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Risco e Saúde Profa Andressa Rodrigues de Souza 2018 Conceito •Riscos são parâmetros ambientais circunstanciais, constitucionais e genéticos que estão presentes no corpo e no modo de viver. • Quando identificados podem indicar suscetibilidade de a pessoa desenvolver doenças. Risco ambiental • “Probabilidade de ocorrência de um evento e as suas consequências”. • (...) risco é a probabilidade de ocorrência de efeitos adversos relacionados a objetos submetidos a controle sanitário. (...) A legislação mais recente procura utilizá-lo na forma de expressões mais precisas, tais como fatores de risco, grau de risco, potencial de riscos, grupos de risco, gerenciamento de risco e risco potencial (COSTA, 2000). • Segundo a Secretaria Nacional de Saneamento 80% da doenças que afetam a população e 65% das internações hospitalares, são causadas pela precariedade do saneamento básico. • O Brasil gasta 2,5 bilhões de dólares ano no tratamento de doenças por falta de saneamento. • Segundo a OMS a cada 4 dólares de investimento na área de saneamento economiza-se num curto período 10 dólares em assistência médica. • Segundo a OMS em 2004 houve registro de mais de 4,6 bilhões de casos de diarréias no Mundo ( +100 casos/segundo). Risco ambiental: Risco O termo risco é proveniente do latim e significa ousar, entende-se “risco” como probabilidade de “algo não dar certo”. “Quando investidores compram ações, cirurgiões realizam operações, engenheiros projetam pontes, empresários abrem seus negócios e políticos concorrem a cargos eletivos, o risco é um parceiro inevitável. Contudo, suas ações revelam que o risco não precisa ser hoje tão temido: administrá-lo tornou-se sinônimo de desafio e oportunidade” (BERNSTEIN, 1996, p. VII). • Integração com as demais áreas do setor saúde – as Vigilâncias Epidemiológica, Ambiental e à Saúde do Trabalhador; o Centro de Informações Toxicológicas; Controle e Avaliação; e os Serviços de atenção à saúde. •Articulação com instituições governamentais e não governamentais para desenvolvimento de ações de promoção da saúde. •Fortalecimento do processo de descentralização das ações de vigilância sanitária. •Participação nos processos de educação popular em saúde. •Execução de programas de comunicação e divulgação. •Produção do conhecimento, pesquisa e desenvolvimento tecnológico. •Articulação intersetorial, em especial, quando há questões que interferem na saúde, mas extrapolam seu universo de atuação e competência. Ações estratégicas para o gerenciamento de riscos: Articulação com as demais áreas do setor de Saúde. Articulação com órgãos de áreas específicas. Descentralização das ações de Vigilância Sanitária. Educação Popular em saúde, divulgação e comunicação. Serviço de atendimento a denúcias. Articulação Intersetorial. Desenvolvimento cientígico e tecnológico. Ações estratégicas para o gerenciamento de riscos: Risco e Problema Voluntário • Automedicação • Consumo de álcool • Uso de tabaco • Alimentação rica em gordura Involuntário • Medicamento adulterado • Fumo passivo • Álcool adulterado • Ambiente poluído (...) no uso de medicamentos, hemoderivados, vacinas, alimentos, saneantes, cosméticos, agrotóxicos, na prestação de serviços relacionados à saúde, resíduos manejados inadequadamente, resíduos radioativos e em ambientes de trabalho. Esta situação é ainda mais grave em países como o nosso (...) (COSTA, 2000). Risco e Causa • Uma definição de causa da ocorrência de um agravo específico é um evento, uma condição ou uma característica antecedente necessários para o surgimento de tal agravo no momento em que ele ocorreu, contanto que outras condições sejam fixas. Modelos clássicos de causalidade • Modelo de Henle-Koch • Modelo de Hill e a Inferência Causal • Modelo de Rothman (causa suficiente e causas componentes) Modelo de Henle-Koch • Historicamente, a primeira tentativa formal para a identificação das causas de agravos à saúde se deu com a formulação de Henle-Koch, em 1890. • As investigações de tais causas eram guiadas sob a perspectiva dos micro- organismos como possíveis agentes causais. • Esses postulados serviram de base para a discussão sobre a etiologia das doenças, considerando-se suas especialidades, apesar de suas limitações na aplicabilidade a todas as doenças bacterianas e sua inviabilidade nas doenças viróticas e parasitárias. Modelo de Hill e a