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Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) Autores: Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual 21 de Outubro de 2020 1 34 BIZU ESTRATÉGICO DE LEGISLAÇÃO PENAL E PROCESSUAL PENAL ESPECIAL – DELEGADO PF Olá, futuro(a) delegado(a) federal! Tudo bem? Nesse material, trazemos uma seleção de bizus da disciplina de Legislação Penal e Processual Penal Especial. O objetivo é proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade aos alunos através de tópicos do conteúdo programático que possuem as maiores chances de incidência em prova. O material do Bizu Estratégico foi criado com o objetivo de ser uma revisão para os últimos dias antes da prova. Todos os bizus destinam-se a alunos que já estejam na fase de revisão (que estudaram previamente e de maneira aprofundada o conteúdo teórico da disciplina). Também é importante, nessa matéria, que você tenha lido a legislação inteira (“lei seca”). Posteriormente, esse material também pode ser considerado como um ponto de partida para você criar o seu próprio resumo, complementando os pontos que achar mais interessante ou que tenha mais dificuldade. Quanto à análise estatística, foram consideradas as questões do cargo de Delegado de Polícia da Banca CEBRASPE/CESPE. Bons estudos e excelente prova! Coach Danielle Gonzalez @daniellepgonzalez Coach Leonardo Mathias @profleomathias Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 2 34 APRESENTAÇÃO Antes de mais nada, farei uma breve apresentação. Meu nome é Danielle Gonzalez, sou natural de Brasília/DF. Iniciei minha carreira no serviço público como Agente Administrativo no Ministério da Saúde; posteriormente, assumi o cargo de técnico judiciário, área administrativa, no TJDFT; e, por fim, exerci o cargo de auditora fiscal de atividades urbanas do DF, especialidade em transportes. Atualmente, moro em Itajaí/SC, em virtude do exercício do cargo de Delegada de Polícia Civil do Estado de Santa Catarina (15º lugar). Sou bacharel em Direito pelo UniCEUB/DF. Além disso, sou pós-graduada em Direito Penal, Processual Penal e Constitucional. Faço parte da equipe do Estratégia Concursos na área de coaching, sistema de questões e bizus estratégicos. Comecei a estudar para concursos ainda na faculdade, tendo como exemplos meus pais. Minha mãe é técnica judiciária no STJ e meu pai era Agente de Polícia Civil na PCDF (aposentado). Desde pequena entendi que o estudo era um dos caminhos para a vitória. Ninguém tira de você o conhecimento! Sei que a caminhada é árdua, mas não é prazeroso notar que está aprendendo?! Além dos cargos que tomei posse, obtive êxito em outros concursos, como Delegado de Polícia Civil do Paraná/2013, analista judiciário TSE/2012, escrivão da Polícia Civil ES/2012 (15º lugar, mas optei por não prosseguir nas demais fases), agente administrativo do Ministério do Meio Ambiente/2009, entre outros. Serei a responsável pelo Bizu Estratégico voltado para o concurso de Delegado de Polícia Federal na disciplina de Legislação Penal e Processual Penal Especial. Com ele, pretendo abordar os tópicos mais cobrados nesta disciplina, de maneira concisa e objetiva, por meio de uma linguagem bem clara! Vamos juntos?! Danielle Gonzalez Leonardo Mathias @daniellepgonzalez @profleomathias Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 3 34 ANÁLISE ESTATÍSTICA Realizamos análise estatística para saber quais são os assuntos mais exigidos pela banca CEBRASPE (CESPE) na disciplina de Direito Penal. Os dados foram obtidos a partir das questões disponíveis no Sistema de Questões do Estratégia Concursos e baseados no edital do último concurso, de 2018, que abrange os seguintes tópicos: 1 Lei nº 11.343/2006 e suas alterações (Tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes). 2 Lei nº 12.850/2013 e suas alterações (Crime organizado). 3 Lei nº 7.492/1986 e suas alterações (Crimes contra o sistema Financeiro Nacional). 4 Lei nº 8.137/1990 e suas alterações (Crimes contra a ordem econômica e tributária e as relações de consumo). 5 Lei nº 9.613/1998 e suas alterações (Lavagem de dinheiro). 6 Lei nº 8.176/1991 (Crimes contra a ordem econômica). 7 Lei nº 8.072/1990 e suas alterações (Crimes hediondos). 8 Lei nº 7.716/1989 e suas alterações (Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor). 9 Lei nº 9.455/1997 e suas alterações (Crimes de tortura). 10 Lei nº 9.605/1998 e suas alterações (Crimes contra o meio ambiente). 11 Crimes de responsabilidade (Decreto-Lei nº 201/1967 e suas alterações, Lei nº 1.079/1950 e suas alterações e Lei nº 8.176/1991). 12 Lei nº 11.101/2005 e suas alterações (Crimes falimentares). 13 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações (Crimes nas licitações e contratos da administração pública). 14 Lei nº 12.037/2009 e suas alterações. 15 Lei nº 9.296/1996 (Interceptação telefônica). 16 Lei nº 13.869/2019 (abuso de autoridade). 17 Lei nº 10.826/2003 e suas alterações (Estatuto do desarmamento). 18 Lei nº 5.553/1968 e suas alterações (Apresentação e uso de documento de identificação pessoal). 19 Lei nº 8.078/1990 e suas alterações (Código de Proteção e Defesa do Consumidor). 20 Lei nº 6.001/1973 e suas alterações (Estatuto do Índio). 21 Lei nº 8.069/1990 e suas alterações (Estatuto da Criança e do Adolescente). 22 Lei nº 4.737/1965 e suas alterações (Código Eleitoral). 23 Lei nº 7.210/1984 e suas alterações (Execução Penal). 24 Lei nº 5.250/1967 e suas alterações (Lei de Imprensa). 25 Lei nº 9.099/1995 e suas alterações (Juizados especiais criminais). 26 Lei nº 12.830/2013. 27 Lei nº 13.257/2016 e suas alterações. 28 Lei nº 12.737/2012 (Lei de Crimes Cibernéticos). 