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Analise de Viabilidade

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Universidade Federal Rural do Semi-Árido 
Curso de Engenharia de Produção 
Disciplina: Engenharia Econômica e Finanças 
 Docente: Tiago Costa Carvalho 
Discentes: Adna Hellen da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de viabilidade econômica para aquisição de uma máquina de fazer salgados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mossoró, RN – 08 de março de 2019. 
1. PROBLEMÁTICA 
Atualmente, as organizações estão cada vez mais diversificadas e a necessidade de 
ser estratégico se deve à concorrência de mercado do mundo contemporâneo, pois 
sem competição ser estratégico seria desnecessário (MAGRETTA, 2016). Assim, 
buscar métodos e processos mais eficientes pode ser uma boa estratégia para a 
empresa se manter lucrativa e competitiva, uma vez que o aumento dos custos é 
apresentado por 76,3% dos pequenos empreendedores brasileiros como a principal 
dificuldade enfrentada pelas empresas (SEBRAE, 2017). 
De acordo com os últimos dados divulgados, em 2011, os pequenos negócios 
mostraram sua importância para economia brasileira por representar 27% do 
Produto Interno Bruto (PIB) do país, sendo responsáveis por mais da metade dos 
empregos formais privados (SEBRAE, 2017). O perfil de expectativa de 
investimentos desses empresários aponta para a modernização do negócio, criando 
novos produtos ou processos (43,6%), ampliando a capacidade produtiva (23,0%) e 
o investimento na capacitação dos funcionários (19,7%) (SEBRAE, 2016). 
Com o aumento do número de pedidos, uma empresa localizada na cidade de 
Mossoró, RN, que atua no ramo alimentício com a fabricação e venda de salgados 
(coxinhas, quibe, croquete, bolinha, pão de queijo e nhoque) para eventos não estava 
conseguindo atender a demanda e assim sendo necessário rejeitar pedidos que 
chegavam quando a capacidade de fabricação da empresa era excedida. Essa 
situação motivava a perda de clientes, de ganhos e credibilidade da organização no 
ramo alimentício na cidade. 
Verificando a problemática identificou-se a necessidade de produzir salgadinhos em 
maior quantidade com menor tempo, melhorando a qualidade, padronizando o 
produto final tanto em tamanho como formato e aumentando a capacidade produtiva 
da empresa. Assim foi realizada uma pesquisa para verificar qual máquina existente 
no mercado atendia as necessidades da organização, auxiliando no processo 
produtivo e aumentando a eficiência da empresa. O equipamento escolhido para este 
projeto foi a máquina de fazer salgados Braslaer com contador digital. 
2. CONCEITO 
Esta seção aborda os indicadores utilizados para a realização deste projeto. São eles, 
Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e também Tempo de 
Recuperação do Investimento (PAYBACK). 
2.1. Valor Presente Líquido (VPL) 
O Valor Presente Líquido (VPL) pode ser definido como o somatório dos valores 
presentes dos fluxos determinados através de aplicações, onde são calculados 
através de uma taxa dada e de seu período de duração. Este método concentra todos 
os valores do fluxo de caixa na data zero (LAZARE, 2014). 
De acordo com Sviech e Mantovan (2013), a equação geral para o método VPL é 
seguinte: 
 
