Buscar

Biblioteca 1485920

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Material didático para aula 2
Origens da economia política: A “teoria do valor-trabalho”.
Com a ascensão do modo de produção capitalista e, consequentemente, com a ampliação da produção de riqueza, diversos pensadores começaram a investigar a fundo os fatos e fenômenos econômicos a fim de estabelecer leis que pudessem explicar o movimento destes fenômenos. 
A principal pergunta que os pensadores do final do século XVIII e início do século XIX buscavam responder era oriunda da filosofia: “O que é e como se produz o valor?” Valor aqui entendido como riqueza. 
O primeiro pensador a formular uma teoria econômica sistematizada que pretende responder essa pergunta é Adam Smith, em “A riqueza das nações”. O autor adota o que se convencionou chamar de “teoria do valor-trabalho”. Resumidamente, para os adeptos desta concepção, o trabalho era o elemento que produzia o valor que as mercadorias possuíam. Ao serem trocadas no mercado, o que haveria, na realidade, seria uma troca de trabalhos. Portanto, o trabalho, materializado no valor, era aquele que regulava as relações de troca no modo de produção capitalista. 
David Ricardo, em “Princípios de economia política e tributação”, também partiu do trabalho para compreender o que era e como se produzia o valor. Uma das principais contribuições de Ricardo foi a tentativa de demonstrar o valor relativo das mercadorias. 
Smith e, principalmente, Ricardo eram defensores do modo capitalista de produção e do que se convencionou chamar de “liberalismo econômico”. Ao lembrarmos de Smith, sempre o associamos à famosa “mão invisível” do mercado. Para os autores, quanto menor a intervenção do Estado, melhor. Pois, o mercado teria a capacidade de se autorregular e, assim, alcançar uma alocação ótima dos recursos. 
Ainda dentro do espectro da “teoria do valor-trabalho”, é possível citar Karl Marx. Todavia, Marx não faz um tratado de economia política. Na realidade, o autor busca interpretar a realidade econômica do sistema capitalista para com base nela sustentar a necessidade da abolição deste sistema. Por isso, sua principal obra se chama “O Capital: Crítica da economia política”. 
Ainda dentro do espectro da economia política, mas distante da “teoria do valor-trabalho”, pode-se destacar o economista francês Jean Baptiste Say. A partir da afirmação que a “oferta cria sua própria demanda”, Say procurou defender que tudo aquilo que é produzido é demandado no mercado. Esse argumento se transformou na “Lei de Say”, também conhecida como “lei da oferta e da demanda”.
Os sistemas econômicos.
Embora o sistema capitalista seja amplamente dominante, ainda vigoram algumas experiências de sistemas socialistas. 
É necessário, portanto, estabelecer algumas diferenças entre os dois sistemas. 
Sistema capitalista O Mercado regula as transações entre os agentes econômicos. Predomina a propriedade privada dos fatores de produção e a livre iniciativa (Estes conceitos encontram-se na constituição federal de 1988, no caput do artigo 170). 
Aqui, o Estado só intervém quando se identifica a existência de “falhas de mercado”. 
Sistema socialista O Estado é o órgão central que planeja e regula as transações entre os agentes. Predomina a propriedade pública dos meios de produção, ficando os bens de produção sob controle do Estado. 
Os fatores de produção.
Compreende-se por fatores de produção tudo aquilo que, de certa forma, pode ser utilizado para a produção de um bem ou de um serviço. São exemplos de fatores de produção e sua respectiva forma de remuneração: 
Terra aluguel; 
Trabalho salário;
Capital lucro ou juros; 
Tecnologia Royalties; 
Os fatores de produção são escassos, ou seja, existem em quantidade limitada, e versáteis, podendo ser empregados de forma isolada ou combinada em distintos ramos produtivos. 
Da combinação dos fatores no processo produtivo surgem os bens e os serviços. A pergunta que o empresário deve fazer antes de produzir, fazendo a análise do custo de oportunidade, é a quantidade que deve ser produzida e para quem se vai produzir. 
Os bens geralmente produzidos podem ser classificados como bens intermediários (matérias-primas), finais (sapatos, bolsas, carros) ou bens de capital (máquinas, edifícios que abrigam uma planta produtiva, etc.). 
Os mercados e o fluxo circular da renda.
Em uma economia capitalista simples (hipótese simplificadora) é possível observar a existência de dois mercados: a) o mercado de fatores de produção; b) o mercado de bens e serviços. 
Nessa economia, os grupamentos de agentes podem ser divididos entre firmas e famílias. Enquanto as firmas ofertam bens e serviços, as famílias ofertam mão-de-obra, força de trabalho. A imagem abaixo ilustra o que se convencionou chamar de fluxo circular da renda: 
Como se pode observar, as empresas vão ao mercado de fatores de produção demandando por trabalho, por capital monetário, por tecnologia, etc., enquanto as famílias ofertam o trabalho. A combinação dos fatores de produção gera um bem ou um serviço, o qual a empresa irá ofertar no mercado de bens e serviços. Neste mercado, as famílias demandam bens e serviços. 
Porque o fluxo de renda é circular? Por que ao venderem sua mão-de-obra às empresas, as famílias fazem jus a uma remuneração que é o salário. Com este, as famílias consomem bens e serviços ofertados pelas empresas. Estas, por sua vez, recebem das famílias uma remuneração, o lucro, por terem vendido bens e serviços, o que proporciona que se reponha ou até mesmo contrate mais fatores de produção para repetir o ciclo. Assim, a renda circula na economia. 
Estudo de caso.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando