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Hipersensibilidade imediata e tardia atualizada

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Hipersensibilidade imediata e 
tardia
Professora: Tania Ferraz de Sousa Mariano
Curso: Enfermagem e Farmácia
Disciplina: Imunologia 
Introdução 
• Vários pesquisadores tentaram correlacionar as alergias com o
sistema imunológico;
• Somente na década de 1970, os pesquisadores Gell e Coombs,
classificaram as reações alérgicas em 4 tipos e deu-se o nome
genérico de hipersensibilidade a todas as reações em que ocorre
resposta imune exacerbada diante de substancias inócuas, presentes
no meio ambiente ou células próprias.
Classificação das hipersensibilidades
Foram assim classificadas:
• Hipersensibilidade imediata ou tipo I;
• Hipersensibilidade citotóxica ou tipo II;
• Hipersensibilidade do complexo imune ou tipo III;
• Hipersensibilidade tardia ou tipo IV.
Reações gerais das reações de 
hipersensibilidade
• A resposta de hipersensibilidade consiste numa resposta imune
exacerbada contra uma substância;
• O contato com esta substância não confere proteção, mas um
aumento da inflamação;
• Para se tornar imune a um patógeno, os sistema imune precisa passar
por um primeiro contato, que leva de 2-3 semanas (resposta
primária)
Reações gerais das reações de 
hipersensibilidade
• Nesse primeiro contato células T e B de memorias são formados,
assim em um segundo contato, a resposta será mais rápida, dentro de
2 a 3 dias (resposta secundária);
• Na hipersensibilidade, ocorre de maneira similar, o individuo precisa
entrar em contato com o alérgeno, em um processo chamado de
sensibilização (1-2 semanas).
Reações gerais das reações de 
hipersensibilidade do tipo I
• A partir da sensibilização, contatos posteriores levam a uma resposta
patológica crescente;
• Sinais e sintomas que variam de acordo com o alérgeno e os
mecanismos desencadeados;
• Na hipersensibilidade imediata, os sintomas surgem 2 a 20 minutos
após o segundo contato;
Reações gerais das reações de 
Hipersensibilidade do tipo I
• Em outras hipersensibilidades, a reação começa a surgir após 24
horas, com expressão máxima entre 48-72 horas;
• Além do tempo de expressão, o que distingue as hipersensibilidades
são os mecanismos imunológicos envolvidos;
• Na hipersensibilidade imediata presente na asma, rinite, choque
anafilático, a imunoglobulina envolvidos é a IgE, com reposta
inflamatória mediada por mastócitos, basófilos e eosinófilos.
Reações gerais das reações de 
hipersensibilidade
• Na hipersensibilidade citotóxica, que ocorre nas reações a
medicamentos, transfusão, entre outras, células são eliminadas por
mecanismos de lise, mediados pela IgM e IgG;
• A hipersensibilidade do complexo imune ocorre nos casos em que
complexos Ag-Ac pequenos não são eliminados, comuns em infecções
persistentes e doenças autoimunes, mediados pela IgG ou IgA.
Reações gerais das reações de 
Hipersensibilidade
• A hipersensibilidade tardia é a única mediada diretamente por
linfócitos T e macrófagos;
• Ocorre nos casos de dermatite de contato e em infecções causadas
por microrganismos de vida intracelular, como as micobactérias
causadoras da tuberculose e da hanseníase.
Mecanismo da hipersensibilidade imediata
• Antígenos como grão de pólen, esporos de fungos, substâncias
químicas, certos alimentos, entre outros, induz a uma resposta do
tipo Th2;
• A principal característica desta resposta é a indução da produção de
anticorpos da classe IgE que se associam a mastócitos/basófilos e
eosinófilos, ativando-os e induzindo uma resposta inflamatória.
Mecanismo da hipersensibilidade imediata
• A maioria dos alérgenos indutores de IgE são proteínas ou
glicoproteínas de origem animal ou vegetal;
• Quando estes alérgenos são fagocitados, processados e apresentados
aos linfócitos através do MHC II na membrana celular, mediadores do
tipo interleucinas ativam linfócitos B e os induzem a produzir IgE e
maturação de basófilos.
Mecanismo da hipersensibilidade imediata
• As IgEs produzidas neste primeiro contato com o alérgeno, se
associam a membrana dos mastócitos e basófilos através de
receptores;
• A partir de um segundo contato, os alérgenos se ligam as porções Fab
das IgEs ligadas aos basófilos e mastócitos, causando uma agregação
das imunoglobulinas e alterações intracelulares, como a liberação de
histamina.
