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Aula 05

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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO I 
Aula 5 
 
 
 
 
Professora Maria Lucia de Azevedo 
 
Email: advmalus@yahoo.com.br 
CHEQUE 
 
1. Conceito de cheque 
2. Legislação 
3. Elementos pessoais 
4. Requisitos essenciais 
5. Classificação do cheque 
6. Modalidades de cheque 
7. Cheque Pós-datado 
8. Cheque incompleto 
9. Apresentação do cheque 
10. Sustação do cheque 
11. Ação cambial e prescrição do cheque 
 
OLHA AÍ , GENTE.... 
HOJE É DA AULA DE CHEQUE !!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APROVEITEM !!!! 
Origem e evolução do cheque 
 A notícia que se tem é que o cheque mais antigo é datado de 1670 
e encontra se no Museu de Londres. Em razão disso, a doutrina 
francesa enxerga a origem da palavra cheque no verbo to check 
no sentido da ação de verificar. De outro lado, a doutrina inglesa vê 
sua origem na expressão francesa echequier, que significa tabuleiro 
de xadrez. Apesar dessa referência histórica, é certo que o cheque 
tem a mesma origem da letra de câmbio. Num primeiro momento, 
o chamado período italiano, a letra de câmbio e o cheque se 
confundiam, na medida em que ambos se destinavam a facilitar o 
transporte de moeda. No período francês, ainda havia uma ligação 
direta entre os dois títulos, na medida em que ambos dependiam da 
provisão de fundos em poder do sacado. Já no período alemão, a 
partir de 1848, há uma clara distinção entre os dois institutos, 
passando a não mais se exigir para a letra de câmbio a provisão de 
fundos em poder do sacado, o que, contudo, subsistiu no cheque. A 
partir desse período, a letra de câmbio torna se um claro 
instrumento de crédito a serviço de todos, enquanto o cheque se 
mantém como meio de pagamento, dependente de provisão em 
dinheiro. 
Conceito 
 
“O cheque é uma ordem de 
pagamento à vista, sacada contra um 
banco e com base em suficiente 
provisão de fundos depositados pelo 
sacador em mãos do sacado ou 
decorrente de contrato de abertura de 
crédito entre ambos.” 
 
 (COELHO, 2014). 
Legislação 
 
• Lei 7.357/85 (lei do cheque - LC) 
• Lei Uniforme do Cheque promulgada 
pelo 
Decreto 57.595/66, naquilo que não foi 
derrogada. 
• Aplicação subsidiária 
• Outras normas que regulam o 
cheque: Tributárias, CDC, 
Instruções do BACEN, etc. 
 
CONCEITO DE CHEQUE 
 
ORDEM DE PAGAMENTO 
 À VISTA 
A 
SACADOR 
EMITENTE 
(ORDENA) 
REALIZA 
O ATO DE EMITIR 
(SAQUE) 
B 
SACADO 
BANCO 
RECEBE A ORDEM 
C 
BENEFICIÁRIO/ 
TOMADOR 
Cheque 
 
 
ELEMENTOS PESSOAIS DO CHEQUE 
 
Um cheque emitido para terceiros envolve, pelo menos, três 
pessoas físicas ou jurídicas com direitos e obrigações diferentes: 
SACADOR/Emitente: aquele que é o titular da conta bancária. Sua 
obrigação ao emitir o cheque é possuir saldo em sua conta 
corrente e preencher e assinar o cheque corretamente; 
SACADO/Estabelecimento Bancário: Também chamado sacado, 
no qual o emitente mantém sua conta corrente bancária. Sua 
obrigação é pagar ou disponibilizar o crédito respectivo, conforme 
ordem emanada do cheque, ou seja, em favor do beneficiário, 
ou, no caso de endosso em favor do endossatário; 
TOMADOR/Beneficiário: Aquele que recebeu a ordem de 
pagamento que o cheque representa. Sua responsabilidade é se 
apresentar ao banco sacado portando seu documento de 
identidade para levantar o crédito em espécie, ou ainda, 
depositar o cheque em uma conta bancária. Se a conta bancária 
de depósito não estiver em seu nome deverá endossar o cheque. 
Requisitos dos Cheques 
 
