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RESUMÃO - MELHORAMENTO FLORESTAL

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MELHORAMENTO FLORESTAL 
INTRODUÇÃO 
 
O Brasil possui uma ampla biodiversidade, porém, é 
reduzido o número de espécies florestais nativas que 
têm o potencial pleno utilizado em programas de 
melhoramento genético e manejo. Considerando a 
diversidade dos ecossistemas brasileiros, é preciso que 
sejam estabelecidas estratégias para conhecimento das 
variações genéticas e ambientais que considerem as 
demandas atuais e futuras de produtos da floresta, 
tendo em vista o uso racional dos recursos florestais, 
em benefício dos ecossistemas e do homem. 
A baixa disponibilidade de sementes e mudas, aliada ao 
pouco conhecimento da silvicultura das espécies 
nativas, em particular, de sementes que tenham algum 
grau de melhoramento genético, constituem restrições 
ao reflorestamento com essas espécies, ao contrário do 
que acontece com as espécies dos gêneros Eucalyptus 
e Pinus. Estas últimas apresentam programas de 
produção de sementes e propágulos em diferentes 
níveis de melhoramento. 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
• Genética: é a ciência que trata das semelhanças e 
diferenças entre os indivíduos de uma população. 
• Cromossomos: são unidades estruturais do núcleo 
celular, portadoras de genes, apresentando em geral 
forma linear. O número é fixo para cada espécie. 
• Genes: são as unidades de herança situadas em locos 
fixos nos cromossomos, podendo existir em uma série 
de formas alternativas chamadas alelos. 
• Alelo: é uma das alternativas de um par ou uma série 
de formas do gene. Os alelos são alternativos na 
herança pelo fato de estarem situados no mesmo loco, 
em cromossomos homólogos. 
• Cromossomos homólogos: são cromossomos que 
emparelham durante o processo de divisão celular 
(meiose), possuindo os mesmos genes dispostos em 
igual seqüência. 
• Herança: refere-se à transmissão de características 
dos pais aos filhos. Ocorre no processo de meiose. 
• Dominância: manifestação total de um alelo sobre o 
outro quando em heterozigose (completa, parcial ou 
sobredominância). 
• Gene recessivo: refere-se aquele membro de um par 
de alelos que não é capaz de expressar-se na presença 
do alelo dominante. 
• Haplóide: tem 1 série completa de cromossomos (n). 
• Diplóide: possui 2 séries completas de cromossomos 
(2n). 
• Poliplóide: possui mais de duas séries completas de 
cromossomos. 
• F1: 1ª geração resultante de um dado cruzamento. 
• F2: 2ª geração resultante do cruzamento de indivíduos 
da geração F1. 
• S1: primeira geração de auto-fecundação. Portanto, 
F1, F2, S1 constituem conjuntos de indivíduos 
aparentados (irmãos). 
• Família S1: irmãos oriundos de auto-fecundação. 
• Família de meio-irmãos (FMI): conjunto de indivíduos 
provenientes de uma mãe conhecida e pais 
desconhecidos. 
• Família de irmãos-germanos (FIG): conjunto de 
indivíduos provenientes de mãe e pai conhecidos. 
• Retrocruzamento: cruzamento de uma descendência 
(progênie) com um dos pais. 
• Cruzamento recíproco: cruzamento de um conjunto 
de indivíduos como machos e fêmeas simultaneamente. 
• Alogamia: espécies de reprodução cruzada; 
• Autogamia: espécies de auto-fecundação; 
• Endogamia: cruzamento de indivíduos aparentados, 
tendo como conseqüência a perda de vigor. 
• Heterose: é o vigor resultante do cruzamento de 
materiais genéticos distintos. 
• Epistasia: dominância de um gene sobre o outro não 
alélico. 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
• Freqüência gênica: proporção entre a freqüência dos 
alelos alternativos de um gene e a freqüência total de 
todos os alelos naquele loco. 
• Potencial genético: valor genético intrínseco total de 
uma população, que pode ser explorado. 
• Carga genética: acúmulo de genes recessivos 
(deletérios) em uma população até o limite da sua 
sobrevivência. 
• Genótipo: constituição genética do indivíduo. 
• Fenótipo: é a expressão do indivíduo. É resultante do 
genótipo associado aos efeitos ambientais. 
• Plasticidade: capacidade de adaptação de um 
indivíduo devido a mudanças fisiológicas internas. 
• Escape: indivíduo aparentemente resistente a pragas 
e doenças, ou outro fator, pela ausência do agente 
naquele ambiente. 
• População: conjunto de indivíduos de uma mesma 
espécie que apresentam uma continuidade no tempo e 
uma capacidade de se cruzarem ao acaso, ou seja, de 
trocarem alelos entre si. 
• Raça: população adaptada a um dado ambiente 
ecológico, que apresenta uma ou mais características 
particulares. 
• Recombinação gênica: formação de novas 
combinações de genes através dos mecanismos de 
troca de partes e segregação durante a meiose no ciclo 
sexual de organismos. O fenômeno de segregação dos 
cromossomos, com sua inclusão nos gametas 
masculino e feminino, é o responsável por tornar esta 
variação genética disponível para a fase posterior de 
fecundação; reorganização do sequenciamento de 
genes e partes de cromossomos como resultado do 
sobrecruzamento ocorrido na meiose. 
• Recurso genético: variabilidade de espécies de 
plantas, animais e microrganismos integrantes da 
biodiversidade, de interesse sócio-econômico atual e 
potencial p/ utilização em programas de melhoramento 
genético, biotecnologia e outras ciências afins. 
• Regeneração: reprodução de um acesso para 
manutenção de sua integridade genética. Na coleção 
base e coleção ativa é feita no campo quando as 
sementes armazenadas perdem a viabilidade para cerca 
de 80% do poder germinativo inicial. Na conservação 
“in vitro”, refere-se à transferência para casa de 
vegetação e/ou campo das plântulas componentes do 
acesso com a finalidade de permitir o revigoramento das 
mesmas. O intervalo de tempo entre uma regeneração e 
outra deve ser determinado experimentalmente para 
cada espécie. 
• Reprodução assexuada: aquela que ocorre sem a 
participação de gametas, isto é, não acontece o 
fenômeno de fertilização entre os gametas masculino e 
feminino. A reprodução assexuada compreende dois 
tipos básicos: apomixia e propagação vegetativa. 
• Reprodução sexuada: aquela que ocorre a 
participação de gametas, isto é, acontece o fenômeno 
de fertilização entre os gametas masculino e feminino. 
• Reserva genética: unidade dinâmica de conservação 
da variabilidade genética de populações de 
determinadas espécies para uso presente e potencial. 
Tem a finalidade de proteger em caráter permanente as 
espécies ou comunidades ameaçadas de extinção, 
dispor de material genético para pesquisa e determinar 
a necessidade de manejo das espécies-alvo, dentre 
outras. 
 
DIVISÃO CELULAR 
 
Mitose: a partir de um núcleo são originados dois outros 
núcleos, cada um c/ o mesmo número de cromossomos 
e mesmos genes do núcleo que se dividiu. Seguida de 
citocinese (divisão citoplasmática), de uma única célula 
são formadas outras Duas, com mesmo número de 
cromossomos e mesmos genes da célula que se dividiu. 
 
 
 
 
 
 
DIVISÃO CELULAR 
 
 
Prófase: gradual condensação ou espiralização dos 
cromossomos; no final, há degeneração da membrana 
nuclear, o que permite a associação das fibras do fuso 
mitótico às regiões centroméricas das cromátides de 
cada cromossomo duplicado; Metáfase: presença dos 
cromossomos no plano mediano da célula; as 
cromátides-irmãs estão com seus centrômeros voltados 
para pólos opostos; Anáfase: separação das 
cromátides-irmãs, devido ao tracionamento pelas fibras 
do fuso mitótico; Telófase: quando os cromossomos 
atingem o pólo; ocorre gradual descondensação ou 
desespiralização dos cromossomos; há regeneração da 
membrana nuclear em torno dos cromossômicos filhos. 
Meiose: é o processo de divisão celular em que tem 
como produto final a formação de gameta, tanto em 
animais como vegetais superiores. Nas espécies 
diplóides e naquelas com número par de conjuntos 
cromossômicos, uma célula se divide, originando quatro, 
cada uma com metade do número de cromossomos da 
célula que sedividiu. Por reduzir à metade o número de 
cromossomos nos gametas, garante a manutenção do 
número de cromossomos nestas espécies. Compreende 
duas divisões nucleares e, pelo menos, uma divisão 
citoplasmática. Em relação à maioria dos eucariotos, a 
primeira divisão da meiose, ou meiose I, é denominada 
reducional, pois o número de cromossomos nos 
núcleos-filhos é a metade do presente no núcleo que se 
dividiu. A segunda divisão ou meiose II, é denominada 
equacional, pois não há alteração do número de 
cromossomos. As fases da meiose I são: 
Prófase I: cromossomos gradualmente, espiralizando 
ou condensando; em seu final, há degeneração da 
membrana nuclear; é subdividida nas seguintes fases: 
leptóteno: período inicial de condensação dos 
cromossomos; zigóteno: nesta fase os cromossomos 
homólogos se aproximam, ocorrendo o fenômeno 
chamado sinapse, que é o pareamento de 
cromossomos homólogos; paquíteno: ‘crossing-over’, 
que é a troca de segmentos cromossômicos entre 
homólogos; cada par de homólogos parece ser um só 
cromossomo e é denominado de bivalente; diplóteno: 
cromossomos homólogos vão gradualmente afastando-
se; à medida que os homólogos separam-se, pode-se 
perceber algumas regiões, ao longo de seu 
comprimento, em que os mesmos parecem estar 
sobrepostos ou em contato; tais regiões são 
denominadas de quiasmas e são evidência citológica de 
que ocorreu ‘crossing-over’; diacinese: os homólogos 
mais separados; como a separação ocorre da região 
centromérica para as extremidades, os quiasmas 
parecem se mover no mesmo sentido; Metáfase I: os 
bivalentes, na forma de anel de dois ou de cadeia de 
dois, estão dispostos no plano mediano da célula; as 
regiões centroméricas dos homólogos estão voltadas 
para pólos opostos; a orientação de um bivalente é 
independente da orientação de qualquer outro par, ou 
seja, nesta fase os bivalentes estão dispostos ao acaso 
no plano equatorial da célula; Anáfase I: ocorre a 
separação dos homólogos; Telófase I: após atingirem o 
pólo da célula, os cromossomos desespiralizam-se; há 
regeneração da membrana nuclear em torno dos 
conjuntos cromossômicos-filhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
DIVISÃO CELULAR 
 
