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Isadora Pires Ferreira dos Santos MICROBIOLOGIA VETERINÁRIA Professora: Isabella Bias Fortes CRONOGRAMA: 02/03/2018 – 1ª Prova (20 pontos) 04/04/2018 – Avaliação de desempenho 20/04/2018 – 2ª Prova (25 pontos) 25/05/2018 – 3ª Prova (30 pontos) – global 16/05/2018 – Entrega Trabalho em grupo (10 pontos) 30/05/2018 – Prova prática (10 pontos) – em dupla Há alguns séculos, o homem não acreditava na existência de seres microbianos, sendo que muitas das doenças que assolavam a humanidade e os animais eram atribuídos a feitiçarias e maldiçoes. E até mesmo seres não microscópicos, como moscas, ratos e sapos eram gerados espontaneamente, surgiam de coisas mortas, como pântanos. O PASTEUR e, também, alguns outros cientistas, não acreditavam nisso. E antes do Pasteur, um comerciante holandês já tinha apresentado seres microbianos, através de lentes que utilizava para avaliar fibras de tecidos que ele comprava e vendia e reportou as autoridades científicas da época. Pasteur era um químico que já acreditava na existência de seres microbianos. Assim, através de um experimento simples, Pasteur refutou a TEORIA DA ABIOGÊNESE OU DA GERAÇÃO ESPONTÂNEA, na qual a vida surge de matérias inanimadas. Pasteur, então, pegou um caldo de carne (caldo extremamente nutritivo) e demonstrou que se os micro- organismos presentes no ar não se depositassem nesse caldo, não haveria nenhuma alteração. Assim, demonstrou que era preciso que houvesse contato desses microorganismos com esse caldo nutriente para que ele se deteriorasse. Outro experimento importante de Pasteur foi com o vinho, que se deteriorava e virava vinagre. Assim Pasteur começou a estudar as amostras de vinho bom e vinho deteriorado, quando descobriu que o vinho bom tinha um tipo de microorganismo, as leveduras que eram responsáveis pela fermentação microbiana ou seja, a medida que cresciam transformavam o açúcar em álcool, e naquele vinho que deteriorava havia uma grande quantidade de bactérias. Inclusive, foi o próprio químico que provou que a fermentação alcoólica é realizada por microorganismos. Afim de proibir a proliferação dessas bactérias no vinho, Pasteur propôs a PASTEURIZAÇÃO, que é um processo ao qual o vinho era submetido, aquecendo o vinho a determinada temperatura a fim de se evitar a proliferação de bactérias que cresciam naquele vinho. Além dessa Teoria da Abiogênese e desse experimento do vinho, iniciou-se a Era Ouro da Microbiologia, na qual iniciou-se a associação dos microorganismos a doenças, que é a chamada TEORIA GERME-DOENÇA, ou seja a capacidade desses seres de causarem doenças nos homens e animais. O agente microbiano que causa uma doença em animais, foi o primeiro a ser comprovado como causador desta doença, é a bactéria bacillus anthracis que causa a doença conhecida como ÁNTRAX, em humanos, e nos animais chamamos de CARBÚNCULO HEMÁTICO. Atualmente essa doença tem vacina, mas na época de Pasteur matava rebanhos de ovelhas na Europa. Então, foi quando surgiu o ROBERT KOCH, médico, que começou o estudo dessa doença e foi a ele incumbido a comprovação do bacillus anhracis como o agente da doença Carbúnculo Hemático. OBS: BIOTERRORISMO, na época de 2.000, os terroristas utilizavam essa bactéria desidratada e enviava cartas ao país alvo do atentado, então a pessoa que abria a carta inalava o pó branco, assim a bactéria ao chegar no pulmão se reproduzia e causava até mesmo morte. Atualmente, como há vacina para animais, há doses anti-microbianas que combatem a infecção, então não foi algo tão alarmante = BIOTERRORISMO (seres vivos utilizados como armas de terrorismo). Foi Koch, ainda, que identificou pela primeira vez o agente da tuberculose, motivo pelo qual, no passado, o agente da tuberculose foi chamado de bacillus de koch. Os POSTULADOS DE KOCH, que culminaram primeiro com descoberta do bacillus anhracis e posteriormente culminou em outras, se desenvolve da seguinte maneira: através de um animal que está doente, com aquela determinada doença, retira-se uma amostra, cultiva o material, visualiza-o no microscópio, o isola e o inocula em um animal sadio, que desenvolve a doença com as características inicias. Assim, o pesquisador tem que ser capaz de isolar, novamente, o mesmo agente e reidentifica-lo no animal que foi inoculado. Logo, percebe-se que esse postulados foram, ao longo dos anos, extremamente importantes para identificação pelo Koch e outros cientistas, de vários agentes infecciosos através da utilização de animais. Ou seja, o mundo microbiano e a medicina veterinária foram extremamente importantes para essas descobertas, inclusive a primeira doença, o primeiro agente infeccioso, foi identificado em um animal. A PAUSTERIZAÇÃO então, hoje, é muito utilizada no leite, açaí também, onde esse líquido é submetido a um aquecimento, que não ultrapassa 72 a 75ºC, e depois a um resfriamento. Importante comentar que este processo não mata toda a forma de vida microbiana, alguns microorganismos sobrevivem a essa temperatura, mas os PATOGÊNICOS não sobrevivem, evitando a transmissão de agentes nocivos. Assim, ela é utilizada para evitar a contaminação por agentes infecciosos, como é o caso da brucelose, salmonela. Apesar de hoje, utilizarmos muito o leite de caixinha, que é o leite UHT (temperatura ultra elevada que chega a 140ºC), que é submetido ao processo de ESTERILIZAÇÃO que mata toda forma de vida microbiana, PATOGÊNICOS e não PATOGÊNICOS. 07/02/2018 TAXONOMIA O agente da doença conhecida como ANTRÁX é classificado como bacillus anthracis. Observa-se que os nomes são latinizados. Mas Bacilo diz respeito a forma do organismo e o nome científico é bacillus. O nome sempre começa por gênero, ou seja, existem outras bactérias do gênio bacillus, algumas delas não são, inclusive, tão patogênicas quanto o anthracis. Ademais, o nome todo, qual seja, bacillus anthracis diz respeito da espécie. Ao mencionar várias vezes essa bactéria podemos abreviar em B. antracis, porque já mencionei antes. Além do mais o gênero é SEMPRE em letra maiúscula e o EPITETO ESPECÍFICO, que é a segunda palavra que diz respeito a espécie é sempre em minúsculo. Koch descobriu o agente da Tuberculose humana que é o Mycobacterium tuberculosis. Então o primeiro refere-se ao gênero e os dois à espécie. Na veterinária, o que Mycobacterium que mais nos interessa é o Mycobacterium Bovis e como já citei a Mycobacterium posso abreviar em M. Bovis, que é a que afeta principalmente bovinos, mas pode nos afetar também. A vacina BCG é que previne a tuberculose. É muito comum, na gastrite, ser infectado pela bactéria Helicobacter pylore. Essa denominação não vale só para microorganismos, toda espécie tem uma denominação, como é o caso de Homo Sapiens, por exemplo. OBS: é importante ao escrever o nome da agente fazer da seguinte maneira: primeira palavra MAIÚSCULA e a segunda MINÚSCULA, SEMPRE GRIFADO. Bacilo diz respeito a forma, então algumas bactérias tem seu nome relacionado a forma. Outros seres vivos tem seu nome em homenagem a uma pessoa, como é caso da Brucella abortis. O Bru está relacionado ao nome do individuo que relatou-a pela primeira vez, Davis Bruce . E abortis está ligado ao principal sintoma no animal, que é o aborto. Ou seja, pode estar relacionado ao nome de uma pessoa, mas também relacionada com os principais sintomas que causam. Então, os Postulados de Koch foram fundamentais para que se desvendasse diversos agentes infecciosos. E, ainda hoje, para grande maioria de bactérias e fungos, os postulados ainda são utilizados. Voltando à PASTEURIZAÇÃO e a ESTERELIZAÇÃO... Por que pegamos o leite de caixinha na prateleira (temperatura de prateleira)? Porque o leite apesar de ser um meio extremamente nutritivo para as bactérias, como ele está vazado,fechado e esterilizado, ele não tem bactéria nem fungos. Já o leite pasteurizado, que está na geladeira, se esquecer na bancada da cozinha no outro dia já está deteriorado. Por que? O Pasteurizado ainda tem alguns microorganismos, sendo que a pasteurização evita, basicamente, microorganismos nocivos à saúde humana, mas não destrói toda forma de vida bacteriana, sendo que aqueles microorganismos que restam lá são banais, que não causam nenhum problema à nossa saúde, mas vão estragar o leite. Já o leite de caixinha, após aberto tem que ficar na geladeira, porque microorganismos banais presentes no ar podem se depositar no leite e ali encontram condições excepcionais para se proliferarem e podem, agora, deteriorar o leite. Assim, a refrigeração é um dos métodos mais utilizados para cessar o crescimento bacteriano. A geladeira para o crescimento bacteriano para que esta bactéria não prolifere ali e não deteriore o alimento. EWARD JENNER E A VARÍOLA. Varíola é uma doença causada por um vírus (pox vírus), mas já está erradicada no mundo através da vacinação. Na época de Jenner a varíola matava populações humanas, principalmente naquelas regiões do mundo que estavam sendo desbravadas, onde existia povos indígenas, como nos EUA. O Jenner, como médico, foi procurado por uma mulher que retirava leite das vacas nunca havia sido infectada por essa doença, pois as vacas tem uma doença parecida a VARIOLA BOVINA e a manifestação clínica é muito parecida, a varíola da pústulas (bolhas de pus) nos tetos. Jenner, então, teve uma ideia ele recolheu a postula do leite e inoculou em uma criança. Essa criança, no local que ele inoculou, desenvolveu pústulas e em contato com pessoas com a varíola não foi infectado. Ou seja, utilizou um animal doente para imunizar uma criança. Antigamente, como as pessoas achavam que as coisas geravam espontaneamente, a população acreditava que iam nascer vacas, se a pessoa fosse vacina. Então as campanhas de vacinação