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Frequência Direito Económico 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Direito Económico é um verdadeiro ramo do direito? 
 
 Apesar de não se encontrarem algumas clássicas manifestações externas dos 
ramos de direito, pode considerar-se um novo ramo de direito em formação 
 Direito Económico tem vindo a construir-se a partir da reavaliação de certos 
núcleos temáticos oriundos de outros ramos do direito, por se pensar que o que 
já existia não era suficiente e apropriado 
 
Evolução Histórica 
 
1) Era Agrícola 
 Direito de propriedade (poder de possuir, usar, usufruir e alienar) sobre a terra e 
sobre pessoas (ex. feudalismo) 
 Propriedade comum: baldios 
 
2) Era Comercial 
 Moeda, urbanismo 
 Prevalência do contrato sobre o estatuto 
 Maior importância da lei para maior segurança 
 Revolução liberal: 
- direito de propriedade 
- liberdade de empresa 
- liberdade contratual 
- liberdade de concorrência 
→ Direito subjectivo: indivíduo pode dispôr de uma coisa ou de uma pessoa, obtendo 
garantia jurídica de uma segurança específica quanto ao exercício desse poder 
 
 
 2 
3) Era Industrial 
 Da propriedade privada à propriedade pública 
 De contrato livre a relação regulada por lei 
 Relação de trabalho: direitos e deveres passam a ser definidos por lei: 
- direito a remuneração adequada 
- obrigação de pagar certas contribuições 
- direito a determinados benefícios 
 Do direito do Estado liberal ao direito do Estado social 
 
4) Era da informação 
 Novas tecnologias: importância dos direitos de autor e da propriedade industrial 
 Expansão do sector dos serviços 
 Comércio electrónico 
 
 
Apesar da ordenação jurídica da Economia ser antiga, a disciplina de Direito 
Económico só existe desde o século XX, depois da primeira guerra mundial: 
 Concentração de empresas, emergência de verdadeiros poderes económicos 
privados, a limitação da concorrência, crises e guerras mundiais e pressão de 
agentes económicos, sociais e políticos levou a que o Estado tivesse de intervir 
 Teorias Keynesianas e socialistas davam ênfase à intervenção do Estado 
 A partir dos anos 70, críticas à intervenção do Estado principalmente dos sectores 
neoliberais levaram a alterações na intervenção pública na Economia (ex: 
substituição da produção directa pública pela sua contratação a entidades privadas, 
mantendo o financiamento público, etc.) Nacionalizaçoes??? 
 Regras provenientes da CEE 
 
 
Natureza 
 Direito Económico é predominantemente direito público, de origem 
constitucional, administrativa e penal 
 Em certos casos pode ser considerado direito privado colectivo 
 
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Fontes internas 
 Constituição da República Portuguesa 
 Leis (Assembleia da República), decretos-lei (Governo) 
 Leis directriz, leis medida 
 Decretos legislativos regionais 
 Decretos regulamentais, resoluções do conselho de ministros, portarias, despachos 
normativos, avisos do Banco de Portugal, etc. 
 
Fontes Externas 
 GATT, OCDE, FMI, OIT 
 Tratados de CE ou UE 
 Regulamentos CE 
 
Fontes de Origem Mista ou Privada 
 Mista: organismos de concentração económica e social Ex??? 
 Privada: regulamentação das actividades económicas pelas associações 
profissionais Ex??? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
CONSTITUIÇÃO ECONÓMICA 
 
 Conjunto de normas e princípios constitucionais relativos à Economia 
 Modelo de equilíbrio entre a Economia de Mercado e interesse público e social 
(salvaguarda os direitos próprios dos trabalhadores e dos consumidores vs. 
regulação pública) 
 Estado de Direito: princípio da legalidade 
 Subordinação do poder económico ao poder político 
 Pluralidade de sectores e de formas de iniciativa 
 Apropriação colectiva de alguns meios de produção de acordo com o interesse 
público (solos, recursos naturais, etc.) 
 Planificação democrática da Economia 
 Intervenção democrática dos trabalhadores 
 Propriedade privada, liberdade de empresa, concorrência, posição central do 
sector privado no processo económico 
 Incumbência do Estado: orientação e controlo da actividade económica e de 
distribuição de rendimentos 
 Segurança do emprego, direito à greve, proibição do lock-out, direito de 
informação ao consumidor, proibição da publicidade enganosa, protecção da 
qualidade ambiental 
→ Definição dos limites objectivos ao livre funcionamento do mercado 
 
Pressupostos básicos da Economia de Mercado 
Propriedade privada, iniciativa privada, livre concorrência 
 
Propriedade Privada 
 Quatro componentes: 
1) Direito de adquirir 
2) Direito de usar e fruir 
3) Liberdade de transmissão 
4) Direito de não ser privado dela 
 
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1) Direito de adquirir 
 Restrições: 
- bens insusceptíveis de apropriação privada, 
- bens de domínio público (exploração pode ser entregue a entidades 
privadas ou cooperativas) 
 
2) Direito de usar e fruir 
 Restrições: 
- Condicionamentos por razões ambientais ou de ordenamento de território 
 
3) Liberdade de transmissão 
 Restrições: 
- direitos a favor de terceiros Accionistas/socios?? 
- direitos de preferência atribuída 
- direitos dos herdeiros legitimários 
 
4) Direito de não ser privado dela 
 Restrições: 
- Requisição de bens (bens móveis e imóveis, temporária, interesse 
público urgente e excepcional, indemnização) 
- expropriação (bens imóveis, definitivo, ex: construção de estradas, 
indemnização) 
- nacionalização (com indemnização) 
 
