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Princípios Constitucionais do Direito Processual Civil

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11/02/2019 APOSTILA DPC I - Documentos Google
https://docs.google.com/document/d/1MjNKSsrTKlIaAPnONibguK6ECHfQNzTZ5fcTzWY3wN4/edit 1/115
Princípios constitucionais do direito processual civil 
Eles ocupam-se especificamente com a conformação do próprio processo, assim entendido o método de 
exercício da função jurisdicional. São eles que fornecem as diretrizes mínimas, embora fundamentais, de 
como deve se dar o próprio comportamento do Estado-juiz. Eles prescrevem, destarte, o “modo de ser” 
(mais precisamente, de “dever-ser”) do processo na perspectiva constitucional. 
Acesso à justiça 
O primeiro dos princípios constitucionais do processo civil que deve ser exposto é o usualmente chamado 
de “acesso à justiça” e tem como sinônimos “acesso à ordem jurídica justa”, “inafastabilida- de da 
jurisdição” ou “inafastabilidade do controle jurisdicional”. Ele quer significar o grau de abertura imposto 
pela CF para o direito processual civil. Grau de aber- tura no sentido de ser amplamente desejável, no 
plano constitucional, o acesso ao Poder Judiciário. É o que se lê, com todas as letras, do inciso XXXV do 
art. 5o da CF: “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Devido processo legal (devido processo constitucional) 
o princípio do “devido processo legal” volta-se, basicamente, a indicar as condições mínimas em que o 
desenvolvimento do processo, isto é, o método de atuação do Estado-juiz para lidar com a afirmação de 
uma situação de ameaça ou lesão a direito, deve se dar. Ele é expresso no inciso LIV do art. 5o da CF: 
“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. 
Contraditório (cooperação) 
O princípio do contraditório vem expresso no inciso LV do art. 5o da CF: “aos litigantes, em proces- so 
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com 
os meios e recursos a ela inerentes”. O núcleo essencial do princípio do contraditório compõe-se, de 
acordo com a doutrina tradicional, de um binômio: “ciência e resistência” ou “informação e rea ção”. O 
primeiro desses elementos é sempre indispensável; o segundo, eventual ou possível. É desejável, contudo, 
ir além, até para distinguir o contraditório da ampla defesa. Contraditório deve ser entendido como 
possibilidade de participação e colaboração ou cooperação ampla de todos os sujeitos processuais ao 
longo de todo o processo. 
Ampla defesa 
O mesmo inciso LV do art. 5o da CF, que faz expressa referência ao princípio do contraditório, lista, 
também como princípio constitucional, o da ampla defesa com os recursos a ela inerentes. a garantia de 
todo e qualquer réu (nomenclatura mais utilizada para o processo civil) ter condições efetivas, isto é, 
concretas de se responder às imputações que lhe são dirigidas antes que seus efeitos decorrentes possam 
ser sentidos. Os “recursos a ela inerentes”, a que se refere o inciso LV do art. 5o da CF, devem ser 
entendidos como a criação de mecanismos, de formas, de técnicas processuais, para que a ampla defesa 
seja exercitada a contento. 
Juiz natural 
O “princípio do juiz natural” – por vezes também chamado de “princípio da vedação dos tribunais de 
exceção” – encontra fundamento expresso em dois dispositivos da CF, nos incisos XXXVII e LIII, ambos 
do art. 5o, os quais, respectivamente, prescrevem que: “não haverá juízo ou tribunal de exceção” e 
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“ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”. O “princípio do juiz 
natural” diz respeito, assim, à identificação do juízo, isto é, do órgão jurisdicional 
 
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constitucionalmente competente. É fundamental, destarte, compreender em que condições a CF cria e                         
aceita determinados órgãos jurisdicionais para julgar determinados assuntos, determinadas pes- soas e                       
assim por diante. Será “juiz natural” aquele que a Constituição indicar como competente ou, quando                             
menos, quando ela, a CF, permitir que o seja. 
Imparcialidade 
O “princípio da imparcialidade” não tem previsão expressa na CF. A doutrina, contudo, não hesita em 
entendê-lo como decorrência do “princípio do juiz natural” ou, mais corretamente, como fator que o 
complementa. 
Duplo grau de jurisdição 
De todos os princípios constitucionais do direito processual, o mais difícil de ser identificado é o do 
“duplo grau de jurisdição”. Isso, basicamente, porque não há consenso na doutrina sobre sua extensão e 
significado, o que é agravado porque a CF não se refere a ele expressamente. Se em determinado caso 
concreto, a opção do CPC de 2015 em restringir a recorribilidade das interlocutórias da primeira instância, 
submetendo-as imediatamente ao Tribunal respectivo, violar algum direito do jurisdicionado, o princípio 
do duplo grau deverá preponderar e, nesse sentido, dar fundamento ao cabimento de um sucedâneo 
recursal que possa, naquele específico caso, suprir a deficiência do sistema recursal. O mais comum, 
nesses casos, é o uso do mandado de segurança contra ato judici- al. 
Colegialidade nos Tribunais 
Por “princípio da colegialidade” deve ser entendido que a manifestação dos Tribunais brasileiros deve ser 
colegiada no sentido de não poder ser realizada por um só de seus membros isoladamente ou, como se 
costuma dizer, monocraticamente. Decisão colegiada não deve ser entendida, contudo, como a decisão 
tomada necessariamente e em qualquer caso pela totalidade dos integrantes do Tribunal ao mesmo tempo. 
Reserva do Plenário para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
Uma manifestação inequívoca do “princípio da colegialidade” é a reserva de plenário para declarar a                             
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Em rigor, mais que um princípio, trata-se de uma regra de                                 
competência estabelecida pelo art. 97 da CF, segundo o qual: “Somente pelo voto da maioria abso- luta de                                   
seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a                           
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. 
Isonomia 
O princípio da isonomia ou da igualdade é basilar na organização do Estado brasileiro. É expresso sobre 
ele o caput e o inciso I do art. 5o, assim como, tendo em conta o Estado-administração, o art. 37, caput, e, 
com os olhos voltados à função tributária do Estado, o art. 150, II, todos da CF. A isonomia ou igualdade 
deve ser entendida no sentido de que o Estado-juiz (o magistrado, que o representa) deve tratar de forma 
igualitária os litigantes. Seja dando-lhes igualdade de condições de manifestação ao longo do processo, 
seja criando condições para que essa igualdade seja efetivamente exercitada. 
Publicidade 
O princípio da publicidade vem expresso no inciso LX do art. 5o da CF: “a lei só poderá restringir a 
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. Ele 
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também consta dos incisos IX 
 
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e X do art. 93 da CF, ambos com a redação que lhes deu a EC n. 45/2004, respectivamente: “todos os 
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fun- damentadas todas as decisões, sob pena 
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, emdetermina- dos atos, às próprias partes e a seus 
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado 
no sigilo não prejudique o interesse público à informação” A publicidade, tal qual exigida 
constitucionalmente, tem sentido duplo. A primeira acepção é a de que o direito brasileiro não admite 
julgamentos “secretos”. 
Motivação 
O princípio da motivação, também chamado de princípio da fundamentação, tem previsão expressa nos 
mesmos incisos IX e X do art. 93 da CF, os quais expressam o princípio da publicidade. Essa pe- 
culiaridade, contudo, não é suficiente para tratar os dois princípios como se eles fossem um só, embo- ra 
possa ser traçada alguma relação entre ambos. O princípio da motivação expressa a necessidade de toda e 
qualquer decisão judicial ser explicada, fundamentada e justificada pelo magistrado que a proferiu, 
levando em conta o direito aplicável e as vicissitudes do caso concreto. 
Vedação das provas ilícitas ou obtidas por meios ilícitos 
O “princípio da vedação das provas ilícitas” é expresso no inciso LVI do art. 5o da CF. De acordo com o 
dispositivo, “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. O que o princípio quer 
proteger, acima de tudo, é a intimidade das pessoas nos termos amplos do inciso X do mesmo art. 5o. O 
referido inciso LVI permite a distinção entre “provas ilícitas” e entre provas obtidas por meios ilícitos. 
Prova ilícita é aquela que, em si mesma considerada, fere o ordenamento jurídico. Assim, por exemplo, a 
tortura, expressamente proibida pelo inciso III do art. 5o da CF. Prova obtida por meios ilícitos é aquela 
que, como meio de prova, é admitida ou tolerada pelo sistema, mas cuja forma de obtenção, de 
constituição, de formação, fere o ordenamento jurídico. Bem ilustra a situação o desrespeito ao sigilo de 
correspondência ou a oitiva de conversas telefônicas não autorizada nos termos da lei (art. 5o, XII, da CF). 
Assistência jurídica integral e gratuita 
Trata-se de princípio expressamente previsto no inciso LXXIV do art. 5o da CF: “O Estado prestará 
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos” e que permite 
reduzir, se não eliminar, obstáculos financeiros que privariam o economicamente hipossuficiente de 
adequado acesso à Justiça. O inciso LXXVII do art. 5o determina que “são gratuitas as ações de habeas 
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cida- dania”. 
Duração razoável do processo (eficiência processual) 
O inciso LXXVIII do art. 5o da CF, introduzido pela EC n. 45/2004, dispõe que “a todos, no âmbito 
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação”. A razoável duração do processo deve ser compreendida invariavelmente 
levando em conta as especificidades de cada caso concreto. 
Efetividade do processo (efetividade do direito pelo e no processo) 
O princípio da efetividade do processo, por vezes denominado de efetividade da jurisdição, também 
encontra seu fundamento na locução contida no inciso XXXV do art. 5o da CF de que a lei não exclui- rá 
nenhuma lesão ou ameaça a direito da apreciação do Poder Judiciário. a razão pela qual me parece mais 
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adequado propor, para substituir a tradicional expressão “efetividade do processo”, outra, que coloca 
ênfase onde ela deve ser posta: efetividade do direito pelo e no processo. Não se trata, 
 
