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Expedições Geograficas 6

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Página 1
Melhem Adas
Bacharel e licenciado em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor do Ensino Fundamental, Médio e Superior na rede pública e em escolas privadas do estado de São Paulo.
Sergio Adas
Doutor em Ciências (área de concentração: Geografia Humana) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, com Pós-doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Bacharel e licenciado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo.
EXPEDIÇÕES GEOGRÁFICAS
6º ano
Componente curricular: GEOGRAFIA
MANUAL DO PROFESSOR
2ª edição
São Paulo, 2015
Logotipo Moderna
Página 2
Coordenação editorial: Cesar Brumini Dellore
Edição de texto: Daiane Ciriáco, Karine Mirieli dos Santos Costa
Gerência de design e produção gráfica: Sandra Botelho de Carvalho Homma
Coordenação de design e produção gráfica: Everson de Paula
Suporte administrativo editorial: Maria de Lourdes Rodrigues (coord.)
Coordenação de design e projeto gráfico: Marta Cerqueira Leite
Projeto gráfico: Everson de Paula, Daniel Messias
Capa: Everson de Paula, Daniel Messias
Fotos: telescópio © BSIP/AGB Photo Library; Parque Nacional
Torres del Paine, Chile (2013) © Cordier Sylvain/HEMIS.FR/AFP
Coordenação de arte: Patricia Costa, Wilson Gazzoni Agostinho
Edição de arte: Flavia Maria Susi
Editoração eletrônica: Pé na areia design
Edição de infografia: William H. Taciro, Mauro César Brosso,
Alexandre Santana de Paula
Ilustrações de vinhetas: Daniel Messias
Coordenação de revisão: Adriana Bairrada
Revisão: Leandra Trindade, Rita de Cássia Sam, Sandra Brazil, Vânia Cobiaco
Coordenação de pesquisa iconográfica: Luciano Baneza Gabarron
Pesquisa iconográfica: Camila Soufer, Alberto Rozzo Martins Junior, Fabio Yoshihito Matsuura
Coordenação de bureau: Américo Jesus
Tratamento de imagens: Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Marina M. Buzzinaro, Resolução Arte e Imagem
Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira, Fabio N. Precendo, Hélio P. de Souza, Marcio H. Kamoto, Rubens M. Rodrigues, Vitória Sousa
Coordenação de produção industrial: Viviane Pavani
Impressão e acabamento:
1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
Todos os direitos reservados
EDITORA MODERNA LTDA.
Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho
São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904
Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510
Fax (0_ _11) 2790-1501
www.moderna.com.br
2015
Impresso no Brasil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Adas, Melhem
Expedições geográficas / Melhem Adas, Sergio Adas. — 2. ed. — São Paulo : Moderna, 2015. Obra em 4 v. para alunos do 6º ao 9º ano. “Componente curricular: geografia”
Bibliografia.
1. Geografia (Ensino fundamental) I. Adas, Sergio. II. Título.
15-01556 CDD-372.891
Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891
Créditos do Manual Multimídia
Página 3
APRESENTAÇÃO
Caro estudante,
Você já percorreu e venceu alguns anos de estudo. Parabéns! Seja bem-vindo ao 6º ano!
Ao percorrer e virar cada página deste livro, atento às orientações do professor, seremos companheiros de viagem! Ao consultar o sumário, observe os assuntos que vamos percorrer, nas oito Unidades deste livro. Do início ao fim de cada uma delas, acompanharemos os passos da Geografia, ciência que contribui para observarmos e compreendermos melhor o mundo no qual vivemos.
Nessa trajetória em busca de novos conhecimentos, conserve bem viva e acesa sua curiosidade de explorador. Ela é condição essencial para o aprendizado. Esperamos que, ao trilhar os Percursos deste livro, você desenvolva o gosto e a sensibilidade pelas questões políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais, e desperte o desejo de ser participante de um grande projeto: o de construir um mundo melhor para todos. Isso envolve o respeito ao meio ambiente, à diversidade das pessoas e de povos e as atitudes cuja contribuição seja o aprimoramento e a resolução de problemas da sociedade.
Nosso objetivo é que você perceba como os lugares do mundo estão relacionados e compreenda melhor o lugar e a comunidade em que vive a partir da ideia de espaço geográfico socialmente produzido. Ao embarcar nessa fascinante viagem em busca de novos conhecimentos, o convidamos para não apenas constatar os fatos, mas também relacioná-los.
Boa viagem de estudos!
Os autores
Página 4
CONHECENDO OS RECURSOS DO LIVRO
Organização do livro
Esta coleção possui uma organização regular, planejada para facilitar o trabalho em sala de aula. É dividida em oito Unidades, cada uma com quatro Percursos (capítulos), totalizando 32 Percursos.
Abertura de Unidade
Por meio da exploração de um infográfico ou de imagens e um texto introdutório, a abertura da Unidade apresenta o que será tratado nos quatro Percursos seguintes.
Verifique sua bagagem
A minisseção Verifique sua bagagem vai sondar seus conhecimentos prévios e estimular o interesse nas temáticas abordadas ao longo da Unidade.
Percurso
Os Percursos apresentam conteúdos organizados de forma clara, em títulos e subtítulos que facilitam a compreensão dos temas.
As informações são apresentadas por meio de diferentes linguagens, mesclando textos, mapas, gráficos, tabelas, ilustrações e fotos. As atividades direcionam a observação e a interpretação desses elementos.
Seções laterais
Sugerem livros, vídeos e sites que ajudam a aprofundar e complementar o estudo.
No seu contexto
Propõe atividades que articulam o conteúdo estudado à realidade em que você vive.
Glossário
Apresenta o significado de termos pouco comuns ou desconhecidos.
Página 5
Estações
Apresentam textos de revistas, jornais, livros e sites, que desenvolvem os temas transversais e complementam o conteúdo do Percurso. Dividem-se em quatro tipos: Estação Socioambiental, Estação Cidadania, Estação História e Estação Ciências. As atividades promovem a reflexão e estimulam o debate.
Estação Socioambiental
Aborda temas sociais e ambientais e desenvolve a compreensão das relações entre espaço geográfico, sociedade e ambiente.
Estação Cidadania
Traz textos que possibilitam a reflexão sobre problemas ligados à realidade e a discussão sobre medidas e soluções.
Estação História
Trata dos aspectos históricos de um determinado tema para enriquecer seu estudo. O texto, com as atividades, busca reforçar as relações entre espaço geográfico e tempo histórico.
Estação Ciências
Por meio dos textos dessa estação, você vai refletir sobre o papel da ciência, da tecnologia e da inovação para o desenvolvimento da sociedade.
Página 6
Infográfico
Os infográficos podem aparecer tanto na abertura como no meio de um Percurso. Eles são ótimos recursos gráfico-visuais por integrarem imagem, gráfico e texto, apresentando dados e informações de maneira sintetizada. Sempre vêm acompanhados de questões relevantes sobre o que foi proposto.
Outras seções
Seções que procuram ampliar, por meio de textos e atividades, seu repertório cultural e o conhecimento de técnicas e procedimentos utilizados na Geografia.
São três seções diferentes: Mochila de ferramentas, Outras rotas e Encontros.
Mochila de ferramentas
Traz procedimentos específicos da Geografia e técnicas de estudo e pesquisa que permitem aprimorar o trabalho individual e em grupo.
Outras rotas
Por meio dessa seção é possível conhecer lugares diferentes, que tenham significado religioso, cultural, arquitetônico etc., ampliando os horizontes culturais.
Encontros
Apresenta aspectos do cotidiano de diferentes povos, etnias ou personagens, privilegiando a diversidade étnica cultural. Propõe uma reflexão sobre a importância da diversidade e do respeito às diferenças.
Página 7
Atividades
As atividades sempre aparecem em páginas duplas no final dos Percursos pares.
Visam à releitura e à revisão dos conteúdos,à aplicação dos conhecimentos adquiridos, à interpretação de mapas, gráficos, tabelas, textos e estimulam a reflexão sobre o que foi estudado. São divididas em cinco subseções.
Revendo conteúdos
São atividades de releitura e de revisão de conteúdos.
Frequentemente apresenta questões diretas para que você fixe os tópicos estudados.
Leituras cartográficas
Atividades envolvendo a linguagem cartográfica.
Estimulam a habilidade de leitura e interpretação de mapas, que podem estar associados a gráficos, tabelas, perfis etc.
Explore
Atividades que exploram diferentes linguagens, como textos, imagens, tabelas, gráficos, charges etc.
Investigue seu lugar
Propõe pesquisas, individuais ou em grupo, sobre a localidade onde você vive, buscando estimular a percepção do entorno.
Pesquise
Propõe pesquisas individuais ou em grupo para aprofundar o que foi estudado.
Pratique
Propõe atividades que exigem execução de procedimentos, como elaboração de mapas, desenhos, gráficos etc.
Desembarque em outras linguagens
Seção que fecha as Unidades ímpares.
Apresenta o trabalho de artistas e outras personalidades por meio de temas relacionados ao conteúdo estudado.
A abordagem é interdisciplinar e as linguagens variadas, geralmente ligadas às artes e à literatura.
Breve apresentação da personalidade tratada e de seu trabalho.
Apresenta a expressão artística ou a linguagem que o artista representa.
Apresenta linha do tempo com a biografia do artista ou a síntese de suas obras.
Caixa de informações e Interprete
Atividades de releitura e interpretação que estimulam a compreensão do assunto. As informações são interpretadas e relacionadas com a Geografia.
Mãos à obra
Essa seção possibilita pôr em prática a linguagem apresentada.