 𝑉𝑃𝐿 = ∑
𝐹𝐶𝑗
(1+𝑖)𝑛
− 𝐹𝐶0
𝑛
𝑗=1 (01) 
Onde: 
FCj: Valores de entrada ou saída do caixa em cada período de tempo; 
FC0: Valor do investimento inicial; 
j: Períodos de tempo; 
i: Taxa de desconto do projeto. 
Para Bruni e Famá (apud Zago, Weise & Hornburg, 2009) as vantagens da 
ferramenta VPL podem ser aplicadas em fluxo de caixa que apresentem mais de 
uma variação de sinal, levando em consideração o valor do dinheiro no tempo, 
dependendo dos fluxos de caixa previsionais do projeto e do custo de oportunidade 
do capital, sem ser prejudicado pelas escolhas do tomador de decisão, pelos métodos 
de contabilização usados pela empresa, pela rentabilidade da atual atividade da 
empresa ou pela rentabilidade de outros projetos autônomos. 
O método de VPL também apresenta limitações dentre elas é a determinação da taxa 
mínima de atratividade, ou seja, flexibilidade de escolha da taxa de juros e a 
impossibilidade de reaplicar os benefícios advindos de projetos exitosos (BRUNI & 
FAMÁ, 2003 apud Zago, Weise & Hornburg, 2009, p. 4). 
2.2. Taxa Interna de retorno (TIR) 
A Taxa Interna de retorno de um investimento é o percentual de retorno obtido sobre 
o saldo do capital investido e ainda não recuperado. Matematicamente, a taxa 
interna de retorno é a taxa de juros que iguala o valor presente das entradas de caixa 
ao valor presente das saídas de caixa (SANTOS, 2001, p. 154). Para Sviech e 
Mantovan (2013) a ferramenta TIR é estudada para a análise de investimentos, onde 
é bastante disseminado no meio organizacional. 
Segundo Laponni (2007, p.177), o método TIR apresenta vantagens sedo elas: o 
fluxo de caixa completo do projeto e o valor do dinheiro no tempo. Informa se o 
projeto simples cria ou destrói valor. É uma taxa de juro, uma medida relativa, em 
vez de uma medida absoluta, como o VPL. 
O Mesmo autor (2007, p.177) também revela as limitações do método. 
Deve ser aplicada somente na avaliação de projetos com fluxo de caixa 
com uma única mudança de sinal, denominados projetos do tipo simples 
ou projetos simples. É necessário determinar a priori a taxa requerida do 
projeto. Não tem a propriedade aditiva do VPL de fluxo de caixa de um 
mesmo projeto. A maior TIR não seleciona o melhor projeto de um 
grupo de projetos mutuamente excludentes com o mesmo prazo de 
análise, exceto aplicando a análise incremental, ou grupo de projetos 
independentes sob restrição orçamentária. Há a dificuldade em 
reinvestir os retornos do projeto para garantir a rentabilidade periódica 
igual à TIR. 
A TIR é definida através da equação abaixo: 
0 = ∑
𝑛
𝑡 = 1
𝐹𝐶𝑡
(1+𝑇𝐼𝑅)𝑡
− 𝐹𝐶0 (2) 
FCt: representa a entrada de capital no período de tempo t; 
FC0: representa a saída de capital no período de tempo 0; 
n: quantidade total de períodos na linha de tempo do fluxo de caixa; 
TIR: Taxa Interna de Retorno. 
A TIR adere à mesma razão matemática do VPL, contudo aquela busca igualar as 
entradas de caixa ao valor investido, de tal forma a se atingir um valor descontado 
igual à zero (SANTO ET AL, 2017, p. 7). 
2.3. Tempo de Recuperação do Investimento (PayBack) 
O método do payback representa o prazo de retorno do investimento inicial, ou seja, 
é o período de tempo necessário para que as entradas de caixa geradas por um 
determinado projeto se igualem ao valor do investimento (MALLMANN, 2012, p. 
26). Para Lima, Viana, Levino e Mota (2008, p. 5), o Payback pode ser expresso de 
duas formas: simples (3) – não considera o custo do capital durante o período - e 
descontado (4) – considera o valor do capital ao longo do tempo. 
𝑃𝑎𝑦𝐵𝑎𝑐𝑘 = 
𝐹𝐶0
𝐹𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑎
 (3) 
Onde: 
FC0: representa a saída de capital no período de tempo 0; 
FCmédio: representa a entrada de fluxo de caixa médio por período de tempo 
(SANTOS ET AL, 2017). 
𝐹𝐶𝐶(𝑡) = −𝐼 + ∑
𝑅𝑗−𝐶𝑗
(1+𝑖)𝑗
𝑡
𝑗=1 ; 1 ≤ 𝑡 ≤ 𝑛 (4) 
 
FCC (t): é o valor presente de capital, ou seja, o fluxo de caixa descontado para o 
valor presente cumulativo até o instante t; 
I: é o investimento inicial (em módulo), ou seja, -I é o valor algébrico do 
investimento, localizado no instante 0 (inicio do primeiro período); 
Rj: é a receita proveniente do ano j; 
Cj: é o custo proveniente do ano j; 
i: é a taxa de juros empregada; 
j: é o índice genérico que representa os períodos j: 1 a t (PEREIRA et al, 2016). 
 
Na tabelaabaixo são apresentadas as vantagens e limitações desse método. 
Vantagens Limitações 
- O método do PBD é fácil de ser 
aplicado, embora o procedimento de 
cálculo seja um pouco trabalhoso. 
- O resultado do PBD é de fácil 
interpretação, quanto menor for o PBD, 
tanto melhor para o projeto. 
- Dá uma noção da liquidez e do risco do 
projeto. 
- O PBD não considera todos os capitais 
do fluxo de caixa do projeto, e a 
definição de tempo máximo tolerado é 
arbitrária. Avaliando somente o método 
do PBD, a empresa tenderá a aceitar 
projetos de curta maturação e menor 
rentabilidade, e tenderá a rejeitar 
projetos de maior maturação e 
rentabilidade. 
- O PBD não é uma medida de 
rentabilidade do projeto. 
 Não deve ser aplicado: 
- Quando o desembolso do custo inicial 
for realizado em mais de um ano; como 
desembolsos do ano zero e no final do 1º 
ano e seguintes. 
- Quando o projeto não for do tipo 
simples. 
- Seleciona o melhor de um grupo de 
projetos mutuamente excludentes, ou 
grupo de projetos independentes sob 
restrição orçamentária. O projeto com 
menor PBD poderá não ser o melhor 
projeto, pois não considera todo o fluxo 
de caixa, e o TMA é uma referência 
arbitrária. 
Fonte: adaptado de Laponni (2007, p.242) 
 
 
 