O art. 1º da Lei n.º 7.357/85, expõe os requisitos 
essenciais que o cheque deve conter, a saber: 
I) a denominação “cheque” inscrita no contexto do 
título e expressa na língua em que este é redigido 
(literalidade); 
II) a ordem incondicional de pagar quantia 
determinada (autonomia); 
III) o nome do banco (sacado) ou da instituição 
financeira que deve pagar (cartularidade); 
IV) a indicação do lugar do pagamento; 
V) a indicação da data e do lugar de emissão; 
VI) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu 
mandatário como poderes especiais 
(cartularidade). 
Art. 2º O título, a que falte qualquer dos 
requisitos enumerados no artigo precedente 
não vale como cheque, salvo nos casos 
determinados a seguir: 
I - na falta de indicação especial, é 
considerado lugar de pagamento o lugar 
designado junto ao nome do sacado; se 
designados vários lugares, o cheque é pagável 
no primeiro deles; não existindo qualquer 
indicação, o cheque é pagável no lugar de sua 
emissão; 
II - não indicado o lugar de emissão, considera-
se emitido o cheque no lugar indicado junto ao 
nome do emitente. 
REQUISITOS NÃO ESSENCIAIS DO CHEQUE 
 
OBSERVAÇÕES RELATIVAS AOS CHEQUES 
 
● Banco não assume obrigação cambial alguma 
● Cheque é título de modelo vinculado 
- emissão feita apenas em documento padronizado 
- talões fornecidos pelo banco sacado ao titular da 
conta-corrente. 
● Possibilidade de emissão de cheque ao portador 
- condição: cheque com valor nominal inferior à 
R$100,00 
- possibilidade do endosso em Branco dos títulos de 
crédito 
● Cláusula “à ordem” implicitamente nos cheques • 
possibilidade de endosso • o emitente pode emitir o 
cheque expressamente com cláusula “não à ordem” 
- se isso ocorrer, o cheque não poderá ser endossado 
QUANTO AO MODO DE 
CIRCULAÇÃO 
QUANTO AO MODO E SEGURANÇA 
DE LIQUIDAÇÃO 
QUANTO À RESERVA DE NUMERÁRIO 
CLASSIFICAÇÃO 
Ao 
Portador* 
CC: somente 
por lei 
especial 
QUANTO AO MODO DE CIRCULAÇÃO 
Nominativo 
Não A Ordem À Ordem 
Cessão Ordinária 
De Crédito 
Endosso 
 
Lei 8.021/90 
Cheques: até 
100,00 
 
Obs: *Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei 
especial." 
QUANTO AO MODO E SEGURANÇA DE 
LIQUIDAÇÃO 
Cheque Administrativo 
“[...]” é aquele sacado pelo banco contra um de seus estabelecimentos. 
(COELHO, 2014) 
○ Sacado e sacador são a mesma pessoa 
○ Emissão apenas nominativo 
 
 
 
Cruzamento em branco (ou geral) 
 
Quando falta alguma designação ou se esta for genérica 
Forma de pagamento ao banco ou ao cliente do sacado: crédito em 
conta. 
 
 
CHEQUE CRUZADO 
Cruzamento em preto (ou especial) 
Quando algum banco específico é mencionado 
Forma de pagamento ao banco designado no cruzamento: depósito em 
conta 
 
CHEQUE CRUZADO 
CHEQUE CRUZADO 
Cheque para se levar em conta 
Introduzido pela Lei n. 7357/85 
Neste caso se indica a própria conta a ser creditada. Gera 
efeitos somente perante o sacado, pois este deve observar às 
normas de liquidação relacionada. 
 
QUANTO À RESERVA DE NUMERÁRIO 
Cheque visado 
“[...]é aquele em que o banco sacado lança declaração de suficiência 
de fundos, a pedido do emitente ou do portador legitimado.” (COELHO, 
2014). 
Restrito ao cheque nominativo ainda não endossado. 
O visamento não equivale ao aceite. 
 
