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Aula+Eletricidade+conceitos+basicos+leis+de+Ohm+e+resistores

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Prévia do material em texto

SOLANGE ALVES COSTA ANDRADE DE OLIVEIRA
E
L
E
T
R
I
C
I
D
A
D
E
B
Á
S
I
C
A
Joinville / SC
2012
Apresentação
O propósito deste material didático é contribuir para a sua qualificação
téc¬nica, desse modo, os conhecimentos ora disponibilizados lhe
permitirão desenvolver uma série de saberes necessários a sua
qualificação profissional e pessoal.
Este material, especificamente, contém fundamentos para a disciplina
de Eletrônica Básica e disponibilizará conhecimentos indispensáveis
para quem lida com equipamentos elétrico/eletrônicos – máquinas
industriais modernas, controles, instrumentação, computadores,
comunicações, radar, laser, etc. O objetivo principal é fazer com que
você se familiarize, gradualmente, com a eletricidade básica, em
geral.
Queremos que você adquira o máximo de conhecimento, pois o seu
de-senvolvimento intelectual e crescimento profissional são o nosso
maior ob-jetivo.
Acredite no seu sucesso e tenha bons momentos de estudo!
Sumário
UNIDADE 1 – CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRICIDADE
UNIDADE 2 – ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
UNIDADE 3 – LEI DE OHM
REFERÊNCIAS
04
25
37
49
U
NIDADE
1CONCEITOS BáSICOS
DE ELETRICIDADE
ESTUDO DA ELETRICIDADE
É difícil imaginar o mundo sem eletricidade, pois ela afeta nossas vidas de
diversos modos. Vemos o uso da eletricidade diretamente em nossos lares,
para iluminação, funcionamento de aparelhos eletrodomésticos, telefone,
televisão, rádio, equipamento de som, aquecimento, etc. A eletricidade tem
sido usada na fabricação da maioria das coisas que utilizamos diretamente
ou para operar máquinas que fazem ou processam os produtos de que
necessitamos.
Sem a eletricidade, a maior parte dos instrumentos que usamos e equipa-
mentos de que desfrutamos atualmente, não seria possível. Veja, na Figura
1, alguns desses instrumentos e equipamentos.
A palavra eletricidade tem sua origem na antiga palavra grega usada para
designar o âmbar – elektron. Os gregos primitivos observaram que o âmbar
(resina fossilizada) adquiria a propriedade de atrair pequenos pedaços de
materiais, quando esfregado com um tecido, tais como folhas secas. Poste-
riormente, os cientistas verificaram que essa propriedade de atração ocorria
em outros materiais como a borracha e o vidro, porém não em materiais
como o cobre ou o ferro. Os que apresentavam a propriedade de atração,
quando friccionados com um tecido, eram descritos como sendo carregados
AcervodaAutoracom uma força elétrica, notou-se que alguns dos materiais carregados eram
atraídos por um pedaço de vidro também carregado, e que outros eram
repelidos.
Figura 1: Eletricidade & Aplicações
A ELETRICIDADE
TEM MUITAS
APLICAÇÕES
A palavra eletricidade tem sua origem na antiga palavra grega usada para
designar o âmbar – elektron. Os gregos primitivos observaram que o âmbar
(resina fossilizada) adquiria a propriedade de atrair pequenos pedaços de
materiais, quando esfregado com um tecido, tais como folhas secas. Poste-
riormente, os cientistas verificaram que essa propriedade de atração ocorria
em outros materiais como a borracha e o vidro, porém não em materiais
como o cobre ou o ferro. Os que apresentavam a propriedade de atração,
quando friccionados com um tecido, eram descritos como sendo carregados
com uma força elétrica, notou-se que alguns dos materiais carregados eram
atraídos por um pedaço de vidro também carregado, e que outros eram
repelidos.
Benjamin Franklin chamou as duas espécies de carga (ou eletricidade) de
positiva e negativa. Sabemos agora que, na realidade, o que se observava
nos materiais era o excesso ou deficiência de partículas chamadas elétrons.
Ao estudar as regras ou leis que se relacionam com o comportamento da
eletricidade, e os seus métodos de produção, controle e uso, você terá res-
postas para muitas questões curiosas sobre eletricidade. Na Figura 2 mos-
tramos uma dessas curiosidades.
UNIDADE 1
A palavra
eletricidade tem sua
origem na antiga
palavra grega usada
para designar o
âmbar – elektron.
5
Fonte:thefreedictionary.com
Fonte:efisica.if.usp.br
AcervodaAutora
AcervodaAutoraEletricidade
Básica
Figura 2: O fenômeno chamado eletricidade estática ou eletrostática
Do mesmo modo que o bastão de âmbar dos antigos gregos, um pente usa-
do em seu cabelo ficará carretado e atrairá pedaços de papel.
TENSãO ELéTRICA
Para que uma carga se movimente, isto é, para que haja condução de ele-
tricidade, é necessário que esteja submetida a uma diferença de potencial,
mais conhecida pela abreviatura ddp.
Conceito de Tensão Elétrica
Comecemos este tópico com uma analogia...
No sistema hidráulico (Figura 3), a água se desloca da caixa d’água 1 para
a caixa d’água 2 por causa da diferença de altura.
Figura 3: Sistema Hidráulico
1
2
Portanto, a corrente de água existe por causa da diferença de potencial
gravitacional entre as caixas d’água.
A corrente elétrica existe por causa da diferença de potencial elétrico entre
dois pontos.
6
