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Operacoes avancadas teoria con

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UnisulVirtual
Palhoça, 2015
Universidade do Sul de Santa Catarina
Operações 
Avançadas da 
Teoria Contábil
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
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Livro didático
UnisulVirtual
Palhoça, 2015
Designer instrucional
Lis Airê Fogolari
Operações 
Avançadas da 
Teoria Contábil
Graziane Rodrigues Cardoso
Livro Didático
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © 
UnisulVirtual 2015
Professor conteudista
Graziane Rodrigues Cardoso
Designer instrucional
Lis Airê Fogolari 
Projeto gráfico e capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramador(a)
Frederico Trilha
Revisor(a)
Contextuar
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
657 
C26 Cardoso, Graziane Rodrigues 
Operações avançadas da teoria contábil : livro didático / 
Graziane Rodrigues Cardoso ; design instrucional Lis Airê Fogolari. – 
Palhoça : UnisulVirtual, 2015.
85 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
1. Contabilidade. I. Fogolari, Lis Airê. II. Título. 
Sumário
Introdução | 7
Capítulo 1
Consolidação das demonstrações contábeis | 9
Capítulo 2
Conversão das demonstrações contábeis | 31
Capítulo 3
Reestruturação societária | 51
Capítulo 4
Aspectos societários e contábeis da 
reestruturação | 59
Considerações Finais | 81
Referências | 83
Sobre o Professor Conteudista | 85
Introdução
Você está iniciando o estudo da Unidade de Aprendizagem de Operações 
Avançadas da Teoria Contábil.
O objetivo é fortalecer e reforçar estudos teóricos já efetuados em disciplinas 
anteriores, de modo a consolidar diversos entendimentos e prepará-lo(a) para as 
disciplinas que irão ser estudadas.
É através desta disciplina que iremos aprofundar os estudos da contabilidade, 
com operações mais avançadas, que proporcionará a você conhecer e identificar 
mais detalhadamente algumas operações. Também, vamos poder compreender 
com os estudos práticos os processos que, atualmente devido a constantes 
mudanças globais e aumento da competitividade entre as empresas, são de 
extrema necessidade para as empresas que necessitam continuar no mercado, 
trazendo para a nossa realidade, nos dias atuais.
O cenário atual exige das empresas constantes mudanças e adaptações, e o 
profissional precisa estar sempre atualizado, os conteúdos que serão apresentados, 
nos proporcionará um conhecimento avançado de operações com o exterior e 
como as empresas podem se organizar para continuar neste mercado.
Este livro didático apresenta uma linguagem clara e acessível, mas ao mesmo 
tempo trata de termos técnicos. Os assuntos são apresentados baseados na 
legislação vigente e aplicada a cada tema, assegurando-lhe aprendizado eficiente.
Para obter o máximo de aproveitamento, você deverá participar de todas as 
atividades propostas no Ambiente Virtual de Aprendizado e realizar todas as 
atividades e os desafios previstos.
Bons estudos e muito sucesso!
Professor Graziane Rodrigues Cardoso
9
Seções de estudo
Capítulo 1
Consolidação das 
demonstrações contábeis
Seção 1: Noções preliminares de consolidação
Seção 2: Técnicas de consolidação
Seção 3: Eliminações na consolidação
Seção 4: Defasagem nas datas dos balanços
Seção 5: A consolidação como instrumento de 
informação gerencial
10
Capítulo 1 
Introdução
Neste capítulo, vamos realizar uma reflexão sobre as disposições gerais e as 
definições da consolidação das que serão aqui apresentadas. 
Vamos estabelecer conceitos, objetivos e procedimentos para a consolidação das 
demonstrações contábeis.
Inicialmente, serão abordados os aspectos básicos pertinentes ao processo de 
consolidação das demonstrações, tais como sua definição, seus objetivos e o 
que alguns autores falam a respeito. Posteriormente, abordaremos as técnicas 
de consolidação trazendo o embasamento dos vários meios para se realizar a 
consolidação das demonstrações. Na sequência, conheceremos os ajustes e as 
eliminações necessárias para a realização dessas técnicas. Por fim, saberemos 
como elaborar uma demonstração consolidada.
Seção 1
Noções preliminares de consolidação
A consolidação das demonstrações pode ser entendida como a técnica de 
extinguir as operações realizadas entre os participantes do mesmo grupo 
empresarial, ou seja, empresas que possuem uma relação de investimento, para 
que esse grupo possa apresentar um demonstrativo unificado.
Um dos objetivos da consolidação é apresentar as demonstrações de um 
grupo de empresas, representado como uma única entidade. Também tem 
como finalidade mostrar aos interessados, por meio das informações contábeis, 
os resultados das operações e a posição contábil financeira da entidade 
controladora e suas controladas, como se o grupo fosse uma única empresa que 
tivesse uma ou mais filiais ou divisões. 
O resultado dessas técnicas é a apresentação de demonstrações consolidadas, 
que serão um complemento e não uma substituição das demonstrações 
individuais das empresas participantes do mesmo grupo, e traz, como principal 
objetivo, a fidedignidade a respeito da situação das empresas pelos resultados 
das operações, das alterações no capital próprio e dos fluxos de caixa do 
conjunto formado por essas empresas. 
Com efeito, pela consolidação obtém-se um só balanço e uma só demonstração 
de resultados do conjunto das empresas do mesmo grupo, como se 
representasse ser uma única empresa. 
11
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Essa modalidade de demonstrativo torna-se indispensável principalmente pelo 
aumento cada vez maior da necessidade das empresas de buscar capital por 
meio de investimentos e captação de recursos, junto aos mercados de ações.
Acionistas e o público em geral teriam sua análise prejudicada pela real situação 
da empresa se as demonstrações não fossem consolidadas. 
Esse processo de consolidação permite o conhecimento da autêntica posição 
financeira da empresa controladora, das suas controladas e das sociedades 
independentes. 
Segundo as definições da Resolução CFC n. 1.134/08 “Consolidação das 
Demonstrações Contábeis: é o processo que ocorre pela soma ou agregação de 
saldos ou grupos de contas, excluídas as transações entre entidades incluídas na 
consolidação, formando uma unidade contábil consolidada”. 
O que a norma nos mostra é que as transações realizadas entre empresas 
pertencentes a um mesmo grupo econômico devem ser ajustadas, sendo 
então eliminadas para apresentação das demonstrações consolidadas. Essas 
eliminações e ajustes,veremos na sequencia desta unidade, restando, no 
demonstrativo consolidado, apenas os valores apurados em função de operações 
efetuadas com outras pessoas físicas, jurídicas ou governamentais que não 
pertencem ao mesmo grupo.
O grande mérito da consolidação é distinguir as operações de um grupo, 
eliminando os efeitos das transações com valores e bens que representem 
operações de transferências destes de uma empresa para outra, sem representar 
qualquer acréscimo ao patrimônio do grupo.
A Norma Brasileira de Contabilidade, por meio da RESOLUÇÃO CFC nº 937/02, 
apresenta algumas demonstrações contábeis que devem ser consolidadas, de 
acordo com a NBC T 8 – Das demonstrações contábeis consolidadas: 
As demonstrações contábeis consolidadas compreendem o 
balanço patrimonial consolidado, a demonstração consolidada 
do resultado do exercício e a demonstração consolidada 
das origens e aplicações de recursos, complementados por 
notas explicativas e outros quadros analíticos necessários 
ao esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados 
consolidados.
Já o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por meio do Pronunciamento 
Técnico CPC 36 (R3), que trata das Demonstrações Consolidadas, fazendo 
correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS 10 (IASB - BV 
2012), relata que “Demonstrações consolidadas são as demonstrações 
12
Capítulo 1 
contábeis de grupo econômico, em que os ativos, passivos, patrimônio líquido, 
receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são 
apresentados como se fossem uma única entidade econômica”.
A consolidação das demonstrações contábeis é de suma importância. Mas, para 
entendermos o porquê de sua utilização, temos que definir quando ela deve ser 
realizada. Ainda, antes disso, cabe a indagação: A consolidação é obrigatória? 
Veja a seguir.
CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA A CONSOLIDAÇÃO
4. A primeira condição é a participação majoritária (acima de 
50%) no capital votante da controlada.
5. A lei das sociedades por ações estabelece a obrigatoriedade 
da consolidação apenas para as companhias abertas e, mesmo 
assim, quando os investimentos nas controladas atingem 
ou excedem a 30% do patrimônio líquido da controladora. 
Consequentemente, poderá acontecer que a controladora 
detenha 99% na controlada e, ainda assim, o investimento não 
atinja 30% do capital da controladora. Nesse caso, embora a 
norma contábil aqui enunciada recomende a consolidação, a 
controladora estaria desobrigada pela lei de fazê-la.
6. No caso de haver grande número de controladas e coligadas 
consolidáveis, é possível que algumas das empresas, embora 
controladas pela companhia principal, sejam elas próprias 
controladoras de outras. Nesse caso, recomenda-se que, no 
nível dessas empresas controladas-controladoras, seja feita 
a consolidação com as suas controladas, pois isso tenderia a 
facilitar a consolidação final.
7. Havendo heterogeneidade de operações entre as empresas 
formadoras do mesmo grupo econômico, entendem alguns ser 
impraticável a consolidação. Entretanto, não se conseguiria dar 
um retrato global do grupo se dezenas de balanços heterogêneos 
fossem separadamente apresentados ao leitor. Para obter esse 
‘retrato do corpo inteiro’ é necessário consolidar, recomendando-
se que sejam fornecidos esclarecimentos sobre as controladas-
consolidadas, a natureza de suas operações e, na medida do 
possível, elementos para tornar possível a identificação da 
procedência dos principais saldos.
