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Processo Penal Resumo Aula 03 e 04

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Magistratura e MP 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Processo Penal 
Professor: Guilherme Madeira 
Aulas: 03 e 04 | Data: 22/02/2016 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
PROVAS 
II. Prova ilícita (cont.) 
 
EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL 
1. Obrigatoriedade 
2. Peritos 
3. Assistente técnico 
4. Cadeia de custódia 
 
INTERROGATÓRIO 
1. Localização 
2. Local do interrogatório 
3. Ato do interrogatório 
 
 
 
 
PROVAS 
 
Em nossas últimas aulas vimos os seguintes pontos: 
I. Prova emprestada 
II. Prova ilícita 
1. Sistema pré-2008 
2. Sistema pós-2008 
3. Hipóteses de admissibilidade da prova ilícita 
 
Hoje daremos sequência a nosso estudo sobre as prova ilícitas 
 
II. Prova ilícita (cont.) 
 
4. Prova ilícita derivada 
(fruits of the poisonous tree) 
 
4.1. Origem 
Caso Silvertine Lumber & CO vs. EUA (1920) - aqui surge a teoria. 
Nardone vs. EUA (1937) – aqui surge o nome. 
 
4.2. Brasil 
A CF não prevê de maneira expressa. O CPP prevê no art. 157, parágrafo 1º. 
 
CPP - Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a 
 
 
 
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normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 
2008) 
 § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, 
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e 
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte 
independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo 
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução 
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela 
Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Conteúdo: a prova ilícita contamina toda a prova que dela derive dentro de um nexo de causalidade. 
Possui os mesmos efeitos da prova ilícita originária. 
Ex.: Faço uma busca e apreensão sem mandado e apreendo um computador. Realizo uma perícia e consigo 
determinar testemunhas.Note que a busca e apreensão não poderia ter sido feita, revelando-se ilegal. Deste modo, 
tudo que dela deriva é ilegal e não pode ser utilizado. 
 
4.3. Hipóteses de admissibilidade da prova ilícita derivada 
a) Teoria da Fonte Independente 
Caso Bynum vs. EUA (1960) - foi uma decisão da Corte de Apelação do distrito de Columbia. 
Caso Murray vs.EUA (1988) – foi uma decisão da Suprema Corte norte americana. 
 
Caso Murray- 2 policias avistam uma casa suspeita e resolvem invadi-la. Encontram muita droga. Narram para o 
chefe. Ciente de que a prova não poderia ser aproveitada, chefe instrui os 2 a narrarem ao juiz John que acreditam 
que em determina casa há drogas. O juiz emite uma mandado. As provas acaba sendo “esquentadas”. Ou seja, de 
inaproveitáveis, tornam-se aproveitáveis. Isso ocorre pois havia 2 fontes independentes da aquisição daquela 
prova. 
Caso Mensalão – PGR quebra o sigilo bancário de 40 investigados sem mandado no BC. Diante disso, inicia-se uma 
CPI. A CPI também quebra o sigilo bancário dos investigados. Note: o PGR não poderia ter quebrado o sigilo, mas a 
CPI pode! Assim, afastou-se a prova ilícita e aproveitou-se a lícita. 
Ação penal 470/MG 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: AP 470 MG 
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA 
Julgamento: 18/09/2013 
Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-032 DIVULG 14-02-2014 PUBLIC 17-02-2014 
Decisão 
1. O art. 333, inciso I, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, que prevê o cabimento de embargos 
infringentes na hipótese, jamais foi revogado de modo expresso pela Lei nº 8.038/1990. Tampouco existe 
incompatibilidade, no particular, entre os dois diplomas normativos. 
2. Embora se pudesse, em tese, cogitar da revogação do dispositivo – em razão de a Lei nº 8.038/1990 haver 
instituído normas sobre o processamento da ação penal originária –, este nunca foi o entendimento do Supremo 
Tribunal Federal. Ao contrário, há mais de uma dezena de pronunciamentos do Tribunal – em decisões 
monocráticas e acórdãos, de Turma e do Plenário – no sentido de que o art. 333 se encontra em vigor, inclusive no 
 
 
 