AcervodaAutora
Fonte:sxc.huUNIDADE 1
A diferença de potencial elétrico entre dois pontos é denominada tensão
elétrica, simbolizada pelas letras V, U ou E, cuja unidade de medida é volt
(V).
Tensão elétrica é a força necessária para movimentar elétrons.
Como a tensão elétrica é uma grandeza que faz parte dos circuitos elétri-
cos, é necessário saber medi-la.
Símbolo do voltímetro:
Voltímetro é o instrumento que serve par medir a
diferença de potencial ou tensão. Sua unidade no
Sistema Internacional é volt (V).
Tipos de tensões
Há dois tipos de tensões:
•	Tensão Contínua, Constante ou DC (do in-
glês, “direct current”, corrente direta)
É a tensão que não varia de valor de sentido
com o tempo.
Exemplos de tensão constante: pilha, bateria,
etc...
Por convenção, na fonte de alimentação, o ponto de maior potencial é de-
nominado potencial positivo (polo +) e o de menor potencial é denomina-
do potencial negativo (polo -).
Observe a representação gráfica da tensão contínua:
Simbologia da
tensão contínua,
constante ou DC:
ou
7
Eletricidade
Básica
Simbologia da
tensão alternada
ou AC:
8
• Tensão Alternada ou AC (do inglês, “alternating current“, corrente al-
ternada)
É a tensão que varia de valor e sentido com o tempo.
A tensão disponível nas tomadas é um exemplo de tensão AC.
Observe a representação gráfica da tensão alternada:
A partir de uma tensão AC, pode-se determinar:
• A tensão de pico da onda em volts, representada por Vp;
• A tensão de pico a pico da onda em volts, representada por
Vpp;
• A tensão eficaz ou rms, representada por Vrms. A tensão Vrms
é calculada utilizando a fórmula:
• O período da onda em segundos, que representa o tempo que
o sinal leva para completar um ciclo completo. É representado
pela letra T;
• A frequência da onda em Hertz (HZ).
CURIOSIDADE–História
Fonte:nautilus.fis.uc.ptUNIDADE 1
A frequência representa o número de ciclos por segundos e é calculada a
partir da fórmula:
Observe que a frequência é calculada pelo inverso do período.
Alessandro Volta (1745 – 1827)
Alessandro Giuseppe Antonio Anastasio Volta nasceu
em 18 de fevereiro de 1745, na cidade de Como, na
Lombardia. Educado em escola jesuítica, sua família
esperava que ele seguisse a carreirareligiosa. Mas
seu interesse pelos fenômenos elétricos o levou a es-
tudar os relatos sobre as experiências com eletricida-
de dos especialistas da época e os conceitos sobre
cargas elétricas e suas manifestações.
Após realizar muitas experiências Volta inventou o eletróforo, um dispositivo
usado para gerar eletricidade estática através do atrito. Além de inventar vá-
rios Instrumentos para medir a eletricidade, Volta foi considerado o pioneiro
da eletroquímica e um dos cientistas que mais contribuiu para a expansão do
eletromagnetismo e da eletrofisiologia. Ele morreu em 3 de março de 1827, em
sua residência de campo.
CORRENTE ELéTRICA
O fenômeno da corrente elétrica ocorre quando uma fonte externa de ener-
gia é aplicada sobre um corpo (geralmente metálico), cujos elétrons pas-
sam a mover-se de maneira ordenada, com direção e intensidade ditados
por essa fonte.
Corrente elétrica é o movimento ordenado de
elétrons dentro de um corpo.
Definição de Corrente Elétrica
É interessante lembrar que, para muitas pessoas, não existe diferença en-
tre tensão e corrente. Essa confusão é comum porque a eletricidade é uma
grandeza que não pode ser vista, ouvida ou tocada, embora seus efeitos
9
Vocêsabia?
Fonte:sxc.hu
Fonte:consterra.com
Observação:
AcervodaAutoraEletricidade
Básica
possam ser facilmente percebidos. A diferença entre as duas grandezas
pode ser facilmente definida com uma única frase: Tensão é a causa - Cor-
rente é o efeito.
Os passarinhos não tomam cho-
que porque não ficam sujeitos a
uma diferença de potencial (todo
o fio está no mesmo potencial elé-
trico), ou seja, não há corrente elé-
trica passando por seus corpos.
A tensão sempre tenta fazer com que a corrente circule, mas a corrente so-
mente fluirá quando receber a “força” de uma fonte de tensão e encontrar
um circuito completo através do qual possa circular. 
É possível que exista tensão em um circuito sem que
apareça uma corrente, mas a corrente não pode fluir se
não houver uma fonte de tensão.
Nós tomamos choques quando ficamos sujeitos a
uma diferença de potencial ou ddp, fazendo com
que uma corrente elétrica circule por nosso cor-
po. Essa diferença de potencial ou ddp surge, por
exemplo, quando estamos com os pés no chão
(potencial da terra é nulo) e colocamos uma mão
num ponto metálico de uma geladeira mal aterrada
(com potencial elétrico).
A Figura 4 mostra a seção de um condutor, parte de uma espira condutora,
em que uma corrente foi estabelecida.
Figura 4: Seção transversal de um condutor
10
AcervodaAutoraUNIDADE 1
A intensidade da corrente elétrica I é a quantidade de cargas elétricas ∆q
que atravessa a seção transversal de um condutor, num intervalo de tempo
∆t, ou seja:
Onde:
• I é a corrente elétrica, dada em Ampère ( A );
• ∆q é a variação da carga elétrica pela seção transversal do con-
dutor, dada em Coulomb ( C );
• ∆t é a variação do tempo pelo qual a carga passa pelo condutor,
dada em
segundos (s);
x
 