8. Convém lembrar que, no caso específico das companhias 
abertas, a lei das sociedades por ações estabeleceu que a 
competência para autorizar, em casos especiais, a exclusão ou 
determinar a inclusão de sociedades na consolidação está com a 
Comissão de Valores Mobiliários. O Ibracon, todavia, é de opinião 
que a consolidação é indevida se inexistir o efetivo controle sobre 
a controlada, mesmo que temporariamente, como no caso de 
falência, intervenção, acordo entre acionistas etc. (Ibracon NPC n. 
XXI - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO, 1992)
13
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Diante do exposto, constata-se a importância da apresentação das demonstrações 
consolidadas, para que essa seja capaz de fornecer informações mais relevantes 
para os usuários, finalidade primordial da contabilidade, assim como a tentativa de 
impedir prováveis distorções e vícios no resultado das empresas analisadas. 
Sabemos que a consolidação das demonstrações trata-se de uma técnica para 
apresentar uma única demonstração consolidada entre empresas do mesmo 
grupo, vamos abordar a seguir as técnicas de consolidação.
Seção 2
Técnicas de consolidação
A consolidação tem a finalidade de elaborar as demonstrações de empresas 
pertencentes ao mesmo grupo, apresentando suas demonstrações consolidadas, 
como se de uma única sociedade tratasse. Não tendo por finalidade que as 
contas consolidadas substituam as contas individuais de cada demonstrativo, 
mas que sejam um complemento.
Os principais métodos utilizados na preparação das demonstrações consolidadas 
estão relacionados a seguir, e o seu emprego está relacionado à sua função, 
natureza e importância nas participações: 
 • o método de consolidação integral; 
 • o método de consolidação proporcional; 
 • o método de equivalência patrimonial.
Conheceremos a seguir, como funcionam os três métodos de consolidação 
descritos e quais técnicas devemos utilizar para obter o melhor resultado na 
apresentação das demonstrações consolidadas.
2.1 Método de Consolidação Integral
Esse método apresenta-se como a união das demonstrações contábeis das 
empresas do mesmo grupo, na demonstração da empresa principal, “empresa-
mãe”, ou seja, a empresa que tem a maior participação no capital das outras 
empresas consolidáveis do mesmo grupo.
É empregado especialmente em situações em que se verifique uma relação de 
comando sobre a sociedade a ser consolidada, em geral quando a empresa 
controladora participa com 50% ou mais do capital da empresa controlada.
É reconhecido pela controladora pela soma do total de ativos e passivos e do 
resultado das controladas.
14
Capítulo 1 
Consiste em agregar, em substituição às participações inscritas no balanço da 
empresa consolidadora, o conjunto de elementos dos ativos e passivos das 
sociedades participadas, após eventuais correções.
Da mesma forma, a demonstração dos resultados incluirá, após correções, o total 
dos encargos e proveitos das sociedades participadas.
A consolidação integral é o método mais representativo da consolidação, pois 
consiste em apresentar uma figura do patrimônio, da situação financeira e do 
resultado de um grupo de sociedades como se essas formassem uma só empresa.
Verificamos que esse método é teoricamente a soma dos elementos do mesmo 
grupo contábil, apresentado nas demonstrações das empresas que possuem 
uma relação de controle e participações, resultando, assim, em uma única 
demonstração consolidada.
2.2 Método de Consolidação Proporcional
O método de consolidação proporcional é a aplicação parcial do método da 
consolidação integral e se apresenta como a unificação das demonstrações da 
empresa consolidante, somente correspondente ao percentual que a ela tiver 
relação nas contas das demonstrações das empresas controladas consolidáveis. 
Esse método consiste em agregar, nas contas da sociedade participante, a 
proporção que representa das suas participações nos dados das contas de 
resultados e do balanço da sociedade consolidante, sempre posteriormente a 
eventuais correções, e eliminando as transações e contas mútuas.
Diferente do método de consolidação integral, esse método é aplicado quando 
o controle de uma sociedade participada é dividido com outra empresa, que 
também tem participação.
A investidora necessita fazer o reconhecimento somente da sua 
proporcionalidadeno balanço e no resultado da empresa investida.
Essa técnica de consolidação apresenta, inicialmente, as mesmas etapas da 
técnica de consolidação integral, sendo que devem apenas ser adicionados os 
valores dos elementos das diversas contas correspondentes à proporção de 
capital investido pela empresa consolidante.
Dos dois, este é o método menos utilizado porque se torna um pouco sem 
sentido fazer a soma de elementos de balanços ou de contas de resultados, por 
meio de frações, sendo que, na prática, alguns desses fatos ou contas não são 
divisíveis, ou ao fazer a proporcionaliade podem perder o seu significado geral.
15
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Em resumo, esse método consiste na consolidação do balanço e na 
demonstração de resultados da empresa consolidante, apenas da fração que 
proporcionar os demonstrativos das empresas consolidadas.
Deve acontecer quando o controle de uma empresa investida é compartilhado 
com outra empresa. 
2.3 Método de Equivalência Patrimonial
Alguns autores consideram o método de equivalência patrimonial como um 
critério de valoração e não um método de consolidação, pois, basicamente, é um 
processo que substitui nas demonstrações contábeis da empresa participante.
Conforme o guia publicado pelo Portal Contábil, define-se:
A equivalência patrimonial é o método que consiste em 
atualizar o valor contábil do investimento ao valor equivalente à 
participação societária da sociedade investidora no patrimônio 
líquido da sociedade investida, e no reconhecimento dos seus 
efeitos na demonstração do resultado do exercício. 
Portanto, não abordaremos esse método como um método de consolidação, e 
sim como um método de avaliação de investimento; não apresentaremos suas 
técnicas, apenas apresentaremos os conceitos.
O artigo 248 da Lei n. 6.404 define que:
No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em 
coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam 
parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão 
avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo 
com as seguintes normas. (BRASIL, 2009).
A equivalência patrimonial deve ser realizada para avaliar a evolução do 
investimento realizado pela empresa.
16
Capítulo 1 
Seção 3
Eliminações na consolidação
A consolidação das demonstrações é realizada principalmente por aquelas 
empresas que possuem investimentos e captam recursos por meio das bolsas de 
valores e que nos permitem conhecer a real situação de um grupo de empresas 
que atuem no mercado sob um controle comum.
Para termos essa real situação, precisamos conhecer quais os ajustes a realizar 
para que possamos apresentar as demonstrações consolidadas.
A NBC T 8 – Das Demonstrações Contábeis Consolidadas, em seu item: 8.2 - 
Procedimentos de Consolidação, apresenta a relação de valores a serem eliminados:
8.2.10 - Das demonstrações contábeis consolidadas são 
eliminados:
a) os valores dos investimentos da controladora em cada 
controlada e o correspondente valor no patrimônio líquido da 
controlada;
b) os saldos de quaisquer contas decorrentes de transações 
entre as entidades incluídas na consolidação;
c) as parcelas dos resultados do exercício, do patrimônio líquido 
e do custo de ativos de qualquer natureza que corresponderem a 
resultados ainda não realizados de negócios entre as entidades, 
exceto quando representarem perdas permanentes.
Na consolidação das demonstrações de um grupo de empresas, os principais 
ajustes e reclassificações são a:
 • eliminação dos débitos e créditos entre empresas contidas na 
consolidação;
 • eliminação dos acréscimos e diferimentos ativos e dos acréscimos e 
diferimentos passivos entre as mesmas empresas;
 • eliminação dos proveitos e ganhos e dos custos e perdas mútuos; 
 • eliminação dos resultados internos, não realizados pelo grupo, 
incluídos em elementos patrimoniais.
Conheça a seguir, o que a norma mais recente do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis estabelece sobre os procedimentos de consolidação:
17
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 36 (R3) 
Demonstrações Consolidadas 
Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS 10 
(IASB - BV 2012) 
(...)
B86. Demonstrações consolidadas devem: 
1) combinar itens similares de ativos, passivos, patrimônio líquido, 
receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora com os de 
suas controladas; 
2) compensar (eliminar) o valor contábil do investimento da 
controladora em cada controlada e a parcela da controladora no 
patrimônio líquido de cada controlada (o Pronunciamento Técnico 
CPC 15 explica como contabilizar qualquer ágio correspondente); 
3) eliminar integralmente ativos e passivos, patrimônio líquido, 
receitas, despesas e fluxos de caixa intragrupo relacionados a 
transações entre entidades do grupo (resultados decorrentes de 
transações intragrupo que sejam reconhecidos em ativos, tais 
como estoques e ativos fixos, são eliminados integralmente). 
Os prejuízos intragrupo podem indicar uma redução no valor 
recuperável de ativos, que exige o seu reconhecimento nas 
demonstrações consolidadas. O Pronunciamento Técnico CPC 
32 – Tributos sobre o Lucro aplica-se a diferenças temporárias, 
que surgem da eliminação de lucros e prejuízos resultantes de 
transações intragrupo.
A consolidação não é simplesmente a soma dos saldos de cada conta das 
diversas empresas. Há necessidade, também, de eliminar os saldos existentes ou 
transações realizadas entre as empresas do grupo.
Os saldos de balanço devem ser controlados e destacados para facilitar a 
consolidação, devendo ser conciliados, comparando-se os saldos de uma 
empresa com os que acusam as outras empresas.
