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Veneno Tudo pode ser veneno, dependendo da dose que for utilizada É difícil separar os benefícios dos efeitos prejudiciais Não é comum termos fármacos eficazes e seguros ao mesmo tempo Não existem fármacos isentos de efeitos colaterais Conceitos: Fármaco: Substância química que modifica uma função biológica O fármaco não tem ação Ele vem para modificar uma ação já existente no corpo Droga: É um arcabouço natural que contém um determinado fármaco Ex: Planta Pode ser sinônimo de fármaco Remédio: É uma solução para determinado problema Não precisa ser necessariamente uma substância química Pode ser fisioterapia, radioterapia Placebo: Formulação semelhante ao medicamento, mas que não possui um princípio ativo Nutracêutico: Produto nutricional que alega apresentar valor terapêutico/preventivo A maioria não possui sua ação terapêutica comprovada Posologia: Estudo das dosagens dos medicamentos Deve incluir doses, quantidade a ser administrada, frequência, e duração do tratamento Dose: Quantidade do medicamento necessária para promover uma resposta terapêutica Dose eficaz: Dose necessária para produzir efeitos terapêuticos em 50% dos pacientes Dose letal: Dose que vai causar oito em 50% dos pacientes Índice terapêutico: 50% da dose letal/50% da dose eficaz Um fármaco que possui índice terapêutico muito alto é seguro É possível fazer até 20% de aproximação de fármacos que possuem alto índice terapêutico Para fármacos que não possuem alto índice terapêutico, não se aproxima, ou se aproxima para baixo A dose letal ideal deve ser muito alta Pois é difícil chegar nessa dose Meloxicam possui uma dose letal alta A maioria dos fármacos possuem um bom índice terapêutico Fármacos com baixo índice terapêutico: São normalmente fármacos que atuam no sistema cardiovascular que irão atuar na pressão arterial, antiarrítimicos Fármacos mais perigosos possuem baixo índice terapêutico Anestésicos possuem um baixo índice terapêutico Há também fármacos de requerimento individual Insulina Quimioterápicos possuem IT baixíssimo Idiossincrasia Temperamento peculiar do indivíduo É uma característica ou temperamento peculiar de um indivíduo ou de um grupo Iatrogenia Tratamento incorreto cometido pelo médico São consideradas causas de iatrogenia: Não diagnosticar corretamente um animal Não oferecer ao paciente os exames disponíveis Receita feita com letra ilegível Induzir o paciente a fazer um tratamento mais caro que o necessário Medicamentos: Podem ser: Oficiais Referência Amplamente estudado Similar Genérico Mais barato que o referência e o similar Teoricamente possui uma eficácia idêntica Magistrais Preparados por farmácias de manipulação Objetivo de juntar dois princípios ativos que não possui uma apresentação própria Formulação Fórmula É a preparação medicamentosa Formulação O que vai constituir o medicamento como um todo Vai ter: Princípio ativo: Base (que é o fármaco) Adjuvante: Substâncias Conservantes Estabilizantes Diluentes Devem ser inócuos (não provoquem nenhum efeito adverso) Corretivos: Edulcorantes (corrige sabor) Flavorizante (corrige sabor e odor) Preparação (forma medicamentosa) Sólidos orais Comprimido/pastilhas (palatável) Cápsula simples (gelatina)/revestida (liberação entérica) Drágea Pérola (completamente fechada) Líquidos Pasta oral Suspensão Parte sólida com parte líquida que deve ser agitada Xarope Deve conter 45% de sacarose Elixir Deve conter parte alcoólica Emulsão Duas partes líquidas que não se misturam Qsp Quantidade suficiente para o fármaco Dose Fatores que influenciam na farmacocinética dos fármacos Disfunção Renal Hepática Cardíaca Infiltração tumoral/metastática Síndromes paraneoplásicas Nefropatia hipercalcêmica Alguns fármacos precisam ser calculados com a superfície corporal do animal Isso está relacionado com a troca de calor que esse animal está fazendo com o meio ambiente e isso influencia muito no metabolismo e na farmacocinética do fármaco O cálculo que vai ser levado em consideração a superfície corporal é utilizado para fármacos com baixo índice terapêutico Precisam de dose mais especifica para evitar efeitos colaterais Quimioterápicos por exemplo Solução de 1%: Sempre vai ser considerada 