Coulomb
 
=
 
12,5
 
x
 
10
elétronsSuponha que, na figura abaixo passe 12,5x1018 elétrons pela seção trans-
versal do condutor em um intervalo de tempo de 0 a 10 segundos, qual
será a corrente que passa pelo condutor nesse intervalo de tempo?
Dados: Nº de elétrons: 12,5x1018 elétrons
Para calcular a variação do tempo temos que fazer o tempo final menos o
inicial
∆t = ( tf – ti )
∆t = ( 10 – 0 )
∆t = 10 s
Para calcularmos a variação de carga, temos que transformar a carga dada
em número de elétrons em Coulomb, então:
1 Coulomb = 6,25 x 1018 elétrons	onde; x = 2 C
18
Logo:
∆q = 2 C
A corrente elétrica que passa por esse condutor é igual a:
logo:
I = 0,2 A
11
AcervodaAutoraEletricidade
Básica
Sentido Convencional da Corrente Elétrica
Os primeiros estudos sobre a corrente elétrica foram feitos nos gases e nos
líquidos, por isso o sentido adotado convencionalmente baseia-se neles.
Como nos condutores gasosos e líquidos, o movimento de cargas elétricas
livres ocorre, por convenção, nos dois sentidos, adotou-se que o sentido da
corrente elétrica deve ser o mesmo do deslocamento das cargas positivas,
ou seja, o mesmo sentido do campo elétrico que deu origem e mantém
o movimento.
Nos condutores sólidos metálicos, porém, só há movimento de cargas ne-
gativas num único sentido (Figura 5), adaptando-se a convenção:
Figura 5: Sentido convencional e real da corrente elétrica
A corrente elétrica convencional tem o sentido oposto ao do
deslocamento dos elétrons livres, ou seja, o mesmo sentido
do campo elétrico, indo do potencial maior para o menor.
A vantagem dessa convenção está no fato de que, tanto no cálculo da
intensidade da corrente elétrica como na resolução de circuitos, salvo algu-
mas condições específicas, os valores numéricos serão positivos.
Não é necessário lembrar o número de elétrons por segundo em um am-
père, entretanto, é importante lembrar que elétrons em movimento cons-
tituem uma corrente e que o ampère é a unidade de medida da inten-
sidade dessa corrente. Usaremos esse conceito em todo o nosso estudo
de eletricidade, que corresponde ao estudo dos efeitos e do controle da
corrente. O símbolo I é usado em cálculos e nos diagramas esquemáticos
para designar a intensidade da corrente. É apenas uma maneira simplifica-
da de dizer que há corrente.
- A corrente é representada pela letra “ I ”
- Unidade da Corrente Elétrica: A (Ampère)
- Simbologia:
12
AcervodaAutoraUNIDADE 1
O amperímetro é o instrumento utilizado para fazer a medida da intensida-
de da corrente elétrica.
Corrente Elétrica no Circuito Eletrônico
A corrente elétrica, que é a movimentação de cargas elétricas, só pode
existir se tivermos um circuito, que deve ter, no mínimo, uma bateria para
fornecer energia elétrica e um receptor para consumir (transformar) essa
energia elétrica. No exemplo (Figura 6), o receptor é a lâmpada que trans-
forma a energia elétrica em energia luminosa.
Considere uma lâmpada ligada a uma pilha comum (V = 9V), conforme o
esquema:
Figura 6: Circuito eletrônico de uma ligação de lâmpada
Não há corrente elétrica no circuito enquanto a chave estiver aberta, pois
os elétrons não se movimentam ordenadamente.
E se fecharmos a chave?
A tensão (V= 9 V), que é a força necessária para movimentar os elétrons, irá
gerar a corrente elétrica necessária para acender a lâmpada.
13
CURIOSIDADE–História
Fonte:physics.dindon.mn
Fonte:physics.dindon.mnEletricidade
Básica
Conclusões:
 Para haver corrente elétrica, é necessário: circuito fechado e tensão elé-
trica;
 A tensão DC gera corrente DC e a tensão AC gera corrente AC.
André Marie Ampère (1775-1836)
Nasceu em Lyon, França. Seu pai, homem culto, decidiu
dedicar-se à educação do filho. Os resultados foram posi-
tivos. André foi professor de física, química e matemática
em Lyon e em Bourg. Sua reputação como investigador e
professor foi tanta, que lhe foram abertas as portas da Es-
cola Politécnica de Paris, onde lecionou mecânica e ma-
temática, trabalhando em equações diferenciais, teoria
dos jogos e geometria analítica. Em 1820, foi anunciada
a descoberta de Orsted – a agulha de uma bússola era desviada por um fio
atravessado por corrente elétrica. Ampère, idealizando novas experiências com
correntes e campos magnéticos, avançou mais na explicação do fenômeno,
mostrando que forças magnéticas atuam entre fios atravessados por corrente
elétrica.
RESISTêNCIA ELéTRICA
Comecemos esse tópico com uma
analogia...
Ligando-se uma mangueira a uma tor-
neira, certa quantidade de água escor-
re pelo seu interior. Substituindo-se a
mangueira por outra de diâmetro bem
menor, a água continua escorrendo,
porém,com maior dificuldade. Conclui-se, portanto, que: a segunda man-
gueira oferece maior resistência à passagem da água; essa resistência é
uma característica da mangueira, pois depende de suas dimensões físicas
(diâmetro e comprimento), do material com que é feita (rugosidade interna
causa atrito) e até da temperatura (a dilatação modifica tanto o diâmetro
quanto o comprimento da mangueira).
14
Fonte:physics.dindon.mnUNIDADE 1
Conceito de Resistência Elétrica
Em eletricidade, ocorre um fenômeno análogo, alguns materiais oferecem
resistência à passagem da corrente elétrica, consequência do choque dos
elétrons livres com os átomos da estrutura do material.
A resistência elétrica é a medida da oposição que
os átomos de um material oferecem à passagem da
corrente elétrica, que depende da natureza do material,
de suas dimensões e da sua temperatura.
Embora todos os condutores ofere-
çam resistência, em muitas ocasiões
desejamos que haja determinado va-
lor de resistência em um circuito. Os
dispositivos com valores conhecidos
de resistência são chamados resisto-
res, designados com a letra R e repre-
sentados nos circuitos com um dos
símbolos abaixo:
- A resistência é representada pela letra “R ”
- Unidade de Resistência: Ω (Ohm)
A unidade de resistência elétrica é dada em Ohm em
homenagem ao físico e matemático George Simon Ohm,
que descobriu os efeitos da resistência.
Alguns fabricantes de resistores adotaram uma codificação especial para
informar valores nos resistores de filme. Na Figura 7, os resistores apre-
sentam três faixas de cores para leitura do valor ôhmico, e mais uma para
indicar a tolerância.
15
	
	A
1º
Dígito
	B
2º
Dígito
	C
3º
Dígito
	D
Multiplicador (Ω)
	E
Tolerância
(%)
	PRATA
	-
	-
	-
	x 0,01 ou x10-2
	±10
	DOURADO
	-
	-
	-
	x 0,1 ou x10-1
	±5
	PRETO
	0
	0
	0
	x 1 ou x10-0
	-
	MARROM
	1
	1
	1
	x 10 ou x101
	±1
	VERMELHO
	2
	2
	2
	x100 ou x102
	±2
	LARANJA
	3
	3
	3
	x1000 ou x103
	-
	AMARELO
	4
	4
	4
	x10000 ou x104
	-
	VERDE
	5
	5
	5
	x100000 ou x105
	-
	AZUL
	6
	6
	6
	x1000000 ou x106
	-
	VIOLETA
	7
	7
	7
	x10000000 ou x107
	-
	CINZA
	8
	8
	8
	-
	-
	BRANCO
	9
	9
	9
	-
	-
	Vermelho
	Violeta
	Laranja
	Dourado
	2
	7
	3
	5%
Eletricidade
Básica
Figura 7: Leitura de resistores
Exemplo de leitura:
Para
 
