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Filosofia NP1

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Qual a diferença entre ética e moral? 
A diferença entre ética e moral é que a moral refere-se ao conjunto de normas e princípios que 
se baseiam na cultura e nos costumes de determinado grupo social, já a ética é o estudo e 
reflexão sobre a moral, que nos diz como viver em sociedade. 
Uma maneira fácil de lembrar-se da diferença entre moral e ética é que a moral se aplica a um 
grupo, enquanto a ética pode ser questionada por um indivíduo. 
 
 
 
Ética Moral 
Definição 
A ética é o estudo e a refle-
xão sobre a moral, das 
regras de condu-
ta aplicadas a alguma or-
ganização ou sociedade. 
A moral se refere às regras de conduta 
que são aplicados à determinado grupo, 
em determinada cultura. 
De onde 
vem Individual. Sistema social. 
Porque se-
guimos 
Porque acreditamos que 
algo é certo ou errado. Porque a sociedade nos diz que é o certo. 
Flexibilidade 
A ética é normalmente 
consistente, embora pode 
mudar caso as crenças de 
um indivíduo mudem ou 
dependendo de determina-
da situação. 
A moral tende a ser consistente dentro de 
um determinado contexto, sendo aplicado 
da mesma forma a todos. Porém, ela pode 
variar de acordo com cada cultura ou gru-
po. 
Exceções 
Uma pessoa poderá ir con-
tra sua ética para se ajustar 
a um determinado principio 
moral, como por exemplo, o 
código de conduta de sua 
profissão. 
Uma pessoa que segue rigorosamente os 
princípios morais de uma sociedade pode 
não ter nenhuma ética. Da mesma forma, 
para manter sua integridade ética, ele 
pode violar os princípios morais dentro de 
um determinado sistema de regras. 
Significado 
Ética vem da palavra grega 
"ethos" que significa condu-
ta, modo de ser. 
Tem origem na palavra latina "moralis" que 
significa "costume". 
Origem Universal. Cultural. 
Tempo Permanente. Temporal. 
Uso Teórico. Prático. 
Exemplo 
João teve uma atitude an-
tiética ao furar a fila do 
banco. 
No Brasil é imoral ter mais de uma esposa, 
enquanto em alguns países como 
a Nigéria é moralmente aceito. 
 
O que é Ética? 
A ética se refere ao conjunto de valores que guiam determinado grupo ou cultura. Sendo as-
sim, ela norteia o caráter das pessoas, e como elas irão se portar no meio social. 
Apesar disso, a ética não deve ser confundida com a lei, pois pessoas não sofrem sansões ou 
penalidades do Estado por não cumprirem normas éticas. 
O conceito de ética também pode significar o conhecimento extraído da investigação do com-
portamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional. Sendo assim, a ética 
pode refletir e questionar valores morais. 
A ética é responsável por definir certas condutas do nosso dia-a-dia, como no caso dos códi-
gos de ética profissional, que indicam como um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua 
profissão. 
O que é Moral? 
Moral é o conjunto de regras que orientam o comportamento do indivíduo dentro de uma socie-
dade. Ela pode ser adquirida através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano. 
Tais regras norteiam os julgamentos de cada indivíduo sobre como agir, de acordo com o que 
foi previamente aceito como norma entre determinado grupo. Quando falamos de moral, as 
definições do que é certo ou errado dependem do local onde você se encontra, da tradição e 
cultura. 
De onde vêm os princípios morais e éticos 
A moral é um padrão externo que pode ser fornecido por instituições, grupos ou cultura a qual 
um indivíduo pertence. Ela também pode ser considerada um sistema social ou uma estrutura 
para um comportamento aceitável. 
A ética, apesar de ser influenciada pela cultura e pela sociedade, são princípios pessoais cria-
dos e sustentados pelos próprios indivíduos. 
Consistência e Flexibilidade 
A moral é muito consistente dentro de um determinado contexto, mas pode variar entre culturas 
ou época. Por exemplo, algo moralmente aceito na sociedade de hoje poderia ser imoral nos 
anos 70. 
Já a ética é como o individuo reflete sobre determinada moral, sendo possível que certos even-
tos modifiquem radicalmente as crenças e valores pessoais de um indivíduo. 
Origem do conceito de ética e de moral 
Grande parte da confusão entre estas duas palavras vem de suas origens. A palavra "ética" 
vem do francês antigo “etique”, do latim “ética” e do grego “ethos” e se refere às condutas, ao 
modo de ser. Já a palavra “moral” vem do latim “moralis”, que se refere os costumes. Então, 
originalmente, os dois têm significados muito semelhantes. 
A moral e a ética do indivíduo foram estudadas filosoficamente há mais de mil anos. Porém, 
a ideia de ética como princípios que são definidos e aplicados a um grupo é relativamente no-
va, datada em 1600. 
Sócrates 
Biografia de Sócrates 
Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) foi um filósofo grego. “Conhece-te a ti mesmo” é a essência de 
todo seu ensinamento. O saber, de acordo com Sócrates é uma virtude. 
Sócrates nasceu em Atenas, Grécia, no ano de 470 a. C. Filho de um escultor e pedreiro e de 
uma parteira, da sua infância nada se sabe. Em sua juventude, tomou parte de três campanhas 
militares. Apesar de ter ocupado cargos políticos, chegando a receber convite para o Senado 
dos quinhentos, suas ideias não foram aceitas pela aristocracia grega. Dedicou-se ao estudo 
da filosofia. 
Homem feito, Sócrates chamava atenção não só pela sua inteligência, mas também pela es-
tranheza de sua figura e seus hábitos. Corpulento, baixo, nariz chato, olhos saltados, vestes 
rotas, pés descalços, vagava pelas ruas de Atenas e costumava passar horas, mergulhado em 
seus pensamentos. Quando não estava meditando solitário, conversava com seus discípulos, 
procurando ajudá-los na busca da verdade. 
Antes de Sócrates surgir no panorama intelectual da Grécia, os filósofos estavam voltados para 
a explicação natural do universo, fase que ficou conhecida como “pré-socrática”. No final do 
século V a. C. iniciou-se a segunda fase da filosofia grega, conhecida como "socrática" ou an-
tropológica, onde a preocupação de maior vulto se relacionava com o indivíduo e a organiza-
ção da humanidade. Passaram a perguntar: O que é a verdade? O que é o bem? O que é a 
justiça? 
As ideias de Sócrates 
Para Sócrates sua maior ambição era ser não somente um mestre, mas um benfeitor da hu-
manidade. Desejava ver a justiça social estabelecida em todo o mundo. Tratava dos negócios 
alheios e esquecia os seus. Sua mulher, Xantipa, dizia que ele era um deus para os jovens 
atenienses. Sócrates tinha um meio característico de expressar suas ideias. A fim de transmitir 
o saber, jamais respondia a perguntas, pelo contrário, fazia perguntas. 
Segundo alguns autores, o aforismo “Conhece-te a ti mesmo, torna-te consciente de tua igno-
rância e serás sábio” é de autoria de Sócrates, mas segundo Platão, quando Sócrates ouviu 
que era o homem mais sábio que existia, respondeu: “Só sei que nada sei”. Sócrates afirmava 
com insistência que nada sabia. “Sou o homem mais sábio de Atenas, porque só eu sei que 
nada sei”, dizia ele. Por isso tentava aprender de todos. 
Sócrates criou um método de investigação do conhecimento através da maiêutica - técnica de 
trazer a luz, no qual, por meio de sucessivas questões se chegava à verdade. Esse caminho 
usado por Sócrates era um verdadeiro “parto”, onde ele induzia os seus discípulos a praticarem 
mentalmente a busca da verdade última. 
Política e moral eram temas frequentes em Atenas. Sócrates achava que a Polis grega deveria 
ser governada por aqueles que detinham o conhecimento, uma espécie de “aristocracia dos 
sábios”. O filósofo não era a favor da democracia grega como era praticada em Atenas. Teceu 
severas críticas às crenças religiosas e aos costumes da cultura grega 
Sócrates e Platão 
Sócrates não deixou nada escrito, apenas conhecemos seus ensinamentos através de seus 
discípulos, especialmente porPlatão, que transcreveu os pensamentos do mestre em seus 
célebres diálogos, mesclando-lhes às suas concepções pessoais. Nas obras, Apologia de Só-
crates e Fédon, Platão faz a defesa de seu mestre diante dos juízes e relata os últimos mo-
mentos de sua vida. No diálogo Mênon, Platão mostra um exemplo clássico da aplicação da 
maiêutica, quando Sócrates leva um escravo ignorante a descobrir e formular vários teoremas 
de geometria. 
A Morte de Sócrates 
Os políticos de Atenas não gostavam de seu método de fazê-los parar na rua para dirigir-lhes 
perguntas embaraçantes. E então se reuniram e resolveram se livrar de Sócrates. Certo dia, 
quando chegava ao mercado para seu cotidiano debate filosófico, encontrou o seguinte aviso, 
colocado na tribuna pública: “Sócrates é criminoso. É ateu e corruptor da mocidade. A pena de 
seu crime é a morte”. Sócrates foi preso e julgado por um júri que reunia todos aqueles políti-
cos cuja hipocrisia denunciara nas praças públicas. Os juízes o consideraram culpado. Quando 
lhe perguntaram qual deveria ser a sua punição, ele sorriu sarcasticamente e disse: “pelo que 
fiz por vós e pela vossa cidade, mereço ser sustentado até o fim de minha vida a expensas 
públicas”. 
Sócrates foi obrigado a acabar a vida como um criminoso. Durante trinta dias ficou em uma 
cela funerária e depois lhe deram para beber uma taça de veneno. Quando sentiu que seus 
membros esfriavam, despediu-se dos amigos e parentes com as palavras: “E agora chegamos 
à encruzilhada dos caminhos. Vós, meus amigos, ides para vossas vidas, eu para a minha 
morte. Qual seja o melhor desses caminhos, só Deus sabe”. 
Sócrates morreu em Atenas, Grécia, no ano de 399 a. C 
 
