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Responsabilidade Civil - AULA 02 - Responsabilidade Civil por Fato de Terceiro e Outros

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Responsabilidade Civil
Resp. Civil por fato de terceiro; fato da coisa; perdas e danos
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Resp. Civil por fato de terceiro
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Resp. Civil – Excludentes de ilicitude
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. (estado de necessidade)
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
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Resp. Civil – Excludentes de ilicitude
Estado de necessidade – Deterioração ou destruição da coisa alheia, a fim de remover perigo iminente.
As circunstâncias tem que tornar absolutamente necessária a conduta lesiva, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
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Resp. Civil – Excludentes de ilicitude
Legítima defesa – ação em que o agente se vale do uso moderado de meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Exercício regular do direito
Estrito cumprimento do dever legal - 
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Resp. Civil – Excludentes de ilicitude
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
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Resp. Civil – Excludentes de ilicitude
EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL Dano moral Alegada inscrição indevida nos órgãos de proteção ao crédito. Preliminar de intempestividade da contestação acolhida Relatividade dos efeitos da revelia. Inadimplência configurada Inocorrência de qualquer ilegalidade na conduta da instituição financeira. Exercício regular de direito. Licitude da inscrição - Ausência dos pressupostos da responsabilidade civil. Dano moral não configurado. Dever de indenizar inexistente. Improcedência. Recurso improvido. (TJSP APEL. Nº: 9148229-31.2009.8.26.0000)
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Resp. Civil – Excludentes de ilicitude
A sentença está fundada nos testemunhos, e não nos depoimentos pessoais dos réus, pelo que é irrelevante eventuais contradições internas nesses últimos. Assim também com relação às lesões corporais alegadas, ou seja, é irrelevante a discussão em torno da demonstração ou não da existência delas e do respectivo nexo causal porque inexiste, no caso, outro requisito da responsabilidade civil (qual seja, ato ilícito), o que dispensa a análise dos demais (dano e nexo causal). Realmente, os testemunhos de fls. 137/138, 139/140 e 141/142 são uníssonos no sentido de que eventual agressão dos réus foi praticada em legítima defesa, própria ou de terceiro, o que afasta a ilicitude do ato ex vi do disposto no art. 188, I, do C.Civil (Briga entre cliente e sócios de oficina mecânica, em Apelação nº 0009040-31.2008.8.26.0000).
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Resp. Civil – Excludentes de ilicitude – Lavrar Boletim de Ocorrência é exercício regular de direito?
“É entendimento do Superior Tribunal de Justiça que: “configura-se o ilícito civil indenizável, se o denunciante age com dolo ou culpa, e seu ato foi relevante para produção do resultado lesivo (REsp n. 470.365/RS, Relatora Ministra Nancy Andrighi, 3ª Turma, unânime, DJU de 01.12.2003 e REsp n. 721.440/SC, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes). Direito, 3ª Turma, unânime, DJU de 20.08.2007; REsp 1040096/PR, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 08/02/2011, DJe 22/02/2011), bem como que: “a apresentação de notitia criminis por meio da qual se narra fato que, em tese, configuraria crime não constitui ilícito civil, salvo se houver má-fé ou culpa grave do delator e evidência do dano moral” (AgRg no Ag 1023324/RS, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/08/2008, DJe 22/08/2008). (segue)
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Resp. Civil – Excludentes de Ilicitude
Segundo o depoimento de Débora Dicker (fls. 398/399), que foi síndica do Condomínio, presenciou alguns episódios envolvendo as partes, como quando “a Eletropaulo compareceu ao local diante da denúncia da ré de que o autor teria feito um 'gato' no sistema elétrico de seu apartamento, ao passo que a companhia elétrica constatou que não havia nenhuma irregularidade naquele local. Em outra ocasião, presenciou a ré alterando a voz e agredindo verbalmente o autor, afirmando que este lhe proferiu palavras de baixo calão, bem como que teria furado seu pneu”... “Presenciou nas reuniões do condomínio, por diversas vezes, a ré referir aos demais condôminos que o autor deve ser mandado embora, porque a trata mal e usa palavras de baixo calão, porém, indagados, nenhum dos demais condôminos jamais concordou com as alegações da requerida. Algumas condôminas mais velhas já referiram a depoente ter medo de conviver com a ré no mesmo prédio, pois se sentem ameaçadas com a sua conduta, intimidando os demais condôminos para que tomem alguma providência em relação ao zelador”.
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Portanto, há evidências de que a requerida deliberadamente pretendeu incriminar o autor, como forma, talvez, de obter sua despedida, porque ela própria não o viu danificando os pneus e, ninguém que tenha visto se apresentou. Comprovado o abuso de direito, há obrigação de compensar o dano (art. 187 do Código Civil). (TJSP Apelação nº 9096104- 23.2008.8.26.0000)
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E se fosse em legítima defesa?
