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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO CAMPUS CAXIAS CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO BÁSICA-PARFOR NATHÁLIA LORRANA ALVES DE SOUZA RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA A ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL Caxias - MA 2017 NATHÁLIA LORRANA ALVES DE SOUZA RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA A ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão como requisito parcial para obtenção do grau de licenciada em Biologia. Orientadora: Profª. Dra. Tereza Cristina Silva Caxias - MA 2017 RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA A ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NATHÁLIA LORRANA ALVES DE SOUZA Defesa em 06 fevereiro de 2017, com banca examinadora constituída dos seguintes membros: Profª. Dra. Tereza Cristina Silva (Orientadora) Departamento Acadêmico de Biologia – Campus Monte Castelo Profª. Dra. Yrla Nívea Oliveira Pereira Departamento Acadêmico de Biologia – Campus Monte Castelo Profa. Dra. Waldirene Pereira Araújo Departamento de Ensino Superior e Tecnológico – Campus Caxias Dedico Primeiramente a Deus, por ter me dado força para a conclusão desse trabalho. Á minha família, pela a capacidade de acreditar e investir em mim. Dedico ao meu filho amado, pois seu amor foi quem me deram, em alguns momentos, a esperança para seguir. E dedico em especial ao meu esposo Marcos Oziel, que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades. AGRADECIMENTOS • Agradeço a Deus por ter me dado saúde e forças para superar as dificuldades encontradas durante o curso. • Sou grata ao Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia do Maranhão- IFMA, em especial ao Campus de Caxias, por permitir que este trabalho fosse concluído. • Agradeço a todos os professores, por contribuírem na minha formação, em especial a professora mestra Waldirene Pereira Araújo, pela a paciência prestada a mim e por me acompanhar desde o inicio de minha carreira acadêmica. • Agradeço a Simone Alves de Souza, minha mãe, minha heroína, pelo o apoio e incentivo nas horas difíceis, de desânimo e cansaço. • Agradeço ao meu pai amado, Alberto Vieira de Souza, que sempre esteve presente em todos os momentos de minha vida e pelo o apoio incondicional. • Aos meus irmãos e filho amado, por terem paciência nos momentos mais críticos e por estarem sempre ao meu lado. • Ao meu esposo, Marcos Oziel Dias dos Santos, pela a dedicação, empenho na realização desse trabalho e pela a confiança prestada com amor. • Agradeço a Lívia Carine Macedo e Silva, uma grande amiga e por acreditar sempre em meu potencial. • Aos meus amigos (as) do curso de Ciências Biológicas do IFMA-MA, pelo companheirismo dedicado a estes quatro anos. • A minha orientadora, Professora Doutora Tereza Cristina Silva, pela orientação deste trabalho. • E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigada RESUMO No que diz respeito a elaboração de materiais didáticos é necessário é que consiga atender às necessidades de aprendizagem do público alvo para esses materiais - alunos com deficiência visual. Para que isso ocorra, adaptações de todos os tipos devem ser desenvolvidas, faz-se necessário, também, apresentar o contexto da adaptação nas aulas de Biologia em função da inclusão de um aluno com deficiência. O presente trabalho tem como objetivo a criação, utilização e avaliação de modelos didáticos no ensino de Ciências para alunos com deficiências visuais, uma vez que a educação inclusiva já se constitui como uma realidade em algumas instituições brasileiras e enfrenta grandes desafios, tanto pela falta de preparo de maior parte dos profissionais quanto pela falta de materiais didáticos específicos para o perfil de aluno citado. Partindo desse princípio, desenvolveu-se uma pesquisa de campo baseada numa abordagem qualitativa; com entrevistas direcionados aos profissionais que estão diretamente envolvidos com a educação especial, afim de avaliar a eficiência dos materiais criados. Os resultados obtidos apontaram uma maioria docente despreparada para o trabalho com deficientes visuais, porém, pode-se concluir uma boa receptividade na adoção de iniciativas como a sugerida neste trabalho. Palavras-chave: Recursos Didáticos. Educação Inclusiva. Deficiência Visual. Ensino- aprendizagem. ABSTRACT When it comes to the elaboration of didactic materials, it is necessary to be able to meet the learning needs of the target audience for these materials - students with visual impairment. For this to happen, adaptations of all types must be developed, it is also necessary to present the context of adaptation in Biology classes due to the inclusion of a student with a disability. The present work has the objective of creating, using and evaluating didactic models in the teaching of Sciences for students with visual impairments, since inclusive education is already a reality in some Brazilian institutions and faces major challenges, both for the lack of Preparation of most of the professionals as for the lack of specific didactic materials for the cited student profile. Based on this principle, a field research was developed based on a qualitative approach; With interviews directed to professionals who are directly involved with special education, in order to evaluate the efficiency of the materials created. The obtained results pointed to the teacher majority unprepared for the work with the visually impaired, but, one can conclude a good receptivity in the adoption of initiatives as suggested in this research. Keywords: Didactic resources. Inclusive education. Visual impairment. Teaching and learning. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 09 2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 12 2.1 A realidade do ensino da disciplina biologia no Brasil ......................................... 12 2.2 As leis educacionais acerca da educação especial e educação inclusiva no Brasil 13 2.3 Inclusão e educação inclusiva no Brasil ................................................................ 14 2.4 Recursos didáticos para deficientes visuais ........................................................... 16 2.5 Deficiência visual ................................................................................................... 17 3 METODOLOGIA ................................................................................................ 18 3.1 Caracte rização da pesquis aCaracterização da pesquisa 18 Caract erizaçã o da pesquis a 3.2 Área de estudo ....................................................................................................... 18 3.3 Participantes da pesquisa ....................................................................................... 19 3.4 Construção dos modelos didáticos ......................................................................... 19 3.5 Utilização dos modelos didáticos .......................................................................... 21 3.6 Avaliação dos modelos didáticos ........................................................................... 21 3.7 Definições .............................................................................................................. 21 3.8 Análise dos dados .................................................................................................. 21 3.9 Ética em pesquisa .................................................................................................. 21 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 22 4.1 Construções dos modelos didáticos ....................................................................... 