As fases da meiose II são: prófase II: se houve uma 
telófase I típica, torna-se necessário, novamente, que os 
cromossomos se individualizem; durante toda esta fase, 
os cromossomos espiralizam-se, ou seja, aumentam de 
diâmetro e reduzem de comprimento; ao seu final, a 
membrana nuclear desaparece; metáfase II: os 
cromossomos estão dispostos no plano equatorial da 
célula, c/ as regiões centroméricas de suas cromátides 
voltadas para pólos opostos; anáfase II: separação das 
cromátides-irmãs; telófase II: após atingirem o pólo da 
célula, os cromossomos descondensam-se; há 
reaparecimento da membrana nuclear em torno de cada 
conjunto cromossômico. 
 
BIOLOGIA DA REPRODUÇÃO 
 
Sistema reprodutivo a flor que é constituída por duas 
partes, uma estéril formada por cálice e corola 
(organismos de proteção e podem estar adaptados para 
favorecer a polinização ou atrair polinizadores bióticos 
pela cor ou por apresentar estruturas especiais como 
néctar, por exemplo) e a outra reprodutora formada 
pelos estames (androceu) e pelos carpelos (gineceu). 
Nos estames são formados os grãos de pólen e no 
gineceu, os carpelos distinguem-se em ovário, onde são 
produzidos os óvulos. Do óvulo fecundado desenvolve-
se a semente que, nas angiospermas, está constituída 
no interior do fruto resultante do desenvolvimento dos 
ovários. 
 
As flores podem ser: Monóclinas (hermafroditas) quando 
possuem os dois sexos, ou Díclinas quando os sexos 
são encontrados em flores diferentes. Os vegetais são 
monóicos ou hermafroditas quando os dois sexos são 
encontrados num mesmo indivíduo, numa mesma flor 
(monóclina) ou em flores dIferentes (diclinas). Os 
vegetais dióicos ou unissexuados, por outro lado, 
possuem apenas um sexo em cada planta e suas flores 
só podem ser diclinas. 
O sistema de reprodução é um dos fatores mais 
decisivos para que a variabilidade genética individual 
seja mantida. Populações de indivíduos que apresentam 
fecundação cruzada têm maiores possibilidades de 
aumentar a variabilidade genética sem adição de genes 
novos (por mutação, por exemplo) do que populações 
de indivíduos com auto-fecundação. Embora a maioria 
das espécies florestais sejam predominantemente 
alógamas, existe uma grande diversidade de sistemas 
reprodutivos. 
Formação da semente: semente constitui o mecanismo 
de propagação sexuada das plantas, fundamental na 
obtenção de novos tipos genéticos e na formação das ≠ 
estruturas genéticas populacionais. As sementes das 
angiospermas são formadas pelo tegumento e embrião 
(cotilédones + eixo embrionário) e o endosperma, às 
vezes ausente. Do ponto de vista funcional, elas são 
constituídas por casca, tecido de reserva e tecido 
meristemático (eixo embrionário). Estas partes da 
semente resultam de diversas modificações nos 
componentes do óvulo, ocorridas durante o seu 
desenvolvimento pós-fecundação. O óvulo ou 
megasporângio é o precursor da semente. 
 
 
 
BIOLOGIA DA REPRODUÇÃO 
 
Microsporogênese e formação do gametófito 
masculino 
Microsporogênese é o processo de formação dos 
esporos masculinos (micrósporos), ocorre em células 
das paredes das anteras, cada uma denominada célula-
mãe do grão-de-pólen. Ao final da meiose, são 
formados quatro micrósporos. O ciclo de vida das 
angiospermas é dividido em duas fases. A fase de 
produção de esporos é chamada esporofítica. Cada 
micrósporo formado entra na outra fase, denominada 
gametofítica. Durante a fase gametofítica, o núcleo do 
micrósporo entra em mitose, originando dois outros, um 
denominado núcleo vegetativo e o outro chamado 
núcleo reprodutivo. O núcleo vegetativo não mais se 
divide e é o responsável pela formação do tubo polínico. 
O núcleo reprodutivo entra em mitose, originando os 
dois gametas masculinos presentes em cada grão-de-
pólen, denominados núcleos gaméticos. 
 
Megasporogênese e formação do gametófito 
feminino 
Megasporogênese é o processo de formação dos 
esporos femininos (megásporo). As células do ovário 
que entram em meiose são denominadas células-mães 
do megásporo. Ao final da meiose são formados um 
megásporo funcional, que passará pela fase 
gametofítica, e três células que degeneram. No início da 
fase gametofítica, o núcleo do megásporo se divide por 
mitose, originando dois outros. Ambos se dividem, 
novamente, por mitose, originando quatro núcleos. Cada 
um destes passa por mitose, originando oito núcleos, 
todos com a mesma informação do núcleo do 
megásporo correspondente. Destes 8, as 3 antípodas e 
as duas sinérgides degeneram, permanecendo no 
gametófito feminino maduro, o saco embrionário, 
apenas os dois núcleos polares e o gameta feminino, a 
oosfera. Portanto, para cada célula de ovário que entra 
em meiose, apenas um gameta feminino é formado. 
 
Após penetração do tubo polínico no saco embrionário, 
(fecundação), ocorre a dupla fertilização. Um dos 
núcleos gaméticos se une com os dois núcleos polares, 
originando o núcleo inicial do endosperma. Este núcleo 
é, portanto, triplóide (3n), pois recebe dois conjuntos 
cromossômicos maternos e um conjunto cromossômico 
paterno. A ausência do endosperma em sementes 
maduras, é conseqüência da digestão deste tecido 
durante a formação do embrião. A segunda fertilização 
corresponde à união entre o outro núcleo gamético e a 
oosfera, originando o núcleo inicial do embrião (2n). 
 
Polinização e dispersão de sementes A polinização é 
a transferênciado grão de pólen de um estame a um 
carpelo (mesma flor ou flor da mesma planta: auto-
polinização; flor de outra planta: polinização cruzada). O 
agente polinizador (biótico ou abiótico) é o responsável 
pelo transporte do pólen. Assim, seu comportamento, 
hábitos e exigências serão determinantes de como se 
dará o fluxo gênico, via pólen na população. Na 
polinização biótica, os polinizadores são atraídos pelos 
recursos florais como néctar, pólen e óleos. Quanto 
maior a distância da árvore mãe, maior é a chance de 
estabelecimento devido a menor competição e riscos de 
predadores. 
 
 
 
 
 
 
GENÉTICA E MELHORAMENTO 
 
Melhoramento: arte e ciência que visam à modificação 
genética dos organismos para torná–los mais úteis ao 
homem. Considera tanto o fenótipo quanto o genótipo. 
O fenótipo de um indivíduo muda continuamente desde 
o nascimento até a morte. O genótipo permanece 
estável, exceto por mutações somáticas. A estabilidade 
é devida aos genes se reproduzirem a si mesmos e não 
ao fato de eles serem materiais quimicamente inertes 
ou, de alguma forma, isolados do ambiente. 
Melhoramento com base no fenótipo (F) 
Considera performance visual do indivíduo (fenótipo=F): 
Onde, F = G + E. Depende do nível de controle genético 
sobre a característica (G) e da intensidade dos efeitos 
ambientais (E). 
• pode-se selecionar em qualquer população; 
• sementes geralmente são misturadas. Neste caso, 
usar % equivalentes de sementes de cada matriz; 
• efetuar a colheita das sementes em anos de plena 
floração (maioria das árvores em floração e frutificação); 
• considera as características de acordo a aptidão da 
espécie. Exemplo: forma do tronco, altura, DAP, volume, 
produção de frutos, volume de copa, etc. 
Considerações: espera-se > sucesso pela utilização 
das sementes para plantio em ambiente ecológico 
semelhante ao da população na qual se efetuou a 
seleção matrizes; não se tem conhecimento do valor 
genético das matrizes selecionadas; nem sempre o 
melhor fenótipo corresponde à melhor descendência; 
pode-se ter bons resultados imediatos, porém, muito 
pouco posteriormente; pode-se ter respostas muito 
baixas desde a fase inicial; pode-se ter redução da 
média da população. 
Melhoramento com base no genótipo (G) 
O valor genotípico refere-se à proporção do fenótipo que 
é devido aos efeitos genéticos, podendo ser expresso 
por VG = G/F. O sucesso no cultivo de qualquer 
espécie, florestal ou agrícola, está estreitamente 
relacionado aos fatores do meio ambiente, classificados 
em: previsíveis: preparo do solo, fertilização, época de 
plantio, tratos culturais, etc., portanto, são possíveis de 
controle pelo homem; e imprevisíveis: temperatura, 
precipitação, déficit hídrico, geadas, intensidade 
luminosa, etc., portanto, não podem ser controlados 
pelo homem. Em geral, os ambientes muito bons 
(favoráveis) podem revelar ótimos fenótipos, porém, de 
baixo valor genético, enquanto os ambientes ruins 
(desfavoráveis) quando revelarem fenótipos superiores, 
estes tendem a ser mais condizentes com valor 
genético. 
Avaliação do genótipo 
Obtenção do valor genético (VG): 
• requer controle do material genético, isto é, controle 
parental, portanto, utiliza famílias ou clones; 
• exige avaliação fenotípica, isto é, não pode ser obtido 
diretamente do indivíduo; 
• requer o uso de técnicas experimentais; 
• pode-se usar técnicas de marcadores moleculares ou 
bioquímicos; 
• requer uso de análise de variância (parâmetros 
genéticos); 
• o valor genético é expresso em relação ao fenótipo 
(VG = G/F). 
Caso das populações segregantes (heterozigotas) 
 
g = valor genético individual, tem-se: g1 + g2 + g3 = Gi # 
0, então, F = Gi + E1. 
A descendência (F1) é constituída de genótipos com 
valores genéticos distintos, cuja soma irá refletir o VG 
total da população. Da mesma forma pode-se inferir que 
estes genótipos apresentam respostas diferenciadas a 
uma mesma condição de ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
GENÉTICA E MELHORAMENTO 
 
Populações homozigotas (linhagens) ou clones 
 
g = valor genético individual, tem-se: g’1 = g’2 = g’3 = G’i= 
0, então, F’ = E1. 
Sendo g’ o valor genético individual e considerando que 
todos os indivíduos têm a mesma constituição gênica, 
não há diferença genética de um em relação ao outro, 
por isso G’ = 0. Neste caso, as variações expressas 
pelo fenótipo são devidas aos fatores do meio ambiente. 
 
