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101
UNIDADE 3
A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• conhecer as regras que compõem as classes de palavras e sua aplicação;
•	 identificar	as	características	de	cada	classe	de	palavras;
• aplicar, de acordo com as regras, a colocação pronominal;
• utilizar corretamente a acentuação e, em especial, o acento indicativo de 
crase;
•	 saber	 aplicar	 a	pontuação	 cabível	de	 acordo	 com	cada	 situação	 textual,	
especialmente em documentos;
•	 empregar	o	hífen	com	eficiência;
•	 reconhecer	as	funções	da	ambiguidade;
• saber aplicar, quando necessários, os estrangeirismos;
• compreender o que é um pleonasmo;
•	 identificar	o	emprego	adequado	de	expressões	como:	porque	e	por	que;	
mau e mal; senão e se não; entre outros; 
• escrever aplicando as regras da gramática normativa.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos	que	visam	auxiliar	você	na	com-
preensão	da	aplicação	das	regras	da	gramática	normativa.	Ao	final	de	cada	
tópico	apresentamos	atividades	a	fim	de	consolidar	seus	conhecimentos	so-
bre os conteúdos apresentados.
TÓPICO 1 – AS CLASSES DE PALAVRAS
TÓPICO 2 – PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
TÓPICO	3	–	LÍNGUA	PORTUGUESA:	DÚVIDAS	PERTINENTES	NA	
 ESCRITURA DE UM TEXTO
102
103
TÓPICO 1
AS CLASSES DE PALAVRAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O	estudo	das	regras	de	uma	língua	por	pessoas	que	já	são	falantes	dessa	
língua	oportuniza	um	domínio	mais	ativo	de	habilidades	como	leitura	e	escrita,	
interpretação e oralidade. É a escola a responsável por aprimorar o ensino da 
gramática normativa culta, assim como estimular os alunos a serem leitores e a 
produzir	qualquer	tipo	de	texto.	Ela	só	alcançará	este	objetivo	com	uma	prática	
sistematizada. Sendo assim, cabe lembrar que ler e escrever devem ser atividades 
primordiais	no	ensino	de	qualquer	língua.
Mais	do	que	isso,	a	captura	de	regras	torna-se	fundamental	para	o	domínio	
do	 ler,	 do	 escrever	 e	 do	 interpretar.	 Não	 são	 apenas	 erros	 ortográficos	 ou	 de	
acentuação	que	precisam	ser	 evitados,	haja	vista	que	em	muitos	 textos	há	uma	
considerável	perda	com	relação	à	semântica,	sendo,	inclusive,	impossível	resgatar	
elementos	de	coerência.
Por	isso,	neste	tópico	do	nosso	Caderno	de	Estudos,	vamos	estudar	sobre	
a	formação	das	palavras.	As	classes	relacionadas	neste	processo	são	o	substantivo,	
o	adjetivo,	o	verbo,	o	advérbio,	o	numeral,	o	artigo,	a	preposição,	a	conjunção,	a	
interjeição	e	os	pronomes.	Vamos	relembrar?
2 AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE
Na Língua Portuguesa	as	palavras	são	classificadas	de	acordo	com	a	função	
que	exercem	dentro	de	uma	frase.	São	reconhecidas	dez classes de palavras, e cada 
uma	delas	tem	um	papel	específico	na	frase.	Logo,	qualquer	expressão	ou	palavra	
na	nossa	língua,	dependendo	das	suas	características, está conectada a uma dessas 
dez classes de palavras.
 
Algumas classes de palavras ou gramaticais são variáveis, que admitem 
flexão	(mudança)	em	sua	forma,	e	outras	são	invariáveis,	pois	não	admitem	alteração	
em	sua	estrutura.	Pense	nas	palavras	variáveis	e	invariáveis.	Pensou?	O	Dicionário	
Michaelis	(2008,	p.	901)	diz	que	a	palavra	variável	é:	“1	Sujeito	a	variações.	2	Que	
pode	ser	variado	ou	mudado;	mutável”.	Segundo	o	mesmo	dicionário	 (2008,	p.	
489),	invariável	é:	“1	Que	não	é	variável.	2	Constante.	3	Inalterável.”	Então,	algumas	
classes	podem	sofrer	alterações	em	sua	forma,	tendo	uma	escrita	para	o	plural	e	
singular,	outra	para	o	feminino	e	masculino.	Entretanto,	outras	classes	possuem	
apenas	uma	forma	escrita.	Vamos	conhecê-las!		
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
104
São	assim	divididas:	
Variáveis:	Substantivo	–	Artigo	–	Adjetivo	–	Numeral	–	Pronome	–	Verbo.
Invariáveis:	Advérbio	–	Preposição	–	Conjunção	–	Interjeição.
Se estudarmos um pouco da língua, observaremos que alterações aconteceram 
ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso se deu porque a nossa língua é viva, e 
é alterada pelos falantes, ou seja, nós somos os principais responsáveis por mudanças que já 
ocorreram e por aquelas que ainda virão.
NOTA
É importante saber que a parte da gramática que lida com as classes de 
palavras	é	a	MORFOLOGIA	(morfo	=	forma,	logia	=	estudo),	ou	seja,	o	estudo	da	
forma.	Deste	modo,	na	morfologia,	não	estudamos	o	contexto	em	que	as	palavras	
são empregadas,	mas	somente	a	forma	da	palavra.
Convido	você	agora	a	conhecer	e	distinguir	as	principais	características	de	
cada classe de palavras.
2.1 SUBSTANTIVO
De maneira bem sucinta, podemos dizer que substantivo é a palavra que 
nomeia	os	seres	com	vida	ou	sem	vida,	ou	seja,	tudo	que	recebe	um	nome	é	um	
substantivo.	Veja:
Seres materiais:	João,	criança,	casa,	fogo,	carro,	escritório,	relatório...
Seres espirituais:	Deus,	anjo,	alma...
Seres fictícios:	Branca	de	Neve,	curupira,	cupido,	fada...
Observe	a	frase:
Assim que o relatório	foi	redigido,	João	foi	para	casa.
As	palavras	em	destaque	–	relatório,	João	e	casa	–	são	substantivos,	pois	
nomeiam	seres.	Os	substantivos	se	classificam	em:	comuns,	próprios,	concretos,	
abstratos	e	coletivos.	Vamos	conhecê-los?
Comuns:	são	aqueles	que	nomeiam	seres	de	qualquer	espécie.	Ex.:	criança,	
país,	estado,	cidade.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
105
Próprios:	são	os	que	dão	nome	a	seres	específicos	de	cada	espécie.	Ex.:	João,	
Brasil,	Santa	Catarina,	Indaial.
Concretos:	 são	 os	 substantivos	 que	 nomeiam	 seres	 que	 existem	
independentemente	de	outros.	Ex.:	computador,	homem,	bruxa.
Abstratos:	 são	 os	 que	 nomeiam	 seres	 que	 dependem	 da	 existência	 de	
outros.	Ex.:	corrida	(existe	no	ser	que	corre),	beleza	(existe	no	ser	que	é	belo).	
Coletivos:	 esse	 é	 um	 tipo	 de	 substantivo	 comum	 que,	 mesmo	 estando	
na	forma	singular,	nomeia	vários	seres	de	uma	mesma	espécie.	Ex.:	vocabulário	
(palavras),	frota	(navios,	ônibus,	aviões),	biblioteca	(livros).	
Agora	você	 já	se	sente	capaz	de	 identificar	o	substantivo	em	uma	frase?	
Vamos	treinar	um	pouco	mais	esta	habilidade.	Leia	a	tirinha	que	segue:	
FONTE: Disponível em: <http://cursoconectese.blogspot.com/2010/06/leitura-e-
interpretacao-de-tirinhas-da.html>. Acesso em: 24 nov. 2011.
FIGURA 26 – CASCÃO
No	 primeiro	 quadrinho,	 temos	 vários	 substantivos.	 Você	 acertou	 se	
elencou:	PÉS	–	CASCÃO	–	TRABALHO	–	CHÃO.	No	segundo	quadrinho,	temos	
o substantivo MÃE. 
 
Como vimos, o substantivo é responsável por nomear tudo o que vemos 
e	 imaginamos.	 Na	 construção	 do	 texto,	 esta	 classe	 gramatical	 é	 essencial,	 pois	
oferece	referência	que	permite	ao	leitor	a	construção	de	imagens,	proporcionando	a	
interpretação da leitura. O substantivo é uma das classes de palavras variáveis, ou 
seja,	ele	sofre	flexões	em	sua	estrutura,	para	concordar	com	os	termos	de	uma	frase.	
 
Leia	o	texto	do	escritor	Alan	Lightman:	ele	recorre	ao	poder	de	nomeação	
dos substantivos para criar imagens. 
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
106
15 DE MAIO DE 1905
[...]	Uma	folha	no	chão	no	outono,	vermelha,	dourada	e	marrom,	delicada.	
[...]	Poeira	em	um	peitoril	de	janela.	Uma	pilha	de	pimentões	na	Marktgasse,	
amarelos,	verdes,	vermelhos.	 [...]	O	buraco	de	uma	agulha.	Mofo	nas	 folhas,	
cristal,	opalescente.	Uma	mãe	em	sua	cama,	chorando,	cheiro	de	manjericão	no	
ar. [...] Uma torre para preces, alta e octogonal, sacada aberta, solene, rodeada 
de	brasões.	Vapor	subindo	de	um	lago	no	início	da	manhã.	Uma	gaveta	aberta.	
Dois	amigos	em	um	café,	o	lustre	iluminando	o	rosto	de	um	dos	amigos,	o	outro	
na	penumbra.	Um	gato	olhando	um	inseto	na	janela.	Uma	jovem	em	um	banco,	
lendo uma carta, lágrimas de contentamento em seus olhos verdes. [...] Uma 
imensa	árvore	caída,	raízes	esparramadas	no	ar,	casca	e	ramos	ainda	verdes.	O	
branco de um veleiro, com o vento de popa, velas se agitando como asasde um 
gigantesco	pássaro	branco.	Um	pai	e	um	filho	sozinhos	em	um	restaurante,	o	
pai,	triste,	olhos	fixos	na	toalha	de	mesa.	Uma	janela	oval,	de	onde	se	avistam	
campos	de	 feno,	uma	 carroça	de	madeira,	 vacas,	 verde	 e	púrpura	na	 luz	da	
tarde.	Uma	garrafa	 quebrada	no	 chão,	 líquido	marrom	nas	fissuras	do	piso,	
uma mulher com os olhos vermelhos. Um velho na cozinha, preparando o 
café	da	manhã	para	o	neto,	o	menino	à	janela	com	os	olhos	fixos	em	um	banco	
pintado	de	branco.	Um	livro	surrado	sobre	uma	mesa	ao	lado	de	um	abajur	de	
luz branda. O branco na água quando quebra uma onda, erguida pelo vento. 
Uma	 mulher	 deitada	 no	 sofá,	 cabelos	 molhados,	 segurando	 a	 mão	 de	 um	
homem que nunca voltará a ver. Um trem com vagões vermelhos, sobre uma 
grande ponte de pedra, de arcos delicados, o rio que sob ela corre, minúsculos 
pontos	que	são	as	casas	a	distância.	Partículas	de	poeira	flutuando	nos	 raios	
de	sol	que	entram	por	uma	janela.	A	pele	fina	que	recobre	um	pescoço,	fina	o	
suficiente	para	se	sentir	o	pulsar	do	sangue	que	sob	ela	corre.	Um	homem	e	uma	
mulher nus, envolvidos um no outro. As sombras azuis das árvores numa noite 
de	lua	cheia.	O	topo	de	uma	montanha	com	um	vento	forte	constante,	os	vales	
que	se	esparramam	por	todas	as	suas	bordas,	sanduíches	de	carne	e	queijo.	[...]	
Uma	foto	de	família,	os	pais	jovens	e	tranquilos,	as	crianças	trajando	gravatas	
e	vestidos	e	sorrindo.	Uma	pequeniníssima	luz,	visível	por	entre	as	árvores	de	
um	bosque.	O	vermelho	do	pôr	do	sol.	Uma	casca	de	ovo,	branca,	frágil,	intacta.	
Um	 chapéu	 azul	 na	 praia,	 trazido	pela	maré.	 Rosas	 aparadas	 flutuando	 sob	
uma	ponte,	próximas	a	um	castelo	que	vai	emergindo.	O	cabelo	ruivo	de	uma	
amante,	 selvagem,	 traiçoeiro,	promissor.	As	pétalas	púrpuras	de	uma	 íris	na	
mão	de	uma	jovem	mulher.	Um	quarto	com	quatro	paredes,	duas	janelas,	duas	
camas, uma mesa, um lustre, duas pessoas de rostos vermelhos, lágrimas. [...]