Depreende-se dos autos que no dia 13 de novembro de 2006, em discussão referente à “disputa de namorado”, a autora foi agredida fisicamente por sua amiga íntima, ora ré, a qual lhe desferiu golpes com uma tesoura, causando ferimentos em sua mão esquerda e, ainda, cortando 10 cm de cumprimento dos seus cabelos natural e artificial (mega hair), razão pela qual ajuizou a presente demanda buscando o recebimento de verba indenizatória pelos danos materiais e morais sofridos. (TJSP Apelação 9184686-62.2009.8.26.0000).
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Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais proposta por Alexandre Donizete Pires em face de Kátia Lilian Galassi. A r. sentença de fls. 243/247, cujo relatório se adota, julgou a ação improcedente. Irresignado apela o autor, sustentando que foi atingido por um copo lançado pela requerida. Afirma que ficou cego de um dos olhos em razão da agressão. Observa que não existe prova cabal da presença de todos os requisitos da legítima defesa. Aduz que as provas produzidas no Juízo Criminal não se coadunam com as produzidas no Juízo Cível. Salienta que houve uso imoderado dos meios necessários para a defesa legítima, nos termos dos artigos 23 e 25, do Código Penal. Postula a indenização. (...)
Conforme ressaltado pelo i. juiz sentenciante: Pelo teor da sentença penal de fl. 231/235, foi a requerida absolvida criminalmente com base na legítima defesa real, após ter sido agredida injustamente pelo ora demandante. Motivo este que desconfigura a ilicitude não só no campo penal, mas igualmente na órbita civil. Inexistindo ilicitude, não se afigura curial o requerimento de indenização material nem a reparação de caráter extrapatrimonial, como constou da inicial. Conquanto suficientes estes elementos para rechaçar a pretensão do autor, também as provas orais coletadas neste processo atestam o comportamento espúrio do requerente, momentos antes de receber o golpe em seu olho (fl. 245). TJSP Apelação nº 0001920- 89.2006.8.26.0069
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Forró!!!
O apelante, policial civil, foi com a namorada à casa de shows apelada. Apesar de evidentemente estar de folga, portava arma de fogo usada em serviço. A arma foi sacada por causa de flerte de terceiro com a moça, conforme ele mesmo confessa, em depoimento pessoal, a fls. 220: “O show já tinha começado quando um sujeito mexeu com a minha namorada. Eu fiquei discutindo com esse sujeito que veio para cima de mim com intenção de me agredir. O sujeito não conseguiu me socar. Foi nesse momento que eu saquei a arma e disse que era policial”.
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Forró
Apesar de a relação jurídica entre as partes ser regida pelo
Código de Defesa do Consumidor, não há dever de indenizar. Os danos sofridos pelo apelante ocorreram por culpa exclusiva sua. A conduta dos funcionários da apelada de quebrar o braço do apelante foi, como este mesmo narra, necessária ante a sua insistente recusa em largar a arma. Ao sacar revólver no meio de uma aglomeração em show de forró, o apelante ameaçou a segurança de todos que estavam no local. Não se trata de conduta proporcional para defesa da namorada, que apenas recebeu uma cantada. Nem se justificava quando os seguranças da apelada acorreram, eliminando qualquer risco, em relação a ela, por hipotético que fosse. O autor não agiu como policial, mas como civil, indevidamente portando, durante a folga, arma do Estado. TJSP APELAÇÃO Nº 0026086-87.2008.8.26.0564
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Respons. Civil por ato de terceiro
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
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Resp. Civil por ato de terceiro
A regra justa é “quem faz responde”;
Para proteção da vítima, o Direito estendeu a responsabilidade a terceiros, que são relacionados com o agente;
A relação, perante a vítima, do agente e dos terceiros, é de solidariedade.
O terceiro que pagou pelo que não fez pode regressar contra o causador direto.
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Resp. Civil por ato de terceiro
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.
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Resp. Civil por ato de terceiro
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
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Resp. Civil por ato de terceiro
Pais respondem por ato dos filhos que estejam sob “sua autoridade e companhia”. E se forem pais separados? E se a guarda for só de um dos pais?
E se o filho estiver na escola?
Tutores respondem pelos atos dos tutelados.
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Resp. civil por ato de terceiro
Empregador ou comitente: não há necessidade de existir remuneração ou contrato de trabalho entre o agente e o terceiro.
Preposto é quem presta serviço ou realiza atividade por conta e sob direção de outra pessoa. 
