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Difração de Raios-X (DRX) Prof. Dr. José Alberto da Cruz Junior Disciplina: Caracterização dos Materiais INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE METALURGIA ENGENHARIA METALÚRGICA 1 Aplicações Técnica usada para medir o conteúdo cristalino de materiais (cristalino/amorfo); Identificar as fases cristalinas presentes (incluindo a quantificação de misturas em casos favoráveis); Determinar o espaçamento de rede entre os planos; E estudar o ordenamento preferencial e crescimento epitaxial de cristais; Introdução a DRX Características Amostras para análise: na forma de pós finamente dispersos ou em superfícies, desde que planas e não muito ásperas; Materiais a ser analisados incluem: inorgânicos, orgânicos, polímeros, metais ou compósitos; Aplicações: metalurgia, produtos farmacêuticos, ciências da terra, polímeros e compósitos, microeletrônica e nanotecnologia; 2 Introdução a DRX Prêmio Nobel (1901): Raios-X descobertos em 1895 pelo físico alemão Roentgen; Prêmio Nobel (1914): M. Von Laue difração de raios-X a partir de cristais; Prêmio Nobel (1915): Von Laue e Bragg descobriram que os raios-X foram espalhados pelas estruturas internas de objetos sólidos; 3 Histórico e Prêmio Nobel na Pesquisa de Raios-X Primeira Radiografia Prêmio Nobel (1917): C. G. Barkla, radiação característica de elementos; Prêmio Nobel (1924): K. M. G. Siegbahn na área de espectroscopia de raios-x; Prêmio Novel (1927): A. H. Compton, descoberta da mudança de comprimento de onda em raios-x difusos (espalhados); Prêmio Nobel (1936): P. Debye pelo trabalho em momentos de dipolo e difração de raios X e elétrons em gases; 4 Histórico e Prêmio Nobel na Pesquisa de Raios-X Efeito Compton Prêmio Nobel (1985): H. Hauptman e J. Karle em Química desenvolvimento de métodos diretos para determinar estruturas cristalinas; 5 Histórico e Prêmio Nobel na Pesquisa de Raios-X Para descrever um material, geralmente são necessárias duas informações: Quais são os elementos presentes e como são organizados? A primeira pergunta é respondida por técnicas de análise química e dá a razão dos elementos presentes no material; A fórmula química não descreve como os átomos estão dispostos no espaço ou em relação um ao outro; 6 Conceitos O material carbonato de cálcio (CaCO3), pode ocorrer naturalmente com 2 arranjos atômicos diferentes; Esses arranjos atômicos são chamados de estruturas de cristal; As diferentes estruturas para a mesma fórmula química são chamadas de polimorfos; 7 Conceitos Calcita: Trigonal-RomboédricoAragonita: Ortorrômbica Raios-X Raio-X é uma radiação eletromagnética semelhante a luz; Raios-X possuem λ’s muito curto da ordem de 0,01 a 1 nm, frequências na faixa de 3x1016 a 3x1019 Hz e energias entre 100 eV até 100 keV; 3 Conceitos Raios-X O dispositivo que gera raios-X é um tubo evacuado e possui um catodo incandescente (filamento W) que gera um fluxo de elétrons de alta energia; Estes são acelerados por uma grande DDP e atingem ao ânodo ou alvo (Cu, Mo e Cr); A desaceleração do feixe ao colidir com o alvo produz 2 tipos de raios-X: raios-característicos e a radiação contínua (bremsstrahlung); 9 Conceitos Tubo de raios-X Raios-X Quando a tensão aplicada é elevada acima de um valor crítico (Ec), característica do metal alvo, máximos intensos aparecem no espectro; Estas são as “linhas características” e são produzidas excitando um elétron de sua camada (somente as linhas K são usadas na difração de raios-X devido à absorção); 8 Conceitos Raios-X Muitas técnicas, incluindo a difração de raios-x de pó, requerem o uso de radiação monocromática (raios-x de comprimento de onda único); Portanto, a alta intensidade e a natureza monocromática das linhas características tornam-nas ideais para a análise de DRX; Para a radiação do Cu, o raio-X Kα é 90 vezes a intensidade da radiação contínua (bremsstrahlung); 11 Conceitos Raios-X A figura mostra o espectro de raios-X com a radiação contínua “bremsstrahlung” subjacente em baixa energia e queda gradual em energias mais altas; Os 2 picos no espectro são as linhas Kα e Kβ para o metal alvo. Observe que somente em energia suficientemente alta o espectro contém linhas características; 12 Conceitos Cristais Apresentam um ordenamento de longo alcance; os átomos, moléculas ou íons arranjados periodicamente no