Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tecnologias do Transporte de Cargas Curitiba – PR Conteúdo Programático Tecnologias do Transporte de Cargas Unidade 1 – INTRODUÇÃO AO TRANSPORTE DE CARGA 1.1 Breve histórico do transporte de cargas no Brasil. Modelo de transporte de cargas brasileiro. 1.2 Interface logística e transporte . Principais terminologias técnicas de transporte. Professor Mário Sérgio 2 Unidade 2 – SISTEMAS DE TRANSPORTE DE CARGA 1.1 Modalidades. 1.2 Análise de desempenho dos sistemas. Intermodalidade e Multimodalidade. Conteúdo Programático Tecnologias do Transporte de Cargas Unidade 3 – PLANEJAMENTO DO TRANSPORTE DE CARGA 1.1 Objetivos, teorias e princípios. 1.2 Capacidade do sistema de transporte. Unidade 4 – MODELO GERAL PARA A APROPRIAÇÃO DE CUSTOS Professor Mário Sérgio 3 Unidade 4 – MODELO GERAL PARA A APROPRIAÇÃO DE CUSTOS 1.1 Fatores que impactam no custo. 1.2 Formação de preços. 1.3 Fretes e tarifas por modalidade de transporte. Conteúdo Programático Tecnologias do Transporte de Cargas Objetivos Gerais: Conhecer os conceitos e fundamentos do transporte de cargas e sua integração para a aplicação no planejamento, bem como diferentes modais de transportes com a finalidade de garantir operação. Calcular fretes e Professor Mário Sérgio 4 tarifas por modais de transportes. Conteúdo Programático Tecnologias do Transporte de Cargas Objetivos Específicos: Compreender e descrever as tecnologias de transportes de cargas e suas metodologias e no ferramental prático apresentados em sala. Analisar os sistemas de transportes mais utilizados no mercado para a tomada de decisões empresariais envolvendo conhecimentos específicos. Professor Mário Sérgio 5 tomada de decisões empresariais envolvendo conhecimentos específicos. Descrever os principais obstáculos que devem ser superados para o transporte com sucesso. Compreender a importância da informação e da tecnologia e a aplicação no sistema de transporte. Compreender o papel do transporte dentro de uma cadeia de suprimento com as alternativas e vantagens e desvantagens. INTRODUÇÃO AO TRANSPORTE DE CARGA Introdução ao Transporte de Carga � Raramente os produtos são produzidos e consumidos no mesmo local. � O transporte tem por finalidade deslocar pessoas e/ou cargas de um lugar para outro, todavia, tratando-se especificamente de cargas, o Professor Mário Sérgio 7 transporte tem por objetivo satisfazer aspectos mercadológicos, isto é, suprir oferta (local produtor) com a demanda (local consumidor). Introdução ao Transporte de Carga Componentes do meio de transporte �Veículos: É o elemento transportador da carga. Exemplo: Caminhões, trens, aviões, navios, etc. Professor Mário Sérgio 8 Introdução ao Transporte de Carga Componentes do meio de transporte �Vias: É o sistema pelo qual trafega o veículo transportador. Exemplos: Rodovias, hidrovias, dutovias, etc. Professor Mário Sérgio 9 Introdução ao Transporte de Carga Componentes do meio de transporte �Terminais: São instalações construídas e interligadas pelas vias. Exemplo: Estações, aeroportos, terminais rodos-ferroviários, portos, etc. Professor Mário Sérgio 10 Introdução ao Transporte de Carga Componentes do meio de transporte �Instalações de apoio: São unidades que auxiliam o escoamento do produto. Armazéns, centro de distribuição, etc. Professor Mário Sérgio 11 Introdução ao Transporte de Carga Componentes do meio de transporte �Sistemas de informação e controle: São ferramentas (geralmente informatizadas) que possibilitam gerenciar o fluxo do transporte. Exemplo: Softwares específicos de armazenagem, distribuição, roteirização, GPS, GIS, ou outro. Professor Mário Sérgio 12 Introdução ao Transporte de Carga O transporte é o principal componente do sistema logístico. Sua importância pode ser medida através de pelo menos dois indicadores: Financeiros: custos, faturamento e lucro. O transporte representa, em média, 60% dos custos logísticos, 3,5% do faturamento, e em alguns casos, mais que o dobro do lucro. Professor Mário Sérgio 13 faturamento, e em alguns casos, mais que o dobro do lucro. Por isso, é interessante e necessário conhecer um pouco mais sobre as funções e os princípios da operação de transporte. Introdução ao Transporte de Carga �Funções – estão diretamente ligadas ao movimento e a estocagem de produtos. Caixeta Filho (2001) O transporte tem a função básica de elevar a disponibilidade de bens ao permitir acesso a produtos que de outra maneira não estaria disponíveis para uma sociedade. Professor Mário Sérgio 14 Introdução ao Transporte de Carga �Princípios – dizem respeito à economia de escala, pois quanto maior for o veículo de transporte e maior for sua ocupação com a carga, menor será o frete. Também o transporte tem como princípio a expansão de mercados. Caixeta Filho (2001) diz que o sistema de transporte eficiente permite a produção em larga escala para grandes mercados. Professor Mário Sérgio 15 larga escala para grandes mercados. Introdução ao Transporte de Carga �Distância – O custo por unidade de distância diminui à medida que a distância aumenta. Caixeta Filho (2001) diz que o transporte possibilita a especialização regional da produção, em conformidade com as teorias de Adam Smith (1723-1790): “As nações deveriam concentrar seus esforços naqueles produtos que Professor Mário Sérgio 16 “As nações deveriam concentrar seus esforços naqueles produtos que produzem ao menor custo e adquirir de fora aqueles que inquestionavelmente sejam menos eficiente”. (Teoria das Vantagens Absolutas). Introdução ao Transporte de Carga As Ferrovias: Pode-se dizer que as primeiras iniciativas nacionais, relativas à construção de ferrovias remontam ao ano de 1828, quando o Governo Imperial autorizou por Carta de Lei a construção e exploração de estradas em geral. O propósito era a interligação das diversas regiões do País. Professor Mário Sérgio 17 É importante destacar que, até a chegada das ferrovias no Brasil, o transporte terrestre de mercadorias se processava no lombo dos burros em estradas carroçáveis. Naquela época, os portos fluminenses de Parati e Angra dos Reis exportavam cerca de 100 mil sacas de café, provenientes do Vale do Paraíba. Em São Paulo, anualmente, chegavam ao porto de Santos cerca de 200 mil bestas carregadas com café e outros produtos agrícolas. Introdução ao Transporte de Carga O grande empreendedor brasileiro, Irineu Evangelista de Souza, (1813- 1889), mais tarde Barão de Mauá, recebeu em 1852, a concessão do Governo Imperial para a construção e exploração de uma linha férrea, no Rio de Janeiro, entre o Porto de Estrela, situado ao fundo da Baía da Guanabara e a localidade de Raiz da Serra, em direção à cidade de Petrópolis e em 1954 começou a operar com extensão de 14,5 km e bitola de 1 metro. Professor Mário Sérgio 18 de 1 metro. Introdução ao Transporte de Carga A locomotiva “Baroneza”, utilizada para tracionar a composição que inaugurou a Estrada de Ferro Mauá, continuou prestando seus serviços ao longo do tempo e foi retirada de circulação após 30 anos de uso. Foi a primeira locomotiva a vapor a circular no Brasil e transformada, posteriormente, em monumento cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Professor Mário Sérgio 19 Histórico e Artístico Nacional. Introdução ao Transporte de Carga É importante salientar que em São Paulo, as estradas de ferro foram decorrência natural das exportações da produção cafeeira do Vale do Paraíba e a construção de estradas de ferro naquela região. A construção de ferrovias em São Paulo, iniciou-se após a primeira metade do século XIX, formando verdadeira rede de captação do café em direção ao Portode Santos. Professor Mário Sérgio 20 ao Porto de Santos. De 1867 até a década de 1930 existiam 18 ferrovias, sendo que, deste total, metade, com extensões inferiores a 100 km. Introdução ao Transporte de Carga As grandes e médias companhias eram: �Estrada de Ferro Sorocabana – com 2.074 km; �Companhia Mogiana de Estradas de Ferro – 1.954 km; �Estrada de Ferro Noroeste do Brasil – 1.539km; �Companhia