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DETERMINACAO DO COEFICIENTE DE ATRITO ESTÁTICO E CINÉTICO Por: Mayara Portella Nhoatto 00289116 Professor: Silvio Buchner RESUMO Esse documento visa relatar a determinação dos coeficientes de atrito estático e cinético feita pelo grupo nos laboratórios do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Utilizando conhecimentos da dinâmica e o teorema de trabalho-energia cinética, com o desprezo da resistência do ar, o experimento tem como objetivo através de um movimento retilíneo uniformemente variado, realizado pela força de um peso, determinar o coeficiente cinético do atrito na trajetória de um bloco de madeira. Para obter o valor do coeficiente de atrito estático, o mesmo bloco foi posicionado sobre uma pista de alumínio, a qual foi inclinada até causar o seu movimento. Para dar identidade ao valor obtido, o experimento do atrito cinético foi realizado dez vezes, assim como o experimento de atrito estático, e foram consideradas as incertezas tanto das medidas quanto dos instrumentos de medida. O valor final é uma medição indireta acompanhada de sua incerteza propagada. INTRODUÇÃO A existência do atrito é causada pelo contato entre duas superfícies. Cerca de 20% da gasolina consumida por um automóvel é usada para compensar o atrito das peças entre o motor e a transmissão, por outro lado, se não houvesse atrito não poderíamos fazer o automóvel ir a lugar algum, nem poderíamos caminhar ou andar de bicicleta. A força de atrito é uma força de sentido contrário ao movimento dos corpos, podendo ser estática se o corpo estiver em repouso, ou cinética, para corpos em movimento. Para que um objeto entre em movimento, uma força é aplicada sobre ele, contudo, nem sempre de intensidade suficiente para causar seu movimento. Isso se dá porque passa a atuar sobre ele uma força que se opõe a seu movimento, a força de atrito. Esta força é gerada devido a irregularidades entre as duas superfícies que estão em contato. Podemos destacar que a força de atrito depende também da força de compressão que o objeto faz com a superfície de apoio. Quanto mais o objeto pressionar essa superfície, maior será a força de atrito. Essa força de compressão é representada pela força normal. EMBASAMENTO TEÓRICO Estático: Para embasar esta etapa do experimento, foi utilizada a seguinte equação da dinâmica adaptada para o deslizamento sobre o plano angulado: 𝐹𝑝 sin 𝜃 = 𝐹𝑎𝑡 (1) onde 𝐹𝑝é a força peso, o 𝜃 ângulo de inclinação e 𝐹𝑎𝑡 a força de atrito. 𝑚. 𝑔. sin 𝜃 = 𝜇𝑒 . 𝑚. 𝑔. cos 𝜃 (2) sendo m é a massa utilizada para causar movimento, 𝜃 é o ângulo de inclinação e 𝜇𝑒o coeficiente de atrito estático. Através da equação (2) chegamos na seguinte expressão para descrever o valor do coeficiente de atrito estático 𝜇𝑒: 𝜇𝑒 = tan 𝜃 (3) Cinético: Para determinar o coeficiente de atrito cinético, usamos o teorema trabalho-energia cinética, que diz: 𝑊 = ∆𝐾 (4) Como a única força que realiza trabalho após o bloco deixar de ser acelerado pela queda do peso é o atrito, podemos substituir na fórmula: −𝐹𝑎𝑡. ∆𝑥 = 1 2 . 