espaço; Durante o processo de cristalização no ambiente apropriado, os cristais assumem várias formas geométricas, dependendo do ordenamento de sua estrutura atômica e das condições físicas e químicas sob as quais elas crescem; Várias estruturas cristalinas foram divididas de acordo com a geometria da célula unitária e/ou arranjos atômicos; 13 Conceitos Cristais Essa geometria é definida em termos de 6 parâmetros: arestas (a, b, c) e os ângulos (α, β, γ); Com isso existem 7 combinações diferentes (sistema cristalinos); 14 Conceitos 10 Cristais Conceitos Rede de Bravais Cristais Para materiais cristalinos, torna-se necessário especificar uma direção ou um plano cristalográfico de átomos; A estrutura atômica de um cristal define o alinhamento dos planos e essas relações são usadas na difração de raios-X para determinar propriedades específicas de uma amostra; 16 Conceitos Difração Ocorre quando uma onda (raio-X) encontra uma série de obstáculos regularmente espaçados (cristal), que são capazes de espalhar a onda, e têm espaçamentos que são comparáveis em magnitude ao comprimento de onda; Quando um raio-X monocromático entra em contato com uma rede cristalina, padrões de interferência são produzidos por cada átomo atingido pelo feixe; 17 Conceitos Difração Muitos desses padrões irão interferir uns com os outros e se anularão mutuamente; Esses padrões de interferência depende de uma correlação de fase específicas estabelecidas entre duas ou mais ondas que foram espalhadas pelos obstáculos; A correlação de fase entre as ondas espalhadas, dependerá da diferença no comprimento de onda; 18 Conceitos Difração Uma possibilidade resulta quando esta diferença de comprimento de onda é um número inteiro de comprimentos de onda (nλ, onde n = 1, 2, 3...); Diz que elas reforçam-se mutuamente (interferência construtiva); 19 Conceitos Difração Por outro lado, quando a diferença de comprimento de onda após o espalhamento é número inteiro e meio comprimentos de onda (nλ/2, onde n = ímpares: 1, 3...); Diz que elas se aniquilam mutuamente (interferência destrutiva); 13 Conceitos Lei de Bragg Considere-se 2 planos paralelos de átomos A-A' e B-B', que possuem os mesmo índices de Miller e estão separados pelo espaçamento interplanar dhkl; Suponha-se agora que um feixe de raios-X de comprimento de onda λ paralelo, monocromático e em fase incida sobre estes 2 planos segundo um ângulo θ; 21 Conceitos Lei de Bragg Dois raios neste feixe, denominados 1 e 2, são espalhados pelos átomos P e Q; Interferência construtiva dos raios espalhados 1' e 2' ocorre também num ângulo θ aos 2 planos, a diferença do comprimento do caminho entre 1-P-1' e 2-Q-2' (isto é, SQ + QT ) é igual a um número inteiro n, de comprimento de onda; 22 Conceitos Lei de Bragg Isto é, a condição para difração é: nλ = SQ + QT ou nλ = dhkl sen θ + dhkl sin θ nλ = 2dhkl sin θ A eq. é conhecida como Lei de Bragg; Onde, n é a ordem de reflexão, que pode ser qualquer inteiro (1, 2, 3,....); 23 Conceitos Lei deBragg Condições da difração de Bragg: Para manter o mesmo comprimento de caminho e permanecer em fase, os raios-X devem ser desviados em um ângulo igual ao ângulo de incidência (θ); Se a lei de Bragg não for satisfeita, então a interferência será destrutiva em natureza fornecendo um feixe difratado de muito baixa intensidade; 24 Conceitos Lei de Bragg O espaçamento interplanar (dhkl) é uma função dos índices de Miller (h, k e l) bem como os parâmetros da rede (a); Por exemplo, as estruturas cristalinas tendo simetria cúbica, dhkl = a h2+ k2+ l2 na qual (a) é o parâmetro da rede (comprimento da aresta da célula unitária); 25 Conceitos Como funciona a difração de uma amostra policristalina (geralmente um pó)? Um pó cristalino finamente moído contém um grande n° de pequenos cristais, que devem ser orientados aleatoriamente entre si; Quando esta amostra é colocada no caminho do raios-X, a difração ocorrerá a partir de planos nesses cristais, que por acaso estão orientados no ângulo correto para satisfazer a condição de Bragg; 26 Difração de Pó O efeito disso é que cada espaço de rede no cristal dará origem a um cone de difração; Cada cone consiste de um conjunto de pontos de difração espaçados, cada um representando a difração de um único cristas dentro da amostra de pó; 27 Difração de Pó Esquema de uma medição de difração de pó. Todos os planos de cristal são acessíveis quando a radiação de entrada é girada. 