FONTE: LIGHTMAN, Alan. Sonhos de Einstein. Tradução de Marcelo Levy. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1977. p. 72-76. 
Note	 que	 nesse	 texto,	 acadêmico(a),	 o	 autor	 emprega	 a	 nomeação	 de	
substantivos.	 Estes	 são	 sempre	 acompanhados	 de	 adjetivos	 que	 permitem	
ao	 leitor	 a	 construção	 de	 imagens.	 Vamos	 conceituar	 adjetivo?	 Assim	 você	
perceberá	que	estas	duas	classes	de	palavras	sempre	estarão	muito	próximas	
na	construção	de	textos.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
107
2.2 ADJETIVO
Estudamos que os substantivos são as palavras que nomeiam os seres, não 
é	mesmo?	Os	adjetivos,	por	sua	vez,	são	as	palavras	que	os	caracterizam.	Sendo	
assim,	o	adjetivo	liga-se	ao	substantivo.	Observe:
Os	acadêmicos	maranhenses visitaram o polo de Indaial.
Note	que	a	palavra	“acadêmicos”	é	um	substantivo.	A	palavra	em	destaque	
(maranhenses)	acompanha	este	nome	a	fim	de	caracterizar,	definir	ou	identificar.	
Os	adjetivos	podem	ser:	primitivos,	derivados,	simples	ou	compostos.		
Os primitivos	são	aqueles	que	não	provêm	de	nenhuma	outra	palavra	da	
língua.	Exemplo:	Redigi	a	ata	no	livro	de	capa	azul. 
Observe	que	a	palavra	em	destaque	(azul)	é	um	adjetivo	primitivo,	ou	seja,	
azul é uma palavra primitiva e, neste caso, caracteriza o substantivo capa.
Os derivados	são	aqueles	que	se	formam	a	partir	de	uma	palavra	que	já	
existe.	Exemplo:	Seu	trabalho	está	belíssimo. 
A	 palavra	 em	 destaque	 (belíssimo)	 é	 um	 adjetivo	 derivado	 da	 palavra	
“belo”.
Os simples	formam-se	de	apenas	um	radical.	Exemplo:	O	povo	brasileiro 
quer qualidade em educação.
Neste	exemplo	temos	o	substantivo	“povo”	acompanhado	do	adjetivo	simples	
“brasileiro”.	
Os compostos	são	aqueles	que	se	formam	a	partir	de	dois	ou	mais	radicais.	
Exemplo:	A	literatura	infantojuvenil	em	nosso	país	é	ampla.
Aqui	 temos	 o	 substantivo	 “literatura”	 seguido	 do	 adjetivo	 composto	
“infantojuvenil”,	que	se	formou	a	partir	de	infantil	+	juvenil.	
Então,	 podemos	 dizer	 que	 os	 adjetivos	 acompanham	 um	 substantivo,	
formam-se	 a	 partir	 de	 um	verbo,	 um	 substantivo	 e/ou	 outro	 adjetivo	 e	 podem	
conter	um,	dois	ou	mais	radicais.	Ufa!	Respire	fundo,	pois	temos	ainda	o	adjetivo	
pátrio	e	a	locução	adjetiva.	
A	locução	adjetiva	nada	mais	é	que	uma	expressão	representada	por	mais	
de	uma	palavra,	ou	seja,	um	conjunto	de	palavras	que	tenham	valor	de	adjetivo.	
São	exemplos	de	locução	adjetiva:	
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
108
LOCUÇÃO ADJETIVA ADJETIVO CORRESPONDENTE
da audição auditivo
de cidade urbano
de	estômago gástrico
de inverno hibernal
de orelha auricular
de	professor docente
do campo campestre
QUADRO 2 – LOCUÇÕES ADJETIVAS
FONTE: As autoras
O	adjetivo	pátrio	é	aquele	que	designa	local	de	origem,	como	continentes,	
países,	estados	e	municípios,	entre	outros.	Em	sua	maioria	são	adjetivos	derivados	
do	nome	do	local	e	acrescidos	de	sufixo.	Confira	alguns	adjetivos	pátrios,	seguidos	
das	localidades	brasileiras,	no	quadro	a	seguir:
ADJETIVO PÁTRIO LOCALIDADES BRASILEIRAS
acriano Acre
baiano Bahia
cearense Ceará
maceioense Maceió
manauense, manauara Manaus
paraense Pará
catarinense, barriga-verde Santa Catarina
potiguar, rio-grandense-do-norte Rio Grande do Norte
QUADRO 3 – ADJETIVOS PÁTRIOS
FONTE: As autoras
Vamos	 relembrar	 também	 alguns	 adjetivos	 pátrios	 que	 se	 referem	 a	
localidades	estrangeiras:
ADJETIVO PÁTRIO LOCALIDADES ESTRANGEIRAS
alemão, germânico Alemanha
buenairense, portenho Buenos	Aires
indiano, hindu Índia
lisboeta, lisbonense Lisboa
madrilense, madrileno Madri
patagão Patagônia
pequinês	 Pequim
QUADRO 4 – ADJETIVOS PÁTRIOS
FONTE: As autoras
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
109
Os	adjetivos	pátrios	podem	ser	compostos,	ou	seja,	formados	de	dois	ou	
mais	radicais.	Confira:
luso-brasileira - greco-romana - indo-europeia
Quando	 se	 forma	um	adjetivo	pátrio	 composto,	 as	palavras	 com	menor	
número	 de	 letras	 devem	 aparecer	 primeiro.	 Quando	 houver	 coincidência	 de	
número	de	sílabas,	deve	ser	seguida	a	ordem	alfabética.	
Caro(a)	acadêmico(a),	os	adjetivos,	quando	bem	selecionados,	têm	o	poder	
de	definir	a	atmosfera	de	um	texto.	Nas	histórias	de	terror,	esta	classe	gramatical	é	
a	responsável	por	dar	o	tom	assustador	e	ajudar	na	criação	de	imagens	da	narração.	
Agora,	vamos	conhecer	outra	classe,	o	advérbio!
2.3 ADVÉRBIO
Vamos	iniciar	o	estudo	desta	classe	de	palavras,	lendo	o	texto	que	segue:
QUE TIPO DE CLASSE GRAMATICAL VOCÊ É? ADVÉRBIO, MUITO 
PRAZER!
Se	eu	fosse	uma	classe	gramatical,	desejaria	ser	o	advérbio.	Não	porque	
sou invariável, pelo contrário. Vario muito. Por indicar circunstância, e esta 
varia,	 como	 varia!	 Além	 disso,	 modifico...	 Ah!	 se	 modifico!	 Altero	 frases,	
palavras	(verbos,	adjetivos	e	até	"euzinho"	mesmo,	o	advérbio).	Assim	são	as	
pessoas,	precisam	modificar	suas	ações,	suas	características,	a	si	mesmas.
Além	disso,	posso	transformar	a	frase	mais	proferida	do	mundo	"Eu	te	
amo”	em	mensagens	extraordinárias:	Eu	te	amo	muito, eu te amo devagar, Eu 
te amo silenciosamente, Eu te amo à noite, ao amanhecer, aqui, ali e sempre... 
Tenho,	ainda,	o	poder	do	desprezo:	eu	te	amo	pouco, talvez nem ame; não, na 
verdade eu não te amo. Nunca te amei. 
FONTE: Texto adaptado (autor desconhecido)
As	palavras	em	destaque	no	texto	são	advérbios.	Dito	de	outra	maneira,	
o	 advérbio	 é	 a	 palavra	 que	 modifica,	 principalmente,	 o	 verbo,	 indicando	 a	
circunstância	em	que	ocorre	a	ação	que	ele	expressa.	
Os	advérbios,	bem	como	as	locuções	adverbiais	(conjunto	de	palavras	com	
valor	de	advérbio),	podem	representar	sete	tipos	de	circunstâncias.	São	elas:	tempo,	
lugar,	modo,	afirmação,	negação,	intensidade	e	dúvida.	Conheça	alguns	exemplos	de	
advérbio e locuções adverbiais. 
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
110
TEMPO LUGAR MODO AFIRMAÇÃO NEGAÇÃO INTENSIDADE DÚVIDA
ontemaqui bem sim não bem talvez
hoje perto mal certamente tampouco bastante acaso
amanhã além melhor realmente absolutamente mais quiçá
cedo por perto depressa efetivamente
de	jeito	
nenhum menos provavelmente 
de 
repente
em 
cima devagar por certo
de	forma	
alguma muito possivelmente
às vezes por ali às pressas com certeza
de modo 
nenhum de pouco por certo
QUADRO 5 – EXEMPLOS DE ADVÉRBIOS
FONTE: As autoras
Depois	 de	 tantos	 exemplos	 ficou	 mais	 fácil	 compreender	 o	 que	 é	 um	
advérbio,	não	é?	Vamos	continuar	nossos	estudos!
2.4 NUMERAL
Esta classe indica a ideia numérica dos seres. De acordo com as ideias que 
exprime,	o	numeral	pode	ser	classificado	da	seguinte	maneira:	
Cardinais:	por	expressar	a	quantidade	exata	dos	seres.	
Ordinais:	por	expressar	a	ordem	dos	seres.	
Multiplicativos:	 por	 expressar	 aumento	de	proporção	de	uma	quantidade	ou	
multiplicação.
Fracionários:	por	expressar	diminuição	de	proporção	de	uma	quantidade	ou	divisão.
Vamos	conhecer	alguns	exemplos	dispostos	no	quadro	a	seguir:
ALGARISMOS
CARDINAIS ORDINAIS MULTIPLICATIVOS FRACIONÁRIOS
romanos indo-arábicos
I 1 um primeiro - - 
II 2 dois segundo dobro, duplo meio, metade
III 3 três terceiro triplo,	tríplice terço
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
QUADRO 6 – EXEMPLOS DE NUMERAIS
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
111
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
VII 7 sete sétimo séptuplo sétimo 
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
IX 9 nove nono nônuplo nono
X 10 dez décimo décuplo décimo
FONTE: As autoras
Incluem-se nos numerais cardinais o “zero” (0) e “ambos” (os dois).
NOTA
2.5 ARTIGO
A	palavra	que	 indica	 tratar-se	de	um	ser	 específico	ou	não	da	espécie	 é	
chamada	de	artigo.	Existem	duas	classificações	para	eles:	os	artigos	definidos	e	os	
indefinidos.	Vejamos:	
	Definidos:	indicam	que	se	trata	de	um	ser	da	mesma	espécie.	São	artigos	
definidos:	o,	a,	os,	as.	Observe:	
O administrador da empresa compareceu à reunião. 
Note	que	estamos	tratando	de	um	ser	específico	naquela	situação.
Indefinidos:	indicam	que	se	trata	de	um	ser	de	qualquer	espécie.	São	eles:	
um,	uma,	uns,	umas.	Observe:	
Um administrador da empresa compareceu à reunião.
Neste caso, trata-se de um administrador qualquer entre outros naquela 
situação. 
Como	você	viu	no	 início	desta	unidade,	o	artigo	é	uma	classe	de	palavra	
variável,	isto	é,	possui	diferentes	formas	para	concordar	com	o	substantivo	a	que	se	
refere.	Ele	varia	em	gênero	(feminino	e	masculino)	e	em	número	(singular	e	plural).	
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
112
o administrador – a administradora os administradores – as 
administradoras
um administrador – uma administradora uns administradores – umas 
administradoras
Caro(a)	 acadêmico(a)!	Você	 saberia	diferenciar	 quando	o	UM é artigo e 
quando	é	numeral?	Vamos	relembrar!?	O	um(a)	será	numeral	quando	ficar	evidente	
no	texto	a	 ideia	de	quantidade,	sendo	assim,	aparece	no	texto	acompanhado	de	
palavras	que	reforçam	a	quantidade.	
Vejamos:	
Fui à livraria e comprei só um livro.
Note que a palavra em destaque só reforça	 a	 ideia	de	quantidade,	 ou	
seja,	só	um. 
Observe	outro	exemplo:	
Fui à livraria e comprei um livro.
Neste	caso,	a	frase	enfoca	o	que	se	comprou,	isto	é,	um	livro.	Não	percebemos	
a	presença	de	palavras	indicando	quantidade.	Temos,	então,	um	artigo	indefinido.	
Leia	a	tirinha	a	seguir:
FIGURA 27 – GARFIELD
FONTE: Disponível em: <http://portugueixa.blogspot.com/2010_04_01_archive.html>. Acesso 
em: 20 nov. 2011.
Nesta	 tira	 a	 palavra	UM	 é	 classificada	 como	 artigo	 indefinido,	 por	 não	
haver	palavra	que	enfoca	a	ideia	de	quantidade.	
Vamos	ao	estudo	de	mais	uma	classe.	Você	nos	acompanha?