um
 
resistor
 
=
 
vermelho,
 
violeta,
 
laranja,
 
dourado
O
 
valor
 
direto
 
da
 
primeira
 
faixa
 
+
 
segunda
 
faixa
 
=
 
27Somado ao número de zeros dado pela terceira faixa: 27 000 ou 27 K Ohms
Devido ao modo de fabricação dos resistores, os mesmos podem variar
de valor dentro de uma faixa pré-estabelecida, é a chamada tolerância,
indicada através da quarta faixa.
16
CURIOSIDADE–História
Fonte:nndb.com
AcervodaAutoraUNIDADE 1
Para um resistor de 1000 por 10%, temos uma variação no valor nominal
de fabricação, que pode ser de 10% para baixo ou 10% para cima desse
valor. Então ele pode ser de 900 até 1100 ohms.
Fatores que influenciam no
valor de uma resistência
•	A resistência de um condutor é tanto maior quanto maior for o compri-
mento.
•	A resistência de um condutor é tanto maior quanto menor for a área de
sua seção reta, isto é, quanto mais fino for o condutor.
•	A resistência de um condutor depende do material de que é feito.
Georg Simon Ohm (1787-1854)
Físico alemão, nascido em Erlangen em 1787, foi Pro-
fessor de Matemática e de Física. Em 1826 e 1827 de-
terminou a relação matemática entre o “fluxo elétrico”
(intensidade da corrente elétrica) num circuito voltaico
e a “potência condutora” da pilha, estabelecendo as-
sim a chamada lei de Ohm. Lei básica da Eletricidade,
que relaciona a tensão elétrica, a intensidade de cor-
rente elétrica e a resistência elétrica. Morreu em 1854,
em Munique, com 67 anos.
POTêNCIA ELéTRICA
Sempre que uma força de qualquer tipo produz
movimento, ocorre um trabalho. Quando uma
força mecânica, por exemplo, é usada para le-
vantar um corpo, realiza um trabalho. Uma força
exercida sem produzir movimento, como a força
de uma mola mantida sob tensão entre dois obje-
tos que não se movem, não produz trabalho.
17
Eletricidade
Básica
Uma diferença de potencial entre dois pontos quaisquer de um circuito elétri-
co é uma tensão que (quando os dois pontos são ligados) causa movimento
dos elétrons, portanto, uma corrente. Esse é um caso evidente de força
produzindo movimento e, em consequência, trabalho.
Sempre que uma tensão faz com que elétrons se movam,
realiza-se um trabalho.
A razão com que se realiza trabalho, ao deslocar elétrons de um ponto para
outro, é chamada potência elétrica (representada pelo símbolo P). A uni-
dade básica de potência é o watt, pode ser definido como a rapidez com
que se realiza trabalho em um circuito em que flui uma corrente de 1 ampè-
re, quando a f.e.m. (força eletro-motriz) ou tensão aplicada é de 1 volt.
O conceito de potência elétrica (P) está associado
à quantidade de energia elétrica desenvolvida num
intervalo de tempo por um dispositivo elétrico.
- A potência elétrica é representada pela letra “P”
- Unidade de potência elétrica: W (Watt), em homenagem ao cientista Ja-
mes Watt
A potência elétrica fornecida por uma fonte de alimentação, a um circuito
qualquer, é dada pelo produto da tensão pela corrente gerada, ou seja:
P = V x I
Onde:
P é a potência em Watt (W)
V é a tensão em Volts (V)
I é a corrente em Ampère (A)
Analisemos o circuito que segue:
18
Fonte:portuguese.alibaba.comUNIDADE 1
A fonte de tensão fornece ao resistor uma corrente I e, portanto, uma po-
tência:
P=V x I
No resistor, a tensão é a mesma da fonte, a potência dissipada pelo resistor
é:
P=V x I
Isso significa que toda potência da fonte foi dissipada (absorvida) pelo
resistor. O que está ocorrendo é que, a todo instante, a energia elétrica
fornecida pela fonte está sendo transformada pela resistência em energia
térmica (calor) por efeito Joule.
Efeito Joule é o nome dado ao fenômeno do aquecimento
de um material devido passagem de uma corrente
elétrica.
Como o calor gerado pelo condutor ou pela resistência nem sempre é apro-
veitado, é muito comum dizer que gastam a energia recebida ou, simples-
mente, a dissipam. Portanto, em eletricidade, a transformação de energia
está relacionada tanto com a tensão, que produz o movimento dos elétrons,
como também com a corrente, que gera o calor.
Para se transportar a corrente elétrica de
um lugar para outro, devem-se utilizar
condutores que oferecem o mínimo de
resistência, para que não haja perdas de
energia por efeito Joule. Por isso os fios
condutores são feitos principalmente de
cobre ou alumínio. Mas existem situa-
ções nas quais a resistência à passagem
da corrente elétrica é uma necessidade,
tanto pelo aquecimento que gera (chuvei-
ros, ferros de passar roupas, aquecedores etc.), como pela capacidade de
limitar a corrente elétrica em dispositivos elétricos e eletrônicos.
CONSUMO ELéTRICO E CUSTO ENERGéTICO
Vimos que a potência dissipada é a energia consumida num intervalo de
tempo, mas toda energia tem um preço, portanto, nunca é demais apren-
der a quantificá-la.
19
Eletricidade
Básica
A fórmula do consumo de energia elétrica é:
Consumo [Wh] = Potência [W] x Tempo[h]
Uma pilha comum pode fornecer energia de aproximadamente 10 Wh. Sa-
bendo-se que um aparelho Walkman consome 2W em média, por quanto
tempo você poderá ouvir suas músicas prediletas com uma única pilha?
No quadro de distribuição de energia elétrica de uma residência, prédio
ouindústria, existe um medidor de energia indicando constantemente a
quantidade de energia consumida. Porém, como a ordem de grandeza do
consumo de energia elétrica em residências e indústrias é muito elevada, a
unidade de medida utilizada é em quilowatt.hora [KWh].
Consumo [KWh] = Potência [KW] x Tempo[h]
Dessa forma, é possível calcularmos o quanto gastamos diariamente com
energia elétrica, para desfrutarmos dos bens que a eletricidade nos ofere-
ce e o quanto desperdiçamos com luzes acesas indevidamente.
 Fórmula do Custo Energético:
Custo[R$] = Consumo[KWh] x tarifa
O valor da tarifa cobrada por KWh é estipulada pela
fornecedora de energia elétrica.
Uma pessoa que demora duas horas no banho, duas vezes ao dia, quanto
gasta mensalmente com energia elétrica só no chuveiro?
Obs: Considerando a tarifa de R$0,09 por KWh, os chuveiros mais comuns
consomem, em média, 4800W (na posição inverno)
20
UNIDADE 1
∆t= tempo de banho x dias = 4 (2 banhos de 2h) x 30 = 120h
A energia elétrica consumida pelo chuveiro em um mês será:
E = P ∆t = 4800 x 120 = 576000Wh = 576KWh
Custo [R$] = Consumo[KWh] x tarifa
Custo[R$] = 576[KWh] x 0,09 = R$ 51,84
DICA
Aprenda a ler o medidor de energia elétrica (relógio de luz), acessando
o site:
http://www.celesc.com.br/atendimento/auto_leitura.php
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1) Um chuveiro tem as especificações: 5400W/220V , calcule:
a) A corrente consumida pelo chuveiro;
b) A energia consumida (em KWh) durante 1 mês, se todos os dias o chuveiro
é ligado 30 minutos.
Resposta:
a) P = 5400W
V = 220V
Considerando o chuveiro uma carga puramente resistiva, temos:
P = V x I , Logo:
I = P / V = 5400/220 = 24,54 A
2) Calcule a potência dissipada pela resistência nos circuitos abaixo:
Resposta:
Sabemos que P = V x I , mas se substituirmos I por V/R, teremos:
P = V x I
P = V x ( V/R)
P = V2 / R
1º circuito: P = (10)2 / 500 = 0,2 A
2º circuito: P = (25)2 / 500k
P = (25)2 / 500000 = 0,00125 A = 1,25 x 10-3 = 1,25 mA
3º circuito: P = (4)2 / 250k