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que diz respeito à ação penal originária. Tais pronunciamentos correspondem à razão de decidir expressamente 
adotada pela Corte e não podem ser simplesmente desconsiderados, como se nunca tivessem existido. 
3. Ademais, Projeto de Lei enviado pelo Executivo ao Congresso Nacional, em 1998, com o fim específico de suprimir 
os embargos infringentes, foi expressamente rejeitado pela Casa Legislativa. Vale dizer: não só o STF, mas também 
os Poderes Executivo e Legislativo manifestaram o entendimento de que os embargos infringentes não foram 
revogados pela Lei nº 8.038/1990. Em deliberação específica e realizada sem a pressão de um processo rumoroso, 
o Congresso Nacional tomou a decisão expressa de manter esse recurso na ordem jurídica. 
4. Embora se possa cogitar da revogação dos embargos infringentes para o futuro, não seria juridicamente 
consistente a pretensão de fazê-lo na reta final de um processo relevante e emblemático como a Ação Penal 470. 
5. Incidência dos princípios do Estado de Direito, da segurança jurídica, da legalidade e do devido processo legal, 
que impedem o Tribunal de ignorar dispositivo que sempre se considerou vigente a fim de abreviar o desfecho de 
processo penal determinado. 
 
 
Conteúdo: quando há duas fontes concretas de prova, uma ilícita e outra lícita, afasta-se a ilícita e usa-se a lícita. 
 
b) Teoria da descoberta inevitável 
Surge no caso NIX vs. William (1984) – Suprema Corte Norte Americana 
Caso: uma criança desaparece. Delegado traça um território para que seja investigada. Fora da área de investigação, 
policiais avistam um sujeito suspeito. Eles o torturam e ele confessa a morte e os leva até sua casa (que ficava 
dentro da área de investigação). 
Prova ilícita: a tortura. Prova derivada: o corpo. 
 
 
 
 
Quando se analisam os métodos típicos e de praxe próprios da investigação ou instrução criminal e se percebe que 
a prova seria descoberta de qualquer forma, então poderá ser usada a prova derivada. 
HC 91867, julgado 24.04.12, Gilmar Mendes 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: HC 91867 PA 
Relator(a): Min. GILMAR MENDES 
Julgamento: 24/04/2012 
Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-185 DIVULG 19-09-2012 PUBLIC 20-09-2012 
Decisão 
Área de investigação delimitada 
(onde o autor morava)
Área fora da investigação (onde o 
autor foi encontrado)
 
 
 
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1. Inépcia da denúncia. Improcedência. Preenchimento dos requisitos do art. 41 do CPP. A denúncia narra, de forma 
pormenorizada, os fatos e as circunstâncias. Pretensas omissões – nomes completos de outras vítimas, relacionadas 
a fatos que não constituem objeto da imputação –- não importam em prejuízo à defesa. 
2. Ilicitude da prova produzida durante o inquérito policial - violação de registros telefônicos de corréu, executor 
do crime, sem autorização judicial. 2.1 Suposta ilegalidade decorrente do fato de os policiais, após a prisão em 
flagrante do corréu, terem realizado a análise dos últimos registros telefônicos dos dois aparelhos celulares 
apreendidos. Não ocorrência. 2.2 Não se confundem comunicação telefônica e registros telefônicos, que recebem, 
inclusive, proteção jurídica distinta. Não se pode interpretar a cláusula do artigo 5º, XII, da CF, no sentido de 
proteção aos dados enquanto registro, depósito registral. A proteção constitucional é da comunicação de dados e 
não dos dados. 2.3 Art. 6º do CPP: dever da autoridade policial de proceder à coleta do material comprobatório da 
prática da infração penal. Ao proceder à pesquisa na agenda eletrônica dos aparelhos devidamente apreendidos, 
meio materialindireto de prova, a autoridade policial, cumprindo o seu mister, buscou, unicamente, colher 
elementos de informação hábeis a esclarecer a autoria e a materialidade do delito (dessa análise logrou encontrar 
ligações entre o executor do homicídio e o ora paciente). Verificação que permitiu a orientação inicial da linha 
investigatória a ser adotada, bem como possibilitou concluir que os aparelhos seriam relevantes para a 
investigação. 2.4 À guisa de mera argumentação, mesmo que se pudesse reputar a prova produzida como ilícita e 
as demais, ilícitas por derivação, nos termos da teoria dos frutos da árvore venenosa (fruit of the poisonous tree), 
é certo que, ainda assim, melhor sorte não assistiria à defesa. É que, na hipótese, não há que se falar em prova 
ilícita por derivação. Nos termos da teoria da descoberta inevitável, construída pela Suprema Corte norte-
americana no caso Nix x Williams (1984), o curso normal das investigações conduziria a elementos informativos 
que vinculariam os pacientes ao fato investigado. Bases desse entendimento que parecem ter encontrado guarida 
no ordenamento jurídico pátrio com o advento da Lei 11.690/2008, que deu nova redação ao art. 157 do CPP, em 
especial o seu § 2º. 
3. Ilicitude da prova das interceptações telefônicas de conversas dos acusados com advogados, ao argumento de 
que essas gravações ofenderiam o disposto no art. 7º, II, da Lei n. 8.906/96, que garante o sigilo dessas conversas. 
3.1 Nos termos do art. 7º, II, da Lei 8.906/94, o Estatuto da Advocacia garante ao advogado a inviolabilidade de seu 
escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, 
eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. 3.2 Na hipótese, o magistrado de 
primeiro grau, por reputar necessária a realização da prova, determinou, de forma fundamentada, a interceptação 
telefônica direcionada às pessoas investigadas, não tendo, em momento algum, ordenado a devassa das linhas 
telefônicas dos advogados dos pacientes. Mitigação que pode, eventualmente, burlar a proteção jurídica. 3.3 
Sucede que, no curso da execução da medida, os diálogos travados entre o paciente e o advogado do corréu 
acabaram, de maneira automática, interceptados, aliás, como qualquer outra conversa direcionada ao ramal do 
paciente. Inexistência, no caso, de relação jurídica cliente-advogado. 3.4 Não cabe aos policiais executores da 
medida proceder a uma espécie de filtragem das escutas interceptadas. A impossibilidade desse filtro atua, 
inclusive, como verdadeira garantia ao cidadão, porquanto retira da esfera de arbítrio da polícia escolher o que é 
ou não conveniente ser interceptado e gravado. Valoração, e eventual exclusão, que cabe ao magistrado a quem a 
prova é dirigida. 
4. Ordem denegada. 
 