𝑚(𝑣𝑓 2 − 𝑣𝑜²) (5) −(𝑚. 𝑔. 𝜇𝑐)∆𝑥 = 1 2 . 𝑚(𝑣𝑓 2 − 𝑣𝑜²) (6) Podemos dividir tudo por m (massa do corpo), já que está presente dos dois lados da equação. Além disso, sabemos que 𝑣𝑓 é igual a zero, pois estamos calculando a variação da energia cinética até o bloco parar. Assim temos: 𝜇𝑐 = 𝑣0² 𝑔.∆𝑥 (7) Além do conhecimento sobre dinâmica, utilizou-se o conceito de incerteza para embasar o relatório. A incerteza está relacionada ao grau de precisão do resultado. A partir da incerteza, pode-se obter os algarismos significativos de determinada medida (resultado da medição ± incerteza). A incerteza do tipo A envolve análise estatística de uma série de observações, nas quais a flutuação estatística é bastante comum, devido a fatores difíceis de controlar, mesmo os experimentos sendo realizados nas mesmas condições. Nesse sentido é necessário calcular o desvio padrão da média, pois ele será o valor da incerteza. 𝑡̅ = ∑ 𝑡𝑘𝑛𝑘=1 𝑛 (8) 𝜇 = √ ∑ (𝑥𝑘−�̅�)²𝑛𝑘=1 𝑛(𝑛−1) 2 (9) �̅�. = 𝜇 √𝑛 (10) Já a incerteza do tipo B não depende da análise de séries de observações, mas sim da incerteza dos instrumentos utilizados. Ela é utilizada quando não se pode fazer muitas medições ou os valores encontrados forem idênticos. Quando se trata de um instrumento de medida analógico, a incerteza é definida como a metade do valor da menor divisão da escala, enquanto a de um instrumento digital pode ser considerada o seu menor valor de medição. Como procedimentos experimentais não são completamente confiáveis, sempre há incerteza. A propagação da incerteza é utilizada quando o resultado de uma medição é uma medição indireta, ou seja, envolve valores experimentais que também possuem incerteza. No presente experimento, serão calculadas situações máxima e mínima para o valor a ser obtido, no caso, a aceleração da gravidade. Esse método denomina-se “método dos valores limite”. Caso seja um quociente, esse método consiste em dividir o valor máximo do numerador pelo valor mínimo do denominador, para se obter o maior valor, e dividir o valor mínimo do numerador pelo valor máximo do denominador, para se obter o menor valor possível. Nesse experimento, utilizaremos as seguintes equações: 𝜇𝑚á𝑥 = �̅�+𝜇𝑥 �̅�−𝜇𝑥 (11) 𝜇𝑚í𝑛 = �̅�− 𝜇𝑥 �̅�+𝜇𝑦 (12) 𝐼 = 𝜇𝑚á𝑥−𝜇𝑚í𝑛 2 (13) MATERIAIS UTILIZADOS Estático: Pista de alumínio; Bloco de madeira com três faces cobertas com feltro, com um chanfro nas duas faces mais largas; Celular Iphone 5s. Cinético: Bloco de madeira com três faces cobertas com feltro, com um chanfro nas duas faces mais largas; Pista de alumínio com indicação de centímetros em uma das bordas laterais e uma roldana presa em das pontas; Régua (±0,05cm) Tira de papel com 0,9cm de largura Fita adesiva transparente Fio de nylon Cilindro de metal de 134,32g Trena (±0,05cm) Cronômetro com sensor infravermelho, marca PASCO modelo ME-9515ª (±0,0001s) Suporte de metal com haste para o sensor infravermelho marca PASCO Banco de madeira PROCEDIMENTOS Estático: Primeiramente ajustamos o trilho em uma ângulo 𝜃 = 0°, então colocamos o bloco com a face mais fina e com feltro em cima do trilho. Aumentamos o ângulo do trilho com a mesa até o momento em que o bloco começa a se mover. Colocamos o celular em cima do trilho para realizar as medidas dos ângulos com o giroscópio da Apple. Realizamos dez medidas na menor e maior face com feltro e sem o feltro, na face “lisa”. Pode-se visualizar a montagem e a realização do experimento na figura 1. (Figura 1- montagem e realização do experimento) Na figura dois, podemos vizualizar a esquematização das forças presentes em nosso experimento, e que nos fizeram chegar na equação (3) final. (Figura 2 - esquematização das forças) Cinético: Colocamos a pista de modo que a ponta da roldana se alinhasse com a borda da mesa. Prendemos o peso ao bloco com o fio de nylon, amarrando-o no gancho de peso e na argola fixa ao bloco. Posicionamos o peso no banco, ficando abaixo da roldana, passamos o fio de nylon pela roldana, sem alterar a posição do peso em relação ao banco e colocamos o bloco de madeira sobre a pista. Medimos a pocisão inicial do bloco de madeira com e sem o feltro. A tira de papel foi presa na régua usando a fita. Posicionamos a régua no chanfro da face voltada para cima, de modo que o inicioda tira de papel ficasse na ponta do bloco, e fixamos com fita adesiva. O sensor foi ajustado para que coincidisse com a posição de repouso do bloco, e configuramos o cronômetro no modo “PEND”. A figura 3, esquematiza o arranjo descrito. (Figura 3 – montagem da parte cinética do experimento) A posição inicial 𝑥0 foi medida, do sistema em repouso, com a face de madeira e de feltro. Puxamos então o bloco até a posição 𝑥1 de modo que o peso ficasse na altura da roldana, medimos 𝑥1 para ambas as faces, sendo a mesma distância para todas as vezes que o bloco foi abandonado. Ao abandonarmos o bloco, este é acelerado pela queda livre do peso entre 𝑥1 e 𝑥0. Quando o bloco retornou a 𝑥0, o peso estava novamente encostado no banco. Desta maneira o movimento em 𝑥 a partir de 𝑥0 até 𝑥2 (posição onde o bloco teve velocidade 𝑣 = 0), sofreu apenas ação da força de atrito cinético. O cronômetro acionado pela tira de papel presa à régua sobre o bloco, marcava o tempo que o bloco levou para percorrer 0,9cm assim que deixasse de ser acelerado pelo peso. Com esse intervalo de tempo, podemos estimar o valor da velocidade 𝑣0 do bloco quando passasse por 𝑥0, sabendo que a velocidade 𝑣 do bloco em 𝑥2 é 𝑣 = 0, podemos calcular a variação da