22 4.2 Utilização dos materiais didáticos nas aulas de Biologia ...................................... 26 4.3 Avaliação dos modelos didáticos ........................................................................... 28 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 32 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. APÊNDICES........................................................................................................................ 9 1 INTRODUÇÃO A partir da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) foi estabelecido um plano que priorizava a inclusão de todos os alunos, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96), no artigo 58, garante que haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. A inclusão de alunos com necessidade especiais no ensino regular é uma das questões mais polêmicas e discutidas no cenário educacional. Segundo o Artigo 208 da Constituição Brasileira, o atendimento educacional especializado aos alunos com necessidades especiais deve ser dado, preferencialmente, na rede regular de ensino. Apesar da legislação, ainda não temos o bastante para que o processo de inclusão se torne realidade na prática (BRASIL, 1998). Karagiannis e Stainback (1999), ressaltam os três componentes básicos que necessitam estar interligados no processo inclusivo. O primeiro é o componente organizacional, incluindo direção, coordenação, supervisão, orientação e toda rede de apoio; o segundo é o trabalho em equipe, no qual docentes e técnicos trabalham juntos no planejamento e na implementação de programas visando à integração de todos os alunos e, o terceiro, está relacionado ao ambiente em sala de aula, que deve ser acolhedor e facilitador do processo de aprendizagem, possibilitando a todos os alunos a aquisição de habilidades indispensáveis pertinentes aquele contexto social. A educação inclusiva enfrenta uma série de resistências e dificuldades, por isso é necessária uma reformulação do sistema educacional para que a inclusão se torne realidade no ensino regular. Entre as inúmeras dificuldades, destaca-se, como sendo a principal, o despreparo dos professores do ensino regular para a escola atual. O sistema educacional precisar assegurar ao docente a capacitação e especialização adequada para que esteja preparado para receber e estabelecer a inclusão na sala de aula (DÍAZ et al., 2009). Os currículos de formação de professores, em sua maioria, possuem reduzida carga horária com informações sobre alunos com necessidades educacionais especiais, tornando-se desta forma difícil, senão impossível, que os professores consigam identificar e trabalhar eficientemente com estes alunos em suas salas de aula (NOGUEIRA, 2000). Fonseca (1995), acredita que é preciso preparar os professores, com urgência, para se obter sucesso na inclusão, através de um processo de inserção progressiva, para que possam 10 aceitar e relacionar-se com seus diferentes alunos e, consequentemente, com suas diferenças e necessidades individuais. Uma vez que a inclusão é tema de grande impacto para a atuação das escolas regulares é imprescindível que se desenvolvam estudos que visem a entender este processo nas mais diversas disciplinas existentes no currículo do ensino fundamental e médio. A escolha pela elaboração de materiais didáticos adaptados para uso no ensino de biologia justifica-se pelo fato de que mesmo encontrando-se na legislação, como nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), diretrizes que pressupõem o investimento nas diversas áreas de atuação docente, são encontrados poucos estudos que englobem as práticas inclusivas e o ensino de ciências e biologia. O presente trabalho tem como objetivo geral: • Criar, utilizar e avaliar modelos didáticos no ensino de Biologia para alunos com deficiências visuais. Como objetivos específicos: • Criar modelos didáticos referentes ao conteúdo Vírus, para utilização como recurso no ensino de Biologia para alunos com deficiência visual. • Utilizar modelos didáticos nas aulas de Biologia para alunos com deficiência visual. • Avaliar a utilização dos modelos didáticos em aulas de Biologia ministrada para alunos com deficiência visual A relevância deste trabalho está no fato de que as pessoas com deficiência visual devem usufruir dos benefícios da inclusão e necessitam de diversas adaptações para terem acesso à linguagem vigente na escola, tanto escrita quanto no que se refere aos materiais didáticos utilizados pelos professores. Buscando colaborar com o processo inclusivo, procurou-se, nesse estudo, realizar a criação, utilização e avaliação de modelos didáticos no ensino de Biologia para alunos com deficiências visuais, em uma Escola Estadual na localidade de Aldeias Altas - MA. Para discussão sobre inclusão, criação e elaboração de materiais didáticos, as carências e as práticas metodológicas no processo de ensino-aprendizagem de Biologia e as falhas e os benefícios que a utilização de recursos didáticos voltado aos deficientes visuais ou a falta desta podem trazer, embasou-se em autores, tais como: Veen & Vrakking (2009), Júnior & Barbosa (2009), Pedracini et al (2007), Fonseca (1995), Díaz et al (2009), Tudisco (2011), Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Silva (2013), Lykouropoulos (2007), Karagiannis e Stainback (1999), 11 Rodrigues (2006), Cidade & Freitas (2002), Vaz et al (2012), O Decreto 7.611 de 17 de novembro de 2011. O presente trabalho está organizado em 6 capítulos. O primeiro compreende a parte introdutória, traz objetivos, problema, e a organização do trabalho; o segundo capítulo faz uma explanação sobre os itens: 2.1 A realidade do ensino da disciplina biologia no Brasil, 2.2 As leis educacionais acerca da educação especial e educação inclusiva no Brasil, 2.3 Inclusão e educação inclusiva no Brasil, 2.4 Recursos didáticos para deficientes visuais 2.5 Deficiência visual; O terceiro apresenta as práticas metodológicas abordadas; o capítulo quarto apresenta os resultados alcançados e seus significados e o quinto capítulofinaliza o trabalho, apresentando as conclusões. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A realidade do ensino da disciplina biologia no Brasil O tema educação é complexo, sendo necessário abordá-lo utilizando pontos de vistas específicos. Do ponto de vista que se inserem globalização e tecnologia, a educação se mostra, ainda, insuficiente. Para Ferraz (2016) a educação não está conseguindo andar na mesma velocidade de um mundo cada vez mais mergulhado na tecnologia e da globalização e ressalta que o mundo caminha para o desfecho da primeira década do terceiro milênio, e a Educação ainda permanece em meados do século passado. Na era da tecnologia e da informação “há tempos não somos mais os mesmos, mas ainda aprendemos como os nossos pais.” (FERRAZ, 2016). A mudança é constante, e com a mesma rapidez que o mundo muda os jovens, atuais alunos, também mudam. VEEN & VRAKKING (2009), admitem que os jovens já nascem numa época de infestada de tecnologias, ferramentas que permitiram a eles obterem certo controle sobre o gigantesco bombardeamento de informações. Os alunos estão ficando cada vez mais diferentes e os métodos educacionais devem acompanhar e suprir a necessidade desses novos perfis de alunos. A escola, diante dessa aceleração, deve comprometer-se com a educação e focar em entender essas transformações, pois, elas darão norte às competências exigidas não só em conhecimentos e habilidades, mas também relacionadas ao caráter e à personalidade. Os professores precisam comandar as mudanças, em vez de serem levados por elas, quem sabe aonde quer chegar pode contribuir mais no processo ensino - aprendizagem (FERRAZ, 2016). O professor de Ciências e Biologia, por sua vez, tem o desafio de ensinar de uma maneira diferente, devendo aumentar e estimular os conhecimentos dos alunos de forma dinâmica e interessante, deixando de lado o tradicionalismo no qual o ensino está inserido. Júnior & Barbosa (2009) destacam que, atualmente, um número significativo de descobertas científicas é somado aos vários campos do conhecimento, muitas delas são englobadas ao campo das ciências biológicas. Dessa forma, os docentes das disciplinas biologia, química, física, entre outras devem se encarregar de estarem continuamente em atualização e sincronia com toda essa dinâmica dos acontecimentos atuais da área científica. Porém, o que vai determinar o aprendizado do aluno, em todos os níveis do ensino, em detrimento de conteúdos decorados que são esquecidos após as avaliações, são as formas didáticas que os professores da referida área do saber irão utilizer. 