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Universidade Federal Rural do Semi-Árido Bacharelado em ciência e Tecnologia Proteção contra corrosão Química aplicada a engenharia Mossoró, janeiro de 2019 Proteção contra corrosão Baseados na modificação do metal Aumento da pureza; Adição de elementos (liga) Baseados nos revestimentos protetores Revestimentos orgânicos (tintas, resinas ou polímeros); Revestimentos inorgânicos (cimentos); Revestimentos metálicos PREVENÇÃO CONTRA CORROSÃO (MATERIAIS METÁLICOS) Baseados na modificação do meio corrosivo Adição de inibidores de corrosão Quanto mais simples as formas das estruturas dadas à construção, maiores as chances de obter uma boa proteção contra à corrosão. Evitar frestas, onde depósitos de compostos e umidade possam se acumular, e não sejam visíveis ou não acessíveis à manutenção; Situações que devem ser analisadas: parafusos, cantoneiras, soldas irregulares, descontinuidades. PREVENÇÃO CONTRA CORROSÃO Pinturas ou vernizes; Recobrimento do metal com outro metal mais resistente à corrosão; Recobrimento do metal com outro metal menos resistente à corrosão; Proteção catódica; Proteção anódica; Inibidores de corrosão. PRINCIPAIS MEIOS DE PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO o Proteção catódica o Proteção anódica o Inibidores de corrosão PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO Proteção catódica Técnica usada para combater a corrosão das instalações metálicas, que estão enterradas, submersas e em contato com eletrólitos. Aplicações: o Tubulações que transportam derivados do petróleo; o Tubulações de redes de água e esgotos; o Tanques de armazenamento de água, óleo, produtos químicos, o Submarinos, plataformas de petróleo, entre outros. PROTEÇÃO A CORROSÃO o A proteção catódica garante que as instalações metálicas não sejam corroídas, por tempo indeterminado, mesmo que não seja aplicado nenhum tipo de revestimento sobre sua superfície e que as condições do meio sejam extremamente agressivas. o Vantagem - garantir o controle seguro da corrosão em instalações, que por estarem enterradas ou submersas não podem ser inspecionadas ou revestidas periodicamente. PROTEÇÃO CATÓDICA O processo corrosivo de uma estrutura metálica enterrada ou submersa caracteriza-se pelo aparecimento de áreas anódicas e catódicas na superfície do material metálico, com a consequente ocorrência de um fluxo de corrente elétrica no sentido convencional, da área anódica para a catódica através do eletrólito. MECANISMO DA PROTEÇÃO CATÓDICA MECANISMO DA PROTEÇÃO CATÓDICA A ocorrência de áreas com diferentes potenciais ao longo de uma tubulação, mergulhada ou enterrada, em eletrólitos como o solo ou a água, são devido: Variações de composição química do metal; Tensões internas diferentes causadas pelos processos de conformação e soldagem do material metálico; Heterogeneidades do solo e do material metálico, tais como: grau de aeração, composição química, grau de umidade, presença de agrotóxicos. MECANISMO o Proteger catodicamente uma estrutura significa eliminar, por processo artificial, as áreas anódicas da superfície do metal fazendo com que toda a estrutura adquira comportamento catódico. Métodos utilizados: o Anodos de sacrifício (proteção galvânica) o Corrente impressa ou forçada. MECANISMO Proteção catódica com anodo de sacrifício (proteção galvânica) o Neste processo o fluxo de corrente elétrica fornecido origina-se da diferença de potencial existente entre o metal a proteger e outro metal escolhido como anodo. PROTEÇÃO CATÓDICA COM ANODO DE SACRIFÍCIO Fe2+(aq) + 2e- Fe(s), Ered = -0,44 V Mg2+(aq) +2e- Mg(s), Ered = -2,37 V o Magnésio - atua como anodo de sacrifício, prevenindo a corrosão do ferro que passa a ter apenas comportamento catodico. Materiais utilizados como anodos de sacrifício o Ligas de magnésio, zinco, alumínio. Características desejáveis de um anodo Potencial suficientemente negativo; Alta eficiência, sem impurezas capazes de produzir autocorrosão. PROTEÇÃO CATÓDICA COM ANODO DE SACRIFÍCIO É comum usar ânodos de sacrifícios em tubulações de ferro ou aço em subsolo, em navios e