energia cinética ∆𝐾. Pelo teorema do trabalho-energia cinética ∆𝐾 = 𝑊, e como sabemos que a força de atrito cinético é a única que atua no bloco, e conhecendo a variação |𝑥0 - 𝑥2| podemos a partir disso calcular o coeficiente de atrito cinético. Realizamos o experimento dez vezes para cada face e coletamos os valores de tempo e posição final 𝑥2 do bloco em cada uma das repetições. Podemos vizualizar a realização do experimento na figura 4. (Figura 4 – Realização do experimento) DADOS EXPERIMENTAIS Estático: Na tabela 1, estão os valores de 𝜃 para cada medida. A incerteza do equipamento digital é sua menor medida, 1°. Feltro Liso Número de medidas Face 1 𝜃 ± 1° Face 2 𝜃 ± 1° Face 1 𝜃 ± 1° Face 2 𝜃 ± 1° 1 12° 13° 12° 14° 2 13° 14° 12° 13° 3 12° 14° 11° 13° 4 12° 13° 12° 13° 5 12° 14° 11° 14° 6 12° 13° 11° 14° 7 13° 14° 12° 14° 8 12° 14° 11° 13° 9 12° 13° 11° 14° 10 12° 13° 12° 13° (Tabela 1: medidas de 𝜃 para a angulação do trilho) Cinético: Para a posição inicial e posição de largada, teremos 𝑥0𝑓 e 𝑥1𝑓 para a face com feltro, e 𝑥0𝑚 e 𝑥1𝑚 para a face lisa de madeira. 𝑥0𝑓 = 23𝑐𝑚 𝑥1𝑓 = 54𝑐𝑚 𝑥0𝑚 = 22𝑐𝑚 𝑥1𝑚 = 54𝑐𝑚 A tabela 2 apresenta o tempo gato pelo bloco, por ambas as faces, para percorre 0,9cm a partir do instante que o bloco deixa de ser acelerado pelo peso. Com a incerteza do cronômetro sendo de 0,0001s. Lançamento Feltro ± 0,0001s Madeira ± 0,0001s 1 0,0044 0,0055 2 0,0044 0,0055 3 0,0044 0,0055 4 0,0044 0,0055 5 0,0044 0,0055 6 0,0044 0,0055 7 0,0042 0,0054 8 0,0044 0,0054 9 0,0050 0,0054 10 0,0045 0,0055 (Tabela 2 - tempo para o bloco percorrer 0,9cm) A tabela 3 mostra a posição final (𝑥2) na pista, onde a velocidade final do bloco, para ambas as faces é igual a 0. Lançamento Feltro ±0,05cm Madeira ±0,05cm 1 89,2 84,3 2 89,2 80,2 3 89,3 77,6 4 89,2 85,49 5 88,98 83,49 6 89,05 82,8 7 88,8 85,15 8 88,15 85,8 9 88,9 84,9 10 89,8 79,2 (Tabela 3 – posição final do bloco) Para complementar os dados temos o comprimento da pista, do fio e a altura do banco, sendo eles: 𝑙𝑝 = 104 ± 0,05𝑐𝑚 𝑙𝑓 = 87,5 ± 0,05𝑐𝑚 ℎ𝑏 = 50,75 ± 0,005𝑐𝑚 ANÁLISE DE DADOS Estático: Calculamos o �̅� (ângulo médio) das duas superfícies com as duas faces com a equação (8), mudando a variável t para 𝜃. A tabela 4 apresenta estes valores. Feltro ± 1° Lisa ± 1° Face 1 122 10 = 12,2° 115 10 = 11,5° Face 2 135 10 = 13,5° 135 10 = 13,5° (Tabela 4 - �̅� (ângulo médio)) Então calculamos o desvio padrão dos dados das duas faces com a equação (9), substituindo o 𝜇 por 𝜃. A tabela 5 exibe estes valores. Feltro ± 1° Lisa ± 1° Face 1 √ 1,6 9 = 0,4° √ 2,5 9 = 0,5° Face 2 √ 2,5 9 = 0,5° √ 2,5 9 = 0,5° (Tabela 5 - desvio padrão dos dados) Usando a equação (3) para definir um 𝜇𝑒, calculamos a tangente dos ângulos, porém ao calcular a tangente das incertezas, as mesmas não apresentaram números significativos suficientes, sendo assim, usamos incerteza do tipo