28 Difração de Pó O objetivo da realização de difração de raios-X em uma amostra policristalina é capturar todas as orientações possíveis da estrutura cristalina da amostra; Isso resulta em muito menos tempo e recursos para obter as mesmas informações; Também permite a observação de uma variedade muito mais diversificada de tipos de amostras; 29 Difração de Pó Os difratômetros baseia-se na geometria de reflexão, onde a fonte de raios-X e o detector estão no mesmo lado da amostra; Os raios-X espalhados pela fonte são refletidos da amostra para o detector (geometria de Bragg-Brentano); Isso requer um movimento bastante complexo da amostra e detector ou fonte e detector; 30 Difratômetro de Raios-X O difratômetro com geometria de Bragg-Brentano opera com um feixe divergente que se alarga até atingir a amostra; A partir daí, ele é focalizado na fenda de recepção, que é seguida pelo detector ou por alguns monocromadores secundários; No caso de monocromadores secundários, o feixe é reorientado para o detector; 19 Difratômetro de Raios-X Existem 2 tipos de geometria de Bragg-Brentano: Na geometria de θ-2θ, a fonte de raios-X, óptica primária são fixas, enquanto a amostra se move no ângulo θ, a óptica secundária e o detector se movimentam de 2θ; Uma grande desvantagem é que a amostra pode facilmente escorregar do porta- amostras se 2θ exceder 90°; 33 Difratômetro de Raios-X Na geometria de θ-θ a posição da amostra é fixa enquanto a fonte de raios-X, a óptica primária, a óptica secundária e o detector, se movem em torno de θ°; Esse movimento é mais exigente na mecânica do sistema e é típico de máquinas de última geração; 34 Difratômetro de Raios-X As características essenciais de ambas as geometrias são: a relação entre θ (ângulo entre o feixe de raios-X incidente e a superfície da amostra) e 2θ (ângulo entre o feixe de raios-X incidente e o detector de fenda receptora) é mantida durante a análise; a distância entre a fonte de raios-X e a amostra, e a amostra e o detector de fenda de recepção são fixos e iguais (círculo do difratômetro no qual a amostra está sempre no centro); 25 Difratômetro de Raios-X As principais partes de um difratômetro de pó incluem: Fonte; Ótica primária; Porta amostra e estágio; Ótica secundária; Detector; 35 Difratômetro de Raios-X Fonte Produz os raios-X usados para analisar amostras com difração de raios-X; A desaceleração do feixe ao colidir com o alvo produz 2 tipos de raios-X: raios-X característicos e a radiação contínua (bremsstrahlung); As linhas características mais intensas são a radiação Kα1 e Kα2 e a Kβ; 36 Difratômetro de Raios-X Tubo de raios-X Fonte Os 2 primeiros são geralmente usados em experimentos de difração; Todos os outros tipos de radiação são subprodutos indesejados; O Cu é o material mais comum do ânodo no DRX; 38 Difratômetro de Raios-X Os comprimentos de onda de cada raios-X característicos Ótica Primária A ótica primária controla o feixe produzido pela fonte de raios-X e o manipula em formas mais úteis para experimentos de difração; Existem 3 componentes principais: A fenda Soller reduz a divergência axial do raio-X a menos de 6, reduz a assimetria de pico na saída; 38 Difratômetro de Raios-X Ótica Primária A fenda de divergência reduz a divergência de altura (dispersão do feixe); Isso reduz os picos e aumenta a resolução da saída; O monocromador é um filtro que absorve a maior parte da radiação Kβ e da radiação contínua; 17 Difratômetro de Raios-X Porta amostra e Estágio Vários tipos de porta-amostras para diferentes tipos de amostras, como pós, amostras volumosa e filmes finos; O erro mais grave durante a preparação da amostra é encher o suporte da amostra muito alto ou baixo (pós); Ambas resultam em uma mudança significativa nas posições de pico, o que pode dificultar a interpretação (pós); 41 Difratômetro de Raios-X Estágio O estágio da amostra mantém a amostra fixa na posição correta durante o experimento; O suporte da amostra é montado no estágio que mantém a amostra alinhada no feixe e controla o seu movimento; 41 Difratômetro de Raios-X Ótica Secundária A ótica secundária recupera os raios-X difratados da amostra, sendo composto dos seguintes componentes; O primeiro componente é uma fenda chamada anti-dispersão (conjunto de fendas Soller