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enfatizo, de entender “efetivo” o processo em si mesmo considerado. A efetividade do processo mede-se 
pela sua capacidade de tornar reais (concretizados) os direitos controvertidos, ameaçados ou lesionados. 
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
São as normas que querem ser fundantes não só do próprio Código mas também de todo o direito 
processual civil. À exceção do art. 12, os demais dispositivos encontram assento expresso, às vezes com o 
emprego do mesmo texto, no “modelo constitucional do direito processual civil” e, nesse sentido, seriam, 
todos desnecessários, a começar pelo principal deles, o art. 1o. O CPC de 2015, em seus onze primeiros 
dispositivos, acolhe – e o faz expressamente – essa forma de pensar, normatizando-a. A lei, nesse sentido, 
deve-se adequar, necessariamente, ao atingimento daqueles fins; não o contrário. E o CPC de 2015 não 
está imune a esse contraste nem a essa crítica, não obstante e justamente por força do seu art. 1o. 
O princípio da inércia da jurisdição 
O art. 2o, ao estabelecer que “o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso 
oficial, salvo as exceções previstas em lei”, agasalha, em primeiro lugar, o princípio da inércia da 
jurisdição. Na perspectiva infraconstitucional, o mesmo art. 2o dá ensejo à construção do consagrado 
“princípio dispositivo” ou da “inércia jurisdicional”, basilar ao direito processual civil, amalgamando em 
um só dispositivo o que no CPC de 1973 vinha veiculado em seus arts. 2o e 262. As “exceções previstas 
em lei” são os casos em que o ordenamento impõe a predominância do “princípio inquisitório”, isto é, em 
que a atuação oficiosa do magistrado é admitida (em rigor, é imposta). Tal atuação, contudo, não significa 
– e não pode querer significar – dispensa ou eliminação de pré- vio contraditório, exigência esta que, na 
perspectiva do CPC de 2015, é enfatizada pelos arts. 9o e 10, reiterando, no particular, o que, 
superiormente, decorre diretamente do art. 5o, LIV, da CF. 
Acesso à justiça e meios alternativos de solução de conflitos 
O caput do art. 3o (“Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”) traz à mente o 
art. 5o, XXXV, da CF. Trata-se do princípio do “acesso à Justiça” ou da “inafastabilidade da jurisdição”, 
na perspectiva, que ora, interessa. As exceções feitas pelos parágrafos – da arbitragem e dos “meios 
alternativos (ou consensuais) de solução de conflitos” – são plenamente compatíveis com o referido 
princípio e devem ser – como, felizmente, são – incentivadas pelas leis processuais civis e, de maneira 
absolutamente incisiva e revela- dora, também pelo CPC de 2015. Prova segura da afirmação está na 
obrigatoriedade, como regra, de audiência de conciliação ou de mediação como um dos primeiros atos a 
serem praticados no procedi- mento comum (art. 334, caput e § 4o, I). 
Princípio da eficiência processual 
O art. 4o reproduz, no plano infraconstitucional, o “princípio da eficiência processual” constante do art. 
5o, LXXVIII, da CF, incluído pela EC n. 45/2004, Aqui, cabe enfatizar, em caráter de absoluta 
essencialidade, a compreensão de que o precitado dis- positivo constitucional não busca um processo 
rápido no sentido de que somente o tempo (o menor) de sua duração, independentemente de quaisquer 
outros fatores é relevante. Chama a atenção, na letra do art. 4o, a expressa inclusão, pertinente, da 
“atividade satisfativa” ao lado (e sem prejuízo) da “solução integral do mérito”. É o reconhecimento 
expresso, pelo CPC de 2015, da compreensão das bandeiras do neoconcretismo quanto a não poder a 
ênfase recair apenas na etapa cognitiva do processo Por isso mesmo, o art. 4o também tem sua função 
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didática ao permitir compreender mais adequada- mente o “processo sincrético”, indubitavelmente 
albergado pelo CPC de 2015, assim compreendido o processo que se divide em fases (ou etapas) sem 
solução de continuidade, nas quais se distribuem “atividades cognitivas” (de 
 
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conhecimento) e “atividades satisfativas” (de cumprimento ou de execu- ção) de diversa ordem, mas                           
sempre com a finalidade principal de verificar para quem a tutela jurisdicional deve ser prestada e também                                 
criar condições de sua efetiva prestação, isto é, a satisfação do direito tal qual reconhecido existente pelo                                 
Estado-juiz. 
A boa-fé objetiva 
O art. 5o impõe a todos os que participarem do processo – todos os sujeitos processuais, portanto – o 
dever de comportar-se de acordo com a boa-fé. Trata-se de boa-fé objetivamente considerada e, por isso, 
vai além dos deveres de probidade de que trata o art. 77 e, de resto, não se confunde com e nem se 
restringe às diversas situações em que a ausência de boa-fé subjetiva é reprimida pelo CPC de 2015. A 
doutrina ensina que a boa-fé objetiva é verdadeira cláusula geral – e é tratada como tal pelo art. 5o–, que 
encerra uma série de comportamentos desejados ou esperados dos agentes em geral e aqui, no plano do 
processo, de todos os sujeitos processuais que, em última análise, conduzem à proteção da confiança 
legítima. De acordo com a primeira faceta, a boa-fé objetiva é elemento que deve ser levado em conta 
necessariamente na interpretação dos atos A segunda faceta da boa-fé objetiva acima destacada 
relaciona-se a outros princípios como o da le- aldade processual. Trata-se, nesse contexto, de entendê-la 
como meio que enaltece o necessário cum- primento dos deveres processuais que garantam o atingimento 
daqueles valores, vedando quaisquer abusos processuais.. Não há espaço para duvidar da importância da 
compreensão da boa-fé objetiva nos amplos moldes que acabei de anunciar e de sua função, em boa hora 
tornada expressa pelo art. 5o. Não obstante, importa constatar que o referido art. 5o não deve permitir o 
transporte, puro e simples, de formulações típicas do direito privado para o campo processual onde, 
quando considerado em si mesmo, predomina o direito público. Uma coisa é entender (corretamente) que 
os sujeitos do proces- so, todos eles, devam se comportar de acordo com standards de boa-fé objetiva, de 
lealdade e de etici- dade, até por causa (se não em função) dos princípios do devido processo 
constitucional e da cooperação (art. 6o). Na perspectiva do magistrado, até mesmo a moralidade que deve 
permear toda atuação estatal (art. 37, caput, da CF) merece ser levada em conta para tanto, para 
fundamentar o dever de atu- ar de boa-fé, com lealdade e com a eticidade desejadas e hipertrofiadas. 
Princípio da cooperação (modelo cooperativo de processo) 
O art. 6o trata do “princípio da cooperação”, querendo estabelecer um modelo de processo coopera- tivo – 
nitidamente inspirado no modelo constitucional – vocacionado à prestação efetiva da tutela jurisdicional, 
com ampla participação de todos os sujeitos processuais, do início ao fim da atividade ju- risdicional. O 
CPC de 2015 apresenta inúmeras aplicações concretas do princípio da cooperação naquelas quatro 
facetas, permitindo, com segurança, atestar que ele já implementou verdadeiro modelo de processo 
cooperativo. Assim, por exemplo, quando o magistrado antes de indeferir a inicial indica precisamente o 
que, no seu entender, macula aquele ato processual e deve ser corrigido sob pena de indeferimento (art. 
321) – dever de esclarecimento; quando o juiz determina a prévia oitiva das partes para só depois decidir 
(art. 9o), ainda que se trata de matéria que ele deva apreciar de ofício (art. 10) – dever de con- sulta; 
quando o magistrado busca suprir a ausência de pressupostos processuais e, mais amplamente, de outros 
vícios que podem comprometer a prestação da tutela jurisdicional (arts. 139, IX, e 317), in- clusive no 
âmbito recursal (art. 932, parágrafo único) – dever de prevenção; e no que diz respeito à modificação do 
ônus da prova diante dos pressupostos do art. 373, §§ 1o e 2o – dever de auxílio. 
Princípio da isonomia (paridade de armas) 
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O art. 7o, ao estatuir ser “... assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções 
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”, assegura, em primazia o “princípio da 
isonomia”, sem deixar de evidenciar, desde logo – e sem prejuízo do que dispõem os seus arts. 9o e 10 
Paridade no sentido de ser viabilizada, ao magistrado, iguais chances aos sujeitos do processo ao longo de 
todo o processo. Bilateralidade no sentido de que o magistrado deve ouvir em igualdade de oportunidade 
os sujeitos do processo ao longo de todo o processo. 
 