De acordo com o artigo 250 da Lei n. 6.404/76, das demonstrações consolidadas 
serão excluídas:
I - as participações de uma sociedade em outra;
II - os saldos de quaisquer contas entre as sociedades;
III - as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou 
prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo 
permanente que corresponderem a resultados, ainda não 
realizados, de negócios entre as sociedades.
Entendendo então os procedimentos que devem ser realizados para que as 
demonstrações possam apresentar uma situação econômica financeira de um 
grupo de empresa mais real possível. 
18
Capítulo 1 
Seção 4
Defasagem nas datas dos balanços
As demonstrações contábeis individuais de cada empresa pertencentes ao 
mesmo grupo consolidável podem apresentar datas diferentes de encerramento. 
Entretanto, se a data de encerramento da demonstração da controladora não for 
a mesma que a data de encerramento da controlada, deve-se, então, elaborar 
demonstrações contábeis com fim específico de consolidação para que os 
períodos combinem com o da controladora. 
Temos algumas regulamentações que nos trazem prazo de defasagem. De 
acordo com a Lei das S.A. n. 6.404, nos casos em que a defasagem na data 
de encerramento das demonstrações seja de sessenta dias (60) ou mais, a Lei 
determina que a controlada elabore demonstrações extraordinárias na mesma 
data de encerramento da controladora ou no prazo estabelecido por ela de, no 
máximo, de 70 dias.
A Instrução CVM 247/96, em seu art. 10, admite-se a utilização de demonstrações 
contábeis da coligada e controlada em um período máximo de defasagem de até 
60 dias antes da data das demonstrações contábeis da investidora.
O período de defasagem das demonstrações também deve ser idêntico entre 
controladora e controlada, só admitindo-se período diferente quando esse fato 
representar melhorias na qualidade das informações e que essa diferença seja 
evidenciada em nota explicativa.
Agora vejamos o que o Pronunciamento Técnico CPC 36 (R3) nos relata sobre a 
defasagem nas datas das demonstrações:
[...]
Data das demonstrações contábeis 
B92. Asdemonstrações contábeis da controladora e de suas 
controladas utilizadas na elaboração das demonstrações 
consolidadas devem ter a mesma data-base. Quando o final 
do período das demonstrações contábeis da controladora for 
diferente do da controlada, a controlada deve elaborar, para 
fins de consolidação, informações contábeis adicionais de 
mesma data que as demonstrações contábeis da controladora 
para permitir que esta consolide as informações contábeis da 
controlada, a menos que seja impraticável fazê-lo. 
B93. Se for impraticável fazê-lo, a controladora deve 
consolidar as informações contábeis da controlada usando as 
demonstrações contábeis mais recentes da controlada, ajustadas 
para refletir os efeitos de transações ou eventos significativos 
19
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
ocorridos entre a data dessas demonstrações contábeis e a data 
das demonstrações consolidadas. Em qualquer caso, a diferença 
entre a data das demonstrações contábeis da controlada e a das 
demonstrações consolidadas não deve ser superior a dois meses, 
e a duração dos períodos das demonstrações contábeis e 
qualquer diferença entre as datas das demonstrações contábeis 
devem ser as mesmas de período para período. 
Seção 5
A consolidação como instrumento de 
informação gerencial
Após todas as fundamentações e conceitos que tivemos até o momento, passaremos 
agora ao processo de elaboração da demonstração contábil consolidada.
Nos procedimentos de consolidação o CFC estipulou a adoção das regras a seguir:
A consolidação é o processo de agregar saldos de contas e/
ou de grupos de contas de mesma natureza, de eliminar saldos 
de transações e de participações entre entidades que formam 
a unidade de natureza econômico-contábil e de segregar as 
participações de não controladores, quando for o caso. 
A controladora deve consolidar as demonstrações contábeis 
de entidade controlada a partir da data em que assume seu 
controle, individual ou em conjunto. Os ajustes e as eliminações 
decorrentes do processo de consolidação devem ser realizados 
em documentos auxiliares, não originando nenhum tipo de 
lançamento na escrituração das entidades que formam a unidade 
de natureza econômico-contábil. Quando o controle for exercido 
de forma conjunta, os saldos das contas devem ser agregados às 
demonstrações contábeis consolidadas de cada controladora, na 
proporção da participação destas no capital social da controlada. 
No caso de uma das entidades controladoras passar a exercer 
direta ou indiretamente o controle da entidade sob controle 
conjunto, a controladora final deve passar a consolidar 
integralmente os elementos do patrimônio da controlada.
Partindo-se da premissa que o principal escopo da consolidação 
é apresentar a posição financeira e os resultados das operações 
das diversas empresas do grupo, de forma agregada em 
peça contábil única, como se estivéssemos apresentando a 
demonstração de uma entidade autônoma ou empresa única, os 
saldos das contas devem ser adicionados, um a um.
20
Capítulo 1 
Sabendo que o processo de consolidação consiste, em princípio, na soma linha a 
linha de cada um dos componentes das demonstrações contábeis das empresas 
que estão ligadas por meio de seu capital investido uma à outra, sendo que essas 
empresas formam um grupo de participações. 
Tendo também que, para algumas contas específicas, deverão ser feitas algumas 
eliminações e ajustes, adequando a demonstração consolidada, para que possa 
apresentar as informações relevantes e consistentes aos usuários.
E para que a consolidação tenha o efeito necessário devem ser incluídas todas 
as empresas do grupo, não importando se os setores de atuação são similares ou 
complementares. O que interessa é a posição do grupo e suas participações.
Sendo que, para a consolidação, deve-se observar sempre o controle ou a 
proporcionalidade de sua participação, para assim apresentar a demonstração 
consolidada, sempre pela empresa controladora.
5.1 Exemplo de consolidação
Acompanhe um exemplo prático de consolidação das demonstrações (Balanço 
Patrimonial e Demonstração de Resultado) de um grupo empresarial constituído 
por duas empresas, a controladora Empresa A, que tem a participação do capital 
da Empresa B (controlada) de 100%, essa participação teve início em 2013.
Para elaborar corretamente a demonstração consolidada, precisamos ter 
conhecimento das operações que ocorreram durante o período da demonstração 
que será consolidado, como seguem:
1. Em janeiro de 2013, a controladora, Empresa A, efetuou uma venda de 
mercadorias a prazo, cujo custo era de R$ 1.700,00, por R$ 2.380,00, 
para a controlada, Empresa B, sendo que na data das demonstrações, 
essa mercadoria ainda permanecia no estoque da Empresa B.
2. Em fevereiro de 2013, a controladora Empresa A emprestou 
dinheiro para a controlada Empresa B, no valor de R$ 6.000,00.
No quadro a seguir estão apresentadas as demonstrações contábeis individuais 
que serão consolidadas do grupo empresarial, são elas: 
Empresa Controladora Empresa A
 • Balanço patrimonial (quadro 1);
 • Demonstração do resultado (quadro 3).
Empresa Controlada Empresa B
 • Balanço patrimonial (quadro 2);
 • Demonstração do resultado (quadro 3).
21
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Quadro 1 – Balanço patrimonial da controladora Empresa A
Balanços patrimoniais em 31/03/2013 - da controladora – empresa A
2013 2013
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
CIRCULANTE 203.720 PASSIVO CIRCULANTE 48.730
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 109.000 FORNECEDORES 48.730
CAIXA 56.000 Fornecedores A 33.000
Caixa 56.000 Fornecedores B 8.500
BANCOS 53.000 Fornecedores C 7.230
Bancos 53.000
CRÉDITO OPERACIONAL EM CURTO 
PRAZO
94.720
CLIENTES 82.220
Empresa controlada B 2.380
Clientes A 79.840
ESTOQUES 12.500
Mercadorias para revenda 12.500
NÃO CIRCULANTE 120.500 NÃO CIRCULANTE 16.000
REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 6.000 FINANCIAMENTOS 16.000
Empréstimo Controlada Empresa B 6.000 Empréstimos a pagar 16.000
INVESTIMENTO 15.000
Participações em controladas 15.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 259.490
IMOBILIZADO 99.500 CAPITAL SOCIAL 223.940
Móveis e utensílios 40.000 Capital social 223.940
Edifícios 50.000 RESERVA DE LUCROS 35.550
Terrenos 10.000 Reserva legal 11.850
Deprec. Acum. Mov. E Utens. -333 Reserva de contingências 23.700
Deprec. Acum. Edifícios -167
TOTAL DO ATIVO 324.220 TOTAL DO PASSIVO 324.220
Fonte: Elaboração do autor, 2015. 
22
Capítulo 1 
Quadro 2 – Balanço patrimonial da controlada Empresa B
Balanços patrimoniais em 31/03/2013 - da controlada empresa B
 2013 2013
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
CIRCULANTE 19.380 PASSIVO CIRCULANTE 2.380
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 17.000 FORNECEDORES 2.380
CAIXA 6.000 Fornecedores Empresa A 2.380
Caixa 6.000 
BANCOS 11.000 NÃO CIRCULANTE 6.000
Bancos 11.000 FINANCIAMENTOS 6.000
CRÉDITO OPERACIONAL EM CURTO 
PRAZO
2.380 Empréstimos a pagar Empresa A 6.000
ESTOQUES 2.380 
Mercadorias para revenda 2.380 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15.680
NÃO CIRCULANTE 4.680 CAPITAL SOCIAL 15.000
IMOBILIZADO 4.680 Capital social 15.000
Móveis e utensílios 5.080 LUCROS DO EXERCICIO 680
 Lucros do exercício 680
Deprec. Acum. Mov. E Utens. -400 
 
TOTAL DO ATIVO 24.060 TOTAL DO PASSIVO 24.060
Fonte: Elaboração do autor, 2015. 