GENÉTICA DOS CARACTERES 
 
A variação biológica é base p/ o trabalho do geneticista 
ou melhorista, componentes da variabilidade: o genético 
e o não genético ou ambiental, e a proporção de seus 
efeitos. 
Herança de uma característica requer o conhecimento 
do seu nível de controle genético, isto é, se é herdável, 
determinada por genes; os genes que a determinam são 
transmitidos dos pais para os filhos ou, pelo menos, de 
um dos pais para um ou mais de seus descendentes. 
Em geral, os caracteres qualitativos são controlados por 
poucos genes; não são influenciados pelo ambiente; 
permitem o agrupamento em classes: têm distribuição 
discreta (obedecem os princípios da probabilidade; 
segregam conforme as Leis de Mendel). 
Os caracteres quantitativos, em geral estão associados 
a características de alto valor econômico como 
diâmetro, volume do tronco, densidade da madeira, etc., 
tendo controle poligênico; têm distribuição de valores 
fenotípicos contínua ou de variação contínua. Uma vez 
que não existem níveis distintos de classificação, é 
então feita a análise dos indivíduos pela interpretação 
de dados estatísticos, como médias, variâncias e 
covariâncias (genética quantitativa). Logo, os efeitos dos 
alelos são aditivos, isto é, a presença de cada alelo 
contribui com alguma proporção dos efeitos para 
expressar uma característica quantitativa. 
A genética quantitativa avalia a importância relativa dos 
efeitos individuais dos genes que determinam uma 
característica, assim como dos efeitos de interação 
entre os alelos e dos efeitos de interação entre genes 
não alélicos, o grau de influência do ambiente, 
produzindo, como na análise de características 
qualitativas, informações que se prestam para 
conservação genética e tornam eficientes os processos 
seletivos em programas de melhoramento. 
 
GENÉTICA DE POPULAÇÕES 
 
Freqüência gênica: a seleção promove alterações na 
freqüência gênica das populações, reduzindo a 
freqüência dos genes desfavoráveis (em geral, os 
recessivos ou que produzem interações negativas) e 
aumentando a dos favoráveis. Portanto, a seleção tende 
a favorecer o aumento da freqüência de genes 
desejáveis em estado de homozigose dominante ou 
heterozigose, para aquelas características de interesse. 
População em equilíbrio de Hardy – Weinberg. 
 “Toda população, na ausência de seleção, mutação e 
migração, entra em equilíbrio após uma geração de 
cruzamentos ao acaso”. 
Genótipos ....................... AA Aa aa 
Freqüências genotícicas: p2 2pq q2 
P (A) = p; P (a) = q; sendo p + q = 1; logo p =1 – q. 
 
 
Na conservação “ex situ” as espécies são protegidas em 
lugares fora de seu habitat, tanto por material 
reprodutivo quanto por plantas vivas em arboretos, 
jardins botânicos ou mesmo em artificiais de laboratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GENÉTICA QUANTITATIVA 
 
O tratamento das características quantitativas requer a 
utilização de amostras representativas das populações 
para obtenção de estimativas confiáveis. Os parâmetros 
estatísticos para descrever uma população: 
Média aritmética, variância (σ2), desvio padrão(σ), de 
posse das estatísticas, pode-se, então, obter os 
componentes do fenótipo. Se F = variação fenótípica, G 
= variação genotípica e E = variação ambiental, sendo F 
= G+ E, então, estatisticamente pode-se expressar: 
σ2f = σ2g + σ2e 
Herdabilidade: h2 = σ2g /σ2f. 
Diferencial de seleção: DS = XS – X0. 
XS = média dos indivíduos selecionados e X0 = média 
geral da população na qual se praticou a seleção. 
GS é a resposta à seleção (RS) ou ganho esperado na 
próxima geração: GS = h2DS. 
O ganho genético é dependente tanto da herdabilidade 
do caráter como da % selecionada na população, esta 
última uma decisão do melhorista em função do grau de 
variação presente fenotípica, da base genética e dos 
objetivos do melhoramento. 
 
RECURSOS GENÉTICOS 
 
A variação biológica é resultante do processo evolutivo, 
proporcionando indivíduos adaptados a cada tipo 
ambiental. As alterações no conteúdo hereditário desses 
indivíduos bem como os fatores do meio, podem levar a 
diferenças genéticas tão acentuadas ao ponto de 
constituir uma nova espécie, isolada reprodutivamente 
incompatível daquela que lhe deu origem. A mutação 
constitui a principal responsável pelo surgimento de 
novos genes em uma população, apesar de ocorrer em 
freqüências muito baixas. 
As causas da variação são classificadas como sendo 
resultantes de fatores ambientais específicos e de 
fatores genéticos controlados internamente. A 
diversidade genética pode ocorrer a diferentes níveis: a) 
de espécies dentro de ecossistemas; b) de populações 
dentro de espécies e c) de indivíduos dentro de 
populações da espécie. A caracterização desses 
diferentes níveis de diversidade é imprescindível para o 
planejamento da conservação genética. 
A quantificação da variabilidade natural existente nas 
espécies, através do estudo da estrutura genética de 
populações, permite o entendimento de como cada 
espécie aloca seus recursos de variabilidade na 
evolução. Este conhecimento possibilita estabelecer 
estratégias racionais para planos de conservação 
genética, através da definição da forma mais correta 
para manter a variabilidade genética e a capacidade de 
evolução natural das espécies. 
Conservação da variabilidade genética: a filosofia da 
conservação genética se baseia na manutenção da 
variabilidade genética entre e dentro de populações 
como condição essencial e insubstituível para a 
continuidade da evolução das espécies. A variabilidade 
genética de muitas espécies tem sido perdida por 
desmatamentos, doenças e extrativismo indiscriminado, 
além de outras modificações mais lentas e sutis. Dessa 
forma os armazenamentos tecnológicos e naturais 
(bancos de sementes) são técnicas relativamente 
seguras e econômicas contra essas perdas, 
assegurando valiosos germoplasmas das espécies que 
correm risco de extinção 
Na conservação “in situ” as espécies são deixadas em 
seus habitat’s naturais, objetivando garantir proteção ao 
seu conjunto de genes e quando necessário possibilitar 
o conhecimento científico da tecnologia reprodutiva, 
ecologia, padrão de distribuição, além do conhecimento 
prévio da existência de variabilidade genética e de sua 
forma de distribuição comparada a outras populações 
naturais. 
 
 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
 
O melhoramento genético é a aplicação de técnicas 
de seleção e recombinação, com vistas ao aumento da 
freqüência dos genes favoráveis às características de 
interesse, em uma dada população. Associa: genética + 
seleção + característica, por espécie. 
O melhoramento genético florestal visa o aumento da 
produtividade, adequação da matéria prima ao produto 
final, melhoria nas condições adaptativas, tais como a 
capacidade de florescimento e produção de frutos e 
sementes, resistência a pragas e doenças e, 
principalmente, a manutenção da variabilidade genética. 
Programas de melhoramento florestal devem buscar: 
• Determinar as espécies ou fontes geográficas dentro 
de uma espécie que possam ser usadas em dada área; 
• Determinar as causas, a quantidade e a natureza da 
variabilidade dentro de espécies; 
• Produzir árvores que reúnam as combinações de 
características desejadas; 
• Produzir maciçamente materiais melhorados para fins 
de reflorestamento; 
• Desenvolver e manter uma população base 
suficientemente adequada para garantir progressos em 
gerações avançadas. 
O melhoramento florestal tem desvantagens em relação 
a outras culturas como: 
• Tempo de rotação; 
• Dificuldades de mensuração, cruzamento e coleta de 
sementes; 
• Permanência da organização do programa mediante a 
movimentação das pessoas, devido ao longo prazo; 
• Existência de variabilidade genética e seu 
conhecimento, para as características desejadas. 
 