Mecanismo da hipersensibilidade imediata
• A ativação dos mastócitos e basófilos leva ativação da das vias da
fosfolipase responsáveis pela desgranulação de dos
mastócitos/basófilos e pela síntese dos mediadores da resposta
inflamatória;
• Os eosinófilos secretam moléculas toxicas responsáveis pelas lesões
teciduais.
Mecanismo da hipersensibilidade imediata
• A histamina é uma amina vasoativa responsável pelo aumento da
permeabilidade vascular e vasodilatação;
• A histamina é liberada em poucos minutos após a ativação das
células;
• É responsável, no caso da rinite alérgica, pela hipersecreção, bloqueio
e coceira nasal;
Mecanismo da hipersensibilidade imediata
• Nas reações cutâneas, induz a reação de edema, eritema e prurido 
após o contato com alérgeno.
• No sistema gastrintestinal seus efeitos são a hipersecreção gástrica, 
cãibra e a diarreia;
Fatores predisponentes 
• Fatores genéticos: alguns tipos de hipersensibilidade tem correlação
com a herança genética;
• Características dos alérgenos: geralmente, quase todos os alérgenos
são partículas muito pequenas e solúveis, que se difundem
rapidamente pelas mucosas;
• Poluentes ambientais: varias doenças alérgicas são associadas com os
poluentes do ar;
Fatores predisponentes 
• Fatores psicossociais: as mudanças de hábitos de vida tem
contribuído para o aumento na incidência de alergias;
• O fumo, aumento do estresse psicológico, sedentarismo e criação de
animais domésticos podem levar a alterações nas células.
Patologias associadas a hipersensibilidade 
imediata 
• Para que uma determinada patologia seja considerada decorrente de
hipersensibilidade imediata, deve-se detectar a presença da IgE no
soro do paciente;
• Manifestações clinicas como: asma, eczema, rinite alérgica sazonal,
urticária e alergia alimentar.
Reações de anafilaxia 
• A anafilaxia é uma reação de
hipersensibilidade imediata sistêmica,
caracterizada por vasodilatação e exudação
plasmática nos vasos sanguíneos do corpo;
• A porta de entrada do alérgeno pode ser por
via endovenosa, picadas de insetos,
absorção pela mucosa intestinal e pele;
• A diminuição do tônus vascular levam a
redução da pressão sanguínea.
Reações de anafilaxia 
• Os efeitos cardiovasculares podem ser exacerbados pela constrição
das vias áreas superiores;
• Os benefícios dos anti-histamínicos no tratamento sugere a
participação da histamina;
• A adrenalina utilizada terapeuticamente reverte os efeitos
vasodilatadores e broncoconstritores dos vários mediadores dos
mastócitos.
Alergia alimentar 
• A maioria das pessoas não apresentam resposta imune a antígenos
alimentares;
• Cerca de 5% da população sofre de raçoes adversas aos alimentos,
das quais 40% apresentam alterações na resposta imune;
• São mais comuns em crianças, e podem persistir por um período
variável.
Alergia alimentar 
• Os alérgenos mais comumente
associados a alergia alimentar são os
presentes no leite, ovos, peixes e
crustáceos;
• Alguns casos não são considerados
como alergias, mas sim intolerância
alimentar, como é o caso morango,
vinho tinto, queijos velhos e glúten.
Terapia 
• Após a confirmação de alergia a algum
tipo de alimento, a terapia é feita
começando pela retirada deste alimento
do cardápio;
• Uma das formas de prevenção das
alergias a alimentos é a amamentação
exclusiva até os seis meses, o que
propicia a passagem de anticorpos da
mãe para a criança.
Asma 
• A asma infanto-juvenil écaracterizada pelo aumento
da produção de IgE contra alérgenos ambientais;
• Os alérgenos mais comuns são as fezes dos ácaros,
pelos de animais, e pólen das gramíneas;
• Os sintomas estão relacionados com o aumento da
reatividade brônquica, caracterizado por
broncoconstrição, inflamação crônica dos brônquios
e produção de muco com obstrução das vias aéreas.
Rinite alérgica 
• É a mais frequente patologia associada com
a produção de IgE;
• Pode ocorrer durante todo o ano ou ser
sazonal;
• Os principais sintomas são espirros,
congestão nasal, secreção e prurido nasal;
• Os anti-histamínicos são os mais indicados
nos casos de rinite.