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Hermenêutica do direito processual civil 
O art. 8o busca aprimorar e atualizar, para as escolas hermenêuticas atualmente em voga – sobretu- do as 
de índole constitucional –, os arts. 4o e 5o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
diretrizes que devem guiar o magistrado na interpretação – e, consequente- mente, na aplicação – do 
ordenamento jurídico em cada caso concreto que lhe é submetido para análi- se e decisão. São elas: o 
atendimento aos fins sociais e às exigências do bem comum resguardando e promovendo a dignidade da 
pessoa humana (que dialogam, em última análise, com os princípios fundantes do Esta- do brasileiro, 
expressados pelo art. 3o da CF). Para atingimento daquela finalidade, o magistrado ob- servará a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência (que permitirão a escorreita 
concreção da norma jurídica à luz do caso concreto, o que é bastante para afastar, em ple- na harmonia 
com o art. 140, o non liquet). Importa acentuar, a despeito do silêncio do art. 8o, que cabe ao magistrado, 
sempre e invariavelmen- te, também contrastar a constitucionalidade das leis, formal e substancialmente, 
para atender o dispos- to no art. 1o, o que, no âmbito dos Tribunais, por imposição do art. 97 da CF, deve 
ser observado no procedimento regulado pelos arts. 948 a 951 do CPC de 2015. 
Princípio do contraditório 
O art. 9o ocupa-se com os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (art. 5o, LV, da 
CF). Enfatizando o que decorre diretamente do “modelo constitucional do direito processual civil”, todas 
as decisões devem ser proferidas apenas depois de ser franqueado o prévio contraditório a seus 
destinatários. É enfático o caput do dispositivo: “não se proferirá decisão contra uma das partes sem que 
ela seja previamente ouvida”. O objetivo do dispositivo é viabilizar a prévia participação dos destinatários 
da decisão. Participa- ção no sentido de os destinatários terem condições efetivas de influir ou de 
influenciar o conteúdo da decisão a ser proferida. A iniciativa redunda, como se vê do art. 10, na expressa 
vedação das chamadas “decisões-surpresa”. Nas hipóteses do parágrafo único do art. 9o, é importante 
frisar, o que ocorre é mero postergamento do contraditório, diante da escolha feita (validamente) pelo 
legislador sobre a preponderância momen- tânea de outro princípio, no caso, o da efetividade do processo, 
efetividade do direito material pelo processo. Não se trata – e nem poderia, sob pena de atrito não só com 
o referido dispositivo, mas, superiormente, com o “modelo constitucional” e o alcance do inciso XXXV 
do art. 5o da CF – de eliminação do contraditório. 
Ainda e mais o contraditório: vedação das decisões-surpresa 
O art. 10, aplicando (e desenvolvendo) o que se pode extrairdo art. 9o, quer evitar o proferimento das 
chamadas “decisões-surpresa”, isto é, aquelas decisões proferidas pelo magistrado sem que tenha 
permitido previamente às partes a oportunidade de influenciar sua decisão e, mais do que isso, sem 
permitir a elas que tivessem conhecimento de que decisão como aquela poderia vir a ser proferida. A 
vedação, novidade textual do CPC de 2015, é expressa: “O juiz não pode decidir, em grau algum de 
jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. 
Princípios da publicidade e da fundamentação 
O art. 11, que encontra fundamento bastante no inciso IX do art. 93 da CF, refere-se ao “princípio da 
publicidade” e do “princípio da motivação”. A fundamentação, por sua vez, refere-se à necessidade de o 
magistrado explicar suficientemente nas decisões que profere as razões de seu convencimento. Inovação 
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importante trazida pelo CPC de 2015 acerca da questão está naquilo que o art. 11 não enuncia. Refiro-me, 
em especial, ao § 1o do art. 489 que, embora de forma indireta (e pela negativa), indica em que situações 
as decisões judiciais não es- tão suficientemente motivadas. A exceção veiculada no parágrafo único do 
art. 11 sobre o segredo de justiça (“nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença 
somente das partes, de seus advogados, de defensores públi- cos ou do Ministério Público”) harmoniza-se 
com o referido dispositivo constitucional sendo certo, todavia, que de acordo com a própria previsão 
constitucional, o sigilo não pode prejudicar “o interesse público à informação”. Cabe ao magistrado, 
consoante as peculiaridades de cada caso concreto conju- gar aqueles dois valores opostos (intimidade e 
interesse público à 
 
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informação) para bem concretizar a norma constitucional e a codificada 
Ordem cronológica de conclusão 
A última “norma fundamental do processo civil”, na visão do CPC de 2015, é a ordem cronológica para o 
proferimento de sentenças e/ou acórdãos, prevista no art. 12, que deve ser compreendido como regra de 
organização do gabinete dos magistrados e bem intencionada, não o nego, com vistas a criar maior 
publicidade – se se quiser transparência – no gerenciamento dos pro- cessos prontos para proferir sentença 
ou acórdão, até como forma de tornar mais eficiente a prestação jurisdicional e assegurar a isonomia entre 
os litigantes a partir da eleição de critério adequado para tanto. O dispositivo, como acabei de acentuar, 
quer criar condições objetivas de controlar a ordem dos pro- cessos nos gabinetes judiciais. Por ele, os 
magistrados devem proferir sentenças (na primeira instân- cia) ou acórdãos (nos Tribunais) com 
observância da ordem cronológica da conclusão, disponibilizada a lista respectiva, para fins de controle, 
ao público em geral no próprio cartório ou secretaria judicial, e também na rede mundial de computadores 
(§ 1o). Para garantir o cumprimento do art. 12, há expressa previsão para que o escrivão ou chefe de 
secre- taria observe a ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos 
pronunciamentos judiciais, mantendo lista para consulta pública (art. 153). De outra parte, e com o mesmo 
intuito, o § 5o do art. 1.046, situado no Livro Complementar do CPC de 2015 impõe que a primeira lista 
de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade da distribuição entre os já 
conclusos na data de sua entrada em vigor. 
APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
O art. 13, que abre o Capítulo II do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC de 2015, dispõe que a 
jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições espe- cíficas 
previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. O art. 14 
estabelece a irretroatividade da norma processual e a sua aplicabilidade imediata aos pro- cessos em curso. 
Também impõe o respeito aos atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a 
vigência da norma revogada, o que traz à mente o disposto no inciso XXXVI do art. 5o da CF e a proteção 
ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito lá estabelecida. A primeira parte do art. 14 agasalha 
expressamente o princípio do tempus regit actum, que deve ser entendido como a incidência imediata das 
novas leis no processo em curso com a preservação dos atos processuais já praticados. A regra é 
harmônica com o caput do art. 1.046, que estabelece expressamen- te a aplicação imediata do CPC de 
2015 aos processos em curso com a sua entrada em vigor (art. 1.045), com a expressa revogação do CPC 
de 1973. O art. 15, ao encerrar o Capítulo II do Título Único da Parte Geral do CPC de 2015, quer 
acentuar o caráter supletivo (no sentido de complementar aquelas normas, suprindo suas lacunas) e o 
subsidiário (no sentido de auxiliar e de contribuir na compreensão daquelas outras normas) da nova 
codificação aos demais processos jurisdicionais – o dispositivo faz referência expressa ao processo 
trabalhista e ao processo eleitoral – e ao processo administrativo. 
 
