Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - UEPB CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL COMPONENTE CURRICULAR: Análise de Águas PROFESSOR: Carlos Antônio Pereira de Lima RELATÓRIO DE ATIVIDADES PRÁTICAS PRÁTICA II - TITULOMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO AMANDA LETICIA OLIVEIRA SILVA Matrícula: 162010389 AMANDA MYRNA DE MENESES E COSTA Matrícula: 162010010 CAMPINA GRANDE 2018 1. INTRODUÇÃO Podemos dizer que a alcalinidade é a capacidade que um sistema aquoso possui de neutralizar ácidos. Essa propriedade corresponde, principalmente, à presença de sais de ácidos fracos, bases fortes e bases fracas. Nesse estudo daremos foco ao hidróxido, ao carbonato e o bicarbonato (sendo a presença de hidróxido e do carbonato indicadores de uma alcalinidade forte e a presença do bicarbonato, de uma alcalinidade fraca). A alcalinidade está diretamente ligada à dureza da água, portanto a sua aparência, uma água com alta alcalinidade é turva. Chamamos de ácidos aquelas substâncias que, em meio aquoso, liberam íons H + e podem ser caracterizados com pH abaixo de 7 em solução; já as substâncias que se dissociam em meio aquoso liberando íons de hidroxila (OH - ) são chamadas de bases e apresentam pH acima de 7. A reação de neutralização acontece pela interação entre ácidos e bases formando um sal e água. O ácido liberam cátions H + que se unem aos ânions OH - liberados pela base formando a água, enquanto a formação do sal se dá pela união do ânion do ácido com o cátion da base. Genericamente, temos: H A + B OH → H 2 O + BA Sendo HA o ácido, onde H representa o cátion, BOH a base, cujo ânion está representado por OH e o sal resultante da reação está identificado por BA , uma vez que é a junção do ânion do ácido ( A ) com o cátion da base ( B ), como dito anteriormente. Já a água é representada pela sua fórmula habitual e podemos observar que é produto da união do cátion do ácido com o ânion da base, como também já foi citado. Nesta aula prática determinamos a alcalinidade de uma amostra de água, assim como o grau de pureza de uma soda cáustica comercial, através da titulação de neutralização ácido/base utilizando ácido sulfúrico a 0,02 N, fazendo uso dos indicadores fenolftaleína a 0,5% e metilorange a 0,4%, para então realizarmos os cálculos necessários para a determinação desejada. O ácido utilizado na titulação também foi preparado e padronizado nessa prática. 2. OBJETIVOS ● Preparar e padronizar o ácido sulfúrico a 0,02 N; ● Determinar a alcalinidade de uma amostra de água tratada; ● Determinação do grau de pureza da soda cáustica comercial. 3. MATERIAIS UTILIZADOS 3.1. Preparação da Solução de Ácido Sulfúrico 0,02 N ● Vidrarias e equipamentos: - Um béquer de 250 mL; - Uma pipeta graduada de escoamento completo de 5 mL; - Um pipetador; - Um bastão de vidro; - Um balão volumétrico de 1000 mL; - Um funil de vidro; e - Uma pisseta contendo água destilada. ● Reagentes: - Ácido sulfúrico (H 2 SO 4 ). 3.2. Padronização da Solução de Ácido Sulfúrico 0,02 N ● Vidrarias e equipamentos: - Um erlenmeyer de 250 mL; - Balança semi-analítica; - Um suporte universal; - Uma garra para bureta; - Uma bureta de 25 mL; - Dois béqueres de 100 mL; e - Uma pisseta contendo água destilada. ● Reagentes: - Padrão primário carbonato de sódio (Na 2 Ca 3 ), solução de ácido sulfúrico 0,02 N e indicador fenolftaleína 0,5%. 