29 Lei nº 13.146/2015 e suas alterações (Crimes previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência). 30 Lei 10.741/2003 e suas alterações (Crimes cometidos contra idosos). Com essa análise, podemos verificar quais são os temas mais exigidos pela banca CEBRASPE/CESPE na área policial e focar nos principais pontos em nossa revisão! Ao final, obtivemos a seguinte análise estatística: Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 4 34 Assunto Quantidade de questões Porcentagem de cobrança 1. Tráfico ilícito e uso indevido de drogas (Lei nº 11.343/2006). 41 12,09% 2 Lei nº 12.850/2013 e suas alterações (Crime organizado). 12 3,53% 3 Lei nº 7.492/1986 e suas alterações (Crimes contra o sistema Financeiro Nacional). 3 0,88% 4 Lei nº 8.137/1990 e suas alterações (Crimes contra a ordem econômica e tributária e as relações de consumo). 14 4,12% 5 Lei nº 9.613/1998 e suas alterações (Lavagem de dinheiro). 12 3,53% 6 Lei nº 8.176/1991 (Crimes contra a ordem econômica). 1 0,29% 7 Lei nº 8.072/1990 e suas alterações (Crimes hediondos). 18 5,30% 8Lei nº 7.716/1989 e suas alterações (Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor). 6 1,76% 9 Lei nº 9.455/1997 e suas alterações (Crimes de tortura). 18 5,30% 10 Lei nº 9.605/1998 e suas alterações (Crimes contra o meio ambiente). 21 6,19% 11 Crimes de responsabilidade (Decreto-Lei nº 201/1967 e suas alterações; Lei nº 1.079/1950). 1 0,29% 12 Lei nº 11.101/2005 e suas alterações (Crimes falimentares). 2 0,58% 13 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações (Crimes nas licitações e contratos da administração pública). 3 0,88% 14 Lei nº 12.037/2009 e suas alterações. 21 6,19% 15 Lei nº 9.296/1996 (Interceptação telefônica). 23 6,78% 16. Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019). 12 3,53% 17 Lei nº 10.826/2003 e suas alterações (Estatuto do desarmamento). 24 7,07% 18 Lei nº 5.553/1968 e suas alterações (Apresentação e uso de documento de identificação pessoal). 1 0,29% 19 Lei nº 8.078/1990 e suas alterações (Código de 6 1,76% Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 5 34 Proteção e Defesa do Consumidor). 20 Lei nº 6.001/1973 e suas alterações (Estatuto do Índio). 0 0 21 Lei nº 8.069/1990 e suas alterações (Estatuto da Criança e do Adolescente). 4 1,17% 22 Lei nº 4.737/1965 e suas alterações (Código Eleitoral). 1 0,29% 23 Lei nº 7.210/1984 e suas alterações (Execução Penal). 53 15,63% 24 Lei nº 5.250/1967 e suas alterações (Lei de Imprensa). 0 0 25 Lei nº 9.099/1995 e suas alterações (Juizados especiais criminais). 29 8,55% 26 Lei nº 12.830/2013. 5 1,47% 27 Lei nº 13.257/2016 e suas alterações. 0 0 28 Lei nº 12.737/2012 (Lei de Crimes Cibernéticos). 0 0 29 Lei nº 13.146/2015 e suas alterações (Crimes previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência). 0 0 30 Lei 10.741/2003 e suas alterações (Crimes cometidos contra idosos). 8 2,35% Assunto Bizus Caderno de questões 1. Tráfico ilícito e uso indevido de drogas (Lei nº 11.343/2006). 1 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/c794110f- 5528-48d1-a439-b937be024712 2 Lei nº 12.850/2013 e suas alterações (Crime organizado). 2 e 3 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/128fa3f6- d315-4de1-a861-0fd56e191d36 3 Lei nº 8.137/1990 e suas alterações (Crimes contra a ordem econômica e tributária e as relações de consumo). 4 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/bbeb1217- f0b7-4676-b953-53d7f4dab849 4 Lei nº 9.613/1998 e suas alterações (Lavagem de dinheiro). 5 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/6c68a507- d789-46dd-8b4e-c285e7485b81 5 Lei nº 8.072/1990 e suas alterações (Crimes hediondos). 6 e 7 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/bb1891e8- 31aa-4a23-95ea-9ddd3c1d457d 6 Lei nº 9.455/1997 e suas alterações (Crimes de tortura). 8 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/62a88a0a- 9dd3-4060-af11-62c558b403c9 Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 6 34 7 Lei nº 9.605/1998 e suas alterações (Crimes contra o meio ambiente). 9 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/5de0f86b- 6358-400f-9271-817c04ffeb0e 8 Lei nº 12.037/2009 e suas alterações. 10 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/f787d6cb- cac9-420a-8f91-579446260add 9 Lei nº 9.296/1996 (Interceptação telefônica). 11 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/be9c74cc- f353-462e-b304-840bbf63f251 10. Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019). 12 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/ffefe9b4-3c73- 4090-8a9d-21adac7fe03f 11 Lei nº 10.826/2003 e suas alterações (Estatuto do desarmamento). 13 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/1ac04545- 93c2-4916-a8e6-32ad5e1f2868 12 Lei nº 7.210/1984 e suas alterações (Execução Penal). 14 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/31bac4c1- af21-4826-ab75-b0725ec60353 13 Lei nº 9.099/1995 e suas alterações (Juizados especiais criminais). 15 https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/ff2d8be7- 6dd3-4bbd-849f-c2c38765186f Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 7 34 1. Tráfico ilícito e uso indevido de drogas (Lei nº 11.343/2006). 