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trabalho sentença e coisa julgada

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SENTENÇA E COISA JULGADA.
	Conceito de Sentença
Para se chegar ao conceito de sentença é necessário invocar ensinamentos doutrinários. Desta forma, o professor Fredie Didier Jr, em sua obra Curso de Direito Processual Civil - v. 2, conceitua o instituto da sentença como “(...) no procedimento comum ou nos procedimentos especiais, é o pronunciamento do juiz singular que encerra uma fase do processo, seja ela cognitiva ou executiva” (DIDIER, OLIVEIRA E BRAGA).
	Tipos de Sentença e seus efeitos
Para a determinação das espécies de sentença, a doutrina leva em consideração o seu conteúdo, bem como os seus efeitos. Segundo Alexandre Câmara, há dois gêneros de sentença, quais sejam: 
– Sentenças Terminativas
– Sentenças Definitivas
A sentença terminativa é aquela que não resolve o mérito. As hipóteses estão previstas no art. 485 do CPC. 
Lado outro, a sentença definitiva é aquela que analisa o mérito da causa, conforme dispõe o art. 487 do CPC.
Desta feita, é importante destacar que a sentença definitiva se divide em três subespécies:
Sentença Declaratória ou meramente declaratória: 
É aquela que contém, apenas, a certificação da existência, inexistência ou modo de ser de uma relação jurídica, ou da autenticidade ou falsidade de um documento. 
O que diferencia a sentença declaratória das demais, é que ela se limita à essa declaração, por isso o nome de meramente declaratória.
Com a tutela declaratória, o judiciário afirma com quem está o direito, retirando-se a incerteza que pairava.
Um exemplo típico é Ação de Investigação de Paternidade.
2- Sentença Constitutiva:
Se caracteriza por conter ato judicial que determina a criação, modificação ou extinção de relação jurídica.
Quando o autor desejar constituir (constitutiva positiva) ou desconstituir (constitutiva negativa) uma relação jurídica sem o consentimento do réu, haverá interesse para a postulação pela tutela constitutiva.
A eficácia dessa sentença é ex nunc, tendo em vista, que não possuem eficácia retroativa. Seus efeitos fluem a partir do trânsito em julgado.
3- Sentença Condenatória:
É aquela que, reconhecendo a existência de um dever jurídico, permite a prática de atividade jurisdicional posterior destinada a efetivar aquilo que na sentença se reconheceu ser direito de uma das partes.
A sentença condenatória estabelece uma obrigação que deve ser cumprida pelo réu. As demais espécies de sentença se efetivam por si mesmas, esse é o fator principal que as diferencia da condenatória.
A sentença condenatória deve ser executada. Caso o réu não o faça voluntariamente, o legislador estabeleceu os instrumentos para que o autor busque a sua satisfação (recursos). 
As sentenças condenatórias possuem eficácia ex tunc, pois retroagem à data de propositura da ação.
	Prazos para proferir despachos, decisões interlocutórias e sentenças
O juiz proferirá suas decisões nos seguintes prazos, conforme art. 226 do CPC: 
Art. 226. O juiz proferirá:
I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
Entretanto, se houver algum motivo justificado é possível que os prazos fixados sejam excedidos, por igual tempo (art.227, CPC).
É possível também que as sentenças sejam proferidas após o encerramento do debate oral (alegações finais orais) em audiência (art. 364, do CPC), quando é designada uma audiência de instrução e julgamento e o juiz considera, após a apresentação das alegações finais, que está apto para proferir a sentença.