3.3. Determinação da Alcalinidade de uma Amostra de Água Tratada ● Vidrarias e equipamentos: - Pipeta volumétrica de 50 mL; - Um erlenmeyer de 250 mL; - Suporte universal; - Uma garra para bureta; - Uma bureta de 25 mL; e - Um béquer de 100 mL; ● Reagentes: - Solução de ácido sulfúrico 0,02 N, indicador fenolftaleína 0,5% e indicador alaranjado de metila (metilorange) 0,4%. 3.4. Determinação da Pureza da Soda Cáustica Comercial e o seu Grau de Carbonatação ● Vidrarias e equipamentos: - Um béquer de 250 mL; - Balança semi-analítica; - Um bastão de vidro; - Um balão volumétrico de 250 mL; - Suporte universal; - Garra para bureta; - Bureta de 25 mL; - Pipeta volumétrica de 25 mL; - Pêra; - Erlenmeyer de 250 mL; e - Uma pisseta contendo água destilada. ● Reagentes: - Soda cáustica comercial, ácido clorídrico a 0,10 N, indicadores fenolftaleína a 0,5% e metilorange a 0,4%. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1. Preparação da Solução de Ácido Sulfúrico 0,02 N Como precisaremos da solução de ácido sulfúrico 0,02 N para titular a amostra de água e determinar sua alcalinidade, teremos que preparar essa solução que até então não existia no laboratório utilizado, portanto, para prepará-la, seguiremos alguns passos: ● Medir 0,56 mL de ácido sulfúrico concentrado com uma pipeta graduada; ● Sob agitação constante, transferir esse volume para um béquer de 250 mL contendo cerca de 200 mL de água destilada; ● Utilizando um bastão de vidro, homogeneizar a solução e transferir esse volume para um balão volumétrico de 1000 mL; ● Completar o volume do balão com água destilada e verter o mesmo para homogeneizar bem a solução. 4.1.1. Cálculos Realizados para a determinação do volume teórico utilizado de ácido sulfúrico concentrado Para determinar o volume a ser utilizado do reagente para a concentração de 0,02 N primeiramente utilizaremos a fórmula abaixo: (i)N = V (L) nº de equivalentes Onde N é a concentração normal, o número de equivalentes significa a quantidade da substância que pode reagir com um mol de elétrons e V representa o volume em litros da solução. Sabendo que o número de equivalentes pode ser determinado através da fórmula: nº de eq. = (ii)SOH2 4 m(g) Eq (g eq)H SO2 4 / Onde m é a massa em gramas e Eq H2SO4 , o equivalente-grama do ácido sulfúrico; portanto podemos substituir (ii) em (i) , obtendo: (iii)N = m (g)H SO2 4 Eq . V (L)H SO2 4 Nota-se que iremos precisar conhecer o valor do equivalente-grama do H 2 SO 4 e, para isso, temos mais uma equação: (iv)EqH SO2 4 = n [H] MM (g mol)H SO2 4 / Onde = massa molar do ácido sulfúrico e n[H] = número de MM H SO2 4 hidrogênios ionizáveis presentes no ácido. Porém as informações que conseguimos através do rótulo do ácido concentrado foram as seguintes: ● Concentração da solução (𝛕): 95% (m/m) ● Densidade ( d ): 1,84 Kg/L ● Massa Molar ( ) = 98,08 g/molMM H SO2 4 ● E temos também o volume da solução a ser preparada ( V ): 1000 mL A partir disso, temos que manipular os dados obtidos para que possamos calcular a concentração normal do ácido para, então, calcularmos o volume a ser utilizado na preparação da solução 0,02 N, como veremos adiante. Também sabemosque a determinação da concentração em título ( 𝝉 ) de uma substância se dá por: (v) . 