para erradicação não iniciou nessa época. A palavra VACINA tem origem da palavra vaca, pois a primeira vacina registrada, descrita, veio da vaca. Posteriormente, Pasteur que desvendou esse principia e a ele é atribuído a denominação da palavra vacina mesmo ele não tendo trabalhado com varíola. Atualmnete, os grandes feitos de Pasteur estão associados ao fato dele ter sido o primeiro a desenvolver a vacina anti rábica. Mas antes dessa vacina, Pasteur estudava uma doença de galinhas, chamada cólera aviaria, que tem como agente a Pasteurella multocida. Em uma de suas exibições, um grupo de galinhas sadias que ele inoculou com o agente não adoeceu de cólera viária. O que havia acontecido? Pasteur observou que a cultura que ele havia utilizado para inocular esse grupo de galinhas havia um tempo muito grande que estava com ele. Então ele pegou um animal doente e reinoculou em um grupo de animais sadio e inoculou também, naquele grupo que havia inoculado antes, sendo que o grupo que nunca tinha tido contado com a doença, adoeceu e morreu e o segundo grupo que já tinha tido contato com a cultura velha e atenuada, não adoeceu e não morreu, desvendando, assim, o princípio da vacinação. Não foi da mesma forma do Jenner, que pegou um animal doente de outra espécie e inoculou em humanos, fez uma PROTEÇÃO CRUZADA, pois esses vírus são muito parecidos antigênicamente. Já Pasteur tornou a bactéria menos patogênica. Vacina de febre amarela é vírus vivo atenuado, ou seja, o vírus está vivo mas sua patogenicidade está diminuída (= ATENUADO), não causando doença, mas é capaz de estimular o sistema imune. Há, ainda vacinas em que os vírus estão mortas. Há vários tipos de vacina, mas todas tem a mesma finalidade. Na época de Pasteur, haviam muitos casos de raiva, muitas pessoas morreriam. Então Pasteur começou a estudar o agente, não descobriu o agente, mas viu que o Sistema Nervoso era afetado e que a saliva poderia transmitir o vírus. Então pegando um animal que havia morrido pela doença, pegava seu cérebro e macerava-o e o inoculava em outros animais, conseguindo, assim, resultados satisfatórios, protegendo esses animais. Na raiva pode-se utilizar a vacina pós exposição, ou seja, para tratar a doença. Isso ocorre porque o vírus demora a progredir e afetar o sistema nervoso, então a vacina pode estimular de uma forme efetiva (a vacina anti-rábica é morta) o sistema imune e evitar a progressão da doença. Apesar de ter trabalhado com a raiva, Pasteur não descobriu o agente, porque vírus é muito pequeno, muito menor que as bactérias e fungo, não era possível enxerga-los no microscópio óptico, só com o eletrônico (que não havia na época), só foi possível com o microscópio eletrônico. Na época, mesmo sem os aparatos tecnológicos, os cientistas conseguiram descobrir a primeira doença viral foi o vírus da FEBRE AFTOSA, pelas características da doença, ele é potencialmente um arma (bioterrorismo), pois impacta muito na medicina veterinária. É uma doença que ainda não foi erradicada no Brasil, mas estamos caminhando para tal pela vacinação. Essa doença causa uma febre alta e aftas na boca, na língua, no palato, nos pés. Esse vírus é tão perigoso porque um animal afetado contamina o rebanho inteiro, é um vírus de alta disseminação (pode ser carregado pelo ar e adoecer um animal a quilómetros de distância). É um vírus que pode ser transmitido ao humano, mas causam lesões brandas sendo caracterizada como ZOONOSE, mas é insignificante. Novos agentes causadores de doenças PRIONS. As doenças priônicas são descritas há mais de 300 anos, mas não se sabia qual era o agente. Na década de 90 foi registrado o aumento da doença Creutzfeldt-Jakob, que é uma doença registrada em 1 pessoa de 1 milhão e geralmente em indivíduos mais velhos. Mas nessa época começaram a evidenciar essa doença em pessoas jovens e em proporções maiores. E na mesma época havia sido descrito uma doença que afetava bovinos, que é a Vaca Louca, que na verdade chama-se Encefalopatia espongiforme bovina (EEB/BSE) e, assim como a doença humana, acontece em animais mais velhos, culminando na morte desses animais. Então, conseguiram relacionar o consumo de carne bovino com essa doença humana. Essa doença se originou do consumo de ração que tem como origem caprinos infectados com esse agente, com os príons, utilizava-se proteína de origem animal para alimentar bovino. E no Brasil não se utiliza essa ração. Hoje, inclusive, é proibido utilizar ração de proteína animal. Prion é uma proteína infecciosa, é considerado um agente não convencional pois essa proteína não está associada a nenhum ácido nucleico. Essa doença Creutzfeldt-Jakob acontece em animais e também em humanos e não é uma forma infecciosa, pois todos nós temos proteínas e quando ocorre ela origina em mutação do gene que codifica aquela proteína, isso quando ocorre na proporção de 1 para 1 milhão. E tanto essa doença genética como essa infecciosa, essas proteínas começam a se acumular nas células nervosas, não sendo degradadas por proteases. Atualmente tem como se identificar se um príon tem origem em uma alteração genética ou infecciosa. Todos nós temos esse príon, essa proteína, sendo que a sequencia de aminoácidos é a mesma. O que muda em uma proteína alterada é a sua conformação e o seu reconhecimento. Ademais uma proteína alterada passa a induzir a alteração de proteínas saudáveis. E é o acúmulo dessas proteínas nos neurônios que causam os sintomas e os sinais clínicos da doença descrita acima. 09/02/2018 Temos mais drogas antibacterianas do que fungicas porque a possibilidade de ter efeitos colaterais no que diz respeito a esse segundo grupo é maior, isso deve-se à sua composição vez que suas células são muito semelhantes a de um animal. Nas bactérias há muitos alvos que não existem em nós. Ademais não há diversidade de drogas antivirais,porque VÍRUS é PARASITA INTRACELULAR OBRIGATÓRIO, ou seja, está dentro da célula e a droga para mata-lo tem que atuar dentro da célula, o que é mais complicado. As células EUCARIOTA possuem núcleo verdadeiro, o que não acontece com as PROCARIOTAS, que não tem núcleo verdadeiro, já que o DNA não é envolto em uma membrana, mas possuem uma área nuclear. Ademias, bactérias não possuem organelas citoplasmáticas, as HISTONAS (importantes na multiplicação das células eucariotas) não está presente, assim a multiplicação é diferente. Componente característico das células PROCARIOTAS é a PAREDE CELULAR que é um acessório EXTRA MENTBRANA. É a parede que nos permite diferenciar as bactérias em GRAM POSITIVA E GRAM NEGATIVA, que tem um componente único um POLISSACARÍDEO denominado PEPTÍDEOGLICANO, que não possuí nas nossas células nem nas células dos animais. Dessa maneira, esse é um dos principais alvos das drogas antibacterianas, primeiro que não temos parede, segundo porque esse componente, o petideoglicano, não é encontrado em nós e nos animais. Assim, muitos dos antibióticos, não todos, agem nessa parede. Sendo que nem toda bactéria tem parede, mas sim a maioria, principalmente as de maior interesse. Exemplo é a PENICILINA, que age na parede, mas tem drogas que agem na membrana, na síntese proteica, no DNA. As bactérias não fazem mitose ou meiose, se dividem por FISSÃO BINÁRIA, em que uma célula bacteriana, com ácido nucleico disperso no citoplasma dá origem a duas outras células geneticamente idênticas. MICROBIANA = VIDA MUITO PEQUENA. Assim, estudamos seres muito pequenos, sendo medidas por micrómetro (mil vezes menor que um metro), só é possível sua visualização assim, em microscópio. As bactérias patogênicas, que estudamos se encaixam em 3 formas (claro que existem outras), quais são: Uma forma esférica = COCO. 2 cocos = DIPLOCOCO; 4 cocos = TETRÁDES Obs.: estreptococos e estafilococos mais comuns. Uma forma cilíndrica = BACILO. 2 bacilos = DIPLOBACILUS; Muitos bacilos = ESTREPTOBACILUS; COCOBACILO, ex. Brucella. Uma forma espiral = ESPIRAIS, são: VIBRIÃO, ESPIRILO e ESPIROQUETA ESTRUTURAS DE UMA BACTÉRIA Uma bactéria não possui núcleo, mas tem citoplasma, sendo que o local onde fica esse material genético é chamado de NUCLEOÍDE OU ÁREA NUCLEAR. Tem formas bacterianas que possuem (coco não possui). Ademais, a PAREDE está acima da membrana, fora dela. Algumas bactérias podem ter, ainda, CÁPSULA e pelos. TODA BACTÉRIA INDEPENDENTE DA FORMA TERÁ: ÁREA NUCLEAR, RIBOSSOMOS E MEMBRANA CITOPLASMÁTICA. Bactéria que não tem parede é mais frágil, pois a função da parede é proteção. Assim, não pode utilizar penicilina para tratar bactéria que não tem parede, já que este age na parede da bactéria. Há drogas, então, que vão atuar em outros locais, como na multiplicação celular, no material genético. 1) GLICOCÁLICE: está presente em todas as bactérias, localizado na MEMBRANA. É composto basicamente de açúcar. É um material viscoso que pode ser importante para a reserva externa da bactéria. Sendo que pode ser mais organizado e mais firmemente aderido a parede, onde passa a ser denominado de CÁPSULA. Ou seja, glicocálice todas as bactérias têm, mas cápsula não. Outra função do glicocálice é, exatamente, a aderência a tecidos, para que não sejam facilmente removidas. A da CÁPSULA, por sua vez, está relacionada a PATOGENICIDADE da bactéria, ou seja, bactéria que tem cápsula, por questão de cargas elétricas, repelem células que tentam fazer fagocitose, impedindo a ação do Sistema Imune, o que a torna mais PATOGÊNICA. Exemplo é o Bacillus anthraxis, sendo que o macrófago alveolar não consegue destruir essa bactéria, graças a cápsula. Agora, quando a camada de glicoclálise não é muito organizada, ela é denominada de CAMADA LIMOSA. quando o glicocálice não é uma camada organizada. Ademais, a composição antigénica da cápsula que é utilizada para identificação é chamada de ANTÍGENO K. 2) FLAGELO: bactéria pode possuir um ou mais flagelos, que podem ser espalhados nas extremidades, em todo o corpo. O flagelo começa dentro da membrana e sai pela parede e pela cápsula (se a bactéria possuir), Esse componente tem função de movimentar a bactéria (AUTO MOVIMENTAR), não são levadas com os fluídos. FILAMENTO AXIAL/ENDOFLAGELO: está dentro do corpo da bactéria, inserido de uma extremidade a outra. 