13 Na área biológica, é notável que métodos tradicionais dispõem de técnicas muitas vezes ineficazes ou até inúteis, tornando a prática de ensino monótona, desconexa e desvinculada do cotidiano do aluno. O resultado é a geração de conhecimentos, por vezes, com certo grau de equivoco e confusos sobre diversos temas que fazem parte das ciências biológicas, resultando num ensino de pouca eficácia, capaz até de confundir ainda mais os poucos conhecimentos de base científica que o aluno possui. Segundo Pedracini et al (2007), parece evidente que o modo como o ensino é organizado e conduzido está sendo pouco eficaz em promover o desenvolvimento conceitual. A forma de ordenar os conteúdos adotadas por muitos professores, julgando alguns conteúdos mais importantes do que outros pode causar prejuízos na assimilação de conhecimentos, uma vez que alguns conteúdos dependem de outros. Nesse contexto, o aluno acaba por receber apenas recortes de conteúdos com pouca ou nenhuma interligação. Junior & Barbosa (2009), chamam a atenção para a relação entre conteúdos e disciplinas como o caso da dependência existente entre os conteúdos de química e física do nono ano do ensin fundamental, com as noções de cálculo da disciplina de matemática e interpretação das questões propostas. Um aluno ao reproduzir uma célula em forma de uma maquete, por exemplo, necessitará de conhecimentos de geometria, artes etc. Dessa forma, uma necessidade de atualização constante é exigida de todos que queiram progredir e a função da escola não pode ser mais a de transmitir conhecimentos que envelhecerão em curto prazo. Devido a essas necessidades de reformulação das técnicas de ensino, vários autores relataram os seus pontos de vista, visando sanar esses déficits e falhas do método didático tradicional. 2.2 As leis educacionais acerca da educação especial e educação inclusiva no Brasil Num passado não muito distante, a educação de pessoas com deficiência dava- se em instituições específicas e nas conhecidas como segregantes, pois, os deficientes eram considerados inconvenientes para a sociedade e, até mesmo, para suas famílias. No presente, a preocupação é de integrar esses sujeitos ao convívio social, possibilitando-os, assim, usufruir de seus direitos e deveres (TUDISCO, 2011). O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), embasado no Artigo 53 da Lei nº8069, de 1990, referente à educação, descreve que: “toda criança e adolescente tem direito a educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da 14 cidadania e qualificação para o trabalho”. O referido Estatuto assegura, ainda, a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, o direito de ser respeitado por seus educadores e o acesso à escola pública e gratuita próxima a sua residência. A LDB n. 9.394/96, o Plano Nacional de Educação (2000) e demais documentos oficiais referentes aos Parâmetros Curriculares da Educação Básica e das Diretrizes para a formação de seus professores referendam o direito à inclusão educacional de pessoas com necessidades educacionais especiais (BRASIL, 1996). Contudo, segundo a afirmação de Tudisco (2011), o que se percebe é que a grande maioria dos alunos que requer Educação Especial permanece à margem da escola e com poucas oportunidades de escolarização. As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, aprovada em 2001, ressaltam a necessidade da organização dos sistemas de ensino para prestarem atendimento adequado ao aluno que apresenta necessidades educacionais especiais, nos âmbitos técnico, científico e de formação dos professores para o ensino na diversidade. Assim, é inegável alguns preparos, uma adequação da prática pedagógica, a atuação de professores capacitados para garantir atendimento especializado de acordo com a necessidade do aluno (TUDISCO 2011). A escola, atualmente, não pode deixar de receber o aluno com necessidades educacionais especiais, sob pena de responder por preconceito. A equipe escolar deve estar preparada a receber e acolher todos os alunos e para isso deve dispor de profissionais qualificados, podendo contar, ainda, com serviço de apoio especializado para professores, garantido na LDB e na Resolução de Conselho Nacional de Educação (LDB n. 9.394/96, Art. 58 § 1º; Resolução CNE/CEB Nº. 2/2001 parágrafos único do Art. 8º IV, V e Art. 13). Apesar de garantida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996, a filosofia da inclusão não se consolidou na forma desejada. É preciso que os professores se adaptem a este processo. É importante que seja revisto os conceitos e preconceitos existentes para que sejam possíveis as elaborações de um trabalho educativo de qualidade. 2.3 Inclusão e educação inclusiva no Brasil Inclusão para muitos, é simplesmente o ato de matricular os educandos com deficiência em classe comum, ignorando suas necessidades específicas, e sem, darao professor e a escola o suporte necessário para que ele venha exercer a sua ação pedagógica (SILVA, 2013). 15 Segundo Lykouropoulos (2007), inclusão é um conceito complexo e, a despeito das diferentes concepções, vem evoluindo há algumas décadas como alvo das políticas educacionais também voltadas aos alunos com deficiências. O processo de inclusão trata do respeito às individualidades de todos os educandos, inclusive os alunos com necessidades especiais. Independentemente da deficiência do aluno a escola, em parceria com o sistema de ensino, tem o dever de assegurar a matricula e a permanência de todos os alunos, O estabelecimento de ensino além de ter de se reestruturar para receber esse aluno, deve oferecer o suporte especializado e escolarização adaptada à suas necessidades. Conforme descrito na Resolução CNE/CEB nº 2 (BRASIL, 2001): [...] competências para identificar as necessidades educacionais especiais para definir, implementar, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular, procedimentos didáticos pedagógicos e práticas alternativas, adequados aos atendimentos das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo o professor de classe comum nas práticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais. (Art. 18, § 2º). Karagiannis e Stainback (1999), enxergam no ensino inclusivo uma maneira de se chegar a inclusão de todos, isso independente de seu talento, deficiência, origem cultural ou socioeconômica. Dessa forma, a educação inclusiva possibilita que o sistema de ensino se adeque a nova realidade educacional, permitindo a criação de práticas educacionais pedagógicas, por parte da instituição, que garantam a qualidade do ensino para todos os tipos de alunos. A proposta é que todos esses alunos sejam capazes de aprender, de acordo com o seu potencial, independente dos seus talentos ou dificuldades. Para isso é importante que seja oferecido a eles condições apropriadas e ambiente favorável e sem restrições. Sobre essas a