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Direito Constitucional Remédios Constitucionais

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CURSO – TRIBUNAL 5x1 – FASE VERMELHA- 1° SEMESTRE DE 2016 Nº 
 
DATA – 06/05/2016 
 
DISCIPLINA – DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
PROFESSORA – RENATA ABREU 
 
MONITORA – JOANA DE CARVALHO GARCIA 
 
AULA- 03 
 
 
 
 
EMENTA: 
-Remédios Constitucionais: Habeas Corpus; Mandado de Segurança. 
 
 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: 
 
São garantias, que visam assegurar o fiel cumprimento dos direitos fundamentais que estão 
previstos na constituição federal. 
 
1) "Habeas Corpus" (H.C- art.5º, LXVIII, CF): 
 É um remédio constitucional que visa proteger o direito de ir e vir, direito de locomoção. Toda vez 
que alguém tiver esse direito violado por ilegalidade ou abuso de poder, caberá o H.C. 
A) Características: 
- É uma ação constitucional gratuita. 
- É uma ação constitucional que tem natureza penal, não é recurso. As outras ações 
constitucionais estudadas serão de natureza civil. 
- Terá prioridade de julgamento sobre as demais ações constitucionais. 
B) Espécies: 
- Preventivo: salvo-conduto. A violação ao direito de ir e vir ainda não aconteceu, mas tem um 
fundado receio que ela venha a acontecer. 
Ex: Jose está sendo investigado por estelionato, o juiz manda uma carta para ele comparecer no 
instituto criminalística para realização do exame pericial necessário, sob pena de prisão 
preventiva. José não é obrigado a produzir prova contra si mesmo, cabendo nesse caso H.C 
preventivo. 
Ex: João foi condenado ao regime de pena aberto, devendo cumprir pena na casa de albergado, 
mas no estado de João não tem vaga, e os prisioneiros estão sendo colocados em regime mais 
gravoso, para evitar isso, João deverá entrar com H.C preventivo pedindo para cumprir pena no 
domicílio (art.117 da LEP). 
 
 
- Repressivo ou liberatório: a ilegalidade já aconteceu. 
Ex: Maria foi presa temporariamente, que em regra de 5 dias podendo ser prorrogado por mais 5. 
Ela está presa há 2 meses, o que é ilegal. Cabendo o H.C repressivo. 
Ex: Lúcia foi presa em flagrante e nunca foi convertida em prisão preventiva, se previstos os 
requisitos, cabendo o H.C repressivo. 
Observação: H.C profilático é aquele que objetiva o trancamento de inquérito ou de ação penal. 
C) Cabimento: as hipóteses de cabimento do H.C são amplas. Toda vez que alguém tiver seu 
direito de ir e vir violado ou mesmo com ameaça de violação por ato ilegal ou abusivo, caberá 
H.C. 
O artigo 648 CPP traz um rol meramente exemplificativo. As hipóteses são amplas. 
"Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a 
autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade." 
 
Observação: A prisão preventiva não tem um prazo fixado em lei, mas só deve subsistir enquanto 
estiverem presentes os requisitos, para proteger a instrução penal, a ordem pública e econômica e 
aplicação da lei penal. Se o fundamento cessar e continuar preso, a prisão será ilegal, cabendo 
H.C. 
- Informativo nº 447 STF: o H.C é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza 
quebra de sigilo bancário e fiscal em procedimento criminal (caiu na prova de analista do TRE em 
2011). 
“Informativo nº 447 STF: (...) Cabimento de HC e Quebra de Sigilo 
O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a 
quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, haja vista a 
possibilidade destes resultarem em constrangimento à liberdade do investigado. Com 
base nesse entendimento, a Turma, resolvendo questão de ordem, deu provimento a 
agravo de instrumento interposto pelo Ministério Público Federal para, convertendo-o 
em recurso extraordinário, negar-lhe provimento. Alegava-se, na espécie, ofensa ao 
art. 5º, LXVIII, da CF, ao fundamento de que a decisão que determinara a quebra de 
sigilos não ameaçaria o imediato direito de locomoção do paciente, consoante exigido 
constitucionalmente. Entendeu-se, no entanto, que o acórdão recorrido não divergira 
da jurisprudência do STF. 
AI 573623 QO/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 31.10.2006. (AI-573623).” 
 