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TEORIA DA AÇÃO (NCPC) PROCESSO CIVIL 
• ACEPÇÕES DA PALAVRA AÇÃO 
1) AÇÃO = DIREITO DE AÇÃO → para a primeira acepção, o direito de ação é um direito fundamental: 
o direito de acesso à justiça, de submeter um determinado problema à solução jurisdicional. Decorre do 
princípio da inafastabilidade: o direito de ação é um direito abstrato de levar ao Judiciário qualquer 
alegação de violação a direito. - Visualizar duas situações: o direito de provocar o Judiciário (direito de 
ação, provocado contra o Estado) e o direito que se afirma ter quando se provoca o Judiciário (direito 
afirmado, provocado contra o réu). Percebe-se que o direito de ação é autônomo em relação ao direito 
afirmado: o sujeito pode ir ao Judiciário sem ter razão, mas tem o direito de provocá-lo. - O direito de 
ação contém o direito de acesso a uma ordem jurídica devida e justa (devido processo legal). - O direito 
de ação é um direito de conteúdo complexo ou compósito. Instaurado o processo, surgem novas situações 
jurídicas. Ex.: direito de provocar a atividade jurisdicional, de tornar alguém réu, de provar o alegado, de 
escolher o procedimento a ser adotado, de obter uma resposta do Judiciário, de recorrer, dentre vários 
outros. 
2) AÇÃO = DIREITO MATERIAL AFIRMADO → para essa acepção, ação é o direito que se alega ter                                   
quando se vai ao Judiciário (ação em sentido material). Contudo, sabe-se que direito de ação e direito                                 
afirmado são distintos e autônomos: o direito de ação é abstrato, pois independe do conteúdo do que se                                   
afirma quando se provoca a jurisdição. 
3) AÇÃO = DEMANDA → na primeira e na segunda acepções, a ação é um direito. Aqui, ela é um                                       
ato, um agir: o EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO. A demanda instaura o processo e define os                                 
limites da atuação jurisdicional. O ato de demandar é o exercício do direito de ação com a                                 
afirmação de um outro direito (direito afirmado). Toda demanda é um ato concreto, porque se                             
refere sempre a pelo menos um direito afirmado. Esta é a acepção sobre que nos debruçaremos: os                                 
elementos da ação são, na verdade, os elementos da demanda,cujo conteúdo é uma relação jurídica                               
(direito afirmado). 
• A DEMANDA E A RELAÇÃO JURÍDICA SUBSTANCIAL 
- Em toda demanda, há no mínimo a afirmação de um direito. Esse direito afirmado se chama res judicium                                     
deducta (a coisa que foi deduzida em juízo) e o processo serve para transformar aquilo que foi deduzido                                   
em res judicata (coisa julgada): transformar o deduzido em julgado. Inexistindo ao menos a afirmação de                               
uma relação jurídica de direito material, o ato demanda não terá conteúdo, será um recipiente vazio. O                                 
direito afirmado é o conteúdo da demanda (relação jurídica), o objeto do processo. 
 
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• ELEMENTOS DA AÇÃO: PARTES, PEDIDO E CAUSA DE PEDIR 
1) PARTES → ser parte do processo é estar no processo agindo com parcialidade. 
PARTE PROCESSUAL PARTE MATERIAL PARTE LEGÍTIMA É aquela que está em uma relação jurídica 
processual, faz parte do contraditório, atuando com parcialidade e podendo sofrer alguma consequência com a 
decisão. CONCEITO QUE DEVE SER UTILIZADO. 
Sujeito da situação jurídica discutida em juízo. Pode ou não ser a parte processual. Casos de legitimação 
extraordinária. 
Tem autorização para estar em juízo discutindo determinada situação jurídica. Atenção: parte ilegítima também é 
parte porque pode alegar sua própria ilegitimidade. 
- Em geral, são partes principais o autor e o réu. Parte auxiliar é aquela que, apesar de parcial, não 
formulou o pedido ou não teve o pedido contra si formulado (caso do assistente). Há também a parte em 
um incidente do processo (ex.: o juiz é parte de um incidente de suspeição). - Carnelutti fala da parte 
complexa (incapaz ou pessoa jurídica + representante). 
2) PEDIDO → será estudado em outro capítulo. 
3) CAUSA DE PEDIR → será estudado em outro capítulo. 
• CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES 
1) Ações reais e pessoais → a ação é real quando a relação jurídica (causa de pedir próxima) for um 
direito real. Quando for um direito pessoal, a ação será pessoal. Essa classificação leva em conta o direito 
afirmado. 
2) Ações mobiliárias ou imobiliárias → a ação será mobiliária quando tiver como objeto de pedido um 
móvel, e imobiliária quando tiver como objeto um imóvel. - Uma ação mobiliária ou imobiliária pode ter 
como causa de pedir tanto um direito real como um direito pessoal. Existem direitos reais sobre móveis e 
direito reais sobre imóveis, e direitos pessoais sobre móveis e direitos pessoais sobre imóveis. Temos a 
tendência de pensar que os direitos reais são sempre para bens imóveis. O despejo, por exemplo, é 
fundado num direito pessoal, mas o objeto é um imóvel. 
3) Ação de conhecimento, ação cautelar e ação de execução → depende do tipo de tutela jurisdicional                                 
pretendido: certificação de direito (conhecimento), efetivação de direito (execução) ou proteger a                       
efetivação de um direito (cautelar). A classificação perdeu importância porque as demandas têm assumido                           
natureza sincrética e servindo a vários tipos de tutela e propósitos. 
4) Ações dúplices → no sentido processual, ação dúplice é sinônimo de pedido contraposto. Nos 
Juizados Especiais, o réu pode formular um pedido contra o autor no bojo da contestação. - O que 
importa, contudo, é o sentido material: QUANDO UMA AÇÃO É MATERIALMENTE DÚPLICE, 
A DEFESA DO RÉU É O EXERCÍCIO DE UM DIREITO SEU, OU SEJA, AO SE DEFENDER, 
JÁ ESTÁ 
 
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AFIRMANDO UM DIREITO PRÓPRIO. No sentido processual, o réu se defende e formula um pedido 
contraposto ao autor (são coisas diferentes). Na ação materialmente dúplice, o fato de o réu se defender já 
é a afirmação de um direito. Pensar no cabo de guerra: as equipes se defendem e atacam ao mesmo tempo. 
A defesa do réu não vai ser só defesa, mas também puxar a corda pra o lado dele. O réu que se defende 
numa ação que não é dúplice só quer não perder; numa ação materialmente dúplice, o réu sai com algo 
que ele não tinha (ele não apenas “não perde”). Ex. um pai vai a juízo oferecendo alimentos a seu filho 
(R$ 1000). O filho se defende e diz que mil reais não é um valor suficiente, que é necessário o valor de R$ 
1500. Essa defesa, por si só, já é uma afirmação de um direito dele. Se o juiz disser que, de fato, devem 
ser pagos apenas os mil reais, o pai ganhou, mas quem executa a sentença é o réu. A definição do valor 
dos alimentos é um problema que qualquer um dos dois poderia ter levado ao Judiciário. - TODA AÇÃO 
MERAMENTE DECLARATÓRIA É MATERIALMENTE DÚPLICE. Eu peço que o juiz declare que 
existe uma relação jurídica. A defesa do réu será dizer que ela não existe (uma ação declaratória 
contrária). Uma ação é materialmente dúplice a depender do direito que eu afirme ter. O que torna a ação 
materialmente dúplice não é o procedimento, mas o tipo de direito. - São materialmente dúplices: ação de 
usucapião, ADI e ADC, ação de consignação em pagamento, ação declaratória de inexistência de relação 
jurídica tributária, ação declaratória de união estável. - A ação possessória é uma ação duplamente dúplice 
(em ambos os sentidos) porque o réu, além de se defender do pleito possessório (no qual já afirmará sua 
posse, ou seja, o seu próprio direito – materialmente dúplice), poderá formular um pedido de indenização 
contra o autor, no bojo da contestação (pedido contraposto – processualmente dúplice). 
• CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONHECIMENTO 
- DIREITO A UMA PRESTAÇÃO é o poder jurídico de exigir de outrem o cumprimento de uma 
prestação (uma CONDUTA), que pode ser um FAZER, NÃO FAZER, DAR DINHEIRO OU DAR 
COISA. O direito a uma prestação precisa ser concretizado no mundo físico. É um direito que só se 
executa com a realização da conduta devida, com ATOS MATERIAIS. - Quando o sujeito passivo 
não cumpre a prestação, fala-se em inadimplemento (os direitos a uma prestação são os únicos que 
podem ser inadimplidos). A tutela executiva pressupõe inadimplemento. - Somente o direito a uma 
prestação se submete à prescrição. A possibilidade de exigir de outrem uma prestação chama-se 
pretensão. - Executar é satisfazer uma prestação devida. A execução pode ser voluntária ou forçada. 
Ela pode realizar-se com o devedor simplesmente adimplindo, voluntariamente; ou pode ser forçada 
através do Judiciário. 
EXECUÇÃO DIRETA EXECUÇÃO INDIRETA A DECISÃO EXECUTIVA impõe uma 
prestação ao réu e prevê uma medida coercitiva direta. Não precisa da colaboração do executado: o 
Estado-juiz se substitui ao devedor e realiza a prestação por ele. É também chamada de execução por 
sub-rogação. 
A DECISÃO MANDAMENTAL impõe uma prestação ao réu e prevê uma medida coercitiva indireta. A execução 
indireta atua na vontade do executado para que ele mesmo cumpra a prestação. Para isso, o Estado se vale de 
coações psicológicas: medo (ex.: prisão civil e multa coercitiva) ou incentivo (ex.: sanções premiais, 
 
