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Duplicata: Noções e Requisitos

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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II 
Aula 6 
 
 
 
 
Professora Maria Lucia de Azevedo 
 
Email: advmalus@yahoo.com.br 
Aula 06- Duplicata 
. Duplicata: Noções gerais e requisitos 
Fatura 
Ações fundadas na duplicada e triplicata 
 
 
 
A Duplicata pode ser entendida como um título de crédito formal, 
caracterizado por um saque fundado em crédito concedido pelo 
vendedor ao comprador, baseado em contrato de compra e venda 
mercantil ou de prestação de serviços celebrado entre ambos, cuja 
circulação é possível mediante endosso. Dessa forma, é uma ordem de 
pagamento do preço estipulado numa compra e venda mercantil ou 
na prestação de serviços. É um título de natureza vinculada, ou seja, 
apesar de serem autônomas as relações, o princípio da autonomia não 
se perfaz totalmente por estar, a duplicata, vinculada a um contrato de 
compra e venda mercantil ou de prestação de serviços. Os Requisitos da 
Duplicata estão previstos no artigo 2º da Lei nº 5.474/68. 
LEI 5.474/68 
DEC. 57.663/66 
DUPLICATA 
Art . 25 L5474/8 - Aplicam-se à duplicata e à triplicata, no que 
couber, os dispositivos da legislação sobre emissão, circulação e 
pagamento das Letras de Câmbio. Para o aval deve ser utilizado 
CC. 
Título de Crédito causal 
e à ordem extraído por 
um vendedor /prestador 
de serviços contra um 
comprador fundado 
numa compra e venda 
empresarial a prazo ou 
uma prestação de 
serviços. 
DUPLICATA – CONCEITO 
DUPLICATA E SUA CAUSALIDADE 
 A B 
COMPRA E VENDA 
ENTRE EMPRESÁRIOS 
A PRAZO 
CONSUMIDORA 
Empresário 
 Vendedor 
Empresário 
 Comprador 
COMO TUDO COMEÇOU... 
FATURA 
 
FATURA 
 
COMPRA E 
VENDA A 
PRAZO 
OBRIGATÓRIA 
Fatura 
 
É o documento representativo do contrato de compra e 
venda mercantil ou de prestação de serviços, emitido 
pelo comerciante ou prestador de serviços, por ocasião 
da venda de produto ou de serviço, descrevendo o 
objeto do fornecimento, quantidade, qualidade e preço 
além de outras circunstâncias de acordo com os usos da 
praça. 
 
Por Nota Fiscal/Fatura entende-se o documento que 
resultou do convênio firmado, em 1970, entre o Ministério 
da Fazenda e as Secretarias de Fazenda dos Estados e 
do Distrito Federal, pelo qual a nota fiscal passa a 
funcionar, também, como fatura comercial contendo as 
informações necessárias às finalidades tributárias. 
 ART . 1º EM TODO O CONTRATO DE COMPRA E VENDA 
MERCANTIL ENTRE PARTES DOMICILIADAS NO 
TERRITÓRIO BRASILEIRO, COM PRAZO NÃO INFERIOR A 
30 (TRINTA) DIAS, CONTADO DA DATA DA ENTREGA OU 
DESPACHO DAS MERCADORIAS, O VENDEDOR EXTRAIRÁ 
A RESPECTIVA FATURA PARA APRESENTAÇÃO AO 
COMPRADOR. 
 Art . 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída 
uma duplicata para circulação como efeito comercial, não 
sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito 
para documentar o saque do vendedor pela importância 
faturada ao comprador. 
A FATURA E A DUPLICATA 
FATURA 
DUPLICATA 
COMPRA E 
VENDA A 
PRAZO 
COMPRA E 
VENDA À 
VISTA 
TÍT. DE CRÉDITO 
INSTRUMENTO 
PROBATÓRIO OBS: HOJE: NOTA FISCAL – FATURA 
CARACTERÍSTICAS DAS 
DUPLICATAS 
Empresário 
 Vendedor 
Empresário 
 Vendedor 
A B 
A 
Empresário 
 Comprador 
DUPLICATA : ORDEM DE PAGAMENTO 
COMPRA E VENDA 
A PRAZO 
CARACTERÍSTICAS DA DUPLICATA 
DUPLICATA 
TÍTULO CAUSAL 
LIVROS 
OBRIGATÓRIOS 
MODELO 
VINCULADO 
Res. 102 CMN 
Modelo Padrão 
PRESTAÇAO 
DE 
SERVIÇOS Art . 19 L.5474/68. A 
adoção do regime de 
vendas de que trata o 
art. 2º desta Lei obriga 
o vendedor a ter e a 
escriturar o Livro de 
Registro de 
Duplicatas. 
 Art . 20. As empresas, 
individuais ou coletivas, 
fundações ou 
sociedades civis, que se 
dediquem à prestação 
de serviços, poderão, 
também, na forma 
desta lei, emitir fatura e 
duplicata. 
ELEMENTOS FORMAIS DA DUPLICATA 
Art. 2º L.5474/68 - Convênio 70/75 
§ 1º A duplicata conterá: 
I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o 
número de ordem; 
II - o número da fatura; 
III - a data certa do vencimento (dia fixado) ou a declaração 
de ser a duplicata à vista; 
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador; 
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso; 
VI - a praça de pagamento; 
VII - a cláusula à ordem; 
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da 
obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como 
aceite, cambial; 
IX - a assinatura do emitente. 
(1) 
(2) 
(4) 
(5) (3) 
(8) 
(4) 
(5) 
(6) 
(9) 
(7) 
REMESSA 
E DEVOLUÇÃO 
DA DUPLICATA 
Art . 6º (...) 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 
(trinta) dias, contado da data de sua emissão. 
 