 
Iniciativa Privada 
 Condição básica da existência de concorrência 
 Liberdade de criação de empresas e a sua gestão: 
- liberdade de organização 
- liberdade de contratação ou liberdade negocial 
 Restrições: 
- necessidade de protecção do interesse público e de terceiros 
- possibilidade de se estabelecerem reservas a favor do sector público 
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- discriminações em função da nacionalidade (UE: liberdade de 
estabelecimento e de circulação de capitais) 
- Estado pode determinar/restringir tipo de empresa (S.A, por quotas, etc.) 
Como e q o estado pod restringir??? 
- Regras obrigatórias de organização interna 
- Normas que regulam localização Localizaçao?? 
- Protecção ambiental e ecológica 
- Protecção de monopólios e controlo de concentrações Para q e q se quer 
proteger monopólios??< 
- Restrição de relações contratuais da empresa com terceiros 
 
( Ex: acórdão das farmácias) 
 
 
Direitos dos trabalhadores 
 
Segurança no trabalho 
 Segurança no emprego e proibição de despedimentos sem justa causa (modelo da 
estabilidade do emprego) 
 
Direitos das organizações dos trabalhadores 
 Liberdade sindical 
 Direito à greve e proibição do lock-out 
 Direitos das comissões de trabalhadores 
 Direito de contratação colectiva 
 
Direito ao trabalho 
 Desenvolvimento de políticas que assegurem o máximo de empregos possíveis, 
igualdade de oportunidades, formação específica e genérica 
 Assistência no desemprego 
 Regulação do mercado de trabalho (fixação de salário mínimo) 
 
 
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Direitos dos consumidores 
 
 A crescente importância da protecção jurídica do consumidores deve-se a: 
- maior sofisticação dos modos de distribuição em grande superfícies 
(aumento da distância entre consumidor e vendedor) 
- formas de organização da produção mais complexas e globalizadas 
 A protecção do consumidor deve ser perspectivada segundo quatro eixos 
principais: 
 
1) Protecção do consumidor contra práticas comerciais desleais e abusivas: 
 Regulação da publicidade,das vendas ao domicílio e por correspondência 
 Clausulas ou condições contratuais gerais 
- Proibição de clausulas abusivas que se traduzam na desprotecção do 
consumido 
 Regulação do crédito ao consumo (cartões de crédito) 
 
2) Informação, formação e educação do consumidor 
 Obrigação do Estado de apoiar as organizações dos consumidores 
 Dever de contribuir para a sua educação e informação e de reconhecer os direitos 
dos consumidores à informação 
 
3) Representação, organização e consulta 
 Direitos reconhecidos às organizações de consumidores 
 
4) Proteger o consumidor contra produtos defeituosos 
 Reparador dos danos sofridos, repressivo de comportamentos que afectem a 
qualidade dos produtos 
 Direito de qualidade: sistema de normas técnicas referentes às características dos 
produtos 
 Sistema de repressão das infracções anti-económicas e contra a saúde pública 
 
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Direito do ambiente 
 
 Protecção do elemento natural e do elemento construído 
 Combate às diversas formas de poluição 
 Determinação do acesso, organização, instalação, condições de funcionamento e 
relações com terceiros por razões ambientais 
 Custos de poluição e custos da sua prevenção podem ser integrados nos custos 
de produção 
 Ordenamento da implantação urbana e industrial, da exploração agrícola e 
florestal 
 Proibição de acções atentatórias do ambiente: direito de cessação destas acções e 
de indemnização dos prejuízos causados pela violação 
 Dever de defender o ambiente: obrigação de não atentar contra o ambiente e 
dever de impedir os atentados de outrem, eventualmente tutelados por via penal 
 
Sector Privado 
 
 Bens e unidades de produção cuja propriedade ou gestão pertençam a pessoas 
singulares ou colectivas privadas 
 Ou seja pertencem a este sector: 
- todos os meios de produção que sejam propriedade pública, mas cuja 
gestão tenha sido entregue a entidades privadas 
- empresas de capital misto em que o Estado não tenha nomeado a maioria 
dos gestores 
 
 
Sector Cooperativo e Social 
 
 “Pessoas colectivas autónomas, de livre constituição, de capital e composição 
variáveis, que visam através de cooperação e entreajuda dos seus membros, com 
obediência dos princípios cooperativos, visam, sem fins lucrativos, a satisfação 
das necessidades e aspirações económicas, sociais ou culturais destes, podendo 
ainda, a título complementar, realizar operações com terceiros.” 
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 Quatro princípios básicos: 
- filiação voluntária 
- organização voluntária 
- limitação do juro pago ao capital social o que e isto??? 
- repartição equitativa de excedentes de economias eventuais 
 
 Ou seja, pertencem a este sector: 
- meios de produção comunitários 
- meios de produção objecto de produção colectiva por trabalhadores 
- meios de produção geridos por pessoas colectivas sem carácter lucrativo 
e com objectivos de solidariedade social 
 
Sector Público 
 
 Constituído por meios de produção cujas propriedade e gestão pertencem ao 
Estado ou outras Entidades públicas 
 Ou seja, pertencem a este sector: 
- meios de produção geridos directamente pela Administração Pública 
- sociedades de capitais públicos e mistos, quando maioritariamente 
controladas pela Estado 
 Estado produz bens ou presta serviços ora em concorrência com empresas 
privadas ou cooperativas, ora em monopólio natural ou legalmente protegido 
 
Funções do Estado 
 
1) Estado empresário 
 Antes (período a seguir ao 25 de Abril), Estado produtor de bens e serviços tinha 
grande importância 
 Marcado por dois preceitos constitucionais: 
- princípio da irreversibilidade das nacionalizações 
- proibição do acesso do capital privado aos sectores básicos da Economia 
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 Revisão constitucional em 1989: retirou o princípio da irreversibilidade das 
nacionalizações; só alguns sectores é que são vedadas ao capital privado, mas 
passaram a ser concessionadas a entidades privadas 
 