Aristóteles 
Biografia de Aristóteles 
Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.) foi um importante filósofo grego. Um dos pensadores com maior 
influência na cultura ocidental. Foi discípulo do filósofo Platão. Elaborou um sistema filosófico 
no qual abordou e pensou sobre praticamente todos os assuntos existentes, como a geometria, 
física, metafísica, botânica, zoologia, astronomia, medicina, psicologia, ética, drama, poesia, 
retórica, matemática e principalmente lógica. 
Aristóteles e Platão 
Aristóteles nasceu em Estágira, colônia de origem jônica, na Macedônia, Grécia, no ano de 384 
a. C. Filho de Nicômaco, médico do rei Amintas III, recebeu sólida formação em Ciências Natu-
rais. Com 17 anos partiu para Atenas, foi estudar na "Academia” de Platão. Com sua prodigio-
sa inteligência, logo se tornou o discípulo predileto do mestre, que observou: "Minha Academia 
se compõe de duas partes: o corpo dos alunos e o cérebro de Aristóteles". 
Aristóteles foi suficientemente crítico para ir além do mestre. Demonstrou sua grande capaci-
dade de pensador escrevendo uma série de obras nas quais aprofundava, e muitas vezes, 
modificava as doutrinas de Platão. A teoria de Aristóteles, de forma geral, é uma refutação ao 
seu mestre. Enquanto Platão era a favor da existência do mundo das ideias e do mundo sensí-
vel, Aristóteles defendia que poderíamos captar o conhecimento no próprio mundo que vive-
mos. 
Quando Platão morreu, em 347 a. C. Aristóteles fazia vinte anos de Academia, inicialmente 
como discípulo, depois como professor, e esperava ser o substituto natural do seu mestre na 
direção da escola, mas foi rejeitado por ser considerado estrangeiro. Decepcionado, deixou 
Atenas e foi para Atarneus, na Ásia Menor, onde se tornou conselheiro de estado de seu antigo 
colega, o filósofo político Hermias. Casou-se com Pítia, filha adotiva de Hermias, mas entrou 
em choque com a sede de riqueza de seu colega, em contraste com seus ideais de justiça. 
Quando os persas invadiram o país e crucificaram seu governante, mais uma vez Aristóteles 
ficou sem pátria. 
Aristóteles e Alexandre Magno 
De volta à Macedônia, em 343 a. C., quando o rei Filipe II da Macedônia o chamou para ele ser 
o tutor de seu filho Alexandre. O rei queria que seu sucessor fosse um requintado filósofo. Aris-
tóteles permaneceu com Alexandre durante quatro anos. O soldado partiu para conquistar o 
mundo e o filósofo tornou-se seu amigo e ficou a alimentá-lo de sabedoria. 
O Liceu 
De volta à Atenas, em 335 a. C., Aristóteles decidiu fundar sua própria escola, chamando-a 
“Liceu”, instalada no ginásio do templo dedicado ao deus Apolo Lício. Além de cursos técnicos 
para os discípulos, ministrava aulas públicas para o povo em geral. A sabedoria de Aristóteles 
chegou até nós através de alguns escritos, mas que representam em si mesmo, uma enciclo-
pédia inteira, pois contêm praticamente o começo de todas as nossas modernas artes e ciên-
cias. 
Aristóteles foi o pai da Lógica: ensinou a todos os que vieram depois dele a pensar com clare-
za. Foi o fundador da Biologia: ensinou ao mundo como observar e classificar corretamente os 
seres vivos. Foi o organizador da Psicologia: mostrou à humanidade como estudar a alma cien-
tificamente. Foi o mestre da Moral: demonstrou como é possível amar e odiar racionalmente. 
Foi professor de Política: ensinou os governantes a governar com justiça. E deu origem à Retó-
rica: foi o primeiro a demonstrar a arte de escrever com eficiência. 
Filosofia 
A filosofia de Aristóteles abrange a natureza de Deus (Metafísica), do homem (Ética) e do Es-
tado (Política). Para Aristóteles, Deus não é o criador, mas o motor do Universo, ou ainda, o 
motor imóvel do mundo. Exceto Deus, toda e qualquer outra fonte de movimento no mundo, 
seja uma pessoa, uma coisa, ou um pensamento, é um motor movido. Assim, o arado move a 
terra, a mão move o arado, o cérebro move a mão. Portanto, a causa de todo o movimento é o 
resultados de outro movimento. 
Para Aristóteles, se para ser feliz é preciso fazer o bem ao outro, então o homem é um ser 
social e, mais precisamente um ser político. Com efeito, cabe ao Estado “garantir o bem-estar e 
a felicidade dos seus governados”. Considerava a ditadura a pior forma de governo: “é um re-
gime que subordina os interesses de todos às ambições de um só”. “A forma de governo mais 
desejável é a que permite a cada homem exercitar suas melhores habilidades e viver o mais 
agradavelmente seus dias”. 
Morte 
O fim de Aristóteles foi trágico. Quando o rei da Macedônia, Alexandre Magno morreu, irrom-
peu em Atenas uma grande explosão de ódio, não somente contra o conquistador, mas contra 
todos os seus admiradores e amigos. Um dos melhores amigos de Alexandre era Aristóteles. 
Estava prestes a ser preso, quando conseguiu escapar em tempo. Deixou Atenas dizendo que 
não daria à cidade oportunidade de cometer um segundo crime contra a filosofia. Pouco tempo 
depois do exílio que se impusera, adoeceu. Desiludido com a ingratidão dos atenienses decidiu 
por fim à vida bebendo, como Sócrates, uma taça de cicuta. 
Aristóteles morreu em 322 a.C., em Cálcia, na Eubéia. Em seu testamento determinou a liber-
tação de seus escravos. Foi essa talvez, a primeira carta de alforria da história. 
Obras de Aristóteles 
Suas obras podes ser divididas em quatro grupos: 
 Lógica - "Sobre a Interpretação", "Categorias", "Analíticos", "Tópicos", "Elencos Sofísticos" e os 14 livros 
da "Metafísica", que Aristóteles denominava "Prima Filosofia". O conjunto dessas obras é conhecido pelo 
nome de "Organon". 
 Filosofia da Natureza - "Sobre o Céu", "Sobre os Meteoros", oito livros de "Lições de Física" e outros 
tratados de história e vida dos animais. 
 Filosofia Prática - "Ética a Nicômano", "Ética a Eudemo", "Política", "Constituição Ateniense" e outras 
constituições. 
 Poéticas - "Retórica" e "Poética". 
Demócrito 
Biografia de Demócrito 
Demócrito (460 a.C. - 370 a.C.) foi um filósofo grego, classificado como pré-socrático e agrupa-
do na escola atomista. Julgava que todos os elementos do universo são compostos de átomos. 
Demócrito de Abdera (460 a.C. - 370 a.C.) nasceu em Abdera, na Grécia, por volta de 460 a.C.Descendente de família nobre, aprofundou seus conhecimentos estudando em diversas cida-
des, entre elas, Atenas, Egito, Pérsia, Babilônia, Etiópia e Índia. Estudou filosofia, matemática, 
física, astronomia, ética, linguística e música. 
Viveu em uma época em que os precursores da Filosofia, “os pré-socráticos”, buscavam de 
maneira racional e lógica, e não mais nos relatos míticos, uma explicação a respeito do princí-
pio de todas as coisas. Em geral, os pensadores eram monistas, ou seja, acreditavam que o 
universo tinha sido gerado através de um único elemento, ou de um fenômeno. Cada filósofo 
descobre um fundamento, uma unidade que possa explicar essa constituição. 
Demócrito julgava que os corpos eram constituídos por pequeninas porções de matéria. De-
senvolveu a “teoria atomista” iniciada por Leucipo, de que todos os elementos do universo são 
compostos de átomos, “elementos indivisíveis, maciços, indestrutíveis, eternos e invisíveis, 
podendo ser concebidos somente pelo pensamento, nunca percebidos pelos sentidos”. 
Para Demócrito as coisas nascem quando se juntam e a morte é a separação das coisas. O 
que origina as coisas reais é um infinito número de corpos que são invisíveis porque têm um 
volume muito pequeno. A qualidade de todos os corpos depende da forma e da ordem dos 
átomos que os compõem. O objetivo de seus estudos era encontrar o princípio de todas as 
coisas sem recorrer a divindades. 
Os escritos de Demócrito, como também dos outros filósofos, desapareceram com o tempo, só 
restando alguns fragmentos ou referências feitas por outros filósofos posteriores. Muitos dos 
relatos de Demócrito veem de Aristóteles, seu principal crítico, mas que reconhecia o valor de 
suas obras de filosofia natural. Protágoras de Abdera teria sido seu discípulo direto e posteri-
ormente o principal discípulo que recebeu sua influência foi Epicuro. 
Os pesquisadores listaram um grande número de estudos realizados por Demócrito, citados 
por diversos autores, na área da cosmologia, matemática, ética, física, entre outros. Na área da 
matemática ele avançou nos estudos sobre geometria (figuras geométricas, volumes e tangen-
tes) e os números irracionais. Avançou também no conceito de um universo infinito, onde exis-
tem muitos outros mundos como o nosso. Deduziu que uma galáxia se compõe de estrelas tão 
pequenas e aglomeradas que é quase impossível distinguir uma das outras. 
Para Demócrito, a concepção de ética não tem relação com as concepções físicas. Para ele o 
mais nobre bem que uma pessoa pode ter é a felicidade, que mora somente na alma, indepen-
dente de se possuir bens materiais. A justiça e a razão é que nos torna felizes. 
Demócrito faleceu no ano de 370 a. C. 
 