 
CHEQUE “ PRÉ DATADO” 
Súmula 370 STJ 
Embora juridicamente o termo correto seja cheque “pós-datado”, 
a prática consagrou a expressão “pré-datado”, que reina absoluta 
entre nós, já tendo sido mencionada até em decisões judiciais. 
Cheque pré-datado é uma operação de crédito, não 
regulamentada pela lei do direito econômico que permite que um 
comprador pague de forma parcelada por um bem sendo 
adquirido. Mesmo sendo o cheque uma ordem de pagamento a 
vista essa pratica é reconhecida e gera obrigações entre as partes. 
SACADORBENEFICIÁRIO 
A B 
SACADO 
(Sempre Banco) 
CHEQUE : ORDEM DE PAGAMENTO ÀVISTA 
ORDEM 
A VISTA 
c Art. 9º 
L.7357/85 
Art. 32 
L.7357/85 
CHEQUE - CARACTERÍSTICAS 
OBS: QUANTIDADE DE ENDOSSO 
QUANTIDADE DE ENDOSSO 
No período de vigência da CPMF 
(Contribuição Provisória Sobre 
Movimentações Financeiras), o cheque 
tinha a peculiaridade de só admitir um 
endosso (Lei n o 9.311/96 – art. 17). Ocorre 
que tal norma não mais vige, desde 31 de 
dezembro de 2007 (ADCT – art. 90) e, por 
isso, não há mais esse limite do número de 
endossos no cheque. 
CHEQUE - CARACTERÍSTICAS 
ELEMENTOS 
FORMAIS 
Arts.1º e 2º L 
7.357/85 
CHEQUE MUTILADO 
Art. 41 L 7.357/85 
Art. 41 O sacado pode pedir 
explicações ou garantia para pagar 
cheque mutilado, rasgado ou 
partido, ou que contenha borrões, 
emendas e dizeres que não 
pareçam formalmente normais. 
SEM ACEITE 
Art. 6º L 7.357/85 
Art. 6º O cheque não admite 
aceite considerando-se não 
escrita qualquer declaração 
com esse sentido. 
PAGAMENTO PARCIAL 
Art. 38 Par.Único 
 L 7.357/85 
Art. 38 O sacado pode exigir, ao pagar o 
cheque, que este lhe seja entregue 
quitado pelo portador. 
Parágrafo único. O portador não pode 
recusar pagamento parcial, e, nesse 
caso, o sacado pode exigir que esse 
pagamento conste do cheque e que o 
portador lhe dê a respectiva quitação. 
APRESENTAÇÃO DO CHEQUE 
EMISSÃO 
DO CHEQUE 
Ex: 09/09/2017 
MESMA 
PRAÇA 
PRAÇAS 
DIFERENTES 
30 DIAS 60 DIAS 
OBS: ART.47 § 3º L.7.357/85 E A SÚMULA 600 STF 
Art. 33 L 7.357/85 
Art. 33 O cheque deve ser apresentado para 
pagamento, a contar do dia da emissão, no 
prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no 
lugar onde houver de ser pago; e de 60 
(sessenta) dias, quando emitido em outro 
lugar do País ou no exterior. 
Parágrafo único - Quando o cheque é emitido 
entre lugares com calendários diferentes, 
considera-se como de emissão o dia 
correspondente do calendário do lugar de 
pagamento. 
APRESENTAÇÃO DO CHEQUE 
Apresentação do cheque fora do prazo 
No Brasil, mesmo após o decurso do prazo de 
apresentação, o cheque pode ser apresentado 
para pagamento ao sacado. Nesse caso, ele 
ainda terá a obrigação de pagar o cheque, caso 
haja fundos, desde que a ação cambial ainda 
não esteja prescrita (Lei n o 7.357/85 – art. 35, 
parágrafo único), ou seja, dentro dos seis meses 
posteriores ao término do prazo para 
apresentação (Lei n o 7.357/85 – art. 59). Em 
outras palavras, para o sacado, o prazo de 
apresentação não tem maior importância, isto é, 
ele é obrigado a pagar o cheque regular caso a 
execução ainda não esteja prescrita, 
independentemente do decurso ou não do prazo 
de apresentação. 
Não impedindo o pagamento pelo sacado, a 
apresentação a destempo, a princípio, também 
não impede a execução do cheque. Todavia, 
perdido o prazo de apresentação, a ação de 
execução só poderá ser ajuizada contra o 
emitente e seus eventuais avalistas, isto é, contra 
os devedores principais do cheque (Súmula 600 – 
STF). Os devedores indiretos (endossantes e 
respectivos avalistas) ficam desonerados, uma vez 
que para a cobrança deles é essencial o protesto 
tempestivo e, uma vez perdido o prazo de 
apresentação, também está perdido o prazo do 
protesto. Além disso, há dispositivo específico (Lei n 
o 7.357/85 – art. 47, II) que exige a apresentação 
tempestiva para a cobrança dos devedores 
indiretos do cheque. 
EMISSÃO 
SUSTAÇÃO DO CHEQUE 
OPOSIÇÃO 
Obs: deve haver 
provisão de fundos. 
NO PRAZO DE 
APRESENTAÇAO 
Exemplos:Apenas por 
aviso escrito ao banco 
quando ocorrer extravio 
ou roubo do título, 
falência do credor, entre 
outros. 
REVOGAÇÃO 
Obs: ato é de uso exclusivo 
do emitente do cheque. 
APÓS O PRAZO DE 
APRESENTAÇAO 
Arts. 35 c/c 36 L 7.357/85 
Aviso epistolar 
Notificação (judicial ou 
extrajudicial) 
Conteúdo: Razões que motivem o 
ato 
Gera efeitos tão somente após o 
término 
(expiração) do prazo de 
apresentação 
Antes da liquidação do cheque 
SUSTAÇÃO DO CHEQUE 
Art. 35 O emitente do cheque 
pagável no Brasil pode 
revogá-lo, mercê de contra-
ordem dada por aviso 
epistolar, ou por via judicial 
ou extrajudicial, com as 
razões motivadoras do ato. 
Parágrafo único - A 
revogação ou contra-ordem 
só produz efeito depois de 
expirado o prazo de 
apresentação e, não sendo 
promovida, pode o sacado 
pagar o cheque até que 
decorra o prazo de 
prescrição, nos termos do art. 
59 desta Lei 
Art. 36 Mesmo durante o 
prazo de apresentação, o 
emitente e o portador 
legitimado podem fazer 
sustar o pagamento, 
manifestando ao sacado, 
por escrito, oposição 
fundada em relevante razão 
de direito. 
§ 1º A oposição do emitente 
e a revogação ou contra-
ordem se excluem 
reciprocamente. 
§ 2º Não cabe ao sacado 
julgar da relevância da razão 
invocada pelo oponente. 
 
