Buscar

como_cuidar_de_eguas_prenhes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Como cuidar de éguas prenhes? 
Marília Duarte
Com o encerramento da estação de monta, nesta época do ano, surge sempre a dúvida: como devemos 
cuidar das éguas que estão prenhes? Elas precisam de algum cuidado especial quanto a manejo e 
alimentação? São dúvidas comuns e é importante que elas sejam esclarecidas, pois falhas durante esta 
época tão importante do desenvolvimento do feto podem ser determinantes para a saúde futura do 
potro. 
 
As éguas logo após o diagnóstico da gestação deverão ser mantidas em lotes de éguas prenhes. O pasto 
destinado a estes animais deve ser amplo e com boa quantidade e qualidade de capim. Estas éguas 
devem ser inspecionadas diariamente para detecção de possíveis problemas como ferimentos, doenças, 
presença de carrapatos, sinais de aborto como pêlos "emplastados" na região da cauda e sinais de 
corrimento na região da vulva. 
Até os 60 dias de gestação as éguas deverão ser submetidas a um exame quinzenal de ultra-sonografia 
para a detecção de possíveis perdas embrionárias precoces, já que nesta fase é normal que 10 a 12% 
das éguas percam a gestação sem demonstrar nenhum sinal exterior perceptível. 
Atenção especial deve ser dada à forma de fornecimento da alimentação para este grupo de animais. A 
ração deve ser fornecida individualmente, de acordo com o peso e estado corporal de cada égua. Se o 
pasto onde a égua permanece não for de boa qualidade devemos fornecer feno de excelente qualidade à 
vontade. 
A permanência constante das éguas prenhes na cocheira não é indicada, pois elas precisam se exercitar 
de acordo com sua necessidade. Este exercício pode ser o simples "caminhar para comer", mas poderá 
prevenir inúmeras complicações durante a gestação como cólicas e inchaços nos membros posteriores e 
parte inferior do abdômen (comuns no final da gestação). 
Durante a gestação devemos procurar manusear o mínimo possível os animais, mantendo-os em pasto 
tranqüilo, longe de rodovias e/ou locais muito movimentados; devemos evitar também alterações 
bruscas de manejo e de alimentação. Durante os primeiros 60 dias de gestação não transportar as 
éguas por longas distâncias, pois é sabido que a permanência em caminhão por mais de 6 horas 
aumenta drasticamente a taxa de perda da gestação. 
Prevenção de doenças e vacinações 
Vermifugação, vacinação e controle de ectoparasitas (carrapatos e moscas) devem ser sistemáticos. 
O controle de ectoparasitas, principalmente do carrapato, é de extrema importância. 
A piroplasmose (ou babesiose) que é transmitida pelo carrapato, pode causar aborto, partos prematuros, 
nascimentos de natimortos (potro já nasce sem vida), nascimento de potros enfermos, que se não 
tratados corretamente, podem morrer já nas primeiras 24 horas de vida. 
O controle dos carrapatos deverá ser realizado utilizando-se produtos comerciais próprios para este fim. 
Deve-se primeiramente consultar o veterinário para confirmar se o produto utilizado não causará 
prejuízo à gestação. É também muito importante seguir corretamente as instruções de uso e diluições 
recomendadas pelo fabricante. 
Se diagnosticada a piroplasmose, a égua prenhe deverá ser tratada. Existem medicamentos específicos 
e protocolos de utilização destes que são bastante seguros. 
Outra doença causadora de prejuízos a gestação é a Leptospirose. Ela é transmitida pela urina de ratos, 
roedores silvestres e também pela urina de cavalos contaminados. A leptospirose pode causar perda da 
gestação na fase inicial ou abortos no período final. As medidas preventivas como controle dos roedores, 
armazenamento correto de ração, e não permitir que as éguas tenham acesso a locais alagadiços 
normalmente são bastante eficazes. O tratamento da doença é simples, barato e poderá ser feito em 
qualquer estágio da gestação. 
A vermifugação das reprodutoras deve seguir o mesmo esquema adotado no restante do haras (a cada 
60 ou 90 dias), certificando-se que o vermífugo utilizado não cause aborto. Além disto, a égua prenhe 
deverá ser vermifugada impreterivelmente 1 mês antes da data prevista do parto para o controle dos 
parasitas que atravessam a placenta e que poderão infectar o potro. Com esta medida iremos diminuir 
as diarréias nos potros, que às vezes são causadas por vermes logo nos primeiros dias de vida. Os 
vermífugos indicados para éguas prenhes costumam ser bastante seguros. 
As éguas devem ser vacinadas contra raiva antes de emprenharem. Durante a gestação é o seguinte o 
protocolo de vacinação: 
- Vacina contra aborto eqüino a vírus (EHV1) no 5º, 7º e 9º mês de gestação. 
- Vacina contra tétano: um mês antes do parto. 
- Outras vacinas: contra salmonelose, Rodococcus, garrotilho, etc. Devem ser administradas de acordo 
com a incidência destas doenças na propriedade. 
Nutrição 
Durante a prenhes, o aumento de peso das éguas deve corresponder de 8 a 12% de seu peso vivo, ou 
seja, se o peso normal da égua quando estava vazia era de 500 kg, durante a gestação ela deverá 
ganhar de 40 a 60 kg. 
Estes animais devem ser mantidos em bom estado corporal (nem muito magras nem gordas). Após o 
parto, as éguas obesas costumam produzir menos leite durante a lactação. Se for necessária a 
realização de um regime alimentar para que a égua perca peso, devemos empregá-lo somente no 
período compreendido entre os 2 e 8 meses de gestação. 
A égua prenhe até o 8º mês deve ser alimentada como as éguas vazias, pois suas necessidades 
nutricionais são similares. 
Atenção especial deve ser dada às éguas no terço final da gestação e durante a lactação. Se elas 
estiverem em bom estado nutricional, num pasto bem manejado em que o capim esteja no seu estágio 
inicial de maturidade e em quantidade suficiente, as éguas não precisarão de suplemento concentrado 
(ração), porém sal mineral contendo cálcio e fósforo deve ser fornecido a vontade devido a alta 
requisição destes minerais durante o ultimo trimestre de gestação e lactação. 
Se for utilizado pasto maduro ou feno, as éguas prenhes, a partir do 8º mês ou lactantes devem ser 
suplementadas em proteína e energia. Ração concentrada contendo 12% de proteína na proporção de 1 
Kg de ração p/ 100 Kg de peso vivo é o suficiente, sempre controlando o peso destes animais. Sal 
mineral deverá ser deixado a vontade durante toda a gestação e lactação. 
Vitaminas e suplementos alimentares não são necessários se a égua for saudável, porém, para animais 
com dificuldade de ganho de peso ou em convalescença seu uso pode ser indicado. 
Produção e Composição do Leite 
Nos primeiros dois meses de lactação a égua produz leite equivalente de 3 a 4% do seu peso (o que 
equivale à produção, para uma égua de 500 kg, de 20 litros de leite por dia), caindo lentamente para 
2% até o 5º mês de lactação. 
Experimentalmente, observou-se que não há diferença na quantidade de leite produzida quando as 
éguas são alimentadas com 70% ou 130% dos requerimentos em energia ou proteína. Porém, éguas 
extremamente gordas produzem 10% menos leite do que éguas em bom estado. 
Dietas com nutrientes abaixo dos níveis mínimos necessários apresentam muito pouco efeito na 
composição de gordura, proteína e sólidos totais do leite. 
Éguas alimentadas com grande quantidade de grãos na dieta ganham peso, mas seus potros não 
ganham mais peso ou crescem mais quando comparados com potros de éguas às quais não foi fornecida 
ração. 
 