Defesas do empregador/comitente: caso fortuito, força maior ou fato estranho ao serviço ou atividade (fato ocorrido sem conexação com o trabalho).
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Resp. Civil por ato de terceiro
Locadora de veículos – responde pelos prejuízos causados pelos locatários na direção dos veículos (Súmula 492 do STF).
Escolas, hotéis e similares – responsabilidade por atos dos estudantes, hóspedes etc. (hóspede que causa dano, não hóspede vítima).
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Resp. Civil por ato de terceiro
Dito de outro modo, a responsabilidade indireta do empregador se estabelece, assim que por fato de outrem, no caso seu empregado, desde que o ato danoso, tal como previsto no artigo 1.521, III, do CC/16, então vigente, tenha sido praticado “no exercício do trabalho” ou “por ocasião dele”. Esta, com efeito, a causa específica, o nexo de imputação da responsabilidade civil do empregador por conduta danosa do empregado. Pois, na espécie, o empregado Izaías matou a filha dos autores, também colonos da fazenda do réu, no local em que, lá, todos residiam, logo de madrugada, quando a jornada 
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laboral se iniciava. Neste sentido, havida condenação criminal transitada, neste feito as testemunhas ouvidas asseguraram que o evento se deu durante o trabalho. Outro colono à época, de nome Moisés, assim atestou (fls. 289). A própria testemunha do réu, Donizete, igualmente colono, afirmou que o crime ocorreu por volta das 4:30 horas, “horário de trabalho”, na sua asserção (fls. 295). Mesmo na esfera criminal apurou-se que o delito foi cometido já quando os empregados saíam para o trabalho (v. sentença a fls. 108, confirmada em grau recursal, cf. fls. 129/134).
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E nem se argumente que o ato foi praticado fora das funções próprias do empregado, eis que, justamente por isso, já se previa a responsabilidade mesmo quando a conduta danosa se externasse “por ocasião dele”, ou seja, do trabalho do agente. Comentando o preceito, acentuava Luiz Roldão de Freitas Gomes não ser preciso, quanto ao ato danoso, “que haja resultado de atividade do preposto devidamente ordenada pelo comitente. Basta haja sido produzido ou facilitado pela atuação do preposto como empregado do comitente.” (Elementos de responsabilidade civil. Renovar. 2000. p. 118).
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Insista-se, foram as condições do trabalho que propiciaram o cometimento do delito. O agressor e os pais da vítima eram colonos e, por isso, moravam na fazenda, o que, sabidamente, se integra às condições do labor. O ofensor por isso teve acesso à residência da vítima, cujos pais, justamente, saíam, com todos os empregados, para os afazeres na fazenda, no seu caso para a ordenha. Nestas condições é que a porta não ficou trancada, de toda sorte o que, em casas de fazenda, em que todos se conhecem, não estranha, não significa concausa e, enfim, nem seria o que, houvesse a tranca, impediria o acesso do agressor.”
TJSP,Apelação nº 9247994-09.2008.8.26.0000,
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Admitida a ausência de repasse dos valores devidos à autora em razão do ajuizamento de ação trabalhista na qual as corrés, advogadas, representaram- na, busca a corré Vânia fazer crer que tanto se deveu a um descuido de seu empregado, responsável pelo gerenciamento dos pagamentos. Nesse andar, tem-se que a argumentação não conduz a qualquer resultado útil, posto que, nos termos do artigo 932, III, do Código Civil, o empregador é responsável “por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhe competir, ou em razão dele”. (TJSP Apelação nº 0225491-12.2006.8.26.0100).
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No dia 26.05.2008, a genitora do menor Bruno, de apenas cinco anos de idade, observou marcas roxas em seu braço esquerdo. Segundo a testemunha Ana Paula Verreira de Souza, empregada da família à época dos fatos, a genitora de Bruno observou tais marcas logo quando de sua chegada do Colégio Domus. Perguntado sobre como as lesões haviam ocorrido, o menor, na presença de sua mãe e da empregada ouvida em Juízo, relatou "que a professora havia o pegado pelo braço com força" (sic), mostrando "com gestos como a professora havia agido" (fls. 189).