P = (4)2 / 250000 = 0,000064 A = 64 x 10-6 = 64 µA
21
Eletricidade
Básica
3) Na lâmpada está escrito	100W/110V. Calcule a corrente consumida pela
lâmpada.
Resposta:	P = 100W
V = 110 V
Como: P = V x I
I = P / V = 100/110 = 0,9091 A
4) As características de um resistor são 220 Ω / 0,25W. Qual a máxima tensão
que pode ser aplicada ao resistor para que não aqueça?
Resposta:	R = 220 Ω P = 0,25W
P = V2 / R
V2 = P x R = 55
V = 7,42 V
SíNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, estudamos os conceitos de tensão, corrente e resistência
elétricas. Aprendemos ainda a determinar a potência elétrica, o consumo e
o custo energético de aparelhos eletroeletrônicos.
EXERCíCIOS PROPOSTOS
1) Assinale com ( F ) se a afirmativa for Falsa ou ( V ) se for Verdadei-
ra:
a) A unidade de intensidade de corrente elétrica é o Ampére ( )
b) A unidade de tensão é o Volt. ( )
c) A unidade de carga elétrica é o Coulomb ( )
2) Uma lâmpada residencial está especificada para 110V/100W. Deter-
mine:
a) A energia elétrica consumida por essa lâmpada num período de 5 horas
diárias num mês de 30 dias.
b) O valor a ser pago por esse consumo, sabendo que a empresa de ener-
gia elétrica cobra a tarifa de R$0,13267 por KWh.
22
UNIDADE 1
3) Com relação ao circuito a seguir, podemos afirmar que, para acender
a lâmpada, devemos ligar:
a) O ponto A ao ponto B
b) O ponto A ao ponto C
c) O ponto B ao ponto C
d) Todas estão corretas
4) Assinale Falso (F) ou Verdadeiro (V) para cada afirmativa em relação
ao circuito a seguir:
a) A lâmpada acenderá, se a chave for fechada e a corrente (convencio-
nal) circulará de A para B, entrando na lâmpada que acenderá ( ).
b) Se os pontos A e B forem ligados por um fio, com o interruptor aberto, a
lâmpada acenderá também ( ).
c) Se os pontos A e B forem ligados por um fio, com o interruptor aber-
to, a lâmpada queimará ( ).
23
Eletricidade
Básica
5) Com relação ao circuito a seguir, para que a lâmpada acenda será
necessário que:
a) Os três interruptores sejam ligados
b) Que os interruptores 1 e 2 sejam ligados
c) Que o interruptor 1 seja ligado
d) A lâmpada queimará se forem colocados 3 interruptores como no circui-
to.
6) No circuito, considerando que cada pilha gera 1,5V, podemos afirmar
que a lâmpada é alimentada por:
a) 0V
b) 3V
c) 4V
d) 6V
7) Assinale com ( F ) se a afirmativa for Falsa ou ( V ) se for Verdadei-
ra:
a) A unidade de intensidade de corrente elétrica é o Ampére ( ).
b) A unidade de tensão é o Volt ( ).
c) Um corpo positivo tem excesso de elétrons ( ).
d) A unidade de carga elétrica é o Coulomb ( ).
24
U
NIDADE
2ASSOCIAçãO
DE RESISTORES
ASSOCIAçãO DE RESISTORES
Num circuito elétrico, os resistores podem estar ligados em série ou em
paralelo, em função da necessidade de dividir uma tensão ou corrente,
ou de obter uma resistência com valor diferente dos valores encontrados
comercialmente.
Associação Série
Na associação série, os resistores estão ligados de forma que a corrente
que passa por eles seja a mesma. A resistência equivalente ou total na
associação em serie é calculada pela seguinte expressão:
Rtotal = Requivalente = Req = R1 + R2 + R3
Eletricidade
Básica
Na associação série, a resistência equivalente é calculada pela soma dos
resistores.
Na associação em série os resistores têm a mesma corrente.
Associação Paralela
Na associação paralela, os resistores estão ligados de forma que a tensão
total aplicada ao circuito seja a mesma em todos os resistores e a corrente
total do circuito esteja subdividida entre eles, de forma inversamente pro-
porcional aos seus valores.
A resistência equivalente ou total na associação em paralela é calculada
pela seguinte expressão:
Outras formas de se determinar a resistência equivalente na associação
paralela:
a) Resistências iguais:
26
UNIDADE 2
b) No caso específico de dois resistores ligados em paralelo, a resistência
equivalente pode ser calculada por uma equação mais simples:
Observação:
- Num texto, podemos representar dois resistores em paralelo por: R1// R2
Na associação em paralelo os resistores têm a mesma tensão.
Associação Mista
A associação mista é formada por resistores ligados em série e em para-
lelo, não existindo uma equação geral para a resistência equivalente, pois
depende da configuração do circuito. Assim, o cálculo deve ser feito por
etapas, conforme as ligações entre os resistores.
a)
27
Eletricidade
Básica
b)
Conceito de Curto-circuito
Quando estudamos a associação em paralelo, vimos que pela maior resis-
tência passa menor corrente e pela menor resistência passa maior corren-
te.
A resistência oferece oposição à passagem da corrente elétrica, por
isso, quanto maior a resistência menor a corrente elétrica e vice-versa.
Suponha que uma associação em paralelo seja constituída de dois resisto-
res e um deles muito menor do que o outro.
Nesses circuitos, a intensidade da corrente elétrica que passa pelo menor é
muito maior do que a outra (i1 >> i2). Significa que, da corrente total i, que
entra pelo ponto A, uma parcela mínima passa por R2 e praticamente toda
corrente circula por R1.
28
UNIDADE 2
Imagine, agora, que R1 se torne tão pequeno que tenda a zero (R1 = 0), con-
forme mostra o esquema a seguir:
Como a corrente elétricaprocura sempre o caminho mais fácil para fluir, cir-
culará por aquele caminho no qual a resistência é praticamente nula. Con-
cluímos então: toda corrente que entra por A passa por R1 para sair em B.
Nesse caso, a resistência R2 passa a não ter função elétrica e pode ser eli-
minada. A resistência total do circuito vale zero e os pontos A e B se dizem
em curto-circuito, pois estão ligados por fios sem resistência.
Note que a ddp (diferença de potencial) entre A e B, nesse caso, também
é zero, pois não existe uma diferença de potencial, já que A e B coincidem.
Cálculos da resistência equivalente entre A e B.
a)
Solução:
Quando se apresenta uma associação de resistores, a primeira providên-
cia a tomar é verificar a presença de fios sem resistência. Como fio sem
resistência liga pontos que eletricamente são coincidentes, podemos, no
circuito original, batizar “os pontos” que esse fio liga com o mesmo nome.
Assim, no nosso esquema, temos:
29
Eletricidade
Básica
Note que dois caminhos saem de A e, depois de 4Ω e 6Ω, chegam ao
mesmo ponto:
Do ponto X saem dois caminhos e depois de 6Ω e 4Ω chegam a B:
A próxima etapa do cálculo reduz o circuito a:
Finalmente temos a resistência equivalente do circuito:
b)
Solução:
Para chegar ao esquema simplificado, temos as seguintes passagens:
30
UNIDADE 2
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:
1) Determine a resistência equivalente dos resistores abaixo associados em sé-
rie:
Resposta: Como os resistores estão ligados em série, temos:
Rtotal = Requivalente = R eq = R1 + R2 + R3 + ...
Circuito 01	R eq = 3300 + 470 + 3900 = 7670 Ω = 7,67 kΩ
Circuito 02	R eq = 5600 + 6800 + 10000 + 1000 + 47000 = 70400 Ω
= 70,4 kΩ
Circuito 03	R eq = 56 + 100 + 470 + 1000 + 1000 = 2626 Ω = 2,63 kΩ
31
Eletricidade
Básica
2) Determine a resistência equivalente dos resistores abaixo associados em pa-
ralelo:
Resposta: Como os resistores estão ligados em paralelo, temos:
Circuito 1:
Circuito 2:
Circuito 3:
32
UNIDADE 2
3
  
