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MANUEL ATIENZA FALA SOBRE PERELMAN (CAP 3 AS RAZOES DO DIREITO)

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PERELMAN CAPÍTULO 3
O surgimento da nova retórica 
Perelman fala que deve-se tratar do mesmo modo os seres de uma mesma categoria e para identificar quando dois ou mais seres pertencem a mesma categoria pelos seguintes critérios:
A cada um o mesmo;
A cada um segundo o atribuído pela lei;
A cada um segundo a sua categoria;
A cada um segundo seus méritos ou sua capacidade;
A cada um segundo seu trabalho;
A cada um segundo suas necessidades.
O problema é que é necessário assumir o juízo de valor, que não era seu objetivo já que defendia o positivismo e com ele a eliminação desse juízo, mais a frente ele escreve um livro que sana essa questão.
A concepção retórica do raciocínio prático
A lógica e retórica
Perelman se interessa pela estrutura da argumentação e sua lógica, não pelos aspectos psicológicos; Traz a análise dos raciocínios utilizados pelos funcionários do sistema como ponto de partida para a construção de uma teoria argumentativa jurídica.
 A noção central de sua teoria é o auditório e ele dá muita importância nisso e é reconhecido ao passo que ele escolhe ‘’retórica’’ ao invés de ‘’dialética’’ para designar sua teoria. Os elementos de sua teoria de argumentação não podem ser separados e assim classificam sua estrutura como um tecido com solidez, diferente de Descartes que vê um encadeamento das ideias.
Os pressupostos da argumentação
É necessário que haja uma adesão dos indivíduos –do auditório– na argumentação e para isso é necessário uma linguagem comum e uma participação ideal do interlocutor, que deve ser mantida por todo o processo argumentativo;
Na argumentação distingue-se três elementos: o discurso, o orador e o auditório. E esse ultimo por ter grande importância já citado anteriormente e sobressai a ideia de auditório universal que caracteriza-se por ter:
conceito limite, a argumentação diante do auditório universal é a norma da argumentação objetiva;
Ao se dirigir ao auditório universal há a caracterização de argumentação filosófica;
O conceito de auditório universal não é conceito empírico;
O auditório universal é ideal por ser formado por todos os seres dotados de razão, mas é construção do orador assim não é uma entidade objetiva.
Significa que não apenas oradores diferentes constroem auditórios diferentes mas como o mesmo orador pode construir vários auditórios diferentes.
Perelman fala sobre os três gêneros oratórios: 
Deliberativo (diante da assembleia)
Judicial (diante dos juízes)
Epidítico (diante dos espectadores que não têm que se pronunciar)
Concede maior importância a esse ultimo por que no fim da argumentação não é apenas conseguir a adesão do auditório mas acrescentar a ela.
Distinção entre persuadir e convencer: argumentação persuasiva é aquela que só vale para um auditório particular já a convincente pretende ser válida para todos os seres dotados de razão.
(Lembrar que Paulo fala que o convencer é sob meios que comprovem aquilo como o pincel de quadro, é racional e incontestável que o pincel é pincel e não o laser. Já a persuasão é sobre as coisas da Universal sobre o lápis que traz o boy de volta, você não se convence que aquilo é real mas é persuadido a acreditar)
A ação está ligada diretamente a argumentação, diferente da demonstração. A argumentação é uma ação ou processo que pretende obter um resultado que é conseguir o auditório só por meio da linguagem por outro lado sua proximidade com a prática faz com que a argumentação não seja bem objetiva, mas sim imparcial; ‘’Ser imparcial não é ser objetivo, é fazer parte do mesmo grupo com todos que vc julga sem ter tomado partido de nenhum deles.’’ Ser imparcial é estar de acordo com a regra de justiça e de universalidade (auditório universal –os critérios deveriam ser válidos para o maior número possível)
O ponto de partida da argumentação
A argumentação parte de três aspectos das premissas:
O acordo;
A escolha;
A apresentação de premissas;
Os objetos de acordo podem ser relativos ao real (fatos, verdades, presunção –obviedade), que seriam válidos para o auditório universal, ou ao preferível (valores, hierarquias e lugares) que só seriam válidos para auditórios particulares.
 Sobre o real:
O fatos se caracterizam por criarem uma adesão do AU que seria inútil reforçar, se diferenciam dos fatos por serem objetos de acordo precisos e limitados.
Já as verdades são sistemas mais complexos, união de fatos (teorias cientificas, concepções filosóficas, religiosas, etc).
E os fatos também se diferenciam das presunções que precisam ser justificadas diante do AU.
 