	Da Sentença com resolução de mérito
Conforme disposto no bojo do art. 487, do CPC/15, o Juiz irá resolver o mérito quando: 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, do CPC, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
De plano, infere-se que o magistrado resolverá o mérito da ação quando acolher ou rejeitar o pedido formulado pelo autor, ou seja, julgar procedente ou improcedente, ainda que o pedido seja oriundo de reconvenção (quando o réu formula um pedido ao juiz contra o autor, dentro do mesmo processo). Haverá também resolução de mérito quando o juiz, de ofício ou a requerimento, reconhecer a existência da prescrição ou da decadência. Quando o autor ingressa com uma ação contra determinado réu, entende-se, logicamente, que o réu não cumpriu alguma obrigação, todavia, se no decorrer do processo o réu reconhecer a procedência do pedido formulado do autor, o juiz, então, homologará o reconhecimento e, com isso, resolverá o mérito. Importante destacar que esse instituto abarca a reconvenção. O juiz também resolverá o mérito quando homologar acordo feito pelas partes. Por fim, o magistrado resolverá o mérito quando homologar a renúncia ao “direito” (pretensão) contido(a) na ação ou na reconvenção.
Ante o exposto, o parágrafo único do citado artigo, esclarece que, ressalvada a hipótese de improcedência liminar do pedido (por prescrição ou decadência) prevista no art. 332, §1º, do CPC, o juiz deverá, antes de reconhecer a prescrição ou decadência, dar às partes oportunidade de se manifestarem.
	Da Sentença sem resolução de mérito
Acerca da Sentença sem resolução de mérito, o art. 485 do CPC/2015, traz as seguintes disposições: 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
§1º- Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§2º- No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
§3º- O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
§4º- Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§5º- A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§6º- Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.
§7º- Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Perlustrando o aludido artigo, entende-se que o juiz poderá deixar de resolver o mérito quando indeferir a petição inicial, nos termos do artigo 330, do CPC/15, levando-se em conta os requisitos de emenda da inicial. Ademais, há também a hipótese em que o juiz deixará de analisar o mérito quando o processo permanecer estagnado por período superior a 01 (um ano). Desta forma, o legislador quis evitar que as partes “travem” o processo por negligência, entretanto, as partes serão intimadas previamentepara que tomem conhecimento do feito. O inciso III faz menção aos atos e às diligências as quais são promovidas ao autor, mas este não as cumpre, fato este que ensejará em intimação para que a situação seja regularizada, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. Quando o juiz reconhecer a existência de perempção (o autor abandona a causa por 3 vezes), de litispendência (já existe um processo discutindo aquela relação) ou de coisa julgada (já foi julgado um processo com as mesmas partes, causa de pedir e pedido), haverá a extinção do processo sem resolução de mérito. Não há resolução do mérito quando o juiz entender que não estão presentes as condições da ação. Em caso de desistência da ação, o juiz não resolverá o mérito da questão, uma vez que a ação perdeu seu objeto.
 Por fim, se o magistrado verificar a existência convenção de arbitragem ou for reconhecida a competência do último, não haverá resolução do mérito. O juiz, também, não resolverá o mérito quando o autor falecer e a ação for considerada intransmissível por expressa disposição legal. 
Diante disso, alguns pontos merecem ser destacados, por exemplo, no caso de oferecimento de contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. Ademais, a desistência da ação só irá produzir efeitos quando o magistrado homologar a desistência. 
	Decisão sem resolução de mérito e nova propositura da ação
O pronunciamento judicial que não resolve o mérito (decisão sem resolução de mérito) não obsta que a parte proponha de novo a ação, conforme disposto no art. 486, do CPC. Todavia, quando a cognição foi extinta em razão de litispendência, indeferimento da inicial, ausência de pressupostos processuais, falta ou ausência das condições da ação e acolhimento da alegação de existência de convenção de arbitragem ou de processo arbitral em curso a propositura da nova ação dependerá de correção do vício que levou à extinção da fase cognitiva sem a resolução de mérito, conforme art. 486, §1º, do CPC. 
	Elementos da Sentença
Conforme preconiza o art. 489 do CPC, são três os elementos essenciais da sentença: o relatório, os fundamentos e o dispositivo, os quais são responsáveis por compor a estrutura da sentença. 
Art. 489- São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. (Destaque nosso) (...)
O Relatório é utilizado no processo civil para que, finda a ação, as partes possam ter a convicção de que o magistrado conhece, realmente, aquela causa. Desta forma, o relatório, ainda que sucinto, deverá comtemplar todas as informações essenciais para o julgamento da causa. 