B, que é a incerteza do equipamento utilizado, sendo assim o valor de 1°. A tabela 6 mostra os resultados do coeficiente de atrito estático, isto é, 𝜇𝑒 . Feltro ± 1° Lisa ± 1° Face 1 𝑡𝑔 12,2° = (0,22° ± 0,02°) 𝑡𝑔 11,5° = (0,20° ± 0,02°) Face 2 𝑡𝑔 13,5° = (0,24° ± 0,02°) 𝑡𝑔 13,5° = (0,24° ± 0,02°) (Tabela 6 – valor final do coeficiente de atrito estático) Cinético: Face de feltro: Começamos calculando a média com a equação (8), o desvio padrão dos dados com a equação (9) e o desvio padrão da média com a equação (10) dos dados obtidos. Primeiramente com os valores do tempo e após com os da posição. 𝑡̅ = 0,0417 10 = 0,0042𝑠 𝑆𝑡 = √ 1,01−6 9 = 0,0003𝑠 𝑆�̅� = 0,0003 √10 = 0,00009𝑠 O desvio padrão da média indica a flutuação estatística dos dados, como nossos dados foram precisos, há pouca variação entre eles. O desvio padrão da média equivale a incerteza do tipo A. Arredondando o valor obtido para que a incerteza tenha apenas um algarismo significativo, temos. 𝐼𝐴𝑡𝑓 = ± 0,00009𝑠 Esse valor ficou abaixo da precisão do instrumento, para obtermos a incerteza final, somamos a incerteza do tipo A com a incerteza do tipo B e arredondamos o valor para que este tenha apenas um algarismo significativo. 𝐼𝑡𝑓 = 𝐼𝐴 + 𝐼𝐵 = 0,00009 + 0,0001 ≈ 0,0002𝑠 Portanto podemos apresentar o valor do tempo como: 𝑡�̅� = (0,0042 ± 0,0002)𝑠 Usando as mesmas fórmulas apresentadas anteriormente, calculamos a média, o desvio padrão dos dados e o desvio padrão da média da posição final do bloco. 𝑥𝑓̅̅̅ = 890,58 10 = 89,06𝑐𝑚 𝑆𝑥𝑓 = √ 1,5918 9 = 0,42𝑐𝑚 𝑆𝑥𝑓̅̅̅̅ = 0,42 √10 = 0,13𝑐𝑚 Para o desvio padrão da média obtemos um valor da média significativo maior que o da incerteza do tipo B da régua da pista. Isso significa que a flutuação estatística da posição final do bloco precisa ser considerada. Arredondando o valor anterior obtemos a nossa incerteza do tipo A: 𝐼𝐴𝑥𝑓 = ± 0,1𝑐𝑚 Para obtermos a incerteza final, somamos a incerteza do tipo A com a incerteza do tipo B e arredondamos o valor para que este tenha apenas um algarismo significativo. 𝐼𝑥𝑓 = 𝐼𝐴 + 𝐼𝐵 = 0,1 + 0,05 = 0,15𝑐𝑚 Desta forma podemos apresentar o valor da distância final como: �̅�𝑓 = (89,1 ± 0,1)𝑐𝑚 Para determinar o coeficiente de atrito cinético usaremos a equação (7) final, nessa fórmula precisamos obter a velocidade inicial 𝑣𝑜 e a variação da posição ∆x do bloco. Fazemos isso já realizando a análise da propagação da incerteza com as equações (11), (12) e (13). |∆𝑥𝑓 | = |𝑥0 - 𝑥2̅̅ ̅| |∆𝑥𝑓 | = |22,0 – 89,1| = 67,1𝑐𝑚 |∆𝑥𝑓 𝑚í𝑛| = |(22,0 − 0,05)– (89,1 − 0,1)| = 67,05𝑐𝑚 |∆𝑥𝑓 𝑚á𝑥| = |(22,0 + 0,05)– (89,1 + 0,1)| = 67,15𝑐𝑚 𝐼 = 67,15 − 67,05 2 = 0,05 ≈ 0,1𝑐𝑚 Apresentamos o valot final de ∆𝑥𝑓 como: ∆𝑥𝑓 = (67,1 ± 0,1)𝑐𝑚 Para calcular a velocidade inicial, observamos na fórmula (7) que o valor da aceleração da gravidade está em m/s², convertemos ∆𝑥𝑓 de centímetros para metros, usando a fórmula 𝑣0𝑓 = ∆𝑥 𝑡̅𝑓, e onde ∆𝑥 é o espaço de 0,009m (0,9cm), no qual marcamos o intervalo de tempo que o bloco levou para percorrer. 