Página 8
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Orientação e localização no espaço geográfico, 12
Percurso 1. Espaço e paisagem, 14
O espaço e as pessoas, 14 • Paisagem, 16 • O lugar, 20
Outras rotas – Oymyakon, 19
Mochila de ferramentas – Leitura de paisagem, 21
Percurso 2. Orientação no espaço geográfico, 22
A importância da orientação, 22 • A orientação pelos astros, 23 • A orientação pela bússola, 27
Estação Ciências – A Terra é um ímã?, 28
Encontros – O céu segundo os índios, 29
Atividades dos percursos 1 e 2, 30
Percurso 3. Paralelos e meridianos, 32
A rosa dos ventos e a localização, 32 • Os paralelos terrestres, 33 • Os meridianos terrestres, 34
Percurso 4. Latitude e longitude, 36
Latitude e longitude: as coordenadas geográficas, 36 • A altitude, 40
Estação História – Rali Paris-Dacar e o GPS, 39
Atividades dos percursos 3 e 4, 42
Desembarque em outras linguagens – Monteiro Lobato: Geografia na Literatura, 44
UNIDADE 2
Elementos básicos de Cartografia, 46
Percurso 5. A Cartografia, 48
Do desenho ao mapa, 48 • A representação da Terra, 52
Estação Socioambiental – A soja ameaça o Parque Indígena do Xingu, 55
Percurso 6. A escala, 56
O mundo no papel, 56 • A escala em mapas e plantas, 59
Atividades dos percursos 5 e 6, 60
Percurso 7. A representação gráfica do relevo, 62
O relevo da Terra, 62 • A representação do relevo, 63
Outras rotas – Yusuhara, a cidade em cima da nuvem, 67
Percurso 8. Os gráficos, 68
A representação de dados, 68
Estação Cidadania – Mulheres em espaços de poder e decisão, 71
Atividades dos percursos 7 e 8, 72
Página 9
UNIDADE 3
A Terra: aspectos físicos gerais, 74
Percurso 9. A Terra no Sistema Solar, 76
O planeta Terra, 76 • A forma da Terra, 80 • As zonas de iluminação, 81
Estação História – A conquista do satélite da Terra, 78
Percurso 10. A Terra em movimento, 82
O movimento e o tempo, 82 • O movimento de rotação: os dias e as horas, 82 • O movimento de translação: o tempo em anos, 83
Encontros – Os iorubás e o tempo, 87
Atividades dos percursos 9 e 10, 88
Percurso 11. A história da Terra, 90
O tempo da natureza, 90 • A formação da Terra, 90 • A Terra em constante mudança, 92 • As eras geológicas, 93
Mochila de ferramentas – Elaboração de linha do tempo, 95
Percurso 12. Teoria da deriva continental e das placas tectônicas, 96
O interior da Terra, 96 • A teoria da deriva continental, 97 • A teoria das placas tectônicas, 98
Atividades dos percursos 11 e 12, 100
Desembarque em outras linguagens – Claude Monet: luz em movimento, 102
UNIDADE 4
O relevo continental: agentes internos, 104
Percurso 13. As formas do relevo continental e os agentes do modelado, 106
As principais formas do relevo, 106 • Relevo e sociedade, 110 • Os agentes do modelado terrestre, 112
Estação Socioambiental – O Parque Nacional da Chapada Diamantina, 108
Mochila de ferramentas – Leitura de rochas, 113
Percurso 14. Os dobramentos, 114
O que são dobramentos?, 114 • As placas tectônicas e os grandes dobramentos, 115
Outras rotas – Aclimatando-se à altitude, 117
Atividades dos percursos 13 e 14, 118
Percurso 15. As falhas e os terremotos, 120
O que são falhas?, 120 • Os terremotos, 122 • Os sismógrafos e a intensidade dos terremotos, 123
Percurso 16. O vulcanismo, 126
O magma em movimento, 126 • O vulcanismo e o relevo, 127 • A atividade vulcânica e os solos, 128 • Onde ficam os vulcões?, 129
Atividades dos percursos 15 e 16, 132
Página 10
UNIDADE 5
O relevo continental: agentes externos, 134
Percurso 17. A ação do intemperismo e das águas correntes e oceânicas sobre o relevo... 136
Nada se perde, tudo se transforma, 136 • O intemperismo, 137 • As águas correntes, 137 • A ação das águas oceânicas, 144
Percurso 18. A ação do vento, das geleiras e dos seres vivos sobre o relevo, 146
A ação do vento, 146 • A ação das geleiras, 149 • A ação dos seres vivos, 150
Outras rotas – Embrapa envia nova remessa de sementes para o Banco de Svalbard, na Noruega, 151
Atividades dos percursos 17 e 18, 152
Percurso 19. O relevo do Brasil, 154
Um relevo de altitudes modestas, 154 • Importância do estudo do relevo, 157
Percurso 20. A hidrografia do Brasil, 158
A importância dos rios, 158 • Brasil: um país de grandes recursos hídricos, 159
Estação Cidadania – Água doce e limpa: de “dádiva” a raridade, 163
Atividades dos percursos 19 e 20, 164
Desembarque em outras linguagens – Moraes Moreira: Geografia na música, 166
UNIDADE 6
Clima e vegetação natural, 168
Percurso 21. O clima, 170
Tempo atmosférico e clima, 170 • O clima, 172
Estação Socioambiental – Antes da chuva e da seca, 178
Mochila de ferramentas – Climograma: um recurso para interpretar o clima, 179
Percurso 22. Os climas do mundo e do Brasil, 180
Os climas do mundo, 180 • Os climas do Brasil, 182
Estação História – Ceará: nos campos da seca, 185
Atividades dos percursos 21 e 22, 186
Percurso 23. Terra: grandes paisagens vegetais, 188
Vegetação natural ou nativa, 188
Estação Socioambiental – Desmatamento na Mata Atlântica, 193
Percurso 24. Brasil: formações vegetais naturais, 194
Ocupação humana e diminuição da vegetação natural, 194
Estação Cidadania – Vamos plantar uma árvore?, 201
Atividades dos percursos 23 e 24, 202
Página 11
UNIDADE 7
Extrativismo e agropecuária, 204
Percurso 25. O extrativismo, 206
O que é extrativismo?, 206 • Tipos e formas de extrativismo, 207 • Reservas extrativistas no Brasil, 213
Estação Socioambiental – Projeto Arara Azul: da beira da extinção aos céus do Pantanal.. 209
Percurso 26. O extrativismo mineral, 214
Tipos de extrativismo mineral, 214 • A indústria mineral no mundo, 215 • O extrativismo mineral e os impactos socioambientais, 216
Atividades dos percursos 25 e 26, 218
Percurso 27. A agricultura, 220
A agricultura e as condições naturais, 220 • Os sistemas de produção agrícola, 223 • A organização da produção agrícola brasileira, 224 • A agricultura e os impactos ambientais, 226
Estação Ciências – A história das joaninhas da Austrália, 227
Percurso 28. A pecuária, 228
As formas de criação de gado, 228 • A pecuária no Brasil, 230
Estação Socioambiental – O aumento no desmatamento na Amazônia em 2013: um ponto fora da curva ou fora de controle?, 231
Atividades dos percursos 27 e 28, 232
Desembarqueem outras linguagens – Chris Jordan: arte e consumo, 234
UNIDADE 8
Indústria, sociedade e espaço, 236
Percurso 29. Do artesanato à manufatura e à indústria moderna, 238
As formas de produção, 238 • Tipos de indústrias, 240
Percurso 30. Indústria: transformações sociais e espaciais, 242
As mudanças na sociedade e na paisagem, 242
Atividades dos percursos 29 e 30, 244
Percurso 31. Indústrias e fontes de energia, 246
A importância das fontes de energia, 246 • Os combustíveis fósseis, 247 • A energia elétrica, 250 • A energia termonuclear, 252
Mochila de ferramentas – Aprendendo a fazer uma pesquisa, 253
Percurso 32. Impactos ambientais da atividade industrial, 256
Indústria e impactos ambientais, 256 • ONGs e meio ambiente, 258
Estação Cidadania – Energia: a ordem é economizar, 259
Atividades dos percursos 31 e 32, 260
Bibliografia, 262
Página 12
UNIDADE 1 - Orientação e localização no espaço geográfico
Prepare-se! Aqui começa a primeira Unidade desta fantástica viagem pelo planeta. No Percurso 1, você vai descobrir alguns dos principais conceitos da Geografia, como espaço geográfico, espaço natural, lugar e paisagem. Isso será fundamental para seguir viagem e, se não quiser se perder, preste atenção nos Percursos 2, 3 e 4 e coloque na bagagem todos os recursos de orientação e localização no espaço. Agora, não gaste mais tempo. Aqueça os motores e boa viagem!
Verifique sua bagagem
1. Imagine que uma pessoa está perdida em uma mata ou em um deserto. Que recursos de localização ela pode utilizar para chegar à sua casa? Que recursos poderiam ser utilizados caso essa pessoa estivesse perdida em uma cidade?
1. Essa pessoa poderia utilizar instrumentos como mapa, bússola, GPS. Outro recurso seria a observação do movimento do Sol, da Lua e a posição de algumas estrelas. Na cidade, além desses recursos, ela poderia seguir placas, chamar um táxi etc. A intenção é perceber a importância da localização, da comunicação e dos instrumentos de localização, como os mapas e o GPS.
2. Quais elementos naturais e humanos você observa nas paisagens? Como eles foram modificados ao longo do tempo?
2. Elementos naturais: nuvens, árvores e demais plantas, solo, rochas, morros, riacho, entre outros. Elementos humanos: casa, estrada de ferro, trem, rodovia, ônibus, carro, placas de sinalização de trânsito e estrutura de contenção, edifícios, avião, poste e fios de eletricidade.
Espera-se que os alunos percebam que alguns elementos fazem parte da natureza e já estavam presentes quando os seres humanos iniciaram a alteração do espaço natural do lugar retratado de acordo com suas necessidades.
3. Na sua opinião, as paisagens retratadas são de um mesmo lugar? Explique.
3. Pode-se constatar que as paisagens são de um mesmo lugar observando-se a presença constante de determinados elementos naturais (riacho, morros etc.) apesar das alterações humanas ou antrópicas marcantes realizadas com o passar do tempo.
Página 13
PERCURSOS
1 Espaço e paisagem
2 Orientação no espaço geográfico
3 Paralelos e meridianos
4 Latitude e longitude
Página 14
PERCURSO 1 - Espaço e paisagem
1. O espaço e as pessoas
Quando você pensa em uma viagem, com certeza logo imagina os lugares e as pessoas que vai conhecer. No entanto, você já parou para pensar na relação que existe entre cada lugar e as pessoas que vivem nele? Será que elas sempre estiveram ali? Será que aquele lugar se modificou muito desde que essas pessoas passaram a habitá-lo?