e a fenda de recepção); A fenda de recepção é diretamente seguida pelo detector ou por um monocromador secundário que é um monocromador de cristal; 42 Difratômetro de Raios-X Ótica Secundária Esses componentes servem aos seguintes propósitos: A fenda anti-dispersão reduz os raios-X dispersos devido à dispersão amorfa; Isso resulta em uma redução no ruído da saída; A fenda de recepção reduz a divergência da altura do feixe de raios-X e remove o espalhamento difuso; Melhora a resolução removendo a radiação espalhada; 43 Difratômetro de Raios-X Ótica Secundária Esses componentes servem aos seguintes propósitos: Os monocromadores secundários removem as radiações contínua e Kβ e permitem apenas que a radiação Kα passe para o detector; 45 Difratômetro de Raios-X Ótica Secundária 46 Difratômetro de Raios-X Tipos de monocromadores e as intensidades relativas dos raios-X característicos Detector Um dos tipos de detectores mais utilizados é o contador de cintilação devido à sua robustez e confiabilidade; O cintilador, é um material que emite luz visível na exposição aos raios-X; Esta radiação (luz visível) faz com que um fotocatodo emita fotoelétrons que são amplificados por um multiplicador de fotoelétrons; 46 Difratômetro de Raios-X Detector Isto é então contado por equipamentos eletrônicos para quantificar a amplitude dos sinais; 47 Difratômetro de Raios-X Parâmetros Operacionais Existem vários parâmetros que podem ser ajustados ao usar um difratômetro de raios-X, são eles: Faixa de varredura Este parâmetro descreve os ângulos inicial e final a analisar (de 10°a 80°). Ele corta os dados dentro do intervalo de ângulos definidos; A faixa de varredura pode ser usada para otimizar o tempo de medição; 48 Usando a Máquina Faixa de varredura Na maioria dos casos, um intervalo de 5 a 90° é recomendado; Ângulo abaixo de 2° destruirá o detector devido à exposição direta ao feixe principal; 49 Usando a Máquina Velocidade de Varredura Quanto mais lenta a varredura, melhor a relação sinal-ruído, porque as leituras médias serão mais representativas da estrutura cristalina real; Potência da Fonte A fonte de energia é controlada por 2 parâmetros, tensão do tubo de raios-X (kV) e a corrente (mA); A configuração padrão sugerida é de 40 kV e 30 mA; O valor da tensão deve sempre ser maior ou igual à corrente; 50 Usando a Máquina Largura do Passo A medição prossegue ao longo do círculo 2θ passo a passo; Aumentar a largura do passo com um tempo de varredura fixo significa que há menos pontos no difratograma que são medidos; Isso aumenta a relação sinal-ruído, mas reduz a resolução; 51 Usando a Máquina Largura da Fenda Existem 3 fendas que controlam a divergência do feixe de raios-X e controlam a intensidade e a resolução; Essas fendas são: a fenda de divergência axial (Soller) (em graus), a fenda anti- espalhamento (em graus) e a fenda de recepção (largura em nm); Fechar as fendas melhora a resolução em detrimento do sinal; 52 Usando a Máquina Tempo por Passo Isso descreve quanto tempo é gasto na varredura em cada passo angular; Aumentar esse parâmetro diminuirá o ruído, porque as leituras médias serão mais representativas da estrutura real; Isso também resultará em picos mais altos no gráfico de saída devido a um aumento geral na quantidade de raios-X produzidos em cada etapa; 53 Usando a Máquina A análise baseia-se no fato de que a amostra contém cristalitos de todas as orientações possíveis; O resultado é uma média de todos os planos que são examinados pelos raios-X; Se apenas um subconjunto dessas orientações for examinado, a análise é inválida para essa amostra em particular; Isso pode ser testado girando a amostra no estágio; amostra bem preparada, não haverá alteração nos dados de saída; Preparação de Amostra 54 As amostras devem ser preparadas cuidadosamente para assegurar que todas as orientações sejam examinadas; A análise de pós requer que eles sejam finos para alcançar uma boa relação sinal- ruído (evitar flutuação na intensidade), minimizar a orientação preferencial; A redução de pós para partículas finas também garante participação suficiente de partículas no processo de difração; 55 Preparação de Amostra A faixa de tamanho recomendada é cerca de 1-5µm, especialmente se a quantificação de várias fases for desejada; Para avaliação qualitativa de rotina de componentes minerais, as