Com relação à fundamentação na sentença judicial, é necessário destacar que, antes de ser um elemento essencial da sentença, trata-se de um direito fundamental previsto no art. 93, IX, CR/88, visto que as decisões fundamentadas estão intimamente ligadas ao Princípio do Contraditório. Ademais, importante destacar que a fundamentação na sentença possui duas funções: extraprocessual e endoprocessual, sendo que a primeira se refere ao meio social, é uma forma de democratização da atividade jurisdicional, ou seja, serve de parâmetro para decisões futuras. E a última se refere à resposta que é oferecida aos litigantes, ou seja, em linhas gerais, é o caminho que as partes utilizam para entender o raciocínio usado pelo magistrado quando de sua decisão, caminho este amparado pelos recursos previstos na legislação.
Em suma, a fundamentação das decisões judiciais é a análise de questões processuais (formais), bem como questões relacionadas ao mérito do processo, sendo que o mérito compreende as questões de fato (provas) e de direito (interpretação do ordenamento jurídico). Diante da importância da fundamentação nas decisões judiciais, o §1º do referido artigo dispõe acerca das hipóteses em que a decisão não será considerada fundamentada. 
Art. 489 (...)
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. (...)
Em pormenorizada análise, entende-se que no inciso I, do aludido parágrafo, o legislador quis evitar a utilização do texto normativo como forma de simples fundamentação, sem estabelecer relação entre a aplicabilidade daquela lei na lide em questão. 
No inciso II, do §1º, compreende-se que o Juiz não poderá invocar um conceito indeterminado sem estabelecer sua conexão ao caso concreto. 
O inciso III veda o uso de “Decisões prontas”, uma vez que cabe ao magistrado proferir uma Decisão particularizada para cada caso concreto.
O inciso IV preconiza que o magistrado deverá enfrentar, pontualmente, cada argumento trazido pelas partes que possa influir diretamente na sua decisão.
Nessa toada, o inciso V dispõe acerca da aplicação dos precedentes judiciais e enunciados de súmulas. Diante disso, imperioso se faz destacar as diferenças entre tais institutos. Com relação aos enunciados de súmulas, pode-se dizer que estão intimamente ligados ao conceito de jurisprudência, ou seja, reiteradas decisões em um mesmo sentido. Ademais, o conceito de precedentes judiciais não deve ser interpretado como baseado em reiteradas decisões, mas sim em uma decisão que possua caráter transcendental, ou seja, possui uma orientação peculiar para outras decisões naquele mesmo sentido. Desta forma, o juiz não poderá apenas indicar o enunciado ou precedente no qual balizou sua decisão, mas demonstrar efetiva aplicabilidade daquele no caso concreto. 
Por conseguinte, o inciso VI tem forte relação com o inciso V, uma vez que trata da hipótese em que o magistrado deixa de se basear em enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte. Desta forma, o juiz deverá demonstrar, por meio de fundamentação, o porquê daquele entendimento não se aplicar a lide.
No mesmo artigo, o §2º dispõe:
No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
Desta forma, o juiz deve esclarecer às partes quais são os fundamentos jurídicos pelos quais se baseou quando entendeu que uma norma deveria ser afastada para aplicação de outra. 
Por fim, conforme classificação doutrinária, o dispositivo é “o local em que o juiz afirma se acolhe ou não o pedido do autor e, em caso de acolhimento, o que deve ser feito para que o direito material seja efetivamente realizado”, (MARINONI, MITIDIERO, ARENHART). Então, em linhas gerais, o dispositivo é a parte em que o juiz resolverá a lide. 
	Fatos supervenientes à propositura da ação
Se após a propositura da ação de uma ação surgir algum fato constitutivo, modificativo ou impeditivo que possa influir no julgamento do seu mérito, este deverá ser levado em consideração pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parteinteressada, no momento em que proferir a decisão (art. 493, do CPC)
O dispositivo permite, portanto, que as partes levem ao conhecimento do órgão jurisdicional fatos que sejam posteriores à apresentação da petição inicial e da contestação e que interferem no pedido formulado (mérito de processo). 