Inferência Causal Hill propôs nove critérios a serem considerados na distinção entre uma associação causal da não-causal, tais como: Força de associação; Consistência; Especificidade; Temporalidade; Gradiente biológico; Plausibilidade; Coerência; Evidência experimental; Analogia. Modelo de Rothman (causa suficiente e causas componentes) • Se baseia na classificação de respostas individuais à exposição. • Entende-se por causa suficiente, como um conjunto mínimo de condições e de eventos que inevitavelmente acarreta a ocorrência de agravos à saúde. • Muitas causas, embora não sejam suficientes, são componentes de causas suficientes. Por exemplo: dispor de água não tratada não é suficiente para o surgimento de doenças diarreicas e fumar não é suficiente para produzir câncer de pulmão, mas ambas são causas componentes de causas suficientes. a) IDENTIFICAÇÃO DO POTENCIAL DE PERIGO • fatores suspeitos de causar agravos b) AVALIAÇÃO DE DOSE-RESPOSTA • magnitude da exposição x variação do agravo c) AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO • quantos expostos? dose? tempo? onde? d) CARACTERIZAÇÃO DO RISCO • descrição e categorização do risco - fase conclusiva AVALIAÇÃO DO RISCO: e) DECISÃO: • acesso à informação; incertezas da avaliação do risco (ex. alimentos transgênicos); pressões políticas; organização administrativa; autonomia; incertezas da avaliação. f) COMUNICAÇÃO DO RISCO • informação mais atual - escolha do cidadão incorporar a visão na cultura local (sociedade) GERENCIAMENTO DO RISCO: COMUNICAÇÃO DO RISCO • informação mais atual - escolha do cidadão • incorporar a visa na cultura local (sociedade) Base para o trabalho em saúde coletiva: Fatores de risco de atenção na saúde coletiva: • Hereditários • Aumento do colesterol no sangue • Hipertensão arterial • Tabagismo • Sedentarismo • Obesidade • Diabetes • Estresse e mau humor Entre outros.... Ações da enfermagem • Detectar sinais e sintomas que indiquem no paciente ou na comunidade fatores de risco; • Intervir para manter os hábitos saudáveis e ajudá-los a eliminar os de riscos, criando: - Espaços para discussão e reflexão sobre os modelos de viver e as alternativas de evitar e/ou eliminar riscos; - Orientar sobre fatores de risco e que providências tomar; - Desencadear estímulos no paciente e/ou na comunidade para o autoconhecimento das funções do corpo; - Estimular o interesse por exercícios físicos como uma forma de aptidão e prevenção de doenças. Merecem atenção especial: • Insônia Causas: Ambiente? Iluminação? Falta de ventilação? Barulho? Pressão no trabalho, em casa, na escola? Dificuldades econômicas? Medo? Falta de segurança? • Tabagismo Disposição física e intelectual para ajudar os dependentes. • Alcoolismo • Hábitos sexuais Doenças sexualmente transmissíveis merecem preocupação. •Processo Saúde-Doença • o que leva à doença? Prevenção. • o que leva à saúde? Promoção. A avaliação do risco para: Próxima aula!!! Para pensar... CASO 1 • Uma criança de um mês e dezenove dias morreu após receber quinze gotas de um broncodilatador. A médica que prescreveu afirma que a receita era de uma gota para cada cinco mililitros, entretanto a abreviatura de gotas(g) estava muito junta do número 1, dando a impressão de ser 15. A mãe da criança,que presenciou o preparo da medicação,afirmou que a auxiliar de enfermagem administrou 15 gotas. Este trágico acontecimento foi publicado no Jornal do Brasil de 25 de julho de 1991. Fonte: BULHÕES, I. Os anjos também erram: mecanismos e prevenção da falha humana no trabalho hospitalar. Rio de Janeiro: [s.n.], 2001. 293p. CASO 2 • Uma paciente de trinta e oito anos que foi levada ao hospital devido a problemas de Hipoglicemia,e o médico ordenou,verbalmente, à enfermeira,que administrasse uma ampola de glicose endovenosa. A enfermeira, precipitadamente, pegou por engano uma ampola de cloreto de potássio e administrou, levando a paciente à morte instantânea. Fonte: BULHÕES, I. Os anjos também erram: mecanismo se prevenção da falha humana no trabalho hospitalar. Rio de Janeiro: [s.n.], 2001. 293p. CASO 3 • Um paciente pediátrico se queixava de dores abdominais. Foi-lhe prescrita glicose e buscopam pelo médico. A auxiliar de enfermagem se confundiu e aplicou cloreto de potássio, tendo o paciente falecido, logo após a infusão do medicamento. Fonte: Jornal O Globo de 6 de fevereiro de 1993.
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