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05 Aula 5 - Prática Simulada

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Aluno: Wandré Lucas Silva da Cunha
Caso Concreto aula 
1 Vez.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ________ VARA CÍVEL DA COMARCA DE BRUSQUE – SC.
	PAULO (sobrenome), brasileiro, viúvo, militar da reserva, (portador do RG n..., expedida pelo ..., inscrita no CPF sob n..., endereço eletrônico....) domiciliado e residente na Rua Bauru, 371, Brusque/SC, por seu advogado com endereço profissional na Rua Franklin Roosevelt, n. 39, sala 1320, Castelo, CEP 20.021-120, Rio de Janeiro, e-mail wandrelscunha@yahoo.com, telefone (21) 97433-2488, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 319 e seguintes do Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, propor
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE COMPRA E VENDA COM REINTEGRAÇÃO DA POSSE COM LIMINAR
em face de JUDITE (sobrenome), brasileiro, solteira, advogada, portador do RG n..., expedida pelo ..., inscrito no CPF sob o n...., endereço eletrônico), domiciliado e residente na Rua dos Diamantes, 123, Brusque/SC, de JONATAS (sobrenome), espanhol, casado, comerciante, (RG), (CPF), (endereço eletrônico) e de JULIANA (sobrenome), brasileira, casada, (profissão), (RG), (CPF), ambos domiciliada e residente na Rua Jirau, nº 366, Florianópolis pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O requerente declara não ter condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência. (Doc. Anexo)
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.
II. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
	É competente este foro para a propositura da presente ação, haja vista que o objeto do caso em tela ser o direito de moradia, da dignidade da pessoa humana do idoso, previsto em seu estatuto (Lei nº 10.741/03), e com clara disposição no código de processo civil, em seu artigo 53, inciso III, alínea “e”:
				“Art. 53. É competente o foro:
					III. do lugar (...)
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre o direito previsto no respectivo estatuto;”
	III. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA
	O Autor da presente demanda, é pessoa idosa na forma da lei, o mesmo já possui 65 (sessenta e cinco) anos de idade, com isso tem o direito a tramitação prioritária na prestação jurisdicional, se faz necessário, devendo sua causa ter prioridade de análise e celeridade em toda a tramitação de atos, diligências e procedimentos do feito, conforme o artigo 71 da Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso) e o artigo 1.048 do CPC:
“Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. (Lei nº 10.741/03)”
“Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:
Em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no artigo 6º, inciso XIV, da Lei 7.713/88. (CPC).”
IV. DO LITISCONSÓCIO PASSIVO NECESSÁRIO
	Vossa Excelência, vale ressaltar a necessidade do estabelecimento do litisconsórcio passivo necessário, tendo em vista que a conexão entre os pedidos e a causa de pedir da presente ação, e ainda, podendo-se acrescentar o contesto fático e jurídico do caso, como consta no artigo 113 e segs. Do CPC:
			
“Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
Entre elas houver comunhão de direito ou de obrigações relativamente à lide;
Entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
Ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição da lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.”
IV. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
O Autor tem interesse na audiência na forma do artigo 334 do CPC.
	III. DOS FATOS
	O Autor, era proprietário de um imóvel de veraneio situado na Rua Rubi, nº 350, na cidade de Balneário, Camboriú-SC, juntamente com a primeira Ré. Na data de 15/12/2016, a Primeira ré, efetuou a alienação do bem para o Segundo e para Terceira Ré no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), com uma procuração que outorgava poderes especiais e expressos para alienação, que havia sido elaborada em novembro de 2011 pelo Autor.
	Vale ressaltar que, o Autor da demanda, na data de 16/11/2016, revogou a Procuração utilizada pela primeira Ré, sendo certo que o titular do Cartório do 1º Ofício de Notas onde foi lavrada a mesma, bem como sua irmã, que foram devidamente notificados sobre a revogação, em data de 06/12/2016, ou seja, 10 dias antes do negócio jurídico.
	Todavia, o Autor, só teve ciência da alienação do bem na data de 01/02/2016, quando, ao chegar no imóvel, constatou a ocupação do bem pelo Segundo e Terceiro Ré.
	