3) FÍMBRIAS (antígeno F) OU PILLI (PILLUS é o singular): apêndices semelhantes a pelos que permitem a FIXAÇÃO. Muitos dos bacilos tem fímbrias, o que o tornam mais difíceis de serem removidos, tem mais aderência as superfícies. Há vacinas anti-fímbrias, no qual o princípio é se a bactéria não consegue aderir, não consegue causar doenças. Tanto o flagelo quanto as fímbrias têm ORIGEM PROTEÍCA. Ex: E. Coli O: 157 H7 é uma bactéria altamente patogênica, além do nome científico há a diferenciação dos seus antígenos, o que a difere de outras que são mais ou menos patogênicas que elas. Há algumas FÍMBRIAS que são diferenciadas, tem a capacidade de fazer ligação entre uma bactéria e outra bactéria, o que possibilita a troca de material genético de uma bactéria com a outra = PILLUS SEXUAL. Muito do que temos hoje de bactérias resistente se dá a esse pillus sexual, onde uma bactéria resistente passa a outra, menos resistente, o que a torna, também mais resistente. 4) PAREDE CELULAR: é ela que da forma e protege a bactéria das adversidades e do ambiente em que ela está (PH, pressão). Toda parede possui MUREINA, que é um PEPTÍDEOGLICANO, ou seja, é composta por aminoácidos e açúcares (dissacarídeos), que vão formar uma malha ao redor da bactéria, PROTEGENDO e dando FORMA. E é esse componente que permite distingui-las em dois grandes grupos: GRAM POSITIVAS E GRAM NEGATIVAS. As GRAM NEGATIVA tem uma camada mais fina de mureína, possui uma membrana externa (FOSFOLIPÍDICA), mas não possuem ácido tecóico e coram-se de ROSA. Além do mais, possui também um componente único, o LIPOPOLISSACARÍDEO (LPS) que tem a sua porção lipídica constituída pelo LIPIDEO A (funciona como toxina, endotoxina, contribui para a PATOGENICIDADE das bactérias gram negativas) e sua porção polissacarídica constituída pelo POLISSACARÍDEO O (antígeno O², usa para diferenciar as gram negativas). Já a GRAM POSITIVA tem uma camada mais grossa de mureína, tem ácido tecóico e cora- se de ROXO. A membrana externa da GRAM NEGATIVA dificulta a ação da PENICILINA, dessa maneira, esse antibiótico atua melhor nas bactérias GRAM POSITIVAS, vem que a Gram Negativa tem uma barreira fosfolipídica, membrana externa, que impede a ação da penicilina. Por técnicas de coloração as gram negativas são rosa e as gram positivas são roxas. VER SLIDE TECNICAS DE COLORAÇÃO GRAM. 16/02/2018 Todas as bactérias não tem todos os componentes descritos acima, mas possuí o NUCLEOÍDE, que é onde fica seu ácido nucleico. É importante reforçar que bactéria NÃO TEM NÚCLEO, mas tem essa área onde seu material genético se concentra. Por outro lado, TODA BACTÉRIA TEM: CITOPLASMA, RIBOSSOMOS. E não necessariamente toda bactéria tem PAREDE, o que permite diferencia-la em dois grandes grupos: GRAM POSITIVAS e GRAM NEGATIVAS, independente da espécie e se ela é mais ou menos patogênica. Ademais, CÁPSULA, FIMBRIAS E FLAGELOS não estão presentes em todas. 5) MEBRANA PLASMÁTICA/ CITOPLASMATICA/ INTERNA: é uma estrutura fosfolipídica (fosfolipideos + proteínas) que reveste o citoplasma. Possui função regulatória, regulando o o trânsito do que entra e sai da célula bacteriana e, também, muitas reações enzimática e metabólicas (principalmente de produção de energia – síntese de ATP) ocorrem nesta (já que bactérias não tem organelas, não tem mitocôndria)¹ Obs. ¹ Ao olhar a membrana de uma bactéria, nota-se semelhançacom a mitocôndria de uma célula Eucariota, então há a teoria de que a mitocôndria surgiu de uma membrana PROCARIOTA. 6) CITOPLASMA: fluído aquoso composto, principalmente de água, onde o material nuclear, os ribossomas, moléculas, alguma reserva envolvida na síntese de componentes celulares está. Dentro dele está contido a parte nuclear chamada NUCLEOÍDE (em nenhum momento se vê NUCLEO já que a bactéria não o possui), onde encontra-se o genoma desta bactéria que é composta de um único cromossoma circular, DNA fita dupla (que dentro da célula está enovelado). Todas as bactérias possuem NUCLEOÍDE, mas nem todas possuem PLASMÍDEOS ou DNA EXTRACROMOSSÔMICO que também é um DNA fita dupla, circular, que não é essencial para as funções da bactéria, mas pode acrescentar a essa bactéria outras facilidades, como por exemplo, algumas toxinas que contribuem para sua patogenicidade e, também, resistência a drogas.¹ Essa resistência pode ocorrer por genes do DNA cromossomal, mas ocorre principalmente pelos genes plasmidiais. ¹ Plasmídeos podem passar para outras bactérias, tornando-as resistentes também. Além do mais, a partir do momento em que o homem descobriu esses plasmídeos, começou a utiliza- los para manipulação genética, sendo que atualmente é assim que a insulina é produzida. 7) RIBOSSOMOS: tem a mesma função de uma célula eucariota, qual seja, síntese de proteínas (como toxinas, enzimas) e também é dividido em duas subunidades. Apesar da parede ser alvo de drogas antimicrobianas, esses componentes também são alvo destas. Sendo que alguns agem na membrana plasmática das bactérias, assim como os ribossomos e o DNA cromossomal. No entanto, esses 3 últimos componentes são muito semelhantes a de uma célula eucariota, por isso a grande maioria dessas drogas agem na parede, pois ela sim é específica das bactérias. 8) ENDOSPOROS/ESPORO: estão em algumas bactérias e está contido dentro da célula bacteriana. Há dois gêneros, de maior interesse, que são capazes de formar essas estruturas, são elas: BACILOS e CLOSTRIDIUM. Estafilo e estreto não tem. Esses endósporos estão localizados dentro do citoplasma. O clostridium ativo não está com endosporo, que só é produzido em seu citoplasmas em condições adversas, como PH, substâncias químicas. Os clostridiuns são anaeróbicas (não suportam O2), uma condição adversa então é a presença de oxigênio. Uma vez produzido, esse endosporo permanece dentro dela enquanto estiver nessa condição adversa. Ou seja, esse endosporo preserva o material genético dessa bactéria (é como se fosse uma hibernação, continua o tempo que for necessário) enquanto estiver em um ambiente desfavorável, sendo que uma vez cessadas essas condições adversas, esse endosporo desaparece. Ex: tétano, enquanto a bactéria estiver em um prego enferrujado, por exemplo, ela estará na condições de esporo, ao se ferir com este, a bactéria entra no corpo, onde percebe condições favoráveis saindo, então da condição ESPOROLADA e voltando a ser uma célula metabolicamente ativa e começa a secretar a toxina tetânica que cai na corrente sanguínea podendo chegar até o SNC, onde irá inibir a liberação de neurotransmissores, causando no animal uma paralisia estática. Prevenção: vacina antitetânica (prepara o sistema imune para neutralizar essa toxina). Como são formados os endósporos em condições desfavoráveis? Duplica seu ácido nucleico, depois sofre uma invaginação da sua membrana citoplasmática, que é a membrana interna, protegendo o material nuclear e depois a parede, o peptidioglicano se forma ao redor dessa membrana, ocorre uma deposição de substancias que conferem a essa parede maior resistência. Além de ácido nucleico, há ribossomas e outros componentes, mas durante esse tempo a bactéria não vai ter atividade nenhuma. E depois, que todo o endosporo está formado, o resto da bactéria se desintegra, restando apenas o endosporo na natureza, que ficará inativo por quanto tempo durar as condições desfavoráveis. Até que ela volta a encontrar condições favoráveis, quando o esporo germina e começa a se multiplicar, e no caso do tétano irá ocorrer como descrito acima. No caso do tétano há uma TOXINFECÇÃO, o animal foi infectado pela bactéria que causou a liberação de toxinas que levam a doença propriamente dita. PARASITA: qualquer organismo que vive sobre ou dentro de um segundo organismo, estamos falando de microorganismos que vivem dentro dos animais, que são denominados de HOSPEDEIROS. Não diz respeito apenas a doenças. Essa relação entre parasitas e hospedeiros é dinâmica e será contínua, a vida inteira, não para nem depois que morremos, pois são microorganismos que fazem a decomposição de cadáveres. Essa relação, por ser dinâmica, se inicia na hora que o mamífero passa pelo canal do parto, onde existem microorganismos, principalmente lactobacillus que são os primeiros os quais esse indivíduo tem contato, pois um útero sadio é livre de vida microbiana. Assim a partir do momento em que ele sai é no ambiente que ele mantém o contato com a vida microbiana. É nesse momento que estabelecemos a MICROBIOTA NORMAL ou RESIDENTE que passa a morar com aquele indivíduo pro resto da vida dele. Nós, humanos, temos mil vezes mais células microbianas do que células normais nossas, então somos microorganimos ambulantes. Temos em várias partes do corpo essa microbiota normal. Na pele, por exemplo, há microbiota residente, principalmente nos locais mais úmidos, onde elas são mais rica, já nas extensões mais secas da pele, não é um ambiente propicio a uma bactéria, um microorganismo. Ou seja, tem nesses locais, mas ela é mais prolifera onde tem mais umidade. Pulmão, assim como o útero, não tem microbiota só em casos de infecção, assim como ocorre no estômago (ruminantes possuem microbiota no rúmen), no coração, rim, bexiga. Essa relação microorganismo/hospedeiro é chamada de SIMBIOSE e tem várias formas: COMENSALISMO, onde o microorganismo se beneficia do