Protesto 
 
Em todos os casos de devolução do cheque, o banco 
deverá atestar o não pagamento por um carimbo, 
inclusive com a indicação do motivo da devolução. 
Embora tal carimbo já demonstre a ausência de 
pagamento do título, é certo que, para determinados 
efeitos, exige se uma prova solene do não pagamento: 
o protesto. Nos cheques, o protesto é o meio solene de 
prova feito perante o competente cartório, para fins de 
incorporar ao título a prova do não pagamento no 
vencimento. Tal prova, embora não seja a única 
admissível do não pagamento do cheque, produz 
efeitos próprios que lhe dão alguma importância. 
“Sempre será possível, no prazo para a execução 
cambial, o protesto cambiário de cheque, com a 
indicação do emitente como devedor” . 
Efeitos do protesto de um cheque 
 
O primeiro dos efeitos do protesto é a interrupção da prescrição, 
tendo em vista o disposto no artigo 202 do Código Civil, uma vez que 
com tal prova o devedor terá a ciência inequívoca de que o credor 
pretende receber. Para tal efeito, o protesto deverá ser realizado 
enquanto a prescrição não estiver consumada, pois uma vez 
consumada não há mais o que interromper. Outro efeito do protesto é 
a configuração da impontualidade injustificada do devedor 
empresário, para fins de requerimento de falência, desde que 
atendidas as demais condições do artigo 94, I, da Lei n o 11.101/2005. 
Ora, a impontualidade não justificada de uma dívida líquida 
constante de título executivo demonstra que o devedor está em 
dificuldades e, se tal devedor for um empresário, tais dificuldades 
representam uma das hipóteses de estado falimentar. Neste caso, 
também não há um prazo rígido para a realização do protesto. Além 
desses dois efeitos, que não são produzidos pelo carimbo de 
devolução do cheque, há ainda um terceiro efeito produzido pelo 
protesto que é a possibilidade de cobrança dos devedores indiretos. 
Estes, a princípio, só poderão ser cobrados se houver a prova 
tempestiva de que não houve o pagamento do título no vencimento, 
salvo se for pactuada a cláusula sem despesas ou sem protesto. 
OBS: 
Todavia, este último efeito não é privativo do protesto, isto 
é, para a cobrança dos devedores indiretos é suficiente o 
carimbo de devolução do cheque apresentado 
tempestivamente. Para esse efeito e apenas para ele, o 
protesto é suprido pela declaração de devolução, desde 
que a apresentação tenha sido tempestiva. Nos demais 
efeitos, o protesto é essencial, não podendo ser suprido 
pela declaração do banco. Por derradeiro, é oportuno 
ressaltar que também no cheque o nome do devedorintimado no protesto será encaminhado aos cadastros de 
inadimplentes, como o SPC, SERASA e Equifax(a Equifax é 
a mais tradicional dos três grandes bureaus, reunindo e 
mantendo informações de mais de 400 milhões de 
pessoas e empresas no mundo). Nesses casos, o protesto 
representará a prova da inadimplência de determinada 
obrigação e, por isso, o nome do emitente poderá ser 
negativado. 
 