Paulista de Estradas de Ferro – 1.536 km; Professor Mário Sérgio 21 �Companhia Paulista de Estradas de Ferro – 1.536 km; �Estrada de Ferro Araraquara – com 379 km; �São Paulo Railway – com 246 km, que até a década de 1930, consistia na única ligação ferroviária do planalto paulista com o Porto de Santos. Introdução ao Transporte de Carga Destacam-se alguns fatos relevantes para o sistema ferroviário do país, ocorridos no período de 1922 a 1954, tais como: �Introdução da tração elétrica, em 1930, para substituir, em determinados, trechos a tração a vapor; �Em 1939 ocorreu o início da substituição da tração a vapor pela diesel elétrica. Professor Mário Sérgio 22 elétrica. �Em 1942 foi criada a Companhia Vale do Rio Doce, que absorveu a Estrada de Ferro Vitória a Minas (construída a partir de 1903). Esta ferrovia foi então modernizada com o objetivo de suportar o tráfego pesado dos trens que transportavam minério de ferro entre as jazidas de Itabira, em Minas Gerais, e o Porto de Vitória, no Espírito Santo. Introdução ao Transporte de Carga No início da década de 1950, o Governo Federal, com base em amplos estudos decidiu pela unificação administrativa das 18 estradas de ferro pertencentes à União, que totalizavam 37.000 km de linhas espalhadas pelo país. Em 16 de março de 1957 foi criada pela Lei n.º 3.115 a sociedade anônima Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA, com a finalidade de administrar, Professor Mário Sérgio 23 Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA, com a finalidade de administrar, explorar, conservar, reequipar, ampliar e melhorar o tráfego das estradas de ferro da União a ela incorporadas, cujos trilhos atravessavam o País, servindo as regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Introdução ao Transporte de Carga Em 1969, as ferrovias que compunham a RFFSA foram agrupadas em quatro sistemas regionais: �Sistema Regional Nordeste, com sede em Recife. �Sistema Regional Centro, com sede no Rio de Janeiro. �Sistema Regional Centro-Sul, com sede em São Paulo. Professor Mário Sérgio 24 �Sistema Regional Centro-Sul, com sede em São Paulo. �Sistema Regional Sul, com sede em Porto Alegre. Introdução ao Transporte de Carga Cabe mencionar que, em novembro de 1971, o Governo do Estado de São Paulo, decidiu unificar em uma só empresa, as cinco estradas de ferro de sua propriedade. Naquela época, pertenciam ao Estado a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana, Estradas de Ferro Araraquara, Companhia Mogiana de Estrada de Ferro e Estrada de Ferro São Paulo- Professor Mário Sérgio 25 Companhia Mogiana de Estrada de Ferro e Estrada de Ferro São Paulo- Minas. Assim, em decorrência dessa junção, foi criada a FEPASA – Ferrovia Paulista S.A., para gerir, aproximadamente, 5.000 km de vias férreas. Introdução ao Transporte de Carga De 1980 a 1992, os sistemas ferroviários pertencentes à Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA e à FEPASA – Ferrovia Paulista S.A., foram afetados de forma dramática, quando os investimentos reduziram-se substancialmente, atingindo, na RFFSA em 1989, apenas 19% do valor aplicado na década de 1980. Em 1984, a RFFSA, encontrava-se impossibilitada de gerar recursos Professor Mário Sérgio 26 Em 1984, a RFFSA, encontrava-se impossibilitada de gerar recursos suficientes à cobertura dos serviços da dívida contraída. A empresa suportava sério desequilíbrio técnico-operacional, decorrente da degradação da infra e da super estrutura dos seus principais segmentos de bitola métrica e da postergação da manutenção de material rodante, que ocasionaram expressiva perda de mercado para o modal rodoviário. Introdução ao Transporte de Carga Na impossibilidade de gerar os recursos necessários para continuar financiando os investimentos, o Governo Federal colocou em prática ações voltadas à concessão de serviços públicos de transporte de carga à iniciativa privada. Professor Mário Sérgio 27 Introdução ao Transporte de Carga O país possui hoje 30.000 km de ferrovias para tráfego, o que dá uma densidade ferroviária de 3,1 m/km²; é bem pequena em relação aos EUA (150 m/km²) e Argentina (15 m/km²). Apenas 2.450 km são eletrificados. As ferrovias apresentam-se mal distribuídas e mal situadas, estando 52% localizadas na Região Sudeste. Professor Mário Sérgio 28 localizadas na Região Sudeste. Introdução ao Transporte de Carga Na Malha Sul, privatizada, administrada pela América Latina Logística (ALL), binacional temos um excelente desempenho das ferrovias, com 15.628 km de extensão e volume de carga de 20,7 milhões de toneladas. Os produtos mais transportados por ela são: grãos, produtos siderúrgicos, contêineres, água, vinho, pedra e cimento. Professor Mário Sérgio 29 Introdução ao Transporte de Carga A Ferrovia Norte-Sul é um projeto ferroviário que contempla a construção de uma ferrovia de aproximadamente 2.100 km atravessando as regiões Centro-Oeste e Norte do País, conectando-se ao norte com a Estrada de Ferro Carajás e ao sul com a Ferrovia Centro Atlântica, buscando com isso reduzir o custo do frete para longas distâncias na região, assim como incentivar o desenvolvimento do cerrado brasileiro. Professor Mário Sérgio 30 Introdução ao Transporte de Carga O Rodoviarismo: O transporte rodoviário de cargas é o mais expressivo sistema de transporte utilizado pelo Brasil, representando quase 60% de todo transporte realizado no país. No início do século XX as indústrias já haviam percebido o potencial estratégico de produzir veículos destinados exclusivamente para o Professor Mário Sérgio 31 estratégico de produzir veículos destinados exclusivamente para o transporte de cargas, entretanto, foi a partir de 1920, que as indústrias começaram a fabricar mais intensivamente veículos mais robustos, potentes e com maior capacidade de carga. Introdução ao Transporte de Carga No Brasil, apesar do lema “governar é abrir estradas”, do presidente Washington Luis (1926-1930), o rodoviarismo tomou impulso somente a partir de 1950, com o crescimento da industrialização, principalmente da indústria automobilística (incluindo os veículos de carga) que forçava o país a buscar novas soluções para o escoamento da produção. Professor Mário Sérgio 32 Introdução ao Transporte de Carga Assim, o Governo, com recursos do Fundo Rodoviário Nacional, passou a dar prioridade na construção e pavimentação de novas rodovias, como por exemplo, a BR-2 (hoje rodovia Presidente Dutra), ligando São Paulo ao Rio de Janeiro e inaugurada em 1951 com trechos duplicados. Professor Mário Sérgio 33 Introdução ao Transporte de Carga Entretanto as condições de trafegabilidade das rodovias brasileiras não acompanharam o desenvolvimento que se requeria. Na década de 70, o modal rodoviário ganhou força com a multiplicação de empresas transportadoras, suprindo as lacunas dos outros modais que, ou não possuíam vias para atender o cliente final ou eram deficitários na prestação de seus serviços, o que consequentemente levou à distorção da Professor Mário Sérgio 34 prestação de seus serviços, o que consequentemente levou à distorção da matriz de transporte. Introdução ao Transporte de Carga Até 1985 o Governo Federal manteve-se como o grande provedor da estrutura viária brasileira, porém de 1973 em diante, a crise do petróleo provocou o esvaziamento dos recursos financeiros queeram provenientes da Taxa Rodoviária Única (TRU). Professor Mário Sérgio 35 Introdução ao Transporte de Carga No final do governo João Figueiredo (1979-1985), por falta de planejamento estratégico durante todo o regime militar, não havia mais recursos financeiros para a ampliação e manutenção da malha viária. Professor Mário Sérgio 36 Assim, diante da falência do Estado, alastrou-se pelo país uma intensa discussão sobre a possibilidade de entregar a administração das rodovias de maior fluxo de tráfego à iniciativa privada, especialmente àquelas de pista dupla. Introdução ao Transporte de Carga A partir de 1995, o governo brasileiro iniciou o “Programa de Concessão de Rodovias Federais” para a