Para entender melhor a relação entre o espaço e as pessoas, a Geografia distingue dois tipos de espaço: o espaço natural e o espaço geográfico.
O espaço natural
A localidade onde você mora ocupa determinado espaço da superfície terrestre. Há milhares de anos, porém, esse espaço não era habitado por seres humanos; havia apenas a natureza original, formada por solo, rochas, vegetação, fauna, rios, clima — entre outros elementos. Havia ali um espaço natural.
Atualmente, porém, há pouquíssimos espaços naturais na Terra. Quase todos sofreram forte intervenção humana. A Antártida, por exemplo, é um desses raros espaços naturais (figura 1). Embora abrigue estações científicas de alguns países, inclusive do Brasil, esse continente ainda está praticamente inalterado.
Fauna
Conjunto dos seres vivos que compõem a biodiversidade animal de uma região.
Página 15
O espaço geográfico
Quando os portugueses e outros povos europeus chegaram às terras conhecidas hoje como Brasil, o espaço onde você vive era ainda um espaço natural, se considerarmos que os povos indígenas pouco alteravam o espaço que habitavam.
Os europeus e os grupos indígenas tinham costumes diferentes. As técnicas de produção e instrumentos de trabalho que os portugueses usavam, por exemplo, eram mais aperfeiçoados. Com isso, tinham maior poder de atuação sobre a natureza e, consequentemente, maior poder de transformá-la ou modificá-la. Tendo em vista que o principal objetivo da ocupação portuguesa era explorar as terras e comercializar os produtos dela obtidos, como pau-brasil, animais e pedras preciosas, a transformação passou a ser mais intensa.
Novos cultivos e novas técnicas agrícolas foram introduzidos; a derrubada das matas intensificou-se e a madeira obtida serviu à construção de pontes, casas, móveis, entre outros. Mais tarde, represou-se a água de rios para a irrigação de terras destinadas ao cultivo agrícola e à criação de animais. Construíram-se estradas e fundaram-se vilas, que cresceram ao longo dos anos e se transformaram em cidades. O espaço, que exibia as marcas das culturas indígenas, passou a apresentar também traços de outras culturas. Esse espaço construído ou produzido é o que se denomina espaço geográfico.
A cidade em que você vive é, dessa forma, um espaço geográfico — resultado do trabalho de todas as gerações que nele viveram e vivem, pois o espaço geográfico está em contínua transformação (figura 2).
É importante destacar que, no processo de transformação dos espaços geográficos, os seres humanos têm causado diversos impactos na natureza, como a poluição dos rios e da atmosfera, a derrubada indiscriminada da vegetação e a contaminação dos solos pelo uso excessivo de fertilizantes e agrotóxicos.
Cultura
Conjunto de costumes, conhecimentos e valores sociais, políticos e religiosos que distinguem um grupo social.
Agrotóxico
Produto usado no combate e no controle de pragas agrícolas.
É possível observar alterações no espaço geográfico retratado nestas imagens? Quais?
Pelas imagens é possível perceber a urbanização da antiga colônia ao longo do tempo, por meio de ruas e avenidas pavimentadas e de novas edificações.
No seu contexto
Aponte transformações ocorridas no seu município ao longo do tempo.
Resposta pessoal. Para orientação dos alunos, tenha como ponto de partida as características do espaço natural original para, depois, refletirem sobre as transformações decorrentes da ação humana. Após aplicar o exercício em sala de aula, incentive-os a conversar sobre o assunto em casa, com familiares, ou no bairro onde residem, com pessoas mais velhas. Oriente-os a elaborar um desenho extraclasse.
Página 16
2. Paisagem
Quando se fala em paisagem, muitas vezes o que vem à mente é a vista de um ambiente onde se pode apreciar a natureza, como se vê em algumas pinturas e gravuras (figura 3).
Para a Geografia, o conceito de paisagem é mais abrangente. Segundo o geógrafo brasileiro Milton Santos, paisagem é aquilo que a nossa visão alcança, tudo o que está presente no espaço, não apenas a natureza, mas também elementos criados pelo ser humano.
A posição do observador e a paisagem
A posição do observador influencia a maneira como ele vê a paisagem. Isso quer dizer que uma pessoa no alto de um edifício, por exemplo, vê a paisagem de forma diferente de outra pessoa que esteja na rua. No primeiro caso, a paisagem observada será bem mais extensa do que aquela vista pela pessoa que está no plano da rua (figura 4). Portanto, ao observar determinada paisagem, é importante considerar suaposição em relação a ela.
No seu contexto
Descreva a paisagem que você vê ao sair de sua casa. Considere que a paisagem, além de possuir volumes, possui cores, sons, movimentos, odores etc.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comecem a observar mais atentamente o seu entorno e a reconhecer elementos que antes poderiam passar despercebidos. Ao longo dos estudos, a tendência é que desenvolvam uma leitura mais consciente e crítica da realidade em que vivem.
Pausa para o cinema
Os sem-floresta.
Direção: Tim Johson e Karey Kirkpartrick.
Estados Unidos: Dreamworks, 2006.
Duração: 83 min.
Nessa ficção, os animais de uma floresta percebem que ela está cercada por um condomínio residencial. A animação mostra a rápida transformação de um espaço natural em geográfico, sem que haja a devida consciência ecológica.
Página 17
Paisagem, espaço natural e espaço geográfico
Depois de ter estudado os conceitos de espaço natural, espaço geográfico e paisagem, talvez você esteja se perguntando: qual é a diferença entre eles? A paisagem é a parcela visível do espaço. Porém, para compreender o espaço natural e o espaço geográfico precisamos considerar as forças, nem sempre visíveis, capazes de transformá-los.
Essas forças podem ser naturais e sociais. As forças naturais, como a ação das águas, dos ventos, dos terremotos, das erupções vulcânicas etc., transformam o espaço e, consequentemente, as paisagens (figura 5).
Após a erupção do vulcão Santa Helena, quais alterações na paisagem você percebe?
Além da alteração da cratera do vulcão, ocorreu a devastação da floresta próxima a ele.
As forças sociais decorrem das ações humanas e também transformam o espaço e modificam as paisagens. É o caso da construção de indústrias, rodovias, aeroportos, usinas hidrelétricas, viadutos, pontes e prédios (figura 6) ou da criação e ampliação de campos de cultivo e pastagens.
Página 18
As diferentes paisagens da Terra
Observando uma paisagem, é possível distinguir os elementos naturais e culturais que a constituem. Entre os elementos naturais, destacam-se elementos da vegetação, do clima e do relevo, como florestas, campos, nuvens, montanhas, entre outros. Os elementos culturais são aqueles construídos pelos seres humanos, como estradas, campos de cultivo, casas, prédios, indústrias, redes de água e esgotos, entre outros.
Os elementos naturais e culturais da paisagem apresentam diferentes características. No nosso planeta encontramos vários tipos de clima e diversas espécies vegetais e animais. Algumas áreas são mais secas (figura 7), mais montanhosas, ou mais sujeitas a determinadas forças naturais, como ventos, tempestades, terremotos etc. Da mesma forma, os elementos culturais da paisagem podem variar de acordo com a ação dos diferentes povos sobre os espaços que habitam (figura 8). Da interação entre os elementos e forças naturais e culturais resultam paisagens diversas e dinâmicas.
Outra forma de complementar a explicação das diferentes paisagens é ter por base o aparato tecnológico e a força econômica de que uma sociedade dispõe. Quanto maior o aparato tecnológico e capital (dinheiro), maiores serão as transformações e as diferenças nas paisagens se comparadas com aquelas provocadas por sociedades que não dipõem desses recursos.
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Outras rotas - Oymyakon
Sugerimos relacionar a adaptação da sociedade a climas extremos com temas trabalhados em Ciências, como as adaptações dos seres vivos, em particular a ambientes secos e frios, e as mudanças de estado físico dos materiais, com base em exemplos do texto (motores de carros, tintas das canetas etc.).
A temperatura na cidade mais fria do mundo, na Rússia, já chegou a 71 graus abaixo de zero — mas, no verão, atinge a marca dos 30!
“Se […] fotografias viessem acompanhadas de sensação térmica, os leitores já estariam correndo em busca de um grosso casaco.
[…] Oymyakon (também conhecida no Ocidente como Oimekon), é a cidade mais fria do mundo. Localizado na República de Sakha, nordeste da Rússia, esse município remoto — o centro urbano mais próximo, Yakutsk, está a 800 quilômetros de distância — foi fundado para amparar pastores de renas que utilizavam as águas termais da região para aquecer os rebanhos.
Termal
Diz-se da água mineral em temperatura superior a 25 °C.
Oymyakon fez história de uma maneira bastante peculiar em 1924, quando atingiu a temperatura recorde de 71,2 graus abaixo de zero. Nenhum outro lugar permanentemente habitado pelo ser humano jamais registrou frio tão espantoso.
A marca realmente é muito difícil de ser superada. Mesmo assim, pouco serve de consolo aos cerca de 500 moradores o fato de que, no inverno, seja algo corriqueiro os termômetros baixarem dos 50 graus negativos. […]
Um frio tão extremo obriga os habitantes a deixarem seus carros em permanente funcionamento — com medo de que ‘pifem’ caso desligados —, produz o congelamento até das tintas das canetas e surpreende os desavisados que saem às ruas com a formação de uma espécie de ‘gelo facial’. Ah, e esqueçam os telefones celulares, porque as cargas das baterias não resistem a tão poucos graus.
Curiosamente, nos meses de verão — junho a agosto — a temperatura na cidade pode chegar a 30 graus centígrados… positivos, e os dias chegam a durar 21 horas (oposto de dezembro, quando duram três). Oymyakon, que está a 750 metros acima do nível do mar, tem também, portanto, uma das mais elásticas variações térmicas da face da Terra.”
SETTI, Ricardo. Oymyakon. Veja On-line, 28 maio 2014. Disponível em: <veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/oymyakon>. Acesso em: 17 set. 2014.