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Medidas sub-rogatórias: desapossamento, transformação, expropriação etc. 
como a isenção de custas e honorários para que o réu cumpra o mandado monitório). O resultado buscado é o 
mesmo: a tutela jurisdicional executiva. As formas com que se buscam essa tutela é que se distinguem. A tendência 
atual é a de prestigiar os meios executivos indiretos (menos onerosos). 
- Vamos ver agora a evolução das ações de prestação. - 1973: as ações de prestação eram ações de pura 
declaração, ou seja,você ia ao Judiciário obter uma decisão que reconhecia o seu direito a uma prestação. 
Essa decisão lhe permitia a instaurar um novo processo apenas para executá-la. Em regra, as ações de 
prestação à época eram NÃO SINCRÉTICAS, eram AÇÕES CONDENATÓRIAS, que tinham o 
propósito de gerar um título para ser executado depois. Ação condenatória é aquela em que se afirma a 
titularidade de um direito a uma prestação e pela qual se busca a certificação e a efetivação desse mesmo 
direito, com a condenação do réu ao cumprimento da prestação devida. - Sucede que alguns 
procedimentos especiais inseriam atos executivos no próprio processo de conhecimento. Ex.: mandado de 
segurança, ações possessórias, ação de nunciação de obra nova. Essas ações sincréticas eram divididas em 
duas espécies: AÇÕES MANDAMENTAIS (se efetivavam por execução indireta) e AÇÕES 
EXECUTIVAS EM SENTIDO AMPLO (se efetivavam por execução direta). Ambas visam à efetivação 
de uma prestação devida e se distinguem pela técnica executiva utilizada. - Com a generalização da tutela 
antecipada, o legislador passou a prever a prática de atos executivos no procedimento padrão. Ambas são 
espécies da ação condenatória. - Conclusões: AC (regra geral, não sincrética) + AM e AESA (exceção, 
sincréticas). - Havia quem dissesse que essa tripartição das ações de prestação era indevida e que todas as 
ações de prestação deveriam chamar-se de ações condenatórias porque todas são substancialmente 
idênticas, porque todas servem à prestação de um direito. As variações técnicas não justificariam essa 
divisão. 
- 1994 (primeira grande reforma do CPC): o legislador tornou sincréticas todas as ações de PRESTAÇÃO 
DE FAZER E NÃO FAZER (passaram a ter “força executiva própria”). Nesse sentido, alguns diziam que 
como todas as ações de prestação de fazer e de não fazer são sincréticas, não há mais ação condenatória 
de fazer e de não fazer, porque ou eram mandamentais ou executivas em sentido amplo. Por outro lado, 
outros continuavam a afirmar que não há porque fazer essa distinção já que todas são condenatórias, o 
legislador muda a técnica, mas não muda a substância. - Fortaleceram-se as noções de sentença 
mandamental e sentença executiva como sendo modelos de decisões sincréticas. 
- 2002 (segunda etapa da reforma do CPC): o legislador tornou sincréticas todas as ações para ENTREGA                                 
DE COISA (art. 461-A). De um lado, havia aqueles que diziam que não existe mais ação condenatória                                 
para entrega de coisa, já que agora são todas sincréticas. Para essa parte da doutrina, apenas restavam as                                   
ações condenatórias de prestação de dar dinheiro. Outra parte continuava afirmando que todas as ações                             
eram condenatórias, não havendo motivo para a tripartição. Art. 287 do CPC (redação antiga): foi retirado                               
o verbo “condenar”. 
 
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- 2005: tornaram-se sincréticas as AÇÕES DE DAR DINHEIRO, ou seja, agora TUDO VIROU 
SINCRÉTICO. A Lei 11.232/05 criou a fase de cumprimento da sentença. - As regras da execução 
de título extrajudicial aplicam-se subsidiariamente, no que couber, ao cumprimento ou execução da 
sentença. 
CONDENATÓRIAS FAZER e NÃO FAZER ENTREGA DE COISA ENTREGA DE DINHEIRO (não sincréticas) tornam-se 
sincréticas tornam-se sincréticas tornam-se sincréticas 
1973 1994 2002 2005 
MAJORITÁRIA (3) ADA PELLEGRINI (4) CARLOS ALBERTO ALVARO (5) 
Constitutiva Declaratória Condenatória (mandamentais e AESA são espécies) 
Constitutiva Declaratória Mandamental AESA 
Constitutiva Declaratória Condenatória Mandamental AESA 
- A teoria ternária (majoritária) não distingue diferenças no conteúdo de sentenças condenatórias, 
executivas lato sensu e mandamentais. Em todas elas há a imputação de cumprimento de uma prestação 
ao réu, havendo diferença somente na forma de satisfação dessa prestação. - Nota-se que para Ada 
Pellegrini, não existe mais a ação condenatória. - Carlos Alberto Alvaro de Oliveira entende necessária a 
tripartição das ações de prestação, mesmo que todas sejam sincréticas, fazendo-se uma tripartição de 
acordo com o tipo de prestação. Para essa corrente, ação condenatória é ação de prestação pecuniária; a 
ação mandamental é ação para fazer e não fazer; e ação executiva em sentido amplo são as ações para 
entrega de coisa. 
- Diferentemente do direito a uma prestação, o DIREITO POTESTATIVO É O DIREITO QUE ALGUÉM 
TEM DE SUBMETER OUTREM À ALTERAÇÃO, CRIAÇÃO OU EXTINÇÃO DE SITUAÇÕES 
JURÍDICAS (“ESTADO DE SUJEIÇÃO”). O direito potestativo efetiva-se NORMATIVAMENTE: basta 
a decisão judicial para que ele se realize, sem qualquer ato material. Exatamente por operarem no mundo 
jurídico, não precisam de execução, pois não há prestação devida. Não há ato material a ser praticado, não 
há prestação (conduta) do sujeito passivo. Por isso, são direitos que não podem ser violados, inadimplidos. 
Ex.: direito à invalidação do ato jurídico, direito ao divórcio, à resolução do negócio, direito de decidir 
uma sentença, direito de casar. É por isso que se diz que “sentença constitutiva, que diz respeito a um 
direito potestativo, não é título executivo”. - Chiovenda diz que o direito potestativo é um direito-meio: é 
um meio de remover um direito existente (extintivo) ou é um instrumento (“tentáculo”) de um 
direito-possível que aspira surgir. O direito potestativo esgota-se com o seu exercício. - Os direitos 
potestativos submetem-se, se houver previsão legal, a prazos decadenciais. - AÇÃO CONSTITUTIVA é a 
demanda que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de um direito potestativo. - As ações 
constitutivas costumam ser ações que produzem efeitos apenas para frente, eficácia ex nunc. Nada 
impede, porém, que o direito atribua à ação constitutiva uma eficácia retroativa, é excepcional, mas pode 
ocorrer. 
 