Passo:
  
O
 
resultado
 
1419,73
 
em
 
paralelo
 
com
 
a
 
resistência
 
de
 
3303) Determine a resistência equivalente das associações mistas abaixo:
Resposta:
1o Passo: 2200 + 4700 + 1500 (estão associadas em série)
= 8400
2o Passo: O resultado 8400 em paralelo com a resistência de 8200
3o Passo: O resultado 4149,3976 em série com a resistência de 1000
R total = 4149,3976 + 1000 = 5149,3976 Ohms
Resposta:
1o Passo: Associar em paralelo as resistências de1000 e 470
= 319,73 Ohms
2o Passo: O resultado 319,73 associar em série com as resistências de 1000
e 100
= 1419,73 Ohms
o
33
Eletricidade
Básica
2
  
Passo:
  
O
 
resultado
 
891,89
 
associar
 
em
 
série
 
com
 
a
 
resistência
 
de
 
1000
3
  
Passo:
  
O
 
resultado
 
1891,89
  
associar
 
em
 
paralelo
 
com
 
o
 
resultado
 
2531,25
4
  
Passo:
  
Associar
 
em
 
série
 
o
 
resultado
 
1082,68
 
com
 
as
 
resistências
 
de
 
2200Resposta:
1o Passo: Associar em paralelo as resistências de100, 220 e 330
= 56,8966 Ohms
2o Passo: O resultado 56,8966 associar em série com as resistências de 330
e 100
R total = 486,896 Ohms
Resp:
1o Passo: Associar em paralelo as resistências de 2200 e 1500
= 891,89 Ohms
Associar também em paralelo as resistências de 1500 e 3300
= 1031,25 Ohms
o
= 1891,89 Ohms
O resultado 1031,25 associar em série com a resistência de 1500
= 2531,25 Ohms
o
= 1082,68 Ohms
o
e 10000
R total = 13282,68 Ohms
SíNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, estudamos associação série, paralela e mista de resistores,
objetivando dividir tensões, dividir correntes ou obter uma resistência com
valor diferente dos valores encontrados comercialmente.
34
UNIDADE 2
EXERCíCIOS PROPOSTOS
1) Nas associações abaixo, calcule a resistência equivalente:
a)	b)
c)	d)
e)
f)
35
Eletricidade
Básica
g)	h)
i)	j)
k)
2) Se, no circuito anterior, o fio se romper no ponto X, qual será a nova
resistência equivalente?
36
U
NIDADE
3LEI DE
OHM
INTRODUçãO
Alguns materiais oferecem resistência à passagem da corrente elétrica,
consequência do choque dos elétrons livres com os átomos da estrutura do
material. A resistência elétrica, portanto, depende da natureza do material,
das dimensões e da temperatura.
PRIMEIRA LEI DE OHM
A resistência elétrica é um bipolo, isto é, consome a energia elétrica for-
necida por uma fonte de alimentação, provocando queda de potencial no
circuito, quando uma corrente passa por ela. A intensidade dessa corrente
I depende do valor da tensão V aplicada e da própria resistência R.
Em 1829, o físico George Simon Ohm realizou uma experiência (Figura 8)
demonstrando que, num resistor, é constante a razão entre a diferença de
potencial nos seus terminais e a corrente elétrica que o atravessa, isso é,
ao utilizar uma fonte de tensão variável, um valor de resistência fixa e um
amperímetro para monitoramento do valor da corrente, concluiu que:
AcervodaAutora
AcervodaAutoraEletricidade
Básica
Figura 8: Experiência realizada por Ohm
Ou seja: ao variar o valor da tensão, o valor da corrente também variava,
mas o valor da resistência não variava, manteve-se constante.
Enunciado da Lei de OHM:
A intensidade da corrente elétrica que percorre um condutor é diretamente
proporcional à diferença de potencial e inversamente proporcional à
resistência do circuito.
Se, nesse resistor, o gráfico V x I for uma reta (Figura 9), dizemos que o
resistor obedece à 1a Lei de Ohm e podemos calcular a resistência, através
da tangente do ângulo de inclinação da reta. Dizemos, nesse caso, que a
tangente do ângulo é numericamente igual à resistência.
Figura 9: Representação Gráfica da Primeira Lei de Ohm
Aplicando a Lei de Ohm ao circuito abaixo:
38
	Submúltiplos
	Unidade
	Valor
	miliohm
	mΩ
	-3
10 Ω
	Múltiplos
	Unidade
	Valor
	quiloohm
	kΩ
	3
10 Ω
	Megaohm
	MΩ
	6
10 Ω
	Gigaohm
	GΩ
	9
10 Ω
UNIDADE 3
Se considerarmos uma tensão de 12V e uma resistência de 560Ω, então
determinamos a corrente facilmente pela equação de Ohm.
Dessa maneira temos:
Para resistência elétrica, é muito comum o uso dos seguintes submúltiplos
da
 