23
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Quadro 3 – Demonstrações de resultado do período das empresas controladoras Empresa A e Empresa B
Demonstrações do resultado do exercício em 31/03/2013
EMPRESA A - EMPRESA B
CONTAS EMPRESA A EMPRESA B
Receita operacional bruta 12.380 5.200
Deduções de vendas -1.500 -550
Impostos sobre a venda -1.500 -550
Receita líquida 10.880 4.650
CMV -8.840 -3.700
Lucro bruto 2.040 1.500
Despesas operacionais-900 820
Depreciação -500 -400
Vendas -150 -25
Administrativas -250 1.245
Outras despesas operacionais 680 0
Resultado de equivalência patrimonial 680 
Lucro líquido 1.820 680
Fonte: Elaboração do autor, 2015. 
As demonstrações apresentadas nos quadros 1, 2 e 3 servirão de base 
para elaborarmos os demonstrativos consolidados que serão vistos a seguir. 
No entanto, antes de proceder à consolidação, torna-se necessário que 
primeiramente sejam feitos alguns ajustes e eliminações requeridas para tal 
processo, conforme verificamos nas unidades anteriores.
Para iniciarmos o demonstrativo consolidado, teremos que analisar qual empresa 
do grupo é a controladora, temos a informação de que a Empresa A detém a 
participação de 100% do capital da Empresa B e como nenhuma outra empresa 
participa do grupo, constata-se que a Empresa A é a controladora, portanto o 
demonstrativo consolidado será realizado a partir do demonstrativo da Empresa A. 
Então, temos que verificar a defasagem na data das demonstrações das 
duas empresas, analisando as demonstrações acima, verifica-se que as 
demonstrações foram encerradas no mesmo dia 31/03/2013. Portanto, não há 
defasagem nas datas dos demonstrativos.
24
Capítulo 1 
Posteriormente, iremos realizar os ajustes e eliminações que estão evidenciados 
no Quadro 4, abaixo:
Quadro 4 – Registros de eliminações na consolidação
Empresa A e controladas
Resumo dos lançamentos de eliminações
REGISTRO HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO
1 D - Fornecedores Empresa A (Empresa B) 2.380 
C - Clientes Empresa Controlada B (Empresa A) 2.380
D - Receita Operacional Bruta (Empresa A) 2.380 
C - Mercadorias para Revenda (Empresa B) 680
C - CMV (Empresa A) 1.700
2 D - Empréstimos a pagar Empresa A (Empresa B) 6.000 
C - Empréstimo Controlada Empresa B (Empresa A) 6.000
3 D - Capital Social (Empresa B) 15.000 
D - Lucros Acumulados (Empresa B) 680 
C - Participações em Controladas (Empresa A) 15.000
C - Resultado de Equivalência Patrimonial (Empresa A) 680
Fonte: Elaboração do autor, 2015. 
O quadro 4 apresenta os registros de eliminações que devem ser feitos na 
consolidação, pelos motivos a seguir:
1. Refere-se à venda de mercadorias pela Empresa A para a Empresa 
B, pelo valor de R$ 2.380,00 a prazo, gerando uma obrigação na 
controlada Empresa B (fornecedores) e um direito na controladora 
Empresa A (clientes), devendo, portanto, tais valores serem 
eliminados dos demonstrativos consolidados.
25
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
2. Além disso, como se trata de venda entre as empresa do mesmo grupo, 
é necessário eliminar a receita de vendas da controladora e o respectivo 
custo das mercadorias vendidas, tanto na controladora quanto na 
controlada. Se as mercadorias já estivessem sido vendidas a terceiro, 
esse ajuste seria feito direto no resultado da controlada na conta CMV 
- Custo das Mercadorias Vendidas. Como as mercadorias ainda estão 
no estoque da controlada Empresa B, é necessário eliminar somente 
a diferença do custo para o preço de venda nesse caso R$ 2.380 
(preço de venda) e R$ 1.700 (preço de custo), eliminado no estoque de 
mercadorias para revenda da controlada Empresa B, o valor de R$ 680.
3. Esse ajuste refere-se ao empréstimo concedido pela Empresa A à 
Empresa B, gerando um direito na controladora e uma obrigação da 
empresa controlada, que devem ser eliminados na consolidação.
4. Refere-se à eliminação do investimento da controladora Empresa 
A na controlada Empresa B. Como a Empresa A tem a participação 
de 100% do capital da Empresa B, ou seja, todo o capital da 
Empresa B é referente à participação da Empresa A, e, portanto, 
todo o valor do patrimônio líquido da controlada deve ser eliminado, 
sendo R$ 15.680. Além disso, devemos eliminar o resultado de 
equivalência patrimonial que será o resultado da Empresa B.
Após os referidos ajustes, deve-se elaborar a demonstração do resultado 
consolidado, que é obtida por meio do somatório das demonstrações individuais, 
observando os ajustes apresentados anteriormente. Vamos evidenciar a seguir, no 
quadro 5, a demonstração de resultado consolidada. 
26
Capítulo 1 
Quadro 5 – Demonstração do resultado do período consolidado
Consolidação do resultado do exercício
EMPRESA A E CONTROLADAS
CONTAS SALDO DE DR Eliminações da 
Consolidação
Saldos 
Consolidados
Controladora 
Empresa A
Controlada 
Empresa B D C
Receita operacional 
bruta
12.380 5.200 2.380 15.200
Deduções de vendas -1.500 -550 -2.050
Impostos sobre a venda -1.500 -550 -2.050
Receita líquida 10.880 4.650 13.150
CMV -8.840 -3.700 1.700 -10.840
Lucro bruto 2.040 1.500 2.310
Despesas operacionais -900 -425 -1.325
Depreciação -500 -400 -900
Vendas -150 -25 -175
Administrativas -250 0 -250
Outras despesas 
operacionais
-680 0 0
Resultado de 
equivalência patrimonial
-680 680 0
Lucro líquido 460 1.925 985
Fonte: Elaboração do autor, 2015. 
O passo seguinte é o da elaboração do balanço patrimonial consolidado, o qual é 
obtido pelo somatório das demonstrações individuais, adicionando ou excluindo os 
ajustes apresentados anteriormente, conforme o apresentado nos Quadro 6 e 7. 
27
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Quadro 6 – Balanço patrimonial (ativo) consolidado
Consolidação do resultado do exercício
EMPRESA A E CONTROLADAS
CONTAS Saldo de Balanço Eliminações da 
Consolidação
Saldos 
ConsolidadosControladora 
Empresa A
Controlada 
Empresa B D C
ATIVO
CIRCULANTE 203.720 19.380 220.040
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 109.000 17.000 126.000
CAIXA 56.000 6.000 62.000
Caixa 56.000 6.000 62.000
BANCOS 53.000 11.000 64.000
Bancos 53.000 11.000 64.000
CRÉDITO OPERACIONAL EM 
CURTO PRAZO
94.720 2.380 94.040
CLIENTES 82.220 79.840
Empresa controlada B 2.380 2.380 0
Clientes A 79.840 79.840
ESTOQUES 12.500 2.380 14.200
Mercadorias para revenda 12.500 2.380 680 14.200
NÃO CIRCULANTE 120.500 4.680 104.180
REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 6.000 0
Empréstimo controlada Empresa B 6.000 6.000 0
INVESTIMENTO 15.000 0
Participações em controladas 15.000 15.000 0
IMOBILIZADO 99.500 4.680 104.180
Móveis e utensílios 40.000 5.080 45.080
Edifícios 50.000 50.000
Terrenos 10.000 -400 9.600
Deprec. Acum. Mov. E Utens. -333 -333
Deprec. Acum. Edifícios -167 -167
TOTAL DO ATIVO 324.220 24.060 324.220
Fonte: Elaboração do autor, 2015. 
28
Capítulo 1 
Quadro 7 – Balanço patrimonial (passivo) consolidado
Consolidação do resultado do exercício
EMPRESA A E CONTROLADAS
CONTAS Saldo de Balanço Eliminações da 
Consolidação
Saldos 
Consolidados
Controladora 
Empresa A
Controlada 
Empresa B D C
PASSIVO E PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO
 
PASSIVO CIRCULANTE 48.730 2.380 48.730
FORNECEDORES 48.730 2.380 48.730
Fornecedores A 33.000 33.000
Fornecedores B 8.500 8.500
Fornecedores C 7.230 7.230
Fornecedores Empresa A 2.380 2.380 0
NÃO CIRCULANTE 16.000 6.000 16.000
FINANCIAMENTOS 16.000 6.000 16.000
Empréstimos a pagar 16.000 16.000
Empréstimos a pagar Empresa A 6.000 6.000 0
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 259.490 15.680 259.490
CAPITAL SOCIAL 223.940 15.000 223.940
Capital social 223.940 15.000 15.000 223.940
RESERVA DE LUCROS 35.550 680 35.550
Reserva legal 11.850 11.850
Reserva de contingências 23.700 23.700
Lucros do exercício 680 680 0
TOTAL DO PASSIVO 324.220 24.060 324.220
Fonte: Elaboração do autor, 2015. 
29
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
De posse desses demonstrativos, podemos analisar a real situação da empresa 
verificando que o lucro consolidado da empresa foi menor, pois, devido aos ajustes 
referentes às operações entre o grupo consolidável, o valor das transaçõese 
participações não poderá ser considerado. Apresentando, assim, ao usuário da 
informação uma situação diferente da análise individual dos demonstrativos. 
É possível observar que a consolidação possui o objetivo de demonstrar a 
situação financeira, econômica e patrimonial de um grupo de empresas que 
possuem ligação entre si, por meio de suas participações.
