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Prática Simula aula 07

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AO JUÍZO DE DIREITO DA__VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARAÇATUBA-SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Maria, nacionalidade, profissão, viúva, portadora da cédula de identidade n° 
____, expedida pelo órgão__, inscrita no CPF/MF sob o n° ____, residente e 
domiciliada no endereço__, na Rua___, n° ____, portadora do endereço 
eletrônico___, vem por meio de seu advogado, com endereço profissional, 
respeitosamente perante Vossa Excelência propor. 
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS C/C PEDIDO DE TUTELA 
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
com procedimento comum em face de Roberto, nacionalidade, comerciante, 
estado civil, portador da cédula de identidade n °___, expedido pelo órgão___, 
inscrito no CPF/MF sob o n° ___,residente e domiciliado no endereço ___,na 
Rua___, n° ___,portador do endereço eletrônico___, vem por meio de seu 
advogado, com endereço profissional___, pelo rito comum, pelos fatos e 
fundamentos abaixo exposto. 
I.I DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Inicialmente afirma que nos termos do art.98 do CPC ser juridicamente pobre, 
não possuindo condições de arcar com o pagamento dos custos judiciais e 
honorários advocatícios, sem prejuízo próprio ou de sua família, razão pela qual 
requer o deferimento do pedido de gratuidade de justiça. 
I.II DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
 
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, tendo em 
vista as circunstâncias originárias da ação, o homicídio culposo já reconhecido 
por sentença judicial. A vista disso, e conforme expressão exposta no artigo 53 
do nosso código de processo civil cabe ao autor a possibilidade de escolher 
propor a ação para reparação de dano, tanto em seu domicílio quanto no local 
onde ocorrera o fato. Nesse sentido: 
Art. 53. É competente o foro: (...). 
 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a)de reparação de dano; 
 
I.III DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA 
 
Faz-se necessário a concessão da tutela de urgência, uma vez que a mesma 
atende aos requisitos elencados ao art. 300, CPC, quais sejam o perigo de dano 
e a probabilidade do direito. 
I-DOS FATOS 
 O presente caso tem como tem como início o fato de que o Sr. Marcos, 
esposo da Senhora da parte autora, enquanto caminhava por uma Rua na cidade 
de Recife \u2013 PE, fora atingido por um aparelho de ar-condicionado que 
era manejado pelo réu de forma imprudente, que é comerciante e proprietário 
de uma padaria localizada no local aludido. O Sr. Marcos, ainda vivo, mas 
gravemente ferido, fora encaminhado a um hospital particular. Contudo, em 
virtude da gravidade dos ferimentos, o mesmo veio a falecer após estar 
internado por um dia. 
 
 A esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda repentina e trágica do 
seu esposo, tivera que se deslocar até a cidade de Recife \u2013 PE para 
poder efetivar o translado do corpo de volta para casa, na cidade de Araçatuba 
\u2013 SP, onde ocorrera o sepultamento. 
 
 O falecido não deixou filhos, sendo que o mesmo já possuía 50 anos de idade, 
era o único responsável pelo seu sustento e de sua esposa, com uma renda 
nunca superior a um salário mínimo, obtida através de muita valentia com 
serviços de pedreiro. Todo o desenrolar do caso resultou em gastos 
hospitalares que somaram o total de R$ 3.000,00, junto com os gastos com 
transporte do corpo e funeral cujo valor consolidou-se em mais R$ 3.000,00. 
 
 Cumpre relatar que no desfecho do inquérito policial que fora instaurado por 
ocasião do fato, o laudo da perícia técnica apontou como causa da morte o 
traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado. O 
autor fora indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira 
instância como autor de homicídio culposo. É a suma dos fatos, passa-se agora 
à exposição dos fundamentos do direito material. 
 
II. DOS FUNDAMENTOS 
 
Da análise de todo exposto verifica-se que o réu deverá indenizar a parte 
autora, de acordo com o art.186, CC c/c art.927 CC, por ter causado dano a 
outrem, mediante imprudência, cometendo assim, um ato ilícito. Tendo então, a 
obrigação de reparar o dano causado à vítima. 
 
 Por se tratar de uma ação indenizatória por homicídio, na forma do art.948, 
CC. Deverá o réu arcar com as despesas dos tratamentos da vítima, funeral e 
alimentos, além disso, possibilita também o dano moral, pois a viúva ficou muito 
abalada com a perda de seu marido. 
 