Tales de Mileto 
Biografia de Tales de Mileto 
Tales de Mileto (624 a. C.- 558 a. C.) foi um filósofo, matemático e astrônomo gre-
go, considerado um dos mais importantes representantes da primeira fase da filosofia grega, 
chamada de Pré-Socrática ou Cosmológica. 
Tales de Mileto nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor, região da Jônia, na 
atual Turquia, por volta de 624 a. C. Acredita-se que começou sua vida como mercador, enri-
quecendo o suficiente para se dedicar ao estudo e realizar algumas viagens. Supõe-se que 
esteve no Egito onde aprendeu geometria e na Babilônia onde entrou em contato com tabelas 
e instrumentos astronômicos. Sabe-se que Tales desempenhou funções políticas em sua cida-
de e que realizou trabalhos nas áreas da filosofia, geometria e astronomia. 
A Filosofia Grega 
A filosofia grega compreende três períodos: pré-socrático, socrático e pós-socrático. O período 
pré-socrático compreende os primeiros filósofos propriamente ditos, que foram reunidos em 
diversas Escolas de pensamentos: Escola Jônica (ou Escola de Mileto), Escola Itálica, Escola 
Eleática, Escola Atomística e Os Sofistas. 
A Escola Jônica foi desenvolvida na colônia grega de Jônia, na Ásia Menor, hoje na atual Tur-
quia. Os principais filósofos da Escola Jônica foram: Tales de Mileto, Anaxímenes (585-524 a. 
C.), Anaximandro (610-546 a. C.) e Heráclito (540-470 a. C.). A preocupação desses filósofos 
era perguntar e compreende a natureza do mundo, buscando entender a origem de todas as 
coisas, o princípio delas. Pensavam sobre o elemento primeiro, chegando a conclusões dife-
rentes. 
A Filosofia de Tales de Mileto 
O filósofo Tales de Mileto, o primeiro pensador da escola jônica, admitia como princípio criador 
de todas as coisas e a essência do Universo, “a água” e explicava: o que é quente, precisa da 
umidade para viver, todos os germes são úmidos, os alimentos estão cheios de seiva e o que 
morre resseca. É natural que as coisas se nutram daquilo de que provêm. A água é o princípio 
da natureza úmida e a Terra repousa sobre a água. 
Tales de Mileto foi considerado o precursor do pensamento filosófico, por que pensou a matéria 
de maneira diferente de como era pensada antes, com interferências divinas e invocações a 
deuses superiores. Ele acreditava que a matéria sofria transformações ao longo do tempo. 
Com isso, o filósofo inaugurou o método de observação e especulação diferente das explica-
ções teológicas e religiosas, para todas as coisas, em vigor na época. 
Matemático e Astrônomo 
Para alguns historiadores da matemática antiga, a geometria demonstrativa iniciou-se com 
Tales de Mileto. Apesar de não ter deixado nenhuma obra, o que chegou até nós é baseado 
em antigas referências gregas, que atribuem a ele um bom número de descobertas matemáti-
cas definidas. É atribuído a Tales de Mileto os seguintes fatos geométricos: A demonstração de 
que os ângulos da base de dois triângulos isósceles são iguais. A demonstração do seguinte 
teorema: se dois triângulos têm dois ângulos e um lado respectivamente iguais, então são 
iguais. A demonstração de que todo diâmetro divide um círculo em duas partes iguais. A de-
monstração de que ao unir-se qualquer ponto de uma circunferência aos extremos de um diâ-
metro AB obtém-se um triângulo retângulo em C., entre outros. 
Como astrônomo, atribui-se a Tales de Mileto a previsão, com grande antecedência, do eclipse 
do Sol de 28 de maio de 585 a. C., embora muitos historiadores duvidem que os meios existen-
tes na época permitissem tal façanha. Verificou não ser uniforme o círculo da Terra entre os 
solstícios. Dividiu o ano em 365 dias. Estabeleceu o diâmetro do Sol, acreditava ser a terra um 
disco achatado, O cálculo da altura das pirâmides entre outros. 
Tales de Mileto faleceu em Mileto, Grécia, no ano de 558 a. C. 
 
Pitágoras 
Pitágoras de Samos foi um dos grandes filósofos pré-socráticos e matemáticos da Grécia 
Antiga. 
Segundo ele “tudo é número”, frase que indica uma explicação para a realidade e tudo que 
existe no mundo. A ele foi atribuído o uso e criação dos termos “filósofo” e “matemática”. 
 
Biografia de Pitágoras 
Pitágoras nasceu na ilha grega de Samos, na costa jônica, em 570 a.C. Estudou matemática, 
astronomia, música, literatura e filosofia na sua cidade natal. 
Foi orientado na cidade grega de Mileto por um dos maiores filósofos pré-socráticos: Tales de 
Mileto. 
No entanto, suas ideias revolucionárias para a época o levaram a ser perseguido. Nesse mo-
mento, mudou-se para Crotona (sul da Itália), região conhecida como Magna Grécia. 
Foi ali que fundou uma escola de caráter místico-filosófico que ficou conhecida como “Escola 
Pitagórica”. 
Entretanto, foi perseguido novamente, deixando Crotona e partindo para o Egito, onde ao ob-
servar as pirâmides, criou o Teorema de Pitágoras. 
O filósofo faleceu em Metaponto, na região sul da Itália, em 490 a.C. com aproximadamente 80 
anos. 
 
Pitagorismo 
Segundo Pitágoras, os números são a base da vida na terra. A partir dessa primícia, surge 
o Pitagorismo (ou Escola Pitagórica), sendo os pitagóricos seus seguidores, dos quais se 
destacam: Temistocleia, Filolau de Crotona, Arquitasde Tarento, Alcmeão e Melissa. 
Na escola, ele ministrou aulas nas áreas matemática (aritmética e geometria), astronomia, mú-
sica, filosofia, política, religião e moral. 
Segundo o matemático grego, os números representavam a harmonia e a ordem, ou seja, 
eram considerados a essência de todas as coisas. 
Essa teoria de Pitágoras surgiu da observação entre a harmonia dos acordes musicais. 
Os pitagóricos acreditavam que essa concepção não era meramente matemática, mas também 
mística e espiritual. 
Nesse sentido, eles desenvolveram uma concepção espiritual da existência humana, onde a 
alma é libertada do corpo após a morte. 
Ou seja, eles acreditavam na reencarnação e no desenvolvimento das virtudes humanas en-
quanto a alma estava aprisionada ao corpo durante a vida. 
Como resultado, os homens poderiam reencarnar numa forma de existência mais elevada, 
conforme as virtudes conquistadas durante a trajetória terrena. 
Além do famoso "Teorema de Pitágoras", os pitagóricos descobriram os números figurados e 
os números perfeitos. 
Na área da astronomia, Pitágoras também avançou com questões sobre a esfericidade do pla-
neta Terra e o deslocamento dos astros utilizando conceitos matemáticos. 
Essa teoria baseada num cosmo harmônico ficou conhecida como “Teoria da Harmonia das 
Esferas”. 
 
Teorema de Pitágoras 
Um dos mais importantes teoremas da geometria é o Teorema de Pitágoras. É representado 
pela fórmula (c²= a²+b²) sendo seu enunciado descrito da seguinte maneira: 
“No triângulo retângulo, composto por um ângulo interno de 90° (ângulo reto), a soma dos qua-
drados de seus catetos corresponde ao quadrado de sua hipotenusa.” 
Esta fórmula vale para calcular o tamanho dos triângulos retângulos e tem um sem-número de 
aplicações especialmente nas construções em geral. 
 
 
Filósofos Pré-Socráticos 
Os filósofos pré-socráticos fazem parte do primeiro período da filosofia grega. Eles desen-
volveram suas teorias do século VII ao V a.C. 
Recebem esse nome, posto que são os filósofos que antecederam Sócrates. 
Os filósofos pré-socráticos buscavam nos elementos natureza as respostas sobre a origem do 
ser e do mundo. Focando principalmente nos aspectos da natureza, eram chamados de “filó-
sofos da physis”. 
 
Sócrates 
Sócrates (470 a.C-399 a.C.) foi um importante filósofo grego do segundo período da filosofia. 
Nasceu em Atenas sendo considerado um dos fundadores da filosofia ocidental. 
A filosofia de Sócrates, baseada no diálogo, era chamada de filosofia socrática. Era marcada 
pela expressão “conhece-te a ti mesmo”, em virtude da busca da verdade através do autoco-
nhecimento. 
Ademais, da filosofia do “diálogo” de Sócrates, destaca-se a “maiêutica”, que significa literal-
mente “trazer a luz”. Esta faz relação com a iluminação da verdade que, para ele, está contida 
no próprio ser. 
 
Filosofia Grega 
Para melhor entender a filosofia grega, vale lembrar como ela está dividida: 
 Período Pré-Socrático: fase naturalista 
 Período Socrático: fase antropológica-metafísica 
 Período Helenístico: fase ética e cética 
 
Correntes ou Escolas Pré-Socráticas 
 
Segundo o foco e o local de desenvolvimento da filosofia, o período pré-socrático está dividido 
em Escolas ou Correntes de pensamento, a saber: 
 Escola Jônica: desenvolvida na colônia grega Jônia, na Ásia Menor (atual Turquia), seus 
principais representantes são: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e 
Heráclito de Éfeso. 
 Escola Pitagórica: também chamada de "Escola Itálica", foi desenvolvida no sul da Itália, e 
recebe esse nome posto que seu principal representante foi Pitágoras de Samos. 
 Escola Eleática: desenvolvida no sul da Itália, sendo seus principais representantes: Xenófa-
nes de Colofão, Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia. 
 Escola Atomista: também chamada de “Atomismo”, foi desenvolvida na região da Trácia, 
sendo seus principais representantes: Demócrito de Abdera e Leucipo de Abdera. 
 