 Em relação ao objeto preferível:
Os valores não podem valer para o AU.
*O que caracteriza um auditório não são tanto os valores que ele admite quanto a maneira como os hierarquiza. Uma discussão não poderia ter lugar se os interlocutores pudessem por em dúvida, sem nenhum limite, os acordos da argumentação. Para uma discussão ocorrer, assim, é necessário pressupor uma infinidade de objetos de acordo.* 
As técnicas argumentativas
A interação e força dos argumentos
Como os elementos da argumentação estão em constante interação ocorre sob diversos pontos de vistas como:
A)Interação entre diversos argumentos;
B)Entres estes e o conjunto da situação argumentativa;
C) Entre estes e a sua conclusão;
D) Interação entre os argumentos contidos no discurso e os que têm esse como objeto.
Perelman distingue dessa forma a validade de um argumente de sua eficácia. Um argumento sólido é um argumento eficaz que promove a adesão de um auditório, já que um argumento válido é um argumento que deveria determinar a adesão.
3.A lógica jurídica como argumentação
 Perelman distingue entre uma retórica geral e uma retórica aplicada a campos específicos, como Direito. O estudo das técnicas e raciocínios dos juristas é a lógica jurídica, a qual não é a lógica formal aplicado ao Direito mas sim um ramo da retórica: a argumentação jurídica. O papel da lógica formal é fazer com que a conclusão seja reciproca com as premissas e da lógica jurídica é mostrar a aceitabilidade das premissas.	
	Aristóteles afirma que a estrutura do raciocínio dialético é a mesma do silogismo (duas premissas gerando uma terceira que é a conclusão) mas Perelman diz que a passagem das premissas para a conclusão no silogismo é necessária mas na argumentação pode não haver necessidade de uma conclusão visto que há a possibilidade de decidir de outra maneira ou nem decidir. Assim, a argumentação jurídica tem caráter de controvérsia mas consegue superar mediante a imposição de uma decisão baseada na autoridade.
	
Houve a construção de uma jurisprudência universal e a ela se opuseram:
Hobbes: o direito não é expressão da razão mas da vontade soberana;
Montesquieu: as leis são expressão da razão mas relativas ao meio social, uma época histórica, etc;
Rousseau: o direito é produto da vontade geral da nação.
	A partir do Código de Napoleão (depois da Rev. Francesa), surgiu três teorias relativas ao raciocínio judicial: 
 	
Exegese: o direito como um sistema dedutivo (vê o ordenamento e deduz a decisão por ali, nada de poder discricionário), para o juiz sua decisão tem de estar de acordo com o Direito.
Teleológica: o direito não é entendido como um método dedutivo, o juiz não deve somente interpretar um texto mas ser um meio para promover certos valores
Tópica: é a predominante. Depois da experiência nazista houve uma tendência de aumentar os poderes dos juízes, com uma critica ao positivismo jurídico e à sua pretensão de eliminar do Direito toda a referência à justiça. 
Uma avaliação critica da teoria de Perelman
Uma teoria da razão prática
A importância da obra de Perelman está no seu objetivo de reabilitar a razão prática (introduzir algum tipo de racionalidade, nas questões que concernem à moral) que venha assim significar algo como uma via intermediária entre a razão teórica e a irracionalidade.
Crítica conceitual (aos conceitosda obra)
Há uMa falta de clareza nos conceitos centrais da concepção dele de retórica. Ele mesmo defendeu que as noções confusas não são só inevitáveis mas também desempenham um papel muito importante na argumentação. Porém ele não se livra dessa obscuridade por que ela tem limite para que seu uso não se converta em abuso, assim a obra fica não coesa. Uma coisa é argumentar sobre questões praticas e outra é escrever uma obra teórica sobre argumentação.
Sobre a classificação dos argumentos
A classificação está longe de ser clara e útil. Ele insiste que sua classificação de argumentos era sem razão, não é claro o sentido e nem o critério de sua classificação.
 c)Sobre a força dos argumentos
A retórica de Perelman não fornece critérios eficientes para distinguir os argumentos fortes dos fracos. 
 
 
 d)O auditório universal
Em Perelman, existe um modo de distinguir os bons dos maus argumentos quando a noção é interpretada num sentido mais normativo do que empírico. Um bom argumento é o que valeria diante do auditório universal. O AU é papel principal mas há motivos para duvidar de sua solidez, por exemplo: * O conceito é ambíguo.
ALEXY, aceita o caráter ideal da noção mas diz que Perelman encontra-se nos dois sentidos diferentes do AU. Por um lado, o AU seria construção do orador (dai o caráter ideal) dependendo das ideias de indivíduos particulares e das diferentes culturas, nesse caso o papel normativo é seriamente limitado. Por outro lado, ele ve o rolé do imperativo categórico de kant moral etc.
 
Perelman apresent tese baseada na retórica aristotélica: ‘’a nova retórica’’
A nova retórica tem por objeto o estudo das técnicas discursivas que visam provocar o aumento da adesão às teses. Quatro observações foram acrescentada a definição:
A retórica procura persuadir por meio do discurso. Quando utiliza-se a experiência para obter adesão não se trata de retórica, ela utiliza a linguagem para ganhar adesão.
Não há relação nenhuma da lógica formal com a retórica. Em uma demonstração não cabe retórica.
A adesão a uma tese pode ter intensidade variável e isso acontece quando se trata não de verdade mas de valores.
	O auditório é a noção central na retórica e o discurso só é eficaz se o auditório que se quer persuadir tiver adaptado. O auditório em Aristoteles, era homogêneo diferente do de Perelman que é heterogêneo e por isso diferencia na intensidade de adesão em relação aos argumentos apresentados.
	
	O contato entre o orador, que deseja persuadir, e o auditório –que deseja escutar- necessita que a linguagem seja comum e assim não há dificuldade quando o auditório é homogêneo, mas quando é heterogêneo há uma dificuldade e é necessário ter cuidado com os argumentos apresentados para que não venham anular o que se queira comunicar.
É necessário conhecer o auditório para persuadi-lo, conhecer as teses que o auditório admite e a intensidade que são aceitas, uma vez que elas podem entrar em conflito e deve ser mantida a que tiver maior aceitação.

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