100%τ = m do soluto (g)m da solução (g) Utilizando as equações (ii) e (v) , podemos escrever que: τ N = m (g) H SO2 4 m da solução (g) m (g) H SO2 4 Eq (g Eq) . V (L)H SO2 4 / Manipulando a equação acima chegamos à: τ N = m da solução (g) m (g Eq) . V (L)H SO2 4 / Porém sabemos que corresponde à densidade, logo, obtemos:mV , consequentementeτ N = Eq (g Eq)/ d (Kg L) / (vi)N = Eq (g Eq)/ τ . d (g L) / Agora já sabemos como calcular a concentração normal do ácido com as informações que conseguimos no rótulo do mesmo, mas ainda precisamos conhecer o equivalente-grama do H 2 SO 4 , para isso utilizamos a equação (iv) , vejamos: EqH SO2 4 = n [H] MM (g mol)H SO2 4 / Eq H2SO4 = 2 Eq mol/ 98,08 g mol / = 49,04 g/EqEqH SO2 4 Com todos os dados em mãos, voltamos à equação (vi) : N = τ . d (g L) /Eq (g Eq)H SO2 4 / . N = 49,09 g Eq/ 0,95 . 1,84 Kg L / Kg 1000 g N = 35,6443 Eq/L Como passamos a conhecer a concentração normal do ácido utilizado para a preparação da solução de ácido sulfúrico 0,02 N, podemos calcular quanto de ácido concentrado utilizaremos a partir do seguinte princípio: (vii)° de equivalente concentrado ° de equivalente diluidon H SO 2 4 = n H SO2 4 Portanto, temos: N C . V C = N D . V D (viii) Onde: N C = Concentração normal do ácido concentrado; V C = Volume do ácido concentrado; N D = Concentração normal do ácido diluído (ou da solução); e V D = Volume do ácido diluído (ou da solução). Logo: V C = N (Eq L)C / N (Eq L) . V (L) D / D V C = 35,6443 Eq L/ 0,02 Eq L . 1 L / , 1 LV C = 5 6 × 10 4− , 6 mLV C = 0 5 4.2. Padronização da Solução de Ácido Sulfúrico 0,02 N ● Pesar 0,0106 g do padrão primário carbonato de sódio e diluir em cerca de 100 mL de água destilada; ● Adicionar 3 gotas do indicador fenolftaleína 0,5% à solução contida no erlenmeyer; ● Colocar a solução de ácido sulfúrico na bureta de 25 mL com auxílio de um béquer, zerando e preenchendo o bico da mesma; ● Titular a solução até a mudança de coloração. 4.2.1. Cálculos realizados para a determinação da massa teórica utilizada de carbonato de sódio Utilizando o princípio mostrado em (vii) , temos que: ° de equivalente ° de equivalenten H SO2 4 = n Na CO2 3 Então podemos escrever: . VN H SO .2 4 H SO2 4 = EqNa CO2 3 m (g) Na CO2 3 (ix) . V . EqmNa CO2 3 = N H SO .2 4 H SO2 4 Na CO2 3 Porém, aqui também vamos precisar saber o equivalente-grama do carbonato de sódio e podemos fazer isso pela equação (iv) , obtendo: Eq Na2CO3 = (x)n [Na] MM (g mol)Na CO2 3 / Onde = massa molar do carbonato de sódio e n[Na] = número deMM Na CO2 3 moléculas de Na ionizáveis desse sal. Portanto, temos: EqNa CO2 3 = 2 Eq mol/ 106 g mol / =EqNa CO2 3 3 g Eq 5 / Com o equivalente-grama calculado, temos os seguintes dados: - Concentração normal de H 2 SO 4 ( N ): 0,02 Eq/L - Volume a ser gasto na titulação (definido pela turma) = 10 mL - Equivalente-grama de Na 2 CO 3 : 53 g/Eq Logo, podemos voltar à equação (ix) : . V . EqmNa CO2 3 = N H SO .2 4 H SO2 4 Na CO2 3 , 2 . 10 mL . 53 . mNa CO2 3 = 0 0 L Eq g Eq 1 L 1000 mL , 106 gmNa CO2 3 = 0 0 4.3. Determinação da Alcalinidade de uma Amostra de Água Tratada ● Com o auxílio de uma pipeta volumétrica, transferir 50 mL da amostra de água para um erlenmeyer de 250 mL; ● Adicionar 8 gotas do indicador fenolftaleína 0,5% à solução contida no erlenmeyer. Se apresentar coloração em tons de rosa, titular com a solução de ácido sulfúrico 0,02 N e anotar o volume gasto, denominado P ; ● No mesmo erlenmeyer ainda com a amostra anterior, colocar 5 gotas do indicador metilorange 0,4% e continuar a titulação até o ponto de viragem. Também anotar o volume gasto ( T ); ● Calcular a alcalinidade expressa em termos de mg de /L, de acordo com aCO C 3 a Tabela 1. Tabela 1 - Cálculo da alcalinidade através dos resultados de titulação P, T OH - CO 3 2- HCO 