Principais Filósofos Pré-Socráticos 
Segue abaixo os principais filósofos do período pré-socrático: 
 Tales de Mileto (624 a.C.-548 a.C.): nascido na cidade de Mileto, região da Jônia, Tales 
acreditava que a água era o principal elemento, ou seja, era a essência de todas as coisas. 
 Anaximandro de Mileto (610 a.C.-547 a.C.): discípulo de Tales nascido em Mileto, para 
Anaximandro o princípio de tudo estava no elemento denominado “ápeiron”, uma espécie de 
matéria infinita. 
 Anaxímenes de Mileto (588 a.C.-524 a.C.): discípulo de Anaximandro nascido em Mileto, para 
Anaxímenes o princípio de todas as coisas estava no elemento ar. 
 Heráclito de Éfeso (540 a.C.-476 a.C.): considerado o “Pai da Dialética”, Heráclito nasceu em 
Éfeso e explorou a ideia do devir (fluidez das coisas). Para ele, o princípio de todas as coisas 
estava contido no elemento fogo. 
 Pitágoras de Samos (570 a.C.-497 a.C.): filósofo e matemático nascido na cidade de Samos, 
para ele os números foram seus principais elementos de estudo e reflexão, do qual se destaca 
o “Teorema de Pitágoras”. 
 Xenófanes de Cólofon: (570 a.C.-475 a.C.): nascido em Cólofon, Xenófanes foi um dos 
fundadores da Escola Eleática, se opondo contra o misticismo na filosofia e o antropomorfismo. 
 Parmênides de Eléia (530 a.C.-460 a.C.): discípulo de Xenófanes, Parmênides nasceu em 
Eléia. Focou nos conceitos de “aletheia” e “doxa”, donde o primeiro significa a luz da verdade e 
o segundo, é relativo à opinião. 
 Zenão de Eléia (490 a.C.-430 a.C.): discípulo de Parmênides, Zenão nasceu em Eléia. Foi 
grande defensor das ideias de seu mestre filosofando, sobretudo, acerca dos conceitos de 
“Dialética” e “Paradoxo”. 
 Demócrito de Abdera (460 a.C.- 370 a.C.): nascido na cidade de Abdera, Demócrito foi 
discípulo de Leucipo. Para ele, o átomo era o princípio de todas as coisas, desenvolvendo as-
sim, a “Teoria Atômica”. 
 
Heráclito 
Heráclito, conhecido como “o obscuro”, foi um pensador e filósofo pré-socrático considerado o 
“Pai da Dialética”. 
 
Biografia de Heráclito 
 
Heráclito de Éfeso, nasceu na cidade de Éfeso, por volta de 540 a.C., antiga colônia grega, 
região da Jônia na Ásia Menor, atual Turquia. 
Filho de nobres, pertencia à família real da cidade. Personalidade forte, Heráclito não apreciava 
a vida pública e se afastou de temas como arte e religião. 
Diante disso, passou grande parte de sua vida introspectivo com seu jeito orgulhoso e esnobe, 
sendo muito criticado pelo seu povo. 
Com isso, passa a viver nas montanhas, afastado de todos e aperfeiçoando suas teorias. 
 
Filosofia de Heráclito 
 
Como Tales de Mileto, Heráclito acreditava no princípio único abalizado na “Filosofia Unitaris-
ta”, cujo princípio estava fundamentado na unidade elementar e, no caso de Heráclito, o ele-
mento fogo. Segundo ele, 
“Tudo provem do Um e o Um provem do Todo”. 
O filósofo baseava suas ideias na lei fundamental da natureza, de modo que, segundo ele, 
“Tudo flui” e “Nada é permanente, exceto a mudança”. 
A partir disso, acreditava que tudo o que existe está em permanente mudança ou transforma-
ção, conceito denominado “Devir” (tornar-se, do vir-a-ser), sujeitas ao “logos” (razão ou lei). 
Tendo em vista seus conceitos, foi o criador do pensamento dialético, a doutrina dos contrários, 
onde, das contradições, surgem a unidade dialética. 
Em resumo, a dialética propõe a busca da verdade através da relação entre dois conceitos 
opostos, numa relação de interdependência. 
Por exemplo, a escuridão somente existe pois o conceito de luz é seu oposto, onde um não 
existe sem o outro. 
Assim, Heráclito, pai da dialética, afirma que todas as coisas por meio da dualidade, cujo o 
"logos" é sua resultante, ou seja, o conhecimento nascido desse embate. 
 
Filosofia Antiga 
A Filosofia Antiga corresponde ao período do surgimentoda filosofia grega no século VII a.C. 
Ela surge da necessidade de explicar o mundo e encontrar respostas para a origem das coisas, 
dos fenômenos da natureza, da existência e da racionalidade humana. 
O termo filosofia é de origem grega e significa “amor ao saber”, ou seja, a busca pela sabedo-
ria. De tal modo, no momento de sua origem os filósofos possuíam esse dom de interpretação, 
uma vez que eles acreditavam conseguir transmitir a mensagem dos deuses. 
Por esse motivo, no início, a filosofia estava intimamente relacionada com a religião: mitos, 
crenças, etc. Assim, o pensamento mítico foi dando lugar ao pensamento racional, ou ainda, do 
mito ao logos. 
 
Contexto Histórico: Resumo 
 
A filosofia antiga surge com a substituição do saber mítico ao da razão e isso ocorreu com o 
surgimento da polis grega (cidade-estado). 
Com essa nova organização social e política pelo qual a Grécia passava, foi fundamental para 
dar lugar a racionalidade humana e, com isso, as reflexões dos filósofos. 
Mais tarde, as discussões que ocorriam em praça pública juntamente com o poder da palavra e 
da razão (logos) levaram a criação da democracia. 
 
Períodos da Filosofia 
 
Lembre-se que a filosofia está dividida didaticamente em 4 períodos: 
 Filosofia Antiga 
 Filosofia Medieval 
 Filosofia Moderna 
 Filosofia Contemporânea 
Filosofia Grega 
A filosofia grega está dividida em três períodos: 
 Período Pré-socrático (séculos VII a V a.C.): corresponde ao período dos primeiros filósofos 
gregos que viveram antes de Sócrates. Os temas estão centrados na natureza, do qual se 
destaca o filósofo grego Tales de Mileto. 
 Período Socrático (século V a IV a.C.): também chamado de período clássico, nesse momen-
to surge a democracia na Grécia Antiga. Seu maior representante foi o filósofo grego Sócrates 
que começa a pensar sobre o ser humano. Além dele, merecem destaque: Aristóteles e Pla-
tão. 
 Período Helenístico (século IV a.C. a VI d.C.): Além de temas relacionados com a natureza e 
o homem, nessa fase os estudos estão voltados para a realização humana por meio das virtu-
des e da busca da felicidade. 
 
Principais Escolas Filosóficas da Filosofia Antiga 
 
Agora que você já sabe os períodos em que está dividida, veja quais as principais escolas de 
pensamento da filosofia antiga: 
 Escola Jônica: reuniu os primeiros filósofos na cidade grega de Mileto, localizada na região da 
Jônia, no litoral ocidental da Ásia menor (atual Turquia). Além de Mileto, temos a cidade de 
Héfeso, com Heráclito como seu principal representante e Samos, com Pitágoras. Na cidade 
grega de Mileto destacam-se Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes. 
 Escola Itálica: foi desenvolvida na atual região do sul da Itália (na cidade de Elei) e da Sicília 
(nas cidades de Aeragas e Lentini). Destacam-se os filósofos Parmênides, Zenão, Empédocles 
e Górgias. 
 
Principais Filósofos da Antiguidade 
Veja abaixo os principais filósofos e os principais problemas filosóficos refletidos por eles: 
 Tales de Mileto (623-546 a.C.): filósofo pré-socrático considerado o “Pai da Filosofia” propõe 
que a água é a substância primordial da vida, denominada de arché. Para ele “Tudo é água”. 
 Anaximandro (610-547 a.C.): discípulo de Tales de Mileto, o filósofo procurou buscar o 
elemento fundamental de todas as coisas, denominando de ápeiron (o infinito e o indetermina-
do), que representaria a massa geradora da vida e do universo. 
 Anaxímenes (588-524 a.C.): discípulo de Anaximandro, para o filósofo a substância primordial 
que origina todas as coisas é o elemento ar. 
 Pitágoras de Samos (570-490 a.C.): segundo ele, a origem de todas as coisas estava 
intimamente relacionada com os números. Suas ideias foram essenciais para a filosofia e a 
matemática (Teorema de Pitágoras). 
 Heráclito (535-475 a.C.): filósofo pré-socrático que contribuiu com as reflexões da existência. 
Segundo ele, tudo está em processo de mudança e o fluxo constante da vida é impulsionado 
pelas forças opostas. Elegeu o fogo como elemento essencial da natureza. 
 Parmênides (510-470 a.C.): considerado um dos principais filósofos pré-socráticos, contribuiu 
para os estudos do ser (ontologia), da razão e da lógica. Em suas palavras: “O ser é e o não 
ser não é”. 
 Zenão de Eleia (488-430 a.C.): discípulo de Parmênides, de suas reflexões filosóficas destaca-
se o “Paradoxo de Zenão”, no qual pretendia demonstrar que a noção de movimento era con-
traditória e inviável. 
 Empédocles (490-430 a.C.): por meio do pensamento racional o filósofo defendeu a existência 
dos quatro elementos naturais (ar, água, fogo e terra) que agiriam de maneira cíclica a partir de 
dois princípios: o amor e o ódio. 
 Demócrito (460-370 a.C.): foi criador do conceito de Atomismo. Segundo ele, a realidade era 
formada por partículas invisíveis e indivisíveis denominadas de átomos (matéria). Nas palavras 
do filósofo “Tudo o que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade”. 
 Protágoras (480-410 a.C.): filósofo sofista e famoso por sua célebre frase “O homem é a 
medida de todas as coisas”. Contribuiu para as ideias associadas ao subjetivismo dos seres. 
 Górgias (487-380 a.C.): um dos maiores oradores da Grécia antiga, esse filósofo seguiu os 
estudos sobre o subjetivismo de Protágoras, o que o levou a um ceticismo absoluto. 
 Sócrates (469-399): um dos maiores filósofos da Grécia antiga, contribuiu para os estudos do 
ser e de sua essência. A filosofia socrática esteve pautada no autoconhecimento (“conhece-te 
a ti mesmo”), desenvolvida mediante diálogos críticos (a ironia e a maiêtica). 
 Platão (427-347 a.C.): discípulo de Sócrates, escreveu sobre as ideias de seu mestre. De suas 
reflexões filosóficas destaca-se a “Teoria das Ideias” que seria a passagem do mundo sensível 
(aparência) para o mundo das ideias (essência). O “mito da caverna” demostra essa dicotomia 
entre a ilusão e a realidade. 
 Aristóteles (384-322 a.C.): ao lado de Sócrates e Platão, foi um dos mais importantes filósofos 
da Antiguidade. Suas ideias são consideradas a base do pensamento lógico e científico. Es-
creveu diversas obras sobre a essência dos seres (Metafísica), a lógica, a política, a ética, as 
artes, a potência, etc. 
 Epicuro (324-271 a.C.): fundador do epicurismo, para o filósofo a vida deveria estar baseada 
no prazer. No entanto, diferente da corrente hedonista, o prazer epicurista seria racional e equi-
librado. Se não fosse dessa maneira, o prazer poderia resultar na dor e no sofrimento. 
 Zenão de Cítio (336-263 a.C.): fundador do estoicismo, defendia a ideia de uma realidade 
racional, que ocorre por meio do dever da compreensão. Dessa forma, por meio da compreen-
são a realidade de que faz parte o homem e a natureza leva ao caminho da felicidade. 
 Pirro (365-275 a.C.): fundador do Pirronismo, defendia a ideia da incerteza em tudo que nos 
envolve, por meio de uma postura ceticista. Assim, nenhum conhecimento é seguro sendo a 
busca da verdade absoluta uma postura inútil. 
 Diógenes (413-327 a.C.): filósofo da corrente filosófica do cinismo, ele buscou defender uma 
postura anti-materialista se afastando de todos os bens materiais e focando no conhecimento 
de si. 
 