Para fins de conhecimento, seguem alguns exemplos das situações acima apresentadas.
Surgimento de um fato constitutivo de um direito.
Se o autor pediu que o réu fosse condenado a lhe devolver uma vaca, da qual estava como depositário, e no curso do processo o animal tiver uma cria, esse fato deverá ser levado ao conhecimento do magistrado, de ofício ou a requerimento da parte, uma vez que surge para o depositário a obrigação de entregar ao depositante a vaca e sua cria, ou seja, devolver a coisa em depósito, assim como seus frutos e acrescidos (art. 629 do CC). 
Advento de um fato modificativo de um direito.
Caso o autor tenha alegado que emprestou R$ 15.000,00 (quinze mil reais) ao réu e que a quantia não lhe foi devolvida, se for constatado que no curso do processo um pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais), que tenha sido feito pelo réu ao autor, por força de empréstimo, o juiz deverá levar esse fato em consideração, uma vez que houve um fato que modificou a pretensão de recebimento da quantia inicialmente postulada. 
Manifestação de um fato extintivo de um direito.
Se a pretensão formulada pelo autor era no sentido de que o réu desocupasse um imóvel de sua propriedade, que estava sendo utilizado indevidamente e, no curso do processo, for constatado que o réu saiu do bem imóvel, torna-se clarividente o fato extintivo do direito do autor. 
Quando a constatação da presença de um fato constitutivo, modificativo ou impeditivo de um direito ocorrer de ofício, o juiz deverá ouvir as partes antes de decidi-lo (art. 493, CPC).
	Sentença genérica em obrigação de pagar
Apenas nas seguintes hipóteses é permitido que uma decisão que impôs uma prestação de pagar quantia seja genérica, por não indicar a quantia devida pelo sujeito obrigado.
Não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido no momento em que foi proferida;
Pode ser que o juiz não tenha elementos para definir a quantia devida no momento em que vai proferir a decisão, o que impedirá que seja líquida (EX: quando um cidadão é atropelado e ingressa em juízo antes da consolidação das sequelas, sendo impossível saber, no momento da decisão, quais foram seus reais prejuízos materiais ou estéticos). 
A apuração do valor devido depende da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim que reconhecida na sentença. 
Quando a produção de uma prova que servirá para que seja definida a quantia devida por uma das partes é demorada, pode ser conveniente que a referida prova seja produzida futuramente, a fim de que não ocorram atraso indevido na solução da controvérsia. 
	Sentença extra petita, ultra petita e citra petita
É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado (art. 492 do CPC). 
Sentença citra petita é aquela que não examina em toda a sua amplitude o pedido formulado na inicial (com a sua fundamentação) ou a defesa do réu. Ex: na ação reivindicatória, o réu se defende, arguindo prescrição aquisitiva. O juiz, então, aprecia os fundamentos do pedido, mas se esquece da usucapião.
Na sentença ultra petita, o defeito é caracterizado pelo fato de o juiz ter ido além do pedido do autor, dando mais do que fora pedido. Exemplo: se o autor pediu indenização por danos emergentes, não pode o juiz condenar o réu também em lucros cessantes.
A sentença extra petita é quando a providência jurisdicional deferida é diversa da que foi postulada; quando o juiz defere a prestação pedida com base em fundamento não invocado ou quando o juiz acolhe defesa não arguida pelo réu, a menos que haja previsão legal para o conhecimento de ofício (art. 337, § 5º, CPC/2015).
	Modificação da sentença após sua publicação
Após a publicação da sentença, o juiz só poderá alterá-la em duas situações: 
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II - por meio de embargos de declaração.