c) Nexo Causal atenuado 
(outros nomes: Contaminação expurgada/ vício diluído/Conexão atenuada) 
Surge no caso Wong Sun vs. EUA (1963) – Suprema Corte Americana 
Gäfgen vs. Alemanha (2010) CODH 
STF analisou essa teoria no HC 116931/RJ, julgado 03.03.15, Teori Zavascki. 
 
Caso: 
 
 
 
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Gäfgen – era um rapaz, que fez amizade com uma família de bancários. Família de bancários deixa o filho mais novo 
com Gäfgen. Quando a família volta, casa esta revirada e ele alega que entraram, sequestraram o menino e q 
sequestradores vão cobrar resgate. Pai desesperado cede ao pedido do chefe de policia de usar métodos 
“alternativos”. Chefe de policia vale-se então de tortura e consegue fazer com que Gäfgen confesse o crime. Gäfgen 
apela, confessa novamente mas pede anulação do julgamento anterior dada a ilegalidade da prova obtida. Tribunal 
explica que de fato a confissão obtida não é valida, contudo o próprio Gäfgen confessou sua culpa em juízo 
posteriormente e esta nova prova não teve nada a ver com a primeira, visto que em julgamento ninguém o estava 
torturando ele para que dissesse a verdade. Dada a desconexão entre a 1ª confissão obtida sob tortura e a segunda, 
Gäfgen foi condenado a prisão perpetua). 
 
1a confissão 2a Confissão 
Sob tortura, confessa. Em juízo, confessa . 
 
 
 
 
Quando o nexo de causalidade entre a prova ilícita e a prova derivada for tênue ou inexistente, pode ser usada a 
prova derivada. 
 
No Brasil, o art. 157, parágrafo 1º do CPP prevê a teoria do nexo causal atenuado e da fonte independente, já no 
parágrafo 2º prevê o conteúdo da descoberta inevitável. 
 