Dermatite/eczema atópico
• Condição patológica em que os sintomas se caracterizam pela
presença de prurido, placas vermelhas secas, com vesículas
ocasionais;
• Podem ser desencadeados pelas ingestão de ovos de galinha,
produtos derivados de leite e alérgenos oriundos de pó domestico.
• Além de fatores hormonais, emocionais, climáticos, poluição e estilo
de vida.
• Os medicamentos de maior efeito são os corticosteroides de uso
tópico.
Urticária 
• A urticaria é desencadeada pela
hipersensibilidade imediata sobretudo
em crianças, em decorrência da
ingestão de alimentos, picadas de
insetos e reações a medicamentos;
• Manifesta-se pelo surgimento de
pápulas pruriginosas e é causada pela
vasodilatação localizada e edema na
derme superficial.
Testes de avaliação da hipersensibilidade
• A avaliação da resposta de
hipersensibilidade imediata contra
alérgenos pode ser realizada por meio de
teste cutâneos;
• A quantificação de IgE total ou alérgeno-
especifica é realizada por meio de teste in
vitro, utilizando o soro do paciente.
Testes cutâneos 
• Há dois tipos de teste cutâneos: o de punctura e o intradérmico.
• No teste de punctura, o extrato alergênico glicerinado é colocado na
camada superficial da pele levemente lesionada com uma lanceta ou
agulha;
• A concentração do extrato utilizada é de 1 mil a 10 mil vezes mais
concentrada que a utilizada para o teste intradérmico. Apenas 5 µl
são introduzidos.
Teste intradérmico 
• No teste intradérmico, cerca
de 20 µl do extrato alergênico
são inoculados;
• Baixa concentração é usada
para evitar reações intensas e
prováveis choques
anafiláticos.
Teste in vitro
• Os teste in vitro quantificam no soro do 
paciente a IgE total (PRIST) ou 
• as IgEs específicas (RAST), para vários 
alérgenos.
Continua na próxima aula....
Hipersensibilidade citotóxica 
• A hipersensibilidade citotóxica caracteriza-se pela produção de
anticorpos das classes IgM ou IgG;
• Contra células próprias alteradas por medicamentos, infecções e
irradiações ou células provenientes de outros indivíduos como no
casos de transplantes e transfusões;
Hipersensibilidade citotóxica 
• A destruição destas células ocorre quando os anticorpos se associam
e causam a ativação do sistema complemento pela via clássica e pelos
mecanismos de opsonização e ADCC;
• Ocorre este tipo de reação em transfusões, na doença hemolítica do
recém-nascido, nas anemias hemolíticas auto imune, na purpura
trombocitopênica e na rejeição dos transplantes.
Reações de transfusão 
• As reações de transfusão ocorrem quando anticorpos da classe IgM
anti-A e/ou anti-B reconhecem hemácias estranhas;
• Ativam o sistema complemento causando hemólise na corrente
sanguínea.
Doença hemolítica do recém nascido 
• Ocorre em casos nos quais a mulher Rh- tem filhos Rh+, e durante a
gravidez ou no momento do parto ocorre hemorragia e as células
entram em contato com as células da mãe;
• Nessa gravidez, a mulher se torna sensibilizada ao antígeno Rh e
produz inicialmente IgM e baixa concentrações de IgG.
Doença hemolítica do recém nascido 
• Em uma segunda gravidez Rh+, anticorpos IgG anti-Rh podem
atravessar a placenta e se associar a hemácias da criança, levando a
lise pela ativação do complemento;
• Dependendo do grau de sensibilização da mãe, a criança pode morrer
ou nascer com anemia e possíveis anomalias na visão, audição e
distúrbios mentais.
Anemias hemolíticas auto-imunes
• Podem ser causadas pela presença de anticorpos IgM que
reconhecem o antígeno I/i nas hemácias e são reativos a
temperaturas abaixo de 37°C (anticorpo frio);
• Ou por anticorpos IgG que reconhecem antígenos Rh e são reativos a
temperatura de 37°C (anticorpos quentes);
• Ou pela associação de medicamentos a membrana das hemácias
formando um neoantígeno.
Hipersensibilidade do complexo imune 
• Ocorre quando complexos antígeno-anticorpo circulantes não são
eliminados e se depositam em diferentes tecidos;
• A deposição leva a ativação do sistema complemento e a indução de
resposta inflamatória no local;
• A ativação do complemento leva a produção de anafilatoxinas que
induzem a exocitose dos grânulos de histamina de mastócitos e
basófilos.
