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Modos de Solução de Conflitos

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RESUMO 1º GQ - MODOS DE SOLUÇÃO DOS 
CONFLITOS 
 
O primeiro tópico a ser estudado por nós são os modos de solução dos conflitos 
 
Ponto 1: Modo de solução de conflitos​. 
Você pode perguntar: o que é conflito? 
 
Segundo ALVIM o conflito pode ser de dois tipos: 
❏ Conflito subjetivo de interesses: 
❏ Se dá dentro da própria pessoa. Quando você quer comprar dois produtos mas possui 
dinheiro para comprar apenas um objeto. Então deve escolher entre a compra de um ou outro 
produto, por exemplo. 
❏ Conflito intersubjetivo de interesses 
❏ Ocorre entre duas ou mais pessoas. Exemplo: quando disputam um mesmo bem. Esse é o 
que nos interessa! 
 
Pessoal, o conflito pode ter algumas causas diferentes: 
a) Quando uma pessoa deixa de satisfazer pretensão de outra, quando poderia voluntariamente 
atendê-la. Ex. Poderia reparar um dano causado, uma batida entre carros em um estacionamento e a 
pessoa que foi responsável não assume os custos de reparação voluntariamente); 
b) O conflito pode ser também penal, quando um indivíduo pratica um tipo penal, um homicídio, um 
roubo, um estelionato… 
c) Pode acontecer também quando uma pessoa se volta contra a pretensão do seu adversário (uma 
legítima defesa para se defender de uma tentativa de homicídio praticada em seu desfavor). 
 
Mas qual a importância da solução do conflito para sociedade? Sabemos que a insatisfação é um 
fator antissocial. A falta de resposta para determinadas situações gera angústia entre as pessoas envolvidas. 
Uma sociedade repleta de conflitos não é o lugar ideal e saudável para se viver, é por isso que métodos 
eficazes de solução dos conflitos contribuem para uma sociedade mais justa, igualitária e por que não, 
melhor de se viver. 
 
E aí a gente cai nos possíveis modos de resolução desses conflitos, pois alguns casos exigem a sua 
resolução por um juiz estatal enquanto outros podem ser resolvidos pelas próprias partes. 
 
 
AUTÔNOMO 
1º PONTO: ​A AUTOTUTELA ou AUTODEFESA 
 
Conhecida também como ​justiça de mão própria. 
Tem como ​conceito: ​É a solução decisória imposta por apenas um dos sujeitos do embate. 
 
→ É a forma mais antiga de solução dos conflitos. Como não existia a figura do Estado, o meio de resolução 
de conflitos se dava através do choque, da briga mesmo, entre os indivíduos empregando a força bruta para 
obrigar um ao outro a abandonar a sua pretensão. Até que a vontade de um deles, vença. 
____________________________________________________________________________ 
Pablo Medeiros | Aulas Particulares | pablovmedeiros@gmail.com | (81) 99703.1155 
Ex-monitor de TGP. Mestrando em Direito (UNICAP). Pós-Graduando em Processo Civil (PUC-MG). Advogado 
 
 
Apesar disso, o direito atual aceita a autotutela ante a impossibilidade da presença do 
Estado-juiz, somente quando um direito esteja sendo violado ou na iminência de 
sê-lo. Então é permitido em caráter excepcional, como veremos. 
 
➔ São exemplos 
◆ o ​desforço possessório​, no Direito Civil, presente no art. 1210 do Código Civil. 
 
Art. 1.210, §1º “O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por 
sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem 
ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse”. 
Ex. Alguém tentando invadir o seu imóvel à força. 
 
◆ A ​autoexecutoriedade que os atos administrativos gozam, que nada mais é que a 
possibilidade de a Administração Pública impor sanções sem a necessidade de ser 
judicializada uma demanda para este fim. ​Ex​. A Vigilância Sanitária ao encontrar alimentos 
com a data de validade vencida em certo mercado não precisa se socorrer do Judiciário para 
poder fechar o estabelecimento comercial. 
 
Sendo assim, são características da autotutela 
1) a ausência de um juiz, distinto das partes litigantes. Seja porque realmente não existe um juiz ou 
porque a lei dispensa; 
2)​ A urgência da atuação; e, 
3)​ a imposição não Jurisdicional da decisão por uma das partes à outra. 
 
Há doutrinadores que fazem grande diferença entre a autotutela e a autodefesa, outros entendem ser dois 
nomes para a mesma situação. 
 