1) Dos crimes e das penas • Art. 28. ADQUIRIR, GUARDAR, TIVER EM DEPÓSITO, TRANSPORTAR OU TROUXER CONSIGO, PARA CONSUMO PESSOAL. BIZU: o STF considerou que houve despenalização do crime de porte para uso, mas não houve descriminalização (HC 275.126/SP)! Mesmo sendo crime, o STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006 NÃO configura reincidência (STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP; STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP). Penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 meses (em caso de reincidência, prazo máximo de 10 meses). Prescrevem em 2 anos (NÃO FOI alterado o prazo prescricional pela mudança no CP)! • Art. 33: IMPORTAR, EXPORTAR, REMETER, PREPARAR, PRODUZIR, FABRICAR, ADQUIRIR, VENDER, EXPOR À VENDA, OFERECER, TER EM DEPÓSITO, TRANSPORTAR, TRAZER CONSIGO, GUARDAR, PRESCREVER, MINISTRAR, ENTREGAR A CONSUMO OU FORNECER DROGAS, AINDA QUE GRATUITAMENTE. Pena: 5 a 15 anos pagamento de 500 a 1.500 dias- multa. • Art. 33, § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga. Detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 a 300 dias-multa. • Art. 33, § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem. Detenção, de 6 meses a 1 ano, e pagamento Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 8 34 de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. TRÁFICO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (competência do JECRIM)! • Art. 33, § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. TRÁFICO PRIVILEGIADO! Não se considera equiparado a hediondo! Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. É vedada a combinação de dispositivos de leis diversas, criando uma terceira norma (lex tertia). • Art. 35. Associarem-se DUAS OU MAIS PESSOAS para o fim de praticar, REITERADAMENTE OU NÃO, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei.STF e STJ exigem estabilidade e permanência na associação criminosa. • Art. 36. FINANCIAR OU CUSTEAR a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei. Pena - reclusão, de 8 a 20 anos (a pena mais alta da lei!) e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa. Para o STJ, para configurar este delito o agente não deve ter praticado as condutas do art. 33. Havendo praticado, responderá apenas pelo art. 33 c/c 40, VII, da Lei 11.343/06. • Art. 38. Prescrever ou ministrar, CULPOSAMENTE, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e pagamento de 50 a 200 dias-multa. • Causas de aumento - Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de UM SEXTO A DOIS TERÇOS, se: • transnacionalidade do delito; • prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; • cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; Transporte público: o STF e o STJ entendem que apenas se ficar demonstrada a comercialização efetiva da droga em seu interior incidirá a causa de aumento. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 9 34 • crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; • o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. • envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; • o agente financiar ou custear a prática do crime. • Destruição de plantação: serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A (art. 32). • Destruição das drogas: • Interrogatório como último ato da audiência: aplica-se o art. 400 do CPP (STF/STJ). Destruição da droga Com prisão em flagrante Sem prisão em flagrante O Delegado faz a destruição somente após o juiz determinar. O Delegado faz a destruição de ofício, ou seja, sem determinação do juiz. A destruição é feita no prazo máximo de 15 dias contado da determinação do juiz. A destruição é feita no prazo máximo de 30 dias contado da data da apreensão. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 10 34 2. Organização criminosa (Lei nº 12.850/2013). 2) Crimes • A lei traz o conceito de organização criminosa: a associação de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional. • Esta Lei se aplica também: • I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; • II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. • Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa (art. 2º). Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas. • As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 11 34 • A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução. • A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): • I - se há participação de criança ou adolescente; • II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal; • III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; • IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes; • V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. • Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual. • A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. • Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão. • As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança máxima. • O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo. 3) Da investigação e dos meios de obtenção da prova • Colaboração Premiada: o acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos. A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumariamente indeferida, com a devida justificativa, cientificando-se o interessado. Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 12 34 Confidencialidade para prosseguimentodas tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior sem justa causa. • Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada sem a presença de advogado constituído ou defensor público. • O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: • I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; • II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; • III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; • IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa; • V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. • Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). • O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão judicial. Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº 12.850/2013, que preveem essa possibilidade, são constitucionais e não ofendem a titularidade da ação penal pública conferida ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I). STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 20/6/2018 (Info 907). Dizer o Direito. • O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. • O MP poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o colaborador não for o líder da organização criminosa e for o primeiro a prestar efetiva colaboração. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 13 34 • Ação Controlada: consiste em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. Exige prévia comunicação ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. • Infiltração de Agentes: a infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites. Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º da Lei e se a prova não puder ser produzida por outros meios disponíveis (subsidiariedade). • Será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade. • A Lei 13.964/19 passou a admitir a ação de agentes de polícia infiltrados virtuais na internet, com o fim de investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por organizações criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas (art. 10-A). • O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa. • Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações: art. 15. • A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu. 3. Crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo (Lei nº 8.137/1990). 4) Crimes • Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas (art. 1º - crimes materiais): Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 14 34 • I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; • II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; • III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; • IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; • V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. • Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. • Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V. • Súmula Vinculante 24-STF: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo. O lançamento definitivo se constitui em condição objetiva de punibilidade. • Constitui crime da mesma natureza (art. 2º - crimes formais): • I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; • II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; • III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; • IV - deixar de aplicar, ou aplicarem desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento; • V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. • Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. • Princípio da insignificância: o STF e o STJ, com a edição da Portaria do Ministério da Fazenda de nº 75/2012, posteriormente modificada pela Portaria da Fazenda de nº 130/2012, que determina o arquivamento das execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional de valor igual ou Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 15 34 inferior a R$ 20.000,00 (vinte e mil reais), passaram a considerar este valor para fins de incidência do princípio da insignificância. • São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°: • I - ocasionar grave dano à coletividade; • II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções; • III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde. • Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública incondicionada. • Delação premiada: Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. 4. Lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/1998). 5) Crimes • OCULTAR ou DISSIMULAR a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. A Lei 12.683/12 extinguiu o rol de crimes antecedentes, transformando a Lei 9.613/98 em uma Lei de 3ª geração. A infração penal antecedente deve ser produtora (algum valor, bem ou direito). A lavagem é crime acessório, diferido, remetido, sucedâneo, parasitário. • Princípio da acessoriedade limitada: para que responda pelo crime de lavagem, a infração penal antecedente precisa ser um fato típico e ilícito. • Justa causa duplicada: deve ser trazido um lastro probatório mínimo em relação ao crime de lavagem de capitais e em relação à infração penal antecedente. • Houve aprimoramento das medidas assecuratórias (medidas cautelares reais e patrimoniais) – art. 4º. • GATEKEEPERS - alguém que tem que ficar de olho. Pessoas físicas e jurídicas que atuam na área de movimentação financeira têm a obrigação de conhecerem seus clientes. Devem comunicar operações suspeitas ao COAF. Art. 9º. • FASES de acordo com o chamado GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional Sobre Lavagem de Dinheiro). • 1ª: Fase da COLOCAÇÃO ou INTRODUÇÃO ou PLACEMENT. O dinheiro ilícito é introduzido no sistema financeiro. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 16 34 • 2ª: Fase da DISSIMULAÇÃO (LAYERING) ou MASCARAMENTO. É a dissimulação da origem ilícita a partir de várias movimentações financeiras. • 3ª: Fase da INTEGRAÇÃO (INTEGRATION). Ou volta como bem lícito ou para refinanciar atividade ilícita. • Colaboração premiada: a pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime (art. 1º, § 5º). • Ação controlada: a ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investigações (art. 4º-B). • O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: • I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular; • II - independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento; • III - são da competência da Justiça Federal: • a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas; • b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 17 34 5. Crimes hediondos (Lei nº 8.072/1990). BIZU: o Direito Penal de Emergência motivou o nascimento dessa lei! Atendendo as demandas de criminalização, o Estado cria normas de repressão ignorando garantias do cidadão com a finalidade de devolver o sentimento de tranquilidade para a sociedade. 