amostras são geralmente moídas para passar por uma peneira de malha 325 # (45 µm); A moagem é realizada através de moagem manual ou em um moedor mecânico; Os efeitos da moagem excessiva incluem distorção do parâmetro de rede (a) e possível formação de uma camada amorfa fora dos grãos; 56 Preparação de Amostra Existem 2 tipos de montagem empregados, dependendo da natureza da orientação requerida pelo cristalito; Montagens Aleatórias: são preferidas quando a identificação de fases em uma amostra é necessária; Neste tipo de montagem, as partículas moídas de 1-5 µm são colocadas na superfície plana do suporte de amostra para assumir diferentes orientações e garantir reflexões a partir dos vários planos (hkl); 57 Preparação de Amostra Montagens Orientadas: são usadas na análise de argilas que raramente mostram fortes efeitos de difração a partir de planos de Bragg, como o plano (001); Em geral, estas são preparadas fazendo uma lama da amostra com água destilada; A água é então evaporada até que a lama seja espalhada em um porta-amostra (pode ser uma lâmina de vidro ou cerâmica); 58 Preparação de Amostra Argila (Caolinita) Fluxograma que detalha as etapas na preparação de uma amostra de muitos tipos diferentes usando várias técnicas; 59 Preparação de Amostra 1. As propriedades da amostra também influenciam a qualidade de um padrão em pó, reduzindo intensidades ou distorcendo as intensidades; 2. Orientação Preferencial (Textura): as partículas de pó não têm uma forma arbitrária, mas uma forma anisotrópica fortemente regular, folhas ou agulhas (argila); A maneira mais eficiente é formar uma pasta em um líquido altamente viscoso, como esmalte. Em tal líquido, a orientação aleatória é retida na secagem; 60 Importantes Fatores na Preparação de Amostra A forma de partícula anisotrópica pode ser reduzida moendo-se em um moinho de bolas; Deve ser feito com cuidado, pois a moagem excessiva pode quebrar o tamanho das partículas até o tamanho nanométrico e levar à amorfização; 3. Tamanho e deformação do cristal: a largura de um pico de difração corresponde ao tamanho médio de cristal; Quanto menor o tamanho médio do cristal, mais largo os picos e menores suas intensidades; 61 Importantes Fatores na Preparação de Amostra Relacionado ao do tamanho do cristalito está a deformação do cristal; A deformação ocorre devido à presença de defeitos nos cristais; pode ser introduzido através de substituição de átomos (impurezas) que constituem mas também por meio do tratamento térmico especial; 4. Os suportes de amostra rotativos melhoram as estatísticas de medição e, assim, fornecem os melhores resultados; 62 Importantes Fatores na Preparação de Amostra A saída é apresentado como um difratograma no qual a intensidade dos raios-X difratados é mostrada como uma função do ângulo de varredura 2θ; 63 Saída/Resultado A qualidade de um difratograma se refere a duas coisas: relação sinal-ruído e a resolução; Eles estão fortemente ligados e muitas vezes só se pode melhorar à custa do outro; O gráfico ideal consistirá de uma série de picos altos (intensidade) e finos (resolução), picos estreitos proporcionam uma melhor análise da amostra; 64 Saída/Resultado Os dados mais importantes a serem observados no padrão de difração incluem: 1. O espaçamento/posição dos picos: O espaçamento dos picos fornece informações sobre a qual grupo de cristais a amostra pertence; A posição dos picos descreve o tamanho da célula unitária do cristal; 2. Os valores de intensidades e formas dos picos: Intensidade fornece informações sobre as fases presentes no cristal; 3. A distribuição da intensidade em função do ângulo de difração; 65 Saída/Resultado A maneira mais comum de usar esses dados para determinar as propriedades da amostra é comparar os picos gerados com um grande conjunto de dados padrão (Banco de Dados); Programas de computador faz isso de forma rápida e eficiente, e podem revelar informações sobre a amostra, incluindo espaçamento (d), elementos que estão presentes e fases cristalinas; No entanto, em situações mais complicadas, o software nem sempre pode fazer tudo isso automaticamente; 66 Saída/Resultado Envolve a identificação das fases da amostra, em comparação com os padrões de DRX monofásicos presentes no banco de dados (PDF-2); As informações obtidas a partir desta base de dados incluem: espaçamentos