 
§ 2º Se a remessa for feita por intermédio de representantes 
instituições financeiras, procuradores ou correspondentes estes 
deverão apresentar o título, ao comprador dentro de 10 (dez) 
dias, contados da data de seu recebimento na praça 
 
Art . 7º A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida 
pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) 
dias, contado da data de sua apresentação, devidamente 
assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, 
contendo as razões da falta do aceite. 
REMESSA E DEVOLUÇÃO DA DUPLICATA 
Empresário 
 Vendedor 
Empresário 
 Vendedor 
A B 
A 
REMESSA: 30 dias 
( Inst. Financeira: 10 dias) 
DEVOLUÇÃO 
10 dias 
Empresário 
 Comprador 
REMESSA E DEVOLUÇÃO DA DUPLICATA 
Art . 23 LEI 5474/68 
 
A perda ou extravio da duplicata obrigará o 
vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos 
efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas 
formalidades daquela. 
TRIPLICATA 
E O PULSO 
AINDA 
PULSA !! 
Uma pergunta .... 
O aceite na duplicata é 
obrigatório ou facultativo ? 
ACEITE PRESUMIDO – ARTIGO 8º L.5474/68 
 Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a 
duplicata por motivo de: 
 
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, 
quando não expedidas ou não entregues por sua 
conta e risco; 
 
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na 
quantidade das mercadorias, devidamente 
comprovados; 
 
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados. 
FORMAS E PRAZO DO PROTESTO NA DUPLICATA 
“Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite 
de devolução ou pagamento. 
 
§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de 
pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, 
mediante apresentação da duplicata, da triplicata, 
ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta 
de devolução do título. (...) 
§ 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, 
em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, 
contado da data de seu vencimento, perderá o 
direito de regresso contra os endossantes e 
respectivos avalistas. 
 Art 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será 
efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos 
executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de 
Processo Civil ,quando se tratar: 
 
l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; 
 
II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, 
cumulativamente: 
 
 a) haja sido protestada; 
 
 b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório 
da entrega e recebimento da mercadoria; e 
 
 c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusadoo aceite, 
no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º 
desta Lei. 
AÇ. 
REGRESSIVA 
1 ANO 
DEVEDOR 
PRINCIPAL 
ENTRE 
ENDOSSANTES 
1 ANO 
A 
B 
D C 
 
BENEFICIÁRIO 
AÇÃO CAMBIAL E PRESCRIÇÃO art. 18 
E 
A 
SACADOR 
OBS : DOCUMENTOS PARA 
EXECUÇÃO 
Ações fundadas na duplicada e triplicata 
 
A duplicata poderá ser protestada por falta de aceite, por falta de 
devolução ou por falta de pagamento. O prazo para protesto é de 
30 dias a contar da data do vencimento. O protesto pode ocorrer 
mediante a prova de remessa ou entrega de mercadoria. Essa 
forma de protesto supre a falta de aceite, podendo servir de 
subsídio para fundamentar a ação de cobrança, pois é sabido 
que, de acordo com a Lei 5.474/68, a duplicata é Título Executivo 
Extrajudicial. A ação fundada na duplicata é a Ação de 
Execução, conforme o disposto no art. 784, I, CPC. 
 
O prazo de prescrição da ação de cobrança da duplicata é de 3 
anos, contra o sacado e respectivos avalistas, contados da data 
do vencimento do título; de 1 ano, contra endossante e seus 
avalistas, contado da data do protesto; e de 1 ano, de qualquer 
dos coobrigados, contra os demais exercendo o direito de 
regresso, contado da data em que haja sido efetuado o 
pagamento do título. A Triplicata é a reprodução da duplicata 
mercantil ou da prestação de serviços em caso de perda ou 
extravio (Lei 5.474/68, art. 23). 
DUPLICATA SIMULADA 
ART. 172 CÓDIGO PENAL 
 
Expedir ou aceitar duplicata que 
não corresponda, juntamente 
com a fatura respectiva, a uma 
venda efetiva de bens ou a uma 
real prestação de serviço. 
 
Pena - Detenção de um a cinco 
anos, e multa equivalente a 20% 
sobre o valor da duplicata. 
CASO CONCRETO: (TJ/ DF /Juiz/ 2012) A 
respeito da assim chamada "duplicata virtual 
'', "duplicata escritural" ou "duplicata 
eletrônica", esclareça como se dá o seu 
saque e quais são os requisitos necessários 
para que tenha eficácia executiva, bem 
como forneça dois argumentos, retirados 
exclusivamente da Lei 5.474168 que, em tese, 
não permitiriam a constituição do crédito 
cambial na forma esclarecida. 
QUESTÃO OBJETIVA: (Magistratura PE – FCC/2011) No que tange à 
duplicata: 
a) o comprador poderá deixar de aceitá-la por vícios, defeitos e 
diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, 
exclusivamente. 
b) é lícito ao comprador resgatá-la antes do aceite, mas não 
antes do vencimento. 
c) trata-se de título causal, que por isso não admite reforma ou 
prorrogação do prazo de vencimento. 
d) é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de 
pagamento, podendo o protesto ser tirado mediante 
apresentação da duplicata, da triplicata, ou ainda por 
simples indicações do portador, na falta de devolução do 
título. 
e) em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu 
poder até a data do vencimento, devendo comunicar 
eventuais divergências à apresentante com a devolução do 
título.

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