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- Atenção: a efetivação de um direito potestativo pode gerar um direito a uma prestação. Isso porque a                                   
situação jurídica criada após a efetivação de um direito potestativo pode ser exatamente um direito a uma                                 
prestação. Ex.: a decisão que rescinde uma sentença que já fora executada gera, por efeito anexo, o direito                                   
do executado à indenização pelo exequente dos prejuízos que lhe foram causados em razão da execução                               
malsinada. Essa decisão tem aptidão para transformar-se em título executivo, pois torna certa a obrigação                             
de indenizar, que ainda é ilíquida, impondo-se a liquidação. 
DIREITOS A UMA PRESTAÇÃO DIREITOS POTESTATIVOS Efetiva-se no mundo físico com atos 
materiais (fazer, não fazer, dar dinheiro ou dar coisa). 
Efetiva-se no mundo jurídico com a alteração, criação ou extinção de uma situação jurídica. Prazos 
prescricionais. Prazos decadenciais. Ação condenatória. Ação constitutiva. Podem ser inadimplidos e, nesse 
caso, executados (satisfação da prestação). 
Não podem ser inadimplidos e executados. A própria sentença constitutiva já certifica e efetiva o direito potestativo. 
- Já analisamos a ação condenatória nos direitos a uma prestação e a ação constitutiva nos direitos 
potestativos. Agora vamos analisar a terceira ação de conhecimento: ação declaratória. - Na AÇÃO 
DECLARATÓRIA pede-se o reconhecimento da existência, da inexistência de uma relação jurídica 
ou o modo de ser dessa relação ou a declaração de autenticidade ou da falsidade de documento. Não 
se busca a efetivação de direito algum, nem direito à prestação, nem direitopotestativo. O que se 
pretende é a mera declaração de certeza jurídica. - Vejamos o que o NCPC diz sobre a ação 
declaratória: 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de 
ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
- Súmula 181 do STJ: é admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação 
de cláusula contratual. - Também é admitida a ação declaratória para interpretar decisão judicial. - Fora o 
caso da declaração de autenticidade ou falsidade de documento (art. 19, II), não se admite ação 
meramente declaratória de fato. - Exemplos de ações declaratórias: ADC (ação declaratória de 
constitucionalidade), ação de usucapião, ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária, 
ação declaratória de inexistência de união estável, consignação em pagamento etc. - Exatamente porque se 
busca a mera certeza de uma relação, e não a prestação de um direito (prescrição) ou a afirmação de um 
direito potestativo (decadência), não se submetem a prazos. - O art. 20 do NCPC repete o art. 4o do CPC 
antigo, vejamos: 
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
 
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- O exemplo continua o mesmo: caso Wladimir Herzog (jornalista judeu que apareceu morto numa cela 
em SP com uma corda no pescoço), em que Clarice Herzog, viúva, pediu ao Judiciário apenas o 
reconhecimento do direito à indenização, sem, porém, pedir a condenação da União ao pagamento. A 
União alegou falta de interesse e o Tribunal (TFR) entendeu que ela possuía o direito. Depois, Clarice 
resolveu pedir indenização com base na sentença. - Quando uma ação declaratória é ajuizada e a sentença 
declara a existência de direito a prestação exigível, ela terá força executiva. Não é necessário ajuizar outra 
ação condenatória. Nesse caso, é difícil distinguir de uma sentença de prestação. - O NCPC repete o que 
estava previsto no art. 475-N: 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos 
neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de 
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
- Atenção: o direito à declaração não prescreve, mas o direito à prestação sim. Ação meramente                               
declaratória ajuizada quando já poderia ter sido ajuizada uma ação condenatória não interrompe a                           
prescrição. Isso porque não houve comportamento do credor que revelasse a sua vontade de buscar                             
a efetivação da prestação. E todos os fatos interruptivos da prescrição se justificam em um                             
comportamento do credor direcionado ao cumprimento da prestação pelo sujeito passivo. Na ação                         
declaratória, o demandante não anuncia o desejo de efetivar o seu direito após a certificação                             
judicial. É diferente do que ocorre na ação condenatória, em que o comportamento do credor                             
direciona-se ao cumprimento da prestação pelo sujeito passivo. Distinguir 3 situações: 
AÇÃO DECLARATÓRIA SEM QUE TENHA HAVIDO LESÃO 
AÇÃO DECLARATÓRIA QUANDO HOUVE LESÃO (ART. 20) 
AÇÃO CONDENATÓRIA 
Não há prescrição, pois não houve violação do direito. 
Há prescrição, pois a violação do direito já ocorreu. O despacho que ordena a citação não interrompe a prescrição, 
pois não há pretensão à efetivação. 
Há prescrição, que é interrompida pele o despacho que ordena a citação. 
- Os efeitos da sentença declaratória são ex tunc (só declara o que já existe). Exceção: art. 27 da Lei 
9.868/99, que permite a modulação temporal dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade. 
• CONDIÇÕES DA AÇÃO 
- Para o CPC-73, eram condições da ação a POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO, o INTERESSE 
DE AGIR e a LEGITIMIDADE AD CAUSAM. Assim, o processo era extinto sem resolução de mérito 
quando ausente alguma condição da ação (art. 267, VI). - A doutrina criticava: ou a questão é de mérito 
ou é de admissibilidade. O NCPC NÃO MENCIONA MAIS A CATEGORIA ‘CONDIÇÃO DA AÇÃO’. 
Isso não quer dizer que não haja nenhuma análise sobre o que correspondia à possibilidade jurídica do 
pedido, o interesse de agir e a legitimidade ad causam. Essas questões são analisadas, mas não mais 
dentro do assunto ‘condições da ação’, agora inexistente. 
 
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Nota: essa é a posição de Didier (livro-base desse resumo). Boa parte da doutrina ainda continua 
falando das condições da ação. - O NPCP NÃO MENCIONA MAIS A POSSIBILIDADE 
JURÍDICA DO PEDIDO. A questão passa a ser examinada como hipótese de IMPROCEDÊNCIA 
LIMINAR DO PEDIDO, no capítulo respectivo. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse 
processual; 
- Nota-se, então, que as antigas condições da ação ‘interesse de agir’ e ‘legitimidade ad causam’ agora                                 
permitem decisão de inadmissibilidade. Mas não são mais chamadas de ‘condições da ação’. Também não                             
se fala mais em ‘carência de ação’. Na verdade, a legitimidade e o interesse passarão a constar da                                   
exposição sistemática dos pressupostos de validade: O INTERESSE, COMO PRESSUPOSTO DE                     
VALIDADE OBJETIVO EXTRÍNSECO; A LEGITIMIDADE, COMO PRESSUPOSTO DE VALIDADE                 
SUBJETIVO RELATIVO ÀS PARTES. 
CPC-73 NCPC Estudava-se o instituto da ‘condição da ação’, que abrangia a possibilidade jurídica, a 
legitimidade ad causam e o interesse processual. A ausência de uma condição levava à carência da ação e à extinção 
do processo sem resolução de mérito. 
Não existe mais o instituto ‘condição da ação’. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO → analisada como 
hipótese de improcedência liminar do pedido. INTERESSE DE AGIR → analisado como pressuposto de 
validade objetivo extrínseco. LEGITIMIDADE AD CAUSAM → analisado como pressuposto de validade 
subjetivo relativo às partes. 
 
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PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS (NCPC) PROCESSO CIVIL 
• PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA E REQUISITOS DE VALIDADE 
- Pressupostos processuais são todos os elementos de existência, os requisitos de validade e as condições 
de eficácia do procedimento. É uma expressão consagrada na doutrina que engloba os PRESSUPOSTOS 
DE EXISTÊNCIA e os REQUISITOS DE VALIDADE. - Para que a relação jurídica processual exista 
(pressupostos de existência), basta que alguém (capacidade de ser parte) postule (demanda) perante um 
órgão investido de jurisdição (juiz). - O processo existe sem réu. Para ele, só poderá produzir alguma 
consequência jurídica se for validamente citado. - Pode-se falar em pressupostos de existência de cada um 
dos atos jurídicos que compõem o procedimento, independentemente da existência da relação jurídica 
processual. Ex.: se a sentença é proferida por um não-juiz, o processo existe, mas a sentença que não 
preencheu os elementos mínimos do seu suporte fático. 
Subjetivos Juiz (órgão investido de jurisdição) EXISTÊNCIA Parte (capacidade de ser 
parte) 
Objetivos – Demanda (objeto litigioso) 
- O procedimento também tem seus requisitos de validade: a forma do ato deve ser respeitada bem como 
os sujeitos (juiz e parte) devem ser capazes. 
VALIDADE 
Subjetivos Juiz (competência e imparcialidade) 
Partes (capacidade processual,postulatória e legitimidade ad causam) 
Objetivos Intrínseco (respeito ao formalismo processual) 
Extrínseco 
- Negativos: inexistência de perempção, litispendência, coisa julgada ou 
convenção de arbitragem; - Positivo: interesse de agir (legitimidade + interesse processual). 
- Nem toda falta de pressuposto processual leva ao juízo de inadmissibilidade do processo (ex.: 
reconhecida a incompetência, os autos vão para o juiz competente). - Nem toda falta de pressuposto 
processual pode ser conhecida de ofício (ex.: incompetência relativa, existência de convenção de 
arbitragem etc). - Nem toda falta de pressuposto processual pode ser conhecida a qualquer tempo 
ou grau de jurisdição (ex.: convenção de arbitragem, alegação da falta de citação). - Nem toda falta 
de pressuposto processual é defeito que não pode ser corrigido (sempre deve se buscar a correção do 
defeito processual). - Nem toda falta de um pressuposto processual impede a decisão de mérito. 
Nesse sentido: 
 