𝑣0𝑓 = 0,009 0,0042 = 2,14𝑚/𝑠 𝑣0𝑓𝑚í𝑛 = 0,009 0,0042 + 0,0001 = 2,09𝑚/𝑠 𝑣0𝑓𝑚á𝑥 = 0,009 0,0042 − 0,0001 = 2,19𝑚/𝑠 𝐼 = 2,19 − 2,09 2 = 0,05 Apresentamos o valor final de 𝑣0𝑓 como: 𝑣0𝑓 = (2,14 ± 0,05)𝑚/𝑠 Agora substituindo os valores encontrados na fórmula (7) e fazendo a análise da propagação da incerteza, podemos obter o coeficiente de atrito cinético da face com feltro. 𝜇𝑐 = (2,14)² 2. (9,8). (0,671) ≈ 0,35 𝜇𝑐𝑚í𝑛 = (2,14 − 0,05)² 2. (9,8). (0,671 + 0,001) ≈ 0,33 𝜇𝑐𝑚á𝑥 = (2,14 + 0,05)² 2. (9,8). (0,671 − 0,001) ≈ 0,37 𝐼 = 0,37 − 0,33 2 = 0,02 Apresentamos o valor final do coeficiente de atrito cinético da face com feltro como: 𝜇𝑐𝑓 = (0,35 ± 0,02) Face de madeira: Começamos de novo calculando a média com a equação (8), o desvio padrão dos dados com a equação (9) e o desvio padrão da média com a equação (10) dos dados obtidos. Primeiramente com os valores do tempo e após com os da posição. 𝑡̅ = 0,0547 10 ≈ 0,0055𝑠 𝑆𝑡 = √ 3−8 9 = 0,0003𝑠 𝑆�̅� = 0,0003 √10 = 0,00006𝑠 Novamente com a precisão dos dados, a variação entre eles é pequena. O desvio padrão da média nos fornece a incerteza do tipo A. Arredondando o valor obtido para que a incerteza tenha apenas um algarismo significativo, temos: 𝐼𝐴𝑡𝑚 = ± 0,00006𝑠 Para obtermos a incerteza final, somamos a incerteza do tipo A com a incerteza do tipo B e arredondamos o valor para que este tenha apenas um algarismo significativo. 𝐼𝑡𝑚 = 𝐼𝐴 + 𝐼𝐵 = 0,00006 + 0,0001 ≈ 0,0002𝑠 Portanto podemos apresentar o valor do tempo como: 𝑡�̅� = (0,0055 ± 0,0002)𝑠 Usando as mesmas fórmulas apresentadas anteriormente, calculamos a média, o desvio padrão dos dados e o desvio padrão da média da posição final do bloco. 𝑥𝑚̅̅ ̅̅ = 828,93 10 = 82,89𝑐𝑚 𝑆𝑥𝑚 = √ 1,5918 9 = 2,90𝑐𝑚 𝑆𝑥𝑚̅̅ ̅̅ ̅ = 2,90 √10 = 0,92𝑐𝑚 Obtemos um valor da média significativo maior que o da incerteza do tipo B da régua da pista. Arredondando o valor anterior obtemos a nossa incerteza do tipo A: 𝐼𝐴𝑥𝑚 = ± 0,9𝑐𝑚 Somamos a incerteza do tipo A com a incerteza do tipo B e arredondamos o valor para que este tenha apenas um algarismo significativo. 𝐼𝑥𝑚 = 𝐼𝐴 + 𝐼𝐵 = 0,9 + 0,05 = 0,95𝑐𝑚 Desta forma podemos apresentar o valor da distância final como: �̅�𝑚 = (82,9 ± 0,9)𝑐𝑚 Usaremos a equação (7) final, nessa fórmula precisamos obter a velocidade inicial 𝑣𝑜 e a variação da posição ∆x do bloco. Fazemos isso já realizando a análise da propagação da incerteza com as equações (11), (12) e (13). |∆𝑥𝑚 | = |𝑥0 - 𝑥2̅̅ ̅| |∆𝑥𝑚 | = |23,0 – 82,9| = 59,9𝑐𝑚 |∆𝑥𝑚 𝑚í𝑛| = |(23,0 − 0,05)– (82,9 − 0,9)| = 59,05𝑐𝑚 |∆𝑥𝑚 𝑚á𝑥| = |(23,0 + 0,05)– (82,9 + 0,9)| = 60,075𝑐𝑚 𝐼 = 60,075 − 59,050 2 = 0,5125 ≈ 0,5𝑐𝑚 Apresentamos o valor final de ∆𝑥𝑚 como: ∆𝑥𝑚= (59,9 ± 0,5)𝑐𝑚 Para calcular a velocidade inicial, observamos na fórmula (7) que o valor da aceleração da gravidade está em m/s², convertemos ∆𝑥𝑓 de centímetros para metros, usando a fórmula 𝑣0𝑚 = ∆𝑥 𝑡̅𝑚 , e onde ∆𝑥 é o espaço de 0,009m (0,9cm), no qual marcamos o intervalo de tempo que o bloco levou para percorrer. 