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
113
2.6 PREPOSIÇÃO
A preposição é a palavra utilizada para ligar outras palavras. Dito de outra 
maneira,	a	preposição	é	empregada	para	unir	dois	termos.	Existem	as	preposições	
propriamente	ditas	(preposição	essencial)	e	também	algumas	palavras	de	outras	
classes	gramaticais	que	funcionam	como	preposição	(preposição	acidental).	Sendo	
assim,	 as	 preposições	 podem	 ser	 de	 dois	 tipos:	 essencial	 e	 acidental.	 Vejamos	
alguns	exemplos:	
Essencial:	a,	ante,	de,	por,	com,	em,	sob,	até.
Acidental:	consoante,	segundo,	mediante.
Como	já	vimos,	locução	é	um	conjunto.	As	locuções	prepositivas	são	duas	
ou mais palavras com valor de uma preposição, sendo que a última é sempre 
uma preposição.
Podemos	 elencar,	 como	 de	 uso	 mais	 frequente,	 as	 seguintes	 locuções	
prepositivas:
abaixo	de	 a par de além de diante de em	frente	a junto	a	
acerca de a respeito de dentro de embaixo	de	 em vez de por cima de
QUADRO 7 – EXEMPLOS DE LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
FONTE: As autoras
ATENCAO
As locuções "junto a, junto de" são sinônimas, invariáveis e significam "perto de", 
"ao lado de".
• A bola passou junto à trave (perto, ao lado da trave).
• A loja fica junto ao viaduto (perto, ao lado do viaduto).
No entanto, ninguém desconta cheques "junto ao (ao lado do) banco". Nem pede providências 
"junto à (perto da) prefeitura". Descontamos cheques "com o banco". Pedimos providências 
"para a prefeitura".
FONTE: CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de dificuldades da língua portuguesa. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
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2.7 CONJUNÇÃO
A palavra que une duas orações ou termos semelhantes de uma oração é 
denominada	conjunção.	Você	recorda	o	que	é	oração	em	língua	portuguesa?	Pois	
bem,	 oração	 é	 uma	 frase	 ou	parte	 de	 uma	 frase	 com	verbo.	 Sendo	 assim,	 para	
existir	oração	tem	que	haver	um	verbo.	Se	uma	frase	contiver	dois	verbos,	teremos	
duas	orações,	três	verbos,	três	orações...	Vamos	visualizar	na	prática?	Então,	segue	
um	exemplo:
Os	jovens	adormeceram e	o	silêncio	espalhou-se pela casa.
Observe	que	as	palavras	“adormeceram”	e	“espalhou”	são	verbos.	Portanto,	
temos	nessa	frase	duas	orações.	Agora,	a	palavra	em	destaque	“e”	é	a	que	liga	as	
duas	orações,	sendo,	portanto,	uma	conjunção.	
Podemos	 dizer,	 então,	 que	 conjunções	 são	 palavras	 invariáveis	 que	
conectam orações, estabelecendo entre elas uma relação de subordinação ou de 
coordenação.	 Sendo	 assim,	 as	 conjunções	 são	 classificadas	 em	 coordenativas	 e	
subordinativas.	Estas,	por	sua	vez,	apresentam	outra	divisão.	Veja:
Conjunção	coordenativa:	são	as	que	simplesmente	coordenam	as	orações.	
Não	estabelecem	relação	de	dependência	sintática	(sentido).	Dividem-se	em:
• Aditivas:	são	as	que	expressam	relação	de	soma.	Ex.:	nem,	e,	não	só,	mas	também.
• Adversativas:	 são	as	que	expressam	relação	de	adversidade	ou	oposição.	Ex.:	
mas, porém, todavia, contudo, não obstante, entretanto.
• Alternativas:	são	as	que	expressam	sentido	de	alternância	ou	exclusão.	Ex.:	ou,	
ou...	ou,	ora...	ora,	seja...	seja,	quer...	quer.	
• Conclusivas:	 estas	exprimem	relação	de	 conclusão.	Ex.:	 logo,	assim,	portanto,	
por	isso,	pois	(posposto	ao	verbo).
• Explicativas:	são	as	que	exprimem	sentido	de	explicação.	Ex.:	que,	porque,	pois	
(anteposto	ao	verbo).
Conjunção	 subordinativa:	 são	 as	 que	 ligam	 duas	 orações	 e	 estas	 são	
dependentes	uma(s)	da(s)	outra(s).
• Causais:	 expressam	 relação	 de	 causa.	 Ex.:	 porque,	 pois,	 porquanto,	 como	 (=	
porque),	pois	que,	visto	que,	visto	como,	por	isso	que,	já	que,	uma	vez	que,	entre	
outras. 
• Concessivas:	 são	 as	 que	 iniciam	orações	 adverbiais	 que	 exprimem	concessão.	
Ex.:	embora,	conquanto,	ainda	que,	mesmo	que,	se	bem	que,	apesar	de	que,	entre	
outras. 
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
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• Condicionais:	 são	 as	 que	 iniciam	orações	 adverbiais	 que	 exprimem	condição.	
Ex.:	se,	caso,	contanto	que,	salvo	se,	desde	que.	
• Conformativas:	são	as	que	iniciam	orações	adverbiaisque	indicam	conformidade.	
Ex.:	conforme,	segundo,	como,	consoante.
• Comparativas:	estas	iniciam	orações	adverbiais	que	exprimem	comparação.	Ex.:	
como, mais... que, menos... que, maior... que, menor... que, entre outras. 
• Consecutivas:	são	as	que	iniciam	orações	adverbiais	que	indicam	consequência.	
Ex.:	que	(combinado	com	tal,	tanto,	tão,	tamanho),	de	sorte	que,	de	forma	que.
• Finais:	são	as	que	iniciam	orações	adverbiais	para	expressar	finalidade.	Ex.:	para	
que,	a	fim	de	que.	
• Proporcionais:	estas	iniciam	as	orações	adverbiais	que	indicam	proporção.	Ex.:	à	
proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos. 
• Temporais:	 iniciam	 orações	 adverbiais	 que	 exprimem	 tempo.	 Ex.:	 quando,	
enquanto, logo que, depois que, antes que, desde que, sempre que, até que, assim 
que, todas as vezes que.
• Integrantes:	estas	iniciam	as	orações	subordinadas	substantivas	que	representam	
sujeito,	objeto	direto,	etc.	Ex.:	que,	se.	
Vale lembrar que uma mesma conjunção ou locução conjuntiva pode iniciar 
orações que indicam sentidos distintos. Então, caro(a) acadêmico(a), o estudo não deve voltar-
se para a memorização classificatória, mas, sim, para o sentido das frases no texto.
NOTA
2.8 INTERJEIÇÃO
A	 interjeição	 é	 uma	 das	 classes	 de	 palavras	 invariáveis.	 Ela	 exprime	
sensações	 e	 estados	 emocionais.	 Dito	 em	 outras	 palavras,	 com	 a	 interjeição	
traduzimos de modo vivo nossas emoções. Podemos dizer que o uso dessa classe é 
mais	frequente	em	textos	narrativos,	nos	quais	há	a	apresentação	de	falas	coloquiais,	
pois contribuem para transmitir ao leitor as emoções e reações das personagens. 
O	significado	da	interjeição	dependerá	do	momento	em	que	é	expressa	e	
também	da	entonação	de	voz.	Vamos	conhecer	algumas,	então?!	Veja	a	classificação,	
conforme	os	sentimentos	que	indicam:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
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De	alegria:	Ah!	Eh!	Oh!	Oba!	Viva!
De	dor:	Ai!	Ui!	
De	animação:	Vamos!	Coragem!	
De	chamamento:	Psiu!	Olá!	Alô!
De	desejo:	Quem	me	dera!	Tomara!	Oxalá!
De	silêncio:	Psiu!	Boca	fechada!	Quieto!
De	aplauso:	Bis!	Viva!	Bravo!
De	medo:	Ui!	Uh!	Ai!	Credo!	Que	horror!
De	espanto,	surpresa:	Ah!	Oh!	Nossa!	Xi!
De	alívio:	Ufa!	Ah!	Uf!	Arre!	Uai!
De	afugentamento:	Fora!	Xô!	Passa!
Você	percebeu	uma	característica	comum	às	interjeições?	Se	você	pensou	
no	ponto	de	exclamação,	acertou!	Na	escrita	as	interjeições	são	seguidas	do	ponto	
de	exclamação.	Observe	a	tirinha	que	segue:
FIGURA 28 – MAFALDA
FONTE: Disponível em: <http://guiroque.wordpress.com/category/coisas-bem-legais/>. Acesso 
em: 11 out. 2011.
Podemos	destacar	facilmente	várias	interjeições,	não	é	mesmo?	Muito	bem,	
completamos,	assim,	o	estudo	de	mais	uma	classe.	Vamos	continuar?
2.9 VERBO
Dentre as classes de palavras, podemos dizer que o verbo é a palavra 
que	mais	varia.	Sendo	assim,	ele	indica:	pessoa,	número,	tempo,	modo,	estados	e	
fenômenos	naturais	e	voz.	Ele	exprime	o	que	se	passa,	isto	é,	um	acontecimento	
representado	no	tempo.	Agora	que	já	sabemos	qual	a	função	dos	verbos,	vamos	
conhecer um pouco mais sobre eles.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
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AMAR SOFRER PARTIR
EU amo sofro	 parto
TU amas sofres partes
ELE ama sofre parte
NÓS amamos sofremos partimos 
VÓS amais sofreis partis
ELES amam sofrem	 partem 
QUADRO 8 – EXEMPLOS DE VERBOS
FONTE: As autoras
Podemos	notar	que,	em	cada	conjugação,	uma	parte	do	verbo	não	sofreu	
alteração	(amar	=	AM;	sofrer	=	SOFR;	partir	=	PART).	Sendo	assim,	esta	parte,	que	
contém	a	base	do	significado,	é	denominada	radical.	
A	terminação	ou	desinência	é	a	parte	do	verbo	que	contém	as	indicações	de	
pessoa,	tempo,	modo	e	voz.	Conjugar	um	verbo	significa	apresentá-lo	em	todos	os	
seus	modos,	pessoas,	tempos,	vozes	e	números.	Quando	agrupamos	todas	essas	
flexões,	de	acordo	com	uma	ordem,	temos	uma	conjugação.	
Os	verbos	da	Língua	Portuguesa	são	classificados	em	três	diferentes	grupos,	
caracterizados pela vogal temática.
Vogal temática é a parte que indica a conjugação à qual os verbos pertencem. É 
formada pela vogal que vem depois do radical. Ex.: cant - a - r (a - vogal temática); sofr - e - r 
(e - vogal temática); part - i - r (i - vogal temática).
NOTA
Conheça	os	três	grupos	de	conjugação	da	Língua	Portuguesa:
O	 verbo	 constitui-se	 basicamente	 em	 duas	 partes:	 radical	 e	 terminação	
(desinência).	Veja	o	exemplo	com	os	verbos	amar,	sofrer	e	partir,	conjugados	no	
presente	do	indicativo:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
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E	 os	 verbos	 terminados	 em	OR,	 como	 compor	 e	 expor?	 Por	 que	 foram	
classificados	 na	 segunda	 conjugação,	 terminados	 em	 ER?	 Vamos	 à	 explicação:	
esses	verbos,	por	terem	origem	no	antigo	verbo	“poer”,	são	encaixados	na	segunda	
conjugação.	 Cada	 conjugação	 verbal	 possui	 terminações	 específicas	 que	 são	
utilizadas	para	flexionar	seus	respectivos	verbos.
1ª	conjugação	-	verbos	terminados	em	AR.	Ex.:	cantar,	sonhar,	falar,	amar,	andar,	nadar,	limpar,	
anotar,	flexionar,	escapar,	rasgar,	amarrar...
2ª	conjugação	-	verbos	terminados	em	ER.	Ex.:	comer,	sofrer,	mexer,	roer,	escrever,	absorver,	expor,	
compor, repor, compor... 
3ª	conjugação	-	verbos	terminados	em	IR.	Ex.:	partir,	sentir,	emitir,	sorrir,	fingir,	falir,	mentir,	iludir,	
cair, abrir...
QUADRO 9 – AS TRÊS CONJUGAÇÕES
FONTE: As autoras
ATENCAO
Lembre-se! Dizemos que o verbo é não flexionado ou no infinitivo quando 
termina em R. Veja: enviar, escrever, comprar, relatar, sorrir, latir, ser, caber, fazer...
AUTOATIVIDADE
Muito	bem!	Agora	que	já	conhecemos	as	conjugações	verbais,	vamos	praticar?	
Classifique	os	verbos	a	seguir	em	1ª,	2ª	e	3ª	conjugação:	
a)	Explicar:	_____________	 	 	 e)	Mentir:_______________
b)	Dividir:	______________	 	 	 f)	Dispor:_______________
c)	Rever:________________		 	 	 g)	Caprichar:____________
d)	Supor:	_______________	 	 	 h)	Absorver:	____________
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
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Na aula de português, a professora pergunta para Joãozinho:
- Joãozinho, qual é o futuro do verbo roubar?