- Não cabe H.C: 
I) Quando a pena aplicada for exclusivamente de multa. Não pode transformar multa em pena 
privativa de liberdade. 
“Súmula 693 STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de 
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária 
seja a única cominada.” 
No art.28 Lei 11343 o usuário não pode ser preso por porte de droga para consumo pessoal. 
Contra decisão que impõe as penalidades desse artigo, não é cabível H.C. 
II) Quando já tiver tido cumprimento da pena privativa de liberdade, já tiver cumprido a pena 
(extinta). 
 
 
“Súmula 695 STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de 
liberdade.” 
III) Imposição de pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública: 
Servidor sofreu um procedimento é perdeu sua função pública, não cabe H.C pois não pode ser 
preso por isso. 
“Súmula 694 STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão 
de militar ou de perda de patente ou de função pública.” 
 
IV) Contra omissão de relator de extradição se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova 
não constava nos autos nem foi ele provocado à respeito (súmula 692 STF). 
“Súmula 692 STF: Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de 
extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos 
autos, nem foi ele provocado a respeito.” 
 
O relator do processo de extradição for omisso, não cabe H.C, pois o relator é ministro, é o STF 
entende que não cabe H,C contra decisão monocrática de ministro (súmula 606 STF). 
“Súmula 606: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de 
Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.” 
V) não cabe H.C para proteger liberdade de locomoção virtual (direito de ir e vir no espaço 
cibernético (Informativo 555 STF). 
VI) Impeachment: o presidente que pratica um crime de responsabilidade sofre será processado e 
julgado no Senado Feral, que irá funcionar como um tribunal. Se cometer um crime comum será 
julgado no STF. Se sofrer impeachment o presidente da República perderá o cargo e fica 
inabilitada pelo exercício de funções públicas pelo prazo de 8 anos. Não existe pena de prisão 
para crime de responsabilidade, não cabe portanto H.C. 
VII) Não cabe H.C contra punições disciplinares militares. A estrutura militar é regida pelos 
princípios da hierarquia e da disciplina. Tem punições que o superior hierárquico aplica ao 
subordinado. A pena pode ser até mesmo de prisão (Art.142,§ 2º, CF). 
“Art.142, § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares 
militares.” 
 
Observação: O entendimento atual do STF é que o Poder Judiciário não pode intervir no mérito 
dessas questões. Mas pode discutir a legalidade, questões formais, através de H.C. Pode discutir 
a questão da tipicidade, da competência, dentre outros. Se for para questionar o mérito da 
punição, não cabe H.C. Se for para questionar a legalidade da punição, cabe H.C. 
D) Legitimidade: pode ser ativa ou passiva. 
- Ativa: tem a figura do impetrante e a do paciente. O impetrante é aquele que impetra o H.C, e o 
paciente é aquele em favor de quem o H.C foi impetrado, ou seja, o paciente é aquele que teve 
seu direito de locomoção violado ou ameaçado. 
Observação 1:qualquer pessoa pode impetrar H.C, independente de sua capacidade civil, 
gratuitamente e sem advogado, inclusive para a fase recursal (H.C 86.307 STF). A legitimidade 
ativa é super ampla. 
Observação 2: não precisa haver pertinência subjetiva entre o impetrante e o paciente, que 
podem inclusive ser a mesma pessoa. Qualquer pessoa pode interpor H.C em favor de qualquer 
outra pessoa. 
Observação 3: o estrangeiro residente no brasil ou não, regular ou não, pode propor H.C no 
Brasil, desde que seja feito na língua portuguesa. Se for feito em língua estrangeira não será 
cabível, tem que ser no vernáculo. Não precisa de autorização das autoridades consulares do seu 
país. 
 