Obs.: Em primeira fase, se cair o texto da lei, dizer que está correto!!! 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: HC 116931 RJ 
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI 
Julgamento: 19/03/2013 
Publicação: DJe-055 DIVULG 21/03/2013 PUBLIC 22/03/2013 
Decisão 
1. Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado em favor de Guilhermino Paz de Lizardo 
Lima contra acórdão proferido pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça no HC 237.057/RJ, assim do: 
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. (1) IMPETRAÇÃO SUBSTITUTIVA DE RECURSO ORDINÁRIO. IMPROPRIEDADE 
DA VIA ELEITA. (2) ARTIGO 1º, INCISOS I E II DA LEI N.º 8.137/90 E ART. 168-A DO CP. RECEITA FEDERAL. QUEBRA 
DE SIGILO BANCÁRIO. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. 
INVIABILIDADE. VIA INADEQUADA. ILEGALIDADE FLAGRANTE. NULIDADE DA PROVA. NÃO CONHECIMENTO. 
ORDEM DE OFÍCIO. (3) TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. CARÁTER ÚNICO DA PROVA TIDA COMO ILÍCITA. 
EXISTÊNCIA, ADEMAIS,DE PROVA TESTEMUNHAL. ILEGALIDADE. NÃO RECONHECIMENTO. 1. É imperiosa a 
necessidade de racionalização do emprego do habeas corpus, em prestígio ao âmbito de cognição da garantia 
constitucional, e, em louvor à lógica do sistema recursal. In casu, foi impetrada indevidamente a ordem como 
substitutiva de recurso ordinário. 2. Hipótese em que há flagrante ilegalidade a ser reconhecida. Não cabe à Receita 
Federal, órgão interessado no processo administrativo e sem competência constitucional específica, requisitar 
diretamente às instituições bancárias a quebra do sigilo bancário. Pleito nesse sentido deve ser necessariamente 
submetido à avaliação do magistrado competente, a quem cabe motivar concretamente seu decisum, em 
observância ao art. 93, IX, da Carta Magna. 3. Por mais que reconhecida a nulidade da prova colhida de modo ilícito, 
não é de se trancar a ação penal, tendo em vista que, na espécie, remanescem elementos outros de prova, como o 
 
 
 
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depoimento de testemunha arrolada na denúncia. 4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício 
para, acolhido o parecer ministerial, declarar nula a prova decorrente da quebra de sigilo bancário. Sustenta o 
impetrante, em síntese, a ausência de justa causa para a continuidade da ação penal, pois: (a) o suporte probatório 
que embasa a denuncia está lastreado unicamente nas provas consideradas ilícitas pelo STJ; (b) foi designada a 
oitiva do auditor fiscal que realizou a fiscalização da pessoa jurídica Santa Cruz Scan Ltda. com base nos extratos 
bancários ilicitamente obtidos; (c) reconhecida a ilegalidade pelo STJ, não subsiste nenhum indício apto a justificar 
o prosseguimento da ação penal. Requer a concessão de liminar para o sobrestamento da ação penal. 2. Não estão 
presentes os requisitos autorizadores da concessão da medida liminar. Conforme reiterado entendimento desta 
Corte, o trancamento de ação penal por ordem de habeas corpus somente se dá em hipóteses excepcionais, 
quando, por exemplo, patentemente demonstrada a ausência de indícios mínimos de autoria e materialidade 
delitivas. Na espécie, o STJ, embora tenha reconhecido a ilegalidade das provas obtidas a partir da quebra de sigilo 
bancário sem autorização judicial, registrou a legalidade de outros elementos indiciários mínimos aptos a tornar 
plausível a acusação: Por mais que reconhecida a nulidade da prova colhida de modo ilícito, não é de se trancar a 
ação penal/anularo recebimento da incoativa, tendo em vista que, na espécie, remanescem elementos outros de 
prova, como o depoimento da testemunha arrolada na denúncia, José de Arimatéia Viana Pinto, cf. fl. 370. 
Merecem, também aqui, colação as ponderações da Procuradoria Geral da República: 13. Tal ilegalidade, todavia, 
não impede o curso da questionada apuração criminal, que subsiste com base em outros elementos de prova 
regularmente colhidos pelas ações fiscais da Receita Federal do Brasil, cujas referências revelam suficientemente a 
materialidade dos delitos em apuração, dando também bastantes indícios de autoria contra os sócios da Santa Cruz 
Scan S/C Ltda. (...). (fl. 401). Não se constata, portanto, flagrante ilegalidade apta a justificar a concessão da medida 
para sobrestar o regular trâmite da ação penal. 3. Por outro lado, reconhecer a plausibilidade da impetração no 
sentido de que a denúncia está lastreada em provas ilícitas por derivação demandaria um cotejo entre os elementos 
de convicção trazidos aos autos, o que não se revela compatível com o juízo preliminar. 4. Com essas considerações, 
indefiro o pedido de liminar. Solicitem-se informações ao Superior Tribunal de Justiça. Após, encaminhem-se os 
autos à Procuradoria-Geral da República. Publique-se. Intime-se. Brasília, 19 de março de 2013.Ministro Teori 
Zavascki Relator Documento assinado digitalmente 
 
Encerramos o tema de teoria geral da prova Vamos agora ver tópicos de provas em espécie. 
 