→ Estado empresário perdeu importância 
 
2) Estado regulador 
 Revisão constitucional 1989 veio aumentar a necessidade da regulação/controlo 
do Estado 
 Objectivos do estado são: 
- Garantir o respeito das regras da concorrência 
- Assegurar a qualidade e a quantidade dos bens ou serviços produzidos 
- Regulação pública das actividades económicas que comportam riscos para 
a saúde, a segurança e o meio ambiente 
- Regulação dos mercados financeiros 
- Zelar pela eficiência do sector público 
- Orientar o desenvolvimento 
- Preservar a independência nacional 
- Desenvolver a cooperação com todos os povos 
- Instaurar um sistema de planeamento democrático 
- Aumento do bem-estar social e económico 
- Melhoria da qualidade de vida 
- Operar correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e do 
rendimento entre a cidade e o campo 
 
 
Assembleia da República (AR) 
 
 Competência geral: 
- Aprovação do orçamento e das Grandes Opções do Plano (GOP) 
- Autorização ao governo de contrair e conceder empréstimos 
 Competência Legislativa: 
1) Reserva absoluta (competência exclusiva da AR) o que e isto? 
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- Definição da zona económica exclusiva 
2) Reserva relativa (competência da AR, mas que pode ser delegada ao 
Governo) 
- Legislar sobre o regime dos meios de produção no sector 
cooperativo 
- Regime de requisição, expropriação, nacionalização e 
privatização 
- Sistema de protecção da natureza e do equilíbrio ecológico 
- Regime do arrendamento rural e urbano 
- Impostos e sistema fiscal 
- Definição dos sectores vedados à iniciativa privada 
- Sistema de planeamento e composição do CES 
- Política agrícola 
- Sistema monetário 
- Finanças locais 
- Estatuto das empresas públicas 
- Regime dos bens de domínio público 
 
Os Governos e as Assembleias Legislativas Regionais 
 
 Têm as mesmas competências que a AR, mas com certas restrições: 
- Só podem legislar em matérias de interesse específico para a região 
- Não podem legislar em matérias reservadas aos órgãos de soberania 
- Não podem derrogar leis gerais da república sem autorização 
 
 
II) Constituição Económica Europeia 
 
Evolução 
 1957 - Tratado de Roma: integração pelos mercados (produtos, capitais, trabalho, 
liberdade de estabelecimento das empresas) 
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 1986 - Acto Único Europeu: criação do mercado único, política de coesão social, 
política de I&D (investigação e desenvolvimento), política de ambiente 
 1992, Maastricht - Tratado da União Europeia: União Económica e Monetária 
 1996 - Tratado de Amesterdão: Banco Central Europeu 
 2001 - Tratado de Nice 
 2008 – Tratado de Lisboa 
 
Objectivos 
 Desenvolvimento harmonioso das actividades económicas 
 Expansão económica e equilibrada 
 Estabilidade acrescida 
 Elevação do nível de vida 
 Desenvolvimento de relações estreitas entre os Estados-Membros 
 
Instrumentos 
 Mercado comum 
 Aproximação das politicas económicas dos Estados-Membros 
 
Princípios 
 Legalidade 
 Igualdade 
 Não discriminação 
 Concorrência 
 Liberdade económica 
 Princípio social 
 Solidariedade 
 
 
 
 
 
 
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Liberdades Económicas Fundamentais 
1) União Aduaneira 
 Antes do acto único Europeu existiam obstáculos não pautais: 
- Barreiras físicas (políticas comerciais, existências sanitárias, 
dificuldades de transporte) 
- Barreiras técnicas (diferenças de normalização, encerramento dos 
mercados públicos, auxílios do Estado) 
- Barreiras fiscais (diversidade dos sistemas fiscais, controlos 
fiscais nas fronteiras) Nos anos 90, foram dados três passos para facilitar a livre circulação de 
mercadorias: 
- Código Aduaneiro Comunitário 
- Regime transitório de IVA 
- Redução significativa das barreiras técnicas 
 
2) Liberdade de circulação de trabalhadores e pessoas 
 Abolição de quaisquer discriminações no que respeita ao emprego, às 
remunerações e demais condições de trabalho 
 Trabalhador assalariado: tem um contrato e encontra-se na dependência 
de um empregador distinto da administração pública, exercendo uma 
actividade remunerada por conta alheia 
 Cidadania da União: liberdade de circulação das pessoas, garantindo a 
qualquer cidadão da UE o direito de circular e permanecer livremente no 
território dos Estados-Membros (para trabalhadores, estudantes, 
reformados, turistas, etc…) 
 
3) Liberdade de estabelecimentos 
 Para trabalhadores independentes, profissões liberais e empresas 
 Exigência de igualdade de tratamento e princípio geral da proibição da 
discriminação fundada na nacionalidade 
 
 
 
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4) Liberdade de prestação de serviços 
 Proibição de restrições à livre prestação de serviços noutro Estado-
Membro 
 Consequência da liberdade de circulação das pessoas 
 Liberalização dos serviços da banca e dos seguros 
 
5) Liberdade de circulação de capitais e de pagamentos 
 Ligada à liberdade de circulação de pessoas e serviços e ao direito de 
estabelecimento 
 Evolução mais lenta devido a: 
- Existência de moedas nacionais com taxas de câmbio 
diversificadas e instáveis 
- Regimes de tributação de capitais distintos 
- Diversidade de regulamentações em sede e instituições e 
actividades financeiras 
 1988: principio da Liberalização completa e incondicional da circulação 
de capitais 
 Tratado de Maastricht: plena liberalização, proibindo todas as restrições 
aos movimentos de capitais e aos pagamentos 
 Existência de um espaço financeiro europeu 
 