unidade
 
de
 
medida:
No
 
resistor,
 
a
 
potência
 
dissipada
 
em
 
função
 
de
 
R
 
pode
 
ser
 
calculada
 
pelasexpressões:
 É importante saber que:
a) A corrente é sempre dada em Ampères;
b) A tensão é sempre dada em Volts;
c) A resistência é sempre dada em Ohms.
a) Numa resistência elétrica, aplica-se uma tensão de 90V. Qual o seu va-
lor, sabendo-se que a corrente que passa por ela é de 30 mA?
R = V/I = 90/30m = 90/30x10-3 = 90/0,03 = 3000 = 3k ohm
39
Eletricidade
Básica
b) Por uma resistência de 1,5MΩ, passa uma corrente de 350 nA. Qual o
valor da tensão aplicada?
V= R x I = 1,5M x 350n = 1,5.106 x 350.10-9 = 0,525V = 525mV
c) Conectando-se uma pilha de1,5V em uma lâmpada, cuja resistência de
filamento é de 100Ω, qual a corrente que passa por ela?
I= V / R = 1,5 /100 = 0,015 = 15 mA
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:
1) Qual a intensidade da corrente em um condutor que tem resistência de 1000
Ohms se a tensão aplicada for de:
a) 2V
b) 100V
c) 50mV
Resp: Para cada caso deveremos especificar a tensão em Volts (V) e R em
OHMS(Ω)
a) I = 2V/1000 Ω = 0,002A = 2mA
b) I = 100V/1000 Ω = 0,1A = 100mA
c) I = 50mV/1000 Ω = 50.10-3V/1000W =50.10-3/103W = 50.10-6A = 50mA
2) Qual deve ser a tensão em um condutor de 10KOhms de resistência para que
a corrente tenha intensidade de:
a) 2mA
b) 0,05A
d) 20mA
Resp: Para determinar a tensão dada à resistência e à corrente, usamos a 1ª Lei
de OHM na forma:
V = R.I se R é em OHMS e I em AMPERES, a tensão V será obtida em VOLTS
a) V = 10.103.2.10-3 = 20V
b) V = 10.103.5.10-2= 50.101 =500V
c) V = 10.103.20.10-6= 200.10-3V = 200mV = 0,2V
3) Calcule a corrente nos circuitos abaixo:
Resp: 0,02 A ou 20 mA; 0,00005 A ou 50 µA;	0,000016 A ou 16 µA
40
UNIDADE 3
4) Calcule o valor de R nos circuitos abaixo:
Resp: 120 Ohms;	150 Ohms;	3000 Ohms
5) Calcule o valor da fonte nos circuitos abaixo:
Resp: 10 V;	5V;	4V
SEGUNDA LEI DE OHM
A segunda lei de Ohm estabelece a relação que existe entre os parâmetros
construtivos de um dado condutor, um fio, por exemplo, e a resistência que
este apresenta. A partir de certas constatações apresentadas por Ohm, é
possível perceber que a resistência de um fio depende do material com
que é feito, do seu comprimento e da sua espessura.
A segunda lei de Ohm mostra como a resistência elétrica está relacionada
com suas dimensões e com a natureza do material com que é feita.
Usando materiais de mesma natureza, George Ohm analisou a relação
entre a resistência R, o comprimento L e a área A da seção transversal, e
chegou às seguintes conclusões:
a) Quanto maior o comprimento de um material, maior é a sua resistên-
cia elétrica;
b) Quanto maior a área da seção transversal de um material, menor é a
sua resistência elétrica.
A Figura 10 mostra esquematicamente essas relações:
41
AcervodaAutoraEletricidade
Básica
Figura 10: Relação entre resistência, comprimento e área
Em seguida, ele analisou a relação entre a resistência R de materiais de
naturezas diferentes, mas com as mesmas dimensões, chegando às se-
guintes conclusões:
a) Cada tipo de material tem uma característica própria que determina a
resistência, independente de sua geometria;
b) A característica dos materiais é a resistividade elétrica, representada
pela letra grega Ω , cuja unidade de medida é Ω.m
Assim, George Ohm enunciou a sua segunda lei:
A resistência elétrica R de um material é diretamente proporcional ao produto
de sua resistividade elétrica ρ pelo seu comprimento L e inversamente
proporcional à área A de sua seção transversal.
Matematicamente, essa relação é escrita por:
R=	p . L
d
Onde:
L representa o comprimento do fio em metros (m);
d representa o diâmetro em (mm2) e
ρ representa a resistividade do material.
O quadro que segue mostra a resistividade elétrica de alguns materiais
usados na fabricação de condutores, isolantes e resistências elétricas:
42
	Classificação
	Material
	Resistividade ρ(Ω.m)
	