 
A implantação de população base visa conservar 
ecossistemas, populações ou árvores admitindo sua 
utilização em condição de manejo adequado, mantendo 
assim a variabilidade a qual permitirá a manutenção do 
ciclo de vida natural das espécies além de possibilitar 
seu emprego em programas de melhoramento genético. 
De uma forma mais aplicada ao melhoramento florestal 
população base é o plantio de mudas produzidas a partir 
de sementes em escala tal que permita tanto a seleção 
de indivíduos superiores, como a ocorrência de 
recombinação genética, que é a única forma de se ter 
continuidade em um processo de melhoramento 
genético. 
Diante das intensas alterações no meio ambiente, em 
grande parte devido ao ciclo longo de vida das árvores, 
as populações necessitam conter certo grau de 
variabilidade genética para permitir sua adaptação ao 
meio através das gerações. As populações base devem 
ser constituídas por um número efetivo de indivíduos, 
suficiente para manter a variabilidade genética da 
população original, para fins de melhoramento e 
conservação. 
Testes Genéticos: testes de introdução de espécies, 
procedências, progênies e testes combinados de 
procedências/progênies. Os testes de progênies são 
realizados quando se deseja testar a superioridade dos 
indivíduos, permite saber se esta superioridade 
fenotípica é devido a sua constituição genética ou é 
devido a uma condição ambiental favorável. São um 
meio eficiente de testar a capacidade das matrizes em 
transmitir suas características as suas descendências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
 
Testes c/ controle de famílias (Teste de Progênies) são 
estabelecidos segundo um delineamento experimental, 
com vistas a obter informações genéticas acerca de 
uma população ou conjunto de materiais específicos 
(famílias), tendo como os principais objetivos: 
• inferir sobre a estrutura genética da população original; 
• definir o valor genético de um conjunto específico de 
indivíduos e de seus descendentes; 
• orientar a formação de nova população base; 
• estimar parâmetros genéticos; 
• avaliar o controle genético de características 
individuais; 
• quantificar a interação genótipo por ambientes; 
• orientar a formação de campos de recombinação; 
• produzir sementes melhoradas; 
Devem ser estabelecidos em ambientes representativos 
das áreas de interesse para florestamento, excluindo-se 
os sites pouco representativos, podendo ser repetidos 
no espaço e no tempo. Devem-se adotar as mesmas 
práticas silviculturais preconizadas em escala comercial. 
Ocorrendo interação genótipo X ambiente significativa, 
diferentes estratégias de melhoramento devem ser 
adotadas, de modo a explorar os efeitos positivos da 
interação em cada ambiente. Não havendo diferenças 
significativas, um único programa pode ser conduzido 
para os diferentes ambientes de produção.VARIABILIDADE GENÉTICA 
 
Um ponto de fundamental importância a se considerar 
no desenvolvimento de programas de melhoramento 
genético para determinada finalidade é o conhecimento 
da existência de variabilidade nas características de 
interesse e o nível de controle genético na expressão 
das mesmas. Essa variabilidade deve ser suficiente 
para possibilitar a seleção e ganho genético. 
O 1o passo do melhoramento consiste em determinar a 
quantidade, a causa e o tipo de variabilidade presentes 
na população da espécie em questão. Basicamente, 
todas as diferenças entre as árvores resultam de três 
coisas: 
- Diferenças no ambiente em que as árvores estão 
crescendo; 
- Diferenças genéticas entre árvores; 
- Diferenças na interação entre o genótipo das árvores e 
o ambiente no qual elas crescem. 
Algumas ∆ são previsíveis e utilizáveis, enquanto outras 
são imprevisíveis e mais difíceis de serem utilizadas. A 
questão essencial do melhoramento é descobrir qual 
porção dessa variação é geneticamente controlada, ou 
seja, qual a porção que é herdável. Para tal propósito, é 
necessário a realização de testes genéticos, os quais 
permitem conhecer a porção de cada componente da 
variação, ou seja, o efeito genético (G) e o efeito 
ambiental (E). Se existe variabilidade e se a participação 
dos componentes genéticos na manifestação das 
características for expressiva, é possível promover 
alterações desejadas nas características sob seleção. 
Nas espécies florestais, a identificação da variabilidade 
é feita determinando a ∆ nas seguintes categorias: 
- Variação geográfica ou de procedências; 
- Variação entre populações dentro de ambientes 
(locais); 
- Diferenças entre árvores dentro de populações; 
- Variação dentro de árvores. 
 
Interação “Genótipo x Ambiente” 
Resposta diferenciada de genótipos quando submetidos 
a diferentes condições ambientais. Quando não há 
interação (1), a ≠ pode ser devido a uma melhoria nas 
condições ambientais, os 2 genótipos responderam da 
mesma forma e a ≠ entre eles permaneceu constante. 
Quando há forte interação (2), pois as respostas dos 
genótipos mudam amplamente, quando submetidos a 
ambientes distintos. 
 
 “GENÓTIPO X AMBIENTE” 
 
 
O plantio de genótipos sobre uma amplitude de 
ambiente é a oportunidade de conseguir informações 
sobre a interação genótipo x ambiente e de selecionar 
árvores, baseando-se em suas respostas às condições 
ambientais. 
Dada à diferença entre locais e a existência da interação 
genótipo x ambiente, o melhorista deve verificar se os 
clones, comprovadamente superiores em teste clonais, 
conduzidos num dado local representativo, serão 
também superiores em outros ambientes ou se a 
seleção deve ser conduzida separadamente, para cada 
um dos ambientes de interesse. A estimação da 
intensidade da interação ainda que em progênies ou em 
testes clonais, é essencial antes de entrar na fase de 
plantio comercial. Principalmente, no caso de 
plantações clonais, na qual a variabilidade genética é 
mínima. Deste modo, a interação, quando não 
considerada nos programas de melhoramento, pode 
causar diminuição nos ganhos esperados. 
 
DOMESTICAÇÃO DE ESPÉCIES 
 
O processo de domesticação é uma etapa necessária a 
todo e qualquer projeto que visa a utilização de espécies 
que se encontram em estado selvagem, isto é, espécies 
cuja população base é a própria população natural. 
O que se espera é que quanto maior for a semelhança 
entre as regiões em termos de características 
geográficas (altitude e latitude), climáticas (volume e 
distribuição das chuvas, déficit hídrico, temperatura 
média, mínima e máxima mensal e anual) e de solo 
(arenoso, argiloso, fertilidade, presença ou não de 
camada de impedimento) maior é a chance de 
adapatação da espécie/procedência, avaliada pela 
capacidade de sobrevivência e crescimento vegetativo. 
Estratégias p/ a Eleição de Espécies/Procedências 
Efetuar o levantamento das áreas geográficas de 
ocorrência natural que atendam ou aproximam das 
características edafoclimáticas da região de interesse 
para plantio, a fim de eleger as procedências para teste, 
assumindo a hipótese da existência de variação 
geográfica, isto é, de variação entre procedências ou 
populações. Densidade de árvores por hectare e a 
forma de ocorrência (mosaicos, contínua, ao acaso), de 
modo a estabelecer um número de árvores matrizes a 
serem eleitas por unidade de área, para fornecimento de 
sementes, que garantam a representatividade gênica 
adequada para cada procedência, evitando ao máximo, 
a concentração da amostragem em materiais genéticos 
aparentados. Como medidas p/ uma boa amostragem, 
recomenda-se eleger pelo menos 20 árvores matrizes 
por procedência, manter uma distância mínima de 100 
m entre as matrizes eleitas, colher as sementes em 
épocas de floração e frutificação regular (maioria das 
árvores), colhendo quantidades equivalentes por matriz. 
Estabelecimento dos ensaios 
Ao melhoramento interessa, estabelecer ensaios no 
viveiro e campo com vistas a avaliar e selecionar as 
espécies/procedências potenciais, levando em conta a 
variação genética entre e dentro de populações 
(procedências). Entretanto, deve-se destacar que no 
processo de domesticação de espécies, outros estudos 
como tecnologia e armazenamento de sementes, 
técnicas de semeadura e produção de mudas, técnicas 
de plantio e de condução dos plantios no campo devem 
ser desenvolvidos concomitante, como parte do pacote 
de tecnologias adequado a cada espécie para 
exploração em escala comercial. 
 
 
DOMESTICAÇÃO DE ESPÉCIES 
 
1) Fase de experimentação ampla: quando se tem um 
grande número de espécies potenciais e tem como 
objetivo a identificação daquelas potenciais, fornecendo 
informações preliminares antes da idade de rotação. 
Devem ser instalados em ambiente representativo da 
região de interesse, delineamentos experimentais 
apropriados (em geral blocos ao acaso), c/ parcelas 
pequenas (pref. quadrangulares), procurando-se adotar 
medidas para evitar a interferência da competição 
interespecífica nas plantas avaliadas, em espaçamentos 
amplos. 
 2) Fase de experimentação restrita: avaliar o máximo 
de procedências daquelas espécies potenciais 
selecionadas fase anterior, com vistas ao conhecimento 
do grau de ∆ interpopulacional e a recomendação das 
procedências mais apropriadas para fornecimento de 
sementes no curto prazo. Deve-se adotar delineamento 
experimental apropriado, em geral blocos ao acaso, com 
parcelas envolvendo o maior número de plantas 
possível, em espaçamento já previamente definido para 
a espécie. Se possível utilizar testemunhas de materiais 
comerciais semelhantes. As avaliações devem levar em 
consideração tanto a fase de viveiro como de campo até 
a idade de rotação. 
3) Fase de análise comercial: estabelecimento de 
plantios pilotos, em espaçamento comercial, com vistas 
a avaliar as técnicas de manejo requeridas, a qualidade 
do produto final e o potencial econômico dos futuros 
plantios comerciais. Apenas as procedências indicadas 
na fase anterior são contempladas. Não requer o uso de 
técnicas experimentais clássicas, quando necessários, 
os delineamentos inteiramente ao acaso são suficientes. 
 
Avaliação dos ensaios: as 3 fases requerem avaliação 
em função dos objetivos pretendidos, lembrando que 
para o melhorista interessa em qualquer fase obter 
informações de sobrevivência e crescimento vegetativo, 
ocorrência de pragas e doenças. Porém, ao final do 
processo, particularmente, na idade de rotação, é 
importante que se tenha informações dos aspectos 
reprodutivos, isto é, da ocorrência de floração, 
frutificação e de produção de sementes viáveis. 
 