31
Seções de estudo
Capítulo 2
Conversão das demonstrações 
contábeis
Seção 1: Aspectos introdutórios da conversão de 
demonstrações contábeis de moeda estrangeira em 
moeda nacional
Seção 2: Procedimentos para conversão
Seção 3: Preparação e apresentação das 
demonstrações contábeis
32
Capítulo 2 
Introdução
Neste capítulo, veremos os principais processos para a conversão das 
demonstrações contábeis em moeda estrangeira.
Ele está dividido em três seções. Na primeira parte, serão apresentados os 
aspectos gerais da conversão de demonstrações contábeis, os objetivos e 
a sua importância. Na segunda, abordaremos os métodos de conversão de 
demonstrações contábeis. E, por último, apresentaremos um processo de 
conversão de demonstrações contábeis em moeda estrangeira. 
Seção 1
Aspectos introdutórios da conversão 
de demonstrações contábeis de moeda 
estrangeira em moeda nacional
Com o aumento do número de empresas buscando capital no exterior para 
financiar seus projetos e a globalização incentivando a entrada de recursos 
estrangeiros, cresce ainda mais a necessidade de padronizar as demonstrações 
contábeis para uma moeda estrangeira. Fazendo, assim, com que os 
investidores estrangeiros consigam avaliar seu capital investido por meio desses 
demonstrativos convertidos na moeda em que as transações forem feitas.
O processo de uniformização das demonstrações contábeis vem ao encontro da 
globalização, pois, com o estreitamento das relações comerciais entres os países, 
não fará sentido a contabilidade ser um entrave nas negociações comerciais e na 
captação de recursos internacionais.
Historicamente, algumas entidades como o IASC e o FASB e a AICPA vêm 
desenvolvendo ações para a harmonização dos princípios e práticas adotadas 
na elaboração das demonstrações contábeis, fazendo, assim, que elas fossem 
padronizadas e compreendidas pelo mundo. 
Os procedimentos de conversão das demonstrações contábeis em moeda 
estrangeira foram normatizados nos Estados Unidos pelo Financial Accounting 
Standars Board (FASB), por meio do pronunciamento FAS n. 52, sendo esse o 
dispositivo utilizado quando se pretende converter uma demonstração para a 
moeda norte-americana.
33
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
1.1 A importância da conversão das demonstrações contábeis 
em moeda estrangeira
Para as empresa que possuem capital proveniente do exterior, a conversão 
de demonstrações contábeis em moeda estrangeira faz-se necessária, pois a 
demonstração precisa ser apresentada na moeda funcional.
Dessa forma, primeiramente para a conversão de demonstrações, precisa-se 
determinar qual a moeda funcional da empresa, e, para isso, devemos levar em 
conta fatores como influência da moeda nas transações comerciais da empresa e 
na formação dos seus preços de venda e custos dos bens e serviços, dentre outros.
De acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade, moeda funcional é a 
moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera.
O ambiente econômico principal no qual uma entidade opera é normalmente 
aquele em que a entidade gera e gasta caixa. 
Ainda conforme as Normas Internacionais de Contabilidade, uma entidade deve 
considerar os seguintes fatores ao determinar a sua moeda funcional:
CONVERSÃO DA MOEDA ESTRANGEIRA NAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
7.2. DETERMINAÇÃO DA MOEDA FUNCIONAL 
7.2.1. Os seguintes fatores devem ser considerados na 
determinação da moeda funcional:
a) a moeda que mais influencia os preços dos produtos 
e serviços da entidade. Geralmente, é a moeda na qual o 
preço de venda dos produtos e serviços é determinado;
b) a moeda que mais influencia os custos para elaboração 
dos produtos ou fornecimento de serviços;
c) a moeda na qual se obtêm os recursos, tanto próprios 
como de terceiros, para financiar suas atividades;
d) a moeda na qual as receitas de atividades operacionais 
são, normalmente, recebidas.
Na conversão de demonstrações contábeis para moeda estrangeira, a 
contabilidade é realizada em moeda local, ou seja, brasileira. Após a elaboração 
da demonstração contábil em moeda nacional, é que são convertidas na moeda 
estrangeira. Portanto, as demonstrações contábeis em moeda nacional servirão 
de base para a conversão das demonstrações em outra moeda.
34
Capítulo 2 
1.2 Objetivos da conversão de demonstrações contábeis 
Entre os principais objetivos que levam uma empresa a converter suas 
demonstrações contábeis em outra moeda, podemos destacar:
 • permitir aos investidores estrangeiros um melhor acompanhamento 
de seus investimentos;
 • obter a demonstração contábil em moeda forte, sem efeito da 
inflação;
 • possibilitar a aplicação do método da equivalência patrimonial sobre 
os investimentos; 
 • proporcionar a consolidação das demonstrações contábeis de 
empresas situadas em outros países.
Verificamos que um dos principais objetivos da conversão é permitir que a 
sua demonstração possa ser analisada e reconhecida internacionalmente, em 
especial a de empresas que possuem operações com o exterior. 
Seção 2
Procedimentos para conversão
A conversão das demonstrações contábeis, além de prover seus usuários com 
demonstrativos convertidos para a moeda do seu país de origem, também 
proporciona a obtenção de demonstrativos em moeda considerada forte.
2.1 Métodos de conversão de demonstrações contábeis
Na conversão das demonstrações em moeda estrangeira, a literatura evidencia a 
existência de três métodos de conversão, são eles:
 • câmbio de fechamento;
 • monetário e não monetário; 
 • temporal. 
Observamos acima que temos diferentes técnicas para a realização da conversão 
das demonstrações contábeis, cada uma delas com suas características e seus 
conceitos. Apesar de os objetivos almejados em qualquer uma das técnicas 
35
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
serem o mesmo e que todas deverão apresentar a uniformização dessas 
demonstrações contábeis, precisamos conhecer os diferentes procedimentos 
para a transformação da contabilidade e seus demonstrativos em uma linguagem 
mundial dos negócios.
2.1.1 Câmbio de fechamento
Esse método determina que todos os itens da demonstração devem ser 
convertidos pela taxa de câmbio vigente na data de encerramento das 
demonstrações contábeis, o que pode ser considerado com a taxa corrente. 
Como esse método é baseado na taxa de cambio, que é o valor da moeda no 
momento do fechamento da demonstração, ele é utilizado exclusivamente em 
países de economia estável, com inflação muito baixa.
2.1.2 Monetário e não monetário
Esse outro método classifica os itens da demonstração em dois, são eles:
 • monetário; e 
 • não monetário. 
Itens monetários são as disponibilidades que serão realizadas em dinheiro, 
direitos a serem recebidos ou obrigações a serem pagas em quantia fixa ou 
determinável de dinheiro. Temos como exemplo de itens monetários o caixa, as 
duplicatas a receber e os empréstimos a pagar.
O conceito descrito no Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2), emitido pelo Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis (CPC), traz a seguinte definição de itens monetários.
Item monetário
16. A característica essencial de item monetário é o direito 
a receber (ou a obrigação de entregar) um número fixo ou 
determinável de unidades de moeda. Alguns exemplos incluem: 
passivos de planos de pensão ou outros benefícios a empregados 
a serem pagos com caixa; provisões que devem ser liquidadas 
em caixa; e dividendosa serem distribuídos com caixa, que são 
reconhecidos como passivos. Da mesma forma, um contrato que 
preveja o direito a receber (ou a obrigação de entregar) um número 
variável de instrumentos patrimoniais da própria entidade ou 
uma quantidade variável de ativos, cujo valor justo a ser recebido 
(ou a ser entregue) iguala-se a um número fixo ou determinável 
de unidades de moeda, é considerado item monetário. 
(DELIBERAÇÃO CVM N. 640, DE 7 DE OUTUBRO DE 2010, p. 07). 
36
Capítulo 2 
Itens não monetários são os direitos e as obrigações que serão exigidos em bens ou 
serviços, sendo que não é possível o desembolso de um valor de caixa em dinheiro. 
O mesmo conceito Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), por meio do 
Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2), define que os itens não monetários são:
Por outro lado, a característica essencial de item não monetário 
é a ausência do direito a receber (ou da obrigação de entregar) 
um número fixo ou determinável de unidades de moeda. Alguns 
exemplos incluem: adiantamento a fornecedores de mercadorias; 
adiantamento a prestadores de serviços; aluguéis antecipados; 
goodwill; ativos intangíveis; estoques; imobilizado; e provisões 
a serem liquidadas mediante a entrega de ativo não monetário. 
(DELIBERAÇÃO CVM Nº 640, DE 7 DE OUTUBRO DE 2010, p. 07).
2.1.3 Temporal
Esse método possui três classificações, que devem ser determinadas de acordo 
com a conta a ser convertida. Essas classificações, de acordo com o método, 
são: valor passado, valor presente ou valor futuro. Para determinarmos como 
proceder a conversão em cada uma dessas classificações, segue a definição de 
cada uma delas.
 • Itens Monetários Prefixados são considerados valor passado, nesse 
caso as contas classificadas nesse item serão convertidas pela 
taxa de câmbio corrente ou prevista (Média ou Projetada). Exemplo: 
duplicatas a receber ou a pagar.
 • Itens Monetários Pós-fixados, considerados como valores presentes 
nessa classificação, as contas são convertidas pela taxa corrente ou 
de fechamento. Exemplo: aplicações financeiras.
 • Itens Não Monetários Realizáveis e Permanentes, por essa 
classificação devemos converter as contas deste grupo pela taxa 
histórica. Exemplo: estoques, e as contas do patrimônio líquido. 
