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RESENHA legislação penal especial

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós-graduação em Direito Penal e Processual Penal
Título do Caso: Envolvimento em posse e porte de armas e depósito de drogas
Nome da aluna: Camila Campos Cavalheiro
 Trabalho da disciplina: Legislação Penal Especial. 
 Tutor: Daniela de Oliveira Duque Estrada
Florianópolis,
2017
Texto: Envolvimento em posse e porte de armas e depósito de drogas
Resumo:
Trata-se o referido texto, de um relato sobre condutas criminosas perpetradas por Antonio Pedro, Carlos, e Marcos Paulo, que resultaram em uma condenação criminal. O juiz criminal da primeira instância, julgou parcialmente procedente a exordial acusatória, restando, assim, condenados: Antonio Pedro pelos crimes previstos no art. 12 do Estatuto do Desarmamento, e art. 33 da Lei de Drogas; Carlos pelo delito previsto no art. 33 da Lei 11.343/06; e Marcos Paulo pelo delito previsto no art. 14 do Estatuto do Desarmamento.
As defesas dos réus insurgiram contra a sentença condenatória postulando o reconhecimento da atipicidade da conduta, eis que as armas encontradas na posse dos irmãos Antonio Pedro e Carlos, com exceção daquela de propriedade de Marcos Paulo, foram herdadas do avô deles, permanecendo no interior da residência, bem como foram entregues aos policiais. Por sua vez, Marcos Paulo asseverou que a arma encontrada na propriedade dos corréus era de sua propriedade e devidamente registrada, e o transporte apenas ocorreu com o intuito de limpeza no artefato bélito.
Resenha:
Pois bem, os pleitos alegados pelos réus, em suas razões recursais, não merecem serem acolhidos pela Instância Superior.
Primeiramente, no que concerne a insurgência dos irmãos Antonio Pedro e Carlos pelo reconhecimento da atipicidade da conduta descrita no art. 12 do Estatuto do Desarmamento, eis que os artefatos bélicos encontrados na residência deles foram herdados pelo avô deles, inviável se faz.
É irrelevante, para fins de configuração da supracitada infração penal, que a arma apreendida seja adquirida pelo agente ou, que seja objeto de herança, desde que o conjunto probatório amealhado no processo seja suficiente em apontar que o autor de fato possuía uma arma de fogo de uso permitido sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Configuraria, no entanto, atípica a conduta dos apelantes Antonio Pedro e Carlos caso esses demonstrassem a boa-fé, e isto, não é demonstrado apenas com a entrega espontânea aos policiais que cumpriam mandado de busca e apreensão.
Tal boa-fé poderia ser caracterizada caso os insurgentes demonstrassem a intenção de entregar as armas para a Polícia Federal, na forma da Portaria nº 797/2011 do Ministério da Justiça.
Assim já decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
"o Decreto 7.473/2011 e a Portaria 797/2011 não estenderam irrestritamente o prazo de entrega dos armamentos de uso permitido, aplicando-se, apenas e tão somente àqueles que, demonstrando boa-fé, entregarem espontaneamente as armas à Polícia Federal" (HC n. 264.606 / RS. Relatora: Mina. Marilza Maynard, Desembargadora Convocada do TJSE. Julgado em 25.2.2014).
No que se refere o apelo de Marcos Paulo, tem-se que embora ele tivesse o registro da arma para que a mantivesse em sua propriedade, o artefato bélico foi encontrado em casa de terceiro, caracterizando, perfeitamente, o delito descrito no art. 14 do Estatuto do Desarmamento. Isso porque, em que pese a posse da arma fosse em conformidade com a legislação vigente, o apelante não detinha autorização para portá-la, e, ao transportá-la para localidade diversa do seu domicílio, infringiu a conduta típica referida acima.

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