Ele, sem pestanejar, responde:
- Ir preso, professora.
A professora mandou Joãozinho recitar uma poesia. Ele, todo cheio de compostura, começou 
a declamar:
- Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam.
A professora, intrigada, pede ao Joãozinho:
- Joãozinho, mas o que há de poético nestes verbos?
Joãozinho, com muita convicção, responde:
- Professora, isso pode não ser poético, mas é bastante profundo.
FONTE: Adaptado de: <http://www.piadalegal.com.br/piadas/?busca=verbo>. Acesso em: 
18 jan. 2011.
UNI
Sendo	o	verbo	uma	palavra	variável,	podemos	afirmar	que	se	flexiona	em:	
Número Singular e plural
Pessoa 1ª, 2ª e 3ª
Modo Indicativo,	Subjuntivo	e	Imperativo
Tempo Presente, Passado e Futuro
Voz Ativa,	Passiva	e	Reflexiva
QUADRO 10 – FLEXÃO DO VERBO
FONTE: As autoras
Mas	afinal,	o	que	é	flexionar	um	verbo?	Flexionar	quer	dizer	adaptar	o	verbo	
ao	número,	ao	modo,	ao	tempo,	à	voz	e	às	formas	nominais,	fazendo	com	que	ele	
concorde	com	o	pronome	anterior	a	ele.	Quanto	a	essas	flexões,	estudaremos	uma	
a	uma	detalhadamente	para	facilitar	a	sua	compreensão.	Vejamos:
Número e pessoa:	quando	a	forma	indica	se	o	verbo	está	no	singular	ou	no	
plural.	Singular	quando	se	refere	a	apenas	uma	pessoa	(eu	ando,	tu	andas,	ele	anda).	
Plural	quando	se	refere	a	mais	de	uma	pessoa	(nós	andamos,	vós	andais,	eles	andam).
Modo verbal:	 é	a	flexão	que	nos	mostra	qual	é	a	 intenção	do	 falante	ao	
expor	suas	ideias.	Através	dessa	flexão,	podemos	perceber	se	o	que	é	expresso	por	
ele indica uma dúvida ou possibilidade, uma certeza ou uma ordem. Os verbos 
são	classificados	em	três	modos.	Confira:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
120
•	Modo	indicativo:	indica	um	fato	que	ocorre,	ocorreu	ou	ocorrerá	com	certeza.	
Um	fato	real.Por	exemplo:	Pedro	partiu	ontem.	
Nessa	oração,	 temos	 certeza	de	que	Pedro	 realmente	partiu.	O	 fato	 está	
concretizado. Dito de outra maneira, o indicativo indica uma ação. 
•	Modo	subjuntivo:	indica	um	fato	hipotético,	ou	seja,	não	é	certo	que	acontecerá.	
Pode	exprimir	dúvida,	probabilidade	ou	suposição.	Por	exemplo:	Quem	sabe	eu	
vá à reunião, se não chover. 
Nessa	 oração,	 não	 se	 sabe	 ao	 certo	 se	 a	 ação	 ocorrerá.	 O	 fato	 não	 está	
concretizado.
•	Modo	imperativo:	indica	ordem,	pedido,	súplica,	sugestão,	convite.	Observe	o	
exemplo:	
Estude para a avaliação.
Neste	exemplo,	percebemos	que	a	oração	exprime	uma	ordem	ao	seu	receptor.
Tempo verbal:	 o	 estudo	 do	 tempo	 verbal	 é	 um	 pouco	 mais	 complexo	
do que os demais, porém muito interessante, pois, a partir da observação deste, 
podemos	saber	quando	a	ação	ou	o	fato	foram	realizados.	Desta	forma,	o	tempo	
verbal	divide-se	em	três	grandes	grupos:	presente,	pretérito	(que	é	o	mesmo	que	
passado)	 e	 futuro.	O	 passado,	 por	 sua	 vez,	 subdivide-se	 em	 pretérito	 perfeito,	
pretérito	imperfeito,	pretérito	mais-que-perfeito,	e	o	futuro	subdivide-se	em	futuro	
do	presente	e	futuro	do	pretérito.
Voz verbal: em algumas ações verbais, o verbo admite estruturas com 
diferentes	atuações	do	sujeito.	São	os	casos	em	que	o	verbo	sofre	a	flexão	de	voz.	
São	três	as	vozes	verbais,	vamos	conhecê-las?
Ativa: é	quando	o	sujeito	é	o	agente	da	ação	verbal,	ou	seja,	ele	pratica	a	
ação.	Ex.:	Os	alunos	estudaram	muito	para	a	avaliação.	Neste	 caso	o	 sujeito	da	
frase	é	“Os	alunos”,	e	estes	realizaram	a	ação	do	verbo	estudar.
Passiva: é	 quando	 o	 sujeito	 é	 paciente	 da	 ação	 verbal,	 isto	 é,	 ele	 recebe	
ou	 sofre	 a	 ação.	 Ex.:	Carolina	 foi	machucada	por	Aline.	Neste	 caso,	 o	 sujeito	 é	
“Carolina”,	e	este	sofre	ou	recebe	a	ação	expressa	pelo	verbo	machucar.	
Reflexiva:	 acontece	quando	o	sujeito	é	agente	e	paciente	da	ação	verbal.	
Dito	em	outras	palavras,	ele	pratica	a	ação	em	si	mesmo	e	a	recebe.	Ex.:	Cláudio	
penteou-se	assim	que	 levantou.	Note	que	o	sujeito	“Cláudio”	pratica	e	recebe	a	
ação	expressa	pelo	verbo.
Formas nominais:	 os	 verbos,	 além	 de	 todas	 essas	 flexões	 que	 já	 foram	
estudadas,	podem	ser	 ainda	apresentados	de	 três	modos:	 infinitivo,	gerúndio	 e	
particípio.	Vamos	aprender	um	pouco	mais?	Vejamos	cada	um	deles:
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
121
• Infinitivo:	exprime	a	própria	ação	verbal,	porém	sem	nenhuma	localização	de	
tempo. É marcado pela terminação R. 
Observe	o	exemplo:	Estudar	é	preciso.	Esta	forma	nominal	indica	a	ação:	
estudar.	O	 infinitivo	pode	ser	pessoal	ou	 impessoal.	Caso	apresente	um	sujeito,	
será	pessoal,	caso	não	apresente,	ou	seja,	não	se	refira	a	ninguém,	será	impessoal.	
Veja	mais	alguns	exemplos:
É	proibido	fumar	neste	local.
Comer	muita	doçura	faz	mal	à	saúde.
• Gerúndio:	exprime	um	fato	que	está	em	desenvolvimento,	ou	seja,	que	ainda	
não	 chegou	 ao	 fim.	 É	marcado	 pela	 terminação	NDO.	O	 exemplo	 “Alex	 está	
viajando”	mostra	que	a	ação	ainda	está	em	andamento.	Veja	alguns	exemplos:
Ele está estudando.
Emília	ficou	na	escola	treinando	para	a	apresentação.
• Particípio:	ao	contrário	do	gerúndio,	o	particípio	indica	um	fato	já	terminado.
O verbo apresenta-se, em geral, com as terminações ADO e IDO. No 
exemplo	“José	foi	multado”,	a	ação	já	foi	concluída.	Exemplos:
O carro está estragado.
A	casa	foi	vendida.
Agora	 que	 terminamos	 uma	 fase	 importante	 dos	 nossos	 estudos	 sobre	
verbos,	que	foram	as	flexões	verbais,	vamos	entrar	em	uma	nova	etapa,	que	é	o	
estudo da CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS.	Mas,	por	que	classificar	os	verbos?
A	conjugação	dos	verbos	segue	um	determinado	padrão,	um	paradigma.	
No	caso	de	um	verbo	regular,	dependendo	da	sua	terminação,	ele	terá	uma	forma	
a	 ser	 conjugada.	 Também	há	 casos	 em	que	 este	 paradigma	não	 é	 seguido,	 que	
é o que chamamos de verbo irregular. Há verbos que são utilizados em apenas 
algumas pessoas, tempos ou modos. O motivo pelo qual isto acontece é bastante 
variável.	Em	muitos	casos,	a	própria	ideia	que	o	verbo	quer	transmitir	não	se	aplica	
a	todas	as	pessoas.	E	há	também	os	verbos	que	possuem	duas	formas	equivalentes,	
que	precisamos	conhecer	para	saber	onde	aplicá-las.	Então,	agora	que	já	sabemos	
o	porquê	da	classificação	dos	verbos,	vamos	conhecê-las?
 
Verbo regular:	 classificamos	 como	 regulares	 aqueles	 verbos	 que	 são	
conjugados	 sem	que	 sejam	 feitas	 alterações	 em	 seu	 radical.	Utilizaremos,	 como	
exemplo,	 o	 verbo	 sofrer.	 Este	 verbo	 é	 formado	 pelo	 radical	 sofr-, e, quando o 
conjugamos,	ele	permanece.	Observe:
Eu sofro	com	esta	situação.	Confira	mais	exemplos,	de	verbo	regular,	no	quadro	
a	seguir:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
122
QUADRO 11 – INDICATIVO PRESENTE
FONTE: Disponível em: <http://www.radames.manosso.nom.br/gramatica/
verboflexoes.htm>. Acesso em: 12 dez. 2011.
Verbo irregular:	classificamos	como	irregulares	aqueles	verbos	que,	quando	
conjugados,	têm	seu	radical	modificado.	Para	este	exemplo,	utilizaremos	o	verbo	
pedir.	Este	verbo	é	formado	pelo	radical	ped-,	e,	quando	o	conjugamos,	o	radical	
é	modificado.	Observe:	
Eu peço um presente de Natal. Observe o quadro a seguir com mais 
exemplos.
FAZER
Eu faço	
Tu fazes
Ele faz	
Nós	 fazemos	
Vós	 fazeis	
Eles fazem	
QUADRO 12 – VERBO FAZER (PRESENTE DO INDICATIVO)
FONTE: As autoras 
Verbo anômalo:	classificamos	como	anômalos	aqueles	verbos	que,	quando	
conjugados,	apresentam	no	seu	radical	mudanças	mais	evidentes	e	profundas	do	
que	os	verbos	irregulares.	Podemos	citar	os	verbos	“ser”	e	“ir”	como	exemplos	de	
verbos	anômalos.	Observe	o	quadro	com	o	exemplo	do	verbo	ser.
ANDAR VENDER PARTIR
And-o Vend-o Part-o
And-as Vend-es Part-es
And-a Vend-e Part-e
And-amos Vend-emos Part-imos
And-ais Vend-eis Part-is
And-am Vend-em Part-em
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
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PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO
perfeito imperfeito
Eu sou fui era 
Tu és foste eras 
Ele é foi era 
Nós	 somos fomos éramos 
Vós sois fostes	 éreis 
Eles são foram eram 
FONTE: As autoras
QUADRO 13 – VERBO SER (INDICATIVO) 
Verbo defectivo:	 classificamos	 como	 defectivos	 aqueles	 verbos	 que	 não	
possuem	todas	as	suas	formas.	Por	exemplo,	o	verbo	abolir.	Não	podemos	dizer	
“eu	abolo”,	mas	usamos	a	expressão	“eu	vou	abolir”	ou	“eu	estou	abolindo”.	Da	
mesma	forma	“eu	coloro”.	Quando	queremos	nos	expressar	utilizando	este	verbo,	
usamos	a	expressão	“eu	vou	colorir”	ou	“eu	estou	colorindo”.	Confira	a	conjugação	
do	verbo	colorir	nos	seguintes	tempos:
PRESENTE PRETÉRITO PRETÉRITO
perfeito imperfeito
Eu - colori coloria 
Tu colores coloriste colorias 
Ele colore coloriu coloria 
Nós	 colorimos colorimos coloríamos	
Vós	 coloris coloristes coloríeis	
Eles colorem coloriram coloriam 
QUADRO 14 – VERBO COLORIR (INDICATIVO)
FONTE: As autoras
Verbo abundante:	 classificamos	 como	 abundantes	 aqueles	 verbos	 que	
possuem	 duas	 formas	 aceitáveis	 de	 particípio,	 uma	 regular	 e	 uma	 irregular.	