3 - P = 0 0 0 T P < 2 T 0 2P T - 2P P = 2 T 0 T 0 P > 2 T 2P - T 2T - 2P 0 P = T T 0 0 4.4. Determinação da Pureza da Soda Cáustica Comercial e o seu Grau de Carbonatação ● Com o auxílio de um béquer de 250 mL, pesar cerca de 0,5 g de soda cáustica em uma balança semi-analítica com o auxílio de um vidro relógio; ● Dissolver a amostra com, aproximadamente, 100 mL de água destilada, utilizando um bastão de vidro para homogeneizar; ● Com o funil de vidro transferir a solução para um balão volumétrico de 250 mL e completar seu volume com água destilada; ● Verter o balão para homogeneizar bem a solução; ● Com uma pipeta volumétrica de 25 mL, pipetar esse volume da solução anterior e transferir para um erlenmeyer de 250 mL e adicionar cerca de 100 mL de água destilada; ● Acrescentar à solução 8 gotas do indicador fenolftaleína 0,5% e titular a amostra com ácido clorídrico 0,10 N até atingir o ponto de viragem e anotar o valor gasto ( P ); ● Na mesma amostra que foi titulada, acrescentar 4 gotas de metilorange 0,4%, se a amostra apresentar coloração amarelada continuar a titulação da mesma forma descrita no tópico anterior. Também anotar o volume gasto ( T ); ● Calcular os teores de NaOH e de Na 2 CO 3 utilizando a Tabela 1. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1. Preparação da Solução de Ácido Sulfúrico 0,02 N Realizando os procedimentos descritos anteriormente, medimos 0,6 mL de ácido clorídrico com o auxílio de uma pipeta e diluímos esse volume em aproximadamente 100 mL de água destilada em um béquer de 250 mL com um bastão de vidro, sob agitação constante. Devidamente homogeneizada, a solução foi transferida para um balão volumétrico de 250 mL que teve seu volume completado até o traço de aferição com auxílio de uma pisseta, então vertemos o balão para homogeneizar melhor a solução. Como medimos um volume um pouco maior do que o valor teórico, precisamos calcular a nova concentração, portanto, utilizando a equação (viii) , temos: N C . V C = N D . V D 5, 443 . 0, mL . 1000 mL3 6 L Eq 6 = N D , 213 Eq L N D = 0 0 / Nota-se que a nova concentração é um pouco acima da solicitada, portanto vamos utilizar o valor obtido com o cálculo como referência para os próximos cálculos. Até aqui utilizamos o valor de 0,02 N pois se tratavam de cálculos teóricos propostos pela metodologia, agora falaremos dos resultados reais obtidos nessa prática. 5.2. Padronização da Solução de Ácido Sulfúrico 0,02 N Após a preparação da solução nós temos um valor aproximado da sua concentração que, como visto no item acima, é correspondente à 0,0213 N, mas precisamos conhecer a concentração real dessa solução. Paraconseguirmos conhecer esse dado, é necessário padronizar a solução. Na padronização do ácido sulfúrico utilizamos o carbonato de sódio como padrão primário, pesando 0,0111 g desse soluto, diluindo o mesmo em aproximadamente 100 mL de água destilada já em um erlenmeyer de 250 mL. Em seguida adicionamos 3 gotas do indicador fenolftaleína 0,5%. Em seguida, colocamos em uma bureta de 25mL a quantidade correspondente de ácido sulfúrico para, então, titularmos essa solução e realizar o cálculo de sua concentração real. Realizamos o procedimento quatro vezes (sendo realizada uma titulação por grupo de alunos) e utilizamos os volumes expostos na Tabela 2, onde também podemos observar a massa de Na 2 CO 3 pesada por cada grupo: Tabela 2 - Volumes de H 2 SO 4 gastos nas titulações Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Volume em L 0,0105 L 0,0170 L 0,0105 L Massa em g 0,0113 g 0,0111 g 0,0109 g A partir desses valores podemos calcular as concentrações reais para cada volume gasto para, então, fazermos a média e determinarmos a concentração real da solução de ácido sulfúrico preparada. Para esse cálculo, utilizaremos a equação (ix) . VN H SO .2 4 H SO2 4 = EqNa CO2 3 m (g) Na CO2 3 Para o grupo 1, temos: . VN H SO .2 4 H SO2 4 = EqNa CO2 3 m (g) Na CO2 3 . 