dificuldade de se alcançar condições apropriadas Silva (2013), afirma que o maior desafio da atualidade hoje, talvez seja de transformar a escola tradicional, que foi criada para educar apenas os alunos que são chamados de “normais”, em uma escola inclusiva, que possa atender e acolher no mesmo ambiente todos os alunos, inclusive aqueles que apresentam algum tipo de deficiência, distúrbio de aprendizagem ou de comportamento. Com isso, é necessário revisar os projetos político-pedagógico e os paradigmas educacionais. A inclusão não deve ser vista como algo que requer a substituição de todos os modelos de ensino anteriores, voltados ao atendimento de alunos com a deficiência, mais como algo 16 que busca uma adaptação, um modelo conseguido pelo consenso geral, que vise um ambiente cada vez melhor e favorável a alunos com o perfil citado. Para que a inclusão ocorra de forma satisfatória nas escolas, é necessário acontecer uma adequação no currículo escolar, ou seja, preparar a escola como um todo para o recebimento desses alunos, como também os professores, alunos e comunidade (SILVA, 2013). O tema inclusão, no Brasil, ainda possui um caráter polêmico e divergente. De um lado, estão as pessoas e profissionais que apostam no sucesso deste processo, não medindo esforços para mostrar a validade e a eficácia desta prática. Do outro lado, estão os que acham que a inclusão de alunos com deficiência, funciona apenas no papel, faz parte da lei brasileira, mas, é muito difícil de ser concretizado, de ser aplicado nas escolas (SILVA, 2013). Com isso, Silva nos mostra que apesar de o tema inclusão parecer atual, uma vez que é alvo de grande atenção, sendo um assunto muito descutido, já possui um longo histórico de lutas conquistas e polêmicas. 2.4 Recursos didáticos para deficientes visuais Ao se tratar da elaboração de materiais didáticos para alunos com deficiências visuais é necessário que estes consigam consiga atender às necessidades de aprendizagem do público alvo. Para que isso ocorra, adaptações de todos os tipos devem ser desenvolvidas, faz-se necessário, também, apresentar o contexto da adaptação nas aulas de Biologia em função da inclusão de um aluno com deficiência. Para Rodrigues (2006), adaptar é adequar a exigência da tarefa ao nível de desempenho do executante, ou seja, criar condições e mecanismos que vão suprir as carências do aluno com deficiência. Quando se trata da inclusão de um aluno com deficiência, as adaptações podem ser em relação: 1) ao material e sua organização da aula – tempo, espaço e recursos; 2) ao programa – planejamento e atividades; 3) à metodologia – estratégias e recursos e, 4) aos conteúdos (CIDADE; FREITAS, 2002). A Escola tem o dever de adequar-se às necessidades do aluno, respeitando, dessa forma as diferenças dos alunos, e sendo a primeira a combater os focos de descriminação e preconceitos dentro da instituição escolar (VAZ et al, 2012). Sobre o processo ensino-aprendizagem, a utilização de instrumentos e recursos que possam auxiliar este processo é de suma importância, dos quais são grandes exemplos os materiais didáticos. Porém, o uso dos materiais didáticos, no caso da pessoa com deficiência visual, pode favorecer ou não a aquisição dos conhecimentos. Estes materiais precisam ser adequados ao seu referencial perceptual, que é muito diferente do referencial dos alunos 17 videntes (termo utilizado para se referir aos alunos que não apresentam problemas visuais como ceguira ou baixa visão). Dessa forma, a adaptação de materiais para alunos com deficiência visual deve estar de acordo com os objetivos do processo de inclusão escolar que visa oferecer as mesmas oportunidades de aprendizagem a todos os alunos, independentemente de suas necessidades (VAZ et al, 2012). O Decreto 7.611 de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre pontos importantes da Educação Inclusiva no país, ressalta a importância dos materiais didáticos para todos os tipos de discentes. Em seu artigo 5º o documento propõe que a União prestará apoio técnico e financeiro aos estados, municípios e instituições especializadas entre outrasquestões (BRASIL, 2011). 2.5 Deficiência visual A deficiência visual segundo Vaz et al (2012), engloba casos de baixa visão e cegueira, que possuem padrões de respostas diferenciados, precisando, portanto, de materiais e estratégias de ensino específicas para atender as necessidades perceptuais dos indivíduos que as apresentam. Para se conseguir uma definição do tipo de intervenção pedagógica adequada para ser utilizada por alunos com baixa visão ou cegueira, deve-se analisar e entender o modo como ocorre à aprendizagem desses indivíduos e a diferença em relação aos outros alunos que não possuem nenhum problema de visão, evitando-se comparação entre elas. O desenvolvimento é influenciado diretamente pela visão e por meio deste sentido as crianças podem desenvolver interesse em explorar o mundo exterior. Assim, para que as alunos com deficiência visual possam aprender no contato com outras pessoas, elas devem dispor de um ambiente adaptado e motivador de tal forma que possam se utilizar de outros canais sensoriais para que ocorra seu desenvolvimento (VAZ et al., 2012). Quando se trata de alunos com deficiência visual, a utilização de recursos didáticos é um fator fundamental na absorção e entendimento de conceitos, uma vez que esses recursos estejam adaptados a necessidades perceptuais desses alunos. Por isso, o professor deve utilizar recursos específicos, além de desenvolver estratégias pedagógicas quefavoreçam o desenvolvimento da criança não vidente para que esta possa aprender assim como as crianças videntes, superando, então, este grande desafio da inclusão. Seguindo estes pressupostos os modelos elaborados, neste estudo, visaram favorecer as características perceptuais tanto de alunos com baixa visão, quanto de alunos com cegueira. 18 A produção e a distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade e aprendizagem incluem materiais didáticos e paradidáticos em Braille, áudio e Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, laptops com sintetizador de voz, softwares para comunicação alternativa e outras ajudas técnicas que possibilitam o acesso ao currículo (BRASIL, 2011). A relevância e a necessidade de iniciativas como a deste estudo são justificadas pela falta de pesquisas e elaboração de materiais adequados aos alunos com deficiência visual, o que ressalta a importância da preocupação em inserir esse aluno em sala regular, respeitando seu referencial perceptual. Constatação feita pela Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, por meio de levantamento bibliográfico acerca do desenvolvimento de materiais didáticos adaptados para o ensino de biologia nos bancos de dados do Scielo, Revista Brasileira de Educação, Biblioteca da Universidade de São Paulo e da Universidade de Campinas com os seguintes descritores: inclusão, material didático, biologia, modelo de tradução. 3 METODOLOGIA 3.1 Caracterização da pesquisa Utilizou-se uma abordagem quantitativa, que apresenta numericamente as opiniões e informações coletadas em campo para uma análise e interpretação através da construção de gráficos (MINAYO, 1994). Nessa perspectiva, a técnica utilizada na pesquisa, constou de aplicação de questionários diagnósticos, considerando-se a ferramenta que melhor capta em dados a proposta a ser trabalhada, com uma observação dinâmica e envolvente na coleta e interpretação de dados. Bogdan e Taylor (1975) definiram a observação participante como uma investigação que se caracteriza por um período de interações sociais intensas entre o investigador e os sujeitos, no meio destes, durante o qual os dados são recolhidos de forma sistemática. 