Bem, concordem comigo que essa não é a melhor forma para solucionar os conflitos pois não 
necessariamente vence quem tem razão e sim, quem possui mais força. 
 
2º PONTO: ​AUTOCOMPOSIÇÃO 
Como o próprio nome sugere, autocomposição, é a solução dada ao conflito pelas próprias partes 
envolvidas na relação controvertida, é a solução consensual obtida pelos envolvidos no embate. 
 
Sendo assim, pode-se dizer, também, que isso é uma ​forma parcial ​de resolução do conflito. Porque 
são as partes que o resolvem! 
 
Se baseia no fato de que a solução dada pelas próprias partes de forma consensual é melhor do que a solução 
dada, imposta, por um terceiro. 
 
Então apesar das várias espécies de autocomposição, acredito que a grosso modo elas se dividem em 3. 1
São elas 
1. Renúncia ou desistência: ​Desiste do processo. Renuncia a sua pretensão em favor do devedor. 
1 ​Sinônimo de “espécies” cobrado: tipologia, tipo, exemplo. 
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Ex-monitor de TGP. Mestrando em Direito (UNICAP). Pós-Graduando em Processo Civil (PUC-MG). Advogado 
 
a. Renúncia é mais profunda pois se refere ao direito material. 
Desistência é apenas em relação ao processo e por isso não evita uma nova 
propositura para discussão da mesma matéria. A priori, compreendamos que a pessoa 
que tinha direito a algo, deixa pra lá, abdica. Certo? 
O segundo tipo é a 
2. Submissão ou reconhecimento: ​Reconhece a sua dívida, o seu status de devedor e se submete a 
pretensão da outra parte, da parte credora. 
 
3. Transação: A transação é um negócio jurídico pelo qual os sujeitos de uma obrigação resolvem 
extingui-la mediante concessões recíprocas, colocando um fim ao conflito. ​Apenas nos direitos 
disponíveis. 
 
A partir desses 3 grupos, podemos ver várias espécies/tipologias no roteiro de aula da disciplina, mas se você 
perceber elas vão sempre se encaixar em uma dessas três que nós vimos e assim fica mais fácil para você 
identificar que tipo de autocomposição é aquela. 
 
Pois bem, vou dar um exemplo que vai me servir para este tópico. 
Vamos dizer que José me ofereceu seu celular por R$500,00 e eu acabei comprando….. ele diz que 
vai levar pra casa hoje e me trazer amanhã, com a caixa, tudo certinho e eu acredito... mas esse amanhã 
nunca chega….ele enrola, enrola. 
Se eu renuncio para não perder a amizade ou evitar estresse, eu pratiquei uma forma de 
autocomposição. Eu renunciei a minha pretensão. 
 
Agora...​se ele, José, ​como a gente diz, põe a mão na consciência e resolve me prestar o serviço ou a 
coisa contratada, no caso o celular, ele praticou uma ​submissão ou reconhecimento. 
 
Entretanto, se ele não dispõe mais do bem, pois perdeu, digamos, e não tem mais o dinheiro para 
me devolver por completo, me oferece a metade do valor ou um celular diferente, por exemplo… então nós, 
por meio de ​concessões recíprocas​, colocamos um fim à controvérsia, ao nosso conflito. Ocorreu umatransação​. 
Certo? 
 
Agora, trataremos de duas técnicas bastante conhecidas​ são a ​mediação e a conciliação... 
Elas ​não são tipologias/espécies de autocomposição. São técnicas utilizadas para que a gente consiga 
chegar a uma autocomposição (se tudo der certo, claro). São métodos que ajudam as pessoas “a se 
entenderem”. Caso a mediação/conciliação não tenha sucesso, o jeito será ir para um modo 
heterônomo de solução de conflitos. 
 
Na autocomposição as próprias partes resolvem o conflito em que estão envolvidos, mas na 
mediação e na conciliação essas partes ​são auxiliadas por um terceiro​. Percebam o terceiro não é parte e 
também ​não decide o conflito, apenas auxilia o entendimento entre as partes. Mas percebam (!) cada um 
deles atua de forma diferente. 
 