Observe:
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
124
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
acender acendido aceso 
benzer benzido bento 
eleger elegido eleito 
enxugar	 enxugado	 	enxuto	
expulsar	 expulsado	 expulso	
frigir	 frigido	 frito	
ganhar ganhado ganho 
isentar isentado isento 
imprimir imprimido impresso 
matar matado morto
romper rompido roto 
soltar soltado solto 
suspender suspendido suspenso 
tingir tingido tinto 
QUADRO 15 – VERBOS ABUNDANTES
FONTE: As autoras
Ainda	 sobre	 as	 classificações	 do	 verbo,	 podemos	 diferenciá-lo	 pelas	
formas	rizotônicas	e	arrizotônicas.	As	formas	rizotônicas	são	aquelas	cuja	sílaba	
tônica	ou	a	sua	vogal	se	encontra	no	radical.	As	arrizotônicas	são	aquelascuja	
sílaba	tônica,	ou	a	sua	vogal,	se	encontra	na	terminação.	Acompanhe:
Forma rizotônica Forma arrizotônica
Radical/terminação	 Radical/terminação
Am-o Am-amos
Am-a Am-arei
Cresç-o Cresc-erão 
Part-em Sorr-iriam
DICAS
Uma dica de site, que aborda a questão dos verbos com muita clareza, é o Só 
Português. Lá você encontra tudo sobre verbos, além de atividades práticas muito interessantes. 
Basta fazer o cadastro, com login e senha, e, pronto, você inicia seus estudos. Acesse: <www.
soportugues.com.br>.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
125
ATENCAO
Acadêmico(a)! Acesse a trilha de aprendizagem da disciplina. Lá você encontrará 
vários modelos de verbos conjugados. Bom estudo!
2.10 PRONOMES
Conceituamos pronome como a palavra que indica o tipo de relação 
existente	entre	o	 ser	e	a	pessoa	do	discurso.	Você	 lembra	o	que	são	pessoas	do	
discurso?	Acompanhe:
Pessoas do discurso
1ª	pessoa:	quem	fala	ou	escreve;
2ª	pessoa:	quem	ouve	ou	lê;
3ª	pessoa:	de	quem	se	fala.	
DICAS
A 1ª e a 2ª pessoa do discurso são representadas pelos seres humanos. A 3ª 
pessoa inclui os animais e as coisas.
Os pronomes pertencem à classe de palavras variável e podem ser 
classificados	em	pessoais,	possessivos,	demonstrativos,	indefinidos,	interrogativos	
e	relativos.	Veremos	cada	um	deles	separadamente:
Pronome	pessoal:	é	aquele	que	substitui	o	substantivo.	Observe	o	exemplo:
Cláudio saiu mais cedo do trabalho. Ele precisava ir ao médico. 
Note,	neste	exemplo,	que	a	palavra	“Cláudio”	é	um	substantivo.	A	palavra	
empregada	para	substituí-la	foi	“ele”,	ou	seja,	um	pronome	pessoal.	
Os pronomes pessoais indicam os seres que representam as pessoas do 
discurso.	Eles	se	dividem	em	três	tipos:	do	caso	reto,	do	caso	oblíquo	e	os	de	tratamento.	
Essa	classificação	se	dá	de	acordo	com	a	função	que	eles	exercem	nas	orações.	Veremos	
separadamente os dois primeiros.
Observe:	
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
126
PRONOMES PESSOAIS DO CASO RETO E DO CASO OBLÍQUO
Pessoas do 
discurso Caso reto
Oblíquos	
Átonos Tônicos
Singular
1ª pessoa eu me mim, comigo
2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela o, a, lhe,se ele, ela, si, consigo
Plural 
1ª pessoa nós nos nós,	conosco
2ª pessoa vós vos vós,	convosco
3ª pessoa eles, elas os, as, lhes, se eles, elas, si, consigo
QUADRO 16 – PRONOMES
FONTE: As autoras
Pronomes	possessivos:	são	os	que	fazem	referência	às	pessoas	do	discurso,	
indicando	a	relação	de	posse	existente.	Sendo	assim,	eles	mantêm	com	os	pronomes	
pessoais	uma	estreita	 relação,	pois	designam	o	que	pertence	aos	seres	 referidos	
pelos	pronomes	pessoais.	Observe	a	disposição	deles	no	quadro	a	seguir:
QUADRO 17 – PRONOMES POSSESSIVOS
FONTE: Disponível em: <http://www.portugues.com.br/gramatica/morfologia/
analisando-os-pronomes-possessivos.html>. Acesso em: 13 nov. 2011.
Por indicar uma relação de posse com relação à pessoa do discurso, o 
pronome	possessivo	é	facilmente	identificado.	Observe	o	uso	na	seguinte	tira:
FIGURA 29 – CALVIN
FONTE: Disponível em: <http://apatossauros.files.wordpress.com/2007/10/calvinharodotira354.
gif>. Acesso em: 20 nov. 2011.
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
127
No	 primeiro	 quadrinho,	 identificamos	 o	 uso	 de	 sua	 na	 expressão	 “sua	
mãe”. Analisando o quadro, vemos que o pronome possessivo sua	 refere-se	 à	
terceira pessoa do singular, no caso, ela. 
Pronomes	demonstrativos:	são	aqueles	que	substituem	ou	acompanham	o	
substantivo, indicando relações de espaço entre os seres e as pessoas do discurso. 
O pronome demonstrativo, assim como o possessivo, também mantém um 
vínculo	estreito	 com	os	pronomes	pessoais,	pois	 indica,	 com	relação	às	pessoas	
do	discurso,	o	que	delas	está	mais	próximo	ou	distante,	no	espaço	e	no	 tempo.	
Observe	as	formas	dos	pronomes	demonstrativos	no	quadro:
VARIÁVEIS
INVARIÁVEIS
Masculino Feminino
este estes esta estas isto
esse esses essa essas isso
aquele aqueles aquela aquelas aquilo
QUADRO 18 – PRONOMES DEMONSTRATIVOS
FONTE: As autoras
Você	deve	estar	se	perguntando:	quando	devo	usar	este	ou	esse?	Ou	isso,	
isto	e	aquilo?	Existe,	sim,	uma	regrinha	para	o	uso	dos	pronomes	demonstrativos.	
Vamos conhecer o emprego deles.
Este,	esta,	 isto:	referem-se	à	1ª	pessoa	(eu),	sendo	assim	são	usados	para	
objetos	que	estão	próximos	do	falante.	Com	relação	ao	tempo,	é	usado	no	presente.	
Exemplos:	
Este	é	o	livro	de	Comunicação	e	Linguagem	de	que	lhe	falei.
Esta semana a turma está com sorte.
Isto	na	minha	mão	é	o	seu	lápis?
Esse,	essa,	isso:	referem-se	à	2ª	pessoa	(tu,	você),	portanto	são	usados	para	
objetos	que	estão	próximos	da	pessoa	com	quem	se	fala.	Com	relação	ao	tempo	é	
usado	no	passado	ou	futuro.	Exemplo:
Esse	mês	vai	haver	muitas	provas.
Quando	você	comprou	essa	coletânea?
Isso	que	você	está	segurando	são	seus	materiais?
Aquele,	aquela,	aquilo:	referem-se	à	3ª	pessoa	(ele,	ela)	e	são	usados	para	
indicar	distanciamento	espacial	com	relação	à	1ª	e	2ª	pessoas	do	discurso.	Exemplos:	
Aquelas	disciplinas	foram	muito	interessantes.
Pensei muito sobre aquilo	que	você	me	disse.	
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
128
DICAS
Nos momentos de escrita, quando aparecerem dúvidas a respeito do uso de 
“esse” ou “este”, lembre-se:
• este = próximo a mim, presente;
• esse = distante de mim, passado e futuro.
AUTOATIVIDADE
Leia	a	tirinha	que	segue,	identifique	e	explique	o	uso	do	pronome	que	
nela	aparece.	Discuta	com	seu	professor	e	demais	colegas	sobre	a	resposta.
FIGURA 30 – MAFALDA
FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
fichaTecnicaAula.html?aula=15269>. Acesso em: 24 nov. 2011.
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
___________________________________________________
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
129
Pronomes	indefinidos:	esses	pronomes	referem-se	à	3ª	pessoa	do	discurso	
e,	como	o	nome	indica,	de	maneira	imprecisa,	indefinida.	Faz-se	uma	divisão	entre	
os	pronomes	indefinidos.	São	eles:	variáveis	e	invariáveis.	Acompanhe	o	quadro	a	
seguir	e	conheça	alguns	exemplos.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, alguma, alguns, algumas alguém
nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas algo
todo, toda, todos, todas ninguém
muito, muita, muitos, muitas nada
pouco, pouca, poucos, poucas tudo
vário, vária, vários, várias cada
tanto, tanta, tantos, tantas outrem
quanto, quanta, quantos, quantas mais
outro, outra, outros, outras menos
bastante, bastantes demais
QUADRO 19 – PRONOMES INDEFINIDOS
FONTE: As autoras
Pronomes	interrogativos:	como	o	nome	sugere,	os	interrogativos	são	usados	
para	formular	perguntas	diretas	ou	indiretas.	Ex.:	Que	assunto	é	esse?	(pergunta	
direta)	Diga-me	que	assunto	é	esse.	(pergunta	indireta)	
São	pronomes	interrogativos:	
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS 
qual, quais que
quanto, quanta, quantos, quantas quem
QUADRO 20 – PRONOMES INTERROGATIVOS
FONTE: As autoras
Pronomes	 relativos:	 são	 os	 que	 substituem	 um	 substantivo	 citado	
anteriormente	e	dão	início	a	uma	nova	oração.	Ex.:	
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
130
Comprei uma casa. A casa	é	perfeita.
 
				SUBSTANTIVO
A casa que	comprei	é	perfeita.
PRONOME RELATIVO
Note que o pronome relativo que (= a qual)	se	refere	ao	substantivo	“casa”.	
Com	 a	 junção	 das	 frases	 o	 pronome	 substitui	 o	 termo	 expresso	 anteriormente	
(casa)	e	inicia	uma	nova	oração.
↓ ↓
↓
Lembre-se! Oração é uma frase ou parte de uma frase que contenha verbo.
NOTA
Conheça	alguns	pronomes	relativos	visualizando	o	quadro	a	seguir:	
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS 
o qual, a qual, os quais, as quais que 
cujo,	cuja,	cujos,	cujas quem
quanto, quantos, quantas onde 
QUADRO 21 – PRONOMES RELATIVOS
FONTE:As autoras
ATENCAO
Caro(a) acadêmico(a)! Vimos que “quem” pode tanto ser um pronome 
interrogativo quanto relativo, não é mesmo? Para saber a qual pronome estamos nos referindo 
em determinada situação, basta que você recorde a função de cada um na frase!
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
131
2.10.1 Os pronomes de tratamento
Para	 indicar	 o	 grau	 de	 formalidade	 que	 existe	 entre	 as	 pessoas	 do	
discurso,	devemos	empregar	os	pronomes	de	tratamento.	Ao	redigir	relatórios,	
enviar e-mails,	 escrever	 atas	 e	 demais	 documentos,	 sempre	 nos	 perguntamos:	
qual	pronome	devo	usar?	
Nestas	 e	 demais	 situações,	 certas	 autoridades	 exigem	 tratamentos	
específicos.	 Consulte	 o	 quadro	 a	 seguir	 e	 relembre	 os	 tipos	 de	 pronome	 de	
tratamento.
PRONOME DE 
TRATAMENTO ABREVIATURA USADO PARA
Vossa	Majestade V. M. Reis, imperadores
Vossa Alteza V. A. Príncipes	
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa	Eminência V. Em.ª Cardeais
Vossa Paternidade V. P. Superiores de ordem religiosa
Vossa	Reverendíssima V. Rev.ª Sacerdotes em geral
Vossa	Magnificência V. Mag.ª Reitores de universidades 
Vossa	Excelência V.	Ex.ª Altas autoridades do governo
Vossa Senhoria V. S.ª Funcionários públicos graduados
QUADRO 22 – PRONOMES DE TRATAMENTO
FONTE: As autoras
3 COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Antes de estudarmos na prática a colocação pronominal, é interessante 
saber	que	o	emprego	dos	pronomes	oblíquos	deve-se,	especialmente,	à	eufonia,	ou	
seja,	à	sonoridade	da	frase.	Portanto,	em	determinados	casos	ocorrem	diferenças	
entre o que a norma gramatical recomenda e o que é realmente utilizado. 
Vamos observar, a seguir, as orientações para a colocação dos pronomes 
oblíquos	na	língua	culta.	Os	pronomes	oblíquos	átonos	são:	me,	te,	se,	nos,	vos,	lhe,	
lhes.	Nas	frases	estes	pronomes	podem	aparecer	em	três	diferentes	posições	com	
relação	ao	verbo:	antes,	no	meio	ou	depois	do	verbo.	Vamos	conhecê-las,	então.
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
132
Para relembrar os pronomes oblíquos, átonos e tônicos, consulte o quadro 
estudado anteriormente.
UNI
3.1 PRÓCLISE
Chamamos	de	próclise	quando	o	pronome	se	posiciona	antes do verbo. 