Interprete
1 Que características climáticas tornam Oymyakon uma cidade interessante?
Contextualize
2 Descreva o clima, principalmente quanto à temperatura e à pluviosidade (chuva, neve, granizo) da localidade onde você mora e compare-o com o clima de Oymyakon.
3 Considerando os meses de inverno, descreva a paisagem em Oymyakon, vista na foto, e a da localidade onde você vive.
Argumente
4 Imagine que você tenha sido convidado a visitar Oymyakon durante os meses de inverno. Que cuidados e ações seriam importantes para a sua saúde e segurança?
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3. O lugar
É oportuno explorar com os alunos a seguinte definição de lugar: “[…] O sentimento de pertencer a um território e à sua paisagem significa fazer deles o seu lugar de vida e estabelecer uma identidade com eles. Nesse contexto, a categoria lugar traduz os espaços com os quais as pessoas têm vínculos afetivos: uma praça onde se brinca desde criança, a janela pela qual se vê a rua, o alto de uma colina de onde se avista a cidade. O lugar é onde estão as referências pessoais e o sistema de valores que direcionam as diferentes formas de perceber e constituir a paisagem e o espaço geográfico”.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais 5ª a 8ª séries: geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998. p. 29.
Para a Geografia, lugar significa, além de porção ou parte do espaço, o nosso espaço de vivência e das relações com outras pessoas no dia a dia, cuja paisagem conhecemos e com a qual interagimos. Geralmente, o lugar é conhecido por um nome: a rua em que moramos, nosso bairro, a praça, os lugares de compras e de passeios etc. Portanto, em Geografia, lugar é o espaço vivido por nós.
Os lugares não se encontram isolados; relacionam-se com outros lugares próximos e distantes e deles sofrem influências, assim como podem influenciá-los. Nos dias atuais, isso ocorre mais intensamente do que no passado, em vista do grande desenvolvimento dos meios de comunicação (telefonia, jornais, revistas, televisão, internet etc.) e de transportes (rodoviário, aeroviário etc.).
Um fato ocorrido num lugar distante é conhecido instantaneamente no lugar em que vivemos, podendo alterar as nossas ideias e os nossos hábitos e costumes. Reflita, por exemplo, sobre a moda, divulgada não só pelos desfiles, mas também por jornais, revistas, telenovelas e filmes, em que muitos espectadores, ao se identificarem com as personagens,passam a imitá-las em seu modo de vestir, em seus gestos e expressões.
Observe, a seguir, fotos de lugares (figura 9).
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Mochila de ferramentas - Leitura de paisagem
A leitura de uma paisagem leva em conta todos os seus elementos, dos mais próximos aos mais distantes em relação ao observador. Para isso, costuma-se dividi-la em partes, chamadas de planos de paisagem (marcadas pelas linhas brancas na foto abaixo).
Como fazer
1 – Observe e descreva
Primeiro plano: plantação. Segundo plano: rio, construções e árvores. Terceiro plano: grande área de plantação. Quarto plano: montanhas e céu com nuvens. A cor predominante na paisagem é o verde.
2 – Investigue a história do lugar
O que havia nesse lugar? Talvez fosse ocupado por floresta. Observam-se algumas construções, área desmatada para o cultivo e que o espaço foi construído com a participação do trabalho de várias pessoas.
3 – Identifique as atividades humanas
Pratica-se agricultura e é possível ver a cultura de café no primeiro e no terceiro planos da paisagem. Pode-se observar também algumas construções, com vegetação rasteira entre elas, além de pátios com chão em cor mais clara atrás delas, destinados à secagem dos grãos de café após a colheita e durante o processo de beneficiamento desse produto.
1 O que se observa na paisagem abaixo é um espaço geográfico ou um espaço natural? Por quê?
2 Essa paisagem ainda pode ser modificada? De que maneira? Há algum elemento natural de destaque que pode ser alvo de futura ação humana? Por quê?
3 Se você estivesse na área da grande plantação, veria a mesma paisagem que vê agora? Por quê?
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PERCURSO 2 - Orientação no espaço geográfico
1. A importância da orientação
Numa cidade pequena, temos certo domínio sobre o espaço que ela ocupa. Sabemos que rumo ou direção tomar para ir à escola, à casa de parentes e amigos, à farmácia, ao posto de saúde ou ao estádio de futebol. Os pontos de referência (figura 10) servem de guia e ajudam a encontrar esses lugares.
Numa cidade grande, porém, é mais difícil nos orientarmos. O risco de nos perdermos é maior, principalmente quando não conhecemos bem o espaço. Se isso acontece numa cidade grande, imagine o que pode acontecer se você estiver numa floresta, num deserto (figura 11) ou em alto-mar.
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Desde tempos remotos, o ser humano descobriu que não era fácil deslocar-se em um deserto ou em um oceano. Esse desafio começou a ser vencido quando se percebeu que era possível orientar-se pelos astros, observando, por exemplo, os lugares em que o Sol nasce e se põe, ou em que a Lua aparece no céu.
Entretanto, a eficácia desse tipo de orientação depende das condições do tempo e do lugar em que se encontra o viajante, o que deixou de ser um problema com o desenvolvimento de instrumentos mais precisos, como a bússola e o astrolábio (figura 12), muito usados durante o período das Grandes Navegações.
Atualmente, equipamentos eletrônicos, como o aparelho de GPS — sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global —, orientam e localizam desde grandes aviões e embarcações até automóveis, ciclistas e pessoas (esse assunto será estudado no Percurso 4).
2. A orientação pelos astros
Desde a Antiguidade, os astros têm despertado a curiosidade do ser humano. Observando o céu, as pessoas perceberam que o Sol aparece todas as manhãs aproximadamente na mesma direção do horizonte e se põe ao entardecer na direção oposta; que a Lua tem um percurso semelhante ao do Sol; e que mesmo estrelas e constelações, como a do Cruzeiro do Sul, são capazes de indicar o rumo a ser seguido.
Os pontos cardeais
Tomando como referência o nascer e o pôr do Sol, foram criados os chamados pontos cardeais — leste, oeste, norte e sul —, determinados da seguinte forma:
• no horizonte, a direção onde o Sol nasce é o leste (L) ou este (E), também chamado de oriente, que quer dizer “nascente”; 
• no horizonte, a direção onde o Sol se põe é o oeste (O ou W), ou ocidente, que quer dizer “poente”.
Conhecidos esses pontos, foram criados outros dois: o norte (N), também chamado de setentrional ou boreal, e o sul (S), também denominado meridional ou austral (figura 13).
Astro
Todo corpo celeste natural, como o Sol e outras estrelas, planetas, satélites como a Lua, cometas, entre outros.
Grandes Navegações
Nome pelo qual ficaram conhecidas as primeiras grandes viagens marítimas europeias durante os séculos XV e XVI.
Constelação
Agrupamento aparente de estrelas ao qual se costuma associar uma forma ou figura.
Se necessário, explique aos alunos que o símbolo W para oeste, comum em muitas bússolas, vem do inglês West.
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Para orientar-se, basta estender o braço direito na direção em que o Sol nasce no horizonte, ou seja, a leste (L). A partir dessa dire ção determinam-se, aproximadamente, as demais direções: o braço esquerdo estendido na direção onde o Sol se põe indicará o oeste (O), à sua frente estará o norte (N) e, às suas costas, a di reção sul (S) (figura 14).
O método tradicional apresentado — o norte na frente do observador — foi desenvolvido no Hemisfério Norte; para termos o sul na nossa frente, basta estender o braço esquerdo na direção em que o Sol nasce e assim teremos o leste, às costas o norte e, indicado pelo braço direito, o oeste.
Esse modo de orientação pelo Sol apresenta relativa imprecisão: o Sol nasce do lado leste, não exatamente no ponto cardeal leste (exceto nos equinócios), e se põe no lado oeste. Dependendo do dia do ano, devido à inclinação do eixo de rotação da Terra, o Sol nasce e se põe em pontos diferentes: experimente com os alunos observar em junho e novembro no pátio de sua escola. Para mais esclarecimentos, consulte: <www.cdcc.usp.br/cda/producao/sbpc93/#n005>. Acesso em: 19 set. 2014.
O Cruzeiro do Sul
O Cruzeiro do Sul é uma constelação que, no Hemisfério Sul, pode ser vista no céu durante quase o ano inteiro. As estrelas mais brilhantes dessa constelação estão dispostas aproximadamente em forma de cruz — daí o nome “cruzeiro” — e, há muito tempo, são usadas como referência para apontar a direção sul.
Na prática, para se orientar durante a noite por meio dessa constelação, escolha uma noite de céu estrelado, localize o Cruzeiro e mire a sua estrela mais brilhante (chamada Estrela de Magalhães ou Alfa); em seguida, prolongue imaginariamente quatro vezes e meia o tamanho do madeiro maior da cruz, formado pela Estrela de Magalhães (veja a figura 15); a partir daí, basta traçar uma linha vertical à linha do horizonte. Essa vertical indicará, aproximadamente, a direção Sul. Sabendo onde esse ponto fica, você determina os demais pontos cardeais.
Alfa
Nome que se dá à primeira letra do alfabeto grego (α). Na astronomia, é usada para indicar a estrela mais brilhante da constelação.
Madeiro
Cada uma das duas partes que compõem uma cruz.
Quem lê viaja mais
LEIGH, Susannah.
A torre mal-assombrada. São Paulo: Scipione, 2000.
Três garotos vão em busca de um lendário tesouro e chegam em uma ilha dominada por uma torre mal-assombrada. Nessa ficção, atrás das pistas e com a ajuda dos pontos cardeais, essa turma vive uma emocionante e perigosa trama.
Navegar é preciso
Museu do Índio
<www.museudoindio.gov.br>
Nesse site, clique em “Educativo” para conhecer, entre outras coisas, alguns mitos indígenas e a importância que esses povos dão à observação dos astros.
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Os pontos colaterais e subcolaterais
Se você observar a figura 16, vai perceber que podem existir outras direções entre os pontos cardeais. Por isso, foram criados mais 12 pontos, que, somados aos quatro cardeais, totalizam 16. Esses pontos complementares são os pontos colaterais e os pontos subcolaterais. Juntos, os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais formam a chamada rosa dos ventos (figura 16).