6) Rol de crimes – CONSUMADOS ou TENTADOS – O Brasil adota o Sistema Legal (rol taxativo) • I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); • I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; • II - roubo: • a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); • b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); • c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); • III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); • IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); • V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); • VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); • VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). • VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B). • VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). • IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). • Consideram-se tambémhediondos, tentados ou consumados: Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 18 34 • I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; • II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; • III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; • IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; • V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. 7) Tratamento diferenciado: • Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança. • BIZU: é cabível liberdade provisória sem fiança! Regime integral ou inicialmente fechado foi declarado inconstitucional pelo STF! • A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei 7.960/89, nos crimes hediondos e equiparados, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 6. Crimes de tortura (Lei nº 9.455/1997). 8) Crimes e restrições • Trata-se crime equiparado a hediondo! Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 19 34 • De acordo com a maioria, trata-se de garantia absoluta, não admitindo exceções (junto com a não escravidão e a não extradição de brasileiro nato). A Teoria americana do cenário da bomba relógio argumenta que essa vedação é relativa. • No Brasil, a Lei de Tortura destoa dos Tratados Internacionais em dois pontos: 1º. No Brasil, o crime de tortura não precisa necessariamente ser praticado por agentes do Estado, podendo ser praticado por particular (crime jabuticaba). 2º. No Brasil, o crime de tortura é prescritível. • Todos os crimes previstos na Lei 9.455/97 são de ação penal pública incondicionada. • Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe SOFRIMENTO FÍSICO OU MENTAL: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa (TORTURA PROVA); b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa (TORTURA CRIME); c) em razão de discriminação racial ou religiosa (TORTURA DISCRIMINAÇÃO ou PRECONCEITO); • Também constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a INTENSO SOFRIMENTO FÍSICO OU MENTAL, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo (TORTURA CASTIGO ou PUNIÇÃO). • Também incorre no crime de tortura quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal (TORTURA PELA TORTURA). • Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos (TORTURA OMISSÃO ou IMPRÓPRIA ou ANÔMALA ou ATÍPICA). Não configura crime equiparado a hediondo! • A condenação acarretará a PERDA do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada. • O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. Cabe liberdade provisória sem fiança! Para a posição majoritária, não cabe indulto por estar contida na vedação da graça (indulto individual). • O STF julgou o regime inicial fechado da Lei 8.072/90 como inconstitucional (fere o princípio da individualização da pena). • O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. A extraterritorialidade da lei na tortura praticada contra brasileiros é INCONDICIONADA. O artigo 2º constitui uma exceção à extraterritorialidade hipercondicionada (art. 7º, § 3º, CP). Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 20 34 7. Crimes contra o meio ambiente (Lei nº 9.605/1998). 9) Crimes • É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não adota mais a chamada teoria da “dupla imputação” (STJ/STF). • Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente (art. 4º). • Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada. • Penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade; interdição temporária de direitos; suspensão parcial ou total de atividades; prestação pecuniária; recolhimento domiciliar. • Atenuantes de pena: I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental. • Agravantes de pena: I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; II - ter o agente cometido a infração: a) para obter vantagem pecuniária, b) coagindo outrem para a execução material da infração, c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente, d) concorrendo para danos à propriedade alheia, e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso, f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos, g) em período de defeso à fauna, h) em domingos ou feriados, i) à noite, j) em épocas de seca ou inundações, l) no interior do espaço territorial especialmente protegido, m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais, n) mediante fraude ou abuso de confiança, o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental, p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais, q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes, r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. • A suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos • O art. 54, 1ª parte, possui natureza formal, não exigindo perícia (STJ). • O art. 56, caput, é de perigo abstrato e dispensa prova pericial (STJ). Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 21 34 8.Identificação Criminal (Lei nº 12.037/2009). 10) Particularidades • A CF/88 prevê que o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei (art. 5º, LVIII). • Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando (art. 3º): I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. • Identificação do perfil genético (Lei n. 12.654/12): na hipótese do inciso IV, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético. • É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. • A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no caso de absolvição do acusado ou no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos 20 (vinte) anos do cumprimento da pena. • Leia os dispositivos incluídos pela Lei nº 13.964, de 2019. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 22 34 9. Interceptação telefônica (Lei nº 9.296/1996). 11) Requisitos e vedações • A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. A lei também se aplica à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ESCUTA TELEFÔNICA GRAVAÇÃO TELEFÔNICA 3ª capta o diálogo sem o conhecimento dos interlocutores. 3º capta o diálogo com o conhecimento de um dos interlocutores. Um dos interlocutores capta o diálogo com outrem sem o conhecimento deste. • Requisitos: a) haver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; b) a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis (caráter subsidiário e excepcional); c) o fato investigado constituir infração penal punida com pena de reclusão. • A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada: a) pelo juiz, de ofício; b) a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; c) a requerimento do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. • Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado VERBALMENTE, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. O juiz decide no prazo máximo de 24 horas. • Prazo: quinze dias, renovável por igual tempo (sucessivas vezes). • A autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação. O STF e o STJ já entenderam que é possível o acompanhamento por outros órgãos (por ex., Polícia Militar). • O Plenário do STF consolidou o entendimento de que não é imprescindível que a transcrição de interceptações telefônicas seja feita integralmente, salvo nos casos em que esta for determinada pelo relator do processo. • O STJ decidiu que as degravações não precisam ser realizadas por peritos oficiais. • A prova obtida por força de interceptação telefônica judicialmente autorizada poderá, a título de prova emprestada, subsidiar denúncia em outro feito que investigue crime apenado com detenção. • Vale lembrar! Serendipidade (ou encontro fortuito) de primeiro grau: quando há conexão ou continência entre novos fatos encontrados (prova tem valor jurídico e deve ser ponderada Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 23 34 pelo juiz como prova válida). Serendipidade de segundo grau: quando não houver conexão ou continência (prova vale apenas como notitia criminis). • Para os procedimentos de interceptação, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público. • Atenção para as alterações incluídas pela Lei 13.964/2019! Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais conexas. § 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. § 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continuada. § 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores. § 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 24 34 10. Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019). 12) Ab-rogação da Lei 4.898/65. • Os crimes previstos na Lei nº 13.869/2019 são próprios, ou seja, só podem ser praticados por “agentes públicos”, nos termos do art. 2º. • Embora sejam crimes próprios, os delitos ali previstos admitem a coautoria e a participação.Isso porque a qualidade de “agente público”, por ser elementar do tipo, comunica-se aos demais agentes, nos termos do art. 30 do Código Penal, desde que eles tenham conhecimento dessa condição pessoal do autor. • Todos os delitos previstos na Lei são dolosos e exigem um elemento subjetivo especial (especial fim de agir, “dolo específico”) – art. 1º, § 1º. • A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade. • Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada e admitem ação penal privada subsidiária da pública. • Competência: primeiro se verifica se há foro por prerrogativa previsto na CF. Sendo a competência do juízo de 1ª instância, se analisa se a competência é da Justiça Estadual ou Federal. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 25 34 Observe que com a vigência da Lei nº 13.491/2017, a Justiça Militar também tem competência para julgamento do delito. • São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 a 5 anos; III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública. Os efeitos previstos em II e III são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo ser declarados motivadamente na sentença. • Leia os crimes (art. 9º a 38). 11. Estatuto do desarmamento (Lei nº 10.826/2003). Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 26 34 13) Crimes • O objeto jurídico imediato é a segurança coletiva (incolumidade pública). Os bens jurídicos mediatos são: a incolumidade pessoal, a segurança individual, patrimônio, liberdade e outros direitos fundamentais. • Tratam-se de norma penal em branco HETEROGÊNEA, em sentido estrito ou própria, pois sua complementação está prevista em decreto (Decreto Federal 9.847/2019). • São crimes de perigo abstrato (pacífico no STF e STJ). Ou seja, a ofensividade da conduta é presumida na lei, bastando à acusação provar a realização da conduta. • Posse irregular de arma de fogo de uso permitido (art. 12). Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. Pena – detenção, de 1 a 3 anos, e multa. NÃO constitui crime caso o registro esteja apenas vencido (STJ)! • Omissão de cautela (art. 13). Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. • Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14). Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. CONFIGURA o crime mesmo se a arma estiver desmuniciada (STJ)! • Disparo de arma de fogo (art. 15). Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. • Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16). Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 27 34 remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso RESTRITO, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. • Nas mesmas penas incorre quem: I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato; II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. • Se as condutas descritas no caput e no § 1º do artigo 16 envolverem arma de fogo de uso PROIBIDO, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. STJ: para que haja a condenação pelos crimes de posse ou porte NÃO é necessário que a arma de fogo tenha sido apreendida e periciada (crimes de mera conduta ou perigo abstrato). No entanto, se periciada e constatado que estava inapta a realizar disparos, configura fato atípico. USO PERMITIDO USO RESTRITO USO PROIBIDO As armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam: As armas de fogo automáticas, semiautomáticas ou de repetição que sejam: Arma de fogo de uso proibido: a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 1620 joules; a) não portáteis; a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou b) portáteis de alma lisa; ou b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 28 34 saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200libras-pé ou 1620 joules; ou c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 1620 joules. c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 1620 joules; • Comércio ilegal de arma de fogo (art. 17). Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Pena - reclusão, de 6 a 12 anos, e multa. Mesmo se for comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. • Tráfico internacional de arma de fogo (art. 18). Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente. Pena - reclusão, de 8 a 16 anos, e multa. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. • Devemos lembrar que, a partir da Lei n. 13.964/2019, os seguintes crimes passaram ser considerados hediondos: - Crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido; - Crime de comércio ilegal de armas de fogo; - Crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição. • Por essa razão os estes crimes passaram a ser considerados inafiançáveis! • Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da METADE se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito. • Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da METADE se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei ou o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. • ADIN 3.112-1, o STF declarou inconstitucional a vedação da liberdade provisória em abstrato. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 29 34 12. Execução Penal (Lei nº 7.210/1984). 14) Pontos mais cobrados • Após análise estatística dos pontos mais cobrados, se atente principalmente aos artigos 5º a 60 (do condenado e do internado) e 105 a 170 (da execução das penas em espécie). • Se atente também às mudanças trazidas pela Lei 13.964/19! • A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado (prevenção especial positiva). • Um ponto de destaque se refere ao Regime Disciplinar Diferenciado. A prática de fato previsto como CRIME DOLOSO CONSTITUI FALTA GRAVE e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao RDD, com as seguintes características: • I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; • II - recolhimento em cela individual; • III - visitas quinzenais, de 2 pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 horas [será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário] [após os primeiros 6 meses de RDD, o preso que não receber visita poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 vezes por mês e por 10 minutos]; • IV - direito do preso à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; • V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; • VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; • VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso. • O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros: • I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 30 34 • II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grave. • Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o RDD será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal. • O RDD poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: • I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou da sociedade; • II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário. • Lembre-se: para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado (súmula 533, STJ). • O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato (súmula 526, STJ). • Um outro ponto muito recorrente é a progressão de regime, que foi totalmente modificada pelo Pacote Anticrime em 2019. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido a pena ao menos (art. 112, LEP) em: 16% Primário + crime cometido SEM violência à pessoa ou grave ameaça 20% Reincidente + crime cometido SEM violência à pessoa ou grave ameaça 25% Primário + crime cometido COM violência à pessoa ou grave ameaça 30% Reincidente + crime cometido COM violência à pessoa ou grave ameaça 40% Primário + condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado 50% a) Primário + condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado MORTE, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL; OU b) Condenado por exercer o comando,individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; OU Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 31 34 c) Condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada. 60% Reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado 70% Reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado MORTE, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL • Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. • No caso de mulher GESTANTE ou que for mãe ou responsável por CRIANÇAS ou PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente (cometimento de NOVO CRIME DOLOSO OU FALTA GRAVE implicará a revogação): • I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; • II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; • III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; • IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento; • V - não ter integrado organização criminosa. • O cometimento de FALTA GRAVE durante a execução da pena privativa de liberdade INTERROMPE o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente (súmula 534, STJ). • Lembre-se: é inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional (súmula 491, STJ). • É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto (súmula 493, STJ). • A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS (súmula vinculante 56, STF). • Outro ponto de destaque se dá em relação à remição de pena. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena (art. 126). Aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. ESTUDO TRABALHO 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar divididas, no mínimo, em 3 (três) dias. 1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 32 34 • Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. • O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. • O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. • O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova. • Em caso de FALTA GRAVE, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. • Por fim, a prática de falta grave NÃO INTERROMPE o prazo para fim de comutação de pena ou indulto ou obtenção de livramento condicional (súmula 441 e 535, STJ). • O STF entendeu que NÃO é cabível execução provisória da pena! 13. Juizados especiais (Lei nº 9.099/1995). 15) JECRIM • Competência para julgamento das infrações penais de menor potencial ofensivo (IMPO): contravenções penais e crimes cuja pena máxima não seja superior a dois anos. São levadas em consideração as causas de aumento ou diminuição, qualificadoras • Jurisdição consensual: busca o consenso na solução. • Princípios: oralidade, informalidade, simplicidade, economia processual e celeridade. • A competência é determinada pelo lugar em que foi PRATICADA A INFRAÇÃO PENAL. Foi adotada a teoria da ATIVIDADE ( art. 63). • Fase Preliminar: tomando ciência da ocorrência de uma IMPO, a autoridade policial lavrará o termo circunstanciado. Não se imporá a prisão em flagrante, se o autor do fato se comprometer a comparecer ao juizado. Caso o autor não se comprometa, é lavrado o auto de prisão em flagrante, mas a autoridade policial poderá estabelecer fiança. Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli, Kauê Salvaterra, Leonardo Mathias Bizu Estratégico de Legislação Penal e Processual Bizu Estratégico p/ Polícia Federal (Delegado) www.estrategiaconcursos.com.br 33 34 • Composição Civil de Danos (art. 72 a 75): realizada na audiência preliminar. Presente o MP, autor do fato, vítima, Juiz (ou conciliador) e advogados. Obtida a composição civil dos danos causados, o Juiz a homologará por sentença, que será IRRECORRÍVEL. • Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. Quanto à ação penal pública incondicionada, a celebração do acordo não acarretará a extinção da punibilidade, servindo somente para antecipação do valor da indenização. • Transação Penal (art. 76): quando não é realizada a composição civil dos danos. Exige representação ou queixa do ofendido, se necessário. Não pode ser caso de arquivamento. É proposta pelo MP. O acusado não pode ter sido condenado definitivamente por outro crime, a pena privativa de liberdade, não pode ter sido beneficiado pela transação penal anteriormente, no prazo de 5 anos, e os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, devem demonstrar ser necessária e suficiente a adoção da medida. Em face dessa decisão caberá Apelação, no prazo de 10 dias. • Lembre-se: a homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial (súmula vinculante 35, STF). • Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. • Suspensão Condicional do Processo (art. 89): é cabível nos crimes cuja pena mínima cominada seja igual ou inferior a 01 ano, abrangidas ou não pela Lei 9.099/95. É oferecida pelo MP, desde que o acusado: não esteja sendo processado, não tenha sido condenado por outro crime e que estejam presentes outros requisitos legais. Período de prova dura de 02 a 04 anos. • Sob as seguintes condições: reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; proibição de frequentar determinados lugares; proibição de ausentar-se da comarca, sem autorização do juiz; comparecimento mensal em juízo. Juiz pode especificar outras condições. • A suspensão SERÁ revogada: se, no curso, o beneficiário vier a ser processado por outro crime; se não efetuar, sem
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