 
O que é Filosofia? 
Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio 
da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”. 
Os principais temas abordados pela filosofia são: a existência e a mente humana, o saber, a 
verdade, os valores morais, a linguagem, etc. 
O filósofo é considerado um sábio, sendo aquele que reflete sobre essas questões e busca o 
conhecimento através da filosofia. 
Dependendo do conhecimento desenvolvido, a filosofia possui uma gama de correntes e pen-
samentos. Como exemplos temos:filosofia cristã, política, ontológica, cosmológica, ética, em-
pírica, metafísica, epistemológica, etc. 
 
Para que serve a Filosofia? 
 
Por meio de argumentos que utilizam a razão e a lógica, a filosofia busca compreender o pen-
samento humano e os conhecimentos desenvolvidos pelas sociedades. 
A filosofia foi essencial para o surgimento de uma atitude crítica sobre o mundo e os homens. 
Ou seja, a atitude filosófica faz parte da vida de todos os seres humanos que questionam 
sobre sua existência e também sobre o mundo, o universo. 
De tão importante, esse campo do conhecimento tornou-se uma disciplina obrigatória no currí-
culo escolar, bem como foram criadas diversas faculdades de filosofia. 
 
Origem da Filosofia 
 
A filosofia tem início na Antiguidade, quando surgem as cidades-estados na Grécia Antiga. 
Antes disso, o pensamento, a existência humana e os problemas do mundo eram explicados 
de maneira mítica. 
Ou seja, as explicações estavam baseadas na religião, na mitologia, na história dos deuses e, 
até mesmo, nos fenômenos da natureza. 
Assim, com o surgimento da polis grega, os filósofos, que na época eram considerados envia-
dos dos deuses, começaram a investigar e sistematizar o pensamento humano. 
Com isso, surgem diversos questionamentos, que até esse momento não possuíam tal explica-
ção racional. O pensamento mítico foi dando lugar ao pensamento racional e crítico e daí sur-
giu a filosofia. 
 
Você sabia? 
Os termos “filosofia”, “filósofo” e “matemática” foram criados pelo filosofo pré-
socrático grego Pitágoras. Segundo ele: 
“O filósofo não é dono da verdade, nem detém todo conhecimento do mundo. Ele é ape-
nas uma pessoa que é amiga do saber.” 
Períodos, Correntes Filosóficas e Principais Filó-
sofos 
 
Filosofia Antiga 
A Filosofia Antiga surge no século VII a.C. na Grécia Antiga. A filosofia grega está dividida em 
três períodos: 
 Período Pré-socrático (séculos VII a V a.C.); 
 Período Socrático (século V a IV a.C.); 
 Período Helenístico (século IV a.C. a VI d.C.). 
As principais escolas filosóficas desse período foram a Escola Jônica e a Escola Itálica. 
Na Escola Jônica destacam-se os filósofos: Heráclito, Pitágoras, Tales de Mile-
to, Anaximandro e Anaxímenes. 
Já na Escola Itálica, temos os filósofos: Parmênides, Zenão, Empédocles e Górgias. 
Filosofia Medieval 
A Filosofia Medieval desenvolveu-se na Europa entre os séculos I e XVI. Esteve dividida em 
quatro períodos: 
 Filosofia dos Padres Apostólicos (séculos I e II); 
 Filosofia dos Padres Apologistas (séculos III e IV); 
 Filosofia Patrística (século IV até o VIII); 
 Filosofia Escolástica (século IX até XVI). 
Na Filosofia dos Padres Apostólicos destaca-se o filósofo Paulo de Tarso. Na Filosofia dos 
Padres Apologistas destacam-se os filósofos: Justino Mártir, Orígenes de Alexandria e Tertuli-
ano. 
Na Filosofia Patrística, o maior representante desse período foi Santo Agostinho de Hipona. 
Por fim, na Filosofia Escolástica temos São Tomás de Aquino como o filósofo mais importante. 
Filosofia Moderna 
A Filosofia Moderna desenvolveu-se entre os séculos XV e XVIII. René Descartes é considera-
do o fundador da filosofia moderna com a criação do método cartesiano. 
As principais correntes filosóficas desse período foram: Humanismo, Cientificismo, Racionalis-
mo, Empirismo e Iluminismo. 
Alguns filósofos modernos são: Michel de Montaigne, Nicolau Maquiavel, Francis Bacon, Im-
manuel Kant, Montesquieu, Rousseau, Voltaire, Denis Diderot, Thomas Hobbes, John Locke, 
etc. 
Filosofia Contemporânea 
A Filosofia Contemporânea desenvolveu-se entre os séculos XVIII e XX. Merece destaque 
a Escola de Frankfurt, criada em 1920 na Alemanha, tendo como principais filósofos: Theodor 
Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin e Jurgen Habermas. 
Nesse período, muitas correntes filosóficas foram desenvolvidas: 
 Marxismo 
 Positivismo 
 Racionalismo 
 Utilitarismo 
 Pragmatismo 
 Cientificismo 
 Fenomenologia 
 Sistema Hegeliano 
 Niilismo 
 Existencialismo 
 Materialismo 
 Estruturalismo 
 Idealismo Filosófico 
Além dos filósofos da Escola de Frankfurt, merecem destaque: 
 Michel Foucault 
 Friedrich Nietzsche 
 Friedrich Hegel 
 Karl Marx 
 Jean Paul Sartre 
 Auguste Comte 
 Martin Heidegger 
 Ludwig Wittgenstein 
 Arthur Schopenhauer 
 Zygmunt Baumen 
 
 
Maiêutica 
 
A Maiêutica foi elaborada por Sócrates no século IV a.C. Através desta linha filosófica ele pro-
cura dentro do Homem a verdade. É famosa sua frase “Conhece-te a ti mesmo”, que dá início à 
jornada interior da Humanidade, na busca do caminho que conduz à prática das virtudes mo-
rais. Através de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica 
dá à luz idéias complicadas. 
Sócrates, seu criador, nasceu por volta de 470 ou 469 a.C., na cidade de Atenas. Ao longo de 
sua vida ocupou alguns cargos públicos, mas seu comportamento sempre foi modelo de inte-
gridade e ética. Sua educação se deu principalmente através da meditação, moldada na eleva-
da cultura ateniense deste período. Ele acreditava não ser possível filosofar enquanto as pes-
soas não alcançassem o autoconhecimento, percebendo assim claramente seus limites e im-
perfeições. Assim, considerava que deveria agir conforme suas crenças, com justiça, retidão, 
edificando homens sábios e honestos, ao contrário dos sofistas, que só buscavam tirar vanta-
gens pessoais das situações. 
Sua forma de viver, porém, com liberdade de opinião, considerações críticas, ironia e uma ma-
neira específica de educar, provocaram a ira geral e lhe angariou uma lista de inimigos. Sob a 
ótica de seus contemporâneos, ele era visto como líder de uma elite intelectual. Acusado de 
perverter os jovens e de substituir os deuses venerados em sua terra natal por outros desco-
nhecidos, ele negou-se a elaborar uma defesa própria, pois argumentava que seus ensinamen-
tos eram imortais, não algo para ser compreendido e aceito naquele momento, no âmbito da 
vida material. Assim, preferiu morrer, recusando inclusive a fuga providenciada por seu discípu-
lo Criton, porque não desejava ir contra as leis humanas. Assim, morreu aos 71 anos de idade, 
vítima da execução à qual fora condenado. 
O filósofo busca o conhecimento através de questões que revelam uma dupla face – a ironia e 
a maiêutica. Através da ironia, o saber sensível e o dogmático se tornam indistintos. Sócrates 
dava início a um diálogo com perguntas ao seu ouvinte, que as respondia através de sua pró-
pria maneira de pensar, a qual ele parecia aceitar. Posteriormente, porém, ele procurava con-
vencê-lo da esterilidade de suas reflexões, de suas contradições, levando-o a admitir seu equí-
voco. 
Por intermédio da maiêutica, ele mergulha no conhecimento, ainda superficial na etapa anteri-
or, sem atingir porém um saber absoluto. Ele utilizava este termo justamente porque se referia 
ao ato da parteira – profissão de sua mãe -, que traz uma vida á luz. Assim ele vê também a 
verdade como algo que é parido. Seu senso de humor costumava desorientar seus ouvintes, 
que na conclusão do debate acabavam admitindo seu desconhecimento. Deste diálogo nascia 
um novo conhecimento, a sabedoria. Um exemplo comum deste método é o conhecido diálogo 
platônico „Mênon‟ – nele Sócrates orienta um escravo sem instrução a adquirir tal conhecimen-
to que ele se torna capaz de elaborar diversos teoremas de geometria. 
 