hospedeiro, mas não o prejudica (Ex. microbiota da pele, nos quais estes microorganismos se nutrem de secreções sebáceas); MUTUALISMO, ambos se beneficiam (Ex. no trato digestivo porque a bactéria nutre dos alimentos e sintetizam substancias, como vitaminas, nos ruminantes os microorganismo da microbiota ruminal, digerem para estes animais a celulose); PARASITISMO, onde só um se beneficia e ainda prejudica o outro, não é sinônimo mas, por exemplo, um microorganismo da microbiota intestinal pode por vezes se comportar como um PATÓGENO OPORTUNISTA, que está se aproveitando da situação (Ex. microbiota da pele, ao ferirmos a pele, esses microorganismos que não causavam nenhum dano, vão ser internalizados para tecidos que geralmente não tem microbiota, assim se no trato daquela ferida não cuido corretamente, com o tempo o local vai ficar vermelho, inchado, vai começar a dar pus e o que causou foram os microorganismos da microbiota normal que foram introduzidos em locais que geralmente não possuem microbiota). A MICROBIOTA NORMAL é composta por BACTÉRIAS, FUNGOS e alguns PROTOZOÁRIOS que variam de acordo com o animal. O vírus não faz parte dessa microbiota, podemos encontra-los na MICROBIOTA TRANSIENTE ou TRANSITÓRIA, ou seja, transitoriamente podemos ter alguns vírus no corpo, mas rapidamente desaparecem. Nas relações entre os microorganismos e hospedeiro, pode-se confundir um pouco a relaçao, comensalistas passam a se comportar como parasitas, pois passam a prejudicar o indivíduo. Sendo que em algumas situações pode fazer o papel dos 3 (comensalista, parasita e simbiótico). 21/02/2018 Onde há microbiota normal¹? Pele, conjuntiva (olhos), vias respiratórias superiores e trato digestivo superior. É no intestino onde a microbiota é mais prolifera, sendo que 25% das fezes humanas é composta por microorganismo. Não existe microbiota no pulmão,nos órgão da cavidade abdominal. ¹ Predominantemente a microbiota é bacteriana, mas há fungos e protozoários. INFECÇÃO e DOENÇA não significam a mesma coisa. INFECCÇÃO: significa que o organismo do indivíduo foi colonizado ou invadido por microorganismo patogênicos, ou seja, aquele microorganismo se aproveitou daquele indíviduo ou pode ser um patógeno principal. PATÔGENO PRINCIPAL ou PRIMÁRIO é um microorganismo que não faz parte da microbiota e quando infecta um indivíduo causa um efeito indesejado. É o microorganismo que o hospedeiro susceptível aquele agente (ex. cinomose é patógeno primário, assim se um cão entrar em contato muito provavelmente irá adoecer se não for vacinado) tem grande probabilidade de infectar, adoecer e desenvolver em decorrência desta. PATÔGENO OPORTUNISTA depende de oportunidade, sendo que se houver ele irá se instalar e desenvolver a doença. Um exemplo é a Brucela abortos, é uma bactéria que não faz parte da microbiota normal de nenhum animal. Se tivermos contato com a bactéria de forma que ela se instale no corpo, desenvolveremos uma infecção e posteriormente doença, fatalmente. DOENÇA ocorre quando a infecção resulta em qualquer alteração no estado de saúde daquele indivíduo, são os sinais e sintomas em decorrência daquela infecção. Ou seja, há infecção que não manifesta nada, indivíduo pode ser portador e não adoecer. Se a bactéria está ali e você não sente nada é infecção, dessa maneira, podemos concluir que uma forma assintomática da doença é a infecção. Ex. anemia infecciosa equina, maioria dos cavalos não desenvolve a doença, os hábitos continuam normais, só é possível notar através da amostra de sangue. Assim se identifico um animal sadio mas infectado com esse vírus ele tem que ser sacrificado. Não há vacina contra essa doença e os anticorpos não são suficientes para eliminar esse vírus do seu corpo, podendo desenvolver, clinicamente a doença ou não. Assim neste caso, uma vez infectado para sempre infectado, onde corre o risco de transmitir para outros animais. Anticorpo é um mecanismo de defesa, mas não quer dizer que vai defender de todas as situações, pode ser que o animal não desenvolva a doença, mas não consegue expulsar o microorganismo do organismo dele. RESISTÊNCIA: habilidade dos mecanismos de defesa de repelir a doença. VIREMIA é pra vírus, BACTEREMIA para bactéria. BACTEREMIA: quando as bactérias estão presentes, de forma transitória, na corrente sanguínea sem replicação, está circulando. Nós e os animais não temos bactérias e vírus circulando normalmente na nossa corrente circulatória, se tiver, estamos sofrendo uma bacteremia, se for vírus, viremia. Ex. febre amarela, o problema é o mosquito picar um indivíduo que está tendo viremia e picar em seguida uma pessoa sadia que é suscetível aquela doença. A Anemia Equina é transmitida por sangue (agulha, mutuca...). SEPTICEMIA: septice vem de podre, estrago, assim, antisepticia é fazer algo contra aquilo que está podre, estragado. Dessa maneira, septicemia é a presença de microorganismo patogênico multiplicando na corrente circulatória e se distribuindo por outros tecidos, causando uma doença grave. Esse termo é mais utilizado para doenças bacterianas, mas pode abranger outros microorganismos. SUSCEPTIBILIDADE. Susceptível a anemia infecciosa equina são os equídeos. Quem é susceptível à cinomose? Cães, gatos (alguns). Nós, humanos, não somos susceptível. E raiva? Nós também somos susceptíveis. Os mecanismos de resistência podem ser: RESISTÊNCIA INESPECÍFICA dizem respeito a vários componentes do corpo, como tecidos íntegros, movimentos peristálticos, integridade da pele (ex. queimadura, a perda da pele causa um risco enorme do indivíduo morrer por uma infecção, vez que microorganismos banais podem causar uma infecção grave naquela pele desprotegida), movimento ciliar, células natural killer; e RESISTÊNCIA ESPECÍFICA: atua de forma direta naquele patógeno, como os Linfócitos, que atuam de forma direcionada para aquele patógeno, mas existem RESPOSTAS CRUZADAS (ocorrem quando há uma semelhança antigênica entre patógenos), mas de forma geral é específica para aquele patógeno. PATÓGENO qualquer microorganismo que pode causar a doença. Já a PATOGENICIDADE é capacidade que o microorganismo tem de causar doença. Então um microorganismo mais patogênico tem maior capacidade de causar doença, que são os PATÓGENOS PRIMÁRIOS, tem maior patogenicidade. O termo VIRULENCIA, apesar de nos remeter a vírus, tem abrangência maior, não diz respeito apenas a vírus. Diz respeito ao grau de patogenicidade de determinado microorganismo, os fatores que contribuem para sua maior patogenicidade. Assim, um microorganimso com alta virulência é altamente patogênico. Vamos, agora, comentar exatamente sobre o grau de virulência, o que torna um microorganismo mais patogênico que o outro. FATORES DE VIRULÊNCIA (focados mais nas bactérias) FATORES CELULARES 1) CÁPSULA: é derivação do glicocálice, que quando está aderido e mais organizado forma uma capsula. Nem todas possuem, mas as bactérias que tem cápsula são mais patogênicas do que as que não tem, porque a cápsula, por uma questão de carga elétrica, consegue repelir, espantar, uma célula fagocítica. Ou seja, a cápsula consegue impedir a fagocitose, dessa forma, replica e produz seus produtos que contribuem para a doença. 2) FÍMBRIAS: favorecem a célula bacteriana a aderir nas superfícies do corpo. Ex. algumas bactérias patogênicas do trato intestinal se aderem a este e não saem facilmente. TOXINAS As bactérias podem ter, no geral, dois tipos de toxinas: exotoxinas e endotoxinas. 1) EXOTOXINAS: bactéria que secreta toxina para fora da célula bacteriana. Pode ser tanto na GRAM NEGATIVA, quando na GRAM POSITIVA. É como se fosse um produto da bactéria. A exotoxinas tem caráter proteico, é uma proteína. Toda bactéria que produz exotoxina está liberando proteínas. Tem PATOGENICIDADE ESPECÍFICA, característica, assim, apesar de todas serem secretadas para fora, elas não são iguais, tanto que exotoxinas que são neurotoxinas (ação no sistema nervoso, exemplo é a toxina tetânica e a botulinica), enterotoxinas (age no sistema entérico) e citotoxinas, por exemplo. As bactérias podem liberar mais de uma exotoxina. 2) ENDOTOXINAS: faz parte do corpo da bactéria, endo significa que está no corpo da bactéria, mais especificamente na parede em sua membrana externa e é na composição dessa membrana externa, no LPS, é a porção lipídica, LIPÍDIO A. Assim esse tipo de bactéria só existe em bactéria GRAM NEGATIVA. A endo faz parte do metabolismo da célula. Assim, ela tem natureza LIPÍDICA. Devido a sua natureza lipídica, NÃO tem PATOGENICIDADE CARACTERÍSTICA, no sentido de que independente da espécie da bactéria Gram Negativa, a ação dessa endotoxina é igual em qualquer bactéria, sendo que algumas são mais proeminentes, mas a endotoxina é a mesma, mas os efeitos são diferenciados, mas só liberam uma só endotoxina. Os melhores antígenos, aqueles que estimulam melhor o Sistema Imune, são de origem proteica, estimulando, principalmente, os Linfócitos. Então, um animal infectado com uma bactéria que produz exotoxinas, haverá estímulo para a produção de ANTITOXINAS (que são anticorpos anti-toxinas). No caso da endotoxina não haverá esse estimulo tão proeminente. Então, caímos naquela pergunta, o soro antitetânico o que é? Um soro anti a toxina tetânica, ou seja, um soro que tem na sua formulação anticorpos anti a toxina tetânica. Importante comentar que um animal, ao entrar em contato com essa toxina, produz esse anticorpo anti toxina tetânica. A ação do formol, elas se transformam em ANATOXINA que é quando a toxina é inativada por uma proteína formando as vacinas. Por exemplo: tétano e botulismo, essas vacinas tem o nome genérico de TOXOIDE,que é a toxina inativada. Ou seja, sua composição antigênica não tem microorganismo vivo nela, tem a toxina