SELEÇÃO 
 
A seleção pode ser caracterizada em termos práticos 
pelos seguintes conceitos: 
• Objetivo do melhoramento; 
• Critérios de seleção; 
• Avaliaçãogenética; 
• Procedimentos de predição de valores genéticos; 
• Unidade de seleção; 
• Unidade de recombinação; 
• Métodos de seleção; 
• População melhorada ou população comercial de 
referência; 
• Sistema de seleção para mais de uma característica. 
Deve-se ter uma atenção maior no que se refere à idade 
de avaliação, pois nem sempre a avaliação em idade 
precoce representa fidedignamente, os resultados em 
idade de corte. A natureza impõe a seleção nas 
populações naturais, possibilitando a perpetuação dos 
indivíduos mais adaptados às mais diferentes condições 
de ambiente, enquanto o homem aplica a seleção 
direcional que consiste em escolher, dentro de critérios 
previamente estabelecidos, os indivíduos que 
apresentem as características desejadas. O objetivo da 
seleção é proporcionar ganhos genéticos no mais curto 
prazo e a baixos custos, para formar uma base genética 
ampla (população base), para dar embasamento ao 
programa de melhoramento Futuro. Os programas de 
melhoramento envolvem recursos humanos, infra-
estrutura de laboratório e campo para testes e 
avaliações, métodos adequados de melhoramento e 
germoplasma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
SELEÇÃO 
 
Todas as razões que convergem para a necessidade de 
aumento das freqüências gênicas p/ as características 
de produtividade e qualidade, são passíveis de seleção: 
Baixa produtividade das populações; uniformidade da 
matéria prima; desuniformidade do produto final; altos 
custos de produção (da terra e dos reflorestamentos); 
escassez de terras nas proximidades da indústria; 
ocorrências de pragas e doenças; altos custos dos 
insumos; eficiência nutricional; qualidade de madeira; 
existência de condições ambientais específicas (solo, 
umidade, etc.); outros. 
Na prática da seleção, tem-se que considerar o número 
de características, priorizando as de maior valor 
econômico, conhecer as correlações entre elas; 
considerar a intensidade de seleção; a herdabilidade da 
característica; a base genética da população e por fim, a 
existência de variabilidade genética para a característica 
a ser melhorada. 
A ineficiência da seleção reside em três causas: 
• Incapacidade de se identificar genótipos superiores 
apenas pelo aspecto fenotípico; 
• Polinização livre ou aberta de tal modo que as plantas 
selecionadas são polinizadas por progenitores 
masculinos tanto superiores quanto inferiores; 
• Seleção restrita, levando a uma população reduzida 
em tamanho o que por sua vez conduz a depressão 
pela endogamia. 
A seleção em tandem consiste em selecionar uma 
característica por geração até atingir o nível de 
melhoramento desejado, o que não é recomendável 
para as espécies perenes de ciclo longo, levando em 
conta, ainda, o risco de esgotamento da variabilidade 
genética. Na seleção com base nos níveis 
independentes de eliminação, são estabelecidos 
limites mínimos para cada característica, abaixo dos 
quais todos os indivíduos são descartados. É evidente 
que o melhorista não poderá ser muito rigoroso, para 
garantir um número satisfatório de indivíduos ao final do 
ciclo. O método do índice de seleção considera várias 
características ao mesmo tempo de forma ponderada 
com base nas respectivas herdabilidades, gerando um 
valor único para cada progênie sobre o qual se aplica a 
seleção. Os índices de seleção, em geral, são mais 
eficientes, proporcionando ganhos simultâneos para 
todas as características consideradas, ou pelo menos 
evitando a perda de variabilidade genética importante 
para as gerações futuras. 
A seleção fenotípica é usualmente a mais utilizada no 
melhoramento vegetal, devido a sua praticidade, baixo 
custo, rapidez, além de refletir bem a interação genótipo 
por ambientes, que atua fortemente em essências 
florestais, por se tratar de culturas de ciclo longo. 
Entretanto, deve-se ter cuidado na avaliação de certas 
características, que apresentam um coeficiente de 
herdabilidade muito baixo, pois efeitos ambientais 
podem influenciar os resultados da seleção. Como o 
fenótipo é uma função linear do genótipo, do ambiente e 
da interação genótipo x ambiente (F = G + E + GE), o 
melhorista deve considerar todos os fatores que podem 
interferir na expressão da característica das árvores. 
Seleção precoce 
• testes genéticos menores, com espaçamentos mais 
fechados; • permite alcançar freqüentemente um maior o 
ganho genético no campo, embora o ganho/ ano 
também seja equivalente; •proporciona ao melhorista 
adaptar-se mais rapidamente às necessidades de 
produção ou de novas práticas silviculturais; • fácil de 
medição. 
Seleção na idade de rotação 
• reduz a freqüência de instalação de novos testes e o 
estabelecimento de pomar para a produção de 
sementes; • a hibridação é mais simples e mais barata, 
dispensando a indução, pois as plantas já atingiram 
naturalmente a maturidade reprodutiva. 
 
 MÉTODOS DE MELHORAMENTO 
 
O mais utilizado na área florestal é o método da seleção 
recorrente, pois é o mais indicado para espécies 
alógamas (polinização cruzada), que é o tipo de 
polinização da maioria das espécies florestais. O 
princípio da seleção recorrente é o aumento continuo e 
progressivo da freqüência dos alelos favoráveis, por 
vários ciclos seletivos. Para isto, o melhorista necessita 
trabalhar com germoplasmas-base com média alta e 
variabilidade genética ampla, a fim de fornecer os alelos 
favoráveis para uma determinada característica. 
 
Seleção recorrente com vários ciclos de seleção a partir 
da população inicial C0, no qual os indivíduos superiores 
são submetidos à recombinação. 
A seleção neste caso pode ser em nível de plantas 
individuais, denominada seleção massal, aplicada 
conforme colocado acima para a implantação de APS. A 
seleção com base em famílias pode visar uma única 
população (intrapopulacional) ou duas populações 
(interpopulacional). Em todos os casos, compreende: 
• amostragem dos indivíduos na população que se 
deseja melhorar para obtenção das famílias; 
• avaliação das famílias em ensaios com repetições 
dentro e entre ambientes; 
• recombinação das famílias superiores para formar a 
população do próximo ciclo. 
Produção de Sementes Melhoradas 
O grande sucesso das sementes como meio de 
perpetuação e de disseminação das espécies vegetais 
deve-se, provavelmente, a duas características que, 
reunidas, as tornam um órgão ímpar no reino vegetal: a 
capacidade de distribuir a germinação no tempo (pelos 
mecanismos de dormência) e no espaço (mecanismos 
de dispersão, tais como espinhos, pêlos, asas, etc.). 
Desta maneira, o homem utilizando destes princípios, 
adota métodos de produção agregando maior valor 
genético conforme o caso. 
a) Área de coleta de sementes (ACS) 
A seleção é baseada apenas nas matrizes que 
fornecerão as sementes, isto é, a seleção é aplicada 
apenas do lado feminino (para um sexo). As estratégias 
de seleção das matrizes devem levar em consideração 
o padrão de ocorrência da espécie, tipo de dispersão de 
sementes e o estágio de maturação reprodutiva das 
árvores. Uma boa representatividade genética pode ser 
obtida pela eleição de matrizes e coleta de sementes 
em toda a área de ocorrência natural, definida de 
interesse. Deve-se evitar a eleição de árvores muito 
próximas pela grande chance de serem aparentadas, 
neste caso, recomenda-se uma distância mínima de 100 
m entre árvores selecionadas. Também deve-se evitar 
árvores muito isoladas, pelo risco de elevado grau de 
auto-fecundação. O importante é que seja explorado o 
máximo da variabilidade genética da população, 
devendo-se assim, coletar o maior número de sementes 
emum menor número de indivíduos. 
b) Área de produção de sementes (APS) 
Quando se tem povoamentos estabelecidos na forma de 
plantios comerciais ou população para conservação 
genética, pode-se efetuar o manejo para produção de 
sementes melhoradas. Nesse caso, seleciona-se as 
árvores fenotipicamente superiores numa proporção de 
1:10 a 1:20 (10 a 20%), buscando eleger cerca de 100 a 
200 árvores por hectare, efetuando a retirada das 
demais por meio de desbaste. 
 