Iluminismo 
Introdução (o que foi, conceito e surgimento) 
 
O Iluminismo surgiu na França, no século XVII. Porém, o auge deste movimento foi na primeira 
metade do século XVIII. Ele defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica (religiosa), 
que dominava a Europa desde a IdadeMédia. Segundo os filósofos iluministas, esta nova for-
ma de pensamento tinha o propósito de iluminar "as trevas" na qual se encontrava a sociedade. 
 
Os principais ideais iluministas 
 
Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria 
ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, blo-
queavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas 
para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. 
 
O Século das Luzes 
 
O apogeu deste movimento intelectual foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser co-
nhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a 
Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve 
influência em outros movimentos sociais, como na independência das colônias inglesas na 
América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil. 
 
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela so-
ciedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma socie-
dade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, 
eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrá-
rios ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero. 
 
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que 
possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma de participação 
limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, naquela forma de 
governo, o rei detinha todos os poderes (absolutismo). Outra forma de impedimento aos bur-
gueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econô-
micas. 
 
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: No topo da sociedade estava o 
clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do cam-
po. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significati-
vamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privi-
légios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas que impediam a 
expansão comercial para a classe burguesa. 
 
Principais filósofos iluministas 
 
Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke (1632-1704), ele acre-
ditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através 
do empirismo; Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e 
não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta igualdade 
para todos; Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político 
em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le 
Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia 
conhecimentos e pensamentos filosóficos da época. 
 
Você sabia? 
 
- A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, redigida na França no ano 
de 1789, foi um importante documento democrático, elaborado com inspiração 
dos ideais do Iluminismo. 
 
Iluminismo 
O Iluminismo, também conhecido como "Século das Luzes", foi um movimento intelectual 
europeu surgido na França no século XVII. 
A principal característica desta corrente de pensamento foi defender o uso da razão sobre o da 
fé para entender e solucionar os problemas da sociedade. 
 
Resumo 
Os iluministas exaltavam o poder da razão em detrimento ao da fé e da religião. Com isso, 
acreditavam que poderiam reestruturar a sociedade, ainda presa ao conhecimento herdado da 
tradição medieval. 
Através da união de escolas de pensamento filosóficas, sociais e políticas, os iluministas bus-
caram estender a crítica racional em todos os campos do saber humano. 
Assim, enfatizavam a defesa do conhecimento racional para desconstruir preconceitos e 
ideologias religiosas. Por sua vez, essas seriam superadas pelas ideias de progresso e perfec-
tibilidade humana. 
Em suas críticas, os pensadores iluministas argumentavam contra as determinações mercanti-
listas e religiosas. 
Também foram avessos ao absolutismo e aos privilégios dados à nobreza e ao clero. Isso aba-
lava os alicerces da estrutura política e social absolutista. 
Desta maneira, filósofos como Diderot e D‟Alembert buscaram reunir todo o conhecimento pro-
duzido à luz da razão num compêndio dividido em 35 volumes: a Enciclopédia (1751-1780). 
A publicação da Enciclopédia contou com a participação de vários expoentes iluministas como 
Montesquieu e Rousseau. 
Suas ideias se difundiram principalmente entre a burguesia, os quais detinham a maior parte 
do poder econômico. Entretanto, não possuíam nada equivalente em poder político e ficaram 
sempre à margem das decisões. 
 
Características do Iluminismo 
 
O iluminismo rejeitava a herança medieval. Por isso, passaram a chamar este período de "Ida-
de das Trevas". Foram esses pensadores que inventaram a ideia que nada de bom havia acon-
tecido nesta época. 
Por isso, advogavam pela limitação dos privilégios do clero e da igreja; bem como o uso da 
ciência para questionar as doutrinas religiosas. 
 
Economia 
 
Em oposição ao Mercantilismo, o Estado deveria praticar o liberalismo. Ao invés de intervir na 
economia, o Estado deveria deixar que o mercado a regulasse. Essas ideias foram expostas, 
principalmente, por Adam Smith. 
 
Política 
 
Contrários ao Absolutismo, os iluministas afirmavam que o poder do rei deveria ser limitado por 
um conselho ou uma Constituição. Igualmente, os súditos deveriam ter mais direitos e serem 
tratados de forma igualitária. 
Com isso queria se afirmar que todos deveriam pagar impostos e minorias como os judeus 
tinham que ser reconhecidos como cidadãos plenos. 
 
Despotismo Esclarecido 
As ideias iluministas se espalharam de tal modo que muitos governantes buscaram implantar 
medidas embasadas no iluminismo para modernizar seus respectivos Estados. 
Isso acontecia sem abdicação de seu poder absoluto, mas apenas conciliando-o aos interesses 
populares. Deste modo, aqueles governantes faziam parte do Despotismo Esclarecido. 
Os ideais iluministas tiveram serias implicações sociopolíticas. Como exemplo, o fim do colo-
nialismo e do absolutismo e o liberalismo econômico, bem como a liberdade religiosa, o que 
culminou em movimentos como a Revolução Francesa (1789). 
Iluminismo no Brasil 
 
O Iluminismo chegou ao Brasil através das publicações que eram contrabandeadas para a 
colônia. 
Igualmente, vários estudantes que iam à Universidade de Coimbra também tiveram contato 
com as ideias iluministas e passaram a difundi-las. 
Essas ideias passavam a questionar o próprio sistema colonial e fomentar o desejo de mudan-
ças. 
Assim, o movimento da Luzes influenciou a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baia-
na (1798) e a Revolução Pernambucana (1817). 
 
Principais Pensadores Iluministas 
 
Segue abaixo os principais filósofos iluministas: 
 Montesquieu (1689-1755) 
 Voltaire (1694-1778) 
 Diderot (1713-1784) 
 D‟Alembert (1717-1783) 
 Rousseau (1712-1778) 
 John Locke (1632-1704) 
 Adam Smith (1723-1790) 
 
O Mito e a Filosofia 
Mito, do grego mýthos, é uma narrativa tradicional cujo objetivo é explicar a origem e exis-
tência das coisas. 
 
Origem do Mito 
Esse foi o recurso utilizado durante anos para explicar tudo o que existe no Universo. Desta 
forma, foram criados mitos para explicar a origem dos homens, dos sentimentos, dos fenôme-
nos naturais, entre outros. 
O mito era considerado uma história sagrada, narrada pelo rapsodo - que supostamente era a 
pessoa escolhidapelos deuses para transmitir oralmente as narrativas. 
O fato de o narrador advir de uma escolha divina, atribuía ao mito o caráter de incontestabilida-
de, pois os deuses eram inquestionáveis. 
Importa referir que, além de explicar as origens, a mitologia - o conjunto dessas histórias fan-
tásticas - desempenhavam um papel moral. 
Esse tipo de narrativa era pertinente para responder aos questionamentos até que, a partir do 
século VII a.C. as explicações oriundas dessas histórias iam deixando de satisfazer os primei-
ros filósofos gregos - os pré-socráticos. 
Assim, o mundo começava a ser investigado através da razão, priorizando o natural em detri-
mento do sobrenatural. Começando a fazer uso da razão, os filósofos não acreditavam nos 
mitos e exigiam comprovações. 
 
Surgimento da Filosofia 
 
O surgimento da Filosofia se deu na Grécia, mais precisamente com a formação da pólis - ci-
dade-Estado grega. Lá, os cidadãos discutiam política em público, tentando chegar à melhor 
forma de organização da sociedade. 
Isso motivava o uso do raciocínio, da reflexão. Com o tempo, as pessoas não discutiam apenas 
política, mas se indagavam acerca de vários aspectos, o que levou ao crescimento da investi-
gação. 
Desta forma, a transição entre o pensamento mítico e o pensamento racional aconteceu de 
forma progressiva. 
Os filósofos pré-socráticos buscaram nos elementos da natureza a resposta sobre as origens. 
 
O que Mito e Filosofia têm em comum? 
Ambos buscam explicar as origens, sendo basicamente essa a característica que os aproxima. 
Vejamos, entretanto, quais as suas diferenças. 
Diferenças entre o Mito e a Filosofia 
Mito Filosofia 
Fantástico, imaginário Verdadeiro, real 
Sobrenatural Natural 
Inquestionável Questionável 
Fantasia, incoerência Razão, coerência 
Irracional Lógico 
 
A Filosofia e a Ciência 
Até a Idade Média não havia diferença entre Filosofia e Ciência. Com o desenvolvimento da 
análise e investigação, todavia, surgiram a Matemática, a Química, a Geografia, a Sociologia, 
enfim, as diversas áreas científicas. 
A Filosofia é, assim, a origem para todas as ciências. 
 
