 Biombo. 
 
Como inserir uma SNG 
 Propiciar privacidade, lavar as mãos e calçar as luvas; 
 Explicar o procedimento ao paciente, destacando o desconforto 
e a necessidade de deglutir; 
 Colocar o paciente em posição de fowler alta, exceto quando 
contra-indicado; 
 Posicionar-se ao lado do paciente (à direita para destros e à 
esquerda para sinistros); 
 Cobrir o tórax do paciente com a toalha; 
 Medir o comprimento da sonda que será inserido: da ponta do 
nariz até a orelha e da orelha ao processo xifóide; 
 Marcar a medida com esparadrapo 
 Realizar a escolha da narina em que a sonda será inserida 
(permeabilidade, septo); 
Como inserir uma SNG 
 Lubrificar a extremidade distal da sonda com lubrificante 
hidrossolúvel; 
 Instruir o paciente a ficar com a cabeça alinhada e ereta; 
 Enrolar o tubo na mão não dominante e com a mão dominante, 
segurar a extremidade distal da sonda de forma curvada e 
introduzir delicadamente na narina escolhida; 
 Avance-a delicadamente até chegar na faringe quando uma 
resistência será sentida; 
 Instruir o paciente a baixar um pouco a cabeça (fechar a traquéia 
e abrir o esôfago; 
 Para facilitar a passagem da sonda pela faringe pode-se 
oferecer água ao paciente ou pedir que ele degluta se não 
houver contra-indicação; 
 Continuar inserindo a sonda até a marcação, observar angústia 
respiratória. 
 
 
 
Verificando o posicionamento da SNG 
 Examinar a boca do paciente utilizando um 
abaixador de língua e lanterna; 
 Aspirar o conteúdo gástrico com uma seringa de 
20ml (decúbito lateral esquerdo); teste do ph (3) 
 Injetar 10ml de ar dentro da sonda e auscultar o 
som colocando o diafragma do estetoscópio na 
região epigástrica; 
 Não é adequado utilizar um copo com água para 
verificar presença de bolhas; 
 Em caso de dúvida, verificar posicionamento 
através de radiografia. 
 
 
Fixando a SNG 
 Se a pele do paciente for muito oleosa, 
limpar a pele com algodão e álcool; 
 Fixar a sonda com esparadrapo no nariz do 
paciente de modo que a deixe estabilizada; 
 Conecte a sonda a um frasco coletor caso o 
objetivo seja a drenagem de conteúdo; 
 Fornecer cuidados orais e nasais frequentes 
enquanto o paciente estiver sondado; 
 Realizar registros da inserção. 
 
 
 
 
 
 
Remoção da SNG 
 Explicar o procedimento ao paciente; 
 Colocar o paciente em posição semi-fowler e cobrir seu tórax 
com uma toalha; 
 Calce as luvas; 
 Lave a SNG com 10ml de solução fisiológica a 0,9% (retirar 
conteúdo do estômago); 
 Soltar o esparadrapo de fixação do nariz do paciente; 
 Clampear a sonda dobrando-a na mão; 
 Pedir ao paciente para prender a respiração (fechar a epiglote); 
 Retirar a sonda de forma suave e constante; 
 Auxiliar o paciente nos cuidados bucais e retirar resíduo do 
esparadrapo do nariz; 
 Registrar procedimento de remoção da SNG. 
 
Complicações da intubação 
nasogástrica 
 Esofagite; 
 Fístula traqueo-esofágica; 
 Ulceração gástrica; 
 Infecção pulmonar e oral; 
 Sinusite; 
 Aspiração do conteúdo gástrico; 
 Erosão cutânea na narina. 
Sonda nasoentérica 
Inserção de sonda nasoentérica (SNE) 
 Colocação de um tubo no trato intestinal; 
 Utilizada para alimentação de um paciente que não pode ou não 
quer comer; 
 São mais flexíveis e com diâmetro menor, feitas de silicone, 
borracha ou poliuretano; 
 Permitem maior permanência do que a SNG; 
 Possuem uma ponta de tungstênio; 
 Maioria é acompanhada de um guia de metal fino; 
 Também permite oferecer suporte nutricional para paciente com 
necessidades nutricionais; 
 Preferencialmente é utilizada a via nasal porém a via oral 
também pode ser utilizada; 
 Obstrução intestinal e ausência de ruídos intestinais são contra-
indicações para a utilização desse cateter; 
 
Inserção da SNE 
 Material: o mesmo utilizado na SNG; 
 Introdução: passos semelhantes aos utilizados na SNG; 
- Após medi-la como a gástrica, somar aproximadamente 10/15cm 
ao comprimento estabelecido para alcançar o intestino; 
- Retirar o guia metálico após introdução da sonda; 
- A progressão da parte livre para o intestino delgado, passando 
através do esfincter pilórico, acontecerá pela gravidade e pelo 
peristaltismo; 
- Para facilitar a progressão, posicionar o paciente em decúbito 
lateral direito por 2h, a seguir, em decúbito dorsal por mais 2h. 
- A deambulação também facilita a progressão da SNE; 
- Após 24h verificar o posicionamento pela radiografia. 
Inserção da SNE 
Cuidados na manutenção de tubos 
gastrointestinais 
 Manter a cabeceira do leito sempre elevada; 
 Checar posicionamento do tubo diariamente; 
 Suspeitar de deslocamento do tubo quando a dieta não estiver 
correndo livremente; 
 Lavar o tubo com água após administração de dieta e 
medicamentos; 
 Em caso de dieta contínua em bomba de infusão estabelecer 
periodicidade para lavagem do cateter; 
 Higiene oral e nasal frequente e troca diária da fixação; 
 Registrar rigorosamente líquidos administrados e drenados 
(evitar excesso ou déficit do volume de líquidos); 
 Atentar para queixas de dor de garganta, rouquidão e pirose 
indicativa de esofagite de refluxo (administração antiácidos); 
 Cuidado ao repassar uma sonda em pacientes pós operatórios 
de cirurgias gastrointestinais. 
 