3. ANÁLISE DOS RESULTADOS 
Considerando que para a aquisição de uma máquina industrial para fazer salgados custa 
R$35000,00 e a empresa irá utilizar o financiamento tendo uma taxa de juros de 15%a.a 
com a estimativa de pagamento em 5 anos com 2 anos de carência. 
A tabela a seguir apresenta os indicadores utilizados na aquisição da máquina. 
Mês Fluxo de Caixa Saldo Fluxo descontado Saldo 
0 -R$ 35.000,00 -R$ 35.000,00 -R$ 35.000,00 -R$ 35.000,00 
1 R$ 10.000,00 -R$ 25.000,00 R$ 8.695,65 -R$ 26.304,35 
2 R$ 10.500,00 -R$ 14.500,00 R$ 7.939,51 -R$ 18.364,84 
3 R$ 12.900,00 -R$ 1.600,00 R$ 8.481,96 -R$ 9.882,88 
4 R$ 11.350,00 R$ 9.750,00 R$ 6.489,40 -R$ 3.393,48 
5 R$ 13.400,00 R$ 23.150,00 R$ 6.662,17 R$ 3.268,69 
Taxa de juros anual 15% 
 
 VPL R$ 3.268,69 
 
 TIR 18,69% 
 
 PayBack Simples 3,14 
 
 PayBack Descontado 4,51 
 
 Fonte: Autor (2019) 
 
Através dos cálculos apresentados na tabela, é possível afirmar que a compra do 
equipamento é economicamente viável. Na tabela temos o resultado do VPL, indicador 
aponta o lucro em reais que o investimento trará. Nesse caso, o resultado obtido do 
valor presente futuro (VPL) foi de R$3.268,69 por tanto maior do que zero, ou seja, 
quanto maior for o VPL maior será o lucro. 
Na taxa interno de retorno (TIR) teremos o resultado em porcentagem de quanto o 
investimento irá render, considerando o período do fluxo de caixa definido projeto. 
Utilizando as informações fornecidas pela empresa, a TIR foi calculada em 18,69%, 
logo de acordo com o valor obtido o investimento será lucrativo para organização. 
Para conhecer o tempo necessário para pagar o investimento inicial utilizamos o 
indicador Tempo de Recuperação do Investimento (PAYBACK). Primeiro foi utilizado 
o PAYBACK simples para avaliar a viabilidade do investimento, onde foi possível 
observar que o tempo de recuperação ocorrerá no terceiro ano. Logo após foi utilizado o 
segundo método, PAYBACK descontado. Este é semelhante ao PAYBACK simples, no 
entanto foi acrescentada aos cálculos uma taxa de desconto. A partir dos cálculos, o 
tempo de recuperação do investimento descontado ocorrerá no quarto ano. Assim, com 
os resultados obtidos é possível concluir que o projeto da compra da máquina de fazer 
salgados é viável. 
 
REFERÊNCIAS 
LAPONNI, J. C. Projetos de Investimento na empresa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 
LAZARE, E. Análise de viabilidade econômica de um novo equipamento: um estudo de 
caso para indústria moveleira. Pato Branco, 2014. 
LIMA, E. C. P.; VIANA, J. C.; LEVINO, N. A.; MOTA, C. M. M. Simulação de Monte 
Carlo auxiliando a análise de viabilidade econômica de projetos. 2008. 
MAGRETTA, J. Entendendo Michael Porter: o guia essencial da competição e estratégia. 
Casa Educação-(Casa Educação Soluções Educacionais LTDA), 2016. 
MALLMANN, R. Análise da viabilidade de um empreendimento de produção musical. 
2012. 
PEREIRA, D. A. S. ET AL. Estudo da viabilidade de investimento em uma indústria de 
confecções: utilização das técnicas vpl, tir, payback descontado e índice de lucratividade. 
2016. 
SANTOS, Edno Oliveira. Administração financeira da pequena e média empresa. São 
Paulo: Atlas, 2001. 
SANTOS, T. S. ET AL. Análise da viabilidade econômica e financeira de um hotel no 
município de Marabápa, um estudo de caso com base nas influências das variáveis da 
engenharia econômica. 2017. 
SEBRAE. Boletim Estudos & Pesquisas, v. 26, n. 56, fevereiro, 2017. Disponível em: 
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/BEP%20fev%202017.pdf>. 
Acesso em: 08 de março de 2019. 
SEBRAE. Sobrevivência das empresas no Brasil, fevereiro, outubro, 2016. Disponível em: 
<https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/sobrevivencia-das-empresas-no-
brasil-102016.pdf>. Acesso em: 08 de março de 2019. 
SVIECH, V.; MANTOVAN, E.A. Análise de investimentos: controvérsias na utilização 
da TIR e VPL na comparação de projetos. Revista Eletrônica Percurso 13: 28 p. 2013. 
ZAGO, C. A.; WEISE, A. D.; HORNBURG, R. A. A importância do estudo de viabilidade 
econômica de projetos nas organizações contemporâneas. In: Anais do VI CONVIBRA–
Congresso Virtual Brasileiro de Administração. 2009. p. 1-15.

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