O Mito - O que é Mito? 
Mitos são histórias tradicionais, quase sempre sobre deuses, heróis ou criaturas do mundo 
animal, que explicam por que o mundo é do jeito que é. 
Pessoas de todos os tempos e de todos os tipos de cultura constataram que a vida está repleta 
de mistérios. Por exemplo: qual é a origem do mundo, por que o sol se movimenta atravessan-
do o firmamento, o que faz as coisas crescerem, por que as plantas morrem no inverno e re-
nascem na primavera, de que modo ocorrem as marés, por que há terremotos, para onde vão 
as pessoas quando morrem, se é que vão para algum lugar? 
Na tentativa de responder a perguntas como essas, o homem criou narrativas que transcen-
dem a existência comum e cotidiana e que se enraizaram em diferentes culturas. 
Dessa maneira, as respostas para as mais complicadas indagações da vida foram transmitidas 
de geração para geração, na forma de mitos. Em geral havia semelhanças entres as histórias 
contadas em sociedade marcadamente distintas, como nas Mitologias da Grécia Antiga e dos 
Nórdicos, nas quais aparecem temas universais como a vida após a morte e a origem do mun-
do. 
Os mitos eram bem mais do que o simples contar história. Cada cultura possuía cerimônias e 
rituais próprios associados aos mitos. Essa associação implicava representar histórias exem-
plares ou oferecer sacrifícios aos deuses, na esperança de receber alguma benção em troca, 
como uma boa safra ou a vitória em uma batalha. 
Explicações mitológicas do mundo diferem das explicações apresentadas pela filosofia, que se 
baseiam na experiência e na razão. Os filósofos gregos buscavam explicações naturais, não 
explicações sobrenaturais. 
Esses filósofos diziam que os mitos não combinavam com um entendimento adequado da rea-
lidade. Criticavam as histórias de Homero porque nelas os deuses tem exatamente as mesmas 
imperfeições dos seres humanos. 
O pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI a.C. e nasceu do desejo de do-
minação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. A verdade do Mito não obedece à 
lógica nem da verdade baseada na experiência, nem da verdade científica. 
É verdade compreendida, que não necessita de provas para ser aceita. É portanto uma per-
cepção compreensiva da realidade, é uma forma espontânea do homem situar-se no mundo. 
Normalmente, associa-se, erroneamente, o conceito de mito à mentira, ilusão,ídolo, lenda ou 
ficção. 
O mito não é uma mentira, pois é verdadeiro para quem o vive. A narração de determinada 
história mítica é uma primeira atribuição de sentido ao mundo, sobre o qual a afetividade e a 
imaginação exercem grande papel. 
Não podemos afirmar também que o mito é uma ilusão, pois sua história tem uma racionalida-
de, mesmo que não tenha uma lógica, por trabalhar com a fantasia. 
Devemos diferenciar mito e ídolo, pois mesmo existindo uma relação entre eles, o mito é muito 
“maior” que o ídolo (objeto de paixão, veneração). 
O mito é muito confundido com o conceito de lenda, porém esta não tem compromisso nenhum 
com a realidade, são meras histórias sobrenaturais. 
O mito não é exclusividade de povos primitivos, nem de civilizações nascentes, mas existe em 
todos os tempos e culturas como componente inseparável da maneira humana de compreen-
der a realidade. O mito é, na realidade, uma maneira de entender o passado. 
Um historiador de religiões, certa vez afirmou: “Os mitos contam apenas aquilo que realmente 
aconteceu“. Isto não quer dizer que os mitos explicam os fatos corretamente. Eles sugerem, 
entretanto, que por trás da explicação existe uma realidade que não pode ser conhecida e/ou 
examinada. 
Tipos de mitos 
Mitos cosmogônicos 
Dentre as grandes interrogações que o homem permanece incapaz de responder, apesar de 
todo o conhecimento experimental e analítico está à origem da humanidade e do mundo que 
habita. 
É como resposta a essa interrogação que surgem os mitos cosmogônicos. As explicações ofe-
recidas por esses mitos podem ser reduzidas a alguns poucos modelos, elaborados por dife-
rentes povos. 
É comum encontrar nas várias mitologias a figura de um criador que, por ato próprio e autôno-
mo, estabeleceu ou fundou o mundo em sua forma atual. 
Os mitos desse tipo costumam mencionar uma matéria já existente a toda a criação: o oceano, 
o caos ou a terra. 
A criação a partir do nada, unicamente pela palavra de Deus, aparece claramente no livro bíbli-
co do Gênesis. 
Mitos escatológicos 
Ao lado da preocupação com o enigma da origem, figura para o homem, como grande mistério, 
a morte individual, associada ao temor da extinção de todo o povo e mesmo do desapareci-
mento do universo inteiro. 
Para a mitologia, a morte não aparece como fato natural, mas como elemento estranho à cria-
ção original, algo que necessita de uma justificativa, de uma solução em outro plano de reali-
dade. 
Algumas explicações predominam nas diversas mitologias. Há mitos que falam de um primeiro 
período em que a morte não existia e contam como ela sobreveio por efeito de um erro, de um 
castigo ou para evitar a superpopulação. 
Outros mitos, geralmente presentes em tradições culturais mais elaboradas, fazem referência à 
condição original do homem como ser imortal e habitante de um paraíso terreno, e apresentam 
a perda dessa condição e a expulsão do paraíso como tragédia especificamente humana. 
Natureza do mito 
Um dos livros mitológicos mais conhecidos é a “Ilíada”, de Homero, que conta sobre a Guerra 
de Troia. Nenhum leitor, hoje em dia, aceita a obra de Homero como um relato histórico. Po-
rém, não existe quase nenhuma dúvida de que, em algum tempo, muitos séculos antes de 
Homero, realmente houve uma guerra entre cidades-estadogregas e habitantes do noroeste 
da Ásia Menor. 
Outro dos grandes mitos dos povos antigos é o Dilúvio. A versão mais conhecida é o relato, 
encontrado no Gênesis o primeiro livro da Bíblia, de Noé e sua arca. 
Nenhum cientista hoje admitiria que uma enchente pudesse ter coberto toda Terra, com a água 
atingindo as mais altas montanhas, mas a antiga Mesopotâmia sofreu muitas inundações. 
É provável que uma excepcional enchente tenha se tornado um tema para a futura criação de 
um mito. Talvez, as ocorrências de muitas inundações foram agrupadas para, juntas, tornar-se 
uma única estória. 
A função dos Mitos 
Os mitos tentam responder muitas questões. 
Como o mundo surgiu? Como são os deuses, e de onde vieram? Como surgiu a humanidade? 
Por quê existe o mal no mundo? O que acontece após a morte? Os mitos também tentam ex-
plicar costumes e rituais de uma determinada sociedade. Eles explicam as origens da agricultu-
ra e a fundação de várias cidades. 
Além de fornecer tais explicações, os mitos são usados para justificar o modo de vida de uma 
sociedade. Várias famílias em muitas civilizações antigas, justificavam os seus poderes através 
de lendas que descreviam suas origens como sendo divinas. 
A narração mitológica envolve basicamente acontecimentos supostos, relativos a épocas pri-
mordiais, ocorridos antes do surgimento dos homens (história dos deuses) ou com os “primei-
ros” homens (história ancestral). 
O verdadeiro objeto do mito, contudo, não são os deuses nem os ancestrais, mas a apresenta-
ção de um conjunto de ocorrências fabulosas com que se procura dar sentido ao mundo. 
O mito aparece e funciona como intervenção simbólica entre o sagrado e o seu oposto (o pro-
fano), condição necessária à ordem do mundo e às relações entre os seres. 
As semelhanças com a religião mostram que o mito se refere – ao menos em seus níveis mais 
profundos – a temas e interesses que ultrapassam a experiência imediata, o senso comum e a 
razão: Deus, a origem, o bem e o mal, o comportamento ético e a escatologia (destino último 
do mundo e da humanidade). 
Mito e religião 
Alguns especialistas, atribuem importância especial ao argumento religioso do mito. Com efei-
to, são muito frequentes os mitos que tratam sobre a origem dos deuses e do mundo, dos ho-
mens, de determinados ritos religiosos, de preceitos morais, tabus, pecados e redenção. 
Em certas religiões, os mitos formam um corpo doutrinal e estão estreitamente relacionados 
com os rituais religiosos, o que levou alguns autores a considerar que a origem e a função dos 
mitos é explicar os rituais religiosos. 
Mas tal hipótese não foi universalmente aceita, por não esclarecer a formação dos rituais e 
porque existem mitos que não correspondem a um ritual. 
O mito, portanto, é uma linguagem apropriada para a religião. Isso não significa que a religião, 
tampouco o mito, conte uma história falsa, mas que ambos traduzem numa linguagem de des-
crições e narrações uma realidade que ultrapassa o senso comum e a racionalidade humana e 
que, portanto, não cabe em meros conceitos analíticos. 
Religião e mito discordam, não quanto à verdade ou falsidade daquilo que narram, mas quanto 
ao tipo de mensagem que transmitem. 
Mito e sociedade 
Como forma de comunicação humana, o mito está obviamente relacionado com questões de 
linguagem e também da vida social do homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de 
uma comunidade e de uma tradição comum. 
Não se conseguiu definir, no entanto, a natureza precisa dessas relações. O estudo da socie-
dade e da linguagem pode começar apenas com os elementos fornecidos pela fala e pelas 
relações sociais humanas, mas em cada caso esse estudo se confronta com uma coerência de 
tradições que não está diretamente aberta à pesquisa. Essa é a área em que atua a mitologia. 
Algumas concepções mitológicas podem exemplificar a complexidade e a variedade das rela-
ções entre mito e sociedade. 
Mito e psicologia 
Freud deu nova orientação à interpretação dos mitos e às explicações sobre sua origem e fun-
ção. Mais que uma recordação antiga de situações históricas e culturais, ou uma elaboração 
fantasiosa sobre fatos reais, os mitos seriam, segundo a nova perspectiva proposta, uma ex-
pressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamen-
te comparável ao que são os sonhos na vida do indivíduo. 
Não foi por outra razão que Freud recorreu ao mito grego para dar nome ao complexo de Édi-
po. 
Para ele, o mito do rei que mata o pai e casa com a própria mãe simboliza e manifesta a atra-
ção de caráter sexual que o filho, na primeira infância, sente pela mãe e o desejo de superar o 
pai. 
Mito e arte 
Pelo caráter simbólico que reveste, o mito pode ser considerado como uma forte manifestação 
artística e geradora de arte. 
Em cada povo e civilização, os mitos são fonte de inspiração para as mais diversas obras de 
arte como esculturas, pinturas, inscrições, monumentos, construções de templos e até mesmo 