Hipersensibilidade do complexo imune 
• A histamina liberada aumenta a permeabilidade vascular e
espaçamento entre as células do endotélio causando a deposição de
complexos Ag-Ac na membrana basal;
• Permite também a entrada dos neutrófilos e a liberação das enzimas
lisossômicas nos tecidos causam lesão tecidual.
Hipersensibilidade do complexo imune 
• Vários fatores influenciam na deposição destes complexos nos
tecidos;
• O tamanho do complexo, a avidez da interação entre o antígeno e o
anticorpo, a carga elétrica, a valência, o isótipo e as anomalias na
composição dos carboidratos das imunoglobulinas entre outras;
Doença do soro
• É uma patologia observada em pacientes diftéricos tratados com
antitoxina diftérica produzida em cavalos, e é uma patologia mediada
por mecanismos de hipersensibilidade;
• A produção de anticorpos contra as proteínas séricas do cavalo
promove a formação de complexos imunes, que depositados nos
tecidos causam inflamações.
Hepatite viral 
• A produção continua de anticorpos durante a infecção crônica por
vírus da hepatite B ou C leva a formação de complexos imunes que se
depositam nos rins, nos plexos coroides e nas arteríolas;
Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
• O desequilíbrio na regulação da resposta imune nos pacientes com
LES leva a produção de diferentes anticorpos auto-reativos;
• Esses complexos imunes não são removidos da circulação e são
depositados nos glomérulos renais, nas articulações, na pele e nos
vasos sanguíneos, provocando inflamação.
Hipersensibilidade tardia 
• É a única das hipersensibilidades em que ocorre ativação exclusiva
dos linfócitos Th1 em um primeiro contato com alérgenos;
• A partir dos contatos posteriores linfócitos Th1 de memoria são
ativados desencadeando mecanismos nos quais a principal células
envolvida são os macrófagos;
• Ocorre após 48-72 horas a reação inflamatória.
Hipersensibilidade tardia 
• Esse tipo de hipersensibilidade manifesta-se de quatro formas
diferentes:
• Reação de Jones-mote;
• Hipersensibilidade de contato;
• Tuberculina;
• E granulomatosa.
Reação de Jones-Mote
• É observada em animais após administração de albumina de ovo e
caracteriza-se pela migração de basófilos;
• Não se conhece ainda a patologia correlata na espécie humana.
Hipersensibilidade de contato
• Ocorre após o contato da epiderme com moléculas provenientes de
metais, borracha, couro, plantas e outras procedências;
• A fase de sensibilização consiste na associação do alérgeno,
geralmente um hapteno, às proteínas da epiderme;
• No caso de dermatite causada por protetores solares, como as
moléculas só se tornam sensibilizadas após o contato com a luz
ultravioleta, é denominada de dermatite fotoalérgica de contato.
Hipersensibilidade de contato
• As células de Langerhans ativadas pelo alérgeno, migram para os
linfonodose apresentam ao linfócito T peptídeos alergênicos
associados as moléculas de MHC II;
• Linfócitos T são ativados e se proliferam originando linfócitos T
efetores e linfócitos T de memória;
Hipersensibilidade de contato
• Quando ocorre um segundo contato com o mesmo alérgeno, nas
primeiras 4 horas observa-se um aumento de neutrófilos;
• Entre 12-24 horas após o contato, as células endoteliais e os
macrófagos apresentam peptídeos oriundos do alérgeno para os
linfócitos T de memoria;
• A interação entre os linfócitos T e o endotélio induz a produção de
prostaciclina, TNF-α e NO.
Tipo tuberculina 
• Desenvolve-se em indivíduos que tiveram tuberculose ou foram
vacinados e apresentam linfócitos Th1 de memória específicos para
antígenos do Mycobacterium tuberculosis;
• A administração intradérmica de antígenos de origem bacilar leva a
migração dos linfócitos T de memoria para o local onde ativam
macrófagos, originando uma reação nodular e pruriginosa.
Tipo granulomatosa
• A persistência do antígeno e a ativação crônica dos macrófagos levam
a formação de granulomas;
• O granuloma é uma estratégia natural de isolomaneto do antígeno;
• Ocorre em doenças infecciosas crônicas como a, tuberculose,
hanseníase e a esquistossomose, e em doenças autoimunes como a
doença de Crohn.
Dúvidas ????

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