 
Ex: um estrangeiro está no Brasil para assistir às olimpíadas. Na porta do estádio arrumou uma 
briga e foi preso. Foi constatada que sua prisão é ilegal, caberá H.C. 
Observação 4: pessoa jurídica pode propor, impetrar H.C, mas ela não pode ser paciente, pois 
não tem o direito de ir e vir, a pessoa jurídica não pode ser presa. 
Observação 5: o juiz pode conceder o H.C de ofício. Se o juiz ao analisar o processo, verifica que 
o preso está preso há muito tempo, e não foi impetrado H.C,mo juiz pode conceder de ofício. 
Observação 6: a causa de pedir e o pedido não vinculam o órgão competente para julgamento. 
Ex: o magistrado analisando um H.C observa que há uma ilegalidade na prisão do sujeito que não 
foi vinculada pelo impetrante na sua petição, o juiz pode conceder H.C com base em 
fundamentação diversa (art.654,§ 2º, CPP). 
Observação 7: o M.P pode propor H.C sempre em favor de um terceiro. Deve-se observar a 
finalidade do H.C que não poderá ser utilizado para satisfazer os interesses da acusação nem 
mesmo por via reflexa (H.C nº 75437-7). O M.P pode até propor H.C, mas ele deverá ser para 
satisfazer a defesa do paciente, não existe H.C "pro societate". 
- Passiva: será impetrado contra o impetrado (sujeito passivo). O H.C pode ser impetrado contra: 
I) Ato de autoridade: chamada autoridade coatora. É a autoridade responsável pela ameaça ou 
violação do direito de locomoção. Pode ser um juiz, delegado, etc. 
II) Ato de particular: um particular viola ou ameaça o direito de locomoção. 
Ex: um doido foi internado no hospital psiquiátrico, ficou bom e recebeu alta. Mas o diretor só vai 
liberar o paciente recuperado após ele pagar os honorários, deixando ele preso lá dentro, cabendo 
H.C. 
Observação: não cabe H.C ao plenário do STF contra decisão de turma do STF (súmula 606 
STF). O julgamento de mérito é colegiado, será julgado pelos 5 ministros de uma Turma do STF. 
Contra essa decisão, não pode impetrar H.C para o plenário do STF. O ato da turma que viola o 
direito de ir e vir não cabe H.C para plenário. 
“Súmula 606 STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de 
decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo 
recurso.” 
 
E) Liminar: cabe liminar em H.C, pelo próprio rito especial e sumaríssimo que permeia o H.C. Não 
há previsão legal, mas por analogia ao M.S cabe liminar no H.C, os requisitos são os mesmos, 
"periculum in mora" e o "fumus boni iuri". 
- Quem faz o julgamento de mérito são as turmas ou câmaras. Quando é distribuído, um dos 
desembargadores é escolhido como relator. A decisão de mérito é uma decisão colegiada, a 
decisão da liminar vai ser uma decisão monocrática do relator. 
Ex: um H.C no TJ, foi distribuído a uma Câmara, a decisão da liminar é monocrática do relator. Se 
o relator denegou a liminar, caberá Agravo Regimental para o próprio Tribunal. 
“Súmula 691 STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas 
corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeascorpus requerido a 
tribunal superior, indefere a liminar.” 
Ex: tem um H.C com pedido de liminar no S.T.J (Tribunal Superior). Quem vai julgar 
monocraticamente a liminar é o relator, que poderá conceder ou denegar a liminar. Se denegar a 
liminar caberá Agravo Regimental ao próprio Tribunal (STJ). Não cabe novo H.C ao STF, pois 
estará desobedecendo o princípio da colegialidade e o da supressão de instância. 
Observação: Existem duas situações em que o STF relativiza a aplicação da súmula 691, admite 
um novo H.C ao STF sem precisar propor agravo regimental ao próprio tribunal. Será elas: 
1ª-Se já houver decisão manifestamente contrária à decisão do STF. 
2ª- Se for claramente um constrangimento ilegal, ou seja, se essa decisão do relator denegando a 
liminar for uma decisão teratológica pode impetrar novo H.C ao STF. 
F) Decisão e Recursos: 
 
 
- A decisão pode ser: 
I) Procedente: Se for no H.C preventivo terá uma ordem para que cesse a ameaça (salvo 
conduto). Se for no H.C repressivo irá ganhar um alvará de soltura. 
Observação: Súmula 690 STF foi superada, não é mais aplicada. Falava que se tem H.C contra 
ato de turma recursal do Juizado Especial Criminal deveria ser impetrado no STF. O entendimento 
atual é que se tem H.C contra turma recursal deverá ver se é federal ou estadual. Se for J.E.Crim. 
Federal o H.C será proposto no TRF, se for J.E.Crim. Estadual será proposto no Tribunal de 
Justiça (H.C 86.834 STF). 
Observação 2: art.580 CPP se a concessão do H.C não foi fundamentada em motivos de ordem 
pessoal do paciente, ela será estendida aos corréus. 
“Art.580: No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do 
recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter 
exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.” 
II) Improcedente: denega o H.C 
- Os recursos: 
I) Se tem H.C no juízo de primeiro grau: a decisão pode ser concessiva ou denegatória do H.C. 
ex: o delegado de polícia civil é autoridade coatora, o H.C será impetrado perante o juízo de 
primeiro grau, para o juiz de direito criminal da comarca respectiva. 
Se a decisão for: 
I.I) Se for concessiva caberá Recurso de Ofício (art.574, I, CPP). Se não houver esse recurso à 
decisão não transita em julgado (súmula 423 STF). Não cabe esse recurso de ofício ao H.C nos 
Tribunais, o recurso é só no H.c no juízo de primeiro grau. 
“Art.574: Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que 
deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: 
I - da sentença que conceder habeas corpus;” 
 
“Súmula 423 STF: Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex 
officio, que se considera interposto ex lege.” 
 
I.II) Sendo concessiva ou denegatória a decisão, caberá o Recurso em Sentido Estrito (art.581, X, 
CPP). 
“Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;” 
 
II) Se tem H.C na segunda instância (TJ ou TRF): 
Ex: se for um juiz de direito a autoridade coatora caberá H.C para T.J, se for juiz federal caberá 
H.C para TRF. 
Se a decisão for: 
Denegatória: caberá Recurso Ordinário para o STJ (art.105, II, "a",CF). 
“Art. 105, II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, 
quando a decisão for denegatória;” 
Concessiva: caberá Recurso Extraordinário ao STF e Recurso Especial ao STJ quando 
preenchidos os requisitos. 
III) H.C no STJ (Tribunais Superiores): a decisão pode ser: 
Denegatória: caberá Recurso Ordinário ao STF (art.102, II, "a", CF). 
“Art. 102, II - julgar, em recurso ordinário: 
 
 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de 
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a 
decisão;” 
Concessiva: caberá Recurso Extraordinário ao STF (art.102, III, CF) e Recurso Especialao STJ 
(art.105, III, CF) quando preenchidos os requisitos. 
Observação: a primeira turma do STF não admite mais o H.C substitutivo de R.O quando a 
decisão for denegatória, deverá seguir as vias recursais (H.C 126.734/Ag. R. 1ª turma STF, 
24/04/2015). 
 