0, 105 LN H SO .2 4 0 = 53 Eq L/ 0,0113 g , 203 Eq L N H SO2 4 = 0 0 / Analogamente, podemos calcular a concentração para os demais casos, obtendo: 0,0170 Eq/L para o grupo 2, 0,0188 Eq/L para o grupo 3 e 0,0195 Eq/L para o grupo 4. Com esses valores podemos calcular a média da concentração real da solução de ácido sulfúrico, observe: ẋN = 4 0,0203 Eq L + 0,0170 Eq L + 0,0188 Eq L + 0,0195 Eq L/ / / / , 189 Eq L ẋN = 0 0 / Esse cálculo nos permitiu conhecer a real concentração de ácido clorídrico presente na solução, que ficou bem próximo do valor inicialmente proposto. Como não obtivemos o valor igual ao valor teórico, precisamos calcular o fator de correção para essa solução, que é obtido por: F = (xi)NrNa Onde: F = Fator de correção; N R = Normalidade real; N A = Normalidade aparente ou teórica. Portanto, substituindo em (xi) , temos: F = 0,02 Eq L/ 0,0189 Eq L/ F = 0,945 5.3. Determinação da Alcalinidade de uma Amostra de Água Tratada Seguindo os métodos expostos no item 4.3. transferimos 50 mL da amostra de água para um erlenmeyer de 250 mL e adicionamos o indicador fenolftaleína e observamos se a amostra apresentava coloração rosa, como isso não aconteceu, não foi preciso titular com esse indicador, logo o valor de P foi igual a 0. Ainda seguindo os passos descritos no item 4.3. adicionamos à mesma parte da amostra o indicador metilorange e, como ocorreu mudança na coloração, foi preciso titular a amostra com a solução de ácido sulfúrico 0,02 N. Foram utilizados 4 mL do ácido para atingir o ponto de viragem, sendo este o valor T . A partir desses dados podemos determinar a alcalinidade da amostra utilizando as relações expostas na Tabela 1, como não obtemos valor para P nossa amostra se enquadra no primeiro caso, onde só é perceptível a concentração de HCO 3 - . Como foi detectada somente a presença de bicarbonato podemos dizer que essa água apresenta baixa alcalinidade. Sabemos, portanto, que a água não apresenta turbidez, ou seja, não possui partículas que interferem na passagem da luz. Como queremos determinar a alcalinidade em termos de carbonato de cálcio (CaCO 3 ), teremos que realizar a titulação de uma amostra de 50 mL de água, utilizando a solução de ácido sulfúrico 0,0189 N e expressaremos o resultado em mg/L ou ppm de CaCO 3 , portanto precisamos relembrar que: (xii)CCaCO3 = m (g)CaCO3 V (L)amostra Onde C é concentração comum do carbonato de cálcio; m , a massa em gramas e V , o volume da amostra em litro. Como não conhecemos o valor de , para determinarmos a concentraçãomCaCO3 desejada, voltaremos ao princípio (vii) , onde: º de equivalentes H SO º de equivalentes CaCO n 2 4 = n 3 Portanto: . VN H SO2 4 H SO2 4 = mCaCO3 EqCaCO3 (xiii) . V . EqmCaCO3 = N H SO2 4 H SO2 4 CaCO3 Nota-se que precisamos determinar o equivalente-grama do carbonato de cálcio, assim como o . O primeiro pode ser determinado pela equação (iv) :V H SO2 4 EqCaCO3 = 2 Eq mol/ 100 g mol/ 0 g Eq EqCaCO3 = 5 / Já o segundo ( ) é obtido através das relações expostas na Tabela 1, como já foiV H SO2 4 dito anteriormente, estamos lidando com o primeiro caso, na coluna HCO 3 - . Sabendo disso, temos: V H SO2 4 = T mLV H SO2 4 = 4 Portanto, substituindo (xiii) em (xii) e aplicandos os dados que temos, ficamos com: . CCaCO3 = 50 mL 0,0189 . 