MÉTODOS DE MELHORAMENTO 
 
Esse procedimento deve ser feito de maneira gradativa 
para evitar danos às matrizes selecionadas, pela ação 
do vento, ou mesmo pela possibilidade de substituição 
de matrizes que possam não apresentar floração e 
frutificação. Nesse caso, tem-se o dobro do ganho 
genético em relação ao critério de ACS, pelo fato de se 
aplicar seleção para os dois sexos, ou seja, as matrizes 
selecionadas para colheita de sementes serão também 
fornecedoras de pólen. 
c) Pomar de sementes por mudas (PSM) 
Considera os dois sexos, por que uma vez identificadas 
as famílias e indivíduos que permanecerão, os demais 
serão eliminados, neste caso, além de controle dos dois 
sexos tem-se também o controle genético e o 
conhecimento dos ganhos esperados na geração 
seguinte. Neste caso, o ganho de seleção é elevado 
pela é alta a intensidade de seleção aplicada, acima de 
1:5000. 
d) Pomar de sementes clonal (PSC) 
Os pomares são estabelecidos a partir de árvores 
superiores, selecionadas com base no desempenho 
médio de suas progênies. Os indivíduos que, pelo teste 
de progênies, foram superiores para certo número de 
características desejáveis, são selecionados e, por 
propagação vegetativa (estaquia, miniestaquia ou 
enxertia), são multiplicados e arranjados em 
delineamento próprio, p/ assegurar cruzamentos não 
consangüíneos. São regularmente estabelecidos em 
ambiente ecológico favorável à floração e frutificação, 
de fácil acesso, em solo de boa qualidade, espaçamento 
amplo, podendo-se adotar técnicas silviculturais e de 
manejo mais sofisticadas, com vistas à máxima 
produção de sementes. Além disto, é possível conhecer 
a qualidade da sua madeira bem como de suas 
progênies. A escolha dos indivíduos para comporem um 
PSC é feita com alta intensidade de seleção, em 
populações naturais ou plantadas, acima de 1:5000, 
além desses indivíduos serem avaliados em testes de 
progênies, podendo mesmo serem substituídos após 
essa avaliação. Cabe destacar que os testes clonais 
estabelecidos segundo delineamentos que permitam a 
avaliação genética, podem ser desbastados e 
transformados em PSC à semelhança do procedimento 
para PSM. O desbaste visa deixar apenas os melhores 
clones, tomando-se o cuidado de que a quantidade de 
clones superiores seja adequada e que a distância entre 
indivíduos seja tal que minimize as chances de 
cruzamentos entre indivíduos do mesmo clone. As 
principais vantagens dos pomares clonais são: produção 
de sementes precoce (no caso de enxertia); permitem 
uma alta intensidade de seleção; é baixa possibilidade 
de acasalamento entre indivíduos aparentados; o valor 
genético dos clones é previamente conhecido por 
intermédio dos testes de progênies. 
e) Produção de materiais genéticos híbridos 
A hibridação interespecífica é uma alternativa de grande 
importância dentro dos programas de melhoramento 
genético, particularmente Eucalyptus. O cruzamento 
entre espécies que possuem características superiores, 
diferenciadas entre si, permite produzir árvores com 
características determinada finalidade, com maior 
quantidade de atributos desejados. Um dos atributos 
mais importantes do gênero Eucalyptus, do ponto de 
vista do melhoramento genético, diz respeito à sua 
capacidade de produzir híbridos férteis. 
Estes híbridos podem ser obtidos por meio da 
polinização controlada ou mesmo através da polinização 
aberta (sem controle do genitor masculino) conhecidos 
como híbridos espontâneos. Quando se cruzam duas 
espécies distintas entre si, o híbrido produzido possui 
50% da constituição genética de cada uma das espécies 
progenitoras. Em muitos casos, o híbrido produzido 
pode, ainda, ser carente de alguma característica de 
interesse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
GENÉTICA QUANTITATIVA 
 
A análise de materiais genéticos tem como ponto de 
partida o seu valor fenotípico, ou seja, é através do 
fenótipo de cada indivíduo que constitui nossa 
população de interesse, que obtém-se informações 
sobre a natureza genética e potencial da população em 
estudo para programas de melhoramento. A análise do 
valor fenotípico de uma dada população permite isolar e 
conhecer a porção da variação fenotípica devida aos 
fatores ambientais e genéticos. Tanto os fatores 
ambientais quanto os genéticos podem ser alterados e 
melhorados. É comum no setor florestal, estudar a 
estrutura genética de uma dada população por meio do 
emprego do testes de progênies, os quais também 
permitem a determinação dos parâmetros genético e a 
definição das estratégias de melhoramento genético. Os 
parâmetros genéticos de maior interesse para o 
melhorista são as variâncias genéticas aditivas e não 
aditivas, o coeficiente de herdabilidade no sentido amplo 
e restrito, interações genótipo-ambiente, as correlações 
genéticas e fenotípicas entre características. 
A herdabilidade é a porção da variabilidade total, 
expressa pela razão entre a variância genética aditiva e 
a variância fenotípica total, mostra a proporção da 
variação que pode ser explorada em um programa de 
melhoramento podendo ser expressa no sentido amplo 
ou no sentido restrito. O coeficiente de herdabilidade 
varia de 0 a 1, sendo que características com alto valor 
de herdabilidade têm alto controle genético, enquanto as 
características de baixa herdabilidade são ditas 
altamente influenciadas pelo meio. Fatores que afetam 
a herdabilidade 
• A característica maior controle ambiental ou genético; 
• O método de estimação (sentido amplo e restrito); 
• A diversidade na população (populações formadas a 
partir de indivíduos divergentes geram maior 
variabilidade, maior herdabilidade); 
• O nível de endogamia na população; 
• O tamanho da amostra avaliada; 
• O número e o tipo de ambientes considerados 
(interação G x E, maior estresse ambiental pode 
acarretar em menor herdabilidade); 
• A unidade experimental considerada (a herdabilidade 
pode ser estimada com base em dados de uma única 
planta, em uma parcela, ou com base na média da 
parcela); 
• A precisão na condução do experimento (testes 
genéticos) e da coleta de dados (condução criteriosa, 
menor erro, maior herdabilidade; em grandes bancos de 
dados são comuns a existência de erros grosseiros). 
As árvores fenotipicamente superiores são selecionadas 
por apresentarem características desejáveis, mas é 
necessário avaliar se produzirão progênies também 
superiores. A única maneira de avaliar o valor genético, 
neste caso, é cultivando sua progênie de tal maneira 
que permita uma estimativa de seu valor reprodutivo 
como genitor (pais), ou seja, por meio de teste de 
progênies, o qual permite a superioridade causada pelo 
ambiente e pelo genótipo. O objetivo de um programa 
de melhoramento é desenvolver combinações genéticas 
entre pais, visando a geração de descendentes 
superiores. Para isto, é necessário cruzar cada pai com 
certo número de outros pais e determinar o 
desempenho geral das progênies, determinando a 
habilidade da combinação desses pais. Há inúmeras 
maneiras de se combinar árvores para determinar o seu 
valor reprodutivo. 
 
 
ENDOGAMIA 
 
A endogamia refere-se ao cruzamentode materiais 
genéticos aparentados, levando ao acúmulo de genes 
comuns em homozigose, o que pode ser prejudicial nas 
espécies de polinização cruzada (alógamas), uma vez 
que as populações naturais destas espécies são 
portadoras de alelos recessivos deletérios, que podem 
provocar a perda de vigor, refletida pela redução na 
média da população, denominada depressão 
endogâmica. O caso extremo de endogamia em plantas 
alógamas é a auto-fecundação, mas estas espécies são 
portadoras de mecanismos de auto-incompatibilidade, 
excluindo-se a auto-fecundação do modo de 
reprodução. As plantas autógamas não expressam 
depressão endogâmica, no entanto, vale ressaltar que 
este sistema de reprodução é pouco comum em 
espécies florestais. No caso de plantas, as 
características indesejáveis ou anormalidades mais 
comuns são as deficiências de clorofila, que geram 
plantas albinas ou estriadas, a esterilidade e o nanismo. 
Podem ocorrer também, perda de vigor generalizada, 
com redução da produtividade, redução da altura, do 
tamanho dos frutos e atraso no ciclo. A endogamia é 
uma conseqüência inevitável da estrutura genética da 
população e do número de gerações. Entretanto, a 
endogamia pode ser utilizada como método de 
melhoramento, dependendo dos objetivos do melhorista. 
Se o interesse for a obtenção de indivíduos com o 
máximo de lócus em homozigose, visando identificar os 
mais divergentes para posterior combinação e obtenção 
de híbridos. 
 
HETEROSE 
 
A heterose ou vigor híbrido é o aumento do vigor, da 
altura da planta, do conteúdo de carboidratos, da 
produtividade e da intensidade de outros fenômenos 
fisiológicos (taxa fotossintética, tamanho das células, 
precocidade do ciclo, etc.), decorrente do cruzamento 
entre indivíduos contrastantes. Do ponto de vista 
acadêmico, o híbrido expressa heterose quando é 
superior à média dos genitores e, do ponto de vista 
comercial, quando é superior ao melhor genitor. É o 
contrário da endogamia, ou seja, o cruzamento de dois 
indivíduos endogâmicos gera um produto híbrido, 
desejável quando apresenta características superiores 
aos pais. 
A hibridação é a forma de promover a ocorrência da 
heterose, ou seja, se refere ao cruzamento de materiais 
geneticamente distintos com vistas a obtenção 
indivíduos de alto vigor (vigor híbrido) para aquelas 
características de interesse, como adaptação a 
condições específicas de ambiente (solo, clima), 
resistência a doenças, alta produção, qualidade da 
madeira, etc. A obtenção de híbridos pelo cruzamento 
de espécies distintas tem sido prática comum em 
eucalipto e pinus, com sucesso comprovado. O objetivo, 
neste caso, é reunir em um único indivíduo os genes 
favoráveis àquelas características de interesse 
presentes nos progenitores. 
• híbridos naturais: ocorrem entre espécies simpátricas 
ou que apresentam regiões de introgressão na área de 
ocorrência natural, portanto, são obtidos por meio de 
sementes provenientes de florestas naturais. A mãe é 
conhecida, porém, a identificação da matriz/espécie 
paternal é tarefa muito difícil; 
• híbridos espontâneos: obtidos de forma aleatória como 
conseqüência da troca de pólen entre populações ou 
experimentações estabelecidas artificialmente, em geral 
localizadas umas próximas das outras; 
• híbridos artificiais: produzidos intencionalmente pelo 
homem por meio de: polinização livre: requer esquemas 
de campo apropriados e sincronização do período de 
florescimento; polinização controlada (artificial): requer 
conhecimento da biologia floral e da tecnologia de 
manejo e armazenamento do pólen. 
 
POLINIZAÇÃO CONTROLADA 
 
Manejo do pólen: 
 
 
 
 
Estabelecimento dos pomares: os genitores geralmente 
são enxertados e levados p/ os pomares de polinização, 
que podem ser estabelecidos em ambientes fechados 
“in door” ou no campo, plantados em vaso ou não. 
 
Método Alternativos de polinização: uma só visita na 
árvore mãe. 
 