2) Mandado de Segurança (art.5º, LXIX/ M.S Individual; LXX/ M.S Coletivo, CF): 
 É uma ação constitucional que serve para proteger violações ao direito líquido e certo. 
 É um direito incontestável, pode ser provado de plano, deve ter prova pré- constituída. 
A) Características: 
- É uma ação constitucional de natureza civil. Porém é possível que o M.S pode ser impetrado no 
âmbito penal contra o ato de um juiz criminal, mas não perde seu caráter de natureza civil (súmula 
701 STF). 
“Súmula 701 STF: No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra 
decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte 
passivo.” 
- M.S tem um rito especial e um sumaríssimo. Tem o procedimento previsto lei 12.016. 
- Tem natureza subsidiária ou residual. Se não for caso de Habeas Corpus nem de Habeas Data, 
será caso de Mandado de Segurança. 
B) Finalidade: visa proteger direito líquido e certo. Aquele direito que pode ser comprovado de 
plano, mediante prova pré-constituída, não precisa de dilação probatória, é basicamente 
documental. 
Observação 1: exceção a necessidade de prova pré-constituída, quando a prova estiver em 
poder de uma autoridade pública que se recusa a fornecer, o juiz pode determinar a exibição do 
documento em 10 dias (art.6º da Lei 12.016). 
Observação 2: As questões de fatos não podem ser controversas, deve demonstrar que é 
portador de um direito líquido e certo. Mas as questões de direito podem ser controversas. 
"Súmula 625 STF: controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão do 
Mandado de Segurança." 
 
C) Hipóteses de cabimento: são amplas, quando um indivíduo tiver um direito líquido e certo 
violado ou com ameaça de violação por autoridade pública ou servidor que estiver agindo em 
nome dela. 
- Não caberá M.S (hipóteses que estão na Lei 12.016): 
I) "Art.1º,§ 2º: Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial 
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e 
de concessionárias de serviço público." 
 As empresas públicas e sociedade de economia mista tem um regime jurídico híbrido, tem o 
mesmo regime das empresas privadas quanto à obrigações civis, comerciais, trabalhistas (CLT) 
praticam atos de gestão, não irá caber M.S. Mas ao mesmo tempo essas entidades se submetem 
aos princípios constitucionais da administração pública (proibição de acumulação de cargos 
empregos e funções públicas, necessidade de concurso, licitação, etc), nesses casos caberá M.S. 
Ex: uma estatal que demitiu um empregado público com base na CLT, não cabe M.S. 
Ex: ato praticado por uma comissão de licitação, são parecidas com imponderáveis público, cabe 
M.S 
Súmula 333 STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação 
promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública” 
 
 
 
II) "art.5º: Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I: de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; " 
 Tendo em vista o princípio da inafastabilidade da jurisdição (art.5º, XXXV, CF) não é necessário o 
esgotamento das vias administrativas para acionar o Poder Judiciário. Entretanto se o interessado 
optou pela via administrativa e, em seu recurso administrativo, ele obteve um efeito suspensivo, a 
lesão estará suspensa e ele já estará protegido. Portanto, não há interesse de agir para impetrar o 
M.S. 
Atenção para a súmula 429 STF: se o ato for omissivo, mesmo havendo recurso administrativo 
com efeito suspensivo, caberá o M.S, pois o efeito suspensivo não pode suspender o nada que 
estava prejudicando. 
“Súmula 429: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não 
impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.” 
 
III) "Art.5º, II: de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; " 
O raciocínio é o mesmo que o anterior. Se esta protegido pela via recursal pelo efeito suspensivo 
não cabe M.S, mas se não tiver o efeito suspensivo, caberá M.S. 
IV) "Art. 5º, III: de decisão judicial transitada em julgado. " 
M.S não é substitutivo de ação rescisória. 
- Não caberá M.S 
I) “Súmula 266 STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.” 
 O M.S serve para combater situações concretas, e não situações abstratamente previstas em lei. 
Exceção: a lei de efeitos concretos, formalmente é uma lei, mas materialmente é como se fosse 
um ato administrativo, ela não tem generalidade e abstração. Ela provoca efeitos concretos, cabe 
M.S. Ex: uma lei orçamentária. Um decreto de exoneração ou nomeação de um servidor público. 
II) “Súmula 101 STF: O mandado de segurança não substitui a ação popular.” 
M.S não substitui ação popular 
III) “Súmula 269 STF: O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.” 
M.S não substitui ação de cobrança. 
D) Legitimidade: pode ser ativa ou passiva. 
- Ativa: será diferente no M.S coletivo e no individual. 
I) M.S Individual: quem pode propor é o impetrante, pode ser pessoa física, nacional,ou 
estrangeira, pessoa jurídica, universalidade reconhecidas pela lei (espólio, massa falida, 
condomínio), alguns órgãos públicos (despersonalizados mas com capacidade processual, mesa 
do Senado, mesa da Câmara, chefia do Executivo). 
II) M.S Coletivo (art.5º, LXX, CF): 
“LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e 
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados;” 
 