Alguns estudos mostraram que grandes variações no consumo de cálcio e fósforo não afetaram os níveis 
destes minerais no leite. Em outros estudos, porém, os diferentes níveis de fósforo na dieta não tiveram 
efeito na quantidade de leite, mas o cálcio quando ingerido em baixas quantidades reduziu a produção 
de leite em 40%, enquanto o excesso não teve nenhum efeito.A ingestão de grandes quantidades de 
minerais como potássio, zinco, cobre, magnésio e ferro não afetou os níveis no leite, porém há 
correlação direta entre consumo e quantidade no leite para iodo e selênio. 
Em resumo, as variações no consumo da maioria dos nutrientes não têm efeito na quantidade ou 
qualidade do leite, portanto os programas de nutrição para éguas lactantes devem visar principalmente 
manter a condição corporal das éguas e não aumentar ou diminuir a quantidade de leite produzida. 
Marília Duarte, sócia-proprietária do Centro de Reprodução Genetic Jump, prêmio Top de Agronegócios 
em 2005, é veterinária formada pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu - SP. 
Especialista em reprodução eqüina e neonatologia com larga experiência no Brasil e Exterior. Caixa 
Postal 147 - Itapetininga - (SP); email: mmduarte@ebras.com.br e/ou 
geneticjump@geneticjump.com.br.

Outros materiais