6) Liberdade de concorrência 
 Consequência das outras liberdades económicas 
 Forma de coordenação económica, verdadeiro motor do sistema de 
economia de mercado - garantia da efectivação das outras liberdades 
económicas 
 Regime que garanta que a concorrência não seja falseada no mercado 
interno: 
- Evita a permanência e a criação de mercados restritos e de 
barreiras artificiais através de acordos entre empresas 
- Evita a exploração abusiva de posições dominantes no mercado 
- Evita a realização de operações danosas da concorrência 
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- Evita/regula auxílios concedidos pelos Estados a empresas, que 
são deformadores da concorrência e do comércio intracomunitário 
 
Acto Único Europeu 
 Década de 80: relançamento do projecto de integração europeia 
 Aprofundamento das políticas comunitárias do Tratado de Roma: 
- Cooperação no domínio económico e monetário (convergência das 
políticas) 
- Coesão económica e social (desenvolvimento harmonioso) 
- Política social (melhoria e harmonização das condições de trabalho e o 
diálogo social) 
- Investigação e desenvolvimento tecnológico 
- Política de ambiente (preservação do ambiente, protecção da saúde, 
utilização prudente e racional dos recursos naturais) 
 
União Económica e Monetária (UEM) 
 Três fases da UEM: 
1) - 1 Julho 1990 
- Todas as moedas com o mecanismo de câmbio SME 
2) - 1 Janeiro 1994 
 - Instituto Monetário Europeu 
 - Cooperação dos bancos centrais nacionais 
 - Coordenação das politicas monetárias dos Estados-Membros 
3) - 1 Janeiro 1999 
 - Moeda Única (Euro) 
 - Criação do Banco Central Europeu 
 
 
 
 
 
 
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Instrumentos da Governação Económica 
 Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) 
- Alerta rápido: conselho identifica desvio significativo da situação 
orçamental e apresenta ao Estado-Membro uma recomendação para que 
este tome as medidas de ajustamento necessárias 
- Procedimento de défices excessivos: em caso de ultrapassagem dos 3% 
de défice, o Estado-Membro em causa pode ser expulso da UEM (outro 
controlo de política orçamental é que as dívidas públicas não podem ser 
superiores a 60% do PIB) 
- Em Setembro de 2004, comissão apresentou propostas de reforma do 
PEC, no sentido de flexibilidade e maior credibilidade 
 Outras políticas comunitárias 
- Políticas de educação, cultura, saúde pública, defesa do consumidor, 
política industrial e de redes transeuropeias 
 
Tratado de Amesterdão 
 Alteração a nível jurídico e político: intervenção da UE na política externa e de 
segurança comum, maior cooperação policial e judiciária, consagração dos 
princípios de igualdade e não discriminação entre homem e mulher 
 
Tratado de Nice 
 Objectivo: arranjar uma solução antes do alargamento da OE a Leste Qual era o 
Problema? 
 Questões tratadas: número de membros, nova distribuição de lugares no 
Parlamento Europeu, nova composição da comissão, etc. 
 Transformações ficaram aquém do necessário, o que levou à produção de um 
Projecto do Tratado que estabeleceu uma constituição para a Europa 
 
Futura Constituição Europeia 
 Texto único dividido em quatro partes: 
1) Arquitectura constitucional da UE 
2) Carta de Direitos Fundamentais 
3) Políticas e Acções da UE 
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4) Disposições gerais e finais 
 
Instituições de Controlo 
1) Parlamento Europeu 
- Funções de natureza consultiva, de controlo do executivo e de 
representação da opinião pública comunitária 
2) Tribunal de justiça 
- Função de interpretar e aplicar de modo uniforme o direito comunitário 
3) Tribunal de Contas 
- 25 Membros independentes 
- Função de examinar as contas das receitas e despesas da UE e 
fiscalização da legalidade e regularidade dessas receitas e despesas 
 
Modelo da Constituição Económica Europeia 
 Opõe-se a um sistema de economia exclusivamente dirigista, mas afasta-se 
gradualmente de um sistema liberal clássico e puro 
 Estado mantêm-se neutro a respeito do regime de propriedade (aceita iniciativa 
pública), mas tem regimes específicos relativos aos monopólios e serviços 
públicos 
 Mercado caracterizado por um laissez-passer (em vez de laissez-faire) – 
regulação da concorrência 
 Visão liberal clássica vs. Política dirigista e proteccionista 
 
Efeitos da Constituição Europeia sobre a Constituição Portuguesa 
1) Impulso liberalizador 
 Desmantelamento de monopólios públicos 
 Restrições dos auxílios Estatais 
 Regulação do Mercado Interno (regras anti-trust) 
2) Impulso regulatório 
 Harmonização das condições de acesso a certas profissões 
 Regras em matéria de ambiente, consumo, saúde e segurança laborais, 
mercado da informação 
 Convergência económica 
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III) Administração Económica 
 Tem como objectivo a satisfação das necessidades colectivas dos cidadãos a 
nível económico 
 Alargamento das áreas de regulação e aumento da complexidade das formas e 
técnicas usadas para o efeito 
 Condução da actividade requer a existência de órgãos de administração: 
- Administração directa: Governo 
- Administração indirecta: Estruturas dotadas de personalidade jurídica e 
grau variável de autonomia administrativa (institutos públicos) 
- Outros agentes de administração económica de natureza híbrida ou 
privada 
 