Existem	regras	para	o	uso	da	próclise,	além	disso	é	muito	importante	para	você,	
acadêmico(a),	 aprendê-las.	Nas	mais	 diversas	 situações	 de	 escrita,	 nas	 quais	 se	
faz	 necessária	 a	 linguagem	 padrão,	 precisamos	 utilizá-la	 corretamente.	 Vamos	
conhecer algumas delas.
Usa-se	a	próclise	depois	de:
• advérbios; 
• pronomes demonstrativos;
•	 pronomes	indefinidos;
• pronomes relativos;
•	 conjunções	subordinativas;
•	 preposição	seguida	de	gerúndio	e	infinitivo	pessoal;
•	 frases	optativas;
•	 frases	exclamativas;
•	 frases	interrogativas.
DICAS
Você, acadêmico(a), recorda o que são frases optativas? Pois bem, são aquelas 
que exprimem um desejo. 
3.2 MESÓCLISE
Denomina-se	mesóclise	 o	 fato	 de	 o	 pronome	 posicionar-se	 no	meio do 
verbo.	Em	duas	situações	é	admitido	o	emprego	da	mesóclise.	Vejamos:	
•	 Verbo	no	futuro	do	presente.	Ex.:	Comprar-te-ei	um	presente.	(comprarei	+	te)
•	 Verbo	no	futuro	do	pretérito.	Ex.:	Comprar-te-ia um presente, se tivesse dinheiro. 
(compraria	+	te)
TÓPICO 1 | AS CLASSES DE PALAVRAS
133
DICAS
Caso você não recorde a conjugação desses tempos, consulte o item VERBOS, 
estudado anteriormente neste caderno.
3.3 ÊNCLISE
A	 ênclise	 ocorre	 quando	 o	 pronome	 se	 encontra	 depois do verbo. São 
justificativas	para	a	ênclise:	
•	 Frase	 iniciada	 com	 verbo.	 Ex.:	 Entregaram-me	 os	 relatórios	 no	 momento	 da	
reunião. 
•	 Depois	de	pausa.	Ex.:	Crianças,	comportem-se!
•	 Verbo	no	infinitivo	impessoal.	Ex.:	Irei	contar-lhe tudo sobre a reunião.
134
Neste tópico você estudou que:
•	 As	classes	de	palavras	são	dez:	substantivo,	adjetivo,	advérbio,	numeral,	artigo,	
preposição,	conjunção,	verbo,	interjeição	e	pronome.
• O substantivo é a classe de palavras que dá nome aos seres.
•	 O	substantivo	pode	se	classificar	em:	comum,	próprio,	concreto	e	abstrato.
•	 O	adjetivo	caracteriza	o	substantivo.
•	 O	adjetivo	pátrio	indica	a	localidade	de	origem.
•	 O	advérbio	tem	a	função	de	acompanhar	e/ou	modificar	um	verbo,	um	adjetivo	
ou um advérbio.
• O numeral é a classe de palavra que indica a quantidade.
•	 O	 numeral	 divide-se	 em	 quatro	 tipos:	 cardinal,	 ordinal,	 multiplicativo	 e	
fracionário.
•	 O	artigo	tem	a	função	de	determinar	ou	indeterminar	o	substantivo.
•	 Definidos	e	indefinidos	são	os	tipos	de	artigo.
• As preposições são palavras que ligam dois termos. Elas podem ser essenciais e 
acidentais.
•	 A	conjunção	é	a	palavra	que	liga	duas	orações.
•	 A	conjunção	divide-se	em	coordenativa	e	subordinativa.
•	 A	interjeição	caracteriza-se	por	expressar	alegria,	espanto,	tristeza,	admiração.
•	 O	ponto	de	exclamação	acompanha	a	interjeição.	
•	 O	verbo	é	a	classe	gramatical	mais	variável,	pois	flexiona	em	pessoa,	número,	
tempo, modo e voz.
•	 Existem	três	modos	verbais:	indicativo,	imperativo	e	subjuntivo.
RESUMO DO TÓPICO 1
135
•	 O	modo	 indicativo	 divide-se	 entre	 os	 tempos:	 presente,	 pretérito	 imperfeito,	
perfeito	e	mais-que-perfeito	e	futuro	do	presente	e	do	pretérito.
•	 O	modo	 imperativo	 apresenta	duas	divisões.	 São	 elas:	 imperativo	negativo	 e	
afirmativo.
•	 O	modo	subjuntivo	apresenta	três	tempos.	São	eles:	presente,	pretérito	imperfeito	
e	futuro.
•	 As	vozes	verbais	são	divididas	em:	passiva,	ativa	e	reflexiva.
• Pronome é a palavra que acompanha ou substitui um nome.
•	 São	 tipos	 de	 pronomes:	 pessoal,	 tratamento,	 possessivo,	 demonstrativo,	
interrogativo e relativo.
•	 O	pronome	pessoal	subdivide-se	em:	caso	reto,	caso	oblíquo	e	de	tratamento.
•	 Empregamos	os	pronomes	de	 tratamento	para	 indicar	o	grau	de	 formalidade	
existente	entre	as	pessoas	do	discurso.
•	 O	pronome	pode	aparecer	em	três	posições	na	frase.
•	 Próclise:	pronome	antes	do	verbo.
•	Mesóclise:	pronome	no	meio	do	verbo.
•	 Ênclise:	pronome	depois	do	verbo.
136
AUTOATIVIDADE
1	 Leia	a	tirinha	que	segue:
FIGURA 31 – MAFALDA
FONTE: Disponível em: <http://www.elcabron.net/tirinhas/tirinha-mafalda-16/>. Acesso 
em: 20 dez. 2011.
Agora,	destaque	do	primeiro	quadrinho	do	texto:
a)	Os	verbos.	_______________________________________________________
b)	Os	substantivos.	__________________________________________________
2	Os	 pronomes	 de	 tratamento	 indicam	 o	 grau	 de	 formalidade	 existente	
entre	as	pessoas	do	discurso.	Com	base	no	exposto,	indique	o	pronome	de	
tratamento	adequado	para	as	seguintes	situações:	
a)	Funcionários	públicos	graduados.		___________________________________
b)	Altas	autoridades	do	governo.		______________________________________
c)	Reis.	_____________________________________________________________
d)	Cardeais.	_________________________________________________________
e)	Reitores	de	universidades.	__________________________________________
3	A	colocação	pronominal	pode	ocorrer	de	três	maneiras	distintas.	São	elas:	
próclise	(pronome	antes	do	verbo),	mesóclise	(pronome	no	meio	do	verbo),	
ênclise	(pronome	depois	do	verbo).	Baseando-se	nisso,	escreva:
• Uma regra para cada caso.
•	Elabore	uma	frase	para	exemplificar	cada	regra	que	você	escreveu.
•	Socialize	sua	resposta	com	a	turma	e	seu/sua	Tutor(a)	Externo(a).
137
TÓPICO 2
PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Todos	nós	sabemos	o	valor	do	uso	da	pontuação	e	da	acentuação	adequada	
e	precisa,	seja	oral	ou	escrita.
Os	sinais	de	pontuação	são	marcações	gráficas	que	servem	para	compor	
a	 coesão	 e	 a	 coerência	 textual.	 Servem,	 também,	 para	 representar	 pausas,	
entonação	e	ritmo	da	língua	falada.	Seu	uso	é	fundamental,	dado	que,	se	utilizados	
inadequadamente,	podem	levar	a	interpretações	errôneas.O	mesmo	acontece	com	a	acentuação.	Na	Língua	Portuguesa	a	pronúncia	é	
que	permite	ao	leitor	identificar	o	real	significado	das	palavras.	Observe	a	tirinha	
e	tire	suas	conclusões!
FIGURA 32 – CÁGADOS
FONTE: Disponível em: <http://www.blog.yogabraga.com/2009/05/importancia-dos-
acentos.html>. Acesso em: 17 nov. 2011.
2 O EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
Na linguagem escrita utilizamos sinais para marcar pausas, ritmo, divisões 
das ideias, relacionamento das palavras e grupos de palavras entre si, como também 
os	sinais	que	indicam	a	entonação	na	voz	e	melodia	do	texto.	Esses	são	chamados	
de sinais de pontuação e permitem à escrita maior clareza e simplicidade. Além de 
pausa	na	fala	e	entonação	da	voz,	os	sinais	de	pontuação	reproduzem,	na	escrita,	
nossas emoções, intenções e anseios.
138
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
2.1 O PONTO
O	ponto	final	representa	a	pausa	máxima	da	voz.	É	empregado	ao	final	de	
frases	imperativas	e	declarativas	(afirmativas).	Exemplos:	
Estude	para	a	avaliação.	(frase	imperativa)
Vamos	redigir	o	relatório	ainda	hoje.	(frase	declarativa/afirmativa)
Observe	o	texto	a	seguir,	que	traz	mais	informações	sobre	o	uso	do	ponto	final.
Nesta unidade apresentaremos algumas das regras básicas para o uso 
adequado da pontuação. Esse caderno servirá de guia durante sua caminhada 
intelectual,	 aprimorando	 sua	 escrita	 e	 auxiliando-o(a)	 na	 elaboração	 de	 papers, 
TCC,	provas	dissertativas,	relatórios	de	estágio,	interpretação	de	textos	e	melhor	
desempenho	 em	 sua	 vida	 profissional	 durante	 a	 escritura	 e	 leitura	 de	 textos	
escritos.	Vamos	começar?
Ponto	Final:
O	ponto	tem	uso	ortográfico	em	dois	casos:	para	indicar	o	fim	de	período	
declarativo	e	no	final	de	abreviaturas	(ex.:	Sr., a.C., V.Sa.).	No	primeiro	caso,	a	
função	é	sintática	e	equivale	à	pausa	do	discurso	oral.	No	segundo	caso,	trata-se	
de	uma	convenção	ortográfica	para	orientar	a	leitura	e	sem	correspondência	no	
discurso oral.
O	uso	do	ponto	como	indicador	de	fim	de	período	se	dá	no	corpo	de	texto.	
Praticamente	não	se	usa	ponto	com	essa	função	em	final	de	títulos,	manchetes	e	
em	comunicação	visual,	mesmo	que	tenhamos,	nesses	casos,	período	completo.
Se	 o	 redator	 desejar,	 o	 ponto	 pode	 ser	 substituído	 pelo	 ponto	 de	
exclamação.	 Com	 isso,	 está	 sugerindo	 uma	 leitura	 mais	 intensa	 para	 o	
período.	Nas	frases	interrogativas,	a	indicação	de	fim	de	período	é	feita	pelo	
ponto de interrogação.
Se	 o	 período	 terminar	 com	uma	 abreviatura,	 não	 se	 deve	 colocar	 dois	
pontos	seguidos,	um	indicando	final	de	período	e	outro,	abreviatura.	Um	ponto	
é	considerado	suficiente	para	representar	as	duas	funções.	Exemplo:
Vários estados participarão do torneio: Paraná, Minas Gerais, São Paulo etc.
Algumas	abreviaturas	não	são	finalizadas	com	ponto,	como	as	de	unidades	
métricas.	São	exemplos:	metro (m), grama (g), Kelvin (K).
FONTE: Disponível em: <http://www.radames.manosso.nom.br/gramatica/ortografia/ponto.htm>. 
Acesso em: 1 jan. 2012.
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
139
Em	abreviaturas	também	utilizamos	o	ponto	final	(exceto	em	unidades	de	
medida:	m	(metros),	h	(horas),	kg	(quilogramas).	Veja:	Sr.	(senhor),	Sra.	(senhora),	
Srta.	(senhorita),	p.	(página),	etc.	(et cetera),	Cia.	(companhia).
Caro(a)	acadêmico(a),	que	tal	exercitar	um	pouco	os	seus	conhecimentos?
Comente	a	utilização	de	pontos	no	texto	seguinte.
Chegaram a Lisboa ao cair da tarde, na hora em que a suavidade do céu 
infunde	nas	almas	um	doce	pungimento,	agora	se	vê	como	tinha	razão	aquele	
admirável	entendedor	de	sensações	e	impressões	que	afirmou	ser	a	paisagem	
um	estado	de	alma,	o	que	ele	não	soube	 foi	dizer-nos	como	seriam	as	vistas	
nos tempos em que não havia no mundo mais que pitecantropos, com pouca 
alma	ainda,	 e	além	de	pouca,	 confusa.	Passados	 tantos	milênios,	 e	graças	ao	
aperfeiçoamento,	 já	 pode	 Pedro	Orce	 reconhecer	 na	melancolia	 aparente	 da	
cidade	a	imagem	fiel	de	sua	própria	tristeza	íntima.	Habituara-se	à	companhia	
destes	 portugueses	 que	 o	 tinham	 ido	 procurar	 às	 inóspitas	 paragens	 onde	
nascera e vivia, agora não tarda que devam separar-se, cada um para seu 
lado	 nem	 as	 famílias	 resistem	 à	 erosão	 da	 necessidade,	 que	 fariam	 simples	
conhecidos,	amigos	de	fresca	data	e	tenras	raízes.
