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A EMERGÊNCIA DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA NATURAL E SOCIAL NA ALEMANHA

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CAPÍTULO 2: A EMERGÊNCIA DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA NATURAL E SOCIAL NA ALEMANHA
 Surge a psicologia como disciplina especifica na Alemanha na metade do século XIX tendo como seu precursor Wilhelm Wundt, apesar de ser conhecido como pai da Psicologia experimental, ele escreveu dez volumes sobre psicologia social e fez questão de separar bem essas duas vertentes.
 O cenário base para psicologia de Wundt foi o nascimento de uma universidade moderna na Alemanha, Universidade de Berlim, onde surgiu um novo elemento, a Wissenschaft, ou pesquisa, que atraiu muitos estudantes de fora. A atração que as universidades alemãs possuíam não era apenas pela possibilidade da pósgraduação, mas principalmente pelos novos campos que se abriam nelas, estando entre eles a psicologia.
Boring (1929) busca ressaltar que a Psicologia já havia se estabelecido de maneira independente da filosofia e como uma ciência experimental com a publicação de seu livro "History of Experimental Psychology"; na época, em Harvard, a Psicologia ainda era integrada à Filosofia.
Outro cenário base para psicologia foi o surgimento de duas formas rivais de pesquisa: a pesquisa Naturwissenschaft e Geisteswinssenchaft, ou seja entre Ciências Naturais e Ciências Humanas e Sociais respectivamente. E essa distinção que levou Wundt a separar a psicologia experimental de psicologia social, para Wundt a Psicologia era apenas em parte um ramo das ciências naturais, que era possível resolver experimentalmente certos problemas específicos, mas que precisava ser complementado por uma forma de Geisteswissenschaften (ciência social).
 A crença de Wundt de que a ciência experimental que ele tinha fundado era um projeto limitado, conduziu a uma insatisfação pela geração mais jovem e entre eles estavam Külpe e Ebbinghaus, que não se contentavam com a limitação da Psicologia reservada por Wundt às Ciências Naturais e a sua distinção de parte da Psicologia como pertencente às Ciências Humanas e Sociais.
 No pensamento da geração mais nova, o organismo substituiu a psique como o foco de sua atenção, e essa substituição da psique pelo organismo foi um passo preliminar importante no processo de considerar a psicologia toda como um ramo das ciências naturais e esse fato marcou também a transição da filosofia para a biologia como a disciplina-mãe para a psicologia. 
A ciência experimental de Wundt estava interessada pela mente em geral e não pelas mentes em particular, que ao contrário da nova geração de psicólogos experimentais era o foco principal o comportamento individual e estudado individualmente. A Völkerpsychologie (psicologia dos povos) de Wundt tinha o propósito de analisar a mente suas manifestações externas, isto é, em termos de cultura, mas essa idéia de estudar a mente em suas manifestações externas havia sido proposta há tempos atrás por Kant em sua antropologia. 
Danziger (1983) mostrou que a historia não foi boa com a visão de Wundt e Dilthey (1883) um século antes, trabalhou a idéia da Geisteswissenschaften, onde o estudo da mente era concebido em termos históricos.
 A divisão entre psicologia fisiológica e psicologia social na visão wundtiniana era necessária, pois a introspecção era uma forma de percepção interna, onde para ele quando o indivíduo é enfocado de fora, isso era fisiológico e quando o indivíduo é enfocado de dentro, era psicológico. 
Para Wundt, sua própria ciência experimental era um projeto limitado, tendo em vista a impossibilidade de se estudarem processos mental mais complexo através da introspecção. A seu ver, muitos dos fenômenos mentais eram coletivos, ou seja, criados por uma comunidade humana, e, portanto, não poderiam ser explicados em termos de uma consciência individual. Surge assim, a necessidade de uma Psicologia Social.
A psicologia continuava a ser a ciência da mente, porém, na psicologia social analisava se a mente em suas manifestações externas, ou seja, em termos da cultura. Os principais objetos de estudo da Psicologia social de Wundt eram: linguagem, religião, costumes, mitos, magia e fenômenos semelhantes.
A teoria da evolução de Darwin foi uma importante influência na construção da Psicologia dos Povos de Wundt, pois ao desenvolver a teoria da evolução ele empregou o método comparativo, e Wundt tentou imitar Darwin ao traçar a evolução da mente humana. Os objetos de estudos de Wundt foram a língua e cultura.
Havia algo profundamente falho numa ciência experimental que dependesse, em grande escala, de relatos introspectivos, por serem produtos de acontecimentos privados, o acesso se dava somente à pessoa que o apresentava, não havendo possibilidades de comprovar sua veracidade; a condição de pesquisador e de sujeito se confundiam nos experimentos com introspecção. Em muitas pesquisas o próprio sujeito de pesquisa era também, por momentos, o aplicador/apresentador de estímulos, levando assim a baixo controle das variáveis e a ausência de procedimentos através dos quais se alcançasse uma resolução confiável para dados conflitivos que provinham de outros laboratórios.
Entre 1900 e 1920, Wundt publicou seus dez volumes de sua Psicologia dos Povos (Völkerwissenschaft). Tais volumes e o pensamento ali representado foram obscurecidos com o tempo, e permanecem em grande parte fora do alcance dos historiadores da psicologia em sua verdadeira configuração.
 A delimitação de uma Psicologia Social ainda mantém diferenças de enfoque: a Psicologia Social Sociológica sustenta a análise psicológica a partir de uma perspectiva social, enquanto a Psicologia Social Psicológica restringe a análise psicológica em seus aspectos sociais aos moldes das Ciências Naturais.
William James era outro que julgava a introspecção como inadequada para estudar a mente; seu interesse maior era no fluxo da consciência.
ReferênciaBibliográfica:
Farr,R.2. Aemergênciadapsicologia como ciência natural e social na Alemanha. In: Farr, R. (2001). As raízes da psicologia moderno- disponível em pdf.

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