 
Governo 
 Coordenação global ao governo e da administração económica cabe ao primeiro-
ministro 
 Funções do Governo: 
- Dirigir os serviços e a actividade da administração directa do Estado 
- Superintender na administração indirecta 
- Exercer tutela sobre a administração indirecta e sobre a administração 
autónoma 
 Está dividido por ministérios Funções do Ministério das Finanças: 
- Ocupar-se da Economia geral (Macroeconomia) 
- Preparação do orçamento, controlo da sua execução 
- Cumprimento dos Pactos de Estabilidade e Crescimento 
 
Administração directa 
 Ministérios e Secretarias de Estado 
 Administração central, regional e local 
 Comissões de coordenação Regional: 
- Dar apoio às autarquias locais 
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- Executar planos regionais 
- Ordenamento de território 
- Protecção e melhoria do ambiente 
- Gestão dos recursos naturais 
- Coordenação, administração e avaliação de programas comunitários 
- Programas sociais nas áreas do ensino, formação profissional. Defesa do 
património, defesa do consumidor 
 
Administração indirecta 
 Entidades públicas que desenvolvem, com personalidade jurídica própria e 
autonomia administrativa e financeira, uma actividade administrativa destinada à 
realização do fins do estado 
 Institutos públicos: pessoas colectivas públicas do tipo institucional criadas pelo 
Estado ou por outras pessoas colectivas públicas para a prossecução de 
atribuições administrativas específicas 
 Entidades públicas empresariais: têm natureza empresarial, exercendo a 
actividade de produção de bens ou serviços e integram o sector Público 
empresarial 
 Entidades administrativas independentes e outras categorias de institutos 
públicos também podem gozar de regime especial 
 Principais características: 
- Pessoas colectivas públicas 
- Autonomia financeira 
- Criados, modificados e extintos por decreto-lei 
- Possuírem órgãos próprios 
- Estarem sujeitos à tutela e a superintendência e tutela administrativa 
- Regime jurídico básico é normalmente um regime administrativo 
 Objectivo de actividade: 
- Apoio financeiro, técnico ou de gestão ao sector privado ou cooperativo 
- Realização de estudos e funções de consulta e de informação 
- Realização de investigação científica e tecnológica 
- Controlo da qualidade dos produtos industriais em geral ou de 
determinados produtos 
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Entidades administrativas independentes 
 Subespécie dos institutos públicos 
 Funções administrativas especializadas e com independência orgânica e 
funcional 
 São criadas em áreas “sensíveis”da Administração Pública, devido a: 
- Complexidade técnica ou financeira da matéria reguladora e/ou dos 
interesses envolvidos 
- Importância dos valores afectados 
 Objectivo: aumentar a eficácia, adequar as competências e reforçar a 
legitimidade da decisão 
 
IV) Estado como produtor de bens e serviços 
 
Nacionalização 
 Espécie de expropriação, traduzindo-se na transferência forçada, por acto de 
autoridade, de uma unidade económica de propriedade privada para a 
propriedade pública 
 Diferenças entre nacionalização e expropriação: 
- Expropriação é a desapropriação de qualquer bem privado em benefício 
de uma entidade pública ou privada, por uma variedade de motivos de 
utilidade pública; Nacionalização tem sempre por objectivo unidades 
económicas por motivos específicos na estrutura do poder económico ou 
na condução da economia 
- Nacionalização é um instrumento de apropriação colectiva dos meios de 
produção e solo 
 Nacionalização não pode ser arbitrária, tem de ser justificada à luz do interesse 
público 
 Não pode pôr em causa a subsistência do sector privado da economia 
 Está vedada a nacionalização daquelas empresas que sejam o suporte e requisito 
essencial de liberdades fundamentais (liberdade de informação e de imprensa) 
 Só o Estado pode proceder a nacionalizações 
 Confere direito a indemnizações 
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 Objectivo: transferência da propriedade para o sector público 
 Nada impede que ela seja transferida para outras entidades públicas, ou seja, 
integrada noutros sectores 
 No caso das explorações agrícolas, a constituição impõe que sejam transferidas 
para o sector cooperativo ou para o sector privado 
 
Empresas públicas 
 “Empresas criadas pelo Estado, com capitais próprios ou fornecidos por outras 
entidades públicas, para a exploração de actividades de natureza económica e 
social, dotadas de forma de organização e de gestão específicas” 
 Sujeitas à tutela governamental 
 Características: 
- Fim lucrativo 
- Viabilidade económica e equilíbrio financeiro 
- Rentabilidade económica 
 