2.1.3.1 Taxa de conversão
Cada conta patrimonial tem sua particularidade, então, para que seja feita uma 
correta classificação e aplicação da taxa de conversão que melhor representa 
a classificação da conta, convencionou-se utilizar alguns tipos de taxa de 
conversão, dependendo da conta a ser convertida.
No quadro a seguir, apresentamos uma relação das taxas de conversão e sua 
aplicabilidade em cada grupo ou conta.
37
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Quadro 1 – Taxa de conversão
Tipo de taxa Utilidade 
Histórica Utilizada no momento da ocorrência do fato contábil. Exemplo: a compra 
de uma máquina seria contabilizada pela taxa da moeda estrangeira no 
momento da compra.
Corrente Utilizada nas operações de pagamentos e recebimentos. Exemplo: 
fornecedores e clientes serão convertidos pela taxa corrente no momento 
da conversão da conta.
Fechamento Taxa vigente na data de encerramento das demonstrações financeiras. 
As contas constantes na demonstração contábil, como o balanço, serão 
convertidas pela taxa de câmbio na data do fechamento da demonstração.
Média É a média de uma determinada taxa em um determinado período. 
Normalmente, é utilizada para itens de resultado, como as vendas e os 
custos.
Projetada Usada para a conversão de itens no futuro. Essa taxa é utilizada em 
economias com inflação muito alta, em que a taxa de câmbio sofre 
mudanças muito rápidas que afetam as demonstrações.
Fonte: Elaborado pelo professor.
Seção 3
Preparação e apresentação das demonstrações 
contábeis
Após termos estudado as definições e os procedimentos para uma correta 
conversão das demonstrações contábeis, veremos como preparar e apresentar 
uma demonstração contábil convertida. 
Conforme o Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2), as contas patrimoniais e de 
resultado devem ser convertidas pelas seguintes taxas e câmbio.
Conversão das demonstrações contábeis
18.As contas de ativo e passivo da sociedade investida serão 
convertidas pela taxa cambial da data do balanço de fim de 
período, mantendo-se as contas do patrimônio líquido inicial 
pelos mesmos valores convertidos no balanço do final do período 
anterior; as mutações do patrimônio líquido que não o resultado 
serão convertidas pelas taxas das datas dessas mutações.
38
Capítulo 2 
19.As contas da demonstração do resultado poderão ser 
convertidas pela taxa cambial média do período, mas no caso de 
receitas ou despesas não homogeneamente distribuídas ou no 
de câmbio com oscilações significativas terá que a conversão ser 
com base na data da competência de tais receitas e despesas.
20.As diferenças cambiais entre as receitas e despesas 
convertidas de acordo com o item anterior e os valores obtidos 
pela sua conversão pela taxa de fechamento do período, bem 
como as variações entre os valores originais convertidos do 
patrimônio líquido inicial e seus valores convertidos pela taxa de 
final de período serão reconhecidas diretamente no patrimônio 
líquido. As mutações patrimoniais que não o resultado gerarão 
ganhos ou perdas cambiais entre a data de sua ocorrência e o 
final do período, se aumentos (como o aumento de capital), e 
entre a data de fechamento do período anterior e a data de sua 
ocorrência, se diminuições (como distribuição de dividendos). No 
caso de presença de sócios minoritários na investida, sua parte 
proporcional nesses ganhos ou perdas será a eles alocada.
21.No caso de demonstrações em moeda funcional de país 
com economia hiperinflacionária, primeiramente aplicam-se as 
técnicas da correção integral para depois se efetuar a conversão. 
Essa será feita com a aplicação da taxa de encerramento do 
período a todos os componentes do balanço e do resultado.
(DELIBERAÇÃO CVM N. 640, DE 7 DE OUTUBRO DE 2010, p. 03)
Verificando todos os procedimentos para a conversão, precisamos, então, ter 
estabelecidos alguns conceitos antes de realizar a conversão. São eles:
Moeda local: é a do país onde a empresa localiza-se, em nosso caso, é o Real. A 
demonstração deve ser apresentada nessa moeda.
Moeda funcional: é a moeda do principal sistema econômico em que a empresa 
opera. Pode ser dólar, euro ou outra moeda estrangeira. Não se recomenda utilizar 
como moeda funcional a moeda de países que possuem inflação muito alta.
Moeda do relatório: é a moeda para a qual iremos converter as demonstrações 
contábeis. Depende do país ao qual queremos apresentar tal demonstração.
Tendo esses pontos bem definidos, agora passaremos aos procedimentos para a 
conversão das demonstrações contábeis.
 • converter a demonstração de moeda funcional em moeda do 
relatório. Se a moeda do relatório for diferente da moeda funcional, 
caso contrário nada devemos fazer; 
 • converter a demonstração de moeda local em moeda funcional, 
utilizando o roteiro a seguir.
39
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
3.1 Roteiro para conversão de demonstrações contábeis
Abaixo, o roteiro que devemos seguir para conversão das demonstrações 
contábeis, elencado em seis itens: 
 • No primeiro momento, elaborar as demonstrações contábeis em 
moeda local. 
 • Em seguida, identificar qual a moeda estrangeira que será utilizada 
como funcional.
 • Outro passo para a conversão de demonstrações contábeis em 
moeda estrangeira é a escolha da metodologia a ser adotada. A 
empresa poderá utilizar o método de câmbio ou fechamento, 
monetário ou não monetário ou o método temporal.
 • Realizar a conversão das contas e itens patrimoniais, seguindo o 
seguinte princípio: 
Quadro 2 ̶ Classificação dos itens patrimoniaispara conversão
Item Taxa de conversão para moeda funcional
Monetários prefixados (duplicatas) Corrente
Monetários pós-fixados (caixa) Corrente
Não monetários (estoques) Histórica
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
 • Realizar a conversão das contas de resultado (receitas e despesas), 
seguindo o seguinte princípio: 
Quadro 3 ̶ Classificação dos itens de resultado para conversão
Item Taxa de conversão para moeda funcional
Receitas e despesas monetárias prefixadas (receitas) Média
Receitas e despesa pós-fixadas (salários e encargos) Média
Receitas e despesas não monetárias (CMV, depreciação) Histórica
Receitas e despesas financeiras (variação cambial, juros) Média
Imposto de renda Média
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
40
Capítulo 2 
 • E, por fim, realizar o ajuste da conversão e transportar para o 
demonstrativo de resultado com o item ganhos e perdas da conversão.
3.2 Apresentação da conversão de demonstrações contábeis
A apresentação da demonstração contábil convertida inicia pela preparação dos 
demonstrativos em moeda local que, conforme relatado, é a moeda do país onde 
a empresa está estabelecida, em nosso país o Reais. 
Tabela 1 ̶ Balanço patrimonial em moeda local
Balanço patrimonial exercício findo em 31/12/20xx 
(valores expressos em reais)
ATIVO 
Caixa e bancos 44.000 
Aplicações financeiras 5.200 
Duplicatas a receber 3.350 
Estoques 15.000 
Imobilizado 60.000 
(-) Depreciação acumulada (5.000) 
Total de Ativo 122.550 
 
PASSIVO 
Fornecedores 21.350 
Dividendos a pagar 3.000 
Impostos a pagar 6.200 
Capital social 85.000 
Reservas de lucros 350 
Lucros acumulados 6.650 
Total do Passivo 122.550 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
41
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Tabela 2 ̶ Demonstração de resultado em moeda local
Demonstração do resultado do exercício findo em 
31/12/20xx (valores expressos em reais)
Demonstração de Resultado 
 Receita bruta operacional 150.000 
 (-) Deduções da receita bruta (5.300)
 Receita líquida operacional 144.700 
 (-) Custos das mercadorias vendidas (115.385)
 Lucro bruto operacional 29.315 
 Despesas com vendas (11.444)
 Despesas administrativas (1.590)
 EBITDA 16.281 
 Depreciação (5.000)
 Receitas financeiras 450 
 Despesas financeiras (50)
Lucro antes dos impostos 11.681 
Imposto de renda (2.926)
Contribuição social (1.755)
Lucro líquido do exercício 7.000 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
O próximo item é definir qual a moeda funcional da empresa, ou seja, a moeda 
estrangeira a qual a empresa deve apresentar suas demonstrações.
Moeda local: Real – R$
Moeda funcional: Dólar – $
Definir a taxa de câmbio a ser utilizada e o valor da moeda do dia específico para 
a conversão, exemplo o dia de fechamento do demonstrativo. 
Primeiramente, definir a data dos fatos geradores que serão convertidos pela taxa 
história, média ou pela taxa corrente.
42
Capítulo 2 
Quadro 4 – Data de ocorrência 
Data de ocorrência dos fatos geradores
O capital social foi totalmente integralizado em 05/12/20XX
 
O imobilizado foi adquirido em 06/12/20XX
 
Os estoques foram adquiridos em 07/12/20XX
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Agora que já temos as datas das ocorrências dos fatos geradores definidas, 
precisamos determinar qual o valor da moeda nas datas de ocorrência e a média 
dessas taxas. 
Quadro 5 – Taxas de câmbio vigentes no período
Taxas de conversão
DIA TAXA DE CÂMBIO 
05/12/20XX 2,05
06/12/20XX 2,07
07/12/20XX 2,09
31/12/20XX 2,08
Taxa média ponderada 2,0725
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Agora, devemos classificar os itens patrimoniais em monetários e não monetários.