3.2 Área de estudo O trabalho foi realizado em uma Escola Estadual, Centro de Ensino Teófilo Dias, localizada em Aldeias Altas - MA, tendo como público alvo os alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio das turmas do ensino regular do turno vespertino. As turmas foram selecionadas por conterem alunos com deficiências visuais (cegueira, baixa visão moderada e baixa visão severa). 19 3.3 Participantes da pesquisa Os participantes do estudo totalizaram 15 pessoas, além de alguns alunos que não quiseram ser mencionados nessa pesquisa; 13 professores são da área de Ciências, de ambos os sexos, sendo seis com formação em Ciências Biológicas, três em Química, dois em física, um interprete de Libras e dois em Matemática e 2 alunos com deficiência visual. Na coleta de dados preferiu-se por não identificar os professores participantes da pesquisa em questão. O período da pesquisa foi do mês de outubro a novembro de 2016. 3.4 Construções dos modelos didáticos A princípio foi aplicado um questionário para averiguar as dificuldades no ensino de ciências, especialmente sobre as estruturas de alguns vírus. Diante disto, foram criados quarto modelos didáticos referentes ao conteúdo Vírus: Vírus Bacteriófago, Vírus da 1 2 3 4 20 Rubéola, Vírus da Hepatite B e o Vírus da Gripe. Os modelos didáticos foram elaborados utilizando material de baixo custo ou materiais reaproveitáveis, tendo sido confeccionados pelo próprio autor da pesquisa (APÊNDICE A). Para se construção de cada modelo didático, utilizou-se figuras da internet que serviram de orientação para a montagem do modelo (Figuras 1). Figura 1. Vírus que serviram de modelo para construção dos modelos didáticos para uso em aulas de Ciências com alunos que apresentavam algum tipo de deficiência visual, em uma Escola Estadual localizada em Aldeias Altas – MA, 2016. 1.Bacteriófago; 2. Vírus da hepatite B; 3. Vírus da gripe; 4. Vírus da rubéola. 1 2 3 4 21 3.5 Utilização dos materiais didáticos Os modelos didáticos confeccionados foram utilizados em aulas teóricas e práticas de Biologia, em turmas do ensino médio regular, a qual continha alunos portadores de deficiência visual e alunos com visão normal. 3.6 Avaliação dos modelos didáticos A avaliação dos modelos foi realizada a partir da aplicação de questionários, com perguntas abertas e fechadas sobre a contribuição dos modelos na aprendizagem dos alunos com deficiência visual, os quais foram respondidos pelos professores e pelos alunos com deficiência visual (APÊNDICE B). Vale ressaltar que haviam 34 alunos matriculados na turma do 1ª ano e 30 na turma do 2ª ano. Contudo os alunos não quiseram participar da entrevista, nem tirar fotos, mas estavam presentes na hora da explicação sobre os materiais confeccionados, pois acharam os protótipos interessantes. 3.7 Definições Considerou-se como deficiente visual aqueles alunos que apresentavam baixa visão ou cegueira severa em pelo menos um olho. 3.8 Análises dos dados Para análise das respostas considerou-se a percepção dos professores e alunos, sendo os resultados apresentados em gráficos e tabelas. 3.9 Ética em Pesquisa A pesquisa seguiu as recomendações estabelecidas pelo comitê de Ética em pesquisa com seres humanos, onde foi apresentado aos participantes um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) explicando o motivo da pesquisa e solicitado que aqueles que concordassem em participar assinassem (Apêndice 3). 22 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O trabalho buscou proporcionar as turmas participantes um aprendizado mais dinâmico a partir da utilização de recursos confeccionados pelo autor da pesquisa. 4.1 Construções dos modelos didáticos Foram elaborados quatros modelos didáticos relacionados ao conteúdo Vírus (Vírus Bacteriófago, Vírus da Rubéola, Vírus da Hepatite B e o Vírus da Gripe). 4.1.1 Modelo I- Bacteriófago O material didático referente ao bacteriófago foi confeccionado para auxiliar na explicação da composição e estrutura desse tipo de vírus. Foi elaborado com materiais de baixo custo e até mesmo alguns recicláveis, como: caixa de leite líquido, macarrão de cadeira velha, arames, pedaço de madeira, tampa de refrigerante, adesivo tipo durapoc, compensado, cola de contato, entre outro (Figura 2). Figura 2. Bacteriofágo construído como modelo didático para auxiliar nas aulas com alunos com deficiência visual em uma Escola Estadual localizada em Aldeias Altas – MA, 2016. Existem bacteriófago de vários tamanhos e formas diferentes. Um bacteriófago é estruturado da seguinte maneira: cabeça ou cápsula (onde contém proteínas, e dentro da 23 cabeça está o ácido nucleico); cauda (a cauda é por onde se passa o material genético quando a bactéria está sendo infectada); fibras caudais que perfuram a parede bacteriana (NEWS, 2006). Com a utilização do material, o educador poderá despertar e manter o interesse do aluno na aula. O material confeccionado foi elaborado para alunos com deficiência visual, mas pode e deve ser usado com alunos ditos videntes. Com o material em mão fica mais fácil do aluno absorver os conteúdos. 4.1.2 Modelo II- Vírus da Hepatite B O modelo didático do Vírus da hepatite B foi confeccionado utilizando materiais, como: compensado, cola de contato,luvas de plásticos, miçangas, macarrão de cadeira velha, bola de isopor, alfinetes, vidro de desinfetante (Figura 3). Figura 3. Vírus da hepatite B construído como modelo didático para auxiliar nas aulas com alunos com deficiência visual em uma Escola Estadual localizada em Aldeias Altas – MA, 2016. O vírus da hepatite B, também chamado de VHB, pertence à família dos hepadnavírus, o mesmo possui como seu material genético o ácido desoxirribonucleico, sendo ele o único vírus a ter DNA como material genético. A hepatite b infecta as células do fígado, os hepatócitos (VARELLA, 2011). Vale ressaltar que o vírus se multiplica no núcleo da célula infectada, fazendo uso das enzimas de replicação de DNA da própria célula do hospedeiro. A sua replicação incomum compreende na formação do RNA a partir 24 do genoma do DNA, onde são usados na síntese das proteínas virais. Através do recurso didático o professor poderá mostrar onde estão localizadas essas proteínas, que no caso são dois tipos: as proteínas do envelope e as proteínas associadas internamente ao envelope. Poderá mostrar também, onde fica a enzima transcriptase reversa, ou seja, onde o RNA que será convertido em DNA. Essa enzima em questão é mais uma enzima características dos retrovírus (LUZ e REGIANE, 2009). Esse material pretende atender as necessidades dos alunos com cegueira e baixa visão, porém o professor poderá usar nas aulas para auxiliar todos os alunos. Pois é um material de fácil entendimento, e por ter uma semelhança muito grande com vírus visto no microscópio. 4.1.3 Modelo III- Vírus da gripe O modelo didático do Vírus gripe também foi confeccionado utilizando materiais, como: compensado, cola de contato, luvas de plásticos, miçangas, macarrão de cadeira velha, bola de isopor, alfinetes e vidro de desinfetante (Figura 4). Figura 4. Vírus da gripe construído como modelo didático para auxiliar nas aulas com alunos com deficiência visual em uma Escola Estadual localizada em Aldeias Altas – MA, 2016. A gripe é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus chamado Myxovirus influenzae, também conhecido como Influenza. Sabe-se que existem alguns tipos de vírus Influenza: A,B e C. porém o vírus em que se foi confeccionado o recurso foi o da gripe 25 sazonal, também conhecida com gripe comum (TERRA, 2012). O material pode ser utilizado para melhor fixação do conteúdo sobre o vírus da gripe comum. Com a utilização dos recursos didáticos, poderá se ter uma aula mais dinâmica, onde os alunos deficientes visuais poderão também interagir, melhorando assim, o processo de aprendizagem. Dar pra se notar pela a elaboração do material que o vírus da gripe tem forma esférica e alguns aspectos estruturais em comum. Esse vírus é constituído por uma camada exterior e por um núcleo interno. A cápside é constituída por uma camada de envoltura lipídica e glicoproteínas. O aspecto mais marcante do vírus da gripe é o fato de o invólucro possuir cerca de 750 projeções de superfície, correspondentes às glicoproteínas hemaglutinina e neuraminidase. O material genético do vírus da gripe é constituído por segmentos do ácido ribonucleico – RNA (TERRA, 2012). Essa explicação pode ser dada através dos recursos didáticos confeccionado. 