A importância do ponto de referência
O ponto de referência é fundamental na determinação dos pontos cardeais e, consequentemente, na orientação. Observe a figura 17. Considerando que a ilustração retrata o amanhecer e que a igrejaé o ponto de referência, em relação à direção onde nasce o Sol:
• a casa amarela está a leste da igreja;
• a casa verde está a oeste da igreja;
• o norte corresponde aos fundos da igreja;
• o sul corresponde à frente da igreja.
Peça aos alunos que estabeleçam as posições dos elementos do desenho em relação aos pontos cardeais considerando outros pontos de referência, por exemplo, a casa verde.
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Ao mudar o ponto de referência da igreja para a casa azul, por exemplo, as posições se alteram. Observe:
• a casa vermelha está a leste da casa azul;
• a casa amarela está a oeste da casa azul (note que, considerando a igreja o ponto de referência, a casa amarela está a leste);
• o sul corresponde à frente da casa azul;
• o norte corresponde aos fundos da casa azul.
Percebe-se assim que a identificação dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais no espaço terrestre depende do ponto de referência considerado.
Os pontos de referência e os mapas mentais
Você sabe o que são mapas mentais? Experimente fechar os olhos e mentalizar o percurso que você faz da porta de entrada da sua casa até a cozinha, ou o trajeto que você deve percorrer para ir da sua cama ao banheiro. Quando você imagina um percurso e visualiza os pontos conhecidos — no caso, a sala, o sofá, o corredor, os quadros nas paredes ou a porta do banheiro —, está elaborando um mapa mental.
Dessa forma, quando precisamos nos deslocar de um ponto a outro, automaticamente usamos pontos de referência familiares para “traçar mentalmente” o trajeto que devemos percorrer. Esses pontos variam muito: podem ser objetos, casas, ruas, praças, sorveterias, parques etc. Não importa: todos funcionam como “marcas”, que nos guiam na trajetória traçada.
Portanto, o mapa mental é o conjunto de direções que se criam mentalmente com base em pontos de referência conhecidos no espaço. Veja um exemplo na figura 18.
No seu contexto
Tendo como ponto de referência a escola em que você estuda, a sua casa localiza-se em qual direção?
Resposta pessoal. Indique aos alunos a direção em que o Sol nasce para que tenham referências mínimas e executem a atividade.
Quem lê viaja mais
ACZEL, Amir D.
Bússola: a invenção que mudou o mundo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
Com belas ilustrações, esse livro apresenta a história da bússola, considerada uma das mais importantes invenções tecnológicas da humanidade.
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3. A orientação pela bússola
A bússola é um instrumento usado para orientação. Possui uma agulha, que gira sobre um eixo vertical, e um mostrador com a rosa dos ventos (figura 19). A agulha é imantada, isto é, tem a propriedade de um ímã. Este é um corpo de material ferromagnético que atrai objetos metálicos. Essa propriedade de atrair metais chama-se magnetismo.
A bússola foi inventada pelos chineses há muito tempo. Admite-se que foram eles os primeiros a perceber que a Terra possui magnetismo.
O núcleo da Terra funciona como um grande ímã, pois ele é formado principalmente por níquel e ferro.
Desse modo, o magnetismo terrestre sempre atrai a agulha imantada de uma bússola, aproximadamente, para a direção norte.
Norte geográfico e norte magnético
Observe que anteriormente nos referimos à direção aproximadamente norte. Por quê?
Durante muito tempo, se pensou que, em qualquer parte da Terra, a agulha da bússola indicava o Polo Norte ou o norte geográfico. No entanto, dependendo do lugar em que estamos, a agulha imantada da bússola não o indica exatamente. Ela é atraída por um ponto chamado polo magnético do norte, situado a aproximadamente 1.400 quilômetros do Polo Norte geográfico, na ilha Príncipe de Gales, no Canadá, como pode ser observado na figura 20. Esse ponto funciona com um ímã que atrai a agulha da bússola em sua direção.
Assim, ocorre um desvio da agulha da bússola para o polo magnético do norte ou para o norte magnético. Esse desvio recebe o nome de declinação magnética.
Como, então, os navegantes — comandantes de avião e de navio ou barco — não erram o rumo ou a direção?
Existem mapas, chamados cartas de navegação, que indicam esses desvios. Ao indicarem a correção para o norte geográfico, essas cartas possibilitam aos navegantes uma orientação correta.
Com o desenvolvimento da ciência, foram criados novos instrumentos para orientação, muitos deles eletrônicos e que oferecem grande precisão e maior segurança para a navegação marítima e aérea e para o deslocamento em terra.
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Estação Ciências - A Terra é um ímã?
Sugerimos a elaboração de oficina com o professor de Ciências para o desenvolvimento dos seguintes conteúdos: a) magnetita (Fe3O4), destacando o contexto de sua descoberta e os seus usos; b) magnetismo, campo magnético terrestre e linhas de campo; c) magnetismo natural e magnetismo artificial.
 “[...] será que a Terra é um ímã? Os estudiosos passaram séculos ruminando a questão.
A primeira pessoa de que temos conhecimento a descrever a propriedade de atrair de algumas substâncias foi Tales (636-546 a.C.), por volta de 550 a.C., ao estudar um fragmento de rocha encontrado perto da cidade de Magnésia, na Ásia Menor, origem do termo magneto, ou ímã. Os ímãs constituíram apenas uma curiosidade até que os chineses descobriram que agulhas magnetizadas se orientavam invariavelmente na direção norte-sul. Em 1180, o erudito inglês Alexander Neckam (1157-1217) já mencionava tal bússola magnética, que acabou empregada na orientação dos navios pelo oceano e levou à Era das Grandes Navegações, iniciada em 1420.
Tales
Matemático e filósofo grego, nascido em Mileto, o primeiro a descobrir a propriedade de algumas substâncias em atrair ferro.
Um erudito francês, Petrus Peregrinus (c. 1240-?), foi o primeiro a estudar os ímãs sistematicamente, em 1269. Entre outras coisas, descobriu que todo ímã tem dois polos com propriedades magnéticas opostas — em geral denominados polo magnético norte e polo magnético sul. O polo norte de um ímã atrai o polo sul de outro, embora dois polos norte e dois polos sul se repilam. Mas por que o polo norte do ímã aponta para o norte? Seria a Terra em si um grande ímã? Tal possibilidade foi investigada pelo cientista inglês William Gilbert (1544-1603), que em 1600 afirmou num livro que uma bússola magnética próxima a uma esfera de magnetita (a substância estudada por Tales) comportava-se da mesma forma que em relação à Terra, que devia ser um ímã, portanto.
Mas por quê? Talvez houvesse uma grande porção de substância magnetizada no centro do planeta, apontando para o norte e o sul, hipótese que pareceu ainda mais plausível quando se começou a especular que a Terra tinha um núcleo ferroso.”
ASIMOV, Isaac. 111 questões sobre a Terra e o espaço. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, s/d. p. 88-89.
A Ásia Menor, nome dado na Antiguidade à extremidade ocidental da Ásia, corresponde, aproximadamente, ao atual território da Turquia.
Para que os alunos tenham melhor compreensão deste texto, remeta-os ao Percurso 12, subtítulo “1. O interior da Terra”, na p. 96 deste volume. Sugerimos que leiam o texto e observem as figuras 22 e 23, que tratam do núcleo ferroso do nosso planeta.
Interprete
1 O que explica o magnetismo terrestre?
Argumente
2 Como a descoberta de Tales e, posteriormente, as de outros estudiosos do magnetismo contribuíram para o desenvolvimento das sociedades humanas?
Contextualize
3 Cite um exemplo do seu dia a dia relacionado ao magnetismo.
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Encontros - O céu segundo os índios
Pluralidade Cultural
 “A observação do céu esteve na base do conhecimento de todas as sociedades antigas, pois elas foram profundamente influenciadas pela confiante precisão do desdobramento cíclico de certos fenômenos celestes, como o dia-noite, as fases da Lua e as estações do ano. O índio brasileiro também percebeu que as atividades de pesca, caça, coleta e lavoura obedecem a flutuações sazonais. Assim, ele procurou entender essas flutuações cíclicas e utilizou-as, principalmente, para a sua subsistência.
[...] A visão indígena do Universo deve ser consideradano contexto dos seus valores culturais e conhecimentos ambientais. Esse conhecimento local se refere às praticas e representações que são mantidas e desenvolvidas por povos com longo tempo de interação com o meio natural. O conjunto de entendimentos, interpretações e significados faz parte de uma complexidade cultural que envolve linguagem, sistemas de nomes e classificação, utilização de recursos naturais, rituais e espiritualidade. [...]
A Constelação da Ema
Na segunda quinzena de junho, quando a constelação da Ema [...] surge totalmente ao anoitecer, no lado leste, indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil e o início da estação seca para os índios do norte do Brasil.
A constelação da Ema fica na região do céu limitada pelas constelações ocidentais Crux [Cruzeiro do Sul] e Scorpius [Escorpião]. [...]
O Homem Velho
Na segunda quinzena de dezembro, quando a constelação do Homem Velho [...] surge totalmente ao anoitecer, no lado leste, indica o início do verão para os índios do sul do Brasil e o início da estação chuvosa para os índios do norte do Brasil.
A constelação do Homem Velho é formada pelas constelações ocidentais Taurus [Touro] e Orion.
Conta o mito que essa constelação representa um homem cuja esposa estava interessada no seu irmão. Para ficar com o cunhado, a esposa matou o marido, cortando-lhe a perna. Os deuses ficaram com pena do marido e o transformaram em uma constelação. [...]”
AFONSO, Germano. As constelações indígenas brasileiras. Disponível em: <www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/outubro_2012/artigos_ciencias/indigenas.pdf>. Acesso em: 15 out. 2014.
Interprete
1 Para as sociedades indígenas, a observação do céu não se restringe apenas à necessidade de orientação. Que outras finalidades tem a observação dos astros para esses povos?
Contextualize
2 Você tem por hábito observar o céu ou nunca teve essa curiosidade? Qual é a constelação do Hemisfério Sul que você já estudou que pode auxiliá-lo a encontrar os pontos cardeais no período noturno?