 
EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL 
(art. 158-184, CPP) 
 
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL 
CPP - Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável 
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo 
a confissão do acusado. 
 Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão 
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) 
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior 
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem 
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação 
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
 
 
 Página 7 de 23 
 
 § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e 
fielmente desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
 § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de 
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de 
quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
 § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz 
e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos 
oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
 § 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, 
quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para 
responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os 
quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com 
antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as 
respostas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 
2008) 
 II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres 
em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído 
pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório 
que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do 
órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito 
oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua 
conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma 
área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de 
mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente 
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão 
minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos 
formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo 
de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, 
a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 
28.3.1994) 
 Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em 
qualquer dia e a qualquer hora. 
 Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do 
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem 
que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
 Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples 
exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que 
apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da 
 
 
 
 Página 8 de 23 
 
morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação 
de alguma circunstância relevante. 
 Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a 
autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente 
marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto 
circunstanciado. 
 Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou 
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. 
No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de 
encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a 
autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará 
do auto. 
 Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em 
que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as 
lesões externas e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada 
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os 
peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas 
fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. 
 Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver 
exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de 
Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição 
de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de 
identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e 
indicações. 
 Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e 
autenticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para 
a identificação do cadáver. 
 Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por 
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá 
suprir-lhe a falta. 
 Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame 
pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar 
por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a 
requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou 
de seu defensor. 
 § 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto 
de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. 
 § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no 
art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o 
prazo de 30 dias, contado da data do crime. 
 § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela 
prova testemunhal. 
 Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido 
praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para 
que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que 
 
 
 
 Página 9 de 23 
 
poderão instruir seus laudos com fotografias,desenhos ou esquemas 
elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973) 
 Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do 
estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas 
alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei nº 8.862, de 
28.3.1994) 
 Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão 
material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que 
conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou 
microfotográficas, desenhos ou esquemas. 
 Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento 
de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, 
além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por 
que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado. 
 Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas 
destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. 
 Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos 
procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos autos 
e dos que resultarem de diligências. 
 Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o 
lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para 
a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e 
as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. 
 Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por 
comparação de letra, observar-se-á o seguinte: 
 I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será 
intimada para o ato, se for encontrada; 
 II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que 
a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente 
reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não 
houver dúvida; 
 III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, 
os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos 
públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser 
retirados; 
 IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem 
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva 
o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, 
esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se 
consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. 
 Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados 
para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a 
eficiência. 
 Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até 
o ato da diligência. 
 Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-
se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, 
 
 
 
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acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz 
deprecante. 
 Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos 
na precatória. 
 Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela 
autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo 
assinado pelos peritos. 
 Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto 
respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, 
também pela autoridade. 
 Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, 
que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas 
folhas por todos os peritos. 
 Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão 
consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de 
outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade 
nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá 
mandar proceder a novo exame por outros peritos. 
 Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de 
omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária 
mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. 
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se 
proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente. 
 Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou 
rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
 Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-
se-á o disposto no art. 19. 
 Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a 
autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando 
não for necessária ao esclarecimento da verdade. 
 
1. Obrigatoriedade 
São obrigatórios nas infrações que deixam vestígio não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
O exame de corpo de delito é a única perícia que não pode ser indeferida. 
(em prova teste, eles tiram uma única palavra, por ex.: tiram o não da frase acima). 
 
Há duas relatividades: 
Atenção: Se os vestígios desapareceram, a prova testemunhal poderá suprir a falta. 
O STJ admitiu o uso do art. 167 no caso de furto com rompimento de obstáculo, pois entendeu não ser razoável 
que a vítima ficasse esperando indefinidamente até a perícia ir a sua casa. 
 
CPP - Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por 
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá 
suprir-lhe a falta. 
 
Julgado: AgRg no Resp 1492641/RS, Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23.06.15. 
 