do tétano DESATIVADA, o que estimula o animal a produzir anticorpos contra essa toxina, caso tenha contato com esse microorganismo, futuramente. Pode ser com o formal ou outra substancia química que não desnatura essa proteína, mas a inativa, perdendo a capacidade de causar os efeitos dessa doença. A mesma coisa com o BOTULISMO, onde a TOXINA BOTULINA é descrita como a toxina mais potente, atualmente, descrita, tem uma capacidade muito alta de mortalidade. Importante comentar que tanto o Tétano, quando o Botulismo, são NEUROTOXINAS, tem PATOGENICIDADE ESPECÍFICA porque apesar de serem classificados como neurotoxinas, atuam de forma diferente nos neurônios, tem ação específica. O tétano age no SNC, o que a difere da toxina botulínica que age no Sistema Nervoso Periférico. É específico de cada uma delas. Já as ENDOTOXINAS não tem vacina que possuem, em sua composição, essas toxinas e o Sistema Imune não responde de forma eficiente à elas. As exotoxinas são duas subunidades proteicas, subunidade A e subunidade B, e a parte subunidade B que faz a interação com as células (no caso do tétano será as células nervosas), sendo que essa célula englobará as duas subunidades mas somente a subunidade A é que tem ação inibindo e atuando naquela célula. Como a Toxina Botulinica atua? Nas células nervosas há um neuroreceptor, ACETILCOLINA, que estimula a contração celular, então uma célula normal está liberando acetilcolina que tem ação na terminação nervosa. Se esse animal teve contato com a toxina botulinica, esta através da sua subunidade B vai interagir com essa célula, através de seus receptores, e depois vai ser internalizada. Em uma etapa seguinte a subunidade A vai inibir/bloquear a liberação desse neurotransmissor. Ai ao nível de terminação a toxina age no SNP, onde irá bloquear a acetilcolina e aquele tecido muscular afetado não tem estimulo mais para contrair, assim o indivíduo sofre a PARALISIA FLÁCIDA, ou seja, essa célula não vai se contrair mais para movimentar e de uma forma progressiva a toxina atua no sistema respiratório do animal que não consegue mais respirar. Apesar disso, o SNC fica intacto, ou seja, ele tem fome, tem sede e etc. Então a toxina botulínica age dessa maneira. A toxina é utilizada na estética, com utilidade médica (até doenças nervosas). Em caso do botulismo, geralmente o animal tem contato apenas com a toxina, ou seja, se intoxica com alimento já contaminado pela bactéria, é a forma mais comum de Botulismo animal. Quando diagnosticado a tempo da para tratar com soro. Quando não, é difícil porque miligramas dela é capaz de matar o animal. Então o botulismo na maioria das vezes é uma INTOXICAÇÃO. Mel pode ser toxi-infccioso, não deve ser dado a bebe, pois pode ser que esse mel tenha a bactéria e o bebe ainda não tem sua microbiota intestinal totalmente constituída, assim o Clostridium botulismo pode se aderir e proliferar, produzindo a toxina dentro do intestino do bebe. Já nós adultos, se consumirmos a bactéria, nossa microbiota compete com ela, não a deixando proliferar. Ou seja, o botulismo na maioria das vezes NÃO é uma TOXI-INFECÇÃO Já o Tétano é uma TOXI-INFECÇÃO, porque tem uma neurotoxina e no tétano o indivíduo se contamina com a bactéria, é no organismo do animal que o Clostridium tetani vai produzir suas toxinas. Um equino pega a doença quando machuca com algum objeto perfurante. Tem que se tomar cuidado porque a forma da bactéria na natureza é ESPOROLADA, assim se não é feito uma boa assepsia ou utilizado um antibiótico adequado, a bactéria pode se desenvolver naquele tecido, liberando a toxina. Por isso que é toxi-infeccioso porque ele se infectou e começou a produzir a toxina, que cai na corrente circulatória. Ou seja, tem efeito à nível de SNC. Essa toxina atua em um neurotransmissor que estimula a liberação de uma maior contração celular, ou seja, para de liberar um neurotransmissor inibitório. Assim o animal tem PARALISIA ESPÁSTICA (paralisia por espasmos), até quando chega a uma posição de cavalete, que pode levar até a uma fratura tamanha a contração. Como essa toxina age à nível de SNC, o animal fica hiperexcitado, reage a estímulos sonoros e luminosas de forma excessiva. Há aqui, também, o soro antitetânico e só tem efeito em uma fase inicial, porque dentro do Sistema Nervoso o anticorpo não entra, vai atuar enquanto a toxina estiver circulando, além disso, para minimizar os efeitos é recomendado um relaxante muscular. Outra forma de tratar é com drogas antimicrobianas para destruir a bactéria, o ideal é descobrir onde a bactéria está agindo, se não sabe o antibiótico atuará no sistema. Já no botulismo não há a utilização de antibiótico, porque é apenas toxina, não tem bactéria atuando no tétano. Já as ENDOTOXINAS, o LPS está na membrana externa de uma bactéria. Então seu efeito é diferente da exotoxina. As células fagocíticas, principalmente os macrófagos fagocitam bactérias gram negativas. Assim que englobarem a bactéria, ela é colocada dentro de FAGOLISSOSOMOS onde incidem uma explosão respiratória, onde radicais livres são postos dentro desse fagolissosomo para destruir essa bactéria. O que acontece é que quando essa bactéria é rompida, as endotoxinas são liberadas dentro do fagolissosmos. Essas endotoxinas vão levar a uma produção exagerada de CITOCINAS que vão causar os efeitos indesejáveis no organismo do animal. No exemplo do slide, o macrófago produziu em excesso uma citocina indesejável, INTERLEUCINA 1 que, nessa resposta imune exagerada, irá cair na corrente circulatória e atuará no SNC, a nível de hipotálamo. Ou seja, a neurotoxina não sai do macrófago, quem sai são as interleucinas 1, que vão induzir a produção de PROSTAGLANDINA pelo hipotálamo que leva ao aumento da temperatura corporal, acontecendo, assim a febre. Outro efeito, por outra citocina, a TNF que irá causar dano no endotélio dos vasos sanguíneos, podendo ocorrer extravasamento de líquido, que causa queda da PA, o indivíduo entra em CHOQUE ENDOTÓXICO (decorrente da liberação da endotoxina dessa bactéria) ou SÉPTICO (já que foi em decorrência a uma infecção bacteriana). Então uma infecção por uma bactéria gram negativa pode levar a um choque séptico ou endotóxico, pois foi a endotoxina que desencadeou todo esse problema (estimulou a hiperprodução de TNF, que levou ao extravasamento de líquido, o que causou o choque). 23/02/2018 ENZIMAS Além de endotoxina e exotoxinas, a bactéria pode produzir algumas enzimas, que podem ser liberadas para fora do seu corpo. Há, aqui, três exemplos (podem ser produzidas tanto por Gram Negativas, quanto Positiva): 1) HIALURONIDADE: enzima que digere o ácido hialurônico. Nós e os animais temos este composto em nossos tecidos fazendo a conexão entre as células, ao digerir esse composto, facilita sua entrada no tecido, assim contribui para a disseminação da infecção bacteriana no tecido. Muitos clostridiums são capazes de secretar essa enzima. 2) COAGULASE: transforma o fibrinogênio em fibrina. Então muitas das infecções onde se vê a produção de abcessos e furúnculos, são bactérias produtoras de coagulase, pois o fibrinogênio presente no plasma é convertido em fibrina, que se deposita ao redor do foco infeccioso, onde a bactérias está se proliferando. Isso é considerado um fator de patogenicidade, pois a fibrina dificulta o acesso dos mecanismos de defesa (de células de defesa e anticorpos), isolando a bactéria dessa ação. De alguma maneira isso dificulta a bactéria a se disseminar. Há um teste simples para detectar, misturar essa bactéria com o plasma (onde há fibrinogênio) e em alguns minutos se vê a presença de fibrina, se essa bactéria e produtora de fibrina é classificada como COAGULASE POSITIVA, muito comum com os stafilococus,onde os stafilococus coagulase positivos são mais patogênicos que os coagulase negativo, porque se é positivo, ao produzir a fibrina a bactéria fica preservada, não é destruída. Apesar disso, ambos podem, por exemplo, causar mastite, mas os coagulase positivo criam essa fibrina ao redor, dificultando sua destruição, criando uma inflamação crônica no local. 3) HEMOLISINA: causa hemólise, que é a lise de hemácia, liberando ferro para seu metabolismo. É facilmente identificada pelo crescimento da bactéria no ágar sangue, pois ao semear essa cultura, se a bactéria é produtora dessa enzima, ao redor das colônias há um halo de hemólise, que é um halo de lise de hemácias (parte clara ao redor da bactéria), indicando que a bactéria secretou as hemolisinas que rompeu as hemácias ao redor dela. Essa bactéria é comum na cavidade nasal e na orofaringe. IMPORTÂNCIA DA MICROBIOTA NORMAL: estabelece relação comensalista com o organismo do animal, competindo com microorganismo maléficos. Ademais, estimula o Sistema Imune. Então são extremamente benéficos, a não ser quando comportam como patógenos oportunistas. Assim, é necessário fazer com que o ambiente seja propicio para que essa vida microbiana não seja maléfica ao animal, por isso a importância da higiene. Toda célula tem metabolismo, realizando atividades químicas que são: REAÇÕES CATABÓLICAS, que são reações degradativas e REAÇÕES ANABÓLICAS, que são reações de síntese. Então na fase catabólica a bactéria estará degradando compostos químicos e nas anabólicas ela estará fazendo compostos. E outro fator fundamental nessas reações é que na reação catabólicas há liberação de energia e nas anabólicas, para produzir composto, uma célula bacteriana precisa de energia. Uma via metabólica de uma célula bacteriana é a sequência dessas reações, catabólicas e anabólicas. Por que uma célula microbiana precisa dessas reações? Porque uma célula bacteriana é composta por vários elementos (parede, membrana e etc.), enzimas, inclusive das que contribuem para a patogenicidade e para produzir todos esses elementos a célula bacteriana precisa de energia. Se ela está em um ambiente que causa dano para ela, a bactéria vai tentar reparar esses danos, para isso precisa, também de energia. Ademais muitas bactérias armazenam, dentro da célula nutriente, precisando, para isso, de energia. Dessa maneira, os flagelos, por funcionarem como motor, precisa de energia. E assim como nas células eucariotas, as células bacterianas utilizam como substratos para todas essas reações proteínas, carboidratos e lipídeos. Vamos dar maior ênfase para os carboidratos. A célula bacteriana também produz ATP, assim como as células eucariotas. E na célula bacteriana há alguns mecanismo de produção de ATP que é chamada de FOSFORILAÇÃO, porque são de um grupamento fosfato e uma molécula de ADP e temos também a fosforilação de substrato, que é a glicose, a FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA e em algumas bactérias há, ainda, a FOTOFOSFORILAÇÃO (utilizam a energia solar, fazem fotossíntese, para nós essas não interessam). A molécula de ATP é produzida quando uma molécula de ADP recebe mais um grupamento Fosfato e a adição desse grupamento é carregado de energia, que são usadas pela célula bacteriana para produzir todas as etapas do metabolismo que necessitam de energia. Usando o carboidrato como fonte de energia é a principal de todas, que é a GLICOSE, na FOSFORILAÇÃO AO NÍVEL DE SUBSTRATO, esse processo recebe esse nome porque o ATP é produzido à partir do substrato, neste caso da glicose. A medida que a glicose vai sendo degradada na célula bacteriana, na primeira fase, vai precisar de energia, 2 moléculas de ATP, mas nas etapas subsequentes, como na quarta etapa, já há a produção de ATP e outra coisa importante é que já há as coenzimas sendo reduzidas, será importante na etapa seguinte, que é a FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA, onde teremos essas coenzimas sendo usadas como fonte de elétrons. Então na fosforilação ao nível de substrato, de um total de moléculas sendo usadas e de 4 sendo produzidas, o rendimento energético também será de 2 moléculas de ATP. Essa é a FOFORILAÇÃO AO NÍVEL DE SUBSTRATO, porque o ATP é produzida diretamente do substrato. Já na FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA o ATP é formado a partir de uma séria de reações que são REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO, que quer dizer que alguém está sendo oxidado e alguém está sendo reduzido. Ou seja uma molécula está perdendo elétrons, está sendo oxidado, e uma molécula está ganhando elétrons, então quem ganha elétrons está sendo reduzido (porque o elétron tem carga negativa, então quem ganha fica mais negativo, por isso reduzido). Então na Fosforilação Oxidativa, a energia para o produção do ATP será liberada em uma série de reações de oxidação e redução chamadas de SISTEMA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS, os elétrons vão sendo transportados, sendo que o hidrogênio é o principal doador de elétrons, formará, assim, uma onda de prótons, onde há o acúmulo de carga positiva que é uma FORÇA PROTON- MOTIVA, que fornecerá energia para a produção de ATP. Na membrana citoplasmática de uma bactéria é que ocorre a síntese de energia. Essa síntese de energia na eucariota, ocorre na membrana interna da mitocôndria (existe uma teoria que a mitocôndria se originou de uma bactéria). Assim na fosforilação oxidativa há uma diferença muito grande de cargas, internamente negativa e externamente positiva, essa diferença de carga que leva a célula bacteriana a produção de ATP. Então o hidrogênio doa elétrons e esse H+ é expulso da bactéria, formando essa diferença de cargas positivas e negativas. Vão conseguir retornar para dentro da célula bacteriana, através de canais, onde está a enzima ATPase, que vai promover a SÍNTESE DE ATP. O que acontece na membrana citoplasmática de bactéria, usando a glicose como fonte de energia, na etapa inicial da degradação da glicose em ácido pirúvico a célula bacteriana terá o rendimento de 2 moléculas de ATP. Quando o ácido pirúvico se transforma em AcetilCoA, teremos o Ciclo de Krebs, onde também o rendimento energético é muito pequeno. Mas é no ciclo de Krebs que as enzimas que são reduzidas e vão ser doadoras de elétrons para a CADEIA TRANSPOSRTADORA DE ELÉTRONS, onde, quando houver essas reações de oxirredução, teremos na célula bacteriana maior rendimento energético, até maior que na célula eucariota, chegando a 38 moléculas de ATP. Esse processo todo de produção de energia em uma célula bacterina é chamada, também, de REPIRAÇÃO CELULAR. Ademais, quando a glicose é quebrada em ácido pirúvico, a célula pode seguir dois caminhos: 1. Respiração celular e 2. Fermentação. Então, a Respiração Celular que é precedida por essa fosforilação a nível de substrato, glicólise, pode seguir a fosforilação oxidativa, ciclo de Krebs e cadeia transportadora de elétrons. Ou então seguir a fermentação. Assim a célula bacteriana quando precisa de muita energia, ela RESPIRA, agora quando ela está em uma situação confortável ela FERMENTA. O que chama atenção é que a respiração é um processo mais complexo e a fermentação é mais simples, porque a partir do ácido pirúvico temos essa molécula transformada em um composto, sendo que os principais são: ácido lático e o etanol, que concentram em suas reações moleculares um alto nível de energia. Ademais a síntese de ATP na fermentação é muito menor do que na respiração. Dessa maneira, quando a célula bacteriana está precisando de muita energia para todos esses processos ela respira. Agora se ela está em uma situação confortável, não precisa de tanto energia, ela pode fermentar. A REPIRAÇÃO CELULAR pode ser AERÓBICA e ANAERÓBICA, sendo que a principal diferença é a presença e a ausência de oxigênio. Mas a diferença está na cadeia de transporte de elétrons, quando a respiração aeróbica acontece é porque o aceptorfinal de elétrons é o oxigênio, e numa célula que não faz respiração aeróbica, não quer dizer que ela está fermentando, o aceptor final de elétrons é um outro elemento, como sulfato. Então o microorganismo anaeróbio não utiliza nunca o oxigênio como aceptor final de elétrons. Assim, por exemplo, os clostridiuns são ANAERÓBIOS ESTRITOS, não sobrevivem na presença de oxigênio, consequentemente sua respiração é anaeróbia. Inclusive no caso de anaeróbicos, compostos de oxigênio tornam-se extremamente nocivos a células, os radicais de oxigênio são extremamente nocivos, significando que para uma célula sobreviver na presença de oxigênio ela precisa de mecanismos para neutralizar esses radicais livres de oxigênio. E o que acontece com as ANAEROBIA ESTRITAS é que elas não tem esse mecanismo, assim na presença de oxigênio elas morrem, assim se uma célula não possui essa capacidade, o oxigênio pode ser extremamente NOCIVO a esse microorganismo. Essa é a primeira diferença, no ACEPTOR FINAL DE ELÉTRONS, aeróbicas tem como aceptor o oxigênio, e as anaeróbicas não. De uma maneira geral, existe outra classificação quanto ao metabolismo. Quanto à fonte de energia: - QUIMIOTRÓFICOS: utilizam compostos químicos, podendo ser um composto orgânico (tem carbono), como a glicose, mas existem, também aqueles que degradam compostos inorgânicos. - FOTOTRÓFICOS: microorganismos fototróficos que utilizam a luz como fonte de energia. FATORES NECESSÁRIOS PARA A NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO MICROBIANO Aqui diz respeito ao que eu preciso dar para um microorganismo cresça, ou o que eu preciso fazer para que este microorganismo não cresça. Dividimos, de forma didática, em fatores químicos e físicos. 1. FÍSICOS (temperatura, PH e pressão) a) TEMPERATURA: impacta no crescimento microbiano porque interfere no metabolismo, então quanto á temperatura, dividimos os microorganismos quanto a temperatura de crescimento: a.1) PSICRÓFILOS: crescem melhor entre 15 e 20ºC. Há microorganismos que crescem a temperaturas mais baixas que essa, inclusive. a.2) MESÓFILOS: crescem melhor entre 25 A 40ºC. Maioria dos microorganismos que estudamos são mesófilos. a.3) TERMÓFILOS: crescem melhor entre 40 e 85ºC. Há microorganismos que crescem até 100ºC. Ver slide, gráfico. Mostra a temperatura ótima de crescimento de alguns microorganismos. A E. coli tem temperatura ótima de crescimento a 39ºC. A estufa do laboratório está a 37ºC, como é uma temperatura muito próxima da temperatura ótima, ela cresce muito bem nessa temperatura também. Essa temperatura de 37ºC é a temperatura média ótima de crescimento da maioria das bactérias de interesse entre os mesófilos. Ainda no caso dos mesófilos, a medida que a temperatura cai, a taxa de crescimento cai até não crescer mais. A geladeira, tem temperatura de 8 a 10ºC, então se colocar uma cultura de E. coli na geladeira, ela vai parar de crescer, preservando uma cultura por um determinado tempo. Da mesma maneira os organismos patogênicos não crescem na temperatura de geladeira, mas os Psicrófilos crescem. b) PH (potencial hidrogeniònico): existem PH ácido, neutro, alcalino ou básico. A maioria das bactérias cresce melhor dentro de uma variação pequena de PH, qual seja um PH NEUTRO (entre 6,5 e 7,5) que é o ideal. Grande maioria não cresce em PH ácido, por isso que no estômago não tem bactéria. Já fungos filamentosos e leveduras crescem bem em PH ácido ou básico, além de suportarem uma grande variação de PH. Os fungos suportam ao PH ácido e básico, já a bactéria não suporta. Assim, por exemplo, a geladeira é utilizada para, a partir da temperatura, impedir o crescimento de bactérias nocivas e evitar a degradação. Ademais utilizamos substancias químicas ácidas ou alcalinas para impedir o crescimento microbiano. c) PRESSÃO OSMÓTICA: é a força com que a água se move através da membrana. Vamos considerar duas bactérias cilíndricas, onde uma delas tem uma concentração de soluto e o ambiente em que ela está, aquoso, vai ter uma concentração de solutos. Essa bactéria está em uma solução ISOTÔNICA, ou seja, não haverá força para entrar ou sair solvente porque a concentração deste está igual. Mas a partir do momento em que tenho uma concentração de soluto fora da bactéria, o que irá acontecer é que a água vai tender a sair na bactéria, assim esta bactéria vai tender a murchar, o que irá impactar em todo metabolismo da célula. Um exemplo é a Carne de Sol não precisa ser conservada na geladeira porque o ambiente é extremamente HIPERTÔNICO, assim as bactérias e os fungos que ali se depositarem não conseguem metabolizar, graças ao ambiente muito concentrado de sal, então não conseguem crescer. Ao fazer a cultura, temos que usar no começo, solução salina fisiológica (0,9%), que liquefaz, distribui melhor as bactérias. Assim não pode ser água porque irá impactar na pressão osmótica e consequentemente na forma da bactéria. 