O inciso I faz referência aos erros relacionados às palavras, pessoas ou coisas que foram mencionadas de maneira equivocada pela decisão e trata-se de falha claramente constatada. Importante destacar que essa correção não pode alterar a essência da decisão, mas simplesmente corrigir ou emendar seu texto. 
No inciso II tem-se a figura dos embargos de declaração, recurso este direcionado ao próprio órgão que proferiu a decisão impugnada, conforme art. 1022, do CPC. Esse recurso tem por escopo modificar a decisão que: for obscura ou contraditória, bem como decisões que sejam omissas em questões as quais o juiz deveria ter se manifestado, e, por fim, decisões que contenham erros materiais. Se os embargos forem acolhidos pelo juiz, o qual deverá analisar no prazo de 05 (cinco dias), no todo ou em parte, a decisão impugnada será modificada para que fique em harmonia com o provimento dos embargos. 
	Da coisa julgada – Conceito
Existirá coisa julgada quando um decisão judicial não pode mais ser impugnada n relação jurídica processual em que foi proferida, tornando-se, assim, imutável e indiscutível. 
A coisa julgada produzida por uma decisão judicial pode ser formal ou material. Nos dois casos, a decisão tornou-se imutável e indiscutível. Por conseguinte, quando há coisa julgada formal os efeitos da sentença se limitam à relação jurídica processual em que foi proferida, possibilitando, assim, que a demanda seja novamente submetida à apreciação do poder judiciário. Entretanto, quando há coisa julgada material a imutabilidade e indiscutibilidade ultrapassam a relação jurídica em que a decisão foi proferida, uma vez que a matéria não poderá mais ser apreciada pelo poder judiciário em qualquer outro processo, já que foi anteriormente julgada. Apenas as decisões que apreciam o mérito produzem coisa julgada material (art.502 do CPC/2015). 
	Do alcance objetivo da coisa julgada
A coisa julgada abrange apenas as questões debatidas e decididas nos autos do processo em que foi produzida (art. 503). Contudo, pode ser que a coisa julgada alcance também a resolução de questão prejudicial (ponto controvertido de fato ou de direito que deve ser decidido antes do mérito), decidida expressa e incidentemente no processo se: I – dessa resolução depender o julgamento do mérito; II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoas para resolvê-la com questão principal (art. 503, §1º, do CPC). 
Uma questão prejudicial corresponde a um ponto controvertido, de fato ou de um direito, que ser decidido antes do mérito. 
A prejudicial está relacionada ao fato de que uma matéria deve ser analisada antes de outra, vindo em primeiro lugar, pois o que for decidido a respeito dela pode prejudicar a análise de temas posteriores, o que faz com que seja denominada prejudicial. 
A prejudicial pode estar relacionada ao direito processual ou ao direito material. Então, se a prejudicial estiver vinculada à esfera processual será identificada como preliminar. Lado outro, se a prejudicial guardar relação com o direito material será qualificada como prejudicial de mérito. 
	Partes da decisão que não ficam submetidas à coisa julgada
De acordo com o CPC, não fazem coisa julgada: I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença (art. 504). 
Tendo em vista que a sentença é constituída de 03 (três) partes, quais sejam, o relatório, a função fundamental e a conclusão, orelatório não fica submetido à coisa julgada, uma vez que não possui conteúdo decisório. Da mesma forma, a motivação ou fundamentação da decisão, assim como a verdade dos fatos, não se submetem à coisa julgada, uma vez que a coisa julgada abrange apenas as questões decididas e não os fundamentos da decisão. 
	Efeito positivo e negativo da coisa julgada
A coisa julgada impede que as questões já decididas sejam novamente apreciadas pelo Poder Judiciário (efeito negativo da coisa julgada), além de impor a sua observância por todos (efeito positivo da coisa julgada), inclusive pelo legislador, uma vez que CRFB/88 prevê que a lei não prejudicará coisa julgada (art. 5º, XXXVI). 
	Alcance subjetivo da coisa julgada
A sentença faz coisa julgada apenas em relação às partes, não prejudicando terceiros (art. 506, CPC). Porém, admite-se que a sentença possa beneficiar a quem não participou da relação jurídica processual, o que ocorre quando produz efeitos erga omnes ou ultra partes. 