 
 
Botões florais em Eucalyptus spp prontos para aplicação 
de pólen→ Botões florais polinizados e em processo de 
preparação p/ aplicação de pólen→ Pólen pronto para 
aplicação→ Aplicação de pólen nos botões florais→ 
Botões florais polinizados→ Planta polinizada em vaso, 
c/ identificação de ramos→ Flores fecundadas→ Frutos 
em fase de maturação. 
 
Método Tradicional - consiste no isolamento do ramo. 
 
 
 
Seleção do ramo e dos botões florais para a polinização 
→ Emasculação (retirada das anteras) → Aplicação de 
pólen nos botões florais→ Isolamento do ramo (saco de 
proteção) → Árvore c/ polinização massal pelo método 
tradicional→ Frutos em fase de maturação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
MELHORAMENTO FLORESTAL 
ASSEXUADO 
 
A propagação vegetativa possui lugar especial no setor 
florestal, onde o seu uso econômico é justificado quando 
há disponibilidade de genótipos de alta produtividade e 
ou, se as sementes são insumos limitados. Nestas 
condições, um programa que utiliza a propagação 
vegetativa pode distribuir com maior rapidez e eficiência 
os ganhos adquiridos pelo melhoramento genético. 
Além disso, na propagação vegetativa, consegue-se 
capturar o componente genético total (aditivo e o não 
aditivo), o que resulta em maiores ganhos dentro de um 
mesmo ciclo de seleção: maior uniformidade de 
crescimento e forma, melhores qualidades tecnológicas 
e uma série de outras características desejáveis. 
No Brasil a silvicultura intensiva clonal de eucalipto foi 
implantada no final da década de 1970, via coleta de 
brotações de cepas no campo e o enraizamento das 
estacas em casa de vegetação em condições 
ambientais controladas. A propagação assexuada 
também é uma ferramenta indispensável no programa 
de melhoramento genético de espécies florestais 
nativas, principalmente, no resgate de árvores matrizes 
que se encontram isoladas para a formação de Pomar 
Clonal de Sementes. A metodologia usada para 
eucalipto consiste em selecionar as árvores em plantios 
comerciais, as quais são propagadas e plantadas em 
áreas denominadas de “áreas de teste clonal”, para 
avaliar a adaptabilidade e a superioridade desejável em 
diferentes sítios, e para conhecer a interação genótipo e 
ambiente. Os melhores clones, após avaliação 
silvicultural e d qualidade da madeira, são selecionados 
para uso em programas comerciais de reflorestamento. 
As matrizes selecionadas são propagadas 
vegetativamente, via estaquia e plantadas em “áreas de 
multiplicação clonal”, para o fornecimento de brotações 
visando à produção de mudas em larga escala. 
Deste modo, pode-se resumir as etapas da clonagem de 
eucalipto como sendo: 
1. Seleção das árvores superiores: em plantios 
comerciais ou experimentais de origem seminal, de 
preferência estabelecidos em locais que representam as 
condições de plantio, pode ser fenotípica ou genotípica; 
2. Resgate das árvores superiores: as árvores 
selecionadas na fase adulta são podadas em sua base 
para emissão de brotações, que são posteriormente 
coletadas e estaqueadas e ou enxertadas. Porém, em 
espécies nativas, o inicio do processo de clonagem das 
árvores selecionadas torna-se um grande desafio, uma 
vez que, na maioria das vezes não é possível à 
utilização de podas drásticas das plantas, devido às 
restrições ocasionadas pela legislação florestal. A 
decepa da árvore facilita a propagação do genótipo de 
plantas adultas, visto a obtenção de brotações basais 
juvenis com maior propagação ao processo de 
enraizamento, já que em algumas espécies, 
especialmente nas lenhosas, há um gradiente de 
juvenilidade em direção à base da árvore. Outros 
métodos:anelamento do tronco e enxertia; 
3. Avaliação clonal: instalação de testes clonais em 
condições ambientais que representem a variação dos 
ambientes de plantio serão definidos os clones a serem 
multiplicados em escala comercial, a partir das 
avaliações de campo (comportamento florestal) e de 
laboratório (comportamento industrial); 
4. Produção de mudas; 
5. Plantio clonal: plantio multiclonal (plantio de vários 
clones na mesma área) e plantio monoclonal (utilização 
de apenas um genótipo em uma determinada área). No 
Brasil, o plantio monoclonal em mosaico tem sido o + 
recomendado e utilizado em escala comercial. Algumas 
questões ainda permanecem em discussão, como o 
tamanho dos blocos (talhões), a distribuição dos clones 
na área e a área total plantada com um único clone. 
 
BIOTECNOLOGIA 
 
Biotecnologia é manipulação e aplicação de organismos 
vivos para a produção de bens e serviços em favor do 
bem estar da humanidade. Ela requer a integração de 
várias disciplinas incluindo microbiologia, bioquímica, 
genética e engenharia bioquímica. Como principal 
objetivo, prevê soluções econômicas e eficientes para 
solucionar problemas de aumento de custos 
energéticos, poluição, diminuição dos recursos naturais 
e genéticos e demanda de alimentos e medicamentos, 
manipulando organismos por meio de técnicas 
tradicionais e da tecnologia de DNA recombinante. 
 
CULTURA DE TECIDOS 
Compreende um conjunto de técnicas envolvendo 
isoladamente o cultivo de células e tecidos em órgãos 
“in vitro”, num meio nutritivo artificial. O princípio 
fundamental é o da totipotência celular, pelo qual uma 
única célula, por conter toda a informação genética do 
individuo, pode reproduzi-lo integralmente, a partir de 
divisões sucessivas e diferenciação. As principais 
aplicações da cultura de tecidos são a limpeza de vírus, 
a micropropagação ou reprodução em larga escala de 
um genótipo, por via assexuada e a manutenção de 
banco de germoplasma. 
O uso da micropropagação de genótipos superiores, 
utilizando a cultura de tecidos teve início na década de 
1990. Outras técnicas foram amplamente testadas e 
otimizadas para o uso principalmente na produção de 
propágulos clonais em larga escala, como a 
embriogênese somática, no rejuvenescimento de 
material maduro pela cultura de tecidos, na obtenção de 
novos materiais pela hibridação somática, entre outros. 
 
MARCADORES MOLECULARES 
O uso de marcadores moleculares como ferramenta 
complementar nos programas de melhoramento 
genético de essências florestais, apresenta grandes 
possibilidades para acelerar a seleção de genótipos 
superiores em populações segregantes. Pode-se definir 
os marcadores moleculares em três tipos principais: 
• marcadores fenotípicos (características visíveis como 
cor de flor ou de fruto); 
•marcadores bioquímicos (enzimas, compostos 
bioquímicos); 
• marcadores genéticos (DNA). 
Os marcadores fenotípicos constituíram a primeira 
classe de marcadores utilizada, onde se associa 
características como cor de hipocótilo, nanismo, cor e 
morfologia foliar, cor de pétala nos casos em que a 
características de interesse é de difícil identificação ou 
de manifestação tardia. Entretanto, este tipo de 
marcador é limitado em número e pode sofrer a 
influência do ambiente. 
Na classe de marcadores bioquímicos pode-se citar 
como exemplo as isoenzimas, que já representam o 
resultado da expressão gênica. 
Os marcadores genéticos representam a análise direta 
do DNA, ou seja, da macromolécula portadora de toda a 
informação genética dos organismos, livre de influência 
ambiental. Existem várias metodologias de análises com 
marcadores moleculares, uma das mais comuns é a de 
RAPD. Entretanto, o uso dos marcadores requer 
conhecimentos básicos sobre a natureza genética do 
caráter, se qualitativo ou quantitativo. A análise 
quantitativa é uma extensão dos critérios qualitativos, ou 
seja, o princípio do controle genético em caracteres 
quantitativos fundamenta-se em ação e interação de 
vários genes concomitante, tornando-se mais complexa 
a sua avaliação. O potencial de uso dos marcadores 
moleculares no melhoramento de plantas é amplo, 
destacando-se a identificação e discriminação de 
genótipos, quantificação da variabilidade genética ao 
nível de seqüências de nucleotídeos no DNA, 
identificação de origem parental e testes de paternidade, 
identificação e proteção de cultivares,... 
 
BIOTECNOLOGIA 
 
...alocação de grupos heteróticos, certificação de pureza 
genética, estudos de diversidade e distância genética, 
monitoramento de cruzamentos, caracterização de 
germoplasma, construção de mapas genéticos e auxílio 
na seleção. 
 
Simplificação das etapas envolvidas nas análises por 
RAPD. 
 
TRANGENIA 
Sua importância está na possibilidade de se obter um 
material genético híbrido pela introdução de um gene de 
uma espécie em outra. Atualmente, um número 
crescente de espécies vegetais têm sido transformadas 
pela incorporação de genes específicos de outros 
organismos para torná-las mais eficientes quanto a 
resistência a pragas e doenças, a herbicidas, à 
salinidade, a altas e baixas temperaturas, alteração no 
teor de lignina, etc. Resultados positivos estão sendo 
encontrados para várias culturas como trigo, arroz, 
tomate, batata, algodão, eucalipto, pinus, etc. O 
melhorista pode fazer uso destas ferramentas que a 
engenharia genética lhe oferece, mas a adoção destas 
tecnologias deve ser sentada em sólidos princípios de 
segurança ambiental e alimentar. Em países 
desenvolvidos existem órgãos normativos do uso de 
organismos geneticamente modificados, ou 
transgênicos. No Brasil, recentemente foi instituída a 
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CTNBio), que é formada por representantes de 
diferentes setores da sociedade e é responsável pela 
análise e liberação de qualquer tipo de pesquisa ou 
teste que envolva organismos geneticamente 
modificados no país. 
 