 
 
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EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: AgRg no REsp 1492641 RS 2014/0288116-0 
Relator(a): Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA 
Julgamento: 23/06/2015 
Publicação: DJe 29/06/2015 
Decisão 
1. Incabível a aplicação do princípio da insignificância em relação ao primeiro fato descrito na denúncia, uma vez 
que o valor da res furtiva - um tênis e um aparelho de DVD, avaliados em R$ 130,00 - não pode ser considerado 
ínfimo, além de o réu responder por vários outros crimes contra o patrimônio, o que denota a maior 
reprovabilidade do comportamento. 
2. A jurisprudência tem se orientado pela possibilidade de substituição do laudo pericial por outros meios de prova 
quando o delito não deixa vestígios, estes tenham desaparecido ou, ainda, se as circunstâncias do crime não 
permitirem a confecção do laudo, como no caso dos autos em que foi violada a porta da residência, não sendo 
razoável a exigência de que a vítima mantenha a cena do crime intacta até o comparecimento da perícia no local, 
colocando-se em situação de risco. Precedentes. 
3. Agravo regimental improvido. 
 
 
2. Peritos 
(art. 159, CPP) 
a) Regra 
Como regra, temos 1 perito oficial ou 2 não oficiais. 
Já se aceitou até mesmo policial como perito não oficial (HC 189177/RS, julgado em 06.06.13, Maria Thereza), mas 
se não ficar comprovada a capacidade técnica dos peritos não oficiais haverá nulidade (AgRg no AResp 180146/RS, 
Leopoldo de Arruda Raposo, julgado em 28.04.15). 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: HC 189177 RS 2010/0201342-5 
Relator(a): Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 
Julgamento: 06/06/2013 
Publicação: DJe 14/06/2013 
Decisão 
1. É imperiosa a necessidade de racionalização do emprego do habeas corpus, em prestígio ao âmbito de cognição 
da garantia constitucional, e, em louvor à lógica do sistema recursal. In casu, foi impetrada indevidamente a ordem 
como substitutiva de recurso especial. 
2. A teor do art. 159, § 1º, do Código de Processo Penal, admite-se a elaboração de laudo por duas pessoas 
portadoras de diploma de curso superior, inexistindo restrição quanto ao fato de serem policiais. Na hipótese, 
contudo, os documentos produzidos não são hábeis a caracterizar a qualificadora de rompimento de obstáculos, 
eis que nenhum deles está assinado pelos supostos peritos. 
3. A atenuante da confissão espontânea, por envolver a personalidade do agente, é igualmentepreponderante, 
devendo ser compensada com a agravante da reincidência. 
4. Writ não conhecido. Ordem concedida de ofício, reduzindo-se a reprimenda imposta ao paciente. 
 
EMENTA 
 
 
 
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Dados Gerais 
Processo: AgRg no AREsp 180146 RS 2012/0104459-0 
Relator(a): Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE) 
Julgamento: 28/04/2015 
Publicação: DJe 11/05/2015 
Decisão 
I. Nos termos do art. 159 do Código de Processo Penal, não sendo possível a realização do exame por peritos oficiais, 
o laudo poderá ser realizado por duas pessoas idôneas, não havendo, na lei, nenhuma restrição a que sejam 
policiais. Exige-se, apenas, que estas sejam portadoras de diploma de curso superior, o que não foi observado no 
presente caso. 
II. Afastada a qualificadora de rompimento de obstáculos, cabível o princípio da insignificância ao caso (furto de R$ 
80,00 devolvidos à vítima), pois foram preenchidos todos os requisitos para tanto, a saber: a) mínima ofensividade 
da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) reduzidíssimo grau de reprovabilidade do 
comportamento; e d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
III. Agravo regimental a que se nega provimento. 
 
b) Exceção 
Atenção pro art. 527, CPP – nos crimes contra a propriedade imaterial, são 2 os peritos. 
Este art. 527, traz exceção quanto ao prazo: 3 dias 
 
CP - Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por 
dois peritos nomeados pelo juiz, que verificarão a existência de 
fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, quer não, o laudo 
pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento 
da diligência. 
 Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o 
laudo contrário à apreensão, e o juiz ordenará que esta se efetue, se 
reconhecer a improcedência das razões aduzidas pelos peritos. 
 
c) Atuação 
Eles elaboram laudo em 10 dias e podem prestar depoimento  devem ser intimados com cópia dos quesitos no 
prazo de 10 dias art. 166. 
Exceções ao prazo: 
 Insanidade mental: 45 dias 
 
3. Assistente técnico 
(art. 159, CPP) 
É indicado pelas partes e somente atuam após a elaboração do laudo oficial 
Qual é a atuação do assistente técnico? 
Ele elabora parecer em prazo fixado pelo juiz ou presta depoimento. 
 