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Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem 
aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. 
• PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA DO PROCESSO 
1) CAPACIDADE DE SER PARTE → APTIDÃO GENÉRICA E ABSOLUTA DOS SUJEITOS DE 
DIREITO PARA SER SUJEITO DE UMA RELAÇÃO JURÍDICA OU ASSUMIR UMA SITUAÇÃO 
JURÍDICA PROCESSUAL . É A PERSONALIDADE JUDICIÁRIA. - Têm personalidade judiciária: 
pessoas físicas, pessoas jurídicas, condomínio, massa falida, espólio, nascituro, nondum conceptus (prole 
eventual), sociedade de fato, comunidades indígenas, sociedades irregulares, órgãos públicos como o MP, 
o Tribunal de Contas e a Defensoria Pública etc. - Noção absoluta: ou tem ou não tem personalidade 
judiciária. - NÃO SE EXIGE A CAPACIDADE DE SER PARTE DO RÉU. Como o processo nasce com a 
demanda, ele nasce sem a presença do réu em juízo. Diante da não indicação do réu, o juiz deve intimar 
para regularizar a petição inicial e, depois, se não o fizer, extinguirá o processo por defeito do instrumento 
da demanda. 
2) ÓRGÃO INVESTIDO DE JURISDIÇÃO → se a demanda for “ajuizada” perante um não-juiz, o 
processo será inexistente. 
3) DEMANDA → é o ato de pedir que delimita a prestação jurisdicional. O pedido e a causa de pedir são 
seus elementos. Já foi analisada no capítulo ‘Teoria da Ação’. 
• REQUISITOS DE VALIDADE DO PROCESSO - SUBJETIVOS 
1) CAPACIDADE PROCESSUAL → CAPACIDADE PARA ESTAR EM JUÍZO PESSOALMENTE OU 
ATRAVÉS DE PESSOAS INDICADAS NA LEI. - A capacidade processual pressupõe a capacidade de 
ser parte. É possível ter capacidade de ser parte e não ter capacidade para estar em juízo, mas não é 
possível ter capacidade para estar em juízo e não ter capacidade de ser parte. 
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. 
- Capacidade processual ≠ capacidade de ser parte: a processual pode existir para um ato e não existir para 
o outro, a de ser parte é genérica. - Nada impede que a lei crie situações de incapacidade material e 
capacidade material plena. Exemplos: 
a) O incapaz sem representante tem capacidade processual para pedir a designação de um curador especial 
que o represente; b) O interdito tem capacidade processual para pedir o levantamento da interdição (art. 
756, §1o, CPC); 
 
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c) O cidadão-eleitor com 16 anos, embora relativamente incapaz no âmbito civil, tem plena capacidade 
processual para ajuizar ação popular. - O estudo da capacidade processual abrange a REPRESENTAÇÃO 
PROCESSUAL, a CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS CASADAS e CURATELA 
ESPECIAL. 
- REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL → é uma forma de suprir a incapacidade processual. - O art. 71 
reproduz o art. 8o do CPC-73: 
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. 
- Embora o art. 75 indique hipóteses de representação em juízo, há, no seu rol, hipóteses de 
REPRESENTAÇÃO E PRESENTAÇÃO: 
UNIÃO AGU, diretamente ou mediante órgão vinculado Presentação. ESTADO E DF Procuradores Presentação. 
MUNICÍPIO Prefeito ou procurador Presentação. AUTARQUIA E FUNDAÇÃO DE DIREITO PÚBLICO 
Quem a lei do ente federado designar Presentação. 
MASSA FALIDA Administrador judicial Representação HERANÇA JACENTE OU VACANTE Curador 
Representação. ESPÓLIO Inventariante* Representação. PESSOA JURÍDICA Quem os respectivos atos 
constitutivos designarem 
ou, não havendo essa designação, seus diretores 
Presentação. 
SOCIEDADE E ASSOCIAÇÃO IRREGULARES E OUTROS ENTES DESORGANIZADOS SEM 
PERSONALIDADE JURÍDICA** 
Pessoa a quem couber a administração de seus bens 
Representação. 
PESSOA JURÍDICA ESTRANGEIRA Gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal 
aberta ou instalada no Brasil*** 
Presentação. 
CONDOMÍNIO Administrador ou síndico Representação. 
* Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o 
espólio seja parte (§1o, basicamente reproduz o art. 12, §1o do CPC-73). Nesse caso, qualquer herdeiro 
poderá, em nome próprio, propor demanda para defender o condomínio que existe sobre a herança (a 
representação é conjunta). Isso porque o inventariante dativo é pessoa estranha à família. ** A sociedade 
ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando 
demandada (§2o, basicamente reproduz o art. 12, §2o do CPC-73). A regra protege a boa-fé processual e 
evita o abuso do direito. *** O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica 
estrangeira a receber citação para qualquer processo (§3o, basicamente reproduz o art. 12, §3o do 
CPC-73). - As pessoas jurídicas têm capacidade processual, razão pela qual não são representadas, mas, 
sim, presentadas. Na representação há sempre, no mínimo, dois sujeitos. Com a pessoa jurídica em juízo 
isso não acontece, em regra. A relação entre a empresa e o órgão é orgânica, este faz parte dela e, por isso, 
não representam, mas a tornam presente (presentam). É apenas a materialização da empresa, 
 
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faz parte dela mesma e não diz respeito a outra pessoa. Quem age não é o representante da empresa, é a 
empresa. Ex.: pessoa/mão/murro. - Novidade do NCPC: 
Art. 75, §4o. Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato                                 
processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas                           
respectivas procuradorias. 
- Admite-se a interpretação analógica da regra, de modo a abranger as autarquias e fundações de direito 
público estaduais e distritais. A regra se estende também ao MP e às DP, que também podem celebrar 
convênios (ex.: DPU e DPE-RJ; MPF e MP-PE, etc). - O art. 242 cuida de duas situações em que se 
presume a representação processual do réu: 
§1o Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou 
gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados. §2o O locador que se ausentar do Brasil 
sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com 
poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do 
recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo. 
- Cita-se ainda como caso de representação processual: 
Art.245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está 
impossibilitado de recebê-la. §5o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa 
dos interesses do citando. 
- Os entes despersonalizados que não constam do art. 75 serão representados ou presentados em juízo pela 
pessoa que exerça as funções de administração, gerência, direção, liderança, conforme se constate no caso 
concreto. Ex.: a Câmara de Vereadores será presenteada por seu presidente; a tribo pelo cacique etc. - A 
INCAPACIDADE PROCESSUAL É SEMPRE SANÁVEL. 
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz 
suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. §1o Descumprida a 
determinação, caso o processo esteja na instância originária: I - O processo será extinto, se a providência 
couber ao autor; II - O réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - O terceiro será 
considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. §2o Descumprida a 
determinação em fase recursal perante TJ, TRF ou Tribunal Superior, o relator: I - Não conhecerá do 
recurso, se a providência couber ao recorrente; 
 
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II - Determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
- Como se percebe, só a capacidade processual do autor pode ser vista como requisito processual de 
todo o procedimento, pois sua falta pode implicar a extinção do processo. 
- RESTRIÇÃO DA CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS CASADAS→ o regramento mudou                       
muito pouco em relação ao CPC-73. Os art. 73 deve ser interpretado restritivamente, porque se trata de                                 
norma que limita o exercício de direitos. Vejamos: 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real 
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. §1o Ambos os cônjuges 
serão necessariamente citados para a ação: I - Que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando 
casados sob o regime de separação absoluta de bens; II - Resultante de fato que diga respeito a ambos os 
cônjuges ou de ato praticado por eles; III - Fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da 
família; IV - Que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de 
um ou de ambos os cônjuges. §2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu 
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. §3o Aplica-se o 
disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um 
dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Parágrafo único. A falta de 
consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo. 
POLO ATIVO POLO PASSIVO O cônjuge necessita da CONSENTIMENTO do outro para PROPOR AÇÃO que 
verse sobre DIREITO REAL IMOBILIÁRIO, salvo em caso de separação absoluta de bens. Atenção: não é caso de 
litisconsórcio ativo necessário. Um pode ir sozinho, desde que o outro consinta. ‘Direito real imobiliário’ deve ser 
interpretado de forma ampla para abranger outras ações relacionadas com aqueles direitos (ex.: ações envolvendo 
hipoteca, a demolitória, a divisória, a nunciação etc). O consentimento pode vir de qualquer forma, por escrito, por 
outorga da procuração, pela subscrição da inicial. O consentimento pode ser suprido judicialmente quando for 
negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. O pedido de suprimento 
judicial da outorga será processado de acordo com as regras da jurisdição voluntária. 
Ambos os cônjuges serão necessariamente CITADOS (caso de litisconsórcio passivo necessário): I - DIREITO 
REAL IMOBILIÁRIO, salvo em caso de separação absoluta; II - Fato que diz respeito a ambos os cônjuges 
ou de ato praticado por eles; 
II - Dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; III - Que tenha por objeto o reconhecimento, a 
constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
AÇÕES POSSESSÓRIAS A participação do cônjuge do autor (consentimento, polo ativo) ou do réu (litisconsórcio 
necessário, polo passivo) somente é indispensável nos casos de COMPOSSE ou de ATO POR AMBOS 
PRATICADO. 
 