28/02/2018 Ideal para uma célula microbiana é um ambiente ISOTÔNICO, na maioria das vezes, para inibir o crescimento crio um ambiente, na maioria das vezes HIPERTÔNICO (grande concentração de soluto como sal e açúcar), mas pode-se criar, também um ambiente HIPOTÔNICO. 2. QUÍMICOS (água, fontes de carbono, nitrogênio, minerais, oxigênio e fatores orgânicos de crescimento) a) CARBONO: é essencial pro crescimento microbiano, uma vez que está na composição básica de muitos elementos celulares (ácido nucleico, membrana, enzimas), além de ser fonte de energia para o metabolismo microbiano. A exemplo do carbono, mas não necessita ser exatamente o carbono, pode ser o NITROGÊNIO, ENXOFRE e o FÓSFORO, são também os fatores essenciais porque estão presentes, também, em ácidos nucleicos, aminoácidos. b) ELEMENTOS TRAÇOS: são elementos químicos como zinco, selênio, que um ou outro microorganismo pode necessitar para o seu crescimento. Assim, não quer dizer que elementos traços seja essenciais para todos os microorganismos. c) FATORES ORGÂNICOS DE CRESCIMENTO: seriam, por exemplo, vitaminas ou coenzimas que alguns microorganismos necessitam para os eu crescimento, mas que eles não são capazes de sintetizar. Assim, elementos traços e fatores orgânicos vão impactar quando quiser isolar um microorganismo específico e quiser estimular seu crescimento, então dou a ele esses elementos trços ou esses fatores orgânicos que esse microorganismo não consegue sintetizar sozinho. d) OXIGENIO: pode ajudar ou inibir o crescimento bacteriano. A primeira relação do oxigênio com a célula microbiana é a RESPIRAÇÃO CELULAR. Os microorganismos que fazem respiração AEROBICA são aqueles que utilizam o oxigênio como aceptor final de elétrons na cadeia de elétrons. Já os que fazem RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA não utilizam o oxigênio como aceptor final de elétrons, utilizam compostos como sulfato e nitrato como aceptor final de elétrons. Mas esse não é o único problema, tem a ver também com a formação de RADICAIS LIVRES DE OXIGÊNIO, que podem ser extremamente nocivos para as células. Então enquanto a sobrevivência ou não na presença ou na ausência de oxigênio, ou também da utilização ou não do oxigênio como aceptor final de elétrons, podemos classificar as células microbianas como: d.1) AERÓBIOS ESTRITOS OU OBRIGATÓRIOS (a): microorganismo que necessita de oxigênio para sobreviver. Então o oxigênio é fundamental para ele porque participa da cadeia transportadora de elétrons como aceptor fina de elétrons. d.2) ANAERÓBIOS ESTRITOS OU OBRIGATIVOS (b): não utilizam oxigênio como aceptor final de elétrons. Além desse microorganismo não utilizar, o oxigênio pode ser extremamente nocivo, porque durante o metabolismo celular, os radicais de oxigênio que são formados podem destruir essa célula microbiana. d.3) ANAERÓBICOS FACULTATIVOS (c): podem ou não utilizar o O2 comoaceptor final de elétrons, podem fazer respiração aeróbica e anaeróbica. Obviamente o oxigênio não é nocivo a ela. d.4) MICROAERÓFILOS (d): fazem respiração AERÓBICA, mas só conseguem sobreviver em taxas reduzidas de oxigênio, o oxigênio ambiental pode ser nocivo a ela. d.5) ANAEROBICOS AEROTOLERANTES (e): fazem respiração ANAERÓBICA mas o oxigênio pode não ser tóxico para a esse microorganismo. O que significa o oxigênio ser tóxico? É durante o metabolismo há a produção desses radicais, SUPERÓXIDO, PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO, RADICAL HIROXIL, que são nocivos a célula porque eles desestabilizam as outras molécula, devido ao fato do átomo de oxigênio ter poucos elétrons em sua última cadeia ele tenta roubar elétrons de outras moléculas, para se estabilizar. Então se as células microbianas não tiverem condições de neutralizar esses radicais, esses compostos acabam destruindo a célula. Assim, uma célula microbiana consegue neutralizar esses compostos através da produção de enzimas que neutralizam essas formas tóxicas do oxigênio (catalase, peroxidase, superóxido dismutase). Dessa maneira, as aeróbias estritas sintetizam essas enzimas, neutralizando essas formas tóxicas do oxigênio. Por outro lado as anaeróbicas estritas não produzem essas enzimas, então em contato com oxigênio elas morrem, já que os radicais livres bombardeiam a bactéria, por isso o oxigênio é tão nocivo. Então, ALÉM DA QUESTÃO DO ACEPTOR FINAL DE ELÉTRONS, tem também A PRODUÇÃO OU NÃO DE ENZIMAS, que conseguem neutralizar as formas tóxicas do oxigênio. A anaeróbica facultativa secreta algumas enzimas dessas enzimas? SIM! Porque mesmo que ela faça uma respiração ou outra, ela é capaz de neutralizar essas formas tóxicas do oxigênio. As únicas que não secretam nenhuma enzima é a ANAERÓBICA ESTRITA, as demais conseguem secretar uma ou mais enzimas capazes de neutralizar as formas tóxicas do oxigênio. Na imagem abaixo, é possível ver bactérias que são cultivadas em uma cultura líquida, as células microbianas vão crescer no tubo onde é mais propicio. A aeróbia estrita (a) irá crescer onde há maior concentração de oxigênio, na superfície. Se é uma bactéria anaeróbia estrita (b) vai crescer onde tem menos oxigênio difundido. Se é uma bactéria anaeróbia facultativa (c), para ela tanto faz, mas ela via, na verdade crescer mais onde há mais oxigênio. Se é um microaerófilos (d) vai crescer onde tem menos oxigênio, mas tem que ter oxigênio difundido. Agora se é uma bactéria anaeróbia aerotolerante (e) vai crescer em anaerobiose, mas sobrevive em aerobiose. A ENZIMA CATALASE catalisa a reação, transformando 2 moléculas de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) em 2 moléculas de água e oxigênio. Então, na imagem abaixo há duas bactérias A e B. Ao misturar ambas com água oxigenada, qual das duas produzem enzima catalase? A B porque o que a enzima faz é transformar o H2O2 em água e oxigênio, assim se vê a presença de bolhas de ar, então ela tem a enzima, enquanto a outra, a A não produz a enzima. Então esse método é utilizado para diferenciar o Staphylococus do Streptococus. Sendo que o primeiro produz a enzima catalase (Staphylococus catase positiva) e o segundo não, sendo denominado de Streptococus catalase negativa. Ao pingar água oxigenada em uma ferida, o local fica branco, porque borbulhou não porque havia bactérias mas porque as enzimas catalase das nossas células também fazem essa reação. Utilizamos para destruir microorganismos anaeróbios, dou um bombardeio de oxigênio na ferida. O principal exemplo de ANAEROBIA ESTRITA é o Clostridium tetani, está na natureza em forma de esporo (está adormecida, não está metabolizando), porque o oxigênio atmosférico é extremamente tóxico para ela. Mas se ela penetra em um tecido que há um ambiente anaeróbio, ela começa a metabolizar, voltando a ter capacidade de se reproduzir. Não é só o oxigênio que estimula essa célula a esporular, mas é o principal fator, porque ela não produz nenhuma enzima que metaboliza o oxigênio, assim ele é extremamente tóxico para aquela bactéria. MEIO DE CULTURA: composto que tem fontes de carbono, nitrogênio e algum elemento para ela crescer (se for uma bactéria especial), além de ter um PH adequado, de preferencia neutro. CULTURA: é quando o microorganismo cresce. ÁGAR: meio de cultura sólido. CALDO: meio de cultura líquido. DIFERENTES MEIOS DE CULTURA: dependendo do objetivo, temos um meio de cultura que seleciona, então, no Ágar Sabouraud há um PH e uma droga antimicrobiana seleciona o crescimento do fungo, por exemplo. Diferencial pode ser meio de cultura que diferencia a cor das colônias. ENRIQUECIMENTO: quando um microbiologista quer isolar uma bactéria da microbiota intestinal, as fezes tem uma quantidade enorme de microorganismos, assim, para isolar a salmonela, há meios que estimulam seu crescimento em detrimento de outras bactérias. Então esse é um meio para enriquecer determinado organismo. CLONES DE BACTÉRIAS: em uma colônia todas as bactérias que estão ali são geneticamente idênticas, para isso utilizamos a SEMEADURA POR ESGOTAMENTO. OBTENÇÃO DE CULTURAS PURAS: semeadura por esgotamento para obtenção de clones de bactérias PRESERVAÇÃO DAS CULTURAS: utiliza-se, por um período de tempo muito curto, para preservar aquela bactéria utiliza-se a refrigeração, que paralisa o crescimento microbiano. Mas se essa cultura fica muito tempo sob refrigeração, ela acaba morrendo. Por outro lado, podemos utilizar temperaturas baixas, nitrogênio líquido, para preservar culturas. A vacina B19 da Brucela, por exemplo, pode ter mais de um laboratório que produza a vacina, no entanto todos os laboratórios tem que ter a mesma bactéria, mesmo clone, porque é a mesma amostra vacinal. Então