tanques. PROTEÇÃO CATÓDICA COM ANODO DE SACRIFÍCIO Fatores que influênciam 1. Quantidade e distribuição de anodos 2. Tamanho da área a proteger 3. Pureza do ânodo A proteção deve abranger toda área do material a ser protegido PROTEÇÃO CATÓDICA COM ANODO DE SACRIFÍCIO A quantidade, tamanho e distribuição dos ânodos é importante para conseguir uma proteção efetiva; O solo ou a água em que estão imersos os equipamentos podem apresentar certa condutividade, interferindo na distribuição de correntes e potenciais; Não é conveniente em grandes estruturas, colocar os ânodos encostados no metal a proteger, pois ocasionará uma grande concentração de corrente nesta região com menor influência sobre regiões mais longínquas o que torna a distribuição do potencial muito heterogênea. PROTEÇÃO CATÓDICA COM ÂNODO DE SACRIFÍCIO Proteção catódica por corrente impressa O fluxo de corrente fornecido origina-se da força eletromotriz (fem) de uma fonte geradora de corrente elétrica contínua, necessária para a proteção da estrutura metálica. Para fechar o circuito é necessário a presença de um eletrodo anódico . Os anodos especiais, inertes, são utilizados para a dispersão da corrente elétrica no eletrólito; o A fem poderá provir de baterias convencionais, geradores ou retificadores de corrente. PROTEÇÃO CATÓDICA POR CORRENTE IMPRESSA PROTEÇÃO CATÓDICA POR CORRENTE IMPRESSA Proteção catódica por corrente impressa em uma tubulação enterrada Vantagem A fonte geradora de corrente (retificador) pode fornecer a tensão de acordo com a necessidade, em função das características do eletrólito; A proteção catódica por corrente impressa, é utilizada para casos em que é necessário utilizar uma corrente maior que 5A e em estruturas de médio a grande porte. PROTEÇÃO CATÓDICA POR CORRENTE IMPRESSA A diferença de potencial entre ânodo e cátodo é suprida pela fonte de força eletromotriz, não havendo a corrosão do ânodo (metal inerte), não sendo necessário a sua substituição; Exemplos de anodos: ligas de titânio, nióbio ou tântalo, platinizados ou revestidos com óxidos de outros metais nobres como irídio. PROTEÇÃO CATÓDICA POR CORRENTE IMPRESSA Qualquer método que use a proteção catódica seria muito caro se fosse necessário trabalhar com a superfície totalmente descoberta, pois a corrente a fornecer é proporcional à área a proteger; É comum revestir o metal (pintura, revestimento polimérico) e a proteção catódica garante sua ação nas falhas desse revestimento; Estas falhas, aumentam com o tempo devido a degradação do recobrimento e, com isto, sendo exigido cada vez mais do sistema de proteção catódica. PROTEÇÃO CATÓDICA A escolha do sistema de proteção catódica ocorre em função das características da estrutura metálica que se quer proteger: Tipo de material; Dimensões e forma geométrica da estrutura; Condições de operação; Tipo de revestimento empregado na estrutura; Localização da estrutura. ESCOLHA DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA Sistema galvânico Sistema por corrente impressa Não requer fonte externa de corrente elétrica Requer fonte externa de corrente elétrica Econômico para corrente elétrica de até 5 A Econômico para corrente elétrica acima de 5 A Manutenção mais simples e vida limitada Manutenção menos simples. Projetado para vida bastante longa Necessita de acompanhamento operacional Necessita de acompanhamento operacional SISTEMAS GALVÂNICOS E POR CORRENTE IMPRESSA o Oleodutos – todos os oleodutos existentes em operação no Brasil, são protegidos catodicamente, a maioria com sistema por corrente impressa. o Gasodutos – todos os gasodutos existentes no Brasil possuem sistema de proteção catódica, incluindo as redes de distribuição de gás domiciliar e industrial. APLICAÇÕES DE PROTEÇÃO CATÓDICA NO BRASIL o Minerodutos – os minerodutos em operação no Brasil, construídos em aço, estão todos protegidos com sistema por corrente impressa. o Outros exemplos: Adutoras; Emissários submarinos; Plataformas de petróleo; Tanques de armazenamento; Navios. APLICAÇÕES DE PROTEÇÃO CATÓDICA NO BRASIL Proteção anódica o Baseia-se na formação de uma película protetora, nos materiais metálicos, por