Prazo do protesto do cheque 
 
 
Nos termos do artigo 48 da Lei n o 7.357/85, o 
protesto deverá ser realizado antes da expiração 
do prazo de apresentação (30 ou 60 dias contados 
da emissão). Para o TJRS, trata-se de prazo fatal, 
após o que não será possível mais realizar o 
protesto, asseverando inclusive tratar-se de abuso 
de direito sua realização após o prazo. A mesma 
orientação é sufragada por decisões do TJMG 54 e 
TJPR 55 que determinam o cancelamento do 
protesto, realizado após tal prazo. 
AÇÃO 
EXECUÇAO 
PRAZO DE 
APRESENTAÇAO 
 
30 / 60 DIAS 
Art. 33 
L 7.357/85 
 
AÇÃO CAMBIAL E PRESCRIÇÃO DO CHEQUE 
 
06 MESES 
Art. 59 
L 7.357/85 
 
AÇÃO 
LOCUPLETAMENTO 
 
2 ANOS 
(Enriquecimento 
sem causa) 
Art. 61 L 7.357/85 
 
OBS 1: AÇÃO CAUSAL 
10 ANOS ART. 205 CC 
Art. 205. A prescrição 
ocorre em dez anos, 
quando a lei não lhe 
haja fixado prazo 
menor. 
OBS 2: CONTA 
CONJUNTA 
Novo CPC – 
art. 781 
Prescrição do Cheque 
 
A ação cambial é o meio próprio e primário para o 
recebimento do cheque não pago. Tal ação, contudo, 
possui limites temporais para ser ajuizada. Pelo uso a que se 
destina o cheque, resolveu se estabelecer um prazo 
prescricional relativamente curto para ela, qual seja: seis 
meses. Na Argentina, tal prazo é de um ano. No Brasil, bem 
como na Argentina, o prazo deverá ser contado a partir “da 
expiração do prazo de apresentação” (Lei n o 7.357/85 – art. 
59) do cheque e não da sua data de emissão. Assim, 
deverão ser contados 30 ou 60 dias da emissão, conforme o 
título seja pagável na mesma praça de emissão ou em 
praças distintas e, a partir daí, mais seis meses. Não se deve 
falar em sete meses ou oito meses da emissão, porquanto 
prazos em dias e em meses não podem se misturar. Primeiro 
conta se o prazo da apresentação em dias e só então 
se conta o prazo prescricional em meses. 
 
Da Prescrição Art . 59 Prescrevem em 6 (seis) 
meses, contados da expiração do prazo de 
apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei 
assegura ao portador. 
 
Parágrafo único - A ação de regresso de um 
obrigado ao pagamento do cheque contra 
outro prescreve em 6 (seis) meses, contados 
do dia em que o obrigado pagou o cheque 
ou do dia em que foi demandado. 
 
Ação Cambial – Ação de Execução Art. 781 
NCPC 
 
Embora o protesto seja um eficiente meio de pressão 
sobre o devedor de um título de crédito, é certo que ele 
é apenas um meio de prova, não se constituindo em um 
meio de cobrança. Para receber o valor incorporado ao 
título, a legislação assegura ao credor de um cheque 
não pago a ação cambial, vale dizer, uma ação judicial. 
A lei reconhece ao titular de um cheque uma presunção 
que seu direito existe, permitindo a imediata execução 
do cheque, sem a necessidade de um processo de 
conhecimento. Portanto, para receber o cheque não 
pago, o credor deverá ajuizar uma ação executiva, pelo 
rito da execução por quantia certa, perante o juízo do 
foro de domicílio do executado, de eleição constante do 
título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos. 
Ação de locupletamento ou de enriquecimento 
sem causa 
Prescrita a ação cambial executiva, pode o portador do 
cheque ajuizar ainda a ação de locupletamento ou de 
enriquecimento ilícito, visando ao recebimento do valor 
consignado no título. Trata se de uma segunda ação, posta 
à disposição do credor, a fim de evitar que o devedor do 
título de crédito se enriqueça indevidamente. A ação de 
locupletamento ou enriquecimento sem causa é uma ação 
subsidiária, isto é, é uma ação que só surge quando não é 
mais possível ajuizar a ação cambial. Ela visa a evitar 
prejuízos para o credor que deixou transcorrer o prazo 
prescricional da ação cambial. Apesar da sua inércia, ele 
ainda é considerado digno de proteção e se coloca à sua 
disposição uma segunda ação, com o objetivo de evitar o 
enriquecimento ilícito dos devedores do cheque. 
 