Metais
	Prata
	1,6 x 10-8
	
	Cobre
	1,7 x 10-8
	
	Alumínio
	2,8 x 10-8
	
	Tungstênio
	5,0 x 10-8
	
	Platina
	10,8 x 10-8
	
	Ferro
	12 x 10-8
	
Ligas
	Latão
	8,0 x 10-8
	
	Constantã
	50 x 10-8
	
	Níquel-Cromo
	110 x 10-8
	
	Grafite
	4.000 a 8.0000 x 10-8
	
Isolantes
	Água Pura
	2,5 x 103
	
	Vidro
	10                    13
10     a 10
	
	Porcelana
	3,0 x 1012
	
	Mica
	13                    15
10     a 10
	
	Baquelite
	2,0 x 1014
	
	Borracha
	15                    16
10     a 10
	
	Âmbar
	16                    17
10     a 10
UNIDADE 3
(valores
 
médios
 
a
 
20
  
o
C)1 : Dois fios de cobre têm as seguintes dimensões:
Fio 1 » comprimento = 30m , diâmetro = 2mm
Fio 2 » comprimento = 15m, diâmetro = 2mm
Qual deles apresenta maior resistência elétrica? A=
Fio 1:
Fio 2:
Portanto, o fio 1 apresenta o dobro da resistência elétrica do fio 2, pois o
comprimento é duas vezes maior.
43
Eletricidade
Básica
2 : Calcular o comprimento de um fio de níquel-cromo de 2 mm de diâme-
tro, cuja resistência elétrica é de 100Ω.
A resistividade é um parâmetro ligado à natureza do material que compõe
o condutor. Assim, essa lei deve esclarecer alguns fatos, por exemplo, por-
que os fios condutores são feitos de metal e não de materiais como plásti-
co, madeira ou tecido?
Porque a resistividade do fio metálico é muito mais baixa que a encontrada
nos materiais citados.
Outra conclusão a respeito dessa lei está relacionada à bitola dos condu-
tores que encontramos nos mais diversos lugares: por que alguns fios são
mais “grossos” que outros?
Porque sempre que se deseja permitir a condução de uma corrente de
grande intensidade, devem-se utilizar condutores de maior bitola, que
apresentam menor resistência.
Resistores Variáveis
Acontecem situações que iremos precisar variar o valor da resistência no
circuito eletrônico, por exemplo, quando aumentamos o volume do rádio,
quando variamos a luminosidade da lâmpada através do dimer, etc.
Existem diversos tipos de resistores cuja resistência pode variar, mas basi-
camente o princípio de funcionamento é o mesmo, a variação da resistên-
cia é obtida variando-se o comprimento do condutor. A Figura 11 mostra o
aspecto físico de um resistor variável e o seu símbolo.
44
AcervodaAutora
AcervodaAutoraUNIDADE 3
Figura 11: Resistor variável
Princípio de Funcionamento do Potenciômetro
De acordo com a segunda lei de OHM, a resistência de um condutor pode
ser mudada se for variado:
•	O material (resistividade);
•	O comprimento;
•	A área da secção transversal.
A forma mais prática de mudar a resistência de um condutor é variar o com-
primento, esse é o princípio de funcionamento de um potenciômetro.
Figura 12: Princípio de funcionamento de um potenciômetro
Observando a Figura 12, podemos notar que um condutor de comprimento
LAB, com resistência RAB, se tiver um cursor deslizante C o qual pode se
deslocar entre A e B, teremos uma resistência variável entre os pontos A e
C e entre C e B, isso porque o comprimento do condutor entre esses pontos
é variável.
45
CURIOSIDADE–História
Fonte:nndb.comEletricidade
Básica
Georg Simon Ohm (1789-1854)
O físico e matemático alemão, Georg Simon Ohm, foi
professor de matemática. Entre 1825 e 1827 desenvol-
veu a primeira teoria matemática da condução elétrica
nos circuitos, baseando-se no estudo da condução do
calor de Fourier e fabricando os fios metálicos de dife-
rentes comprimentos e diâmetros usados nos seus es-
tudos da condução elétrica. Seu trabalho permaneceu
desconhecido até 1841, quando recebeu a medalha
Copley da Royal britânica.
SíNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, estudamos: as leis de Ohm; resistência elétrica - proprieda-
de que depende do material, da temperatura e de sua geometria; resistor
de valor R que, ao ser percorrido por uma corrente i, apresenta uma dife-
rença de potencial V = R i entre seus terminais.
EXERCíCIOS PROPOSTOS
1) Calcule a diferença de potencial que deve ser aplicada nos terminais
de um condutor de resistência de 100 Ohms, para que ele seja percor-
rido por uma corrente elétrica de intensidade de 0,5 ampère.
2) Calcule a quedade potencial em um resistor de 22 Ohms ao ser per-
corrido por 10A.
3) Calcule a intensidade de corrente elétrica que passa por um fio de
cobre de resistência de 20 Ohms ao ser submetido a uma ddp de 5V.
46
UNIDADE 3
4) Qual a resistência elétrica de um condutor que é percorrido por uma
corrente de 1/2A quando fica sujeita a 110V?
5) Calcule a potência dissipada por um resistor de 50 Ohm quando su-
jeito a uma diferença de potencial de 200V.
6) Qual é a potência elétrica consumida por um resistor de 100 Ohms a
ser percorrido por 1/2A?
7) Um ferro elétrico consome uma potência de 500 watts quando sub-
metido a uma tensão de 100 volts. Calcule a resistência elétrica.
8) Determine a potência elétrica dissipada no resistor do circuito abai-
xo:
9) Qual a intensidade da corrente em um condutor que tem resistência
de 1000 Ohms se a tensão aplicada for de:
a) 2V	b) 100V	c) 50mV
10) Qual deve ser a tensão em um condutor de 10K Ohms de resistên-
cia para a corrente tenha intensidade de :
a) 2mAb) 0,05A	d) 20mA
11) Determine a grandeza desconhecida em cada item:
12) Na base de um dos bulbos dos faróis do seu carro estão indicados
os seguintes valores: 12 volts e 4 ampères. Qual o valor da resistên-
cia?
47
Eletricidade
Básica
13) Um eletroímã requer uma corrente de 1,5A para funcionar correta-
mente e a medição de resistência de sua bobina acusou 24 Ohms. Que
tensão deve ser aplicada para fazê-lo funcionar?
14) Um ferro de soldar elétrico solicita 2,5A de uma fonte de 240V quan-
do está funcionando. Qual a resistência do seu enrolamento aquece-
dor?
15) Qual a corrente através de um resistor de 68k Ohms quando a que-
da de tensão medida no mesmo é de 1,36V?
16) Que resistência é necessária para limitar a apenas 5mA a corrente
produzida por uma f.e.m. de 10V?
17) Para um determinado resistor, qual o efeito na resistência elétrica
ao duplicarmos a tensão aplicada? E se triplicarmos? E ao dividi-la
pela metade?
18) Para um determinado valor de tensão entre os terminais de um
resistor, qual o efeito sobre a corrente ao duplicarmos sua resistência?
E se triplicarmos?
19) Se variarmos a tensão aplicada a um resistor, o que acontece com
sua resistência?
48
REFERêNCIAS
CIPELLI, M.; MARKUS, O. Ensino Modular: Eletricidade – Circuitos em Corren-
te Contínua. São Paulo: Érica, 1999.
CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. – Laboratório de Eletricidade e Eletrônica.
São Paulo: Érica, 1988.
MALVINO, A. P. Princípios de Electrônica. Volume 2. McGraw-Hill de Portugal,
Sexta Edição, 2000.
MARQUES, A. E.; CRUZ, E. C.; CHOUERI, S. Dispositivos Semicondutores. São
Paulo: Érica, 1996.
PERTENCE, A. J. Amplificadores Operacionais e Filtros Ativos. São Paulo:
Makron Books, 1998.
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Diretor de Negócios
Luiz Fernando Bublitz
Diretor da EaD Tupy
Roque Antonio Mattei
Diretor do Instituto Superior Tupy e da
Escola Técnica Tupy
Carlos Emílio Borsa
Diretor da Escola Técnica Tupy
Carlos Emílio Borsa
Gerentes EaD Tupy
Sandra Regina Bernardes Trapp
Pablo Peruzzolo Patricio
Revisora Pedagógica
Nádia Fátima de Oliveira
Design Gráfico e Diagramação
Flávia Gislon
Poliane Ketterine Valdrich
Professora Responsável
Solange Alves Costa Andrade de Oliveira
EDIÇÃO – MATERIAL DIDÁTICO
Professora Conteudista
Solange Alves Costa Andrade de Oliveira
Design Instrucional
Nádia Fátima de Oliveira
Poliane Ketterine Valdrich
Ilustração Capa
Poliane Ketterine Valdrich
Projeto Gráfico
Equipe EaD Tupy
Revisão Ortográfica
Nádia Fátima de Oliveira

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