 Ressalte-se que o pensionamento devido à autora (VIÚVA), segundo o inciso II 
do art. 948 do CC, deverá considerar a “duração provável da vida da vítima”, 
devendo ser uma pensão vitalícia. Já o valor do citado pensionamento deverá 
corresponder a 2/3 dos rendimentos da vítima. Tendo em vista que a pensão 
visa restituir na íntegra os prejuízos que os sucessores donde cujus sofreram e 
continuarão a sofrer com a sua morte, os valores destinados ao autor. 
 Ainda, visando a atualização anual da pensão, o valor fixado deverá ser 
convertido em percentual sobre o salário mínimo, vale dizer, R$ 
954,00(novecentos e cinquenta e quatro reais) da remuneração quanto ao 
falecimento. 
 - Sobre o tema, eis um julgado: 
“(...). DANO MATERIAL – ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – TERMO FINAL DOS 
PENSIONAMENTOS DA VIÚVA E DO FILHO – PARCELA DESTINADA AOS 
BENEFICIÁRIOS – DIREITO DE ACRESCER – (...). 2- O termo final do 
pensionamento da viúva, segundo o que estipula o inciso II do art. 948 do CC, 
deve considerar a 'duração provável da vida da vítima', a qual vem sendo 
estipulada pela jurisprudência atual a partir da Tábua completa de mortalidade 
no Brasil disponibilizada anualmente pelo IBGE. Eventual casamento ou união 
estável da companheira não faz cessar antecipadamente o direito ao 
percebimento desta pensão, dado o seu caráter reparatório. Como a sentença foi 
sensível a estas balizas e aos limites do pleito inicial, não merece qualquer 
reparo no particular. 3- O pensionamento do filho do de cujus, a seu turno, deve 
acontecer até que atinja os 25 anos, pois a sua dependência econômica é 
presumida até esta idade, eis que normalmente a formação universitária e a 
contração de matrimônio ou união estável, mediante a formação de novo núcleo 
familiar, normalmente acontece a partir de então. Por isso, o julgado a quo 
também é irreparável neste aspecto. 4- O pensionamento deve corresponder a 
2/3 dos rendimentos da vítima, porquanto presume-se que 1/3 dessa 
importância era gasta em despesas pessoais do de cujus, pelo que a sentença 
merece reparos no particular. 5- Como a pensão visa restituir na íntegra os 
prejuízos que os sucessores do de cujus sofreram e continuarão a sofrer com a 
sua morte, plausível é destinar os valores, antes pagos a quem não mais figura 
na posição de dependentes, àqueles que permanecerem nesta condição, tal qual 
decidido em primeiro grau. Apelo patronal ao qual se dá parcial provimento. 
(...).”. (TJMG – AC nº ____ - __ T. – Rel. Des. ____ - DJ __/___/__.) 
- Em relação ao entendimento doutrinário: 
Salienta o Prof. Washington de Barros: 
Monteiro esclarece que: “Em face, pois da nossa lei civil, a reparação do dano 
tem como pressuposto a prática de um ato ilícito. Todo ato ilícito gera para seu 
autor a obrigação de ressarcir o prejuízo causado. É de preceito que ninguém 
deve causar lesão a outrem. A menor falta, a mínima desatenção, desde que 
danosa, obriga o agente a indenizar os prejuízos consequentes de seu ato.” 
(Curso de Direito Civil, vol. 5, p 538). 
III) DO PEDIDO 
A)Que seja deferida a gratuidade de justiça à parte autora; 
B)A concessão da tutela provisória de urgência antecipada, a fim de que o réu 
pague a pensão mensal vitalícia a autora, no valor de um salário mínimo; 
C)Seja designada a audiência de conciliaçãocom a devida citação do réu; 
D)Requer a condenação do réu para: 
I. Pagar a autora a pensão no valor equivalente a um salário mínimo (novecentos 
e cinquenta e quatro reais),confirmando-se a Tutela Provisória de Urgência 
requerida. 
II. Pagar a parte autora o valor de R$3.000,00 (três mil reais) a titulo de 
despesas médicas. 
III. Pagar a parte autoria o valor de R$3.000,00(três mil reais) a título de 
despesas de funeral. 
IV. Indenização por danos morais pelo óbito do familiar, a ser fixado por Vossa 
Excelência, devidamente atualizado e com juros legais a contar do evento 
lesivo; 
III-PROVAS 
 
Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitido na amplitude 
dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental e a 
testemunhal. 
 
IV-VALOR DA CAUSA 
 Dá à causa o valor de R$ 12.399,96 (doze mil trezentos e noventa e nove reais 
e noventa e seis centavos). 
V- DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO 
 Inicialmente, cumpre informar que a parte autora manifesta interesse na 
realização da audiência de conciliação/mediação, prevista no art.334 do CPC, 
cumprindo assim o requisito elencado no art.339, VII do CPC. 
 Pede deferimento. 
 Nova Friburgo, 09 de Abril de 2018. 
 Advogado/OAB n°

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