interplanares (d), intensidades relativas (I/Io), índices de Miller, parâmetro de rede (a), propriedades físicas e referências da fontes de informação; A última versão contém 163.835 entradas de fases inorgânicas e orgânicas. Ele é mantido atualizado pelo Centro Internacional para Dados de Difração(ICDD) ou pelo Banco de Dados de Estrutura de Cristal Inorgânico (ICSD); 67 Análise de Dados/Difração Qualitativa O PDF-2 é incorporado ao software de processamento de DRX; Para processar um pico, inicialmente atribui-se valores do espaçamento (d) para cada reflexão; Uma rotina de pesquisa é então executada, fornecendo ao usuário uma lista de possíveis minerais ou fases em uma amostra; Para cada fase, uma boa correspondência é aquela em que intensidades relativas e posições de 3 picos mais intensos da amostra desconhecida coincide com o padrão do banco de dados; 68 Análise de Dados/Difração Qualitativa Escolhas lógicas de possíveis fases na amostra são feitas com base nas informações que se tem sobre a amostra (resultados de outras análises, ambiente de formação e informações de trabalhos anteriores); Algumas etapas para executar uma análise qualitativa de uma amostra de DRX são as seguintes: 69 Análise de Dados/Difração Qualitativa Algumas etapas para executar uma análise qualitativa de uma amostra de DRX são as seguintes: 1. Identificação do pico. A primeira parte da avaliação de dados é identificar os picos de difração. Isso envolve várias etapas: Subtração do background: presença significativa de fundo devido à fases amorfas. O fundo é ajustado com um polinômio matemático e depois subtraído; Suavização: os padrões de difração contém uma quantidade de ruído. Isso pode dificultar a discriminação de picos de ruído aleatório. Um passo de suavização é frequentemente empregado para reduzir o ruído aleatório; 70 Análise de Dados/Difração Qualitativa 1. Identificação de pico. A primeira parte da avaliação de dados é identificar os picos de difração. Isso envolve várias etapas: Pesquisa de pico: a suavização é seguida pela identificação real dos picos. Com bons padrões (alta relação sinal-ruído, picos estreitos) isso pode ser feito automaticamente ou inseri-los à mão e refiná-los; Ajuste de perfil: se encontrado automaticamente ou à mão, as posições de pico e as intensidades não são bem determinadas pela etapa anterior. Um ajuste de perfil refina posições e intensidades de pico; 71 Análise de Dados/Difração Qualitativa 2. Identificação de fase: Usando o arquivo de difração: cada fase individual tem um padrão característico em um dado comprimento de onda em termos de posição de pico e intensidade; Esse padrão funciona como uma impressão digital para identificar essa fase; Identificação de picos: o próximo passo é atribuir os picos no padrão experimental à fase correta. Uma vez que todos os picos tenham sido identificados, o padrão de pó pode ser considerado resolvido; 72 Análise de Dados/Difração Qualitativa 3. Pesquisa automática: um procedimento de pesquisa automatizado pode ser executado; As melhores correspondências serão exibidas primeiro e os padrões do banco de dados podem ser sobrepostos ao experimental; 73 Análise de Dados/Difração Qualitativa A difração quantitativa leva à determinação dos parâmetros da rede e também pode identificar a fração de cada fase em uma amostra; O método Rietveld de análise de padrões de difração permite o refinamento da estrutura; A análise de pico nos dá informações sobre a distribuição de tamanho do cristalito e análise de microdeformação; 74 Análise de Dados/Difração Quantitativa Algumas etapas para realizar a análise quantitativa são as seguintes: Usando software Rietveld sofisticado, como Topas, pode haver uma análise mais aprofundada dos dados de difração; Uma análise quantitativa das fases pode ser obtida a partir das intensidades integradas. Isso também pode incluir um refinamento da estrutura cristalina; Os parâmetros exatos de rede de cada fase são refinados a partir das posições de pico; 75 Análise de Dados/Difração Quantitativa Algumas etapas para realizar a análise quantitativa são as seguintes: A forma do perfil pode ser usada para extrair informações microestruturais sobre as fases presentes, tais como tamanho e deformação de cristalito; 76 Análise de Dados/Difração Quantitativa
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