4.1.4 Modelo IV- Vírus da rubéola Esse material foi elaborado com a finalidade de atender os alunos com deficiência visual. O vírus da rubéola foi confeccionado a partir de: bola de isopor, macarrão de cadeira velha, miçangas, alfinetes, cola relevo, entre outros que estão descritos no apêndice. Figura 5. Vírus da rubéola construído como modelo didático para auxiliar nas aulas com alunos com deficiência visual em uma Escola Estadual localizada em Aldeias Altas – MA, 2016. 26 Esse vírus possui seu RNA com polaridade positiva, sua estrutura é envelopada e contém três tipos de proteínas c (core), E1 (envelope) e E2 (envelope). A rubéola, também conhecida como sarampo alemão, é uma doença infectocontagiosa que acomete principalmente no período da infância, porém pode ocorrer em adultos que não foram vacinados ou até mesmo que não contraíram a doença. É correto afirmar que essa doença ocorre apenas uma vez na vida, pois o corpo humano produz células com imunidade permanente (SELNER & YU, 2012). O modelo permite ao aluno com deficiência visual identificar os componentes da estrutura do vírus da rubéola. Uma alternativa para a falta desses laboratórios nas escolas, principalmente as públicas, seria a montagem de laboratórios que contivessem modelos didáticos que contemplassem os conteúdos acima e dessa forma pudessem trazer uma visão mais aproximada desse mundo abstrato aos estudantes do Ensino Médio, na ausência de equipamentos de alto custo. De acordo com Ribeiro (2004) a ausência de material didático especializado torna limitante o aprendizado em geral e de deficientes visuais, principalmente na área morfológica. Freitas et al., (2008) enfatiza que o uso de modelos construídos com material reciclado nas instituições, principalmente as públicas, leva a adoção de uma boa postura perante a luta contra a degradação ambiental, alem de, permitir ao aluno formar imagens mentais mais próximas das estruturas dinâmicas reais. 4.2 Utilização dos materiais didáticos nas aulas de Biologia Após a explicação teórica sobre o conteúdo vírus, foram descrito os vírus específicos: Vírus Bacteriófago, Vírus da Rubéola, Vírus da Hepatite B e o Vírus da Gripe. Em seguida foram apresentados os modelos didáticos, os quais foram manuseados pelos alunos, tanto de visão normal quanto os que apresentavam alguma deficiência visual, buscando uma melhor compreensão sobre a organização e estrutura de cada um dos vírus. Os alunos com deficiência visual foram lentamente manuseando cada modelo e buscando, com o auxílio do pesquisador e do professor da turma, identificar cada estrutura constituinte do modelo e relaciona-las com as explicações teóricas que haviam recebido (Figura 6). De acordo com Bueno (2008) a educação inclusiva tem sido tema constante de políticas educacionais, podendo-se evidenciar tal situação nas propostas e ações governamentais, nos discursos políticos e nos projetos pedagógicos. Porém, afirma que para 27 que a inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), como o caso das deficiências visuais, ocorra de forma efetiva, não basta inseri-los no ambiente da escola regular, é preciso também assegurar-lhes a entrada no processo de ensino- aprendizagem. Dessa forma, modelos biológicos como estruturas tridimensionais ou em alto relevo e coloridas são utilizadas como facilitadoras do aprendizado, complementando o conteúdo escrito e as figuras planas e, muitas vezes, descoloridas dos livros-texto. Além do lado visual, esses modelos permitem que o estudante manipule o material, visualizando-o de vários ângulos, melhorando, assim, sua compreensão sobre o conteúdo abordado. Os modelos didáticos podem ser utilizados para enriquecer as aulas de biologia de Ensino Médio, auxiliando na compreensão do conteúdo relacionado. Os modelos despertam um maior interesse nos estudantes, uma vez que permitem a visualização do processo (AGUIAR,2003). 28 Figura 6. Utilização dos modelos didáticos como recurso auxiliar nas aulas de Ciências em turmas com alunos com deficiência visual em uma Escola Estadual localizada em Aldeias Altas – MA, 2016. 4.3 Avaliação dos modelos didáticos A avaliação dos modelos didáticos foi realizada a partir da percepção dos professores e dos alunos com alguma deficiênciavisual que participaram da utilização dos modelos durante as aulas de Biologia. 4.3.1 Percepção dos docents De acordo com a percepção dos docentes uma maioria de 69,2% considera o ensino de Biologia para deficientes visuais difícil e 30,8% consideram uma terefa muito complexa. No que diz respeito a capacitação, 92,3%, afirmam nunca terem participado de capacitações com essa finalidade, contra 7,7% que afirmaram serem capacitados para lidar com esse público. Em relação a ministração das aulas mesmo com deficiências visuais 84,6% afirmaram realizar aulas tradicionais, enquanto 15,4% afirmou não ter recursos específicos para os alunos citados (Tabela 1). 29 Tabela 1. Percepção dos professores sobre o ensino de Biologia para alunos com deficiência visual, em uma Escola Estadual na localidade de Aldeias Altas-MA, 2016. Variáveis n % Como você considera ensinar biologia hoje para deficientes visuais Fácil 0 0,0 Dificil 9 69,2 Muito complexo 4 30,8 Já realizou capacitação para lecionar para deficientes visuais Sim 1 7,7 Não 12 92,3 Como os conceitos de biologia estão sendo ministrados para os alunos com deficiência visual nas suas turmas Aula tradicional 11 84,6 Sem recursos específicos 2 15,4 TOTAL 13 100 Estudos sobre a atuação do professor em classes inclusivas apontam que o sucesso de sua intervenção depende da implementação de amplas mudanças nas práticas pedagógicas (O’DONOGHUE & CHALMERS, 2000). Segundo Goffredo (1992) e Manzini (1999) a educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades, em virtude da falta de formação dos professores das classes regulares para atender às necessidades educativas especiais, além de infraestrutura adequada e condições materiais para o trabalho pedagógico junto a alunos com deficiência. Embora os professores frequentemente realizem encontros de formação continuada, a maioria afirma nunca ter realizado nenhum treinamento que orientasse o trabalho com deficientes visuais. De acordo com Prada (2010) a formação continuada, frequentemente entendida como “capacitação” e até como “treinamento”, “reciclagem” e outras conotações, deve ser encarada como uma ferramenta que auxilia os educadores no processo de ensino- aprendizagem de seus alunos, na busca de novos conhecimentos teórico-metodológicos para o desenvolvimento profissional e a transformação de suas práticas pedagógicas. Porém, segundo o mesmo autor, nesse ideal que pretende provocar mudanças no processo de ensino aprendizagem, o profissional da educação é pouco valorizado como tal. Pois, não se considerar nessa formação as características dos professores, suas necessidades e expectativas pessoais e profissionais, seus contextos de trabalho, bem como a cultura elaborada pela