IV. DO DIREITO
IV.I. DA NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Cabe salientar que, o negócio jurídico celebrado, não terá eficácia, eis que os atos praticados sem que haja poderes para tanto, conforme trata o artigo 662 do Código Civil de 2002:
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar. (Grifos nossos).
	Comenta Araken de Assis, ilustrando a aplicação:
“(...) Nenhuma relação jurídica se estabeleceu, eficazmente, entre o mandante e o terceiro, e vice-versa, ficando o mandatário pessoalmente obrigado, nada importando a natureza civil ou comercial do negócio...” (ASSIS, Araken de. Contratos nominados. Col. Biblioteca de Direito Civil. Estudos em homenagem ao Professor Miguel Reale. São Paulo: RT, 2005. P. 70.) – (GRIFAMOS)
Conforme decisão do STJ, do Relator: Ministro MARCO BUZZI:
 
“AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.193.520 - SP (2017/0276285-2) RELATOR : MINISTRO MARCO BUZZI AGRAVANTE : AGORA CORRETORA DE TITULOS E VALORES MOBILIARIOS S/A ADVOGADOS : LEONARDO LOBO DE ALMEIDA - RJ072923 ANNA CAROLINA RODRIGUES CAMPELLO DE FREITAS PENALBER E OUTRO (S) - RJ114095 YARA AKEMI YAMANAKA RIBEIRO - SP301019 AGRAVADO : MARIA JOSE SILVESTRINI ADVOGADOS : ADRIANO TADEU SILVESTRINI - SP260895 MILLER MAGALHÃES RAMOS E OUTRO (S) - SP252559 DECISÃO Trata-se de agravo (art. 1.042, do CPC/15), interposto por AGORA CORRETORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS S/A, contra decisão que não admitiu recurso especial (fls. 2.351/2.352). O apelo nobre, amparado na alínea a, do permissivo constitucional, desafia acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cujo teor ficou assim ementado (fl. 2.264): Ação de reparação de danos materiais e morais - prestação de serviços - compra e venda de ações - procuração outorgada ao neto da autora - negociação na bolsa de valores denominada venda a "descoberto" - realização de "empréstimos de ações" sem a devida autorização da autora - norma da Comissão de Valores Mobiliários que exige prévia autorização do investidor - poderes conferidos ao neto que se restringiam à compra e venda de ações - conivência da ré na prática da operação juntamente com o procurador da autora - mandatário que exerce poderes além daqueles outorgados e que não produzem efeitos ao mandante - artigo 662 do Código Civil - responsabilidade da ré caracterizada - sentença mantida - apelação não provida Opostos embargos declaratórios, foram estes rejeitados, nos termos do aresto de fls. 2.280/2.283. Em suas razões de recurso especial (fls. 2.287/2.325), a recorrente aponta ofensa aos artigos 489, § 1º, IV e 1.022 do CPC, 186 e 927 do Código Civil. Sustenta, preliminarmente, omissãoacerca da existência de nexo de causalidade. No mérito, defende a inexistência do dever de indenizar, por falta de nexo de causalidade, pois "o suposto prejuízo sofrido pela Recorrida derivou das operações de venda a descoberto de ações, para as quais seu procurador detinha poderes - e não dos negócios de aluguel de ações" (fl. 2.288). Contrarrazões às fls. 2.336/2.349. Em juízo de admissibilidade (fls. 2.351/2.352), negou-se o processamento do recurso especial, sob os fundamentos de que inexistente negativa de prestação jurisdicional e de aplicação ao caso do enunciado contido na Súmula 7/STJ. Daí o presente agravo (fls. 2.355/2.395), buscando destrancar o processamento do apelo especial, no qual a insurgente alega ter preenchido os pressupostos de admissibilidade, oportunidade em que refuta o óbice aplicado. Contraminuta às fls. 2.399/2.415. É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar, devendo ser mantida a inadmissão do recurso especial. 1. Quanto à apontada violação dos artigos 489, § 1º, IV e 1022 do CPC, não assiste razão à recorrente, porquanto clara e suficiente a fundamentação adotada pelo Tribunal de origem para o deslinde da controvérsia. Destaque-se, por oportuno, que a matéria apontada como omitida - falta de nexo de causalidade - foi objeto de expressa e clara manifestação pela Corte local, consoante denotam os seguintes excertos do acórdão recorrido (fl. 2.283): A responsabilidade da ré ficou expressa, pois para a realização das operações de "empréstimos de ações" era necessária autorização especifica do investidor, o que não existiu no presente caso. Além disso, ficou consignado que, mesmo sem poderes, a corretora acatou as ordens do neto da autora, conforme laudo pericial de fls. 1118. Na verdade, o que se pretende é a revisão do julgado o que não é possível nessa via. Portanto, não há falar em negativa de prestação jurisdicional, tampouco em nulidade do aresto estadual. A propósito: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS DO ART. 1.022 E INCISOS DO CPC DE 2015. OMISSÃO NÃO CONSTATADA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. 1. Depreende-se do artigo 1.022, e seus incisos, do novo Código de Processo Civil que os embargos de declaração são cabíveis quando constar, na decisão recorrida, obscuridade, contradição, omissão em ponto sobre o qual deveria ter se pronunciado o julgador, ou até mesmo as condutas descritas no artigo 489, parágrafo 1º, que configurariam a carência de fundamentação válida. Não se prestam os aclaratórios ao simples reexame de questões já analisadas, com o intuito de meramente dar efeito modificativo ao recurso. 2. A parte embargante, na verdade, deseja a rediscussão da matéria, já julgada de maneira inequívoca. Essa pretensão não está em harmonia com a natureza e a função dos embargos declaratórios prevista no art. 1022 do CPC. 3. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no AgInt no AREsp 874.797/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 04/08/2016, DJe 09/08/2016) 2. No mérito, verifica-se que o Tribunal de origem com amparo nos elementos de convicção dos autos, concluiu que restou devidamente comprovado o nexo de causalidade a ensejar o dever de indenizar, conforme se constata do seguinte trecho extraído do aresto combatido (fls. 2.266/2.268): Acontece, e este o ponto principal da controvérsia, que, para realização das operações de "empréstimos de ações", é necessária prévia autorização do investidor, nos termos do artigo 3º, § 3º da instrução CVM 441/069, fls. 1187: (...) O referido documento, no entanto, não foi assinado pela autora. Os poderes conferidos ao neto se restringiam a compra e venda de ações, fls. 1118. Para realização dos "empréstimos de ações" para cobrir eventuais operações de "venda a descoberto", demandaria poderes específicos que, no caso, ele não tinha. O referido prejuízo não pode ser suportado pela autora. Acrescente-se que, se a corretora aceitou ordens do procurador que não se encontravam dentro dos poderes da procuração outorgada pela autora, deve responder pelos prejuízos decorrentes. O artigo 662 do Código Civil é claro no sentido que não produz efeitos em relação ao mandante os atos praticados pelo mandatário sem poderes suficientes: (...) É evidente a responsabilidade da ré, porque poderia recusar as operações na conta da autora, fls. 1118, mas foi conivente com os atos praticados pelo procurador. Esta, inclusive, foi a conclusão da perícia: (...) Não se nega que as operações em bolsa de valores apresentam risco ao investidor. No entanto, o prejuízo experimentado decorreu de operações que a autora não tinha autorizado ou não outorgado poderes para praticá-las e a total conivência da ré situação colaborou para a consolidação do prejuízo. Sendo assim, para acolhimento do apelo extremo, no sentido da ausência de nexo de causalidade entre a conduta da corretora e o dano sofrido pela parte autora, seria imprescindível derruir a afirmação contida no decisum atacado, o que, forçosamente, ensejaria em rediscussão de matéria fática, incidindo, na espécie, o óbice da Súmula n. 7 deste Superior Tribunal de Justiça, sendo manifesto o descabimento do recurso especial. Nesse sentido: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. SEGURADORA DE SAÚDE. FALHA NO ATENDIMENTO. NEGLIGÊNCIA NO ATENDIMENTO. ERRO MÉDICO E NEXO DE CAUSALIDADE. DANO MORAL CONFIGURADO. ALTERAÇÃO. REEXAME DE PROVA. SÚMULA 7 DO STJ. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. O Tribunal de origem, procedendo com amparo nos elementos de convicção dos autos, reconheceu a existência do nexo causal entre a conduta dos profissionais médicos e o dano moral alegado pela parte recorrida. 2. Para o acolhimento da pretensão recursal, no presente caso, seria imprescindível exceder os fundamentos colacionados no acórdão recorrido e adentrar no exame das provas, providência impossível de ser adotada em sede de recurso especial, ante o óbice da Súmula 7 desta Corte. 3. Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 1034772/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 01/06/2017, DJe 07/06/2017) AGRAVO INTERNO EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC/73)- AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - DECISÃO MONOCRÁTICA NEGANDO PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA DO DEMANDADO. 1. As questões trazidas à discussão foram dirimidas pelo Tribunal de origem de forma ampla, fundamentada e sem omissões, devendo ser afastada a alegada violação ao artigo 535 do Código de Processo Civil de 1973. 2. No caso concreto, o exame da pretensão recursal, no sentido de verificar a alegada inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do agravante e os danos causados, bem assim a aventada culpa exclusiva de terceiro, demandaria necessariamente o reexame da matéria fática e probatória, procedimento inviável em recurso especial ante o óbice da Súmula 7 do STJ. 3. A revisão da indenização por dano moral apenas é possível na hipótese de o quantum arbitrado nas instâncias originárias se revelar irrisório ou exorbitante. Não estando configurada uma dessas hipóteses, não cabe reexaminar o valor fixado a título de indenização, uma vez que tal análise demanda incursão na seara fático-probatória dos autos, atraindo a incidência da Súmula 7 do STJ. 4. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp 197.808/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 21/02/2017, DJe 01/03/2017) Ademais, no ponto, o Tribunal de origem aplicou o disposto nos arts. 3º, § 3º, da instrução CVM 441/069 e 662 do Código Civil, fundamentos basilares do acórdão estes não impugnados no recurso especial. Desse modo, a subsistência de fundamentos inatacados aptos a manter a conclusão do aresto impugnado, impõe o não conhecimento da pretensão recursal, a teor do entendimento disposto na Súmula 283/STF ("É inadmissível o recurso extraordinário quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles."). 3. Do exposto, com amparo no artigo 932 do NCPC c/c a súmula 568/STJ, nego provimentoao agravo e, com base no art. 85, § 11, do NCPC, majoro os honorários em R$ 500,00 (quinhentos reais), a ser suportado exclusivamente pela parte recorrente. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 30 de novembro de 2017. MINISTRO MARCO BUZZI Relator
(STJ - AREsp: 1193520 SP 2017/0276285-2, Relator: Ministro MARCO BUZZI, Data de Publicação: DJ 04/12/2017)’’
	