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Outro ponto a constatar é a maneira de lidar com indisciplina apresentada por menor de pouca idade (cinco anos). Não se quer aqui discutir o que pode ou não ser considerado "indisciplina" nessa fase, mas a maneira de abordar e solucionar a questão. Levar uma criança a força para a "diretoria" não se mostra razoável e deixa patente que o próprio sistema está tornando o menor avesso a qualquer tentativa de correção de suas atitudes. E, mesmo que o menor resista, a única solução possível é o imediato contato com os pais, ainda que a escola imponha o desligamento do aluno posteriormente. Por fim, a tentativa de explicação da diretora e da professora Cláudia acerca de lesão na mesma época sofrida pelo
menor após "bater em um brinquedo" é fortíssimo indício de que as lesões efetivamente ocorreram no interior da escola. Ninguém tenta explicar o que não ocorreu, contando "fatos outros". E, convenhamos, praticamente impossível seria que o menor houvesse caído sobre objeto com três pontas contundentes aptas a causar as equimoses que se pode visualizar nas fotografias juntadas aos autos. Essa versão, sim, é inverossímil. Não a versão apresentada pelo menor e sua genitora” 
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Conclui-se, portanto, que há prova suficiente do nexo de causalidade e do ato praticado pela professora Claudia, não se podendo exigir em casos como o presente, em que os fatos ocorreram no interior de escola sem a presença de adultos isentos, a produção de provas além daquelas que, em seu conjunto, permitam a visão da ocorrência dos fatos de forma razoável e lógica. Caracterizada a responsabilidade civil da escola pelas lesões sofridas, resta a análise dos danos a serem indenizados. (..)
Dessa forma, reputa-se suficiente a condenação da ré ao pagamento aos autores de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com correção monetária desde esta data e juros de mora de 1% ao mês desde a data dos fatos (26.05.2008). (TJSP Apelação n° 0008897-51.2009.8.26.0309).
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Responsabilidade civil pelo fato da coisa
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. 
O proprietário é o guarda presumido da coisa (Cavalieri Filho);
“Civil. Processo civil. Recursos especiais. Ação de indenização por danos morais e materiais. Acidente de trânsito que levou juiz de direito à morte. Responsabilidade solidária entre a condutora do veículo que causou o acidente e a pessoa jurídica proprietária do automóvel. Aplicação da teoria da guarda da coisa. Alegação de violação ao art. 535 do CPC afastada.” 
- A aplicação da teoria da guarda da coisa na análise da responsabilidade civil decorrente de acidentes de trânsito é costumeira nos tribunais nacionais. Precedentes.” (STJ RECURSO ESPECIAL Nº 604.758 - RS (2003/0190651-1)
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Responsabilidade civil pelo fato da coisa
A embargante sustentou que o decisum seria omisso, pois a reforma do aresto recorrido não demanda análise probatória, mas simples aplicação do direito ao caso concreto. Argumentou que bastaria analisar "se o fato do embargado conduzir a sua motocicleta com apenas uma das mãos e, em completo desrespeito às normas do trânsito, mais precisamente ao art. 59 do CTB, bem como, em abalroar o animal de estimação da embargante que se encontrava parado junto ao meio fio, é passível por si só de ser aplicado à culpa exclusiva da vítima" (e-STJ, fls. 516).
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Cachorro vs motocicleta
"Ficou claro que a requerido incorreu em culpa, pois não manteve o devido cuidado sobre o cão de sua propriedade, configurando assim o descumprimento de seu dever. Assim, fica evidenciada a culpa in vigilando da segunda apelante, pois ele deveria ter sob seus cuidados o animal que lhe pertence. Assim, os doutrinadores têm entendido que a responsabilidade é do dono do animal, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos que o animal venha a causar. Pode-se constatar, que o entendimento dos tribunais acerca da responsabilização do dono do animal pelos danos que este venha a causar tem sido no sentido de que, se o dono do animal não provar a incidência de alguma das causas excludentes da responsabilidade, previstas no art. 936 do Còdigo Civil, responderá pelo dano causado, como se pode verificar no caso concreto e nas decisões a seguir transcritas:
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Cachorro vs motocicleta
Por fim, por mais que exista incongruência nos depoimentos das testemunhas quanto a fatos secundários, restou incontroverso o fato central, ensejador do dever de indenizar. In casu, restou cabalmente provado que era da segunda apelante o animal causador do infortúnio e que este no momento do acidente, se encontrava na rua, sem a devida vigilância, o que basta para configurar a culpa da recorrente que, como ressalvado, é presumida, ante a ausência do dever de guarda e vigilância de seu animal. (in STJ EDcl no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.264.121 – MT)
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Responsabilidade Civil pelo fato da coisa
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
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Responsabilidade civil pelo fato da coisa
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Responsabilidade Civil pelo fato da coisa
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Responsabilidade Civil pelo fato da coisa
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
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Responsabilidade civil pelo fato da coisa
Effusis et dejetis.
E se a queda vem de condomínio?
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Prejuízo
Da Indenização
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
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Prejuízo
Dano: lesão a qualquer bem jurídico (R. Marrone, citando Agostinho Alvim). Pode ter natureza patrimonial ou extrapatrimonial.