Viaje sem preconceitos
3 Em sua opinião, quais são as diferenças entre a observação dos astros feita pelos indígenas e a que ocorre atualmente em nossa sociedade?
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Atividades dos percursos 1 e 2
Registre em seu caderno.
Revendo conteúdos
1 Você vive em um espaço natural ou em um espaço geográfico? Explique sua resposta.
2 Tanto a paisagem geográfica como o espaço geográfico podem ser modificados por forças sociais. Explique o que são essas forças e cite exemplos, inclusive do seu cotidiano.
3 O conceito de lugar, para a Geografia, é muito importante. Explique esse conceito e cite ao menos dois exemplos do seu espaço de vivência.
4 Que pontos de referência você ou as pessoas que o acompanham utilizam para não errar o caminho quando vão de casa à escola?
5 Explique por que a determinação dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais no espaço terrestre depende de um ponto de referência.
Leituras cartográficas
6 Observe a ilustração de parte do centro de Fortaleza, capital do estado do Ceará. Com base na rosa dos ventos, responda às questões e ajude os turistas representados pelas letras A, B e C a conhecer alguns pontos turísticos da cidade.
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a) O turista B quer ir ao lugar em que está o turista A. Que lugar é esse?
b) Para chegar à Catedral Metropolitana, que direção o turista A deve seguir?
c) O turista C quer conhecer a Praça do Ferreira e, depois, visitar o Teatro José de Alencar. Que direções ele deve seguir?
Explore
7 Observe os desenhos e responda às questões.
a) Eles retratam um espaço natural ou geográfico?
b) Explique a sua resposta.
8 Leia o fragmento de texto a seguir.
“Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança é a paisagem […]. Não apenas formada de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.”
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988. p. 61.
• Com base nele, solte a imaginação e visualize uma paisagem. Descreva-a e aponte as cores, os sons, os odores, os movimentos e os volumes que nela existem. Depois, desenhe-a.
9 Observe a figura e responda às questões.
a) Em relação à escola, em que direção ou rumo se encontra o hospital?
b) Em relação à biblioteca, em que direção ou rumo está a lanchonete?
c) Em relação ao hospital, em que direções ou rumos estão o mercado e o autoposto?
Pratique
10 Elabore um mapa mental entre a sua casa e a sua escola. Em seguida, represente esse mapa mental no caderno. Não esqueça de assinalar os principais pontos de referência do trajeto.
 “Desenhar é uma maneira de expressão característica desse momento de escolaridade e um procedimento de registro que deve ser valorizado [...] é uma forma de propor que os alunos utilizem objetivamente as noções de proporção, distância e direção [...] fundamentais para a compreensão e uso da linguagem gráfica nas representações cartográficas.” (BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais 5ª a 8ª séries: geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998. p. 52.)
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PERCURSO 3 - Paralelos e meridianos
1. A rosa dos ventos e a localização
Para se deslocar de um lugar a outro sem se perder, basta usar a rosa dos ventos associada a uma bússola e a um mapa, por exemplo. No entanto, conhecer apenas os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais não é suficiente para localizar, com precisão, determinado lugar.
Suponha, por exemplo, que alguém lhe diga que mora na zona oeste de uma cidade. A oeste do centro da cidade existem muitas casas e edifícios, e vivem muitas pessoas (figura 21). Desse modo, mesmo que você saiba como se dirigir para a zona oeste, se não tiver o endereço da pessoa, ficará muito difícil localizá-la.
Se pode ser difícil localizar uma pessoa numa cidade, caso não tenhamos o seu endereço, imagine a dificuldade de localizarmos um navio em alto-mar, uma pessoa numa floresta ou num deserto, ou ainda numa fazenda de grande dimensão.
Assim, para localizar com precisão cidades, vilas, montanhas, países, navios em alto-mar etc., os cartógrafos criaram as linhas imaginárias da Terra, os paralelos e os meridianos, que formam a base para um sistema de localização denominado coordenadas geográficas.
Cartógrafo
Profissional que estuda e pratica Cartografia, ciência dedicada à elaboração de mapas.
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2. Os paralelos terrestres
Para compreender os paralelos terrestres, observe a figura 22. Nesse experimento, uma agulha de tricô atravessa a bola de isopor, passando pelo centro dela. Com isso, determina-se um eixo de rotação e, portanto, os polos dessa bola.
Não é recomendável que os alunos façam esse experimento em casa sem a supervisão de adultos; a agulha de tricô tem ponta aguda e pode feri-los.
Com uma caneta, traça-se uma circunferência na superfície da bola de isopor, à igual distância dos polos, dividindo-a em duas partes iguais, chamadas de hemisférios (hemi: metade; -sfério: esfera; portanto, “metade de uma esfera”).
Essa ideia pode ser aplicada ao planeta Terra. Essa circunferência, que na verdade é uma linha imaginária, recebe o nome de Equador ou linha equatorial. Com cerca de 40 mil quilômetros de comprimento, é a maior circunferência da Terra.
Quando os cartógrafos representam o globo terrestre, traçam circunferências paralelas a essa linha, ou seja, linhas que circulam a Terra paralelamente ao Equador. Devido à forma da Terra, os paralelos diminuem à medida que se afastam da linha equatorial e se aproximam dos polos. Indicados por graus, os paralelos são traçados, tanto no Hemisfério Norte como no Hemisfério Sul, a partir do Equador (0°) até 90°.
Grau
Na Matemática, é utilizado para medir um ângulo. Um grau é a medida do ângulo correspondente a cada uma das 360 partes iguais em que se divide um círculo.
Oriente os alunos a não confundir grau (unidade de medida de ângulo) com grau Celsius, usado para indicar a temperatura de um corpo. Caso julgue necessário, mostre a diferença que existe também na representação escrita dessas unidades (paralelo30º, 25 ºC).
Com base na iluminação e no aquecimento da Terra pelos raios solares — assunto que será estudado mais adiante —, os cartógrafos nomearam quatro paralelos importantes: Círculo Polar Ártico e Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte, e Círculo Polar Antártico e Trópico de Capricórnio, no Hemisfério Sul (figura 23). São os paralelos de referência.
No Percurso 9 da Unidade 3, explicamos por que os trópicos e os círculos polares são importantes. Se necessário, antecipe esse conteúdo.
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Os paralelos e o território brasileiro
O território brasileiro é “cortado” pelo Equador e pelo Trópico de Capricórnio. Observe a figura 24. O Equador atravessa quatro estados do Brasil: Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.
O Trópico de Capricórnio “corta” o território brasileiro na proximidade norte da cidade de São Paulo, além de atravessar a porção norte do estado do Paraná e o sul de Mato Grosso do Sul.
Ao ver a linha do Equador reta e a do Trópico de Capricórnio curva, o aluno poderá dizer que elas não são paralelas. Isso ocorre porque a representação da superfície da Terra, ou de partes dela, em um plano gera distorções na imagem, que variam de acordo com o tipo de projeção utilizada.
Quais são os estados brasileiros localizados inteiramente ao sul do Trópico de Capricórnio?
Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
3. Os meridianos terrestres
Se possível, trabalhe com um globo terrestre, para que os alunos possam visualizar os meridianos de 0º a 180º, os paralelos mais importantes e outros conceitos trabalhados nesta Unidade.
Observe na figura 25 que, além das linhas horizontais, há linhas verticais que ligam um polo a outro. São os meridianos.
Ao contrário dos paralelos, que têm medidas de comprimento diferentes, todos os meridianos têm o mesmo comprimento. Para a determinação do meridiano principal, de 0° (zero grau), houve um acordo em 1884 entre as nações: escolheu-se o meridiano que passa pela torre do Observatório Astronômico de Greenwich, localizado no bairro de Greenwich, em Londres, no Reino Unido (figura 26). O meridiano de 0° é chamado de Meridiano de Greenwich, Meridiano Principal ou Meridiano de Origem. É a partir dele que se numeram, em graus, os outros meridianos, tanto a leste como a oeste. Em relação ao Meridiano de Greenwich, contam-se 180 meridianos para leste e 180 para oeste, totalizando 360 meridianos de 1 grau cada um. O Meridiano de Greenwich foi adotado como referencial para a implantação dos fusos horários no planeta: a leste de Green wich as horas aumentam e a oeste diminuem uma hora a cada 15°.
Explique aos alunos que toda a circunferência possui 360º e que, em função da forma semelhante entre a Terra e uma esfera, se convencionou dividir o planeta em 360 meridianos. Esse conteúdo possibilita o desenvolvimento de atividades interdisciplinares com o professor de Matemática. Os fusos horários serão estudados no Percurso 1 do livro do 7º ano.
Quem lê viaja mais
Lobato, Monteiro.
Geografia de Dona Benta. 24. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
Para saber mais sobre o assunto estudado neste Percurso, leia o capítulo XVI desse clássico da literatura infantojuvenil, que mostra a geografia de forma didática e agradável.
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Em que hemisfério está localizado o território brasileiro em relação ao Meridiano de Greenwich?
O território brasileiro está localizado no Hemisfério Oeste, ou ocidental.
Um meridiano e seu antípoda formam uma circunferência, cujo comprimento é de 40.009 quilômetros, portanto, menor que o da circunferência formada pela linha do Equador (40.076 quilômetros). Isso explica por que a Terra não é exatamente redonda: os polos do planeta são ligeiramente achatados.
Antípoda
Que se situa exatamente no lado oposto. O antípoda do meridiano de 0°, ou de Greenwich, é o de 180°.
Os meridianos de Greenwich e o de 180° dividem a Terra em outros dois hemisférios, o Hemisfério Leste, ou oriental, e o Hemisfério Oeste, ou ocidental. Tanto a representação dos paralelos como a dos meridianos podem ser feitas em um planisfério.
Planisfério
Mapa que representa o globo terrestre em um plano.
Observe que, ao traçar os paralelos a partir da linha do Equador e os meridianos com base no Meridiano de Greenwich, os cartógrafos conseguiram determinar posições no globo terrestre, com base na intersecção (cruzamento) dos paralelos e meridianos.