10mg/mL É só multiplicar o % por 10 Gotas: 1 mL ---- 20 gotas ou 60 microgotas Microgota possui 1/3 da gota Via de administração dos fármacos A solução inicia a farmacocinética mais rápida que um comprimido em cápsula Pois já vai estar pronto para ser absorvida A forma de administração do fármaco vai influenciar na distribuição do fármaco pelo organismo Vias enterais: Oral Retal Sublingual Não sofre efeito de primeira passagem Via inalatória: Absorvida pelos capilares do pulmão nos alvéolos pulmonares Via subcutânea: Tecido adiposo que irá absorver Normalmente a absorção é lenta Via intramuscular: Vascularização maior chegando até a corrente sanguínea Via intravenosa ou intraarterial: Pula a etapa de absorção pois já aplica o fármaco diretamente na corrente sanguínea Já está pronto para ser distribuído Via intraóssea: Aplica-se o fármaco dentro do canal medular é como se aplica dentro de um vaso sanguíneo Escapa da etapa de absorção Via transdérmica: Passa direto para o vaso sanguíneo Via muito lenta Efeito de primeira passagem: Ocorre em fármacos administrado por via oral (totalidade), que irão chegar pelas vias entéricas e confluem para veia porta, atingindo o fígado antes de chegar na circulação sistêmica Caso o fármaco seja hepatotóxico, ele vai chegar bem mais concentrado no fígado Pela a via retal, o fármaco é absorvido e chega nas vias hemorroidais, que 2/3 confluem para em direção para a veia porta, enquanto o outro 1/3 vai direto para a circulação sistêmica Quando o fármaco passa pelo o fígado, pode ou não sofrer o processo de metabolização Tipos de metabolismo hepático: Intenso: Fármaco é completamente metabolizado Pode inviabilizar a via oral para alguns fármacos, pois ele será inativado antes de chegar à circulação sistêmica Moderada: Parte do fármaco vai sofrer metabolismo e ser inativado AAS Se der Aas pela a via sublingual e escapar do fígado ele terá muito mais efeito tanto terapêutico tanto quanto colateral Ausente: Passa pelo fígado e não é metabolizado Pois as enzimas que fazem o metabolismo desse fármaco não estão no fígado, então passam direto Quando o fármaco passa pelo metabolismo hepático ele pode ser: Inativado: Ativado Superativado Vias internas (enterais) Envolvem a passagem pelo TGI São: Oral Via mais prática e mais utilizada hoje em dia Via simples Segura Absorção lenta O fármaco demora a fazer o efeito Caso o animal seja alérgico a esse fármaco, a reação vai ser muito lenta Não indo direto para um choque anafilático A droga pode ser removida induzindo o vômito (menos de 2h) ou fazendo com que a absorção seja bloqueada Econômica Não precisa de seringa A absorção pela a via oral sofre a influência por um monte de fatores, tornando-a errática Desvantagens: É influenciada principalmente pelo: pH do meio pKa do meio Plenitude gástrica: Caso o paciente tenha comido muito antes de tomar o fármaco, vai atrapalhar a absorção Alguns animais vão ter o transito intestinal mais lento, o que acaba afetando na absorção Bulldogs Motilidade intestinal Caso o intestino esteja com a motilidade muito aumentada, o fármaco vai permanecer por menos tempo ali, tendo menos tempo de contado do princípio ativo com a mucosa para ser absorvido Secreções gástricas e intestinais podem inativar alguns fármacos HCl pode inativar ou comprometer a absorção de algumas substâncias Enzimas digestivas produzidas pelo pâncreas e pelo fígado também podem comprometer a absorção Flora bacteriana (principalmente no rúmen) Efeito de primeira passagem Necessidade de cooperação do pacienteRisco de lesão da mucosa Absorção: Tempo de desintegração Velocidade de dissolução Esvaziamento gástrico Vai variar de indivíduo para indivíduo, pois varia de acordo com idade e raça (bulldogs) Área de superfície absortiva Quando chega ao intestino delgado pH Tempo de trânsito intestinal Influenciam Transporte através das mucosas Nunca dar ferro pela via oral para gatos, pois eles não absorvem Deve ser feito por via injetável Estenose esofágica: Provocado por iatrogenia Acontece por estar lesionando a mucosa do esôfago, deixando- a bem irritada causando uma esofagite Esofagite é provocada pelo conteúdo parado do fármaco no estomago, causando refluxo por conta do pH do fármaco no