Apesar da disciplina ser Teoria Geral do Processo e não se reduzir apenas ao Processo Civil é muito 
difícil deixar de fazer algumas referências, principalmente por causa do Código de Processo Civil que entrou 
em vigor em 2015...Bem em seu artigo terceiro nós encontramos o seguinte: 
 
Art. 3º ​(omissis) 
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§ 2​o O Estado promoverá, sempre que possível, ​a solução consensual dos 
conflitos. 
§ 3​o ​A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de 
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos 
e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
 
Mas qual a diferença entre ambos, mediação e conciliação? O novo Código de Processo Civil reservou um 
espaço para ambos e lá existe as distinções entre essas duas técnicas de solução dos conflitos. 
 Encontraremos a resposta no art. 165 do Novo CPC: 
 
§ 2​o ​O conciliador​, que ​atuará preferencialmente nos casos ​em que ​não houver vínculo 
anterior entre as partes​, ​poderá sugerir soluções para o litígio​, sendo vedada a utilização de 
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. 
Nas palavras de Fredie Didier, ​o conciliador tem uma atuação mais ativa no processo de 
negociação podendo, inclusive, sugerir soluções para o conflito. 
 
Já o mediador… 
 
§ 3​o ​O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que ​houver vínculo 
anterior entre as partes, ​auxiliará aos interessados a compreender as questõe​s e os 
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, 
identificar, ​por si próprios​, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. 
 
Fábio Monnerat, ensina que na mediação, “o terceiro estranho à lide exerce um papel de facilitador 2
do diálogo entre as partes”. Fredie Didier nos explica que cabe ao mediador servir como veículo de 
comunicação entre os interessados, um facilitador do diálogo entre eles. 
 
Nos dois casos, é expressamente vedado a utilização, pelo mediador ou conciliador de 
constrangimentos ou intimidação para que as partes entre em acordo. 
 
A conciliação e a mediação não se dão exclusivamente de forma endoprocessual (ou seja, dentro do 
processo) ela pode ocorrer em câmaras privadas e é bastante utilizada no meio empresarial para solucionar 
conflitos de forma mais célere e com a confidencialidade que é de costume desses dois métodos. É bastante 
utilizada em outros países, como nos EUA. 
 
A mediação possui lei própria… 
 
MEDIAÇÃO​ Lei 13.140/2015 
 
Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares e sobre a 
autocomposição de conflitos ​no âmbito da administração pública.​ (art. 1) 
Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder 
decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções 
consensuais para a controvérsia. 
 
Quem pode funcionar como mediador? 
Dos Mediadores Extrajudiciais 
2 Lide: conflito entre duas ou mais pessoas. 
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Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a 
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de 
integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação. (art. 9) 
Dos Mediadores Judiciais 
Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial ​a pessoa capaz​, graduada há pelo menos dois anos em 
curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo MEC e que tenha obtido capacitação em escola ou 
instituição de formação de mediadores ​|I|​, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos 
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça. 
 
Da Confidencialidade 
Uma das vantagens da mediação está em que ao contrário da jurisdição estatal, 
Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de mediação será confidencial em relação a 
terceiros. (Art. 30) 
Mudando de assunto...mas continuando a tratar de autocomposição, segue a explicação de uma das 
tipologias/espécies. 
Vamo falar de Transação Adesiva (ou Transação por Adesão)​. Adentrando os conflitos envolvendo a 
Administração Pública ​Federal ​Direta, suas Autarquias e Fundações.​ Vejam aí nas fichas do roteiro de aula 
e acompanhem por esse resumo, beleza? 
Art. 35. As controvérsias jurídicas que envolvam a administração pública federal direta, suas 
autarquias e fundações poderão sim, ser objeto de​ transação por adesão​, e elenca alguns requisitos como: 
 
I - ​autorização do Advogado-Geral da União​, com base na jurisprudência pacífica do Supremo 
Tribunal Federal ou de tribunais superiores; ou 
II - ​parecer do Advogado-Geral da União, aprovado pelo Presidente da República​. 
 
Existem aqueles casos em que a Administração Pública é reiteradamente vencida nos tribunais. Sempre 
perde em determinado tipo de causa (imaginem um benefício do INSS que seja sempre negado às pessoas). 
Aí os cidadãos vão ao Poder Judiciário e conseguem... Assim, para evitar um maior prejuízo a Administração 
pode propor soluções através de transações. O interessado em resolver seu problema com a Administração 
Pública Federal pode então, aderir a essa transação (que é uma espécie de autocomposição), sem entrar na 
justiça. Como? Nas hipóteses mencionadas acima e mais explicado em nossa aula. Apesar de os direitos da 
Administração serem indisponíveis, pois é tudo dinheiro público, nesses casos é possível ocorrer a solução 
extrajudicial. 
 