instituição escolar em que eles atuam. Dificilmente o professor é considerado como aprendiz e como autor e produtor de sua própria formação (PRADA et al., 2010). Se com a Legislação o professor passa a ter obrigações profissionais, também os governos têm suas responsabilidades, devendo capacitar os professores para o trabalho 30 educacional com alunos com necessidades educacionais especiais. Cabe aos sistemas de ensino correspondentes, responderem pela capacitação dos professores que estão em sala de aula antes de lhe enviar alunos com essas necessidades especiais. Em relação aos modelos didáticos confeccionados e utilizados nas aulas de Biologia com deficientes visuais, 100% dos professores concordaram que são recursos que podem melhorar a aprendizagem desses alunos, 38,4% afirmaram que os alunos apresentaram interesse pelo material e a maioria, 69,2%, concordou que os modelos confeccionados estavam adequados (Tabela 2). Tabela 2. Percepção dos professores sobre a construção e utilização de modelos didáticos, referentes ao conteúdo vírus, como recurso para aprendizagem de alunos com deficiência visual, em uma Escola Estadual localizada em Aldeias Altas – MA, 2016 . Variáveis n % Em sua opinião os modelos didáticos podem facilitar a aprendizagem dos alunos com deficiência visual Sim 13 100,0 Não 0 0,0 Qual a sua avaliação sobre o interesse e aprendizagem dos alunos com deficiência visual nas aulas utilizando esses modelos didáticos. Bom 4 30,8 Muito bom 5 38,4 Excelente 4 30,8 Que nota você dá para os modelos didáticos confeccionados <7 0 0,0 7 a9 9 69,2 10 4 30,8 TOTAL 13 100 De acordo com Cavalcante e Silva (2008), os modelos didáticos permitem a experimentação, o que conduz os estudantes a relacionar a teoria (leis, princípios, etc.) com a prática (trabalhos experimentais), o que pode proporcionar melhores condições para a compreensão dos conceitos, do desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes, contribuindo para entendimento sobre o mundo em que vivem. Vale destacar que os professores acharam viáveis os materiais, afirmaram que gostaram muito. Porém, relataram informalmente, não terem tempo de confeccionar tais recursos e que se a escola não colaborar não dará certo. Outro dificuldade relatada é a ausência de formação em braille, o que dificulta ajudar os alunos. Sugeriram, também, que o material seja adaptado para surdos, pois o numero na Escola é bem maior de deficientes auditivos do que visuais. 31 4.3.2 Percepção dos discentes Dois alunos com deficiência visual participaram da pesquisa, um apresentava baixa visão moderada e outro cegueira no olho direito e baixa visão severa no olho esquerdo. Ambos gostaram do material. Porém acharam um pouco estranho, porque era a primeira vez que eles tinham tido contato com esse tipo de recurso. Apresentaram várias dúvidas, como: quanto tempo você levou para confeccionar? As letras podem ser maiores? Porque você colocou só cores fortes? Esses materiais podem ficar na escola? Porque que você adaptou só para cegos? Um estudo desenvolvido por Oliveira (2005), utilizando modelo tridimensional de contração muscular, desenvolvido por alunos de Licenciatura do curso de Ciências Biológicas, corrobora o nosso estudo, pois também, mostrou que esses recursos possibilitam sanar dificuldades como a disposição das estruturas, o que permite aproveitar melhor o conteúdo e, assim, favorecer situações de ensino e aprendizagem baseadas em situações práticas para o aluno. Orlando et al., (2009) em seus estudos com alunos do ensino médio, utilizando recursos semelhantes, afirma que a utilização desses modelos mostrou, tanto pela observação das aulas como pelas avaliações feitas pelos estudantes, que a maioria manifestou grande interesse ao longo das aulas, através de uma participação ativa e, consequentemente, uma maior interação com recursos. 32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao se considerer-se o objetivo geral deste trabalho, o de criar, utilizar e avaliar modelos didáticos no ensino de Biologia para alunos com deficiências visuais, as opiniões dos professores e as experiências com os alunos, não deixaram dúvidas quanto aos benefícios somados por esses modelos didáticos ao ensino de Biologia. Esses recursos além de despertar o interesse dos alunos, principalmente, aqueles com deficiência visual, também facilitaram a apropriação de conceitos concretos sobre as estruturas mostradas, pois, puderam interagir de forma dinâmica com alguns assuntos que antes faziam parte do mundo teórico do ensino de biológica. Listou-se alguns Pontos positivos: como o fato de os professores terem gostado muito da iniciativa e até sugerirem uma adaptação do material para surdos. E algus pontos, por assim dizer, negativos: como a falta de tempo para confeccionar tais recursos, um maior apoiopor parte da escola e, em relação a capacitação, a ausência de formação em braile. Os resultados alcançados por este trabalho revelaram a carência e os anseios da educação, por atitudes positivas que possam beneficiar o espaço escolar. Iniciativas de criação de recursos, afim de, atender a todos os alunos e suas singularidades, é o caminho para melhorar e transformar a instituição escolar que, infelizmente, por vezes, configura-se como um ambiente de exclusão. Partindo desse ponto, a busca por uma escola democrática deve ser perseverante, pois, apenas desta maneira é possível formar cidadãos, com uma visão crítica, participantes e seguros de todos os seus direitos e deveres. 33 REFERÊNCIAS AGUIAR, L.C.C. Modelos biológicos tridimensionais em porcelana fria – alternativa para a confecção de recursos didáticos de baixo custo. In: Anais II Encontro Regional de Ensino de Biologia, Niterói, 2003 .pp. 318-321. BOGDAN, R.; TAYLOR, S. Introduction to qualitative research methods: A phenomenological approach to the social sciences. New York: J. Wiley, 1975. BUENO, J.G.S.; MENDES, G.M.L.; SANTOS, R.A. Deficiência e escolarização: novas perspectivas de análise. Araraquara: Junqueira e Marin; Brasília: CAPES, 2008. p. 43-63. 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Porto Alegre: Artmed, 141 p. 2009. 36 APÊNDICES APÊNDICE A - CRIAÇÃO DOS MODELOS DIDÁTICOS Modelo I- Bacteriófago Materiais utilizados: -Compensado -Caixa de leite vazia -Arame fino -Tampa de pote de maionese para tirar medida -Tubo de papel toalha (aquele em que o papel fica enrolado) ou um talo de madeira de 30 cm -Fita durex - Uma havaiana velha -Cola de isopor -Cola de contato -Tesoura -Macarrão de cadeira -T.N.T Como fazer: Com a caixa de leite vamos fazer a “cabeça” desse vírus, só que para isso deve-se corta- la em vários triângulos e retângulos iguais e cola-las como mostra a modelo 1. Em um dos retângulos faça um quadrado. Feito isso reserve. Pegue o tubo de papel ou o talo de madeira (nesse foi usado o talo de madeira) e cole macarrão de cadeira no talo deixando dois dedos sem macarrão em uma das extremidades e quatro dedos na outra. Espere secar. Logo em seguida pegue a havaiana e com a tampa de maionese faça duas medidas nela, recorte-as. Faça um buraco no centro das havaianas e encaixe em cada extremidade do talo, até aonde o macarrão foi colado, passe cola de contato para ficar fixo. Corte seis pedaços de arame de tamanhos iguais e prenda cada um no fundo da havaiana, passe cola de contato pra a mesma se fixar. Pegue a cabeça e encaixe na extremidade onde mais sobrou talo, passe cola de contato e depois que a mesma secar, enrole o fundo com fita durex para não correr o risco de se soltar. Como foi feito um quadrado no retângulo da cabeça, pegue meio metro de macarrão e vai colando nesse talo, deixe ficar bem volumoso. Esse será o DNA do vírus. O DNA pode ser feito de barbante