FONTE: SARAMAGO, José. A jangada de pedra. Porto Alegre: Companhia de Bolso, 2006. p.93.
Acesse o material de apoio para encontrar a resolução desta atividade.
UNI
2.2 DOIS-PONTOS
Os	 dois-pontos	 são	 empregados,	 na	 escrita,	 para	 marcar	 uma	 sensível	
suspensão	da	voz	na	melodia	de	uma	frase	não	concluída.	São	empregados	nos	
seguintes	casos:
•	Para	iniciar	uma	enumeração.	Exemplo:
O	computador	tem	a	seguinte	configuração:
-	memória	RAM	500	MB;
-	HD	120	GB;
-	fax-modem;
- placa de rede; 
- som.
140
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
•	Antes	de	uma	citação.	Exemplos:
“Eu	lhe	responderia:	a	vida	é	uma	ilusão”...	(A.	PEIXOTO)
Como	já	diz	a	música:	o	poeta	não	morreu.
•	Para	iniciar	a	fala	de	uma	pessoa,	personagem.	Exemplo:
O	repórter	disse:	–	Nossa	reportagem	volta	à	cena	do	crime.
•	Para	indicar	esclarecimento,	um	resultado	ou	resumo	do	que	já	foi	dito.	Exemplos:
O	Ministério	da	Saúde	adverte:	fumar	é	prejudicial	à	saúde.
Nota	de	esclarecimento:	nossa	empresa	não	envia	e-mail a seus clientes. 
Quaisquer	informações	devem	ser	tratadas	em	nosso	escritório.
2.3 O PONTO E VÍRGULA
O	 ponto	 e	 vírgula	 indica	 uma	 pausa	 mais	 longa	 que	 a	 vírgula,	 porém	
mais	breve	que	o	ponto	final.	Como	o	próprio	nome	 indica,	 este	 sinal	 serve	de	
intermediário entre o ponto e a vírgula,	podendo	aproximar-se	ora	mais	daquele,	
ora	mais	desta,	segundo	os	valores	pausais	e	melódicos	que	representa	no	texto.	
Emprega-se	o	ponto	e	vírgula	nos	seguintes	casos:
•	Para	itens	de	uma	enumeração.	Exemplo:
As	vozes	verbais	são:
a)	voz	ativa;
b)	voz	passiva;
c)	voz	reflexiva.
•	Para	aumentar	a	pausa	antes	das	conjunções	adversativas	–	mas,	porém,	contudo,	
todavia	–	e	substituir	a	vírgula.	Exemplo:
Deveria	entregar	o	documento	hoje;	porém	só	o	entregarei	amanhã	à	noite.
•	Para	 separar	 orações	 coordenadas	 que	 já	 tenham	 vírgula	 em	 seu	 interior.	
Exemplo:
“Não	gostem,	e	abrandem-se;	não	gostem,	quebrem-se;	não	gostem,	e	
frutifiquem.”	(Pe.	Antônio	Vieira)
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
141
•	Para	 separar	 orações	 coordenadas	 assindéticas,	 com	conjunções	 subentendidas.	
Exemplo:	
Disse que não viria; veio.
•	Para	 alongar	 a	 pausa	 antes	 de	 conjunções	 coordenativas	 adversativas,	
substituindo	a	vírgula.	Exemplo:
Poderia	fazê-lo	hoje;	contudo	só	o	farei	amanhã.
Chegamos	ao	final	da	explicação	de	mais	um	sinal	de	pontuação.	O	próximo	
que	estudaremos	é	a	vírgula.	Esta	requer	muita	atenção.	
2.4 A VÍRGULA
A	 vírgula	marca	 uma	 pequena	 pausa	 e	 deve	 indicar	 uma	mudança	 na	
entonação.	Ela	é	usada	nos	seguintes	casos:
•	Para	separar	o	nome	de	localidades	das	datas.	Exemplo:	
Indaial,	14	de	janeiro	de	2012.
Salvador,	24	de	dezembro	de	2011.	
Capivari	de	Baixo,	25	de	março	de	2011.	
A vírgula significa “varinha”. Foi daí que surgiu o pequeno traço.
NOTA
•	Para	separar	o	vocativo.	Exemplo:	
“Oremos,	Maria, porque eu quero agradecer ao Divino Criador sua proteção 
sobre	esta	casa.”	(Cornélio	Penna)	
Senhor,	eu	preciso	que	você	envie	a	ata	da	reunião	com	antecedência.
142
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
ATENCAO
Caro(a) acadêmico(a), você recorda o que é VOCATIVO? Então, vamos 
conceituar. Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. 
Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, 
invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Por seu caráter, geralmente se relaciona à 
segundapessoa do discurso.
•	Para	separar	o	aposto.	Exemplo:
Pelé, o rei do futebol,	é	um	grande	ídolo	para	muitos	jogadores.
Brasília,	capital da república,	fundou-se	em	1960.	
Brasil,	um dos maiores países do mundo,	tem	parte	da	população	que	vive	em	baixas	
condições.
ATENCAO
APOSTO é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal 
para explicá-lo ou especificá-lo melhor.
•	Para	separar	expressões	explicativas	ou	retificativas,	tais	como:	isto	é,	aliás,	além,	
por	exemplo,	além	disso,	então.	Exemplos:	
O sistema precisa de proteção, isto é,	de	um	bom	antivírus.	
[...] além disso, precisamos de alunos conscientes.
Os	visitantes	viajaram	ontem,	aliás, anteontem. 
• Para separar orações coordenadas assindéticas. Exemplos:	
“Os	anos	vieram,	/	o	menino	crescia,	/	as	esperanças	maternas	de	D.	Carmo	iam	
morrendo.”	(Machado	de	Assis)
Abriu	a	janela	vagarosamente,	/	sentiu	o	vento,	/	foi	até	a	sala,	/	adormeceu	
em paz.
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
143
ATENCAO
Oração coordenada assindética é aquela colocada justaposta, ou seja, uma ao lado 
da outra, sem qualquer conectivo que as enlace.
•	Para	separar	orações	coordenadas	sindéticas,	desde	que	não	sejam	iniciadas	por	
e, ou, nem.	Exemplo:
“Nas	horas	nobres	deitava	no	chão,	cruzava	as	mãos	debaixo	da	cabeça	e	ficava	
olhando	as	nuvens...”	(Lygia	Fagundes	Telles)
ATENCAO
ATENÇÃO! Oração coordenada sindética é aquela ligada por uma conjunção 
coordenativa. No exemplo a conjunção coordenativa é a vogal “e”.
•	Para	separar	orações	adjetivas	explicativas.	Exemplos:
O motorista, que fumava nervosamente,	ficou	quieto.
As crianças, que gostam de pular, divertiram-se muito.
ATENCAO
Oração adjetiva explicativa é aquela que acrescenta ao antecedente uma 
qualidade acessória, isto é, esclarece a qualidade ou a sua significação. No exemplo anterior, a 
oração adjetiva explicativa é introduzida pelo pronome relativo “que”.
•	Para	separar	o	adjunto	adverbial.	Exemplo:
Com a pá,	retirou	a	sujeira.
144
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
ATENCAO
Adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância (dando 
ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica 
o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. No exemplo anterior, o adjunto 
adverbial indica modo.
•	Para	separar	termos	da	mesma	função	sintática.	Exemplos:
Gostava dos amigos, da cidade, das coisas.
Crianças,	jovens	e	idosos	participaram	do	manifesto	contra	a	violência.
•	Para	separar	elementos	paralelos	de	um	provérbio.	Exemplos:
Tal	pai,	tal	filho.
Casa	de	ferreiro,	espeto	de	pau.
Quanto	maior	a	nau,	maior	a	tormenta.
Segundo o Dicionário Houaiss (2008, p. 709), um provérbio é: “sentença popular, 
com poucas palavras; máxima, adágio, ditado”.
NOTA
Vale	ressaltar	que,	em	alguns	casos,	é	proibido	o	uso	da	vírgula.	São	eles:	
•	Entre	o	sujeito	e	o	verbo	de	uma	oração.	Exemplo:	
Alguns administradores estiveram no Congresso.
Note	que	o	emprego	de	uma	vírgula	entre	o	sujeito	(Alguns	administradores)	
e	o	verbo	(estiveram)	não	seria	admissível,	pois	comprometeria	a	lógica	estabelecida	na	
relação	sujeito-verbo.
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
145
•	Entre	o	verbo	de	uma	oração	e	seus	complementos.	Exemplo:	
Alguns	jovens	ganharam	um	prêmio.	
Perceba,	 acadêmico(a),	 que	 o	 emprego	 de	 uma	 vírgula	 entre	 o	 verbo	
(ganharam)	e	o	objeto	direto	(um	prêmio)	não	seria	cabível,	pois	comprometeria	a	
lógica	estabelecida	nesta	relação	-	verbo	e	objeto	direto.		
Leia	o	trecho	do	texto	que	segue,	o	qual	faz	referência	sobre	a	importância	da	
vírgula	nos	textos	escritos.	Você	perceberá	que	a	falta	dela	ou	o	uso	inadequado	podem	
gerar	informações	distintas.
A	 vírgula	 pode	 ser	 uma	 pausa	 ou	 não.	 Não,	 espere.	 Não	 espere.	 Ela	
pode sumir com o seu dinheiro. Pode ser autoritária. Aceito, obrigado. Aceito 
obrigado.	Pode	criar	heróis.	Isso	só,	ele	resolve.	Isso	só	ele	resolve.	A	vírgula	
muda uma opinião. Não queremos saber. Não, queremos saber...
FONTE: Disponível em: <http://www.terminologia.com.br/2010/01/24/aimportancia-da-virgula/>. 
Acesso em: 20 nov. 2011.
Agora	que	já	entendemos	o	importante	papel	que	este	sinal	de	pontuação	
assume	em	textos	escritos,	vamos	adiante?
2.5 O PONTO DE INTERROGAÇÃO
É	utilizado	ao	fim	de	uma	palavra,	oração	ou	frase,	indicando	uma	pergunta	
direta.	Exemplos:	
Quem	é	você?
Por	que	não	me	disseram	nada	sobre	o	caso?
O ponto de interrogação não deve ser usado nas perguntas indiretas.
Exemplo:
Perguntei	a	você	quem	estava	no	quarto.
Atenção!	Compare:					-	Quem	chegou?	[=	interrogação direta]
 - Diga-me quem chegou. [= interrogação indireta]
146
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
2.6 O PONTO DE EXCLAMAÇÃO
É	 usado	 no	 fim	 de	 frases	 exclamativas,	 depois	 de	 interjeições	 ou	 do	
imperativo.Exemplos:
Ah!	Não	se	esqueça	de	trazer	o	material	amanhã!	(FRASE	EXCLAMATIVA)
Nossa!	Que	lindo	seu	trabalho!	(INTERJEIÇÃO)
Coração,	para!	Ou	refreia,	ou	morre!	(A.	de	Oliveira)	(IMPERATIVO)
Leia	a	tirinha	que	segue,	nela	encontramos	mais	exemplos	do	emprego	do	
ponto	de	exclamação.
FIGURA 33 - TIRINHA
FONTE: Disponível em: <http://mariabobrinha.blogspot.com/2008/04/melhor-tirinha-dos-
ltimos-tempos.html>. Acesso em: 24 nov. 2011.
2.7 AS RETICÊNCIAS
Este	 sinal	 de	 pontuação	marca	 uma	 suspensão	 na	 frase,	 devido,	muitas	
vezes,	a	elementos	de	natureza	emocional.	Dito	em	outras	palavras,	as	reticências	
indicam	uma	interrupção	ou	suspensão	na	sequência	normal	da	frase.	São	usadas	
nos	seguintes	casos:
•	Para	indicar	suspensão	ou	interrupção	do	pensamento.	Exemplos:
Estava digitando quando...
Guiava tranquilamente quando passei pela cidade e...
• Para marcar suspensões provocadas por hesitações, surpresa, dúvida e timidez, 
comuns	na	língua	falada.	Exemplos:
Fiador...	para	o	senhor?!	Ora!...	(G.	AMADO)
Falaram	todos.	Quis	falar...	Não	pude...
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
147
Baixei	os	olhos...	e	empalideci...	(A.TAVARES)
•	Para	indicar	movimento	ou	continuação	de	um	fato.	Exemplo:
E	as	pessoas	foram	entrando...