estômago Por isso o ideal é dar 6 mL de água após dar comprimido O animal não vai querer comer pois dói muito, mas com o tempo vai se acostumar com a dor e vai acabar comendo mesmo assim, lesionando mais ainda a mucosa, levando a uma estenose esofágica Trata-se a esofagite com o uso de anti-inflamatórios, mas a estenose esofágica deverá ser feita com técnica com uso de balão para abrir espaço Retal 2/3 vai seguir para veia porta pelos vasos hemorroidais 1/3 vai para a circulação sistêmica Sublingual Passa direto para os vasos sanguíneos pela a mucosa oral caindo direto na veia cava Por isso não sofre metabolização hepática Vantagens: Rápida absorção Não possui influência do suco gástrico e pancreático Pois não tem contato Não possui efeito de primeira passagem Se feito corretamente Desvantagens: Deve ter muita colaboração do paciente Serve apenas para substâncias: Solúveis Que não são irritantes Possuem sabor agradáveis Apenas para substâncias lipossolúveis e apolares Possui pequena superfície de absorção Absorção: Pouca quantidade é absorvida no estômago Grande quantidade é absorvida no intestino Pois no intestino possui vilosidades Quando passa pelo intestino, os vasos irão confluir para a veia porta para acontecer o efeito de primeira passagem Podendo sofrer metabolismo intenso, moderado ou ausente Caso o metabolismo ocorra, o fármaco pode ser: Inativado Ativado Super ativo Caso eu tenha um fármaco hepatotóxico e eu tenha que escolher entre a via oral e a retal, é melhor escolher a retal pois 2/3 vão para o fígado e 1/3 vai direto para a circulação, não sofrendo biotransformação, sobrecarregando o fígado A membrana de absorção da via oral é a mucosa do TGI Vias externas (paraenterais) Via subcutânea: o fármaco é absorvido pelo endotélio dos capilares vasculares e linfáticos. Vantagens: Absorção adequada e prolongada Desvantagens: Dor e necrose quando os fármacos são irritantes e vesicantes Que causa necrose quando aplicada fora do leito vascular Substâncias irritantes: Terramicina, lufenuron, ivermectina, suspensões, vacinas, atropina, adrenalina, ceftiofur, enrofloxacina, imidocar, sulfas, glicose e quimioterápicos. Via intramuscular: O fármaco é absorvido pelo endotélio dos capilares vasculares e linfáticos Vantagens: Rápida e prolongada absorção Desvantagens: Dor Lesões musculares e neurológicas (se acertar um nervo) Processos inflamatórios. Aplicação: Em grandes animais pode ser aplicado no longíssimo lombar, quadríceps femoral, músculo supra-espinhoso e trapézio em no máximo 6 mL por ponto. Em pequenos animais pode-se aplicar entre o quadríceps e o gastrocnêmio, atentando-se ao nervo isquiático, supra-espinhoso e longíssimo lombar. Nas aves pode-se aplicar no quadríceps femoral ou músculo peitoral Sarcomas de aplicação/“vacinais”: Injeções IM e SC predispõe a formação de granulomas que podem evoluir, raramente, para sarcomas, pelo excesso de histiócitos e dificuldade na chegada de células inflamatórias pela microcirculação reduzida. É mais observado em gatos. Via intravenosa: Como é diretamente aplicada na circulação, não precisa ser absorvida por membranas. Vantagens: Dispensa de absorção Permissão de administração de grandes volumes e de substâncias irritantes/vesicantes quando em infusão lenta Desvantagens: Irritação do leito vascular Risco de infecções Embolia Anafilaxia É imprópria para solventes oleosos e substâncias insolúveis Aplicação: Em pequenos animais pode ser realizada na veia cefálica, safena lateral ou medial e jugular Em grandes animais principalmente na jugular Via intraóssea: Realizada só em casos que não é possível administração IV Também não possui membrana de absorção Tem comunicação direta com a circulação Vantagens: Dispensa absorção Permite administração de grandes volumes e substâncias irritantes/vesicantes quando em infusão lenta Desvantagens: Dolorosa Possibilidade de lesão articular Irritação da medula óssea Risco de infecções Embolia Anafilaxia É imprópria para solventes oleosos e substâncias insolúveis É indicada para filhotes hipotensos e aves silvestres, evitando ossos pneumáticos Via intraperitoneal: Membrana de absorção é o peritônio Vantagens: Absorção rápida Desvantagens: Irritação peritoneal Dor abdominal Via