também. Fica a critério. Feito isso, pegue o compensado e cubra um dos lados com T.N.T, faça esse procedimento duas vezes. Depois é só colar o vírus bacteriófago com cola de contato. E está pronto o vírus. Bacteriófago 37 Vírus da hepatite B Materiais utilizados: - Compensado - T.N.T -Cola de contato -Macarrão de cadeira -Miçangas -Uvas de plásticos Vírus da hepatite B - Vidro de água oxigenada - Alfinete tipo 1, cor verde (cabeça redonda) -Alfinete tipo 2, cor amarelo (Alfinete Mapa (tipo taça) 6mm) - Tinta guache ( cores: azul, vermelho e preto) - Pincéis para pintar - 1 bola de isopor de 22cm. - tesoura -24cm de arame liso Como fazer: Pegue a bola de isopor e abra-o ao meio, e pinte de azul na parte de dentro e vermelho por fora. Espere secar. O isopor ficará aberto que é para mostrar o interior da célula do vírus da hepatite B. Pegue o vidro de água oxigenada, e retire suas extremidades, ficando com a aparência de um cilindro. Pinte por fora de preto, espere secar. Pegue a bola e passe cola de isopor no seu interior, e jogue miçangas dentro, e espalhem bem, as miçangas serão as enzimas desse vírus. Coloque no sol para secar mais rápido. Enquanto a cola seca, pegue o cilindro e vai colando as uvas na parte fora (corte as uvas ao meio). Use a cola de contato, pois ela fixa bem as uvas no cilindro. Feito isso, espere secar e cole dentro de uma das bandas de isopor, esse é o core do vírus. Pegue 24 cm de arame liso e 20 cm de macarrão. Coloque o arame dentro do macarrão e faça um espiral, esse será o DNA do vírus. A parte que sobrar do arame é pra fixa- lo dentro do isopor, onde foi colado o cilindro. Coloque um pouco de cola de contato na ponta do arame antes de coloca-lo no isopor, é para que o mesmo não fique solto. Depois disso pegue os alfinetes tipo 1 e tipo 2 e vá colocando ao redor do isopor, passe cola nas pontas do alfinetes antes de coloca-los. Os alfinetes tipo 1 serão as proteínas do envelope e as do tipo 2 serão as proteínas associadas internamente ao envelope. Observação: não precisa ser muito alfinetes, tente coloca-los espalhados. 38 Vírus da gripe Materiais utilizados - Compensado - T.N.T -Cola de contato - Cola relevo na cor rosa ou preto -Macarrão de cadeira -Miçangas tipo 1 -Miçangas tipo 2 -Alfinete tipo 1 (Alfinete Mapa (tipo taça) 6mm) -Alfinete tipo 2 (Alfinete da cabeça pequena) Vírus da gripe -Tinta guache (Cores: azul, verde e amarelo) - Pincéis para pintar - 2 bola de isopor de 22cm. - Tesoura Modo de fazer: Pegue uma bola de isopor abra e passe cola em suas laterais e feche-a, ela têm que ficar colada. Logo em seguida pinte-a toda de amarelo, espere secar e reserve. Pegue a outra bola de isopor e faça um corte como no modelo 1 abaixo. Depois de cortada abra a bola, e cole suas laterais. Feito isso, pinte de azul a parte interna, de verde as laterais e de amarelo a parte externa. Espere secar. Quando estiver seco, passe cola de isopor dentro da bola de isopor e espalhe miçangas por dentro. Pegue 30 cm de mangueira e 34 cm de arame liso. Coloque o arame por dentro da mangueira e faça uma espiral com a mesma. Esse será o DNA do vírus. Encaixe o pedaço de arame que sobrou dentro do isopor que foi aberto. Depois disso pegue as duas bolas e os alfinetes do tipo 1 e tipo 2,e vá colocando na parte externa da bola, lembrando que tem que passar cola de isopor para as mesmas ficarem presas. Os alfinetes do tipo 1 são as Neuraminidasa e os alfinetes do tipo 2 são as Hemaglutininas. Observação: os alfinetes do tipo 2, tem que ser coladas até a metade. Não coloque os alfinetes no fundo da bola, porque isso dificultará colar as bolas no compensado. Pegue o isopor que foi cortado e faça um contorno pingo nas suas laterais com a cola relevo, esse será a envoltura lipídica. Depois, pegue o compensado e cubra com o T.N.T e depois cole o as bolas de isopor com cola de contato. Pronto, o vírus da gripe está pronto. 39 Vírus da Rubéola A rubéola, também conhecida como sarampo alemão, é uma doença infectocontagiosa que acomete principalmente no período da infância, porém pode ocorrer em adultos que não foram vacinados ou até mesmo que não contraíram a doença. É correto afirmar que essa doença ocorre apenas uma vez na vida, pois o corpo humano produzem células com imunidade permanente. Esse vírus possui seu RNA com polaridade positiva, sua estrutura é envelopada e contém três tipos de proteínas c (core), E1 (envelope) e E2 (envelope). Materiais utilizados - Compensado - T.N.T -Cola de contato - Cola relevo na cor rosa ou preto -macarrão de cadeira -miçangas tipo 1 (Alfinete Mapa (tipo taça) 6mm) - Miçangas tipo 2 -Miçangas tipo 3 - Alfinete - tinta guache ( cores: vermelho, verde e amarelo) - pincéis para pintar Vírus da rubéola - 2 bola de isopor de 22cm. - tesoura - Estilete Modo de fazer: Pegue uma bola de isopor, abra e passe cola em suas laterais e feche-a, ela têm que ficar colada. Em seguida pinte de verde com tinta guache. Reserve. Pegue a outra bola de isopor e faça um corte como no modelo 1 abaixo. Depois de cortada abra a bola, e cole suas laterais. Feito isso, pinte de vermelho a parte interna, de amarelo as laterais e de verde a parte externa. Espere secar. Depois de seco, passe cola no interior da bola, e espalhe miçangas do tipo 1. Espere secar. Em seguida pegue as miçangasdo tipo 2 e faça um retângulo com as mesma dentro da bola de isopor. A largura do retângulo tem que ser o suficiente para colar o espiral de macarrão. Espere secar. Logo mais, pegue o macarrão e coloque o arame liso no seu interior, e faça uma espiral. Esse será o DNA. Cole dentro da bola de isopor. Pegue dois alfinetes e coloque um em cada extremidade do retângulo. Esses alfinetes serão as transcriptase reversa. Depois é só colar no compensado, que já deverá está coberto com o T.N.T. 40 APÊNDICE B Questionário aplicado com os professores para coleta dos dados Você esta sendo convidado a responder o questionário sobre a utilização de recursos didáticos no ensino de Biologia para alunos com deficiência visual, o qual é integrante da minha monografia de conclusão de curso de Licenciatura em Ciências Biológicas no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Maranhão- IFMA Campus Caxias. Serão resguardados o sigilo e anonimato dos participantes da pesquisa. Título: ENSINO DE BIOLOGIA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: RECURSOS DIDÁTICOS Graduanda: Nathália Lorrana Alves de Souza Orientadora: Profª Drª Tereza Cristina Silva QUESTIONÁRIOS 1. Como você considera ensinar Biologia hoje? Fácil ( ) Difícil ( ) Muito complexo ( ) 2. Você já lecionou ou leciona para deficientes visuais? Sim ( ) Não ( ) a) Que metodologia (s) você utilizou? b) Você recebeu algum treinamento para lidar com alunos deficientes visuais? 3. Como você avalia que os conceitos ministrados em sala de aula estão sendo entendidos pelos alunos com deficiência visual? 4. O que você acha sobre a utilização de recursos didáticos na aula de biologia? 5. Você utilizaria recursos didáticos na sua aula? Por quê? 6. Qual a sua opinião sobre o recurso Bacteriófago? 7. Qual a sua opinião sobre o recurso Vírus da gripe? 8. Qual a sua opinião sobre o recurso Vírus da Rubéola? 9. Qual a sua opinião sobre o recurso Vírus da Hepatite B? 10. Você enquanto educador de alunos com deficiência visual avalia os recursos mostrados como adequados? Por quê? 11. Como você acha que esses materiais podem melhorar o rendimento dos alunos? 12. Como você encaixaria esses recursos dentro do conteúdo? Por quê? 13. Numa escala de 0 a 10, onde 0 significa nenhum aprendizado e dez significa aprendizado máximo, que nota você dá a esses recursos em relação ao melhoramento do aprendizado?
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