→ → Ultrapassando a autocomposição, vamos agora para outro modo de solução dos conflitos que é o 
HETERÔNOMO. Vamo nessa! 
 
HETERÔNOMO 
 
Ocorre quando a solução para o conflito é dada por uma pessoa estranha ao conflito, por um terceiro. 
 
Por isso também se diz que a solução é imparcial, porque o sujeito que decide não é parte interessada.____________________________________________________________________________ 
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Entrando nas espécies, temos apenas duas: ​Arbitragem​ e a ​Jurisdição​. 
Começando com a… 
 
1. Arbitragem ou juízo arbitral​: 
O art. 3º do CPC, ​§ 1​o​ diz o seguinte: É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
 
O que é arbitragem? 
Solução dada ao conflito por julgamento de terceiro escolhido pelos sujeitos do embate. É muito 
utilizado no meio empresarial pois o procedimento não exige publicidade e ocorre de forma mais célere. 
Ocorre bastante nas câmaras privadas (aquelas que já falei...que englobam tanto a mediação como a 
conciliação e a arbitragem). 
É uma grande contribuição para desafogar o Poder Judiciário mas isso deve ser visto como 
consequência não como objetivo. 
O juízo arbitral se desenvolve de forma muito semelhante ao processo judicial, cada parte submete 
suas petições, realiza-se a devida instrução, o contraditório, tudo isso e então o árbitro (que é geralmente um 
especialista na área do conflito) decide quem tem razão no caso concreto. 
 
Existe um ​pressuposto de admissibilidade​, que é o seguinte, a arbitragem cabe apenas nos conflitos 
de ​direitos patrimoniais disponíveis​. Não cabe em matéria penal, por exemplo. 
 
Direito patrimonial disponível: a título exemplificativo, uma pessoa que 
tem apenas um apartamento simples para sua moradia não pode perdê-lo em uma 
ação arbitral pois não compõe um direito disponível. Mas aquela pessoa que possui 
vários apartamentos, os apartamentos são então disponíveis. 
 
Vê só! 
Se exitoso, ​o produto desse julgamento será uma sentença arbitral​, que ​possui a mesma força 
executiva ​de uma sentença prolatada/feita, por um juiz estatal​. É tanto que se a parte vencida não cumprir 
com os termos determinados nessa sentença a parte vencedora não precisará rediscutir o direito perante o 
juiz, pois o seu direito já foi provado diante do árbitro e dessa forma a sentença irá direto para uma fase 
chamada de ​cumprimento de sentença,​ (assunto de Processo Civil IV). 
 
Só salientando, as sentenças proferidas por árbitro ​não podem ser executadas por eles pois o árbitro detém o 
poder decisório mas não o poder executivo, a ​coertio​ que cabe apenas à Jurisdição. 
 
2. JURISDIÇÃO 
Etimologia 
A palavra jurisdição deriva do latim juris (direito) dictionis (dicção, ação de dizer). O termo jurisdição 
significa exatamente isso: dizer o direito. 
● No direito romano se distinguia a jurisdictio (dizer o direito) do ​imperium (poder de executar o 
que foi decidido). 
O juízes eram denominados jurisconsultos e não possuíam o poder de determinar a execução direta de uma 
ordem. Apenas os pretores, possuíam esse poder. 
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Ex-monitor de TGP. Mestrando em Direito (UNICAP). Pós-Graduando em Processo Civil (PUC-MG). Advogado 
 
● Em determinado momento, por mudanças políticas, houve evidente 
concentração de poder. Com isso os pretores passaram a decidir e executar suas 
próprias ações. 
● Hoje, o juiz brasileiro, profere decisões com a mesma eficácia que os pretores, com poderes de 
dizer o direito ​e​ de executar o que foi decidido. 
 