Privatizações 
 Globalmente, designa-se por uma técnica pela qual o Estado reduz ou modifica a 
sua intervenção na economia em favor do sector privado 
 Vários sentidos do termo privatização: 
- Transferência total ou parcial da propriedade de empresas e/ou bens 
públicos para entidades privadas 
- Concessão a entidades privadas da gestão de empresas públicas ou de 
serviços públicos 
- Contratação de serviços por entidades públicas a entidades privadas 
(outsourcing) 
- Abertura à iniciativa privada de sectores anteriormente explorados pelo 
sector público em regime de monopólio 
- Desregulação 
- Submissão dos serviços ou das empresas públicas a regras de gestão 
 Objectivos da privatização: 
- Modernização e competitividade económica 
- Reforço da capacidade empresarial nacional 
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- Desenvolvimento do mercado de capitais 
- Diminuição dos encargos com o sector público 
- Utilização das receitas das privatizações para a amortização da dívida 
pública, da dívida do sector empresarial do Estado e do serviço da dívida 
resultante das nacionalizações 
- Promover uma ampla participação dos cidadãos 
 Privatização efectua-se através de: 
- Venda em bolsa 
- Venda de acções aos trabalhadores 
- Venda a investidores institucionais 
- Venda a um único comprador 
 Preferência atribuída aos trabalhadores da empresa de participarem no capital da 
empresa a cujo serviço se encontrem há mais de três anos 
 Restrições no sentido de fixar limites máximos ao capital a adquirir por uma 
mesma entidade 
 Restrições impondo limites a aquisição do capital por entidades estrangeiras 
(limite do capital detido por entidades estrangeiras, e do número de acções 
detidas por entidades estrangeiras) 
 Golden shares: 
- Estados tendem a reservar para si uma parte do capital de determinadas 
empresas a privatizar 
- “Consiste numa acção ou lote de acções especiais que permitem ao 
Estado nomear um ou mais administradores e exercer sobre determinadas 
categorias de decisões da empresa um poder de decisão reforçado ou 
mesmo de veto” 
- Utilizadas como uma forma de proteger empresas especialmente 
vulneráveis à tomada de controlo por entidades estrangeiras 
- No direito comunitário, só poderão ser justificadas à luz da excepção da 
protecção de ordem, segurança ou saúde pública 
 Receitas obtidas pelo Estado através das privatizações têm dois objectivos: 
- Amortização da dívida pública, em especial da dívida do sector 
empresarial do Estado e da dívida resultante das nacionalizações 
- Novas aplicações de capital no sector produtivo 
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 Obrigação de uma avaliação prévia dos meios de produção ou outros bens 
nacionalizados que se pretende privatizar 
 
Regimes específicos das empresas públicas 
1) As empresas que exploram serviços de interesse económico geral: 
- Empresas de serviço público, em regime de monopólio ou exercendo 
actividades no domínio da defesa 
- Devem assegurar a universalidade e a continuidade dos serviços 
prestados, a coesão económica e social e a protecção dos consumidores 
2) Empresas públicas que exercem poderes de autoridade 
- Exercem poderes e prerrogativas de autoridade 
- Poderes atribuídos por diploma legal ou deverão constar do contrato de 
concessão e na medida do necessário à prossecução do interesse público(principio da proporcionalidade) 
3) Entidades públicas empresariais 
- Pessoas colectivas de direito público, com natureza empresarial 
- Criação e extinção das entidades são efectuadas por decreto-lei, segundo 
o novo regime 
 
V) Estado como regulador da Economia 
 
Regulação pública da Economia 
 “Conjunto de medidas legislativas, administrativas e convencionadas através das 
quais o Estado, por si ou por delegação, determina, controla, ou influencia o 
comportamento de agentes económicos, tendo em vista evitar efeitos desses 
comportamentos que sejam lesivos de interesses socialmente legítimos e 
orientá-los em direcções socialmente desejáveis” 
 Princípios destinatários são agentes económicos privados, mas o sector 
empresarial do Estado também é abrangido (ex: matéria da concorrência) 
 Regulação pode ter duas amplitudes: 
1) Amplitude territorial ou geográfica – princípio da subsidiariedade: 
patamares superiores da regulação só devem ser accionados quando os 
 24 
patamares mais descentralizados não tenham capacidade para atingir 
uma solução satisfatória 
2) Amplitude material – regulação pública pode dirigir-se ao conjunto de 
uma economia, ou apenas a um sector, ou a um tipo de empresas ou a 
uma actividade 
 Medidas de regulação pública podem ser agrupadas em duas categorias básicas: 
1) Medidas de carácter preventivo e repressivo: 
- Proibir ou condicionar o exercício de certas actividades 
- Repressão de práticas ilícitas 
2) Indicações, incentivos, apoios ou auxílios aos agentes económicos 
 Sete principais áreas de regulação: 
1. Planeamento e formas de orientação e auxilio aos agentes económicos 
2. Restrições e condicionamentos ao acesso à actividade económica 
3. Concorrência e preços 
4. Actividade Monetária e Financeira 
5. Ambiente 
6. Qualidade e protecção dos consumidores 
7. Informação 
VI) Acesso à actividade económica 
 
 O que está em causa não é a liberdade de empresa em abstracto, mas sim o 
direito de exercer uma actividade económica em concreto, num dado local e em 
determinadas condições 
 Licenciamento industrial ou comercial: processo que precede a instalação e o 
inicio de laboração de um estabelecimento comercial ou industrial de acesso 
condicionado 
Evolução 
 No Estado Novo vigorou o regime de condicionamento industrial: fazia 
depender de autorização administrativa a instalação, reabertura e transferência 
dos estabelecimentos industriais  proteccionismo das indústrias instaladas 
 Após o 25 de Abril foi declarada a suspensão do condicionamento industrial 
 Principio da livre iniciativa económica privada foi reforçada quando Portugal 
aderiu à CE 
 25 
Reservas do Sector Público e os Regimes de acesso condicionado 
 