4 mL . 50L Eq g Eq 1 g 1000 mg 5 mg L de CaCO ou ppm de CaCO CCaCO3 = 7 / 3 3 A partir disso, podemos dizer que, para cada litro de amostra, encontramos 75 mg de , ou 75 ppm (partes por milhão) de , indicando que a amostra analisada CaCO3 CaCO3 apresenta traços dessa substância, estando dentros dos padrões de potabilidade aceitos. 5.4. Determinação da Pureza da Soda Cáustica Comercial e o seu Grau de Carbonatação Seguindo a metodologia exposta no item 4.4. , pesamos 0,6938 g de soda cáustica e dissolvemos em cerca de 100 mL de água destilada, homogeneizamos e transferimos para um balão volumétrico de 250 mL. Feito isso, transferimos 25 mL da solução para um erlenmeyer de 250 mL com o auxílio de uma pipeta volumétrica, adicionamos o indicador fenolftaleína 0,5% que causou uma mudança na coloração da solução, que foi de incolor para rosa-avermelhado, indicando a presença de hidróxidos. Titulamos com a solução de ácido clorídrico 0,1 N, de modo que gastamos 14 mL de HCl (valor de P ) até a mudança de coloração para incolor. Em seguida adicionamos à mesma amostra 4 gotas de metilorange 0,4%, mudando novamente a sua coloração, dessa vez assumindo um tom amarelado. Utilizando o ácido clorídrico para titular até a mudança para um tom vermelho-alaranjado, dessa vez utilizamos 16,3 mL do ácido, sendo esse o valor de T . Como desejamos calcular a pureza da soda utilizada nesta análise, iremos precisar de algumas equações, além da Tabela 1. Para calcular o teor de hidróxido de sódio (NaOH) que é a soda cáustica propriamente dita utilizaremos a fórmula abaixo: (xii)( )% mamostra m NaOH = mamostra N . V . Eq HCl HCl NaOH Onde N HCl é a concentração normal do ácido clorídrico; V HCl é a relação entre o volume do ácido gasto na titulação e a Tabela 1; Eq NaOH é o equivalente-grama do hidróxido de sódio; e m amostra é a massa em gramas utilizada da solução preparada com a soda cáustica comercial. Podemos observar que não possuímos todos os dados necessários, mas temos como obtê-los. O equivalente-grama do NaOH pode ser obtido pela equação (iv) , observe: EqNaOH = n [Na] MM (g mol)NaOH / EqNaOH =1 Eq mol/ 40 g mol / 0 g Eq EqNaOH = 4 / Com isso já conhecemos a concentração do HCl ( N = 0,1 N ) e o equivalente-grama do NaOH ( Eq NaOH = 40 g/Eq ), porém ainda precisamos do valor do volume ( V HCl ) e da massa da amostra ( m amostra ). O valor do volume que vamos utilizar pode ser obtido a partir da Tabela 1; observamos que, a partir do volume gasto de ácido clorídrico, nos encaixamos no segundo caso, que diz que P > , como queremos saber o teor de hidróxido nesse primeiro momento 2 T utilizaremos a coluna OH - , portanto o volume ficará: PV HCl = 2 − T (14) 6,V HCl = 2 − 1 3 1, mLV HCl = 1 7 Agora só nos resta saber a massa em gramas do hidróxido de sódio contido na parte da amostra que foi titulada. como utilizamos 25 mL de um total de 25o mL da solução preparada, chegamos a conclusão de que fizemos uso de um décimo da amostra, portanto um décimo da massa pesada, portanto, m amostra = 0,06938 g . Já conhecendo todos os valores das nossas variáveis, voltaremos à equação (xii) substituindo os valores e obtendo: ( ) . . 100%% mamostra m NaOH = 0,06938 g 0,1 . 11,7 mL . 