OBJETO 
Nem toda atividade do homem constitui efetivo interesse do Estado. São como as normas sociais, 
encontradas nas relações de amizade, relações amorosas, cotidianas, de cortesia. 
Mas há outro tipo de norma, como código civil, código de defesa do consumidor, código penal. 
Essas normas geram outro tipo de relação, chamada de relação jurídica. 
Quando alguma norma de direito material é descumprida, ocorrendo a insatisfação de uma pessoa, 
jurídica ou física, opera-se o que se chama de LIDE, um litígio, conflito. 
Lide​ Segundo CARNELUTTI é: 
● Um conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos interessados e pela resistência do 
outro. 
Para dirimir esses conflitos de interesses, nós temos algumas formas alternativas de solução de conflitos, ou 
como alguns doutrinadores chamam, ​equivalentes jurisdicionais ou _______________________. No novo 
CPC (Lei 13.105/2015) alguns costumam falar em Sistema Multiportas (Fredie Didier é um deles). Vejam só 
alguns desses exemplos: 
● A autotutela → Como já falei, ao contrário do que se pode pensar, ainda está presente no nosso 
ordenamento jurídico, caracterizada por exemplo pelo desforço imediato no direito civil; legítima 
defesa no direito penal... 
● A autocomposição 
● A arbitragem 
Mas o que nos importa ​agora é aquele modo de solução do conflito em que o estado avoca para si a função 
de dirimir conflitos: ​jurisdição​. 
Existe uma possibilidade de conceituar ​jurisdição ​como um poder do Estado em dirimir conflitos​. Ainda 
mais, o ​poder-dever​ do Estado-juiz em dirimir conflitos. 
Então, a possibilidade de resolver os conflitos, que também é de interesse do Estado pois com isso se busca a 
pacificação social, denominamos, jurisdição. 
Ao contrário do legislador, ou do administrador, que atuam sem a exigência de um conflito, ​a atuação do 
Estado-juiz dá-se em uma situação concreta a ser resolvida, de forma imperativa (inclusive, falaremos disso 
mais à frente durante a aula presencial). 
SISTEMAS DE JURISDIÇÃO 
Temos a 
a) ​Dualidade ou sistema francês​: 
b)​ Por outro lado, temos a Jurisdição ​Única ou sistema inglês: 
____________________________________________________________________________ 
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Vamos agora para os 
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 
● Juiz Natural​: 
Assegura expressamente a Constituição Federal que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente” (artigo 5º, inciso LIII) e que “não haverá juízo ou tribunal de exceção” (artigo 5º, 
inciso XXXVII). 
Esse princípio garante ao cidadão o direito de não ser subtraído de seu Juiz Constitucional ou Natural, aquele 
por lei, pré-constituído para exercer validamente a função jurisdicional. 
● Inércia 
O art.​ 2​o​ do Novo CPC diz o seguinte “O processo começa por iniciativa da parte”. 
Existe alguns termos em latim para expressar esse princípio como 
Nemo iudex sine actore - não há juiz sem autor-, o ​Ne procedat iudex ex officio​...esse último que fala 
exatamente sobre a impossibilidade de o Estado-juiz atuar sem que haja prévia provocação da parte. Diz, a 
grosso modo, o princípio da inércia que a prestação da tutela jurisdicional só se dará mediante provocação. 
● Inafastabilidade​: ​!!! 
Dispõe o artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal que “a lei não excluirá 
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Desta forma, a Constituição Federal garante o acesso ao Poder Judiciário a ​todos 
aqueles que tiverem seu direito violado ou ameaçado, ​não sendo possível ao 
Poder Legislativo​, editar leis que dificultem oacesso do jurisdicionado ao Poder 3
Judiciário. 
● Indelegabilidade​: ​!!! 
A jurisdição não pode ser transferida nem pode ser delegada pelo ​Poder Judiciário​...ou seja a atividade 
jurisdicional não poderá ser exercida por outro órgão. Devendo ser atividade unicamente dos magistrados 
estatais. Com isso, ​todos​ nós ganhamos na qualidade e segurança das decisões. 
● Indeclinabilidade ​!!! 
O ​magistrado​, competente é obrigado a prestar a tutela ao ​autor do processo, não pode se recusar a julgar por 
simples vontade. 
● Inevitabilidade/irrecusabilidade ​!!! 
Quando provocado o exercício jurisdicional, as partes sujeitam-se ao resultado mesmo contra a sua vontade. 
Nesse sentido ​o vencedor​ acaba se beneficiando enquanto a ​parte vencida​ precisa acatar a decisão. 
● Investidura peculiar 
O Estado exerce a jurisdição por seus órgãos constitucionalmente definidos e essa função jurisdicional é 
exercida por agentes que preencham rigorosos critérios legais (aprovação em concurso de provas e títulos, 
três anos de prática jurídica, formação em direito; ou nomeados pelo chefe do Poder Executivo para ingresso 
pelo quinto constitucional em tribunais). 
3 jurisdicionado: aquele sobre quem se exerce jurisdição. Aquele que está com uma causa na justiça (autor 
ou réu). 
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● Territorialidade​/​aderência ao território 
Por se tratar de um ato de poder, o juiz exerce a jurisdição dentro de um limite 
espacial sujeito à soberania do Estado. Além desse limite ao território do Estado, 
sendo numerosos os juízes de um Estado, normalmente o exercício da jurisdição que lhes compete é 
delimitado à parcela do território, conforme a organização judiciária da Justiça em que atua, 
Sendo as áreas de exercício da autoridade dos juízes divididas na Justiça Federal em seções 
judiciárias e na Justiça Estadual em comarcas. 
● Duplo Grau de Jurisdição 
◦ Não é um princípio expresso e se depreende da previsão constitucional de órgãos de revisão. 
◦ Se funda na falibilidade humana, dando ao jurisdicionado a chance de ter a sentença que foi 
proferida em seu desfavor reexaminada. 
◦ Conteúdo: reexame 
◦ Modalidades: 
▪ Facultativo 
▪ Voluntário 
Uma pergunta que pode surgir, é, sabendo que a jurisdição é o poder do estado de dirimir conflitos, como ele 
faz isso? Dado o fato objetivo que duas pessoas não se compuseram no direito material o conflito dessas 
pessoas será projetado no judiciário, o que o judiciário deve fazer? 
Segundo Chiovenda​, o estado vai fazer isso através do que se chama, ​atividade substitutiva​, pois, a grosso 
modo, substitui a vontade das partes. Aplicar a norma ao caso concreto ou seja exercer o poder de “dizer o 
direito”. 
Mas ​existe uma consideração importante que nós temos que levar em conta: 
A jurisdição não vive somente de resolução de conflitos. Isso fez com que o legislador estabelecesse uma 
classificação da jurisdição civil​. Então hoje, ​podemos dividir a jurisdição em dois grupos​: 
Nós temos uma jurisdição chamada 
● CONTENCIOSA 
E também, temos uma jurisdição chamada de 
● VOLUNTÁRIA. 
Quando a gente fala em ​contenciosa​, pressupõe-se uma lide. O conflito entre pretensões. 
Porém, existem situações, em que o Estado precisa participar das relações particulares para que essa relação 
possa produzir seus regulares efeitos, mesmo sem a existência de um conflito. A esse tipo de jurisdição, 
chamamos de​ JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA ou graciosa. 
Parte da doutrina costuma chamar essa modalidade de jurisdição de ​administração pública de interesses 
privados. ​Fredie Didier, entre outros, entretanto, defende a natureza jurisdicional da jurisdição 
voluntária. 
Temos como exemplo, uma ação de divórcio consensual. 
 