4. Cadeia de custódia 
Trata-se dos procedimentos a serem observados na conservação da prova técnica, notadamente a utilização de 
procedimentos que garantam a sua integridade. A violação da cadeia de custódia pode ser causa de nulidade ou 
causa de prova ilícita, a depender do caso. 
(STJ, HC 160662/RJ, julgado em 18.02.14, A. Magalhães) 
 
 
 
 
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EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: HABEAS CORPUS Nº 160.662 - RJ (2010/0015360-8) 
Relator(a): MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES 
Julgamento: 18/02/2014 
Publicação: DJe 17/03/2014 
Decisão 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ART. 214, C/C OS ARTS. 224, A, 226, II, TODOS DO CÓDIGO PENAL 
(COM REDAÇÃO ANTERIOR À LEI Nº 12.015/2009). ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. 
ACÓRDÃO ABSOLUTÓRIO. PROVA EMPRESTADA. DESRESPEITO AO CONTRADITÓRIO. PALAVRA DA VÍTIMA ISOLADA 
DOS DEMAIS ELEMENTOS PROBATÓRIOS. PLEITO DE CONDENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO 
REGIMENTAL IMPROVIDO. 
I. Dispõe o art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal que será concedido habeas corpus "sempre que alguém sofrer ou 
se acharameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder", não cabendo a sua utilização como substituto de recurso ordinário, tampouco de recurso especial, nem 
como sucedâneo da revisão criminal. II. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, ao julgar, recentemente, 
os HCs 109.956/PR (DJe de 11/09/2012) e 104.045/RJ (DJe de 06/09/2012), considerou inadequado o writ, para 
substituir recurso ordinário constitucional, em habeas corpus julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, reafirmando 
que o remédio constitucional não pode ser utilizado, indistintamente, sob pena de banalizar o seu precípuo objetivo 
e desordenar a lógica recursal. III. O Superior Tribunal de Justiça também tem reforçado a 
necessidade de se cumprir as regras do sistema recursal vigente, sob pena de torná-lo inócuo e desnecessário (art. 
105, II, a, e III, da CF/88), considerando o âmbito restrito do habeas corpus, previsto constitucionalmente, no que 
diz respeito ao STJ, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, nas hipóteses do art. 105, I, c, e II, a, da Carta Magna. 
IV. Nada impede, contudo, que, na hipótese de habeas corpus substitutivo de recursos especial e ordinário ou de 
revisão criminal que não merece conhecimento, seja concedido habeas corpus, de ofício, em caso de flagrante 
ilegalidade, abuso de poder ou decisão teratológica. 
V. Hipótese em que os pacientes foram alvo de Operação deflagrada pela Polícia Federal, denominada "Negócio da 
China", dirigida ao Grupo CASA & VÍDEO, que resultou na denúncia de 14 envolvidos, como incursos nos crimes dos 
arts. 288 e 334 do Código Penal e art. 1º, V e VII, da Lei 9.613/98, em que se apura a ocorrência de negociações 
fictícias, com o objetivo de dissimular a natureza de valores provenientes da prática do delito de descaminho, 
mediante a ilusão parcial do tributo devido na importação de produtos, pela sociedade 
empresária. VI. Se as pretensões deduzidas neste writ, com relação a um dos pacientes, não foram formuladas 
perante o Tribunal de origem, no acórdão ora impugnado, inviável seu conhecimento pelo STJ, sob pena 
de indevida supressão de instância. Precedentes. VII. A intimidade e a privacidade das pessoas não constituem 
direitos absolutos, podendo sofrer restrições, quando presentes os requisitos exigidos pela Constituição (art. 5º, 
XII) e pela Lei 9.296/96: a existência de indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal, a 
impossibilidade de produção da prova por outros meios disponíveis e constituir o fato investigado infração penal 
punida com pena de reclusão, nos termos do art. 2º, I a III, da Lei 9.296/96, havendo sempre que se constatar a 
proporcionalidade entre o direito à intimidade e o interesse público. VIII. O Superior Tribunal de Justiça tem 
decidido no sentido de "ser legal, ex vi do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 9.296/96, a interceptação do fluxo de 
comunicações em sistema de informática e telemática, se for realizada em feito criminal e mediante 
autorização judicial, não havendo qualquer afronta ao art. 5º, XII, da CF" (STJ, RHC 25.268/DF, Rel. Ministro VASCO 
DELLA GIUSTINA (Desembargador Convocado do TJ/RS), SEXTA TURMA, DJe de 11/04/2012). IX. A decisão que 
determinou a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos na prática criminosa - cujos fundamentos foram 
incorporados à decisão de quebra de sigilo telemático - encontra-se devidamente fundamentada, à luz do art. 2º, I 
a III, da Lei 9.296/96, revelando a necessidade da medida cautelar, ante as provas até então coligidas, em face de 
 