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A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo. Assim, o juiz deve intimar 
pessoalmente o cônjuge supostamente preterido para, querendo, manifestar-se sobre a questão. O cônjuge pode 
ratificar os atos praticados ou negar expressamente o consentimento (o processo poderá ser extinto sem exame do 
mérito, em razão da invalidação). Se ficar em silêncio, haverá consentimento tácito. 
O cônjuge não ouvido poderá ingressar no processo e pedir a anulação dos atos até então praticados, ajuizar ação 
rescisória, se já houver trânsito em julgado ou, ainda, ajuizar querela nullitatis, se não tiver sido citado em ação real 
ou possessória imobiliária proposta contra seu cônjuge. 
Tudo isso se aplica à UNIÃO ESTÁVEL COMPROVADA NOS AUTOS. Comprovada = registrada por escritura 
pública ou reconhecida por decisão judicial. Não se pode aceitar a aplicação do dispositivo à união estável 
comprovada por qualquer modo. O terceiro ficaria desprotegido, em razão da ausência do registro. Embora o 
convivente possa estar de boa-fé, deve-se prestigiar o terceiro. 
- CURADOR ESPECIAL → é um representante processual ad hoc. Age em nome alheio para a 
defesa de interesse alheio. 
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: I - Incapaz, se não tiver representante legal ou se os 
interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - Réu preso revel, bem como 
ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo único. 
A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. 
CURADOR ESPECIAL INCAPAZ, SE NÃO TIVER 
REPRESENTANTE LEGAL, OU SE OS INTERESSES DESTE COLIDIREM COM OS DAQUELE 
RÉU PRESO REVEL E RÉU REVEL CITADO POR EDITAL OU COM HORA CERTA, ENQUANTO NÃO FOR 
CONSTITUÍDO ADVOGADO A nomeação de curador especial não dispensa a intervenção do MP (art. 178, II, 
NCPC). Incapazes em ambos os polos: um curador especial para cada. A curatela aplica-se às pessoas jurídicas e aos 
entes formais, quando o órgão que a presente ou pessoa que a represente não puder praticar os atos processuais 
necessários à sua defesa. 
A curatela é justificada pela ausência física do réu revel, seja porque foi citado fictamente, seja porque está preso 
(equilíbrio do contraditório). Se o réu revel comparecer, cessa a atuação do curador. Se a revelia decorreu de citação 
inválida, a atuação do curador especial não tem aptidão de corrigir o defeito, que poderá ser arguido por querela 
nullitatis. Quanto ao réu revel preso, atenção à mudança: não basta estar preso, tem que estar revel. O CPC-73 não 
exigia a revelia do réu preso para a nomeação de curador especial. Nos dois casos, se o revel tiver constituído 
advogado, cessam as funções do curador especial. 
- O curador é especial porque a representação se dá apenas naquele processo e enquanto durar a 
incapacidade. Também é chamado de curador à lide. Seu objetivo é suprir a incapacidade processual, por 
imposição legal. A falta de designação do curador implica nulidade do procedimento desde então. - A 
curatela especial é sempre temporária: no máximo,dura até o trânsito em julgado da decisão. Todavia, 
pode ocorrer um fato que encerre antes disso: cessação da incapacidade, nomeação do representante legal, 
aparecimento do réu revel, constituição de advogado, etc. 
 
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- A curatela especial deve ser exercida prioritariamente pela Defensoria Pública. Se não houver, pode ser 
exercida por qualquer pessoa capaz, inclusive o advogado ou o MP. O exercício da curatela é um múnus, 
do qual deve desincumbir-se o curador, sob pena de responsabilidade funcional. O juiz poderá, inclusive, 
designar outro curador especial, para substituir o primeiro que se comportar de maneira negligente. - Em 
regra, a curatela especial não supre a capacidade postulatória. Se o curador for defensor público (regra), 
MP ou advogado, a capacidade postulatória estará suprida. Se for outra pessoa capaz, deverá constituir 
advogado. - Nomeado um advogado, nada impede que ele substabeleça as tarefas de advogado a outro 
patrono. Não poderá delegar a função de curador especial (indelegável, função pública). - Na remota 
hipótese de a curatela especial ser exercida pelo MP, dois promotores devem atuar no feito, um para ser 
curador especial e outro para ser fiscal da lei (função imparcial). - O curador especial tem FUNÇÃO 
DEFENSIVA. 
O CURADOR ESPECIAL PODE... O CURADOR ESPECIAL NÃO PODE... 
Contestar e recorrer; Impetrar mandado de segurança contra ato judicial; Embargar a execução; Promover 
chamamento ao processo. 
Propor reconvenção; Formular pedido contraposto; Promover denunciação da lide nos casos de evicção; Transigir, 
renunciar ou reconhecer a procedência do pedido (dispor do direito material). 
- Assim como ocorria no CPC-73, o curador especial não tem o ônus da impugnação especificada dos 
fatos afirmados na petição inicial, podendo formular defesa genérica: 
Art. 314, parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, 
ao advogado dativo e ao curador especial. 
- Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação (art. 485, §4o, 
NCPC). Assim, é imprescindível o consentimento do réu, representado pelo curador especial, à proposta 
de revogação da demanda feita pelo autor. 
2) CAPACIDADE POSTULATÓRIA → é o jus postulandi, capacidade técnica exigida para a prática dos 
atos processuais. Costuma ser privativa dos ADVOGADOS, DEFENSORES PÚBLICOS e MEMBROS 
DO MP. - Há atos processuais que não exigem a capacidade postulatória. Ex.: ato de testemunhar, ato de 
indicar bens à penhora. A capacidade postulatória somente é exigida para a prática de alguns atos 
processuais, os atos postulatórios (pelos quais se solicita do Estado-juiz alguma providência). - A falta de 
capacidade postulatória é caso de nulidade do ato. Se for relativa ao autor, implica extinção do processo; 
se for relativa ao réu, o prosseguimento do processo à sua revelia; se for relativa a terceiro, a sua revelia ou 
exclusão da causa. - No caso de ato praticado por advogado sem procuração, não há incapacidade 
postulatória (o ato foi praticado por um advogado). O que não há é a prova da representação voluntária. 
Nesse caso, o ato não é nulo. Trata-se de ato cuja eficácia em relação ao suposto representado submete-se 
a uma condição legal suspensiva, a ratificação. 
 
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- Os advogados públicos estão dispensados de apresentação da procuração, pois a representação judicial                           
lhes é conferida pela lei que fixou as funções do seu cargo. No mesmo sentido, o defensor público está                                     
autorizado a postular sem procuração, ressalvada a prática de atos que exijam poderes especiais (art. 44,                               
XI, LC 80/1994). 
Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil. Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação 
legal. 
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, 
decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. §1o Nas hipóteses previstas no caput, 
o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 dias, prorrogável 
por igual período por despacho do juiz. §2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente 
àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela 
parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, 
reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, 
receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem 
constar de cláusula específica. §1o A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. §2o A 
procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do 
Brasil e endereço completo. §3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também 
deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço 
completo. §4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a 
procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o 
cumprimento de sentença. 
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: I - Declarar, na petição inicial ou na 
contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da 
sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações; II - Comunicar ao juízo 
qualquer mudança de endereço. §1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que 
se supra a omissão, no prazo de 5 dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da 
petição. §2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações 
enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos. 
Art. 107. O advogado tem direito a: 
 
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I - Examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer 
processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de 
anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso 
aos autos; II - Requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 dias; III - 
Retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por 
determinação do juiz, nos casos previstos em lei. §1o Ao receber os autos, o advogado assinará carga em 
livro ou documento próprio. §2o Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos 
somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos. §3o Na hipótese do §2o, é lícito ao 
procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 a 6 horas, independentemente de 
ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo. §4o O procurador perderá no mesmo processo o direito a 
que se refere o §3o se não devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz. 
3) COMPETÊNCIA → requisito de validade subjetivo relativo ao juiz. Será analisada em outro capítulo. 
4) IMPARCIALIDADE

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