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PERCURSO 4 - Latitude e longitude
1. Latitude e longitude: as coordenadas geográficas
Como vimos no Percurso 3, os paralelos são traçados em relação à linha do Equador, que define o norte e o sul. Os meridianos têm como referência o Meridiano de Greenwich, que define o leste e o oeste. Os paralelos, ao se cruzarem com os meridianos, determinam pontos na superfície da Terra. Cada cruzamento funciona como uma espécie de “endereço”, identificado pela latitude e pela longitude — as chamadas coordenadas geográficas.
A latitude
Latitude é a distância, medida em graus, de qualquer ponto na superfície da Terra até a linha do Equador. Portanto, todos os pontos que estão no mesmo paralelo têm a mesma latitude. Como o Equador é a linha que delimita os hemisférios Norte (setentrional) e Sul (meridional), todos os pontos localizados ao sul do Equador terão latitude Sul, e os pontos localizados ao norte do Equador terão latitude Norte (figura 27).
Em relação à latitude, qual é a diferença entre as posições dos aviões amarelo e azul?
Os dois aviões encontram-se na latitude 30º, um ao norte, outro ao sul da linha do Equador, ou seja, a diferença entre as suas posições é de 60º.
A latitude é um dos fatores que influenciam o clima da Terra e contribuem para explicar as diferenças de temperatura do ar atmosférico. De modo geral, as temperaturas médias diminuem do Equador para os polos, devido aos diferentes ângulos de incidência dos raios solares na superfície terrestre. Assim, quanto menor a latitude, maior será a média térmica, e vice-versa. Veremos esse assunto nos Percursos 21 e 22, mas pode ser interessante introduzi-lo neste momento. Para isso, tenha em mãos um planisfério ou um globo terrestre.
Altas, médias e baixas latitudes
Em relação à linha do Equador, as latitudes podem ser altas, médias ou baixas (figura 28).
As altas latitudes correspondem às latitudes próximas aos polos Norte e Sul, entre aproximadamente 66° e 90°; as médias latitudes estão entre os trópicos e os círculos polares; e as baixas latitudes correspondem às regiões localizadas entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio.
As latitudes são muito usadas na Geografia, pois contribuem para o entendimento de diversos assuntos, como a compreensão da distribuição dos tipos de clima no mundo. Se você observar com atenção um planisfério ou um globo terrestre, vai reparar, por exemplo, que as maiores áreas cobertas de gelo na Terra estão nos polos e em suas proximidades (altas latitudes). Além disso, no Brasil, sabe-se que, nos estados próximos à linha do Equador (baixas latitudes), as médias de temperatura no decorrer do ano são, geralmente, mais elevadas que naqueles mais distantes dessa linha.
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A longitude
Longitude é a distância, medida em graus, de qualquer ponto na superfície da Terra até o Meridiano Principal ou de Greenwich. Todos os pontos situados no mesmo meridiano possuem a mesma longitude.
Como o Meridiano de Greenwich é a linha que delimita os hemisférios Oeste (ocidental) e Leste (oriental) a longitude pode ser leste ou oeste (figura 29).
Em relação à longitude, qual é a diferença entre a posição do avião vermelho e a do verde? Quais são as coordenadas geográficas desses aviões?
Os dois aviões estão à longitude 30º, mas um está a leste, o outro a oeste. As coordenadas geográficas do avião vermelho são latitude 45º N e longitude 30° O; as coordenadas geográficas do avião verde são latitude 15° S e longitude 30º L.
O GPS
Ao observar o mapa-múndi, parece fácil localizar qualquer ponto do planeta; mas imagine que você é o piloto de um avião ou o comandante de um navio: como saber a sua localização? Mesmo a suacasa ou a escola: você sabe a que latitude e longitude elas estão?
Atualmente, localizar-se no globo terrestre é tarefa fácil e bastante acessível. Com um instrumento do tamanho de uma calculadora, pode-se obter as coordenadas geográficas de qualquer lugar, ou seja, a latitude e a longitude, em segundos. É o chamado GPS, sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System).
O GPS pode ser usado para orientar meios de transporte — automóveis (figura 30), motos, navios, aviões etc. —, além de ser útil nas atividades esportivas, como trilhas e escaladas, e na demarcação de terrenos urbanos, sítios e fazendas, já que os dados fornecidos pelo aparelho podem servir para elaborar mapas ou plantas. Isso só é possível graças a 24 satélites artificiais que giram em torno da Terra (figura 31). São eles que transmitem ao aparelho GPS, e até a celulares e relógios com esse sistema, os sinais que permitem identificar as coordenadas geográficas.
Quem lê viaja mais
SARTORELLI, Márcia Prado; GUERRA, Sônia dos Santos; SERRANO, Teresa Silvestre.
Como sair dessa: coordenadas geográficas. 2. ed. São Paulo: FTD, 1998.
Nessa ficção, um passeio em família acabou se transformando numa grande e perigosa aventura em alto-mar.
Para sair dessa, só mesmo usando as coordenadas geográficas.
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Compare a bússola e o aparelho de GPS e apresente as vantagens de cada um.
O aparelho de GPS fornece a sua localização e mostra as direções que devem ser seguidas para se chegar a um determinado ponto, com precisão. A bússola é um instrumento de orientação que, apesar de apresentar menor precisão, e de não mostrar as coordenadas geográficas, independe de energia elétrica ou da sua posição em relação a satélites para funcionar, ao contrário do aparelho de GPS.
Navegar é preciso
Canal Kids – As fatias da Terra e Os quarteirões da Terra
<www.canalkids.com.br/cultura/geografia/vocesabia/02.htm>
Se você ainda tem dúvidas sobre latitude ou longitude, esse site explica o assunto de forma didática e divertida. Descubra também por que existem as quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno.
Pausa para o cinema
Rally Dakar 2006.
Direção: Christopher
Briand. França: Europa Filmes, 2006. Duração: 114 min.
Centenas de carros, motos e caminhões saem de Lisboa (Portugal, Europa) em direção a Dacar (Senegal, África) e percorrem quase 9 mil quilômetros. No trajeto dessa competição há muitas dunas e tempestades de areia. Para que os pilotos não se percam, o GPS é imprescindível.
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Estação História - Rali Paris-Dacar e o GPS
“Em 1977, o francês Thierry Sabine se perdeu no deserto da Líbia enquanto disputava o Rali Abidjan-Nice na categoria motos. Depois de ficar alguns dias completamente sozinho, ele foi resgatado por uma aeronave. Ele voltou para a França enfeitiçado pelo deserto. Prometeu que dividiria essa paixão com o máximo de pessoas possível. Sabine imaginou uma rota começando na Europa, cruzando desertos e terminando em Dacar. O projeto foi tomando forma rapidamente.
Os nomes das cidades de largada e chegada da competição, Paris e Dacar, se tornariam conhecidos nos quatro cantos do mundo como a maior prova off-road já criada pelo homem. O Dacar abriu as portas para um mundo desconhecido, a África. ‘O Paris-Dacar é um desafio para os que vão. Um sonho para os que ficam’, disse Thierry Sabine. [...]
No dia 26 de dezembro de 1978, Thierry Sabine viu o sonho dele se tornar realidade com a largada do primeiro Dacar, na Place du Trocadéro, em frente à Torre Eiffel, na capital francesa. [182 competidores] partiram para a aventura num percurso de 10.000 quilômetros pela França, Espanha, Argélia, Níger, Mali e Senegal. [...]
O Dacar obteve imediatamente um grande sucesso e foi uma paixão total tanto para os competidores como também para os organizadores. [...]
[Em 1986] Thierry Sabine, o cantor francês Daniel Balavoine, a jornalista Nathaly Odent, o piloto de helicóptero François Xavier-Bagnoud e o técnico de rádio Jean-Paul Le Fur morreram em um acidente de helicóptero. Diz a história que na hora do acidente acontecia uma tempestade de areia. [...]
[Em 1988] o número de participantes passou de 600. Um ótimo sinal para o rali que estava completando 10 anos. Mais de 100 competidores abandonaram a disputa na etapa de El Oued, que era particularmente árdua.
[Em 1992] uma grande novidade também marcou esse Paris-Dacar: a chegada do GPS! [...]”
KOLBERG, Klever. A história do Dakar ano a ano. Disponível em: <www2.uol.com.br/parisdakar/competicoes.htm>. Acesso em: 23 set. 2014.
Explique aos alunos que, por razões de segurança, políticas, de patrocínios e outros fatores, a origem e o término das provas do Rali Dacar têm variado ao longo dos anos. De 2009 a 2015, por exemplo, as provas foram realizadas na América do Sul, com o deslocamento dos competidores por países como Argentina, Chile, Peru e Bolívia.
Abidjan
Sede do governo e principal cidade da Costa do Marfim, país da África Ocidental.
Nice
Cidade francesa situada na costa do Mar Mediterrâneo.
Off-road
Expressão inglesa que significa “fora da pista” (de corrida).
Interprete
Sem conhecer suas coordenadas geográficas para enviar à equipe de salvamento, o piloto francês Thierry Sabine foi resgatado somente três dias depois do acidente. Hoje o uso de GPS é obrigatório para todos os participantes. Por quê?
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2. A altitude
Altitude é a distância vertical de um ponto qualquer da superfície da Terra em relação ao nível médio do mar, cuja a altitude é zero. Esse ponto é usado como referência para medir a altitude de um lugar. Quando se diz, por exemplo, que a altitude do Monte Everest, situado na Ásia, é de 8.848 metros, significa que seu pico está a 8.848 metros acima do nível médio do mar (figura 32).
Não se deve confundir altitude com altura. Esta é a distância vertical de um corpo (casa, pessoa, animal, vegetal etc.) acima da superfície do terreno em que ele se encontra — da base ao ponto mais alto (figura 33).
Tal como a latitude e a longitude, a altitude é um importante dado sobre a localização de um ponto no globo terrestre. Por isso, ao indicar a localização de um ponto, o GPS fornece os dados da latitude, da longitude e da altitude desse ponto.
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Altitude positiva e negativa
Em relação à altitude, pode-se dizer que os lugares situados acima do nível médio do mar têm altitude positiva; e os que se encontram abaixo do nível médio do mar têm altitude negativa.
Quando se diz que o Pico da Neblina (tabela 1 e figura 34), o ponto de maior altitude do território brasileiro, na Serra do Imeri (AM), mede 2.993 metros de altitude, significa que ele está a uma altitude positiva.