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Então para facilitar o entendimento, apresentá-lo de forma mais didática, nós 
podemos fazer uma ​tabela comparativa entre a Jurisdição Voluntária x 
Jurisdição Contenciosa​. 
JURISDIÇÃO 
CONTENCIOSA 
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
1. LIDE Ausência de LIDE 
2. Partes Interessados 
3. Sentença Pronunciamento Judicial 
4. Processo Procedimento (Grinover, 2003. pag. 156) 
5. Ato substitutivo Ato integrativo 
 
1º​. Quando pensamos em jurisdição contenciosa, a primeira coisa que nos vem à mente é a lide. 
Enquanto que na JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA, é a ausência de lide. 
2° ​Partes = contraposição / interessados = não ocorre essa contraposição 
3​° Segundo parte da doutrina Não existe uma sentença, mas um pronunciamento judicial de administração de 
interesse privado com relevante repercussão pública. 
4º​ “Fala a doutrina, por outro lado, em procedimento, e não processo, pois este seria também ligado ao 
exercício da função jurisdicional contenciosa e da ação” Ada Pellegrini Grinover (2003, p.156). 
5º​ Não substitui a vontade das partes mas integra, confirma a vontade de ambas. 
 
Bibliografia utilizada: 
ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria Geral do Processo. 18ª ed. - Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
CINTRA, Antonio Carlos Araujo. DINAMARCO, Cândido Rangel. GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria 
Geral do Processo. 31ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014. 
DIDIER JR. Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual Civil, parte geral e 
processo de conhecimento, 19ª ed. - Salvador:JusPodivm, 2017. 
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Pablo Medeiros | Aulas Particulares | pablovmedeiros@gmail.com | (81) 99703.1155 
Ex-monitor de TGP. Mestrando em Direito (UNICAP). Pós-Graduando em Processo Civil (PUC-MG). Advogado

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