Danos materiais ou emergentes– valor medido em dinheiro, correspondente à diminuição do patrimônio da vítima.
Lucros cessantes – valor que a vítima deixou de receber como consequência direta e imediata do ato ilícito.
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Prejuízo
Dano especulativo: não é indenizável.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. 
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Prejuízo
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Prejuízo
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Prejuízo
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Prejuízo
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Prejuízo
Danos morais – É a dor intensa, o sofrimento profundo, causado à vítima pelo ato ilícito. Dor da alma indenizável.
Não caracteriza dano moral o mero aborrecimento cotidiano.
Como distinguir um do outro?
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Prejuízo
É possível à vítima reclamar danos materiais cumulativamente com danos morais? Sim. Súmula 37 do STJ: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”.
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Prejuízo (de http://wilfredoenrique.blogspot.com.br/2011/11/o-custo-social-da-loteria-judicial-em.html 
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Prejuízo (de savio
chalita.wordpress.com )
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Prejuízo
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Prejuízo
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Prejuízo
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Prejuízo
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Prejuízo
Cálculo do dano moral:
Um valor que seja suficiente para reconfortar a vítima, sem enriquecê-la. Um valor que seja suficientemente alto para desestimular o ofensor a cometer novas ofensas, sem levá-lo à falência.
Teoria do desestímulo
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Prejuízo
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Prejuízo
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Prejuízo
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Prejuízo
2. Segundo a inicial, a autora contratou as rés para realização de formatura, envolvendo serviços de buffet, banda, baile, segurança, recepção e fogos de artificio para os formandos do curso de matemática, fisica e estatística. Ocorre que, durante o jantar de formatura, diversas pessoas passaram mal em decorrência da ingestão de alimentos deteriorados, evento noticiado inclusive nos meios de comunicação da região, razão pela qual busca reparação dos valores pagos, bem como compensação pelo constrangimento decorrente dessa situação. Apelação n° 0004313- 4.2009.8.26.0482
Sentença de primeiro grau: R$ 5.000,00. No Tribunal: R$10.170,00 
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Prejuízo
diversos alimentos servidos pela requerida no jantar de formatura, destacando-se lagarto cozido; canelone de mussarela e presunto; pastéis de carne frito; queijo fresco branco
e sorvete, encontravam-se inapropriados ao consumo, visto que continham elevado número da bactéria "estafilococos cogulase positiva".
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Prejuízo
EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL Rompimento de Noivado - Inexistência de Negócio Jurídico - Não há, na sociedade atual, reprovação pelo rompimento do noivado ou da promessa de casamento - Se não havia dever legal de casar, o rompimento, em si, do relacionamento de namoro, ou mesmo da promessa de casamento, não caracteriza o dano moral, que poderia se configurar, por exemplo, no abandono injurioso no altar, pelo não comparecimento à celebração, ou pela divulgação difamante de intimidades - Não caracterização Ausência de comprovação do alegado dano material – Recurso desprovido. 
Processo n. 0292657-65.2009.8.26.0000
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Prejuízo
Trata-se de ação de responsabilidade civil por dano material e moral, alegando a autora que conheceu o requerido em meados de 2007 e após insistência dele, iniciaram namoro e assumiram compromisso de casamento, ocorrendo que o réu desistiu do consórcio no dia marcado para o ato, fazendo com que a autora sofresse humilhação e vergonha diante de amigos, familiares e vizinhos convidados para a festa, passando, ainda, a humilhá-la espalhando pela vizinhança que lhe havia passado "piolho", tendo, também, prejuízo material, correspondente ao prejuízo na venda dos móveis pelo valor irrisório de R$ 1.800,00, dos quais teve que se desfazer para morar na casa do réu, bem como o valor do bolo (R$ 77,00) e do vestido de casamento que custeou (R$ 100,00), perfazendo os danos o total de R$ 43.477,00.
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Prejuízo
não se evidenciando, ainda o dano moral, pois as circunstâncias que motivaram o rompimento não foram elucidadas, afirmando o varão que a autora decidiu morar na sua casa, chegando lá com a mobília em cima de um caminhão, causando-lhe espanto, que diante da entrega do imóvel, não teve como não aceitá-la e abrigá-la, e no convívio descobriu que o homem com mais de 69 anos de idade, não tinha posses, não era dono da casa e percebia apenas um salário mínimo mensal de aposentadoria, dependendo financeiramente de seus filhos e que passou a agredilo e a sair sem dar explicações para onde iria, chegando a levantar às 3 horas para ligar o rádio para acordá-lo e exigir que quando seu filho saísse da cadeia fosse morar com eles, aduzindo que teria tomado as providências para desmarcar a cerimônia, dias antes da data estabelecida, não estando provado que foi no mesmo dia ou que tenha injuriado a apelante.