aplicação de corrente externa. Tal corrente ocasiona polarização anódica, que possibilita a passivação do material metálico. Aplicações o Tanques de armazenamento de ácido sulfúrico; o Digestores alcalinos utilizados na indústria de celulose (ferro, aço ou aço inoxidável); o Trocadores de calor de aço inoxidável para ácido sulfúrico. PROTEÇÃO ANÓDICA Condições para aplicação da proteção anódica: o O material metálico deve apresentar passivação no meio corrosivo em que será utilizado; o Todas as partes do material expostas devem ser passivadas e mantidas nesta condição. Se qualquer parte metálica não for passivada, tem-se uma pequena área anódica ativa para grande área catódica passiva com consequentemente ataque localizado. PROTEÇÃO ANÓDICA Para usar a proteção anódica, deve-se estabelecer e manter o potencial passivo em todo o material metálico que está inserido no meio corrosivo. Para esta condição é necessário o emprego de instrumento que proporcione corrente adequada para passivar o metal e deixá-lo na faixa do potencial de passivação. Na proteção anódica, a corrente inicialmente aplicada é elevada, porém é pequena para manter a passividade. PROTEÇÃO ANÓDICA Limitações da proteção anódica Aplicada apenas para metais que se passivam, como níquel, cromo, titânio e suas respectivas ligas. Se houver a presença, no meio corrosivo, de íons halogenetos, a passivação ou manutenção do estado passivo de ferro e aços inoxidáveis é destruída pelos íons halogenetos, mais frequentemente pelo cloreto. PROTEÇÃO ANÓDICA Condições ideais para a proteção anódica PROTEÇÃO ANÓDICA Quando o metal a ser protegido requer pequena intensidade de corrente para manter o estado passivo, assegurando a resistência a corrosão e pequeno consumo de energia. Inibidores de corrosão Inibidor INIBIDORES “Substância ou mistura de substâncias que, quando presente em concentrações adequadas, no meio corrosivo, reduz ou elimina a corrosão”. A eficiência de proteção oferecida pelos inibidores depende dos metais e ligas bem como da agressividade do meio. Inibidores Composição Orgânicos Inorgânicos Comportamento Oxidantes Não oxidantes Anódicos Catódicos Adsorção CLASSIFICAÇÃO DE INIBIDORES Requisitos para uma satisfatória utilização de inibidores: a) Conhecer as causas da corrosão no sistema; b) Avaliar os custos para prevenção e os prejuízos obtidos com a corrosão; INIBIDORES Requisitos para uma satisfatória utilização de inibidores: c) Conhecer as propriedades e os mecanismos de ação dos inibidores, verificando sua compatibilidade com os materiais usados. Exemplos: • Redução de ação de catalisadores - possibilidade dos inibidores ficarem adsorvidos em catalisadores que são utilizados em reações químicas, interferindo no processo; • Possibilidade de um inibidor proteger determinado material metálico e ser corrosivo para outro material, como ocorre com as aminas, que protegem o aço mas atacam o cobre e suas ligas. INIBIDORES Requisitos para uma satisfatória utilização de inibidores: d) Condições adequadas de adição e controle dos inibidores, evitando inconvenientes como: o Formação de espuma em função de agitação do meio; o Efeitos tóxicos (indústrias alimentícias e abastecimento de água potável); o Ação poluente, se não for feito o tratamento prévio dos despejos. INIBIDORES Inibidores de adsorção Funcionam como películas protetoras. Algumas substâncias formam películas sobre as áreas anódicas e catódicas. Exemplo: Inibidores utilizados na indústria de petróleo: aminas de ácidos graxos, que são adsorvidas pelas superfícies metálicas, formando um filme protetor, impedindo o contato com o meio corrosivo. INIBIDORES DE ADSORÇÃO Comportamento e desempenho afetados por: • pH do meio; • Velocidade do fluido; • Pressão; • Concentração do inibidor. INIBIDORES DE ADSORÇÃO Destinados a materiais metálicos ou componentes metálicos, que se não forem adequadamente protegidos, durante sua fabricação, estocagem ou transporte, podem sofrer corrosão antes mesmo de sua utilização. A corrosão durante a fabricação, estocagem ou transporte, mesmo sendo muito pequena, pode tornar a peça ou componentes inadequados