Observação 1: partido político com representatividade no Congresso Nacional significa que tem 
que ter pelo menos um deputado federal ou um senador em exercício. 
Observação 2: o requisito estar em funcionamento a pelo menos um ano é somente para as 
associações. 
Observação 3: o sindicato propõe M.S coletivo em nome próprio, tutelando o direito da categoria 
(substituição processual). Como regra, a associação representa seus filiados extrajudicialmente 
 
 
ou judicialmente, ela propõe em nome alheio tutelando direito alheio, precisa de autorização 
expressa do associado (art.5º, XXI, CF). 
“Art.5º, XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;” 
 Exceto o M.S coletivo, quando a associação propõe um M.S coletivo, ela não precisa de 
autorização (súmula 629 STF). 
“Súmula 629: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe 
em favor dos associados independe da autorização destes.” 
- Passiva: o M.S será interposto contra o impetrado. Para alguns autores, o legitimado passivo 
será a autoridade coatora, para outros autores é a própria pessoa jurídica a qual está vinculada à 
autoridade coatora (entendimento majoritário). A autoridade coatora é de identificação obrigatória, 
quem vai suportar o ônus é a pessoa jurídica. 
Observação 1: Quem é a autoridade coatora? É aquela que esta investida do poder decisório, 
detém a responsabilidade pelo ato, e que é capaz de corrigir a ilegalidade (art.6º, §3º, Lei 12.016). 
Meros executores do ato não são autoridade coatora (fiscal do INSS, fiscal da ANATEL). 
“Art.6º, § 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato 
impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.” 
 
Observação2: o conceito de autoridade pública para fins de M.S é extenso (art.1º,§1º, Lei 
12.016). 
"Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com 
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo 
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais 
forem as funções que exerça. 
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou 
órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem 
como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de 
atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. " 
 
Observação 3: o M.S pode ser impetrado contra ato de particular, que esteja sob delegação do 
Poder Público. 
Ex: educação é um serviço público que deve ser prestado pelo Estado, mas ele pode "delegar" 
aos particulares (escolas e faculdades privadas). O diretor de uma escola privada denegou 
ilegalmente uma matrícula, caberá M.S. 
E) Prazo: 120 dias contados da ciência pelo interessado do ato impugnado (art.23 da Lei 12.016). 
Observação 1: a doutrina majoritária entende que se trata de um prazo decadencial. A doutrina 
minoritária entende que o prazo namorado ser decadencial, pois se ultrapassado esse prazo o 
direito substancial não vai sumir, pode recorrer nas vias ordinárias. 
Observação 2: esse prazo é constitucional, a lei pode fixar prazo para impetrar M.S. 
“Súmula 632 STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de 
mandado de segurança.” 
Observação 3: no M.S o impetrante pode desistir independentemente de aquiescência do 
impetrado, a qualquer tempo, antes do trânsito em julgado, até mesmo após a decisão de mérito 
(STF: RE 669.367, 30/10/2014). A regra do art.485, 4º CPC/2015 que equivale ao 269, 4º do 
CPC/73 não é aplicada em relação ao M.S. 
As justificativas são que, no M.S não há uma lide no sentido material. O impetrado não é réu. Há 
possibilidade de discussão do direito pelas vias ordinárias.

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