geralmente o laboratório tem que guardar essas amostras, para isso utiliza a liofilização (processo em que em um primeiro momento congela a amostra e depois desidrata totalmente – não forma esporo não, sendo que para utilizar de novo tenho que reidratar). Sendo que 99% das vacinas vivas são preservadas por esse processo. CRESCIMENTO DAS CULTURAS BACTERIANAS As bactérias, principalmente as que nos interessam dividem por FISSÃO BINÁRIA, em que uma célula microbiana replica seu ácido nucleico, a membrana citoplasmática sofre essa septação internamente, 2 células individualizadas e depois com a reposição da parede teremos 2 células geneticamente idênticas e que deu origem a essa fissão. O TEMPO DE GERAÇÃO é o intervalo de tempo que a população duplica. Principalmente as aeróbias e anaeróbicas facultativa, que estão no oxigênio, tem um tempo de geração mais curta. As anaeróbias estritas demora mais para crescer. FASES DO CRECIMENTO MICROBIANO: a curva de crescimento microbiano utiliza o logaritmo. Ademais ela segue uma sequencia: uma FASE LAG, quando a bactéria está se adaptando ao ambiente, começando a sintetizar o ácido nucleico; a FASE LOG é curva ascendente que mostra intenso crescimento microbiano; e se nada for feito, elas entram na FASE ESTACIONÁRIA, onde começa a diminuir o metabolismo, entrando em morte celular. Ex. antígeno pra brucelose, tem que ser produzido em massa, então ao invés de utilizar placa, utiliza-se uma jarra gigante de vidro, onde se insere a cultura mãe e nutrientes para a bactéria crescer. Então tem que monitorar essa cultura porque se ela começa a crescer muito, pode produzir compostos ácidos, baixando o PH do meio, consumindo todos os nutrientes e se descuidasse elas morrem. Ao final, pega o resultado e fraciona e dilui na quantidade necessária. Assim, conhecer a curva de crescimento é importante para interferir no ponto necessário. CLONES DE BACTÉRIA Precisamos controlar o crescimento microbiano de acordo com a finalidade. Ex. numa salade cirurgia se quer pouco antígeno, enquanto em na produção de vacina se quer muito antígeno. ESTERILIZAÇÃO: significa destruir toda a forma de vida microbiana, não tem microrganismo nenhum naquele material. No final do século passado o homem identificou os príons. Então esse conceito de esterilização, esbarrou com esses príons, pois nenhum desses métodos de esterilização, até hoje, são efetivos. Assim adotamos o conceito de esterilização, mas atentando a situação do príon. Nós médicos veterinários, trabalhamos com alimentos, existe assim a ESTERILIZAÇÃO COMERCIAL, focada em alimentos, que tem como foco destruir o Clostridium botulinum. A presença dessa toxina nos alimentos é a principal preocupação, então enlatados e embutidos passam por esse processo de esterilização comercial. Quando falamos de esterilização, o método mais utilizado é o calor, na não comercial. Assim, se eu submeter um embutindo a temperatura de 121ºC, o alimento vai perder. Então na esterilização comercial, a temperatura é mais baixa, chega a 80ºC. Mas a esterilização que acaba com toda a vida microbiana chega a 121 ºC. Nesse gráfico é possível ver exemplos de microorganismos e a temperatura de esterilização. Exemplo, o vírus da Cinomose, consigo inativar ele na temperatura de 60ºC por 2 minutos. Já o Parvovíruos é a 100ºC durante um 1 minuto. Já as bactérias, no caso dos alimentos, a maioria das bactérias vinculadas a alimentos, morrem a 72ºC em 20 segundos. Essa é a temperatura que utilizamos para PASTEURIZAR o leite, que tem como objetivo destruir as bactérias patogênicas. Por outro lado, os endósporos eram tidos como os microrganismos mais resistentes, antes dos príons, sendo que a temperatura para sua inativação é de 121ºC por 15 minutos, assim, abaixo disso morre tudo. Com a descoberta do príon, que é uma proteína não associada a qualquer outra estrutura, para que você desnature o príon é necessário 132ºC por 4,5 horas. Outra questão é o TEMPO DE SOBREVIVENCIA DESSES AGENTES, varia muito de acordo com o agente. Os príons são extremamente resistentes a desinfetantes. Depois os mais resistentes a temperatura são os endósporos das bactérias. Posteriormente, as micobactérias (agente da tuberculose), pela composição de sua parede, são muito resistentes aos desinfetantes. Agora, vamos comentar dos vírus, da diferença entre vírus não envelopado e vírus envelopado. Assim, o que mostra a imagem abaixo é que o vírus não envelopado é mais resistente a desinfetantes químicos. Ademais, as bactérias, independente se são gram positivas ou gram negativas, são bem suscetíveis aos desinfetantes, mas os micoplasmas são altamente suscetíveis, porque não tem parede. Veja a imagem abaixo. A estrutura do vírus é composta por: ÁCIDO NUCLEICO (RNA ou DNA); camada que protege o ácido nucleico, que é composta por proteínas, que é chamada de CAPSÍDEO; e agora é que dividimos os vírus em envelopados e não envelopados, sendo que os VÍRUS ENVELOPADOS tem uma segunda camada ENVELOPE, enquanto os VÍRUS NÃO ENVELOPADOS não possuem essa camada. Assim, parece-nos que o vírus que tem uma segunda camada é mais resistente, mas a natureza estrutural desse envelope é FOSFOLIPIDICA, mas tem, também, algumas PROTEÍNAS, mas essencialmente é fosfolipídico. Voltando ao conceito de VÍRUS, eles não são células, mas são PARASITAS INTRACELULARES OBRIGATÓRIOS, significa que só se multiplica dentro de uma célula, sendo que para isso ele tem que entrar dentro dela. Para entrar dentro da célula, o vírus tem que interagir com célula, ou seja, algum componente do vírus tem que reagir com algum componente da membrana citoplasmática da célula. Assim, é com essas proteínas que estão mais externas que o vírus interage com a célula que vai parasitar. Então por que um vírus envelopado é menos resistente? Porque a camada fosfolipídica é muito frágil, tanto em relação ao ambiente, quanto a ação de desinfetantes. Álcool, por exemplo, destrói lipídeos, dissolve o envelope. Dessa maneira, se o vírus perde as proteínas essas proteínas junto com o envelope, mesmo que ele tenha capsídeo protegendo o ácido nucleico, ele perde a capacidade de infectar uma célula. Ex. o vírus da gripe é destruído pelo álcool, porque ele é envelopado, assim ao utilizar o álcool eu tiro a capacidade de infecção desse vírus. Outro exemplo é o vírus da raiva. CARGA VIRAL é quantidade de vírus que multiplica na corrente circulatório. DESINFECÇÃO: não destrói toda a forma de vida microbiana, destrói apenas os microrganismos nocivos ou patogénicos. ANTI-SEPSIA: é quando tem um tecido vivo, em um animal, nas mãos, O álcool é um desinfetante e antisséptico, mas nem sempre é assim. 07/03/2018 Em um material cirúrgico queremos que ele fique totalmente livre de microrganismos, mas nem sempre no ambiente isso é possível, então temos que controlar os nocivos. Existem algumas derivações da desinfecção: a. DESGERMINAÇÃO: que é a remoção mecânica de uma área delimitada. É utilizada quando vamos fazer uma antissepsia de uma superfície, principalmente quando vamos vacinar um animal, fazemos uma fricção em um local determinado, com gaze/algodão utilizando antisséptico, fazemos uma remoção mecânica, como é também o caso também da limpeza de mãos, remove mecanicamente os microrganismos. b. SANITIZAÇÃO: não aplica tanto na veterinária, é quando reduz a contagem microbiana em níveis seguros para a saúde pública, principalmente utensílios de alimentação como prato, copos, garfos, desinfectarmos para retirar patógenos, ASSÉPTICO: maior abrangência, objeto ou área livre de patógenos. ASSEPSIA: ausência de contaminação significativa. Esses dois termos, utilizamos ANTISSEPSIA para TECIDO VIVO e ASSEPSIA tem maior abrangência, assim como um ambiente que está asséptico. Quando falamos de morte microbiana, não é a mesma coisa da morte de um animal, que vai perder todas as suas funções. Aqui, quando falamos de morte microbiana, estamos nos referindo a perda da capacidade de se reproduzir, de se multiplicar. Dependendo da finalidade, do ambiente e etc., vários fatores impactam no sucesso daquele método que iremos utilizar: 1. O primeiro deles é o NÚMERO DE MICROORGANISMOS PRESENTES NAQUELE LOCAL, sendo que há métodos para fazer o monitoramento, assim se quisermos em uma sala quantificar a quantidade de microorganismos presentes, teríamos que calcular a área da sala e estimar, baseado na área a quantidade de placas que teríamos que abrir, de acordo com o tamanho no local; 2. CARACTERÍSTICAS DOS MICROORGANISMOS, dependendo da natureza e das características do microrganismo, vamos ter métodos diferentes com eficácia diferentes, nos mostram, assim, qual o melhor método para retira-lo do ambiente, assim, por ex. bactérias gram negativas e gram positivas são suscetíveis ao produtos químicos que utilizamos como desinfetantes, assim como os vírus envelopados, da mesma maneira, se temos surto de tuberculose no rebanho, uma das medidas é combater a bactéria do ambiente, para isso, temos que saber que essa bactéria é muito resistente no ambiente, é mais difícil de ser destruída.; 3. O outro ponto é o AMBIENTE, depende do tipo de exploração, mas um empecilho muito grande para controlar os microrganismos no ambiente é a presença de MATERIA ORGÂNICA, porque ela de alguma maneira acaba protegendo os microrganismos, como exemplo temos fezes, urina, sangue, assim presente junto com animais, interferem no nosso controle; 4. Outra coisa é o TEMPO DE EXPOSIÇÃO, o método que mais utilizamos é a temperatura, tem tempos determinados para que consigamos alcançar a esterilização, e também a DESINFECÇÃO POR SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS, temos que respeitar o tempo que o fabricante determina. Quanto ao tempo, é importante termos noção que