iniciativa privada e desde então vem crescendo o número de rodovias pedagiadas em todo o Brasil. Professor Mário Sérgio 37 Introdução ao Transporte de Carga As condições de trafegabilidade das rodovias privatizadas são muitos melhores que as das rodovias não privatizadas, no entanto o transporte rodoviário sofreu acréscimo de mais uma taxa para o direito de trafegar. Professor Mário Sérgio 38 Introdução ao Transporte de Carga Conforme fonte do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT 2005), a extensão total da malha rodoviária brasileira (federal, estadual e municipal) é de 1.610.096 km, sendo que apenas 12% da extensão total, 196.094 km, são pavimentadas e mal distribuídas no país, concentrando nas regiões Sul e Sudeste. Professor Mário Sérgio 39 Introdução ao Transporte de Carga Portos e Navios: O transporte de mercadorias realizado por via aquática é o mais antigo sistema utilizado para deslocamento de cargas para grandes distâncias. Foi grandemente impulsionado pelo período mercantilista de 1500 a 1750 com a realização das grandes navegações e descobertas de novos continentes. Professor Mário Sérgio 40 continentes. Introdução ao Transporte de Carga No Brasil, com a abertura dos portos às nações amigas, em 28 de janeiro de 1808, o modal marítimo passou a ter caráter internacional legal. Professor Mário Sérgio 41 Introdução ao Transporte de Carga Com advento da proclamação da República, as administrações dos portos foram privatizadas, sendo a primeira a do porto de Santos. O governo resolveu, então, abrir concorrência para exploração do porto e, em 1888, o grupo liderado por Cândido Graffé e Eduardo Guinle obteve autorização para explorar as operações do porto de Santos: em lugar dos trapiches e pontes fincadas em terreno pantanoso, foram construídos 260 Professor Mário Sérgio 42 trapiches e pontes fincadas em terreno pantanoso, foram construídos 260 metros de cais e, com isso, permitida a atracação de navios com maior calado. Dava-se assim, partida às operações do primeiro porto organizado, explorado pela iniciativa privada através da então constituída, Companhia Docas de Santos. Introdução ao Transporte de Carga A partir daí, os grandes ciclos produtivos da cana-de-açúcar, da borracha, do café e do algodão favoreceram seu desenvolvimento no país. Professor Mário Sérgio 43 Introdução ao Transporte de Carga Em 1975, foi criada a Empresa de Portos do Brasil S/A – PORTOBRAS, uma “holding” que representava o interesse do governo militar em centralizar atividades portuárias (extinta em 1990). Desta maneira, seguindo o critério de centralização da administração pública federal vigente à época, iniciado no Estado Novo e intensificado após 1964, era consolidado o modelo monopolista estatal para o Sistema Professor Mário Sérgio 44 após 1964, era consolidado o modelo monopolista estatal para o Sistema Portuário Nacional. Introdução ao Transporte de Carga Por força de uma legislação paternalista e autoritária não houve o processo de modernização das atividades portuárias e a o que tornou o sistema de relações de trabalho obsoleto e com consequente aumento nas taxas portuárias, e isto foi responsável por custos exagerados nas operações de carga e descarga, ao obrigar os contratantes de serviços a pagarem por um excessivo contingente de mão-de-obra. Professor Mário Sérgio 45 Introdução ao Transporte de Carga Em 1993, foi estabelecida a Lei 8.630, conhecida como a “Lei dos Portos”, que alterava a gestão da estrutura portuária, iniciando a descentralização da administração pública e permitindo privatizações, e, com isso, maior impulso foi dado para a modernização dos portos. Desde então, a participação do Brasil no comércio internacional não parou de crescer, como mostra, por exemplo, o aumento da movimentação no Professor Mário Sérgio 46 de crescer, como mostra, por exemplo, o aumento da movimentação no Porto de Santos, que passou de 32 milhões de toneladas de carga em 1993 para 82 milhões de toneladas em 2007. Introdução ao Transporte de Carga Mas, apesar do dinamismo do comércio exterior brasileiro, o País é responsável por apenas 1,14% do fluxo comercial mundial. De tudo o que o Brasil exporta, 95% passam pelos portos, o que exige deles rapidez e eficiência para assegurar competitividade ao produto brasileiro. Um exemplo que ilustra bem a perda de competitividade do produto Professor Mário Sérgio 47 Um exemplo que ilustra bem a perda de competitividade do produto brasileiro, citado pelo professor do Departamento de Transportes da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia Sérgio Fraga Santos Faria, é o da soja: o Brasil produz a soja mais barata do mundo, mas quando o produto chega ao exterior é mais caro do que o americano, por causa da logística ineficiente. Todavia, apesar da extensa costa litorânea brasileira (9.198 km) e do enorme potencial hidroviário, este modal não é adequadamente explorado. Sistemas de Transporte de Cargas Sistemas de Transporte de Cargas Na escolha do meio mais adequado ao transporte, é necessário estudar todas as rotas possíveis, estudando os modais mais vantajosos em cada percurso. Deve-se levar em conta critérios tais como menor custo, capacidade de transporte, natureza da carga, versatilidade, segurança e rapidez. Os transportes são classificados de acordo com a modalidade em: Professor Mário Sérgio 49 Os transportes são classificados de acordo com a modalidade em: - Terrestre: rodoviário, ferroviário e dutoviário; - Aquaviário: marítimo, cabotagem e hidroviário; - Aéreo Sistemas de Transporte de Cargas E quanto a forma em: �Modal ou Unimodal: envolve apenas uma modalidade de transporte. �Segmentados: envolve diversos contratos para diversos modais (utilização de diferentes veículos). �Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, Professor Mário Sérgio 50 �Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessitar ser transbordada para prosseguimento em veículo da mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato). �Intermodal: envolve mais de uma modalidade de transporte, e para cada trecho/modal é realizado um contrato. �Multimodal: envolve mais de uma modalidade de transporte, porém regido por um único contrato. Sistemas de Transporte de Cargas Cada um desses modais possui vantagens e desvantagens com seus custos e características operacionais próprias. A melhor opção para um transporte é aquela que propicia o melhor resultando considerando custos, nível de serviço, rotas, capacidade de carga, segurança, velocidade, versatilidade, etc. em função do tipo e da quantidade da carga e distância a ser percorrida. Professor Mário Sérgio 51 quantidade da carga e distância a ser percorrida. Sistemas de Transporte de Cargas Estudos realizados pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) levantaram quantitativamente a participação de cada modal no transporte realizado em todo o país. TKU (É uma unidade do trasnporte) toneladas transportadaspor quilômetro útil. Professor Mário Sérgio 52 Comparação Sumarizada dos Custos entre Modais Custo Fixo Custo Variável Valor Devido a Valor Devido a Ferroviário Alto Máquinas, equipamentos, terminais, vias férreas, etc. Baixo Manutenção x Capacidade de Carga Rodoviário Baixo Veículos. As rodovias são construídas pelo poder público Médio- Alto Manutenção, pedágios, combustíveis, etc. Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 53Fonte: Adaptado de Nazário, Wanke e Fleury, 2002 Aquaviário Médio Alto Navios e equipamentos. Os portos são construídos pelo poder privado ou público independente do armador Baixo Manutenção x Capacidade de Carga Dutoviário Alto O duto em si, direitos de acesso, estações, bombeamento, etc. Baixo Manutenção x Fluxo Contínuo Aeroviário Alto Aeronaves e equipamentos de carga e descarga Alto Manutenção, combustíveis, mão-de- obra especializada, etc. Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 54Fonte: Lopez &Gama, 2011 Sistemas de Transporte de Cargas Modal Rodoviário Professor Mário Sérgio 55 Sistemas de Transporte de Cargas Conforme fonte do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT 2005), a extensão total da malha rodoviária brasileira (federal, estadual e municipal) é de 1.610.096 km, sendo que apenas 12% da extensão total, 196.094 km, são pavimentadas e mal distribuídas no país, concentrando nas regiões Sul e Sudeste. A pesquisa realizada anualmente pela Confederação Nacional dos Professor Mário Sérgio 56 A pesquisa realizada anualmente pela Confederação Nacional dos Transportes (2006) avaliou 84.382 km, ou seja, 100% da malha rodoviária federal pavimentada e também os principais trechos sob gestão pública e privada. Sistemas de Transporte de Cargas Os estudos apontaram que 74% da malha viária encontram-se com o pavimento “Deficiente”, “Ruim” ou “Péssimo”. Observe que as condições vitais de trafegabilidade (pavimento, sinalização e geometria da via) das rodovias públicas apresentam pontuação muito inferior às das rodovias privadas. Professor Mário Sérgio 57 Sistemas de Transporte de Cargas No Brasil o modal rodoviário enfrenta diversos problemas estruturais: �Excessivo número de empresas no setor, o que provoca acirramento da competição e perda no poder de barganha junto aos clientes . �Má conservação das estradas. �Roubo de cargas. Professor Mário Sérgio 58 �Roubo de cargas. �Alta idade da frota dos caminhões. �Pesada carga tributária. �Pouca carga de retorno. �Altos tempos de espera para carga e descarga. Sistemas de Transporte de Cargas Porém o modal rodoviário apresenta simplicidade no atendimento às demandas, possibilitando a coleta e a entrega de porta-a-porta, agilidade no acesso às cargas, isto é, a fácil operação para carregamento e descarregamento e velocidade (rapidez com que cumpre os prazos) também favorece sua preferência. O rodoviário é o modal que melhor se adapta para realizar a Professor Mário Sérgio 59 O rodoviário é o modal que melhor se adapta para realizar a multimodalidade e intermodalidade (processos que serão estudados a frente). O alto custo operacional é uma das desvantagens deste modal, e os fatores mais influenciadores são: precariedade das vias que encarece o custo de manutenção, custo do combustível e tarifas de pedágios. Sistemas de Transporte de Cargas Tipos de Veículos: �Veículos fixos: Possuem unidade de tração e de carga incorporados. São caminhões com carroceria aberta, ou fechada (baús), em forma de gaiola, plataforma, tanque, e outros, utilizados para transporte de cargas em geral. Peso bruto: de 16.000 kg a 23.000 kg. Professor Mário Sérgio 60 Peso bruto: de 16.000 kg a 23.000 kg. Sistemas de Transporte de Cargas �Veículos articulados: Possuem unidade de tração e carga separada. Também denominados de carretas. Possuem grande diversidade de carrocerias, tais como tanques, plataformas (transporte de contêiner), cegonheiras (transporte de veículos). Peso bruto: de 33.000 kg a 45.000 kg. Professor Mário Sérgio 61 Sistemas de Transporte de Cargas �Veículos articulados especiais (bi-trem, tri-trem, rodo-trem, treminhão): São veículos semelhantes às carretas, composto de semi-reboque e reboque e são utilizados para transporte de contêineres, granéis sólidos ou líquidos, produtos perecíveis e outros. Esse tipo de caminhão só transita em roteiros autorizados pelo Ministério dos Transportes. Professor Mário Sérgio 62 Ministério dos Transportes. Peso bruto: de 57.000kg a 70.000 kg. Sistemas de Transporte de Cargas Bitrem é um cavalo tracionando dois semi-reboques, engatados entre si por meio de uma segunda quinta-roda. Professor Mário Sérgio 63 Sistemas de Transporte de Cargas Tritrem é um cavalo tracionando três semi-reboques engatados por meio duas quintas-rodas. Professor Mário Sérgio 64 Sistemas de Transporte de Cargas Rodo Trem é um cavalo tracionando dois semi-reboques acoplados por meio de um dolly intermediário. Professor Mário Sérgio 65 Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 66 Sistemas de Transporte de Cargas Romeu e Julieta é um caminhão que traciona reboque. Professor Mário Sérgio 67 Sistemas de Transporte de Cargas Treminhão é um caminhão tracionando dois ou mais reboques, engatados por meio de ralas. Professor Mário Sérgio 68 Sistemas de Transporte de Cargas Vantagens: �Adequado para curtas e médias distâncias. �Versatilidade de rotas. �Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso às cargas. Professor Mário Sérgio 69 cargas. �Menor manuseio da carga e menor exigência de embalagem. �Atua de forma complementar aos outros modais possibilitando a intermodalidade e a multimodalidade. �Permite as vendas do tipo entrega porta a porta, trazendo maior comodidade para exportador e importador. Sistemas de Transporte de Cargas �Simplicidade operacional com atendimento porta-a-porta. �Rapidez e pontualidade. �Pouca ou nenhuma necessidade de transbordo. �Fácil integrabilidade com outros modais. �O desembaraço na alfândega pode ser feito pela própria empresa Professor Mário Sérgio 70 �O desembaraço na alfândega pode ser feito pela própria empresa transportadora. Sistemas de Transporte de Cargas Desvantagens: �Fretes mais altos em alguns casos. �Menor capacidade de carga entre todos os outros modais. �Menos competitivo e não indicado para longas distâncias. �Pequena capacidade de carga. Professor Mário Sérgio 71 �Pequena capacidade de carga. �Alto custo de transporte com elevado custo operacional. �Não indicado para produtos de baixo valor agregado. Sistemas de Transporte de Cargas Modal Ferroviário Professor Mário Sérgio 72 Sistemas de Transporte de Cargas Conforme Ballou (1995), o transporte ferroviário é o modal escolhido para o transporte lento de matérias-primas ou manufaturadas de baixo valor para grandes distâncias tais como: minério de ferro, produtos siderúrgicos, produtos agrícolas a granel, contêineres, produtos refrigerados, carvão, derivados de petróleo, cimento, fertilizantes, etc. O transporte ferroviário não possui a mesma flexibilidade viária que o modal Professor Mário Sérgio 73 O transporte ferroviário não possui a mesma flexibilidade viária que o modal rodoviário, entretanto, não está sujeito a riscos de congestionamentos. E, devido a sua grande capacidade de carga, a relação de custo por peso transportado por quilômetro percorrido é mais barato que o rodoviário, o que lhe confere maior competitividade Sistemas de Transporte de Cargas Diferentemente de outros modais, as companhias ferroviárias necessitam negociar o direito de passagem de sua composiçãoferroviária quando é preciso ultrapassar os limites geográficos de sua malha para cumprir sua prestação de serviço. Professor Mário Sérgio 74 Sistemas de Transporte de Cargas O modal ferroviário caracteriza-se, especialmente, por sua capacidade de transportar grandes volumes, com elevada eficiência energética, principalmente em casos de deslocamentos a médias e grandes distâncias. São cargas típicas do modal ferroviário: �Produtos Siderúrgicos �Grãos Professor Mário Sérgio 75 �Grãos �Minério de Ferro �Cimento e Cal �Adubos e Fertilizantes �Derivados de Petróleo �Calcário �Carvão Mineral e Clinquer (tipo de cimento) �Contêineres Sistemas de Transporte de Cargas Pouco mais de dez anos após as privatizações, uma pesquisa apresentada pela CEL/COPPEAD indica que o avanço geral no desempenho do setor ferroviário foi pequeno, mas está mais atraente do que antes da privatização. Entre 1998 e 2000, houve crescimento de 5,31% da velocidade comercial média, passando de 12,03 km/h para 12,67 km/h. Professor Mário Sérgio 76 média, passando de 12,03 km/h para 12,67 km/h. Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 77 Sistemas de Transporte de Cargas Tipos de Vagões: Há grande variação de tipos de veículos (vagões) ferroviários, e sua capacidade de carga depende do propósito com o qual foram construídos. Segundo a Associação Brasileira de Transportadores Ferroviários (ANTF), os veículos mais utilizados no transporte ferroviário são: Professor Mário Sérgio 78 Sistemas de Transporte de Cargas �Fechado convencional: Para transporte de granéis sólidos, ensacados, caixarias, cargas unitizadas e transporte de produtos em geral que não podem ser expostos ao tempo. São eles: �FR - Convencional, caixa metálica com revestimento �FS - Convencional, caixa metálica sem revestimento �FM - Convencional, caixa de madeira Professor Mário Sérgio 79 �FM - Convencional, caixa de madeira �FE - Com escotilhas e portas plug �FH - Com escotilhas, tremonhas no assoalho e portas plug �FL - Com laterais corrediças (all-door) �FP - Com escotilhas, portas basculantes, fundo em lombo de camelo �FV – Ventilado �FQ - Outros tipos Sistemas de Transporte de Cargas �Vagões gôndola: Para transporte de granéis sólidos e produtos diversos que podem ser expostos ao tempo. São eles: �GD - Para descarga em giradores de vagão �GP - Com bordas fixas e portas laterais �GF - Com bordas fixas e fundo móvel (drop-bottom) �GM - Com bordas fixas e cobertura móvel Professor Mário Sérgio 80 �GM - Com bordas fixas e cobertura móvel �GT - Com bordas tombantes �GS - Com semi-bordas tombantes �GH - Com bordas basculantes ou semitombantes com fundo em lombo de camelo �GC - Com bordas tombantes e cobertura móvel �GB - Basculante �GQ - Outros tipos Sistemas de Transporte de Cargas �Vagões Hopper (ou Tremonha): Tipo fechado para granéis corrosivos e granéis sólidos que não podem ser expostos ao tempo e tipo aberto para os demais granéis. São eles: �HF - Fechado convencional �HP - Fechado com proteção anti-corrosiva Professor Mário Sérgio 81 �HE - Tanque (center-flow) com proteção anti-corrosiva �HT - Tanque (center-flow) convencional �HA - Aberto �HQ - outros tipos Sistemas de Transporte de Cargas �Vagões isotérmicos: Para produtos congelados em geral com controle de temperatura. São eles: �IC - Convencional com bancos de gelo �IF - Com unidade frigorífica �IQ - Outros tipos Professor Mário Sérgio 82 �IQ - Outros tipos Sistemas de Transporte de Cargas �Vagões plataforma com gradil ou não: Para transporte de contêineres, produtos siderúrgicos, madeira e peças de grandes dimensões. São eles: �PM - Convencional com piso de madeira �PE - Convencional com piso metálico �PD - Convencional com dispositivo para contêineres �PC - Para contêineres Professor Mário Sérgio 83 �PC - Para contêineres �PR - Com estrado rebaixado �PG - Para serviço piggyback �PP - Com cabeceira (bulkhead) �PB - Para bobinas �PA - Com dois pavimentos para automóveis �PH - Com abertura telescópica �PQ - Outros tipos de vagão plataforma Sistemas de Transporte de Cargas �Vagões tanque: Para transporte de cimento a granel, derivados de petróleo, líquidos não corrosivos em geral e gases. São eles: �TC- Convencional �TS - Com serpentinas para aquecimento �TP - Para produtos pulverulentos (pó fino) Professor Mário Sérgio 84 �TP - Para produtos pulverulentos (pó fino) �TF - Para fertilizantes �TA - para ácidos e líquidos corrosivos �TG - para gás liquefeito de petróleo �TQ - Outros tipos Sistemas de Transporte de Cargas �Vagões especiais: Para transporte de cargas com características distintas das anteriores, como por exemplo: máquinas, guindastes, etc. São eles: �ST - Torpedo (produtos siderúrgicos de alta temperatura) �SB - Basculante Professor Mário Sérgio 85 �SP - Plataforma para lingotes, placas de aço, etc. �SG - Gôndolas para sucata, escórias, etc. �SQ - Outros tipos Vantagens: �Adequado para longas distâncias e grandes quantidades de carga. �Baixo custo do transporte. �Fácil integrabilidade com outros modais. �Menor índice de seguro. Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 86 �Menor índice de seguro. �Flexível quanto às mercadorias. �Custo menor em relação ao rodoviário para grandes volumes de mercadoria. �Não são prejudicadas pelo tempo ou tráfego competitivo. �Pode utilizar o vagão ou o próprio container para o transporte. Sistemas de Transporte de Cargas Desvantagens: �Alto custo de infra-estrutura. �Baixa versatilidade de rotas. �Baixa velocidade para curtas distâncias, portanto não indicado para pequenas distâncias. Professor Mário Sérgio 87 �Menor flexibilidade no trajeto. �Necessidade maior de transbordo. �Tempo de viagem demorado e irregular. �Alta exposição a furtos. �Não serve para serviço à domicílio. �Diferença de bitolas entre as diferentes concessionárias que impede determinado vagão de trafegar em qualquer trilho. Sistemas de Transporte de Cargas Modal Aquaviário Professor Mário Sérgio 88 Sistemas de Transporte de Cargas Características: O transporte marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional. No Brasil responde por mais de 90% do transporte internacional. Os portos desempenham um papel importante como elo de ligação entre os modais terrestres e marítimos. Professor Mário Sérgio 89 modais terrestres e marítimos. Tem uma função adicional de amortecer o impacto do fluxo de cargas no sistema viário local, através da armazenagem e da distribuição física. Sistemas de Transporte de Cargas O transporte marítimo é o modal mais utilizado em todo mundo, e embora represente apenas 14% do transporte realizado dentro do território brasileiro corresponde a 90% de todo nosso transporte internacional. O transporte marítimo é utilizado para grandes tonelagens de carga, tais como: �Granéis líquidos (petróleo e seus derivados, químicos, etc.). Professor Mário Sérgio 90 �Granéis líquidos (petróleo e seus derivados, químicos, etc.). �Granéis sólidos (produtos agrícolas, químicos, fertilizantes, areia, minérios, etc.). �Cargas frigorificadas (carnes, medicamentos, etc.). �Máquinas (veículos e equipamentos pesados). �Contêineres e outros. Sistemas de Transporte de Cargas Alguns navios são construído com equipamento próprio para embarque e desembarque de sua carga tais como guindastes, pau de carga, ponte rolante ou qualquer outro aparelho que possa auxiliá-lo nas operações de carga e descarga, no entanto navios mais modernos já não são normalmente construídos com tais equipamentos, liberando portanto espaço e reduzindo custo de construção e operam com os equipamentos portuários. Professor Mário Sérgio 91 portuários. Sistemasde Transporte de Cargas Dessa forma um armador necessita verificar, antes de fretar um navio, se o porto possui equipamentos de embarque e desembarque apropriado à carga, tais como transtainer, portainer (grantry crane), etc. Professor Mário Sérgio 92 Sistemas de Transporte de Cargas O transporte aquaviário está dividido em: �Navegação de longo curso: Realizada entre portos brasileiros e estrangeiros por navios de grande porte, exceto aqueles abrangidos pela cabotagem internacional. �Cabotagem: Navegação entre portos dentro do território nacional realizado por embarcações de médio porte também denominada de Professor Mário Sérgio 93 realizado por embarcações de médio porte também denominada de navegação costeira (ao longo do litoral no limite de velocidade). Também há a cabotagem internacional realizada entre os portos da costa Atlântica da América do Sul. Sistemas de Transporte de Cargas �Navegação de interior: Realizada em hidrovias ou lagos por barcaças, chatas, balsas (ferry boats) e outros. �Apoio Portuário: Navegação realizada exclusivamente por embarcações para atendimento a a ancoragem de navios (praticagem) e de apoio às instalações portuárias. Professor Mário Sérgio 94 Sistemas de Transporte de Cargas A Praticagem é um serviço técnico de manobras dos navios no porto. O trabalho, que tem por finalidade, garantir a segurança, é executado pelos práticos. Esses profissionais são formados pela Marinha. O prático tem conhecimento técnico e específico de todas as áreas do porto, por isso a sua função é orientar os comandantes das embarcações durante o processo de atracação. Ele permanece na cabine de comando do Professor Mário Sérgio 95 durante o processo de atracação. Ele permanece na cabine de comando do navio durante toda a manobra. Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 96 Sistemas de Transporte de Cargas Tipos de navios: desenvolvimento da indústria naval permitiu a construção de embarcações específicas ao tipo de carga a ser transportada, ganhando assim eficiência no transporte. Os navios de carga mais comuns: Professor Mário Sérgio 97 Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 98 Sistemas de Transporte de Cargas �Cargueiro (General Cargo Ship): Utilizado para o transporte de carga geral, possui abertura no convés onde diversos tipos de cargas podem ser estivadas ou acomodadas por içamento ou arriamento em seus porões também divididos em conveses de forma a atender diferentes tipos de carga (exceto carga congelada), podendo possuir guindastes próprios ou não. Professor Mário Sérgio 99 A fim de diferenciá-los dos navios destinados ao transporte de mercadorias específicas, são também chamados de navios convencionais. Sistemas de Transporte de Cargas �Graneleiro (Bulk Carrier): Utilizado para transporte de cargas soltas de granéis sólidos, tais como produtos agrícolas, minérios, etc. Seus porões, além de não possuírem divisões, têm cantos arredondados, o que facilita a estiva da carga. A maioria desses navios opera como “tramp”, isto é, sem linhas regulares. Possui longo convés e pode possuir guindastes próprios ou não. Professor Mário Sérgio 100 Possui longo convés e pode possuir guindastes próprios ou não. Considerando que transportam mercadorias de baixo valor, devem ter baixo custo operacional. A sua velocidade é inferior à dos cargueiros. Sistemas de Transporte de Cargas �Porta Contêiner (Full Container Ship): São navios semelhantes aos navios de carga, porém, exclusivos para o transporte de contêineres e geralmente não possuem mastro. Os contêineres são alocados em seus porões e no convés por meio de encaixes, permitindo a sua melhor acomodação. Professor Mário Sérgio 101 Sistemas de Transporte de Cargas �Tanque (Tanker): Destina-se ao transporte de granéis líquidos e se caracteriza por possuir uma superestrutura e longo convés e quando carregado, navega com pouca borda livre. Possui porões divididos para permitir o isolamento da carga em caso de acidente. Esse tipo de navio também apresenta diversidade e especialização para Professor Mário Sérgio 102 Esse tipo de navio também apresenta diversidade e especialização para derivados de petróleo, petróleo cru, produtos químicos e etc. Sistemas de Transporte de Cargas �Porta veículos (Pure Car Carries ou Roll-on/Roll-off ): Navio apropriado para o transporte de veículos (automóveis, ônibus, caminhões, tratores, etc.), possui grande altura e se utiliza de rampas na popa para o carregamento e o descarregamento. Internamente possuem rampas e elevadores que interligam os diversos conveses. Professor Mário Sérgio 103 conveses. Sistemas de Transporte de Cargas �Navios Frigoríficos ou Refrigerados (Reefer Vessel): São navios semelhantes ao navio convencional, com as mesmas divisões em decks e porões, no entanto possui maquinários de refrigeração apropriado ao transporte de cargas que exigem controle de temperatura, tais como carnes, sucos, frutas, laticínios, etc. Professor Mário Sérgio 104 Sistemas de Transporte de Cargas �Porta barcaças (Lash – Lighter Aboard Ship): Navio construído para operar em portos costumeiramente congestionados ou restritos devido a seu calado. É servido por barcaças próprias com capacidade de até 400 toneladas que ele mesmo transporta com capacidade de aproximadamente 400 t ou 600 m3, cada uma, as quais são embarcadas e desembarcadas na Professor Mário Sérgio 105 ou 600 m3, cada uma, as quais são embarcadas e desembarcadas na periferia do porto. Como a operação pode dar-se ao largo, esse navio é equipado com guindastes e pode transportar qualquer tipo de carga que possa se acomodar nas barcaças. Sistemas de Transporte de Cargas �Navio Seabee (Sea Barge): É o mais moderno tipo de navio mercante, possui convés aberto e elevador submersível e apresenta as mesmas características de carga dos navios Lash podendo operar longe do porto. Esse tipo de navio é provido de elevador submersível e convés aberto. Pode acomodar barcaças e ainda converter-se em graneleiro ou porta- contêiner Professor Mário Sérgio 106 contêiner Sistemas de Transporte de Cargas Vantagens �Maior capacidade de carga. �Flexibilidade para enorme variedade de carga. �Menor custo de transporte. �Menor custo de seguro. Professor Mário Sérgio 107 �Menor custo de seguro. Sistemas de Transporte de Cargas Desvantagens: �Necessidade de transbordo nos portos. �Distância dos centros de produção. �Maior exigência de embalagens (contêineres). �Menor flexibilidade nos serviços aliados a frequentes Professor Mário Sérgio 108 �Menor flexibilidade nos serviços aliados a frequentes congestionamentos nos portos e problemas com calado. �Elevados investimentos em construção e manutenção das infra-estrutura de apoio, tais como portos, armazéns, etc. �Apresenta sujeição significa às condições atmosféricas. Sistemas de Transporte de Cargas Modal Aéreo Professor Mário Sérgio 109 Sistemas de Transporte de Cargas Características: �É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega. �As empresas e agentes de todo o mundo formam uma associação de caráter comercial que é a International Air Transport Association, (IATA) que é o principal órgão regulador do transporte aéreo internacional. No Professor Mário Sérgio 110 que é o principal órgão regulador do transporte aéreo internacional. No Brasil, o órgão regulador é o Departamento de Aviação Civil (DAC), do Comando da Aeronáutica. Sistemas de Transporte de Cargas �Algumas mercadorias aparentemente inofensivas podem ser perigosas, devendo-se solicitar autorização especial, como aerossóis, materiais bélicos, barômetros (podem contermercúrio), materiais de branqueamento, aparelho de respiração (com cilindro de gás comprimido); baterias, tintas de celulose, gelo seco, equipamentos elétricos, inseticidas, vacinas, etc. Professor Mário Sérgio 111 �Não serão aceitos animais vivos em precário estado de saúde ou fêmeas prenhas. Sistemas de Transporte de Cargas A Infraero – Aeroportos Brasileiros, empresa estatal que administra os 66 principais aeroportos do Brasil, registrou em 2004 um recorde histórico na movimentação de carga aérea para exportação e importação. Na importação, o crescimento registrado em relação ao ano passado foi de 30,25%, atingindo a marca de 289.188 toneladas. Na área de exportação, o crescimento foi de 25,30% totalizando 302.878 Professor Mário Sérgio 112 Na área de exportação, o crescimento foi de 25,30% totalizando 302.878 toneladas. Este crescimento é, em média, superior em 10% àquele registrado no início dos anos 90, quando se registrou um boom nas importações e exportações brasileiras devido à abertura do mercado. Sistemas de Transporte de Cargas Tipos de aeronaves: �Cargueiro (Full Cargo): Aviões destinados exclusivamente para o transporte de carga. As grandes aeronaves possuem pavimentos (decks) em seu interior para melhor acomodação das cargas unitizadas. Professor Mário Sérgio 113 Sistemas de Transporte de Cargas �Aeronave Mista (Combi): Aviões utilizados tanto para o transporte de cargas como de passageiros. As cargas são dispostas em pavimentos (superiores ou inferiores) ou na parte traseira da aeronave. Professor Mário Sérgio 114 Sistemas de Transporte de Cargas �Aeronave de Passageiros (Full Pax): Avião de passageiros construído com dois pavimentos: o superior, utilizado exclusivamente para transporte de passageiros; e o inferior, destinado ao transporte de bagagem e na eventual sobra de espaço, este pode ser preenchidos com carga. Professor Mário Sérgio 115 Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 116 Sistemas de Transporte de Cargas Vantagens: �Rapidez, segurança e agilidade no deslocamento. �Não necessita embalagem mais reforçada (manuseio mais cuidadoso). �Os aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros de produção. Professor Mário Sérgio 117 centros de produção. �Possibilita redução de estoques (gastos com armazenagem) e aplicação de procedimentos just in time. �Utilizado para cargas de alto valor agregado ou perecíveis de baixa densidade tais como frutas, flores e carnes. �Baixo nível de perdas. �Complementação com ponta rodoviária. Sistemas de Transporte de