 Reservas a favor do Estado: sectores vedados à iniciativa privada 
 Reserva de propriedade: exploração pode ser entregue a actividades privadas, 
não envolvendo a propriedade dos recursos a explorar 
 Reserva de autorização: restrições no acesso à indústria de armamento e 
exercício da respectiva actividade 
 Regime nas instituições de crédito: 
o Depende da autorização do Banco de Portugal 
o Banco de Portugal pode recusar a autorização quando há existência de 
inexactidões, falsidades, não preenchimento dos requisitos legais, 
insuficiência de meios técnicos e de recursos financeiros para o tipo e 
volume de operações a realizar, etc. 
o Instituição deve concorrer para o aumento da eficiência do sistema 
bancário nacional ou produzir efeitos significativos na 
internacionalização da economia portuguesa 
 Regime de actividade seguradora: 
o Depende de autorização do ministério das finanças 
o Necessidade de existência de capital social mínimo, participação 
qualificada para garantir uma boa gestão, adequação e suficiência dos 
meios técnicos e financeiros 
Investimento Estrangeiro 
 Regimes regulamentam o acesso, a constituição do investimento, a sua protecção 
e a sua garantia 
 Regulamentação em vigor quase não contém discriminações negativas 
relativamente ao investimento estrangeiro 
Evolução 
 Estado Novo: procurou defender o mercado interno da concorrência externa. 
Actividades relacionadas com a defesa do Estado ou a economia da Nação 
estavam reservadas ao investimento nacional 
 Anos 60: progressiva liberalização de entrada de capitais em Portugal. 
Investimentos estrangeiros sujeitos a autorização, sendo esta sempre concedida 
quando prosseguissem finalidades consideradas de interesse nacional 
 26 
 Actualmente: restrição das actividades que estejam ligadas ao exercício de 
autoridade pública 
 
VII) Regulação da Concorrência e dos Preços 
 Mercado: implicam trocas de bens específicos, organizados e institucionalizados 
por mecanismo sociais, trocas essas que implicam um processo de interacção 
entre sujeitos de natureza muito diversa, e a existência de acordos entre eles 
donde resulta um intercâmbio de direitos 
 Concorrência: direcção do mercado, competição auto-reguladora, essência da 
economia de mercados 
 Modelo Clássico: 
o Concorrência perfeita ou bilateral: agentes, muitos e de peso 
sensivelmente idêntico, assumiam, do lado da oferta, a forma de 
pequenas unidades económicas e, do lado da procura, a de consumidores 
individuais, famílias e pequenas empresas, num caso e noutro sem 
possibilidade de influenciar o mecanismo de formação dos preços 
 No inicio do séc. XX: 
o Desfasamento entre o modelo clássico e a realidade 
o Fenómeno de concentração: aparecimento de grandes empresas, 
oligopólios e monopólios que modificam a estrutura dos mercados 
o Razões para a concentração: diminuição do risco, economias de escala, 
racionalização dos processo de produção e distribuição, facilidades de 
financiamento e acesso ao credito, domínio sobre preços, etc. 
 Actualmente: 
o Concorrência tende a tornar-se simultaneamente mais acesa e com menos 
protagonismo 
o Comportamentos de cooperação, colaboração, coordenação inter-
empresarial 
o Concorrência imperfeita: integra-se na definição de concorrência os 
próprios fenómenos que se consideravam anti-concorrenciais 
o Para que haja concorrência é só preciso que haja algum tipo de luta ou 
rivalidade, seja no domínio dos preços ou na publicidade, na inovação 
tecnológica, etc. 
 27 
 Concentração 
Distingue duas categorias: 
1. Concentrações na unidade 
 Crescimento dimensional de uma empresa: 
o Sem envolvimento de outras (acumulação de capitais) 
o Com envolvimento de outras (fusão ou cisão-fusão) 
 Fusão 
o Duas ou mais sociedades podem fundir-se mediante a sua reunião numa 
só 
o Pode realizar-se mediante a transferência global ao património de 
sociedades para outra ou mediante a transferência global do património 
de sociedades para outra ou mediantes a constituição de uma nova 
sociedade, para a qual se transferem globalmente os patrimónios das 
sociedades fundidas 
o É necessária a realização de uma escritura e inscrição da fusão no registo 
comercial 
 Cisão – Fusão: 
o Quando uma sociedade se reparte para depois se ir fundir com outra 
2. Concentração na pluralidade 
 Grupo de empresas: conjunto de empresas dirigidas pela empresa dominante 
que sobre elas exercer controlo directo ou indirecto para a realização de 
finalidades comuns (unidade de direcção, fim e dependência) 
1. Sociedades coligadas: 
o Noção mais restrita de grupos de empresas nos integra, em regra, 
sociedades anónimas e por cotas 
o A distinção entre relações de participação (participação simples, 
participações recíprocas, simples domínio) e relações de grupo 
(domínio total, grupo paritário, grupo de subordinação)o Outra distinção entre sociedades coligadas sem influência dominando 
1. Sociedades coligadas sem exercício de influência dominante 
 Podem assumir duas modalidades: 
Relação de simples participação: 
 28 
o Relação de simples participação: uma delas é 
titular ou acções de montante igual ou superiores a 
10% do capital; pode transformar-se em relação de 
domínio ou de progressivo controlo 
o Relação de participação recíproca: duas sociedades 
detêm acções ou quotas (10% do capital) uma de 
outra. 
 
2. Sociedades coligadas com exercício de influência dominante 
o Relação de domínio simples: pode exercer através de acções ou 
sociedades uma influência dominante 
o Domínio total: única titular 
o Contratos de grupo paritário: duas ou mais sociedades constituem um 
grupo, submetendo-se a uma direcção unitária e comum 
o Contrato de subscrição: uma sociedade aceita subordinar a gestão da sua 
actividade a outra sociedade 
 Holding SGPS 
Sociedade que tem uma actividade puramente financeira, através de gestão de 
participações sociais de outras sociedades 
 