43
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Tabela 3 – Classificação para conversão do balanço patrimonial
Balanço patrimonial exercício findo em 
31/12/20xx
ATIVO Itens
Caixa e bancos Monetários
Aplicações financeiras Monetários
Duplicatas a receber Monetários
Estoques Não monetários
Imobilizado Não monetários
(-) Depreciação acumulada Não monetários
Total de Ativo 
PASSIVO Itens
Fornecedores Monetários
Dividendos a pagar Monetários
Impostos a pagar Monetários
Capital social Não monetários
Reserva Não monetários
Lucros acumulados Não monetários
Total do Passivo 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Sabendo a classificação dos itens patrimoniais, temos que determinar a taxa de 
conversão a ser utilizada.
Tabela 4 – Taxa de conversão do balanço patrimonial
Balanço patrimonial exercício findo em 31/12/20xx
Ativo Itens Taxa de Conversão
Caixa e bancos Monetários Corrente
Aplicações financeiras Monetários Corrente
Duplicatas a receber Monetários Corrente
continua ...
44
Capítulo 2 
Balanço patrimonial exercício findo em 31/12/20xx
Estoques Não monetários Histórica
Imobilizado Não monetários Histórica
(-) Depreciação 
acumulada
Não monetários Histórica
Total de Ativo 
PASSIVO Itens Taxa de Conversão
Fornecedores Monetários Corrente
Dividendos a pagar Monetários Corrente
Impostos a pagar Monetários Corrente
Capital social Não monetários Histórica
Reserva Não monetários Histórica
Lucros acumulados Não monetários Histórica
Total do Passivo 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Agora, devemos aplicar a taxa de câmbio da moeda conforme a sua classificação, 
assim apresentando um balanço patrimonial convertido.
45
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Tabela 5 – Conversão do balanço patrimonial
Balanço patrimonial exercício findo em 31/12/20xx
ATIVO Itens
Moeda local: Real Moeda 
Funcional
Dólar
Taxa de 
Câmbio Data Taxa Data
Caixa e bancos Monetários Corrente 44.000 2,08 21.154 
Aplicações 
financeiras
Monetários Corrente 5.200 2,08 2.500 
Duplicatas a 
receber
Monetários Corrente 3.350 2,08 1.611 
Estoques Não 
monetários
Histórica 15.000 2,09 7.177 
Imobilizado Não 
monetários
Histórica 60.000 2,07 28.986 
(-) Depreciação 
acumulada
Não 
monetários
Histórica (5.000) 2,07 (2.415) 
Total de Ativo 122.550 59.012 
PASSIVO Itens Taxa de Câmbio Data Taxa Data
Fornecedores Monetários Corrente 21.350 2,08 10.264 
Dividendos a 
pagar
Monetários Corrente 3.000 2,08 1.442 
Impostos a 
pagar
Monetários Corrente 6.200 2,08 2.981 
Capital social Não 
monetários
Histórica 85.000 2,05 41.463 
Reserva Não 
monetários
Histórica 350 2,05 171 
Lucros 
acumulados 
Não 
monetários
Histórica 6.650 2,05 3.243
Total do Passivo 122.550 59.564 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
46
Capítulo 2 
Passamos agora para a conversão da demonstração de resultado, que precisa 
inicialmente definir qual a taxa de conversão deve ser utilizada para cada conta 
do demonstrativo.
Tabela 5 – Taxa de conversão da demonstração de resultado
Demonstração do resultado do exercício findo em 
31/12/20xx
Demonstração de Resultado Taxa de 
conversão
 Receita bruta operacional Média
 (-) Deduções da receita bruta Média
 Receita líquida operacional 
 (-) Custos das mercadorias vendidas Histórica
 Lucro bruto operacional 
 Despesas com vendas Média
 Despesas administrativas Média
 EBITDA 
 Depreciação Histórica
 Receitas financeiras Média
 Despesas financeiras Média
Lucro antes dos ganhos e perdas 
Ganhos e perdas da conversão 
Lucro antes dos impostos 
Imposto de renda Média
Contribuição social Média
Lucro líquido do exercício 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Então devemos realizar a conversão dos itens de resultado.
47
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Tabela ̶ 6 Conversão da demonstraçãode resultado
Demonstração do resultado do exercício findo em 31/12/20xx
Demonstração de 
Resultado
Moeda Local: Real Moeda 
Funcional:
Dólar
Taxa de 
coversão Data Taxa Data
 Receitas bruta operacional Média 150.000 2,07 72.377 
 (-) Deduções da receita 
bruta
Média (5.300) 2,07 (2.557)
 Receita líquida operacional 144.700 69.820 
 (-) Custos das mercadorias 
vendidas
Histórica (115.385) 2,08 (55.474)
 Lucro bruto operacional 29.315 14.346 
 Despesas com vendas Média (11.444) 2,07 (5.522)
 Despesas administrativas Média (1.590) 2,07 (767)
 EBITDA 16.281 8.057 
 Depreciação Histórica (5.000) 2,08 (2.404)
 Receitas financeiras Média 450 2,07 217 
 Despesas financeiras Média (50) 2,07 (24)
Lucro antes dos ganhos 
e perdas
 11.681 5.846 
Ganhos e perdas da 
conversão
 
Lucro antes dos impostos 11.681 5.846 
Imposto de renda Média (2.926) 2,08 
(1.406)
Contribuição social Média (1.755) 2,08 
(843)
Lucro líquido do exercício 7.000 3.597
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
48
Capítulo 2 
Após a conversão, verificamos a diferença entre ativo e passivo, assim temos o 
valor de ganhos ou perdas da conversão. Ou seja, o quanto a empresa ganhou 
ou perdeu com a diferença da valoração da moeda. Como para todos os efeitos 
o ativo deve ser igual ao passivo, necessitamos, então, realizar o ajuste da 
conversão, que nos dará o valor do ganho ou da perda com a conversão.
Tabela 7 ̶ Conciliação do ajuste de conversão
Conciliação ajuste de conversão
Itens R$ Taxa 
Corrente
Taxa 
Histórica
Convertido Corrente Ajuste G/P
Estoques 15.000 2,08 2,09 7.177 7.212 (35)
Imobilizado 60.000 2,08 2,07 28.986 28.846 140 
(-) Depreciação 
acumulada
(5.000) 2,08 2,07 (2.415) (2.404) (11) 
Capital social 85.000 2,08 2,05 (41.463) (40.865) (598)
 Receita bruta 
operacional
150.000 2,08 2,07 72.377 72.115 (262)
 (-) Deduções da 
receita bruta
(5.300) 2,08 2,07 (2.557) (2.548) 9 
 Despesas com 
vendas
(11.444) 2,08 2,07 (5.522) (5.502) 20 
 Despesas 
administrativas
(1.590) 2,08 2,07 (767) (764) 3 
 Receitas 
financeiras
450 2,08 2,07 217 216 (1)
 Despesas 
financeiras 
(50) 2,08 2,07 (24) (24) 0 
TOTAIS (735)
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Sabendo que a conversão nos apresentou uma perda de $735, temos então que 
realizar o ajuste desse valor na Demonstração de Resultado e posteriormente no 
Balanço Patrimonial, para assim temos a real situação da empresa em moeda 
estrangeira, neste caso, o Dólar.
49
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Tabela 8 ̶ Lançamento de ajunta da conversão na Demonstração de Resultado
Demonstração do resultado do exercício findo em 31/12/20xx
Demonstração de 
Resultado
Moeda Local Real Moeda 
Funcional
Dólar
Taxa de 
Conversão Data Taxa Data
 Receita bruta operacional Média 150.000 2,07 72.377 
 (-) Deduções da receita 
bruta
Média (5.300) 2,07 (2.557)
 Receita líquida operacional 144.700 69.820 
 (-) Custos das mercadorias 
vendidas
Histórica (115.385) 2,08 (55.474)
 Lucro bruto operacional 29.315 14.346 
 Despesas com vendas Média (11.444) 2,07 (5.522)
 Despesas administrativas Média (1.590) 2,07 (767)
 EBITDA 16.281 8.057 
 Depreciação Histórica (5.000) 2,08 (2.404)
 Receitas financeiras Média 450 2,07 217 
 Despesas financeiras Média (50) 2,07 (24)
Lucro antes dos ganhos 
e perdas
 11.681 5.846 
Ganhos e perdas da 
conversão
 (735)
Lucro antes dos impostos 11.681 5.111 
Imposto de renda Média (2.926) 2,08 (1.406)
Contribuição social Média (1.755) 2,08 (843)
Lucro líquido do exercício 7.000 2.862
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Encontramos o resultado da empresa em moeda estrangeira no valor de $ 2.862. 
Agora, então, iremos fazer o ajuste no Balanço Patrimonial.
50
Capítulo 2 
Tabela 9 ̶ Lançamento de ajusta da conversão no Balanço Patrimonial
Balanço patrimonial exercício findo em 31/12/20xx
ATIVO Itens
Moeda 
Local Real
Moeda 
Funcional Dólar
Taxa de 
Câmbio
Data Taxa Data
Caixa e bancos Monetários Corrente 44.000 2,08 21.154 
Aplicações financeiras Monetários Corrente 5.200 2,08 2.500 
Duplicatas a receber Monetários Corrente 3.350 2,08 1.611 
Estoques Não 
monetários
Histórica 15.000 2,09 7.177 
Imobilizado Não 
monetários
Histórica 60.000 2,07 28.986 
(-) Depreciação 
acumulada
Não 
monetários
Histórica (5.000) 2,07 (2.415) 
Total de Ativo 122.550 59.012 
PASSIVO Itens Taxa de 
Câmbio
Data Taxa Data
Fornecedores Monetários Corrente 21.350 2,08 10.264 
Dividendos a pagar Monetários Corrente 3.000 2,08 1.442 
Impostos a pagar Monetários Corrente 6.200 2,08 2.981 
Capital social Não 
monetários
Histórica 85.000 2,05 41.463 
Reserva Não 
monetários
Histórica 350 2,05 171 
Lucros acumulados Não 
monetários
Histórica 6.650 2.691
Total do Passivo 122.550 59.012 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Temos, assim, um balanço e um demonstrativo de resultado consolidado, 
podendo, então, analisar a diferença da moeda e a sua valorização no decorrer 
do período.