 
Alimentação por sonda 
 Liberação de uma fórmula de alimentação líquida 
diretamente no estômago (gavagem gástrica), 
duodeno ou jejuno. 
 Indicada para pacientes incapazes de se alimentar 
por causa de disfagia, lesão ou obstrução oral ou 
esofágica; 
 Indicadas também para pacientes com nível de 
consciência rebaixado ou para pacientes que se 
recuperam de cirurgia e que não podem ingerir 
alimentos por via oral. 
 É necessário que o paciente tenha funcionamento 
do trato gastrointestinal adequado 
Alimentação por sonda 
 As dietas podem ser administradas por infusão contínua ou 
intermitente; 
 O volume e a concentração das dietas devem ser aumentados 
gradativamente, observando a tolerância do paciente; 
 O paciente sempre dever ser mantido com a cabeceira elevada, 
mantendo-se a posição por30 minutos após término da infusão 
da dieta; 
 Para pacientes acamados, parar a infusão da dieta 30 minutos 
antes do banho; 
 Cuidados para evitar a obstrução do cateter; 
 Nos tubos gástricos com administração intermitente de dieta o 
conteúdo do estômago deve ser verificado antes de cada 
administração (conteúdo de 50% do volume da dieta anterior 
significa esvaziamento gástrico retardado); 
Alimentação por sonda 
 Observar frequentemente o aspecto das fezes dos 
pacientes (possibilidade de diarréia); 
 Em casos de diarréia: suspender??? Diminuir 
volume??? Comunicar??? 
 O recipiente que contém a dieta e o equipo de 
infusão devem ser inicialmente estéreis e trocados a 
cada 24horas; 
 Estabelecer realização de balanço hídrico rigoroso, 
avaliação da glicemia e controle de peso. 
Gastrostomia 
Gastrostomia 
 
Gastrostomia 
 Procedimento cirúrgico sobre o estômago para 
administrar líquidos ou alimentos; 
 Indicada para pacientes que necessitam de nutrição 
enteral por mais de 6 semanas ou nos casos de 
obstrução do esôfago ou trauma de face e da 
cavidade oral; 
 Indicada também para pacientes comatosos com 
grande risco de aspiração; 
 É feita pelo cirurgião especializado e a técnica mais 
utilizada é a endoscópia percutânea; 
 
 
Cuidados com a manutenção da 
gastrostomia 
 A dieta será iniciada o mais precocemente possível, 
após retorno dos ruídos gastrointestinais e liberação 
do cirurgião; 
 Manter o paciente com a cabeceira do leito elevada; 
 A administração pode ser contínua ou intermitente; 
 O volume deve ser aumentado gradativamente; 
 Ter o cuidado de infundir a dieta lentamente para 
evitar diarréia; 
 Verificar resíduo gástrico antes da administração da 
próxima dieta; 
 Cuidados para evitar a obstrução do tubo; 
 
 
Cuidados com a manutenção da 
gastrostomia 
 Realizar curativo no sítio de inserção do cateter 
conforme rotina da instituição; 
 A remoção do tubo é feita com a desinsuflação do balão 
quando existente ou retirada dos pontos tracionando-o 
levemente; 
 A fístula formada entre a pele e o estômago fecha em 
poucos dias; 
 Observar sinais flogísticos na inserção do tubo 
(abscesso de parede abdominal – escape de dieta do 
estômago); 
 Cuidados rigorosos na manutenção da dieta; 
 Observar escape da dieta ao redor do tubo (contato da 
pele com as secreções gástricas); 
 
 
Jejunostomia 
Jejunostomia 
 Colocação de um tubo diretamente no intestino 
delgado (jejuno); 
 Indicada para administração de suporte nutricional 
em pacientes com patologias gástricas (fístulas, 
trauma, tumor, refluxo gastroesofágico); 
 Cuidados semelhantes aos da gastrostomia; 
 A administração da dieta deve ser lenta para evitar 
diarréia; 
 Não é necessário verificar o volume gástrico 
residual; 
 Cuidado rigoroso na manipulação da dieta; 
 Cuidados com a pele no local de inserção do tubo. 
 
Referência 
POSSO, M.B.S. Semiologia e Semiotécnica de 
Enfermagem. Rio de Janeiro: Atheneu, 2004. 
 
POHL, F.F.; PETROIANU, A. Tubos, sondas e 
drenos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 
 
Procedimentos de Enfermagem – série 
incrivelmente fácil. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2004.

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