a disposição dos túmulos em cemitérios. 
Hoje em vários museus do mundo existem quadros e esculturas representando os antigos per-
sonagens que fizeram parte da mitologia. 
Mito e razão 
Alguns autores reduzem os mitos a narrativas referentes há tempos antiquados e elaborados 
em épocas pré-críticas, isto é, antes do uso de métodos racionais de estudo e análise. 
Entendem que o mito tornou-se, com o tempo, mera literatura, embora encontrem dificuldades 
para estabelecer com precisão quando teria cessado a criatividade mítica. 
Outros estudiosos, ao contrário, consideram o pensamento mítico um constante estudo sobre o 
estudo e a classificação dos caracteres físicos dos grupos humanos, complementares ao pen-
samento racional e não um estágio “menos evoluído” deste. 
Apontam, para demonstrá-lo, sinais de que o pensamento mítico está em operação em muitas 
das manifestações culturais contemporâneas como a arte. 
O pensamento racional e científico não seria, portanto, um decifrador de mitos e substituto do 
pensamento mítico, mas pode ser capaz de reconhecer sua atualidade. 
Enquanto a astronomia, com suas descobertas, esvaziou os céus, antes povoados de deuses, 
a sociologia e a psicologia descobriram forças que se impõem ao pensamento e à vontade 
humana, e portanto, atuam e se manifestam de modo independente. 
Mitos sobre o tempo e a eternidade 
Os corpos celestes sempre atraíram a curiosidade e o interesse humano, em todas as culturas. 
A regularidade e precisão inalteráveis do movimento dos astros foram com certeza uma ima-
gem poderosa na formação de uma ideia de “tempo transcendente”, concebido como eternida-
de, em contraste com o mundo de incessantes alterações e os acontecimentos inesperados 
vividos no tempo terreno. 
O retorno periódico dos fenômenos siderais e de processos naturais terrestres projetou-se, em 
algumas culturas, na concepção repetitiva do tempo. 
Mitos de transformação e de transição 
Numerosos mitos narram mudanças cósmicas, produzida ao término de um tempo primordial 
anterior à existência humana e graças às quais teriam surgido condições favoráveis à formação 
de um mundo habitável. 
Outras grandes transformações e inovações, como a descoberta do fogo e da agricultura, es-
tão associadas aos mitos dos grandes fundadores culturais. 
Nos mitos, são frequentes as transformações temporárias ou definitivas dos personagens, seja 
em outras figuras humanas ou em animais, plantas, astros, rochas e outros elementos da natu-
reza. 
As mudanças e transformações que se dão nos momentos críticos da vida individual e social 
são objetos de particular interesse mitológicos e rituais: nascimento, ingresso na vida adulta, 
casamento, morte – acontecimentos marcantes para a pessoa e sua comunidade – são inter-
pretados como atualizações de processos cósmicos ou de realidades míticas.Deuses e heróis 
Em muitas mitologias, descrevem-se hierarquias de deuses, cada uma com um ou mais deuses 
supremos. A supremacia pode ser partilhada pelos membros de um casal, ou ser atribuída 
simultaneamente a dois ou três deuses distintos. 
Pode também variar com o tempo, segundo circunstâncias históricas, como por exemplo o 
domínio de um povo sobre outro ou o predomínio de determinados interesses e atividades (de 
tipo agrícola, guerreiro etc.). 
São frequentes os relatos de deuses supremos, por vezes identificados como criadores origi-
nais do mundo, que a seguir ficam inativos e deixam o governo a cargo de outro deus ou deu-
ses. 
O Mito hoje 
Mas, e quanto aos nossos dias, os mitos são diferentes? 
Tradicionalmente, a criação de mitos e lendas, olha para o passado para tentar fazer com que 
o presente tenha sentido. Ao invés disso, alguns mitos modernos olham para o futuro. Os con-
tadores de estórias fazem uso de muitas invenções dos últimos séculos para tentar dar pistas 
de como a Terra será daqui há centenas de anos, ou para imaginar a vida daqui há bilhões de 
anos-luz no espaço ou no futuro distante. 
A criação de mitos, assim como a superstição, não é apenas propriedade de pessoas que vive-
ram há milhares de anos atrás. Isto persiste através da história. 
O Oeste Americano do século 19 foi o assunto favorito para a criação de muitos mitos. O Oeste 
era uma realidade. Havia cowboys, índios, foras-da-lei e xerifes. Já as estórias de “Faroeste”, 
apresentadas no cinema e na televisão, são versões bastante românticas de uma realidade 
nada feliz e de riquezas. 
O homem moderno, tanto quanto o antigo, não é só razão, mas também afetividade e emoção. 
Hoje em dia, os meios de comunicação de massa trabalham em cima dos desejos e anseios 
que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva. 
O mito recuperado do cotidiano do homem contemporâneo, não se apresenta com o alcance 
que se fazia sentir no homem primitivo. Os mitos modernos não envolvem mais a totalidade do 
real como ocorria nos mitos gregos, romanos ou indígenas. Podemos escolher um mito da 
sensualidade, outro da maternidade,sem que tenham de ser coerentes entre si. 
Os super-heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos, bem como os personagens de 
filmes, passam a encarnar o Bem e a Justiça, assumindo a nossa proteção imaginária. 
Por que mitos? Por que nos importarmos com eles? O que eles têm a ver com nossas vidas? 
Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do 
espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento. 
As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parte da educação de toda gente. 
Tendo sido suprimidas, em prol de uma educação concorde com uma sociedade industrial, 
onde toda uma tradição de informação mitológica do ocidente se perdeu. 
Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dando uma certa perspectiva naquilo 
que aconteciam em suas vidas. Com a perda disso, por causa dos valores práticos de nossa 
sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada para por no 
lugar. 
Essas informações, provenientes de tempos antigos, têm a ver com os temas que sempre de-
ram sustentação à vida humana, construíram civilizações e formaram religiões através dos 
séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com 
os profundos limites de nossa travessia pela vida, e se você não souber o que dizem os sinais 
deixados por outros ao longo do caminho, terá de produzi-los por conta própria. 
Pensamento Mítico e Pensamento Filosófico 
Historicamente, a filosofia, tal como a conhecemos, inicia com Tales de Mileto. Tales foi o pri-
meiro dos filósofos pré-socráticos, aqueles que buscavam explicar todas as coisas através de 
um ou poucos princípios. 
Ao apresentarem explicações fundamentadas em princípios para o comportamento da nature-
za, os pré-socráticos chegam ao que pode ser considerado uma importante diferença em rela-
ção ao pensamento mítico.Nas explicações míticas, o explicador é tão desconhecido quanto a 
coisa explicada. Por exemplo, se a causa de uma doença é a ira divina, explicar a doença pela 
ira divina não nos ajuda muito a entender porque há doença. As explicações por princípios 
definidos e observáveis por todos os que tem razão (e não apenas por sacerdotes, como ocor-
re no pensamento mítico), tais como as apresentadas pelos pré-socráticos, permitem que 
apresentemos explicadores que de fato aumentam a compreensão sobre aquilo que é explica-
do. 
Talvez seja na diferença em relação ao pensamento mítico que vejamos como a filosofia de 
origem europeia, na sua meta de buscar explicadores menos misteriosos do que as coisas 
explicadas, tenha levado ao desenvolvimento da ciência contemporânea. Desde o início, isto é, 
desde os pré-socráticos vemos a semente da meta cartesiana de controlar a natureza. 
A Necessidade do Estudo do Mito Para a Filosofia 
Um longo período de tempo medeia entre o gradual aparecimento do homem na Terra e o gra-
dual aparecimento do homem utilizador da razão abstrata. Podemos dar por fixa a data de há 
70 000 anos para o definitivo estabelecimento do Homo-Sapiens nas planícies europeias. 
Também podemos dar por fixa a data de há 3000 a 2800 anos para o estabelecimento definiti-
vo, na civilização grega clássica, do uso preferencial do discurso racional como instrumento de 
conhecimento do homem sobre a realidade. 
Entre estas duas datas, o homem aprendeu a modelar a pedra, o barro, a madeira, o ferro, 
levantou diversíssimas casas em função dos materiais que tinha à mão, estabeleceu regras de 
casamento e de linhagem familiar, distinguiu as plantas e os animais bons dos nefastos, des-
cobriu o fogo, a agricultura, a arte da pesca, da caça coletiva, etc. 
No plano estritamente filosófico, interessa-nos, sobretudo, a descoberta (ou invenção) de um 
instrumento que lhe iria permitir acelerar o desenvolvimento do processo de conhecimento da 
realidade por via da conservação das descobertas transmitidas de geração em geração: a pa-
lavra, a linguagem. 
É pela palavra que se vai condensar a experiência que as mãos e os olhos vão adquirindo ao 
longo de gerações. A palavra surge, assim, como dotada de uma força espiritual (sai de dentro 
do homem como a respiração, não se toca, não se vê) que se conserva para além do ciclo da 
vida e da morte, capaz de por si própria reevocar acontecimentos passados, que se estabele-
cem como modelos de ação para o presente, e igualmente capaz de prefigurar o futuro, for-
çando-o a ser conforme aos desejos humanos. 
É assim em torno do uso majestático da palavra que o homem primitivo (de épocas remotas ou 
atuais) vai desenvolver e sintetizar toda a sua capacidade de apreensão de conhecimentos da 
realidade que o cerca. Ora, o que atualmente chamamos Mito Clássico (também existe o mito 
moderno) é o repositório de narrativas, longas ou breves, que as sociedades antigas (anterio-
res à Grécia clássica) ou as sociedades primitivas atuais nos deixaram, nelas condensando a 
sua secular experiência de vida, o modo como encaravam a vida e a morte, os ciclos de renas-
cimento da natureza, o modo como analisavam e escolhia a flora e a fauna da sua região, co-
mo viam e interpretavam os astros no céu, o processo cíclico do dia e da noite, os actos de 
nascimento, de reprodução e de casamento, bem como tudo o que dizia respeito à sua vida 
quotidiana e às regras por que se relacionavam entre si. 
Mito e Pensamento Entre os Gregos 
A mitologia é um assunto fascinante, com este trabalho, entenderemos quais as principais fun-
ções que os mitos tinham, e por que eles eram tão importantes para os gregos. 
Os mitos acima de tudo organizavam as comunidades e formavam o ser pessoal dos cidadãos. 
Neste trabalho explicaremos como e por que isto ocorria.

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