51
Seções de estudo
Capítulo 3
Reestruturação societária
Seção 1: Conceito de reestruturação societária
Seção 2: Incorporação, fusão e cisão
Seção 3: Liquidação de empresas
52
Capítulo 3 
Introdução
Neste capítulo, estudaremos a reestruturação societária das empresas. Ele 
está dividido em três seções. Na primeira, serão descritos os conceitos dessa 
ferramenta chamada de reestruturação societária e seus objetivos. Na segunda, 
abordaremos os tipos de reestruturação que a legislação oferece, assim como 
seus conceitos usuais. E na última seção conheceremos como ocorre o processo 
de liquidação de empresas, seus conceitos, tipos e objetivos. 
Seção 1
Conceito de reestruturação societária
A reestruturação societária pode ser utilizada como ferramenta estratégica que 
tem por objetivo a fortificação de bases para a sustentação, o crescimento e a 
perpetuidade dos negócios e atividades da empresa, sendo que sua implantação 
apresenta uma estrutura societária apontada através de estudos como a ideal 
para determinado momento da empresa.
Reestruturação societária ou planejamento societário é um termo que tem estado 
bastante na moda nos últimos anos. Diversas mudanças relacionadas ao Código 
Civil, às Leis das SA e à legislação brasileira tornaram ainda mais importante a 
realização de uma readequação da estrutura societária nas empresas, sendo 
esta uma preocupação constante, devido a profundas e contínuas alterações na 
legislação tributária.
Outra forma de aplicação da reestruturação societária é como ferramenta do 
planejamento tributário, considerada uma das mais eficientes alternativas 
utilizadas atualmente, pois, embasada na extensa legislação fiscal e societária, 
permite reduzir de forma considerável o custo tributário das empresas.
A reestruturação societária consiste, entre outras coisas, na alteração do 
estatuto social e na readaptação das atividades da empresa (ou de um grupo 
de empresas), visando a enquadrar-se em outro tipo de sociedade, outro regime 
tributário ou utilizar-se de benefícios fiscais, seja com incorporação, fusão ou 
cisão de empresas.
Importante ressaltar que a reestruturação societária também funciona como uma 
ferramenta de divisão e proteção do patrimônio dos empresários, uma vez que através 
dela criamos uma clara distinção entre as pessoas físicas e as pessoas jurídicas, 
separando assim os benspertencentes à empresa e aos sócios ou acionistas.
53
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
Seção 2
Incorporação, fusão e cisão
Ultimamente, com o advento da globalização da economia, podemos observar 
uma forte inclinação mundial na direção de que cada vez mais as empresas 
precisam concentrar suas atividades produtivas, diminuindo, assim, o número de 
empresas do mesmo setor de atividades, tendo que unir suas forças e tecnologias. 
Isso se justifica, principalmente, pela forte concorrência existente entre as 
empresas e pelo fato dessa concorrência estabelecer que a produção seja 
otimizada, precisando reduzir os custos de produção e, por consequência, 
conseguir alocar no mercado produtos que consigam ser competitivos e que 
absorvam o máximo possível de valor dentro deste contexto. 
Com esse cenário de competição bastante acirrada, e de competição, tanto para 
conseguir sobreviver ao mercado atual ou sendo também para aumentar seus 
resultados, as empresas precisam buscar estratégias, para se adequar ao quadro 
atual do mercado, buscando estratégias para aumentar sua competitividade. 
Podemos destacar como estratégias econômicas a fusão, a cisão e 
a incorporação de empresas, em especial, as com maior poder econômico. 
2.1 Incorporação
O processo de incorporação ocorre sempre com duas ou mais sociedades, que 
são extintas e incorporadas em outra. Esse tipo de reestruturação está regida 
pelo artigo 227 da Lei 6.404/1976.
Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais 
sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos 
os direitos e obrigações.
§ 1º A assembleia-geral da companhia incorporadora, 
se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar 
o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela 
incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e 
nomear os peritos que o avaliarão.
§ 2º A sociedade que houver de ser incorporada, se 
aprovar o protocolo da operação, autorizará seus 
administradores a praticarem os atos necessários à 
incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital 
da incorporadora.
§ 3º Aprovados pela assembleia-geral da incorporadora 
o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se 
a incorporada, competindo à primeira promover o 
arquivamento e a publicação dos atos da incorporação. 
(BRASIL, 1976).
54
Capítulo 3 
Na incorporação, uma sociedade que é denominada de incorporada deixa 
de existir, mas a empresa chamada de incorporadora continuará com a sua 
personalidade jurídica, absorvendo todos os bens, direitos e obrigações da 
sociedade que a partir de agora deixará de existir.
2.2 Fusão
A fusão é a união de duas ou mais sociedades para constituir uma sociedade 
nova, que seguirá com todos os direitos e obrigações das sociedades que 
deixarão de existir. O artigo 228 da Lei 6.404 de 1976 traz a seguinte redação 
sobre o tema:
Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais 
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em 
todos os direitos e obrigações.
§ 1º A assembleia-geral de cada companhia, se aprovar o 
protocolo de fusão, deverá nomear os peritos que avaliarão 
os patrimônios líquidos das demais sociedades.
§ 2º Apresentados os laudos, os administradores 
convocarão os sócios ou acionistas das sociedades para 
uma assembleia-geral, que deles tomará conhecimento e 
resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade, 
vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação 
do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte.
§ 3º Constituída a nova companhia, incumbirá aos 
primeiros administradores promover o arquivamento e a 
publicação dos atos da fusão. (BRASIL, 1976).
Ressalta-se que na fusão, todas as sociedades que participarem da operação se 
extinguem para formar uma nova sociedade com personalidade jurídica distinta 
daquelas. A nova sociedade que surge assume todas as obrigações ativas e 
passivas das sociedades fusionadas. Não há necessidade de que as sociedades 
que se fundem tenham o mesmo objeto social.
2.3 Cisão
Neste tipo de reorganização de sociedades, a companhia transfere parcelas de 
seu patrimônio para outras sociedades já existentes ou criadas para esse fim. 
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere 
parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, 
constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a 
companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, 
ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
55
Operações Avançadas da Teoria Contábil 
§ 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a sociedade 
que absorver parcela do patrimônio da companhia cindida 
sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados 
no ato da cisão; no caso de cisão com extinção, as 
sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da 
companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos 
patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações 
não relacionados.
§ 2º Na cisão com versão de parcela do patrimônio 
em sociedade nova, a operação será deliberada pela 
assembleia-geral da companhia à vista de justificação 
que incluirá as informações de que tratam os números do 
artigo 224; a assembleia, se a aprovar, nomeará os peritos 
que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, 
e funcionará como assembleia de constituição da nova 
companhia.
§ 3º A cisão com versão de parcela de patrimônio em 
sociedade já existente obedecerá às disposições sobre 
incorporação (artigo 227).
§ 4º Efetivada a cisão com extinção da companhia 
cindida, caberá aos administradores das sociedades que 
tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o 
arquivamento e publicação dos atos da operação; na cisão 
com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos 
administradores da companhia cindida e da que absorver 
parcela do seu patrimônio.
§ 5º As ações integralizadas com parcelas de patrimônio 
da companhia cindida serão atribuídas a seus titulares, em 
substituição às extintas, na proporção das que possuíam; 
a atribuição em proporção diferente requer aprovação 
de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a 
voto. (BRASIL, 1976).
Trata-se de uma situação diferente da fusão ou da incorporação. Na fusão, duas 
sociedades se reúnem para formar sociedade nova; na incorporação, uma 
sociedade absorve a outra, que permanece a sociedade incorporadora. No caso 
da cisão, a empresa cindida, aquela que transfere seu patrimônio, só deixará de 
existir se transferir todo o seu patrimônio ou por decisão de seus administradores.
56
Capítulo 3 
Seção 3
Liquidação de empresas
A liquidação de empresa é o segundo processo de três, utilizados para a extinção 
de uma empresa, sendo a dissolução o primeiro e representa a cessação da 
atividade de uma companhia. Depois da dissolução, acontecerá a liquidação, 
e o último é chamado de extinção da companhia. Algumas vezes ocorre desse 
processo não ser realizado por completo, como no exemplo se a empresa se 
recuperar e reassumir as suas atividades normais, e com isso, provocando a 
quebra da cadeia. Ocorre também a possibilidade da companhia passar direto da 
dissolução para a extinção, como pode ser os casos de ocorrer a reorganização 
da sociedade por incorporação, fusão ou cisão.
A liquidação é o processo intermediário entre a dissolução e a extinção, que 
tem por finalidade realizar os bens e direitos da companhia, e proceder os 
pagamentos de seus débitos. É uma forma de reestruturar a empresa, obtendo 
acordo de pagamentos e recebendo seus direitos.
3.1 Tipos de liquidação
De acordo com os artigos 208 e 209 da Lei n. 6.404/76, existem dois tipos 
de liquidação: a privada, também conhecida como amigável, e a judicial, 
denominada como forçada.
3.1.1 Liquidação privada (liquidação pelos órgãos da companhia)
Neste caso, o processo de liquidação parte da própria

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