para uso, devido as perdas das dimensões críticas ou até mesmo devido a problemas estéticos. INIBIDORES PARA PROTEÇÃO TEMPORÁRIA Medidas usuais de proteção temporária: Controle do meio ambiente – ventilação, desumificação, controle de impurezas do ar; Emprego de substâncias anticorrosivas formadoras de películas de proteção – óleos protetores, graxas protetoras; Uso de embalagens adequadas – papéis impregnados com inibidores de corrosão, inibidores desidratantes como a sílica gel. INIBIDORES PARA PROTEÇÃO TEMPORÁRIA O método de proteção usando protetivos temporários é baseado na obtenção de uma película superficial, fácil de aplicar e remover, que atua como uma barreira de proteção, impedindo a penetração de umidade e de substâncias agressivas. Geralmente esses protetivos são dissolvidos, ou dispersos, em solventes, para facilitar sua aplicação. INIBIDORES PARA PROTEÇÃO TEMPORÁRIA Protetivos temporários formadores de películas: a) Grupo I – protetivos temporários aplicados por diluição em água; b) Grupo II – protetivos temporários tipo óleo; c) Grupo III – protetivos temporários aplicados por diluição em solventes voláteis; d) Grupo IV – protetivos temporários aplicados a quente. INIBIDORES PARA PROTEÇÃO TEMPORÁRIA Grupo I – protetivos temporários aplicados por diluição em água. Produtos químicos solúveis em água, que deixam por evaporação, uma película protetora; Protetivos emulsionáveis em água, que deixam por evaporação da água, uma película oleosa. INIBIDORES PARA PROTEÇÃO TEMPORÁRIA Grupo II – protetivos temporários tipo óleo. Óleos anticorrosivos para proteger superfícies metálicas expostas; Óleos anticorrosivos para proteger superfícies internas; Óleos anticorrosivos para tanques de navio e similares. INIBIDORES PARA PROTEÇÃO TEMPORÁRIA Grupo III – protetivos temporários aplicados por diluição em solventes voláteis Líquidos anticorrosivos que após a evaporação do solvente, deixam uma película. INIBIDORES PARA PROTEÇÃO TEMPORÁRIA Grupo IV - protetivos temporários aplicados a quente Produtos a base de vaselina e ceras que formam uma película macia, espessa e graxosa. INIBIDORES PARA PROTEÇÃO TEMPORÁRIA A eficiência de um inibidor pode ser determinada pela utilização da seguinte expressão: Ef = 𝑇𝑠 −𝑇𝑐 𝑇𝑠 x 100 Onde: Ef – eficiência do inibidor Ts – taxa de corrosão sem uso de inibidor Tc – taxa de corrosão com uso de inibidor EFICIÊNCIA DOS INIBIDORES o Limpeza química de caldeiras; o Sistemas de refrigeração; o Tubos de condensadores; o Indústria petrolífera; o Sistemas de geração de vapor. PRINCIPAIS APLICAÇÕES DOS INIBIDORES Limpeza química de caldeiras APLICAÇÃO DOS INIBIDORES Adiciona-se inibidores ao ácido clorídrico, que é utilizado para solubilizar incrustações calcárias. O inibidor evita o ataque da tubulação da caldeira pelo ácido, pois com a eliminação do carbonato de cálcio aderido nas paredes do tubo, poderia ocorrer em seguida, a reação do ácido com o metal. Indústria petrolífera APLICAÇÃO DOS INIBIDORES Utilizados em grande escala, pois permitem o emprego de materiais metálicos de construção mais baratos, diminuindo custos do equipamento. Exemplos – tubos de aço com 9% de Ni, usados nos poços de extração de óleo cru, são substituídos pelos tubos de aço-carbono que são mais baratos. COSTA, E. M.. Corrosão e degradação de materiais. Apresentação. DEM/PUCRS. Acesso em: 27 de outubro de 2015. MAINIER, F.B.; SILVA, R.R.C.M. As formulações inibidoras de corrosão e o meio ambiente. ENGEVISTA, v. 6, n. 3, p. 106 -112, dezembro 2004. GENTIL, Vicente, Corrosão, 5a ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 353 p. GENTIL, Vicente, Proteção contra a corrosão I. Livros. Corrosão– LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 3a edição 1996. REFERÊNCIAS Van Vlack, Lawrence H. Princípios de Ciência dos Materiais. Editora Edgard Blucher Ltda. São Paulo PANNONI, F.D. (M.Sc., Ph.D.PERFIS) Coletânia do uso do aço. Principios da proteção de estruturas metálicas em situação de corrosão e incêndio. 4ª Edição. 2007. Gerdau aço Minas Site:http://www.abraco.org.br/corros16.htm REFERÊNCIAS
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