Cargas Desvantagens: �Menor capacidade de carga. �Valor do frete mais elevado em relação aos outros modais. �Alto custo de manutenção e infra-estrutura. Professor Mário Sérgio 118 �Exige terminais especializados. �Exige contêineres especiais. �Custo do frete mais alto em relação aos demais modais. �Capacidade de carga bem menor que os modais marítimo e ferroviário, ganhando apenas do rodoviário. Professor Mário Sérgio 119 Sistemas de Transporte de Cargas Modal Dutoviário Professor Mário Sérgio 120 Sistemas de Transporte de Cargas Dutos são tubulações especialmente desenvolvidas e construídas de acordo com normas internacionais de segurança, para transportar petróleo e seus derivados, álcool, gás e produtos químicos diversos por distâncias especialmente longas, sendo então denominados como oleodutos, gasodutos ou polidutos. Professor Mário Sérgio 121 Sistemas de Transporte de Cargas Características: �Geralmente são enterrados, por medida de segurança a uma profundidade de1,5 a 2 metros. �Os oleodutos submarinos são colocados diretamente no leito do mar. �Para travessia de rios, partes alagadas é necessário construir uma Professor Mário Sérgio 122 �Para travessia de rios, partes alagadas é necessário construir uma proteção com concreto. Sistemas de Transporte de Cargas �A Petrobrás expropria (desapropria) o terreno para instalação do oleoduto e indeniza o proprietário. �O terreno pode ser utilizado para diversas atividades pelo proprietário, como agricultura, mas não pode ter edificações sobre a faixa do oleoduto. �Acesso à faixa do oleoduto e às válvulas existentes ao longo do traçado Professor Mário Sérgio 123 �Acesso à faixa do oleoduto e às válvulas existentes ao longo do traçado é feito por estradas construídas para essa finalidade para transitar viatura, guindastes, conjuntos moto-geradores e etc. Sistemas de Transporte de Cargas A Petrobras conta com uma malha de 15.772 Km de dutos, 50% de oleodutos e 50% de gasodutos. Para o intermodal marítimo - dutoviário, são operados 23 terminais (marítimos ou fluviais e lacustres), e a operação dos dutos envolve ainda 20 terminais terrestres, ambos executados pela Transpetro. Professor Mário Sérgio 124 Sistemas de Transporte de Cargas O transporte Dutoviário pode ser dividido em: �Oleodutos: os produtos transportados são, em sua grande maioria petróleo, óleo, combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta, e outros. Professor Mário Sérgio 125 Sistemas de Transporte de Cargas O transporte Dutoviário pode ser dividido em: �Minerodutos: os produtos transportados são: Sal-gema, minério de ferro e concentrado Fosfático. A velocidade de transporte pode variar de 1,5 m/s até 1,8 m/s. Professor Mário Sérgio 126 Sistemas de Transporte de Cargas �Gasodutos: o produto transportado é o gás natural. O Gasoduto Brasil Bolívia (3.150 km de extensão) é um dos maiores do mundo. Professor Mário Sérgio 127 Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 128 Sistemas de Transporte de Cargas Subterrâneos: Os tubos são enterrados no solo e apresentam como vantagem, maior proteção contra intempéries e maior segurança no caso de rupturas e vazamentos e reduz o acesso de pessoas não autorizadas. Professor Mário Sérgio 129 Sistemas de Transporte de Cargas Aparentes: São tubos construídos na superfície do terreno. Essa opção é adotada quando a abertura das valas para a colocação da estrutura é dispendiosa e nas chegadas e saídas das estações de bombeamento. Professor Mário Sérgio 130 Sistemas de Transporte de Cargas Aéreos: São tubos em construções elevadas, utilizadas para vencer grandes vales, cursos d’água, pântanos ou terrenos muito acidentados. Para este tipo de estrutura, é necessária a construção de torres, pontes ou outro tipo de estrutura para dar sustentação. Professor Mário Sérgio 131 Sistemas de Transporte de Cargas Submarinos: São construções onde a maior parte da tubulação está submersa. São geralmente utilizados para o transporte da produção de petróleo de plataformas marítimas (off-shore) para refinarias ou tanques de armazenagem situados em terra (on-shore). Professor Mário Sérgio 132 Sistemas de Transporte de Cargas Vantagens: �Permite que grandes quantidades de produtos sejam deslocados de maneira segura, diminuindo o tráfego de cargas perigosas por caminhões, trens ou por navios e, consequentemente, diminuindo os riscos de acidentes ambientais. �Opera 24 horas por dia, 7h por semana, alta eficiência. Professor Mário Sérgio 133 �Opera 24 horas por dia, 7h por semana, alta eficiência. �Podem dispensar armazenamento. �Simplificam carga e descarga. �Diminuem custos de transportes. �Menor possibilidade de perdas ou roubos. �Redução do desmatamento. �Facilidade de implantação e baixos custos operacionais. Sistemas de Transporte de Cargas Desvantagens: �Pouca ou nenhuma flexibilidade quanto ao transporte de produtos. �Não tem problemas de retorno (contêineres); �Alto custo fixo. �Riscos de acidentes ambientais. Professor Mário Sérgio 134 �Riscos de acidentes ambientais. �Preço do transporte dutoviárioainda é muito caro aqui no Brasil – US$ 28,00 x US$ 9,37 nos EUA. Sistemas de Transporte de Cargas Segundo Bertaglia (2009) Dois parâmetros influenciam as atividades de transporte: �Distância: Corresponde ao trajeto percorrido entre o ponto de produção e consumo e é responsável pelos custos de consumo e manutenção do veículo. �Tempo: É dependente da distância e é responsável pelos custo de Professor Mário Sérgio 135 �Tempo: É dependente da distância e é responsável pelos custo de estoques e para propiciar o nível de serviço desejado. Sistemas de Transporte de Cargas Professor Mário Sérgio 136 Sistemas de Transporte de Cargas �Velocidade: Intervalo de tempo entre saída e a chegada do veículo. �Disponibilidade: Característica relacionada do modal atender a diferentes origens e destinos. �Confiabilidade: Confiança do modal cumprir prazos pré-estabelecidos. �Capacidade: Possibilidade do modal transportar diferentes volumes e Professor Mário Sérgio 137 �Capacidade: Possibilidade do modal transportar diferentes volumes e variedade geométrica da carga. �Frequência: Oferta de viagens oferecidas pelo modal em um intervalo de tempo. �Segurança: Grau de integrabilidade e não violabilidade da carga e ou sua embalagem (perdas e danos). �Custo: Valor pago referente ao trajeto percorrido. Sistemas de Transporte de Cargas Dessa forma a atividade de transporte precisa atender aos compromissos estabelecidos pelas empresas para satisfazer o nível de serviço desejado pelos seus clientes e assim possuem metas de desempenho. A mudança no contexto globalizado, passando de um modelo que enfocava a produtividade, exigem que as organizações adotem formas diferentes de administração de pessoal, agora com o foco voltado para a prestação de Professor Mário Sérgio 138 administração de pessoal, agora com o foco voltado para a prestação de serviço ao cliente. Sistemas de Transporte de Cargas As empresas de movimentação de carga devem ainda adaptar-se as exigências do modelo com relação ao altos volumes de produtos, combinando diferentes de transporte. O transporte rodoviário tem sido o modal mais utilizado no transporte multimodal e intermodal, pois apresenta facilidade de conexão entre os diversos outros modais (marítimo, aéreo, ferroviário). Professor Mário Sérgio 139 diversos outros modais (marítimo, aéreo, ferroviário). Sistemas de Transporte de Cargas �No transporte intermodal a carga movimentada utiliza mais de um modal de transporte de sua origem até o seu destino, seja devido à impossibilidade da carga ser transportada por todo o trajeto em apenas um modal, seja pelo propósito de otimizar a operação de transporte reduzindo custos. Professor Mário Sérgio 140 Sistemas de Transporte de Cargas O transporte intermodal, também chamado de segmentado, tem como característica principal a total independência entre os modais de transporte, bem como dos documentos de transporte que representam a carga. Assim, para cada tipo de transporte utilizado durante o trajeto da origem