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História da Loucura

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CENTRO EDUCACIONAL PROFISSIONAL SÃO RAPHAEL
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Curso Técnico em Enfermagem
Disciplina Saúde Mental
Bom Jesus da Lapa - 2018
Enfª Esp. Fernanda Amorim
HISTÓRIA DA LOUCURA E A REFORMA PSIQUIÁTRICA
IDADE MÉDIA
Ao final da Idade Média, o homem europeu estabelece relação com alguma coisa que confusamente designa Loucura, Demência, Desrazão. 
Mas essa relação é experienciada em estado livre, isto é, a loucura circula, faz parte da vida cotidiana e é uma experiência possível para cada um, antes exaltada do que dominada.
IDADE MÉDIA
Ao iniciar a Idade Média, até o final das Cruzadas, o que se abate sobre a Europa é a lepra.
Chega o final das Cruzadas e também da lepra. No entanto, as significações associadas aos leprosos permaneceram. 
E esse espaço é ocupado pelos pobres, vagabundos e também pelos “loucos”. Simbolicamente, esta prática social significa exclusão e reintegração espiritual. 
IDADE MÉDIA
Tanto a pobreza quanto a loucura são entendidos como desígnios de Deus e aqueles que aceitassem estes desígnios estariam, na verdade, assumindo o seu fardo e, em troca, receberiam a tão almejada purificação espiritual. 
Neste momento histórico, 
pobreza e loucura são 
entendidos como uma 
espécie de 
purgatório terreno.
RENASCIMENTO
Com o Renascimento, o hábito passa ser o de embarcar os loucos em navios. Surge a chamada “Nau dos Loucos”, barco estranho que flutua sobre vários rios.
Isto não significa que os loucos fossem corridos das cidades de modo sistemático. Existiram, durante toda a Idade Média e a Renascença, casas de detenção para os insanos, as quais não tinham qualquer objetivo de tratamento e só aceitavam os loucos da própria cidade.
DA “GRANDE INTERNAÇÃO” AO
NASCIMENTO DA PSIQUIATRIA
Com o início do século XVII, não mais são utilizados os barcos. A loucura se depara com o hospital, ou seja, na Europa, surgem as chamadas casas de internamento, locais para onde são destinados os “alienados”. 
A Grande Internação é o período que compreende o século XVII até o final do século XVIII, momento em que houve uma vertiginosa expansão das casas de internação. O período da “Grande Internação” se encerra com o nascimento da Psiquiatria (final do século XVIII e início do século XIX), o que não quer dizer que as internações deixaram de acontecer, mas apenas que elas passaram a adquirir um status científico conferido pela incipiente psiquiatria.
DA “GRANDE INTERNAÇÃO” AO
NASCIMENTO DA PSIQUIATRIA
Em 1656, por meio de um decreto, é fundado, em Paris, o Hospital Geral que reúne sob uma única administração vários estabelecimentos que não têm como objetivo o tratamento do louco, mas sim o recolhimento dos pobres da cidade, pois estes representavam um grande incômodo para o planejamento urbano. 
Ou seja, o Hospital Geral não possui caráter médico, mas sim um caráter de albergamento. 
A designação “hospital” foi utilizada como sinônimo de hospedaria.
VISÕES SOBRE O INTERNAMENTO
MEDIDA ASSISTENCIAL 
UM DEVER PARA COM AQUELES QUE NÃO PODIAM PROVER A SI MESMOS
MEDIDA DE SEGURANÇA CONTRA OS PERIGOS DA LOUCURA
MEIO DE ORGANIZAÇÃO DA LIBERDADE
QUE RESTITUIRIA AO LOUCO A SUA SANIDADE, ESTE
GANHA NOVO SENTIDO E PASSA A SER VISTO COMO TRATAMENTO
DA “GRANDE INTERNAÇÃO” AO
NASCIMENTO DA PSIQUIATRIA
Estão lançadas as bases para o surgimento do modelo de tratamento asilar, proposto pela Psiquiatria de Pinel no século XIX. 
E é graças aos espaços das casas de internamento que a medicina pôde se apropriar da loucura como objeto de conhecimento. 
Dito de outra forma, os asilos se transformaram no laboratório da incipiente psiquiatria.
É neste momento, no século XIX que o internamento passa a ter valor terapêutico e a loucura é elevada à categoria de doença mental. 
MODELO ASILAR
DA “GRANDE INTERNAÇÃO” AO
NASCIMENTO DA PSIQUIATRIA
Segundo Frayse Pereira (1984), a tarefa do asilo era homogenizar todas as diferenças, ou seja, reprimir os vícios, extinguir as irregularidades, denunciar aquilo que se opõe aos desejos impostos pela sociedade. 
Portanto, a única diferença possível no interior desta instituição é a distinção entre o normal e o patológico.
O médico é instituído como o juiz do louco, por isso, a relação entre paciente e profissional vai ser perpassada pelos dispositivos de dominação. 
Dessa forma, o médico é revestido de muitos poderes e passa a falar em nome do louco.
DA “GRANDE INTERNAÇÃO” AO
NASCIMENTO DA PSIQUIATRIA
Posteriormente, num momento pós reforma psiquiátrica (década de 1960), que o discurso médico vai recuar ao seu lugar de direito e o doente será visto como o portador de uma fala.
Então surge a figura do especialista.
E o que o discurso competente faz é dizer ao doente aquilo que ele é: um histérico, um depressivo, um esquizofrênico, cuja linguagem é o delírio, a visão alucinada, o comportamento obsceno e o mundo irreal e fantasmagórico dos devaneios. 