	Preclusão
 
É vedado à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão (art. 507, CPC). Portanto, mesmo que não se trate de decisão do mérito, uma matéria já apreciada e decidida pelo Poder Judiciário não pode ser novamente discutida nos mesmo autos, o que ocorreria, por exemplo, se o autor solicitasse a produção de uma prova e o seu pedido fosse rejeitado, pois não poderia deduzi-lo posteriormente. 
	Liquidação de Sentença – Conceito
A liquidação de sentença é um procedimento previsto no CPC para que uma sentença ilíquida se torne uma sentença liquida. Uma sentença é considerada ilíquida quando aponta que algo é devido (na debeatur), porém não indica o valor correspondente ao débito (quantum debeatur). Desta forma, o Código de Processo Civil estabelece que em seu art. 509 que: “quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação”. 
Ademais, uma sentença pode ser considerada ilíquida quando deixa de indicar a coisa devida (quid debeatur), como na hipótese de determinar que o réu entregue um animal para o autor, mas o réu possui vários animais e não houve delimitação. No entanto, o legislador, visando evitar tais controvérsias, determinou que seja apontada a coisa devida.
	Legitimidade para requerer a liquidação de sentença
 
A liquidação de sentença pode ser requerida pelo credor ou devedor (art. 509, CPC), uma vez que para o cumprimento de sentença, forçado ou espontâneo, é fundamental estabelecer a quantia devida ou a coisa a ser entregue.
	Meios para a liquidação de sentença
Conforme preconizado no art. 509 do CPC, a liquidação de sentença poderá ser realizada nos seguintes moldes: 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
No arbitramento, o juiz irá arbitrar a quantia devida ou a coisa a ser entregue. O procedimento comum é o procedimento padrão no CPC. Como está relacionado à atividade cognitiva, o seu desenvolvimento possibilita que seja alegado e provado fato novo, como a existência de despesas médicas que ainda não estavam presentes quando houve o ingresso em juiz do para que fossem reparados os danos materiais e morais decorrentes de um acidente de trânsito. 
	Sentença em parte líquida e parte ilíquida
Quando na sentença houve uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover, simultaneamente, a execução da parte liquida e, em autos apartados, a liquidação da parte ilíquida (art. 509, §1°, CPC). 
	Liquidação por simples cálculo aritmético
Quando a apuração do valor devido depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença, assim que elaborá-lo (art. 509, §2º, CPC). O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), visando facilitar o trabalho das partes, desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira (art. 509, §3º, CPC). 
	Vedações impostas à liquidação
Na liquidação de sentença é vedado discutir novamente a lide ou modificar a sentença que a julgou (art. 509, §4º, CPC), uma vez que busca apenas o estabelecimento da quantia ou da coisa devida. Sendo assim, não serve para que possa ser discutido novamente o conflito ou modificada a sentença que está sendo liquidada. 
	Do reexame necessário
Previsto no artigo 496 do Código de Processo Civil, o reexame necessário não faz parte do rol taxativo de recursos do artigo 994 do referido Código, nem é tratado como recurso em qualquer outro diploma legal. Por não estar previsto como recurso no Código de Processo Civil, não atendendo ao princípio da taxatividade, o reexame necessário não é recurso.
Nas exatas palavras de Fredie Didier Jr. e Leonardo José Carneiro da Cunha o reexame necessário condiciona a eficácia da sentença à sua reapreciação pelo tribunal ao qual está vinculado o juiz que a proferiu. Enquanto não for procedida à reanálise da sentença, esta não transita em julgado, não contendo plena eficácia. Desse modo, não havendo o reexame e, consequentemente, não transitando em julgado a sentença, será incabível a ação rescisória.
Assim, o reexame necessário possui natureza jurídica de condição de eficácia da sentença.
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
§ 1o - Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2o - Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária.
§ 3o - Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4o - Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
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