inalatória: Absorção realizada pelos alvéolos pulmonares Vantagens: Absorção rápida Desvantagens: Variação no grau de inalação Via intratecal: A membrana de absorção é a pia-máter Vantagens: Tratamento de infecções do SNC e dores neuropáticas/neurogênicas Desvantagens: Ser extremamente dolorosa Via peridural/epidural: anestésicos e analgésicos. Farmacocinética Absorção: É translocação de uma substância externa, sem a ocorrência de lesão traumática, chegando ao sangue, por membranas biológicas Epitélio gastrointestinal endotélio vascular membranas plasmáticas São absorvidas pela membrana: Moléculas de baixo peso molecular Com transportadores Lipossolúveis Não ionizadas Ionizadas Ca2+, Na+ , K+ e Cl- Fatores que influenciam na absorção: Via de administração Tipo de transporte Tipo de membrana Tipo de fármaco Grau de ionização pH do meio e pKa do fármaco Tipos de transporte (Todos podem saturar) Transporte passivo: Sem gasto de energia O transporte é proporcional ao gradiente de concentração à difusibilidade do fármaco e à superfície de contato Difusão simples: Seletividade de alguns tecidos Difusão facilitada: mediada por carreador Transporte ativo: Com gasto de energia Contra o gradiente Satura quando a concentração é muito alta Todos transportadores estão ocupados ou acaba a energia Pinocitose/fagocitose (transporte em massa) Tipos de membrana: Mucosa gastrointestinal Barreiras da pele Córnea Bexiga Células muito unidas com ausência de espaços intercelulares Barreiras capilares: Capilares com máculas/uniões frouxas no músculo e fígado Permitem maior passagem de substâncias Capilares fenestrados Presença de poros que permitem a passagem de acordo com o peso molecular Nos rins Pequenos, não passa proteína e gordura Glândulas Grandes, passa proteínas e gordura Capilares com bloqueio completo como a barreira hematoencefálica hematotesticular e hematoocular Apenas substâncias muito lipossolúveis, de baixíssimo peso molecular, por transporte ativo ou pinocitose/fagocitose) Grau de ionização Fármaco ácido: Tende a doar H+ e se tornar ionizado Se estiver em um meio ácido, já saturado de H+ sua tendência será permanecer no estado não ionizado Será mais bem absorvido pH < pKa: predomínio da forma não ionizada pH > pKa: predomínio da forma ionizada Meio ácido HX H + + X- Meio básico Fármaco básico: Tende a captar H+ e se tornar ionizado Se estiver em um meio básico, com pouca saturação de H+ , continuará em sua forma não ionizada e será mais bem absorvido pH > pKa: predomínio da forma não ionzada pH < pKa: predomínio da forma ionizada Meio básico H+ + NH2 NH3- Meio ácido Aminas primárias, secundárias e terciárias realizam ligações reversíveis a prótons, mas as quaternárias não, e são mal absorvidas por estarem sempre ionizadas. A propantelina e o betanecol são utilizados por seremmal absorvidos e agirem localmente Biodisponibilidade: Quantidade de medicamento que atinge a circulação sanguínea de forma inalterada O fator de biodisponibilidade (0-1) depende de: Lipossolubilidade Polaridade Grau de ionização do fármaco, via de administração, membranas de absorção, tipo de transporte e efeito de primeira passagem Distribuição Fatores que influenciam na distribuição: Absorção Via de administração Tipo de membrana Tipo de transporte Tipo de fármaco Grau de ionização Afinidade por tecidos específicos Sequestro Afinidade por proteínas plasmáticas Teor de proteínas plasmáticas no paciente Ligação a proteínas plasmáticas: Reversível Ácidos fracos se ligam a albumina e bases fracas se ligam a beta-globulinas É o reservatório circulante do fármaco Na hipoproteinemia, causada por doença renal crônica, hemorragias, verminoses, hepatopatias, desnutrição ou má absorção de AAS no intestino, o fármaco fica muito livre e aumenta a chance toxicidade Quando fármacos interagem com a mesma proteína, um fica muito retido e outro muito livre Sequestro: Ocorre por características intrínsecas dos fármacos Iodo radioativo: sequestrado pela tireoide. É utilizado no tratamento do hiperparatireoidismo por ser toxico a glândula. Tetraciclinas: sequestrado por dentes e ossos, causando más-formações Anestésicos voláteis: sequestrados pela gordura
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