40 L Eq g Eq 1 L 1000 mL ( ) 7, 5%% mamostra m NaOH = 6 4 Esse valor que obtivemos nos indica quanto de soda cáustica (NaOH) realmente está presente na amostra, portanto, nos mostra a pureza desse produto. Mas também podemos calcular a porcentagem de impurezas que ali existem do mesmo modo feito anteriormente, utilizando o carbonato de sódio como referência de impurezas (também chamado de grau de carbonatação). Utilizaremos novamente a equação (xii) , vejamos: ( )% mamostra m Na CO2 3 = mamostra N . V . Eq HCl HCl Na CO2 3 Como se trata da mesma amostra, o valor da massa em gramas continuará a mesma, porém ainda necessitamos conhecer o equivalente-grama do carbonato de sódio, assim como o valor do volume a ser utilizado. O primeiro é determinado pela fórmula (iv) : EqNa CO2 3 = n [Na] MM (g mol)Na CO2 3 / EqNa CO2 3 = 2 Eq mol/ 106 g mol / 3 g Eq EqNa CO2 3 = 5 / Já o volume será determinado utilizando as relações disponíveis na Tabela 1, ao verificarmos em que caso nossa amostra se encaixa, notamos que P > , como estamos 2 T verificando o teor de carbonatos presentes na amostra, olharemos para a coluna CO 3 2- , portanto, o volume se dará por: T PV HCl = 2 − 2 (16, ) (14)V HCl = 2 3 − 2 , mLV HCl = 4 6 Voltando para a equação (xii) , temos: ( )% mamostra m Na CO2 3 = mamostra N . V . Eq HCl HCl Na CO2 3 ( ) . . 100%% mamostra m Na CO2 3 = 0,06938 g 0,1 . 4,9 mL . 53 L Eq g Eq 1 L 1000 mL ( ) 5, 3%% mamostra m Na CO2 3 = 3 1 A partir desse cálculo podemos dizer que 35,13% da quantidade total da soda cáustica é de impurezas, um teor relativamente alto. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da prática II de titulometria de neutralização podemos aprender conceitos e práticas necessárias em nossa área, como é o caso da determinação de alcalinidade da água, um padrão de potabilidade que deve ser seguido e é regido pela Portaria 2914/2011 do Ministério de soluções podemos aprender e revisar alguns conceitos básicos que são muito importantes no dia a dia de um laboratório, principalmente em um voltado para a área de da Saúde. Também podemos observar a aplicação das mesmas técnicas com outras finalidades e com outra amostra que não água, como aconteceu com a determinação da pureza de uma soda cáustica comercial. Trazendo essa temática para a área do saneamento ambiental, podemos considerar a água como uma solução a ser analisada e qualificada para que se possa obter melhor aproveitamento. Portanto, as técnicas e métodos aprendidos nessa prática nos serão bastante útil. Referências DA SILVA, André Luís Silva. Alcalinidade; InfoEscola . Disponível em: < https://www.infoescola.com/quimica/alcalinidade/ >. Acesso em 27 de mar de 2018. FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Reações de Neutralização; Brasil Escola . Disponível em: < https://brasilescola.uol.com.br/quimica/reacoes-neutralizacao.htm >. Acesso em 27 de mar de 2018. DA SILVA, André Luís Silva. Reações de Neutralização; InfoEscola . Disponível em: < https://www.infoescola.com/quimica/reacoes-de-neutralizacao/ >. Acesso em 29 de mar de 2018. DIAS, Munique. Revisão de Química: Reações de Neutralização ; Blog do ENEM . Disponível em: < https://blogdoenem.com.br/quimica-reacao-neutralizacao/ >. Acesso em 29 de mar de 2018. FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Título ou Porcentagem em Massa; Brasil Escola . Disponível em < https://brasilescola.uol.com.br/quimica/titulo-ou-porcentagem-massa.htm >. Acesso em 29 de mar de 2018.
Compartilhar