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Prejuízo Apelação nº 0011212-83.2012.8.26.0006
EMENTA: Compromisso de compra e venda. Embora não haja controvérsia acerca do atraso na entrega da obra, não é devida a multa por essa razão, tendo em vista a rescisão contratual. Inteligência do art. 184 do Código Civil.
Dano moral. Atraso na entrega de imóvel que obrigou a autora a desmarcar seu casamento, rescindir contratos com buffet e salão de festas, além de desfazer-se de vestido de noiva e também dos móveis planejados que já havia comprado. Abalo moral inegável. Arbitramento em R$10.000,00 (dez mil reais).
Considera-se, para quantificação dos danos morais, que deva observar o binômio reparação/sanção, de tal modo que possa servir de alívio às agruras sofridas pelo ofendido e reprimenda ao agir do ofensor, tudo sem resvalar pelo enriquecimento sem causa. Nessa cadência, também porque não houve impugnação da parte contrária a esse respeito, revela-se adequado o arbitramento do dano moral em R$ 10.000,00 (dez mil reais), tal como pleiteado, corrigidos desta data, incidentes juros desde a citação.
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Prejuízo
De modo geral, há consenso na doutrina e na jurisprudência de que a violação dos deveres conjugais previstos no art. 1.566 do Código Civil tem como consequência a separação judicial (art. 1.572 do Código Civil), sem gerar direito à reparação de danos materiais ou morais. Somente em situações excepcionais a quebra daqueles deveres o de fidelidade, no que interessa no caso concreto gera o dever de indenizar. É preciso, para tanto, que haja a prática de ilícito, tais como violência física ou moral, para que exsurja o dever de indenizar, observada a cláusula geral de responsabilidade prevista no art. 186 c.c. o art. 927, ambos do Código Civil.
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Prejuízo
A ruptura de um casamento de tantos anos não pode ser considerada, por si só, fato ensejador de reparação por danos morais. A frustração e a tristeza da apelante ante o fim do relacionamento não pode se sobrepor à liberdade conferida ao apelado de manter-se unido ou não a ela, de acordo com o princípio da afetividade, e de perseguir sua felicidade, constituindo novo relacionamento amoroso e até mesmo outra família com quem queira.
Apelação nº 0005944-79.2011.8.26.0007
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Prejuízo
As partes foram casadas entre 1977 e 1997 e são pais de Everton da Silva, nascido em 1991. Em 2005, o apelante ajuizou ação negatória de paternidade em face de Everton e o exame de DNA descartou a filiação biológica. O pai reconheceu o filho da mulher na constância do casamento, porque certamente presumiu a paternidade. Mas a mulher não poderia ignorar seu adultério, nem permitir o registro do filho pelo marido, sem certeza absoluta de que a criança fosse dele.
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Prejuízo
Trata-se de silêncio com significado jurídico, que fere direito de estado do pai registrário, do filho e do pai biológico.
Há mais: quando o relacionamento chegou ao fim, o apelante passou a pagar pensão para a criança e foi, inclusive, preso por inadimplemento.
Os transtornos psíquicos sofridos pelo apelante não são meros dissabores. A conduta da apelada violou os deveres de lealdade e boa fé inerentes ao casamento, com consequências graves ao apelante.
Indenização fixada em R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Apelação nº 0013688-59.2009.8.26.0278
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Prejuízo
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Prejuízo
3. O requerido/reconvinte, por sua vez, recorre adesivamente (fls. 235/241), alegando que sua esposa, mulher honesta, fora induzida pelo autor a praticar sexo, motivo pelo qual deve este ser responsabilizado pelo desassossego causado na família do requerente, bem como pelos danos morais decorrentes de tal fato.
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Prejuízo
8. Ora, o réu pugna pela responsabilização de terceiro por comportamento inadequado de sua esposa durante o casamento, porém, somente o casal tem dever de fidelidade, não havendo no ordenamento jurídico norma que obrigue terceiro a ser leal junto a casamento do qual não faz parte. Eventual indenização buscada com base na quebra do dever de fidelidade não geraria o dever de indenizar a cumplice que sequer integra o contrato existente. 9. Nesse sentido caminha a jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça: “Responsabilidade civil. Dano moral. Adultério. Ação ajuizada pelo marido traído em face do cúmplice da ex-esposa. Ato ilícito, Inexistência. Ausência de violação de norma posta.” (REsp n° 1.122.547-MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, j . em 10.11.2009). (grifos nossos) Apelação com revisão n° 0001685-38.2011.8.26.0493
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Prejuízo
RESPONSABILIDADE CIVIL DANO MORAL Secretária que supostamente intermediou relacionamento amoroso de chefe casado, com sua tia Ausência de prova do alegado Prática que não enseja dano moral Xingamento e vias de fato à secretária - Honra violada Ato ilícito configurado Dever de indenizar Inteligência do art. 186 do CC- Sentença de improcedência da ação principal e da reconvenção, reformada Recurso da ré improvido, e da autora provido, na parte conhecida. INDENIZAÇÃO DANO MORAL E MATERIAL EM DECORRÊNCIA DA DESPEDIDA SEM JUSTA CAUSA Despedida após discussão pela suposta entrega de carta amorosa ao patrão, precedida de ofensas verbais e vias de fato da esposa dele Atos ocorridos enquanto a autora encontrava-se no exercício da profissão, e em razão de encargos da função Demanda de competência da Justiça Trabalhista Recurso prejudicado, nesta parte. 