Observa-se que os trabalhos visando o conhecimento 
da variabilidade genética nas espécies arbóreas nativas 
estão apenas começando, isso indica que muito há de 
ser feito para conservação dessas espécies e, mais 
ainda, se a intenção for o estabelecimento de 
programas de melhoramento genético de nativas. No 
que tange às espécies exóticas, particularmente aquelas 
plantadas em larga escala com fins econômicos, como 
as dos gêneros Eucalyptus e Pinus, as tecnologias 
avançam a passos largos, frente à disponibilidade de 
recursos financeiros e interesse do mercado mundial. 
O equilíbrio ecológico está intimamente associado à 
diversidade genética, mas também, possíveis alterações 
nas exigências do mercado aliadas a alterações 
ambientais têm na diversidade genética intra e 
interespecífica a melhor solução. 
Há que se incentivar e apoiar os estudos que levem ao 
conhecimento das espécies florestais nativas, em todos 
os seus aspectos, assim como também estudos de 
aprimoramento das técnicas de avaliação, de modo a 
assegurar a qualidade das informações e a proposição 
de alternativas viáveis de uso e conservação, bem como 
de melhoramento genético daquelas economicamente 
recomendadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARBORIZAÇÃO URBANA 
CONCEITO 
 
A arborização urbana é o conjunto de terras públicas 
e privadas com vegetação predominantemente arbórea 
que uma cidade apresenta, constitui-se em um 
importante agente de depuração do meio e de 
minimização das condições adversas do clima, 
agravadas por cobertura, revestimento e 
impermeabilização do solo, decorrentes das 
construções, das obras viárias e de outras relacionadas 
com a pavimentação. A vegetação atravésde suas 
funções ecológicas, econômicas, estéticas e sociais, 
pode desempenhar importante papel na melhoria de 
vida das populações urbanas. 
 
 
IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO 
 
▪ Ação da fotossíntese, que assimila o dióxido de 
carbono da atmosfera, com a liberação do oxigênio; 
▪ Ação retentora de poeira e outros elementos em 
suspensão no ar, através das superfícies das folhas; 
▪ Redução da velocidade dos ventos e da propagação 
de odores e correntes aéreas contaminadas; 
▪ Retardamento do escoamento superficial e a 
absorção das águas de superfície pelo solo; 
▪ Exalação do vapor d’água pela evapotranspiração e 
a conseqüente ação refrigerante para o solo e para 
as camadas da atmosfera sobrejacentes (efeito 
sobre a umidade do ar); 
▪ Absorção do calor solar nas horas e estações de 
maior insolação (interceptação da luz solar); 
▪ Atenuação dos ruídos das vias públicas, das 
atividades industriais e de outros focos de poluição 
sonora; 
▪ Sombreamento e alimentação; 
▪ Proporcionam bem estar psicológico ao homem; 
melhor efeito estético e sombra para os pedestres e 
veículos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO 
ARBÓREA URBANA 
 
1) Arborização de parques e jardins: os parques, 
normalmente são representados por grandes áreas 
abundantemente arborizadas e os jardins, ou mesmo as 
praças, são espaços destinados ao convívio social. 
Nestes locais pode-se utilizar árvores de todos os 
portes. 
2) Arborização de áreas privadas: corresponde à 
arborização dos jardins particulares como quintais, 
jardins de hospitais, clubes, industrias, entre outros. 
3) Arborização nativa residual: são espaços da natureza 
que se protegeram da ocupação e que por suas 
características florísticas, faunísticas, hídricas, 
influenciaram no microclima e são essenciais ao 
complexo urbano. 
4) Arborização de ruas e avenidas: componente muito 
importante da arborização urbana. 
 
PROBLEMAS URBANOS 
 
▪ Compactação do solo, depósitos de resíduos de 
construção e entulhos no subsolo; 
▪ Pavimentação das vias e das calçadas impedindo a 
penetração do ar e das águas de chuvas; 
▪ Poluição do ar impedindo a folha de exercer 
livremente suas funções, uma vez que a poeira e as 
gotículas de óleo existentes no ar se acumulam 
sobre a superfície das folhas, obstruindo total ou 
parcialmente os estômatos, dificultando a respiração 
e a fotossíntese, podas drásticas mutilando o seu 
sistema radicular. 
PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO 
 
A arborização envolve estratégias, legislação, 
educação ambiental, conscientização comunitária, 
aspectos político-administrativos e planejamento 
(projeto). Compreendem técnicas agronômicas e 
florestais p/ introdução,consolidação, desenvolvimento e 
manutenção da arborização no meio urbano. 
O planejamento da arborização de uma cidade deve 
considerar os aspectos culturais e históricos da 
população local, suas necessidades e anseios aliados a 
uma análise das atividades desenvolvidas (indústria, 
comércio, habitação), da infra-estrutura (rede elétrica, 
de água, esgoto, etc.), além do espaço físico disponível 
e vegetação local. 
Todas as informações obtidas a partir desse 
levantamento serão analisadas e resultarão no plano 
geral que irá determinar os locais a serem arborizados, 
os espaçamentos a serem obedecidos e os tipos de 
árvores a serem plantados. 
 
ETAPAS DO PLANEJAMENTO 
▪ Conhecimento do objetivo; 
▪ Estudos preliminares e levantamentos bibliográficos 
sobre a área a ser arborizada; 
▪ Diagnóstico (equacionamento do problema); 
prognóstico (conjunturas sobre o local, os impactos 
conseqüentes); 
▪ Verificação da existência de mudas de espécies 
vegetais; 
▪ Projeto executivo de arborização; 
▪ Implantação/execução do projeto executivo; 
▪ Avaliação e replanejamento. 
 
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DAS 
PLANTAS 
 
São as características intrínsecas, morfológicas e 
fenológicas, próprias de cada espécie vegetal. As 
importantes para a escolha das árvores urbanas são: 
▪ Porte (altura e diâmetro da copa): baixo, média, alto, 
muito alto; 
▪ Sistema radicular: pivotante (profundo), tabular 
(superficial); 
▪ Tronco (caule, fuste ou estipe): diâmetro, textura; 
▪ Copa: arquitetura, forma, diâmetro; 
▪ Folhagem: forma, tamanho, textura, cor, caducidade, 
densidade; 
▪ Florescimento: época e persistência, tamanho, 
forma, cor; 
▪ Frutificação: época e persistência, tamanho, forma; 
▪ Presença de espinhos, odores, perfumes, princípios 
alérgicos ou tóxicos em qualquer parte da planta; e, 
▪ Tempo de crescimento e longevidade. 
 
ESCOLHA DA ESPÉCIE 
 
▪ Espécies resistentes a pragas e doenças, visando 
evitar o uso de produto fitossanitários, prejudiciais e 
desaconselháveis em logradouros públicos; 
▪ Não deve ser do tipo que produza frutos comestíveis 
ao homem (salvo em casos especiais); 
▪ Sistema radicular deve ser pivotante e não 
superficial, que prejudica as calçadas e fundações de 
prédios e muros; 
▪ Lenho deve ser resistente a ventos fortes para evitar 
queda de ramos, e até mesmo da própria árvore; 
▪ Copa deve ter tamanho e forma adequados para 
evitar danos às construções, veículos, rede elétrica, 
etc.; 
▪ Não devem possuir princípios tóxicos que provoquem 
reações alérgicas, nem espinhos; 
▪ Dar preferência para espécies nativas, contribuindo 
para sua preservação; 
▪ A queda de folhas e ramos, pode causar entupimento 
de calhas e canalizações ou danificar coberturas e 
telhados. 
PLANTIO 
 
A época mais indicada para seu plantio é o início do 
período das chuvas; o que não significa, porém, que não 
se possa proceder ao plantio em outras épocas, desde 
que, em havendo déficit hídrico, proceda-se a irrigações. 
O espaçamento varia em função do porte das árvores. 
As dimensões das covas variam com o tipo de solo e 
com o tamanho da muda e recipiente utilizado. 
 
CONDUÇÃO DA ARBORIZAÇÃO 
URBANA 
1) PODA: ato de cortar, aparar, desbastar as plantas; é 
uma operação cultural em árvores ornamentais, visando 
corrigir o seu desenvolvimento. 
Recomendação: após a floração visando diminuir a 
brotação de ramos epicórmicos e, conseqüentemente, a 
intensidade de podas posteriores, entretanto, podas 
realizadas no final do inverno e início da primavera 
promovem a cicatrização dos ramos + efetiva. 
(a) Poda de formação – conduzir a essência desde a 
semeadura, a fim de obter uma árvore com equilíbrio e 
forma adequada ao local de seu plantio definitivo. 
(b) Poda de contenção – visa manter a copa da árvore 
sob controle. Consiste no desponte das extremidades 
dos ramos e eliminação dos que reclinam. É também 
conhecida como poda ornamental. 
(c) Poda de rebaixamento – visa reduzir o comprimento 
das ramificações das árvores adultas. Para ser 
tecnicamente correta, deve se limitar a 1/3 do volume da 
copa da árvore. 
(d) Poda de limpeza - supressão das partes mortas, 
indesejáveis, doentes, atrofiadas e mal formada, além 
dos ramos quebrados pelo vento. 
(e) Poda para restabelecimento – em ramos de árvores 
visando livrar a fiação elétrica em situações críticas 
(temporais, ventanias, curto-circuito, etc.); também 
conhecida como poda de emergência. 
O corte dos ramos na operação de poda deve ser feito 
com muito cuidado para não prejudicar a árvore em 
demasia. Deve-se ter cuidado para evitar que os ramos 
não rachem ou a casca seja arrancada, pois podem 
surgir grandes ferimentos, e de difícil cura. 
2) Tratamento dos ferimentos: Os ferimentos pequenos 
cicatrizam-se rapidamente, se a superfície for lisa. Os 
maiores necessitam de proteção contra pragas e 
patógenos que entrariam pelos ferimentos, causando 
freqüentemente o apodrecimento do lenho. O ideal é 
passar um fungicida comum e após cobrir a ferida com 
substância protetora (parafina, pintura a óleo, etc.). 
3) Adubações em árvores: iniciado no

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