Cooperação inter-empresarial 
 Estratégia empresarial de coordenação de comportamentos 
o Referindo-se a operações entre empresas que sem alterar 
gravemente as estruturas destas e do mercado implicam uma 
conjugação de esforços e de meios das entidades envolvidas 
o Comportamento da não-concorrência ou de suspensão provisória 
da concorrência 
 Razões para a cooperação: 
o Maior complexidade de produtos 
o Investigação de novos produtos ou processos de fabrico pode ter 
demasiados riscos 
o Pequenas e médias empresas precisam de se associar, para por 
vezes garantir a sua internacionalização 
 Defesa da concorrência 
 29 
Dois tipos de legislação: 
1. Aquela que proíbe as práticas restritivas da concorrência por 
produzirem um dano potencial na economia: 
 Leis antitrust: Shesman Act-USA 
2. Aquela que reprime apenas as práticas que se produzem num 
dano efectivo 
Ex: sistema criado em França 
 Sistema comunitário tem características híbridas 
 Dois conjuntos articulados de normas: 
1) Comportamento e estruturas de mercado 
Proíbem comportamentos entre empresas que sejam 
susceptíveis de afectar a concorrência 
Proíbem a exploração abusiva de posição dominante 
2) Acção dos Estados Membros em matérias de auxílios do Estado 
Intervenções que podem violar um principio de igualdade de 
oportunidades 
Direito português da concorrência 
 Principio de combate aos monopólios e às práticas 
comerciais restritivas 
 Autoridades da concorrência: compete-lhe a investigação e 
a decisão em primeira instância em todas as matérias de 
concorrência 
Aplicação no direito comunitário 
 Delimitação o campo da aplicação territorial do direito 
comunitário 
 Se uma coligação produz efeitos fora da CE, as regras não 
se lhe aplicam mesmo que as empresas intervenientes 
estejam localizáveis no espaço comunitário 
 Se se fizerem sentir na CE os efeitos concorrenciais, mas 
as empresas envolvidas estão sediadas fora do território da 
CE, também se justifica a aplicação do direito comunitário 
 Se se fizerem sentir na CE os efeitos concorrenciais, mas 
as empresas envolvidas estão sediadas fora do território da 
 30 
CE, também se justifica a aplicação do direito 
comunitário, apesar ser uma questão mais complexa 
(teoria dos efeitos) 
Aplicação no direito português: 
 Efeito anticoncorrencial territorial 
 Se o comportamento for proibido na CE e permitido em Portugal, prevalece a 
proibição 
 Se o comportamento for proibido em Portugal e permitido na CE, também 
prevalece a proibição 
Artigo 81ª 
Proibição global dos acordos entre empresas que possam provocar modificações das 
condições e funcionamento da concorrência (nº1) 
Sanção civil aplicável aos acordos e decisões previstos no nº 1 (nº2) 
Excepções, beneficiando os acordos, decisões, etc, tendo em conta os seus efeitos 
benéficos noutros planos 
 
- Coligações proibidas 
1. Fixação de preços de compra ou de venda e de outras condições e de 
transacções 
2. Limitação ao controlo de produção, atribuição do desenvolvimento técnico 
ou aos investimentos 
3. Repartição de mercados ou fontes de abastecimento 
4. Aplicação de condições desiguais e prestações equivalentes (práticas 
discriminatórias) 
5. Cláusulas de subordinação 
- Excepções à proibição de coligações 
1. Quando as coligações contribuam objectivamente para a minoria da produção ou 
da distribuição, promoção do progresso técnico ou económico 
2. Que aos utilizadores seja reservada uma parte equitativa do lucro daí resultante - 
benefícios de natureza qualitativa 
3. Que se observe com princípio de proporcionalidade, ou seja, que para atingir os 
objectivos positivos acima referidos, não importam às empresas em causa 
restrições que não sejam indispensáveis à sua obtenção 
 31 
4. Que as coligações não dêem a essas empresas a possibilidade de eliminar a 
concorrência 
- balanço económico positivo 
 
Abuso da posição dominante 
 Proibição geral e absoluta do abuso da posição dominante, pois declara-
se que é incompatível com o mercado comum e susceptível de afectar o 
comércio entre os estados membro 
 Não proíbe a existência de posições dominantes, mas apenas a sua 
exploração abusiva 
 Proibição dominante: faculdade de exercer sobre o funcionamento de 
mercado uma influência notável e, em principio, previsível por parte da 
empresa dominante, aquelas empresas que têm a possibilidade de 
assumir comportamentos independentes, que as habilitam a actuar sem 
ter em conta os concorrentes, os concorrentes, os compradores ou os 
fornecedores 
 Proibida a imposição de preços não equitativos ou as condições de 
transacção não equitativas (descontos injustificáveis) por parte das 
empresas em posição dominante, sendo consideradas abuso 
Em Portugal 
 Proibição ao abuso do abuso ao acesso no acesso a infra-estrutura de carácter 
essencial (monopólios) 
 Obrigação de permitir o acesso dos concorrentes às infra-estruturas essenciais, 
com objectivo de possibilitar uma concorrência efectiva nos mercados que dependem do 
acesso a essas mesmas infra-estruturas 
 
Abuso da dependência económica 
 Não é a relação de dependência em si que é sancionada, mas sim o abuso 
 Abuso só será sancionado quando se traduza num restrição da concorrência 
Auxilio do estado 
 Incompatibilidade dos auxílios dos estado a empresas ou procurações quando daí 
resultem distorções de concorrência e afectação das trocas comunitárias 
 32 
 Auxilios: toda e qualquer vantagem concedida directa ou indirectamente, 
independente dos seus objectivos e da sua forma 
 Não há uma proibição geral e discriminada dos auxílios do estado 
 Excepções 
o Quando são destinados a promover o desenvolvimento económico ou 
regiões onde o nível de vida seja anormalmente baixo 
o Destinados a fomentar a realização de um projecto importante de 
interesse geral 
o Destinados a facilitar o desenvolvimento certas actividades ou regiões, 
desde que não altere as condições das trocas comerciais que contrarie o 
interesse comum 
o Destinados a promover a cultura e a conservação do património desde 
que não alterem as condições das trocas comerciais e da concorrência 
num sentido contrário ao interesse comum

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