APELAÇÃO nº 9110289-32.2009.8.26.0000
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Prejuízo
Elenice, auxiliar administrativo, diz que ouviu “Dona Marilénia xingando Paolla
de “biscate” e “vagabunda”. (...). Ouvi apenas a voz de Mariléia xingando Paolla. Esta última apenas chorava. Não sei se houve agressão física, mas ouvi Paolla pedindo para Mariléia parar. Durante a discussão ouvi Mariléia dizer que Paolla estava arrumando “mulher vagabunda” para seu marido.” (fl. 125). Talita, também secretária do mesmo escritório, afirma que Mariléia “passou a agredir Paolla, desferindo-lhe tapas no rosto. Além disso, Mariléia xingava Paolla de nomes como: “biscate” e “vagabunda”. Paolla estava sentada, trabalhando no computador quando Mariléia chegou, virou a cadeira giratória onde Paolla estava sentada e deu-lhe um tapa que a jogou no chão. Paolla ficou no chão com as mãos na cabeça, para se defender, e em seguida eu e a Silvia conseguimos apartar Mariléia.” 
Valor da indenização: R$ 5.000,00
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Prejuízo
ACIDENTE DE VEÍCULO - RESPONSABILIDADE CIVIL - COLISÃO EM RAZÃO DE MANOBRA IMPRUDENTE PERPETRADA PELO CONDUTOR DO COLETIVO DE PROPRIEDADE DA RÉ - INGRESSO EM RODOVIA SEM AS DEVIDAS CAUTELAS – INTERCEPTAÇÃO DE VEÍCULO QUE POR ELA TRAFEGAVA - CULPA DA RÉ CARACTERIZADA - DANOS MATERIAIS E MORAIS - COMPROVAÇÃO - INDENIZAÇÃO DEVIDA – ALTERAÇÃO DO MONTANTE DA CONDENAÇÃO POR DANOS MORAIS - IMPERTINÊNCIA .
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Prejuízo
II - Mostra-se adequada a eleição da quantia de R$75.000,00 para cada um dos autores, fixada pela d. autoridade a quo a título de indenização por danos morais suportados pelos autores, que vieram a perder em decorrência do sinistro, o filho e menos de um ano de idade, como forma de compensação pelo dano suportado e de seu efeito pedagógico e educativo ao infrator. Na eleição do valor a ser fixado, há que se considerar uma quantia capaz de aplacar o sofrimento suportado pelo ofendido, derivada da análise da extensão do dano causado, o grau de culpa do causador, a capacidade contributiva deste, a condição pessoal daquele, dentre outras, em atenção aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Apelação Com Revisão Nº 0011738-74.2011.8.26.0268
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Prejuízo
INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. EXPLOSÃO EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL DA RÉ. MORTE DA FILHA E DA CONVIVENTE DO AUTOR. DEFEITO NA MALHA DE ATERRAMENTO DO LOCAL. TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA. ISOLAMENTO DA CAUSA QUE APRESENTA MAIOR PROBABILIDADE DE GERAR O DANO. A EXPOSIÇÃO DA FAMÍLIA A RISCO PELO AUTOR NÃO ERA CONDIÇÃO PARA O EVENTO EXPLOSIVO E PARA A MORTE. CULPA cONCORRENTE AFASTADA. INDENIZAÇÕES. DANOS MATERIAIS E MORAIS. EXPLOSÃO EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL DA RÉ. MORTE DA FILHA E DA CONVIVENTE DO AUTOR. PENSÃO DEVIDA PELA MORTE DA CONVIVENTE. PENSÃO DEVIDA PELA MORTE DA FILHA. INDENIZAÇÃO PELO DANO MORAL MAJORADA PARA R$ 250.000,00.