até o destino, é emitido um diferente documento de embarque. Professor Mário Sérgio 141 até o destino, é emitido um diferente documento de embarque. A responsabilidade de cada uma das partes envolvidas inicia-se no momento em que pega a carga para o transporte e cessa no ponto final de destino na sua entrega. Sistemas de Transporte de Cargas No transporte intermodal, o dono da carga é o embarcador em cada modal envolvido, independentemente da quantidade de transportadores envolvidos, recebendo de cada um deles, um documento específico de transporte correspondente ao trajeto contratado. Professor Mário Sérgio 142 Sistemas de Transporte de Cargas A ampla utilização da Intermodalidade possibilitaria a melhor utilização da infraestrutura no Brasil e possibilitaria aumentar a eficiência e a produtividade da economia nacional, além de racionalizar o uso das vantagens de cada modo de transporte. O caminhão é mais competitivo em distâncias de até 400 quilômetros, a ferrovia apresenta mais vantagens no transporte de carga entre 400 e 1,5 Professor Mário Sérgio 143 ferrovia apresenta mais vantagens no transporte de carga entre 400 e 1,5 mil quilômetros. Já o transporte marítimo é mais vantajoso na movimentação em distâncias superiores as anteriores. “O alto custo da logística no Brasil por deficiência de infraestrutura de transporte de carga diminui a competitividade do País, refletindo no crescimento das empresas e da nação. A redução do 'Custo Logístico' é um fator preocupante para o Brasil alcançar o seu desenvolvimento econômico nas exportações”. Sistemas de Transporte de Cargas �O transporte multimodal também é realizado pela utilização de mais de um modal transporte não havendo limitação quanto a sua quantidade. Guardando semelhança com a intermodalidade, o transporte multimodal pode ser realizado dentro de um país, ou entre países diferentes, sendo nesse caso também um transporte internacional, encerrando-se aqui as semelhanças entre os dois. Professor Mário Sérgio 144 semelhanças entre os dois. Sistemas de Transporte de Cargas No transporte multimodal existe a emissão de apenas um documento de transporte cobrindo o trajeto total da carga, do seu ponto de inicial ao seu ponto de destino final. O CTMC (Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas) é um documento único emitido por um OTM que cobre toda a operação de transporte, desde o recebimento da carga até a entrega no destino Professor Mário Sérgio 145 transporte, desde o recebimento da carga até a entrega no destino determinado pelo cliente. Sistemas de Transporte de Cargas OTM é a pessoa jurídica que conclui contratos de transporte multimodal, nos quais atua como principal e não como agente, podendo ser ou não o transportador. Assume a responsabilidade pela execução desses contratos, pelos prejuízos resultantes de perda, danos ou avaria às cargas sob sua custódia, assim como pelos decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver Professor Mário Sérgio 146 assim como pelos decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver prazo acordado. Depende de prévia habilitação e registro em órgão federal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Sistemas de Transporte de Cargas O Conhecimento de Transporte Multimodal de Carga (CTMC) evidencia um contrato de transporte multimodal, regendo toda a operação desde o recebimento da carga até a sua entrega no destino. Pode ser negociável ou não negociável, a critério do expedidor. Professor Mário Sérgio 147 Sistemas de Transporte de Cargas O documento de transporte é emitido por um Operador de Transporte Multimodal (OTM) que é o responsável único perante o embarcador (dono carga sobre a qual o OTM está com a responsabilidade de transportar ou obter transporte para ela). A adoção da multimodalidade oferece maior segurança ao dono da carga, pois o mesmo terá apenas um único interlocutor/responsável pelo Professor Mário Sérgio 148 carga, pois o mesmo terá apenas um único interlocutor/responsável pelo transporte da mercadoria. Possibilita ainda obter reduções expressivas de custo em relação ao transporte intermodal, visto que neste a responsabilidade é dividida entre os transportadores envolvidos no processo e tantos contratos quanto sejam os transportadores. Sistemas de Transporte de Cargas O conceito de Transporte Multimodal definido pela Lei 9.611/98 está em consonância com o estabelecido no acordo firmado entre o Brasil e os países da América Latina, em 1994. Professor Mário Sérgio 149 Sistemas de Transporte de Cargas A responsabilidade do OTM por prejuízos resultantes de perdas ou danos causados às mercadorias é limitada ao valor declarado pelo expedidor e consignado no CTMC, acrescidodos valores de frete e do seguro. A Lei 9.611 de 19/02/1998, regulamentada pelo Decreto 3.411 de 12/04/2000, disciplina o transporte multimodal de carga. Professor Mário Sérgio 150 Sistemas de Transporte de Cargas O Transporte Multimodal é muito vantajoso porque: �Permite a manipulação e a movimentação mais rápida da carga. �Maximiza o rendimento operacional (ainda mais pela facilidade de transbordo). �Permite maior proteção à carga, reduzindo os riscos de danos e avarias. �Diminui os custos de transporte devido à consolidação. Professor Mário Sérgio 151 �Diminui os custos de transporte devido à consolidação. �Oferece melhores condições de competição no transporte. �Garante qualidade, por exigir operadores responsáveis e serviços de transporte eficientes. �Transforma a relação entre usuário e transportador, tradicionalmente antagônica, em relação de interesses mútuos. �Concentra a responsabilidade sobre o transporte em menor número de intervenientes, deixando ao usuário mais tempo para cuidar da produção/comercialização dos bens. Sistemas de Transporte de Cargas O Operador de Transporte Multimodal é a pessoa jurídica contratada como principal para a realização do Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros. O OTM realiza contrato com o cliente por todo o serviço, emitindo o Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas. Professor Mário Sérgio 152 Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas. Posteriormente, contrata os transportadores de cada modal, assim como os serviços adicionais necessários (armazenagem, coleta etc.). Assim, o OTM se responsabiliza pelo serviço perante o cliente até a entrega ao destino (porta-a-porta). Sistemas de Transporte de Cargas Já o Operador Logístico (OL) não emite conhecimento, ao contrário, somente promove o contato entre o cliente e cada prestador de serviço. O foco principal do OTM é o transporte da carga sendo os demais serviços considerados acessórios, enquanto o foco do OL é gerenciar o abastecimento ou a distribuição para o contratante. Professor Mário Sérgio 153 Referências CAIXETA FILHO, JOSÉ VICENTE. Gestão logística de transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2001. LUDOVICO, NELSON. Logística e transporte internacionais. São Paulo: Saraiva, 2007 FARIA, ANA CRISTINA DE; COSTA, MARIA FÁTIMA GAMEIRO. Gestão de Custos Logísticos. São Paulo: Atlas, 2010. Professor Mário Sérgio 154 de Custos Logísticos. São Paulo: Atlas, 2010. WANKE, PETER. Introdução ao planejamento de redes logísticas. São Paulo: Atlas BERTAGLIA, PAULO ROBERTO. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. PIRES, SILVIO R.I. Gestão da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2004. Referências GESTÃO LOGÍSTICA DE TRANSPORTE DE CARGAS. José Vicente Caixeta Filho - Ed. Atlas - ( Cap. 1/ 4 / 5 / 9 ) LOGÍSTICA E TRANSPORTES INTERNACIONAIS Nelson Ludovico - Ed. Saraiva - (Cap. 7 ) LOGÍSTICA E GERENCIAMENTO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO. Professor Mário Sérgio 155 LOGÍSTICA E GERENCIAMENTO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO. Paulo Roberto Bertaglia - Ed. Saraiva - ( Cap. 7 ) INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO DE REDES LOGÍSTICAS Peter Wanke - Ed. Atlas GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTO Silvio R.I.Pires - Ed. Atlas
Compartilhar