2.8 AS ASPAS
São	empregadas	nos	seguintes	casos:
•	Citações.	Exemplo:
“São	Crisóstomo,	 dai-me	 paciência	 para	 olhar	 sem	 nojo	 a	 grosseria	 dos	
trocadores	de	ônibus,	a	arrogância	dos	automóveis	de	chapa	branca,	a	antipatia	
dos	“chauffers”	à	hora	do	“rush”,	e	outras	calamidades”.	(Manuel	Bandeira)
•	Na	representação	de	nomes	de	livros	e	legendas.	Exemplos:
Já	li	“O	Ateneu”,	de	Raul	Pompéia.
“Os	Lusíadas”,	de	Camões,	têm	grande	importância	literária.
• Para destacar palavras que representem estrangeirismo, vulgarismo, ironia. 
Exemplos:
O	“slogan”	anunciava...	(Nestor	de	Holanda.	Gente	engraçada)
O	espetáculo	de	música	“pop”	estava	uma	“curtição”.
João,	com	seus	90	quilos,	está	“fraquinho”...
2.9 O TRAVESSÃO
Este	sinal	de	pontuação	é	utilizado:
• Para indicar a mudança de interlocutor nos diálogos.
–	Por	que	você	não	toca?	–	perguntei.
– Eu queria, mas tenho medo.
–	Medo	de	quê?...	(José	J.	Veiga.	Os	cavalinhos	de	Platiplanto)
Neste	 exemplo,	 você	 pode	 perceber	 que	 a	 mudança	 de	 interlocutor	 é	
indicada	através	do	uso	do	travessão,	certo?	Em	outro	gênero	literário	(histórias	
em	quadrinhos),	 a	mudança	de	 interlocutor	 é	marcada	 através	da	mudança	de	
balões.	Veja:
148
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
FIGURA 34 – TURMA DA MÔNICA
FONTE: Disponível em: <http://vivianekopereck.blogspot.com/2011/05/historia-em-
quadrinho.html>. Acesso em: 20 nov. 2011.
•	Para	isolar	a	fala	da	personagem	da	fala	do	narrador.	Exemplo:
–	Que	deseja	agora?	–	gritou-lhe	afinal,	a	voz	transtornada.
–	Já	não	lhe	disse	que	não	tenho	nada	a	vercom	suas	histórias?	(Fernando	
Sabino)
•	Para	destacar	ou	isolar	palavras	ou	expressões	no	interior	das	frases.	Exemplo:
Grande	futuro?	Talvez	naturalista,	literato,	arqueólogo,	banqueiro,	político,	
ou	até	bispo	–	bispo	que	fosse	–,	uma	vez	que	fosse	um	cargo...	(Machado	de	Assis)
2.10 O ASTERISCO
O	asterisco,	sinal	gráfico	em	forma	de	estrela,	costuma	ser	empregado	nos	
seguintes	casos:
•	Nas	remissões	a	notas	ou	explicações	contidas	em	pé	de	páginas	ou	ao	final	de	
capítulos.	Exemplo:
Ao	 analisarmos	 as	 palavras	 sorveteria,	 sapataria,	 confeitaria,	 leiteria	 e	
muitas	outras	que	contêm	o	morfema	preso*	-aria e	seu	alomorfe	-eria, chegamos 
à	conclusão	de	que	este	afixo	está	ligado	a	estabelecimento	comercial.	Em	alguns	
contextos,	pode	indicar	atividades,	como	em:	bruxaria,	gritaria,	patifaria	etc.	
*	É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras.
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
149
2.11 OS PARÊNTESES
Este	 sinal	 de	 pontuação	 tem	 a	 função	 de	 intercalar,	 no	 texto,	 qualquer	
indicação	acessória.	É	geralmente	utilizado	nos	seguintes	casos:
•	Na	separação	de	indicação	de	ordem	explicativa.	Exemplo:
Predicado	verbo-nominal	é	aquele	que	tem	dois	núcleos:	o	verbo	(núcleo	verbal)	
e	o	predicativo	(núcleo	nominal).
•	Na	separação	de	um	comentário	ou	reflexão.	Exemplo:
Os	escândalos	estão	se	proliferando	(a	imagem	política	do	Brasil	está	manchada)	por	
todo	o	país.
•	Para	separar	indicações	bibliográficas.	Leia	o	poema	que	segue,	ele	será	nosso	
exemplo:
Pra	que	partiu?
Estou sentado sobre a minha mala
No velho bergantim desmantelado...
Quanto	tempo,	meu	Deus,	malbaratado
Em	tanta	inútil,	misteriosa	escala!
(Mario	Quintana,	A	Rua	dos	Cata-Ventos,	Porto	Alegre,	1972).
2.12 COLCHETES 
Os	 colchetes	 têm	 a	 mesma	 finalidade	 que	 os	 parênteses.	 Todavia,	 seu	
uso	 fica	 restrito	 aos	 escritos	 de	 cunho	 didático,	 filológico	 e	 científico.	 Pode	 ser	
empregado:	
•	Em	 definições	 do	 dicionário,	 para	 fazer	 referência	 à	 etimologia	 da	 palavra.	
Exemplo:
amor-	(ô).	[Do	lat.	amore.]	1.	Sentimento	que	predispõe	alguém	a	desejar	o	bem	de	
outrem,	ou	de	alguma	coisa:	amor	ao	próximo;	amor	ao	patrimônio	artístico	de	sua	
terra.	(Novo	Dicionário	Aurélio)
•	Para	intercalar	palavras	ou	símbolos	não	pertencentes	ao	texto.	Exemplo:
Em	Aruba	se	fala	o	espanhol,	o	inglês,	o	holandês	e	o	papiamento.	Aqui	
estão	algumas	palavras	de	papiamento	que	você,	com	certeza,	vai	usar:
1- Bo ta bon? [Você	está	bem?]
2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]
150
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
Depois	de	conhecermos	detalhadamente	os	sinais	de	pontuação	e	suas	funções,	
observe	o	texto	que	segue.	Os	sinais	de	pontuação	foram	omitidos	propositalmente.	
Para	você,	qual	a	pontuação	correta?	De	que	forma	você	pontuaria	o	fragmento	que	
segue?	Reescreva-o	e	depois	socialize	o	resultado	com	a	turma.	Você	perceberá	que	o	
sinal	de	pontuação	pode	mudar	todo	o	sentido	conforme	for	empregado.
Um	homem	rico	estava	muito	mal.	Pediu	papel	e	pena,	escreveu	assim:
“deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a 
conta do alfaiate nada dou aos pobres” (autor	desconhecido)
Morreu	antes	de	fazer	a	pontuação.	A	quem	ele	deixou	a	fortuna?	
•	Para	inserir	comentários	e/ou	observações	em	textos	já	publicados.	Exemplo:
Machado	de	Assis	escreveu	muitas	cartas	a	Sílvio	Dinarte.	[pseudônimo	de	
Visconde	de	Taunay,	autor	de	“Inocência”]
•	Para	indicar	omissões	de	partes	na	transcrição	de	um	texto.	Por	exemplo:
“É	homem	de	sessenta	anos	feitos	[...]	corpo	antes	cheio	que	magro,	ameno	
e	risonho.”	(Machado	de	Assis)
ATENCAO
As regras gramaticais nem sempre coincidem com as normas da ABNT com 
relação às referências bibliográficas. É preciso estar atento(a)! O exemplo anterior, segundo 
a ABNT, pelo sistema autor-data, ficaria assim, hipoteticamente: “É homem de sessenta anos 
feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho.” (ASSIS, 1956, p. 24).
3 A ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS
Na	 língua	 escrita,	 existem	 sinais	 que	 acompanham	 as	 letras.	 Tais	 sinais	
estão	relacionados	à	pronúncia	das	palavras.	O	acento	gráfico	é	um	destes	sinais	e	
possui	três	nomenclaturas.	São	elas:	
•	agudo	(´);
•	circunflexo	(^);	
•	grave	(`).
TÓPICO 2 | PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN
151
Antes	de	iniciarmos	o	estudo	da	acentuação	gráfica,	devemos	conhecer	a	
sílaba	 tônica	das	palavras.	Todas	as	palavras	da	 língua	portuguesa	apresentam	
uma	sílaba	mais	forte.	Sílaba	tônica	é	aquela	pronunciada	com	mais	intensidade,	
mais	força.	As	demais	sílabas	de	uma	palavra	são	chamadas	átonas.	
Só	 existe	 uma	 sílaba	 tônica	 em	 cada	 palavra.	 Por	 exemplo:	 na	 palavra	
cadeira,	a	sílaba	tônica	é	a	penúltima	(dei);	as	outras,	 (ca)	e	 (ra),	são	átonas.	Na	
língua	portuguesa,	a	sílaba	tônica	só	pode	ocorrer	nas	três	últimas	sílabas	(sempre	
contadas	de	trás	para	frente):	quando	ocorre	na	última	é	chamada	de	oxítona;	na	
penúltima,	de	paroxítona;	e	na	antepenúltima,	de	proparoxítona.	Vamos	conhecer	
as	particularidades	de	cada	classificação.
3.1 A CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TONICIDADE 
DAS SÍLABAS
Como	vimos,	de	acordo	com	a	classificação	da	sílaba	 tônica,	as	palavras	
podem	 ser	 classificadas	 em:	 oxítona,	 paroxítona	 e	 proparoxítona.	 Vejamos	
exemplos:
Pa-le-tó	(última)	-	oxítona
Pa-li-to	(penúltima)	-	paroxítona
Pá-li-do	(antepenúltima)	-	proparoxítona
Em	 todos	 os	 exemplos	mencionados	 temos	 palavras	 com	mais	 de	 uma	
sílaba.	Existem,	todavia,	em	nossa	língua,	palavras	com	uma	única	sílaba.	São	os	
chamados	monossílabos,	que	podem	ser	tônicos	ou	átonos.	Confira:
Monossílabos tônicos:	são	independentes	e	possuem	a	mesma	força	das	
sílabas	tônicas.	Ex.:	há,	pá,	pó,	lês.
Monossílabos átonos:	precisam	de	outras	palavras	que	lhes	deem	suporte,	
pois	não	são	independentes	e	se	parecem	com	sílabas	átonas.	Além	disso,	não	têm	
sentido	 quando	 usadas	 de	 forma	 isolada.	 Fazem	 parte	 desse	 grupo	 os	 artigos,	
pronomes	 oblíquos,	 preposições,	 junções	 de	 preposições	 e	 artigos,	 conjunções,	
pronome	relativo	que.	Ex.:	o,	a,	os,	as,	lhe,	com	etc.
 
Agora	que	 já	 sabemos	o	que	 é	 tonicidade	 e	que,	 conforme	a	posição	da	
sílaba	 tônica,	as	palavras	podem	ter	classificações	diferentes,	veremos	em	quais	
situações	devemos	acentuar	as	palavras.	Preparado(a)?	Então,	vamos	em	frente!
152
UNIDADE 3 | A GRAMÁTICA E SUAS PARTES
ATENCAO
Nem todas as palavras da nossa língua são acentuadas. Apesar de existirem 
palavras que não levam acento, elas possuem sílaba tônica. Veremos adiante em que ocasiões 
devemos acentuar as palavras, conforme algumas regras, mas lembre-se de que, quando uma 
palavra recebe acento, este deve ser colocado necessariamente na sílaba tônica.
As	 regras	 de	 acentuação	 gráfica	 relacionam-se	 ao	 emprego	 dos	 acentos	
agudo	e	 circunflexo.	Veja	 a	 seguir	 as	 regras	de	acentuação	gráfica	das	palavras	
proparoxítonas,	paroxítonas	e	oxítonas.
Proparoxítonas: todas	 as	 palavras	 levam	 acento.	 Ex.:	 sábado, elétrico, 
música, matemática, límpido, lúcido, lâmpada, fôlego,	excêntrico, gênio, crânio, 
sílaba etc.
 
Paroxítonas:	 acentuam-se	 todas	 as	 palavras	 paroxítonas	 com	 a	 seguinte	
terminação:
• L – amável, louvável, túnel...
•	N	–	elétron,	próton,	hífen...
• R – açúcar, câncer...
•	X	–	ônix,	tórax,	xérox...
•	Ps	–	bíceps,	tríceps,	fórceps...
•	us	–	vírus,	bônus,	ânus...
•	ã(s)	–	órfã,	ímã...
•	ão(s)	–	bênção,	órfãos,	órgãos...
•	ei(s)	–	pônei,	jóquei...
•	i(s)	–	táxi,	júris,	tênis...
•	um,	uns	–	bônus,	álbum,	álbuns...
• Ditongo crescente – sério, ânsia, mágoa...
Oxítonas:	acentuam-se	todas	as	palavras	oxítonas	terminadas	em:	
•	a(s)	–	Pará,	sofás,	babá...
•	e(s) –	café,	chulé,	boné,	pontapé...
•	o(s) – jiló,	avó,	avôs...
• em,

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