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ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE PORTADOR DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA 
CRÔNICA, ASSOCIADA A CÂNCER DE ESÔFAGO, ATENDIDO EM UM HOSPITAL MUNICIPAL DE 
GUARAPUAVA – PR: UM ESTUDO DE CASO
INTRODUÇÃO
O câncer de esôfago é uma neoplasia relativamente incomum
extremamente letal. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
caracteriza-se pela obstrução crônica não totalmente reversível do fluxo
aéreo, progressiva e associada a uma resposta inflamatória dos pulmões à
inalação de partículas ou gases tóxicos. Assim como a DPOC, o câncer de
esôfago tem íntima correlação com o tabagismo, incluindo também o
alcoolismo como fator epidemiológico. Sendo assim, o objetivo do
presente estudo foi analisar o efeito de um programa fisioterapêutico no
ambiente hospitalar, aplicado em paciente portador de DPOC associado a
câncer de esôfago.
MATERIAIS E MÉTODOS
Paciente D.C., gênero masculino, 52 anos, cor branca, agricultor, tabagista
durante 40 anos e etilista durante 15. Diagnosticado com DPOC há um
ano, associada a câncer de esôfago com lesão infiltrativa, estando em
tratamento quimioterápico. Foi encaminhado ao Hospital de Caridade São
Vicente de Paulo, em Guarapuava – PR, devido a dispneia acentuada a
médios esforços. Na segunda semana de internamento foi submetido a um
tratamento fisioterapêutico, durante o Estágio Supervisionado do 5º ano,
do curso de Fisioterapia da UNICENTRO, no período compreendido entre
7 e 16 de março de 2018, totalizando 8 atendimentos. Na avaliação
encontrava-se dispneico, hipersecretivo, com alta perda de peso e massa
muscular, e consequente fraqueza global, apresentando edema 4+ (Sinal
de Godet) em MIE. O tratamento teve como intuito diminuir dispneia e
hipersecreção, melhorar capacidade de exercício, função muscular
respiratória e periférica, diminuir edema e consequentemente melhorar
qualidade de vida. As técnicas foram baseadas em fisioterapia respiratória
e motora (Langer, D., et al) (tabela 1), incluindo drenagem linfática
manual, baseada no método de Leduc (Coutinho & Silva, 2017). O
paciente foi avaliado no início e término de cada atendimento.
Bruna do Carmo Molinari¹; Ariele Pedroso¹; Gabriela Garcia Krinski Campos²; Hilana Hickli Fiuza Martins²
Palavras-chave: DPOC, Câncer de esôfago, Fisioterapia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O paciente progrediu em todos os aspectos avaliados ao término do
tratamento. Após a aplicação de manobras de higiene brônquica e
desinsuflação pulmonar, obteve expectoração da secreção e
consequente melhora do padrão respiratório, o que vai de acordo com o
estudo Langer et al (2009), que em seu guia para prática clínica aponta
tais manobras como sendo benéficas em pacientes portadores de
DPOC. A Drenagem Linfática Manual foi aplicada localmente, através do
método bracelete, em MIE, sendo executada em dois atendimentos,
evidenciando importante melhora, corroborando com o estudo de
Coutinho & Silva (2017) que relatam efeitos positivos quantitativos em
relação a diminuição de edemas, melhora na circulação e diminuição das
dores nos MMII quando aplicado a técnica. Assim sendo, o paciente
apresentou melhora do quadro, comprovado isso através do Sinal de
Godet e perimetria de tornozelo, antes e após o atendimento. Nas
últimas sessões apresentou melhora da capacidade funcional e ativação
da musculatura periférica, evidenciado pela escala MRC (tabela 2).
CONCLUSÃO
Diante das técnicas fisioterapêuticas aplicadas, constatou-se efeitos
positivos em todos os aspectos avaliados. Sendo assim, a
fisioterapia se mostra como uma importante aliada no tratamento de
pacientes portadores de DPOC e câncer de esôfago.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Coutinho C. D. S. & Silva, M. M. K. Os efeitos da drenagem linfática manual
do método Leduc nos edemas dos membros inferiores das gestantes.
Tecnologia em Cosmetologia e Estética-Pedra Branca; 2017.
2. Langer, D., Probst, V. S., Pitta, F. , Burtin, C.,2, Hendriks, E. , Schans, C. P.
V. D., Paterson, W. J., Verhoef-Dewijk, M. C. E., Straver, R. V. M., Klaassen,
M., Troosters, T., Decramer, M., Ninane, V., Delguste, P., Muris, J., Gosselink,
R. Guia para prática clínica: Fisioterapia em pacientes com Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (DPOC). Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 13, n. 3, p. 183-
204, mai./jun. 2009..
1 Acadêmicas do 5º ano de Fisioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste.
2 Fisioterapeutas, Docentes na Universidade Estadual do Centro-Oeste.
Tabela 1: Protocolo aplicado de fisioterapia motora e respiratória.
FISIOTERAPIA MOTORA
FASE 1 
(2 sessões)
FASE 2 
(3 sessões)
FASE 3
(3 sessões)
Exercícios no leito; Mobilização
ativo-assistida de MMSS e MMII;
Dissociação de cintura pélvica e
escapular; Posicionamento adequado
no leito; Orientações.
Sedestação; Mobilização ativa de
MMSS e MMII; Fortalecimento
isométrico da musculatura periférica;
Drenagem linfática manual;
Orientações.
Ortostatismo; Marcha estacionária;
Deambulação; Fortalecimento
isotônico da musculatura
periférica;Fortalecimento da
musculatura inspiratória e expiratória;
Orientações.
Tabela 2: Avaliação e resultados do início e final do tratamento
FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
HIGIENE BRÔNQUICA DESINSUFLAÇÃO PULMONAR 
Técnica Expiratória Manual Passiva (TEMP Rápido) Técnica Expiratória Manual Passiva (TEMP Lento)/ 
Compressão e Descompressão
Aceleração do Fluxo Expiratório (AFE) Expiração Lenta com a Glote Aberta (ELT GOL)
Vibração/ Vibrocompressão
Drenagem autógena
Tosse dirigida
AVALIAÇÃO Início do tratamento Final do tratamento
ESCALA MRC Grau 3 Grau 4 
AUSCULTA PULMONAR
Murmúrio vesicular diminuído 
globalmente/ Sibilo inspiratório 
(bilateral)
Murmúrio vesicular levemente 
aumentado/ Ausência de ruídos 
adventícios (bilateral)
SINAL DE GODET 
(panturrilha)
4+ Ausente
CIRTOMETRIA DO 
TORNOZELO
(EM 8)
56cm 51cm
CAPACIDADE DE 
EXERCÍCIO
Impossibilitada/ restrito ao leito/ 
dependente de O2
Deambulação e exercícios sem uso 
de O2

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