Podemos destacar também o artigo 166 do Código Civil de 2002:
			
“Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
Celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
For ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
Não revestir a forma prescrita em lei;
For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para sua validade.’’
Portanto, o artigo 662 do código civil, deixa bem explicito que, por não ter mandato, não tem poderes suficientes para a execução do ato, indo, dessa maneira, ao encontro do que se dispõe no artigo 166, inciso V, do mesmo código, estando totalmente claro a nulidade do negócio jurídico celebrado entre as partes.
	IV.II. DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR
	
	Conforme consta nos princípios da economia e celeridade processuais vigentes no nosso código de processo, o Autor, desde logo, requer que, uma vez reconhecida a ilegalidade da venda do imóvel pelo Ilustre Magistrado, em ato contínuo, reconheça o esbulho sofrido pelo legítimo proprietário do imóvel. Levando em consideração que o Autor, resta-se impedido de adentrar em seu bem que como consta na ação lhe é de todo direito e pertence ao Autor.
	Destarte que deve ser concedida liminar, inaudita altera pars, para reintegração de posse em face do Segundo e Terceiro Ré, diante de que, os mesmo constituíram residência no bem e impedindo o retorno do verdadeiro dono do imóvel, como consta nos seguintes artigos do Código Civil de 2002:
“Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.”
“Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição de mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.”
	Diante disso, como expostos nos artigos acima, cabendo a liminar, eis que, a ação proposta, é de força nova, tão como, comprovado na argumentação o esbulho sofrido. 
V – DOS PEDIDOS
Designação de audiência de conciliação, conforme Art. 334 do CPC.
Gratuidade de justiça conforme o artigo 5, LXXIV da CR/88, como pela Lei 13.105/15 em seu artigo 98 e segs.
Tramitação prioritária da presente demanda, conforme o Art. 71 da Lei 10.741/03.
Citação do requerido por meio postal, nos termos do artigo 246, inc. I, do CPC.
Provimento da presente ação, com a Nulidade do Negócio Jurídico, conforme o artigo 662 e 166, inc. V do Código Civil de 2002.
Reconhecimento do esbulho sofrido, assim sendo, a concessão de liminar, inaudita altera pars, para reintegração de posse, conforme artigos 560 e 562 do Código Civil de 2002.
Seja o Réu condenado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.
VI – DAS PROVAS
	Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do artigo 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu. 
VII – VALOR DA CAUSA
	Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (Cento e Cinquenta Mil Reais).
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 11 de março de 2019.
WANDRÉ LUCAS SILVA DA CUNHA
OAB-RJ XXXXX

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