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Prejuízo
2. Culpa da ré. Caracterização pela aplicação da teoria da causalidade adequada. Isolamento da causa que apresenta maior probabilidade de gerar o dano. O descumprimento, pelo autor, do dever de não levar a família ao local não era condição para a explosão e para a morte de ambas. 3. Responsabilidade civil da ré Poder de decidir sobre os procedimentos de abastecimento e sobre o cumprimento das normas de segurança. Poder de impedir o ingresso de pessoas no local.
APELAÇÃO COM REVISÃO N° 0003568-46.2005.8.26.0326.
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Prejuízo
Apelação Cível Ação de indenização por danos morais e materiais - Falecimento de filho menor em aula de natação promovida pela Prefeitura Municipal de Franca em clube com ela conveniado O menor teve seu braço direito sugado pelo ralo de filtragem da piscina A bomba de filtragem estava em funcionamento Ralo que estava sem a tampa de travamento Sentença de parcial procedência Recurso dos autores e dos réus. Indenização por danos morais mantida em R$ 50.000,00 para cada um dos pais do menor.
Apelação Cível nº 0030563-59.2009.8.26.0196
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Prejuízo
Dano estético – consiste na alteração física relevante decorrente do ato ilícito.
Súmula 387 do STJ: “É possível a acumulação das indenizações de dano estético e moral.” 
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Prejuízo
Quanto ao pleito de exclusão da Ré Thais Ferreira do polo passivo da demanda, por ser apenas a dona no animal e não mais morar na mesma casa que ele, deve ser afastado. O documento apresentado em sua contestação não comprova que na data do acidente ela já morava em Mirassol, mas, ao contrário, demonstra que nesta época ela ainda não era locatária de sua atual moradia. Ademais, segundo a teoria do Risco, quando uma pessoa resolve por livre e espontânea vontade adquirir um cão, esta assume todos os riscos que seu animal poderá causar, conforme bem elucidado pela sentença: 
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Prejuízo
“A responsabilidade do dono do animal é presumida, bastando que o ofendido prove dano e a relação de causalidade entre o dano e a relação de causalidade entre o dano por ela sofrido e o ato do animal. É obrigação do detentor ou do proprietário o dever de guarda e vigilância sobre o animal, respondendo objetivamente em caso de dano, como o dos autos. Acrescente-se que se o dono do animal deixou-o com pessoas idosas e sem condições físicas de conter o cão, houve também culpa in elegendo”. Ainda que a Ré não estivesse no local na hora do acidente, cabe a ela a responsabilidade pelo animal, uma vez que o deixou com pessoas que não teriam total capacidade de controle eficaz sobre o animal.
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Quanto ao dano estético, segundo a Súmula 387 STJ, é licita a cumulação das indenizações de dano moral e dano estético, quando presentes requisitos que demonstrem alto grau de discrepância entre o gênero e a espécie. Nesse sentido, no voto do REsp 1011437/RJ, da Relatoria da Ministra NANCY ANDRIGHI (Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, julgado em 24/06/2008, DJe 05/08/2008) ficou assinalado: “Resta assente nesta Corte que a cumulação do dano moral e do dano estético é possível “quando, apesar de derivados do mesmo evento, suas consequências podem ser separadamente identificáveis” (REsp 377.148/RJ, 4ª Turma, Rel. Min. Barros Monteiro, DJ de 01.08.2006. Em igual sentido: REsp 251.719/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Ari Pargendler, DJ de 02.05.2006 e REsp 705.457/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJ de 27.08.2007)”.
Fixado valor de R$ 20.000,00 para cobrir danos estéticos e morais.
Apelação nº 0025375-75.2010.8.26.0576.
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Prejuízo
Relembre-se que se trata de Ação Indenizatória por danos morais. Afirmam os autores que residem ao lado do Cemitério Santo Antonio, na Comarca de Sorocaba e, em decorrência disso, no mês de março de 2010, encontraram “partes amputadas de corpo humano” no jardim de sua residência e, posteriormente, outras “partes”. Relatam que o “netinho dos autores” presenciou tais fatos. Sustentam que comunicaram a autoridade policial (9º Distrito Policial local) do ocorrido, tendo em vista a inadequada infraestrutura e péssimas condições do cemitério do Município. No caso, os fatos falam por si, como se observa pela fotografias de fls. 25/28, que dispuseram outras considerações a respeito da existência de danos morais, reforçados aliás, pela abjeta narrativa constante de fls. 67/68 “(....) havia cachorros próximos os quais disputavam aquele membro (pé e tornozelo acrescentamos)” (v. auto de exibição e apreensão de fls. 69), termo de declarações de fls. 72/73 e laudo pericial de fls. 75, além de fotografias de fls. 78/79). Indenização de R$ 10.000,00.

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