𝑣0𝑚 = 0,009 0,0055 = 1,63𝑚/𝑠 𝑣0𝑚𝑚í𝑛 = 0,009 0,0055 + 0,0001 = 1,60𝑚/𝑠 𝑣0𝑚𝑚á𝑥 = 0,009 0,0055 − 0,0001 = 1,66𝑚/𝑠 𝐼 = 1,66 − 1,60 2 = 0,03 Apresentamos o valor final de 𝑣0𝑓 como: 𝑣0𝑚 = (1,63 ± 0,03)𝑚/𝑠 Agora substituindo os valores encontrados na fórmula (7) e fazendo a análise da propagação da incerteza, podemos obter o coeficiente de atrito cinético da face com feltro. 𝜇𝑐 = (1,63)² 2. (9,8). (0,599) ≈ 0,22 𝜇𝑐𝑚í𝑛 = (1,63 − 0,03)² 2. (9,8). (0,599 + 0,005) ≈ 0,21 𝜇𝑐𝑚á𝑥 = (1,63 + 0,03)² 2. (9,8). (0,599 − 0,005) ≈ 0,24 𝐼 = 0,24 − 0,21 2 = 0,15 Apresentamos o valor final do coeficiente de atrito cinético da face sem feltro, a de madeira como: 𝜇𝑐𝑚 = (0,22 ± 0,15) CONCLUSÃO Concluímos que os valores do atrito cinético e estático, ao serem comparados, apresentam valores próximos, exceto pela face com feltro, pois este no estático apresentou mesmo atrito do que a face de madeira, porém sabemos que o atrito com feltro é maior, não compreendemos a causa do erro, já que os cálculos foram revisados. Sabemos também que o coeficiente de atrito da superfície com feltro é maior do que a da lisa, pois no coeficiente atrito estático na face menor, o atrito com o feltro se apresentou maior que a de madeira, sendo exceção apenas no atrito estático com a face maior, que apresentou mesmo valor que o coeficiente da madeira. Uma hipótese para a diferença entre os valores esperados e os obtidos, é que tenha sido causada por fatores que não eram necessários serem levados em consideração, ou que não estavam sob nosso controle, como a resistência do ar, a massa do fio de nylon e da roldana, e a colisão do peso com o banco. Outra diferença observada, foi o atrito estático entre a face 1 e face 2, sendo que a área do objeto não deveria influenciar no resultado final dos coeficientes, nem a massa influenciaria, apenas o material utilizado. Abaixo, apresento uma tabela 7, mostrando os coeficientes finais de todos os experimentos realizados para melhor comparação dos dados. Coeficiente Estático Coeficiente Cinético Feltro Face1-(0,22±0,02) Face2-(0,20±0,02) 0,35 ± 0,02 Madeira Face1-(0,24±0,02) Face2-(0,24±0,02) 0,22 ± 0,15 (Tabela 7-resultados finais) REFERÊNCIAS LIMA JUNIOR, P; SILVA, M.T.X.; SILVEIRA, F.L.; VEIT, E.A. O laboratório de Mecânica. Porto Alegre, RS: IF-UFRGS, 2013. HALLIDAY, RESNICK, WALKER. Fundamentos de Física. Vol. 1. 9 ed. Editora LTC, 2012. MAXIMO, A.; ALVARENGA, B. pag 121-128. NUSSENZVEIG, H.M. Mecânica 1, Curso de Física Básica, 5ª ed, São Paulo, SP., 394p, 2013. http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-atrito.htm
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