Dessa forma, o discurso da Psiquiatria do século XX, em nome da ciência enclausurou o doente. 
REFORMA PSIQUIÁTRICA
O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão do “movimento sanitário”, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde.
O II Congresso Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o lema “Por uma sociedade sem manicômios”. Neste mesmo ano, é realizada a I Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro).
Neste período, são de especial importância o surgimento do primeiro CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo, em 1987, e o início de um processo de intervenção, em 1989, da Secretaria Municipal de Saúde de Santos em um hospital psiquiátrico, a Casa de Saúde Anchieta, local de maus-tratos e mortes de pacientes. 
REFORMA PSIQUIÁTRICA
A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, inspirados pelo Projeto de Lei Paulo Delgado (1989), conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental.
É somente no ano de 2001 que a Lei Federal 10.216 é criada no intuito de redirecionar a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios.
REFORMA PSIQUIÁTRICA
A desinstitucionalização e a efetiva reintegração das pessoas com transtornos mentais graves e persistentes na comunidade são tarefas às quais o SUS vem se dedicando com especial empenho nos últimos anos. 
A implementação e o financiamento de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) surgem neste contexto como componentes decisivos da Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde para a concretização das diretrizes de superação do modelo de atenção centrado no hospital psiquiátrico. 
STR’s são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, egressas de hospitais psiquiátricos ou não. 
PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA
É um dos instrumentos mais efetivos para a reintegração social das pessoas com longo histórico de hospitalização.
O objetivo do Programa é contribuir efetivamente para o processo de inserção social das pessoas com longa história de internações em hospitais psiquiátricos.
Ele possibilita a ampliação da rede de relações dos usuários, assegura o bem estar global da pessoa e estimula o exercício pleno dos direitos civis, políticos e de cidadania.
Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas
1º momento: crítica ao modelo hospitalocêntrico (1978 – 1991)
2º momento: implantação da rede de atenção psicossocial (1992 – 2000)
3º momento: a Reforma Psiquiátrica depois da Lei Federal 10.216 – consolidação do novo modelo 
 (2001 - …)
Diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental
Expansão e consolidação da rede de Atenção Psicossocial 
Ações de saúde mental naAtenção Básica;
Expansão e qualificação dos Centros de Atenção Psicossocial;
Implantação de Centros de Convivência;
Programas de geração de renda e trabalho;
Moradia (aluguel social e outras políticas da Habitação);
Intervenções na cultura, mobilização de usuários e familiares.
Diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental
 Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar 
Redução gradual de leitos em hospitais psiquiátricos;
Residências terapêuticas;
Programa de Volta para Casa;
Ações de reinserção na comunidade;
Ampliação de leitos em HG. 
MAGNITUDE EPIDEMIOLÓGICA
3% da população com transtornos mentais severos e persistentes (necessita de cuidados contínuos )
9% transtornos mentais leves (precisam de atendimento eventual)
10 a 12% da população dependente de álcool 
Prevalências na AB: cerca de 25% a 38% da população com TM
(Maior prevalência entre mulheres, separados/viúvos, com menor escolaridade e menor renda)
DESAFIOS DA REFORMA
Articulação dos CAPS com as Unidades de Saúde da Família;
Atenção à Crise;
Atenção a indivíduos sem vínculos sociais e com uso abusivo de drogas;
Atenção aos transtornos psiquiátricos menores;
Suporte aos familiares;
As estratégias de residencialidade e emancipação dos sujeitos.
A NAU DOS LOUCOS
ATRACOU OU CONTINUA A FLUTUAR PELOS RIOS INCERTOS DAS PALAVRAS, DAS IDEOLOGIAS?
PROFISSIONAIS
CRIAR condições para que o doente assuma o leme da nau de sua vida.
Atracar o barco não significa silenciar o sofrimento ou mesmo negá-lo.
Atracar o barco é dar ao portador de sofrimento mental a oportunidade de construir, ao seu modo, o porto seguro em que deseja lançar sua âncora, seja ela a âncora do delírio, das perturbações do humor ou dos desajustamentos de conduta. 
Em última instância, atracar o barco é restituir ao portador de sofrimento mental a liberdade subtraída por séculos de uma história marcada pela exclusão.
REFERÊNCIAS
AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2013.
FOCAULT. M. História da loucura na Idade Clássica. 8. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005. 
RIBEIRO, B.A.; PINTO, V.A. Entrando na “nau dos loucos”: breve revisão da história da loucura e seus desdobramentos. 
AMARANTE, Paulo (Coord). Psiquiatria Social e Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro; Fiocruz, 1998. 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental : 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005.
BORGES, Camila Furlanetti; BAPTISTA, Tatiana Wargas de Faria. O modelo assistencial em saúde mental no Brasil: a trajetória da construção política de 1990 a 2004. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro,  v. 24,  n. 2, Feb.  2008 .
LUZ, Madel Therezinha. História de uma marginalização: A política oficial de Saúde Mental. Ontem, hoje, alternativas e possibilidades. In: AMARANTE, Paulo (Coord). Psiquiatria Social e Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro; Fiocruz, 1998. 
VILLELA, Sueli de Carvalho; SCATENA, Maria Cecília Moraes. A enfermagem e o cuidar na área de saúde mental. Rev. bras. enferm.,  Brasília,  v. 57,  n. 6, Dec.  2004 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.

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