Ação monitória (art. 700, Novo CPC) 
 
Súmula 299, STJ. É admissível a ação monitória fundada 
em cheque prescrito. 
 
“Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por 
aquele que afirmar, com base em prova escrita sem 
eficácia de título executivo, ter direito de exigir do 
devedor capaz: 
 
I - o pagamento de quantia em dinheiro;” 
 
Pressuposto: prova sem eficácia de título executivo 
 
 
O STJ reconheceu que há um prazo genérico 
de cinco anos (CC – art. 206, § 5 o , I) contados 
do primeiro dia útil seguinte ao vencimento do 
título, sem eficácia executiva, para o 
ajuizamento da ação monitória. A Súmula 503 
do STJ tem o seguinte teor: “O prazo para 
ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de cheque sem força executiva é 
quinquenal, a contar do dia seguinte à ata de 
emissão estampada na cártula.” Esta 
orientação tem caráter vinculativo por advir 
de recurso especial repetitivo. 
 
CC C/2002 
Art. 206. Prescreve: 
§ 3o Em três anos: 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
§ 5o Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento 
público ou particular; 
 
CASO CONCRETO: Maria e Bernardo são casados e possuem conta corrente no Banco 
Brasileiro S.A. Para efetuar o pagamento de um tratamento dentário da esposa, 
Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em favor do 
dentista Alberto. Sendo assim, o dentista depositou o cheque e foi surpreendido pela 
devolução do cheque por falta de fundos. Tendo em vista que não conseguiu o 
pagamento do cheque, Alberto promoveu execução em face de Maria, tendo em 
vista que foi a usuária do tratamento dentário. Analisando caso concreto, responda as 
seguintes questões: 
 
a) Tendo em vista que a conta corrente é conjunta, será procedente a execução em 
face de Maria? Resposta: Não. O principio da literalidade aplicado aos títulos de 
credito é claro ao prevê que só vale o que está escrito no titulo, sendo que o caso 
apresentado somente Bernardo assinou o cheque. Logo a legitimidade passiva 
será somente de quem assinou. 
 
b) Quais os requisitos legais que devem conter num cheque? 
Resposta:Nos termos do artigo 1° Lei n°7.357/1985, são requisitos do cheque: 
a) A denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua em 
que este é redigido; 
b) A ordem incondicional de pagar quantia determinada; 
c) O nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); 
d) A indicação do lugar de pagamento; 
e) A indicação da data e do lugar de emissão; 
f) A assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. 
 
QUESTÃO OBJETIVA: (TJCE – Juiz – 2014) Antônio emitiu um cheque 
nominativo a José contra o Banco Brasileiro S.A. No mesmo dia, José 
endossou o cheque a Ricardo, fazendo constar do título que não garantiria 
o seu pagamento e que a eficácia do endosso estava subordinada à 
condição de que Maria, irmã de Ricardo, lhe pagasse uma dívida que 
venceria dali a dez (10) dias. Vinte (20) dias depois da emissão do título e 
sem que Maria tivesse honrado a dívida para com José, Ricardo 
apresentou o cheque para pagamento, mas o título lhe foi devolvido 
porque Joãonão mantinha fundos disponíveis em poder do sacado. Nesse 
caso, 
a) Ricardo não poderá endossar o cheque a terceiro, pois o cheque só 
admite um único endosso. 
b) o endosso em preto de cheque nominativo exonera o emitente do título 
de responsabilidade pelo seu pagamento. 
c) por força de lei, o emitente do cheque deve ter fundos disponíveis em 
poder do sacado, e a infração desse preceito prejudica a validade do 
título como cheque. 
d) José responderá perante Ricardo pelo pagamento do cheque, porque 
se reputa não escrita cláusula que isente o endossante de 
responsabilidade pelo pagamento do título. 
e) a despeito do inadimplemento de Maria, Ricardo ostenta legitimidade 
para cobrar o pagamento do título porque se reputa não escrita 
qualquer condição a que o endosso seja subordinado. 
Assim terminamos a aula de hoje.

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