	Tabela 1. Picos brasileiros: altitude
	Nome
	Onde se situa
	Altitude (em metros)
	Pico da Neblina
	Serra do Imeri (AM)
	2.993
	Pico 31 de Março
	Serra do Imeri (AM)
	2.972
	Pico da Bandeira
	Serra do Caparaó (MG/ES)
	2.892
	Pico da Pedra da Mina
	Serra da Mantiqueira (MG/SP)
	2.798
	Pico das Agulhas Negras
	Serra do Itatiaia (MG/RJ)
	2.791
	Pico do Cristal
	Serra do Caparaó (MG)
	2.769
	Monte Roraima
	Serra do Paracaima (RR)
	2.734
Por outro lado, o Mar Morto, localizado entre Israel, a região da Cisjordânia e a Jordânia, na Ásia, está a 395 metros abaixo do nível médio do Mar Mediterrâneo (figura 35). Isso significa que ele está a uma altitude negativa.
Peça aos alunos que consultem o site <www.apolo11.com/latlon.php>, no qual podem obter as coordenadas geográficas e a altitude do município onde moram e as de Brasília, DF (caso vivam em Brasília, escolha outra localidade), para responder:
a) O município onde você mora possui maior ou menor latitude que Brasília?
Resposta pessoal.
b) Quais são as diferenças em graus entre as coordenadas geográficas? E, em metros, entre as altitudes?
Resposta pessoal.
Seria interessante mostrar aos alunos, em um planisfério, que também existem as fossas abissais, como as que se localizam a leste da ilha de Honshu (Japão),que chegam a quase 8.500 metros de profundidade, ou seja, à altitude negativa de -8.500 m.
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Atividades dos percursos 3 e 4
Registre em seu caderno.
Revendo conteúdos
1. Observe a figura 25, na página 35, e responda:
a) Aponte um meridiano e um paralelo que “cortam” o território brasileiro.
b) Faça o mesmo em relação ao continente africano.
2. O que são latitude e longitude? Explique a importância delas para a localização de um ponto na superfície da Terra.
3. A localidade em que você vive se situa em zona de alta, média ou baixa latitude? Como você sabe?
4. Suponha que uma aeronave tenha realizado um pouso emergencial em lugar muito frio, localizado em latitude 80° N e longitude 40° O. Consultando um atlas geográfico, encontre a localidade onde está a aeronave. É uma zona de baixa, média ou alta latitude? Explique a sua resposta.
Leituras cartográficas
5. Observe o mapa abaixo e responda.
a) Que continente se localiza totalmente no Hemisfério Oeste?
b) Dê a latitude e a longitude dos pontos assinalados. Quais deles estão em baixas latitudes?
c) Imagine que as coordenadas de um grupo de pesquisa sejam latitude 80º Sul e longitude 60º Oeste. Em que continente esse grupo está?
d) Um explorador saiu do ponto C e se dirigiu ao ponto A, enquanto outro saiu do ponto B e viajou até o ponto A. Qual deles mudou de hemisférios, tanto em relação à linha do Equador quanto ao Meridiano de Greenwich?
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Explore
6 Leia o fragmento de texto a seguir e responda às questões:
“[…] — Mas como você vai dar a nossa posição aqui neste mar? — perguntou Márcio, inquieto.
Marco tomou a palavra, expressando a frustração da turma:
— É, seu Paulo, a gente cansou de pensar e até agora não achamos uma solução, porque aqui no mar é tudo igual e não tem nenhuma referência…
[…] Seu Paulo chamou a guarda costeira e informou que estavam como o barco quebrado em alto-mar e que haviam atravessado uma tempestade. Por isso precisavam de socorro para chegar ao continente.
A guarda costeira pediu a localização. Consultando o GPS […] seu Paulo informou:
— Estamos a 24 graus e 30 minutos de latitude sul e 46 graus e 15 minutos de longitude oeste.”
SARTORELLI, Márcia Prado; GUERRA, Sônia dos Santos; SERRANO, Teresa Silvestri. Como sair dessa. 2. ed. São Paulo: FTD, 1998. p. 15.
Cada grau se divide em 60 minutos.
a) O que é GPS?
b) Consulte um atlas geográfico e procure saber em qual oceano está o barco quebrado citado no texto. Como ele está em alto-mar, indique qual é o litoral mais próximo.
7 Observe a tabela e, sem consultar outras fontes de informação, responda às questões.
	Brasil: localização geográfica e altitude de alguns municípios de capitais
	Capitais
	Localização geográfica
	Altitude (metros)
	
	Latitude
	Longitude
	
	Boa Vista (RR)
	2° N
	60° O
	85,0
	Recife (PE)
	8° S
	34° O
	4,5
	Rio Branco (AC)
	9° S
	67° O
	152,5
	São Paulo (SP)
	23° S
	46° O
	760,2
	Porto Alegre (RS)
	30° S
	51° O
	2,8
a) Qual dessas capitais é a mais setentrional? Qual é a mais meridional? Explique.
b) Qual dessas capitais é a mais ocidental?
c) Qual das capitais está em maior altitude?
Aponte as coordenadas geográficas dessa cidade.
8 Observe as fotos a seguir.
• Para quais fotografias você pode utilizar os conceitos de altura e altitude? Por quê?
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Desembarque em outras linguagens - MONTEIRO LOBATO: GEOGRAFIA NA LITERATURA
A leitura do texto é uma oportunidade para, em conjunto com o professor de Língua Portuguesa, explicar a importância de Monteiro Lobato na literatura brasileira e apresentar o caráter lúdico da narrativa e o encantamento de seus personagens, explorando a estrutura do gênero ficcional.
José Bento Renato Monteiro Lobato foi um dos mais importantes escritores brasileiros do século XX. Nasceu em 1882, em Taubaté, estado de São Paulo. Formou-se em direito, mas logo começou a se dedicar à carreira de escritor e editor, contribuindo para os principais jornais da época e descobrindo novos talentos. Ganhou fama entre os leitores adultos, mas destacou-se, principalmente, na literatura infantil, ao criar os personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Escreveu mais de 30 livros para o público infantojuvenil. Em 1935 publicou a obra Geografia de Dona Benta, na qual a turma do sítio embarca em um navio imaginário para percorrer o mundo e aprender Geografia.
Geografia de Dona Benta
“[...] Dona Benta, como quem acordasse dum sonho, suspirou e passou a falar de geografia.
— Pois é isso, meus filhos. Estamos perto do Círculo Polar Ártico, a zona do mundo onde o gelo é soberano.
— Círculo Ártico? Que é?
— Uma das divisões imaginárias do globo terrestre. Os geógrafos dividiram o globo por meio de um círculo que os rodeia pela parte mais barrigada. Esse círculo, chamado Equador, tem todos seus pontos a igual distância dos Polos. Quer dizer que o Equador divide o globo terrestre em duas metades iguaizinhas, ou dois hemisférios.
— Sei. Como laranja que a gente parte em cuias do mesmo tamanho, sugeriu a menina.
— Isso. Depois dessa divisão, vem a segunda – os paralelos.
Paralelos são círculos menores, correndo paralelamente ao círculo do Equador e que subdividem as duas cuias do globo. Os círculos paralelos que se podem traçar em redor dum globo são infinitos, mas para comodidade dos geógrafos existem dois principais, um com o nome de Trópico de Câncer, ao norte, e outro com o nome de Trópico de Capricórnio, ao sul.
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Esses dois círculos estão a uma distância de 23 graus e 27 minutos do Equador.
— Mau, mau, mau! – exclamou a menina. – Esses graus e minutos vieram atrapalhar tudo. Fiquei na mesma…
Dona Benta riu-se.
— Minha filha, as ciências se ligam de tal maneira que a gente não pode falar de uma coisa sem recorrer a outras. Para saber o que é grau temos de consultar ali o Visconde, que é doutor em Matemática. Visconde, venha explicar a esta menina o que é grau.
[...] Tossiu o pigarrinho e disse:
— Um círculo se divide em 360 graus; cada grau se divide em 60 minutos e cada minuto se divide em 60 segundos. Grau, portanto, é a medida do círculo. Só isso.
— Muito bem – concordou Dona Benta. — Está aí a resposta à sua pergunta, Narizinho. Grau é isso.
Esses círculos dividem a Terra num sentido. Agora há círculos que a dividem em sentido contrário, os Meridianos. Estes, em vez de serem paralelos ao Equador, cortam o Equador. São círculos que passam pelos polos e lá se cruzam [...]”.
LOBATO, Monteiro. Geografia de Dona Benta. 24. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
Monteiro Lobato se refere a círculo, mas, de acordo com o rigor matemático, deveria se referir à circunferência.
MONTEIRO LOBATO: ALGUMAS DE SUAS PRINCIPAIS OBRAS
Nesta seção, por uma questão de espaço, optamos por uma linha do tempo que não mantém a proporcionalidade da escala.
Caixa de informações
1 O que são as “divisões imaginárias” do globo terrestre?
Interprete
2 Dos cinco principais paralelos do globo, Dona Benta mencionou quatro. Qual paralelo ela não mencionou?
3 Para entender melhor as linhas imaginárias do planeta Terra, a Geografia tem de recorrer aos conhecimentos de outra ciência. Que ciência é essa?
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UNIDADE 2 - Elementos básicos de Cartografia 
Nesta Unidade, você aprenderá a ler e a interpretar mapas, condição importante para estudar Geografia, considerando que essa é a ciência que estuda o espaço terrestre em seus aspectos físicos e humanos ou sociais. Aprenderá também a trabalhar com dados numéricos utilizando gráficos.
Vendo a Terra do espaço
Observar e representar o lugar onde vivemos é uma prática antiga da humanidade. Há registros históricos que mostram que desde épocas passadas as sociedades vêm desenvolvendo técnicas para mapear o mundo de forma mais precisa e eficaz.
PERCURSOS
5 A Cartografia
6 A escala
7 A representação gráfica do relevo
8 Os gráficos
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Produtos cartográficos e tecnologia orbital
1 Captação
Sensores são como “máquinas fotográficas” a bordo de satélites na órbita da Terra.

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