 
 
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indícios razoáveis de autoria ou de participação dos acusados em infração penal (art. 2º, I, da Lei 9.296/96), para a 
apuração dos delitos de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e formação de 
quadrilha, punidos com reclusão (art. 2º, III, da Lei 9.296/96), demonstrando que a prova cabal do envolvimento 
dos investigados na alegada trama criminosa, para complementar as provas até então recolhidas, não poderia ser 
obtida por outros meios que não a interceptação telefônica, especialmente a prova do liame subjetivo entre os 
investigados, para identificação, com precisão, da atividade desenvolvida pelos alvos principais, o modus operandi 
utilizado e as pessoas a eles associadas, em intrincadoe simulado grupo de empresas nacionais e estrangeiras, 
destinado a ocultar seu verdadeiro controlador, cujas negociações revestiam-se de 
clandestinidade, valendo lembrar que, em casos análogos, é conhecida a dificuldade enfrentada pela Polícia Federal 
para desempenhar suas investigações, uma vez que se trata de suposto grupo organizado, com 
atuação internacional e dotado de poder econômico (art. 2º, II, da Lei 9.296/96). 
X. Apesar de ter sido franqueado o acesso aos autos, parte das provas obtidas a partir da interceptação telemática 
foi extraviada, ainda na Polícia, e o conteúdo dos áudios telefônicos não foi disponibilizado da forma como captado, 
havendo descontinuidade nas conversas e na sua ordem, com omissão de alguns áudios. XI. A prova produzida 
durante a interceptação não pode servir apenas aos interesses do órgão acusador, sendo imprescindível a 
preservação da sua integralidade, sem a qual se mostra inviabilizado o exercício da ampla defesa, tendo em vista a 
impossibilidade da efetiva refutação da tese acusatória, dada a perda da unidade da prova. 
XII. Mostra-se lesiva ao direito à prova, corolário da ampla defesa e do contraditório - constitucionalmente 
garantidos -, a ausência da salvaguarda da integralidade do material colhido na investigação, repercutindo no 
próprio dever de garantia da paridade de armas das partes adversas. XIII. É certo que todo o material obtido por 
meio da interceptação telefônica deve ser dirigido à autoridade judiciária, a qual, juntamente com a acusação e a 
defesa, deve selecionar tudo o que interesse à prova, descartando-se, mediante o procedimento previsto no art. 
9º, parágrafo único, da Lei 9.296/96, o que se mostrar impertinente ao objeto da interceptação, pelo que constitui 
constrangimento ilegal a seleção do material produzido nas interceptações autorizadas, realizada pela Polícia 
Judiciária, tal como ocorreu, subtraindo-se, do Juízo e das partes, o exame da pertinência das provas colhidas. 
Precedente do STF. 
XIV. Decorre da garantia da ampla defesa o direito do acusado à disponibilização da integralidade de mídia, 
contendo o inteiro teor dos áudios e diálogos interceptados.XV. Habeas corpus conhecido, quanto à paciente 
REBECA DAYLAC, por não integrar o writ originário. XVI. Habeas corpus não conhecido, por substitutivo de Recurso 
Ordinário. XVII. Ordem concedida, de ofício, para anular as provas produzidas nas interceptações telefônica e 
telemática, determinando, ao Juízo de 1º Grau, o desentranhamento integral do material colhido, bem como o 
exame da existência de prova ilícita por derivação, nos termos do art. 157, §§ 1º e 2º, do CPP, procedendo-se ao 
seu desentranhamento da Ação Penal 2006.51.01.523722-9. 
 
 
A violação/quebra da cadeira de custódia pode gerar nulidade. 
 
INTERROGATÓRIO 
(art. 185 a 196, CPP) 
 
CPP – Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade 
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado 
na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada 
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 § 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala 
própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que 
estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério 
 
 
 
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Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a 
publicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de 
ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório 
do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso 
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde 
que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes 
finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada 
suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por 
outra razão, possa fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei nº 
11.900, de 2009) 
 II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, 
quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, 
por enfermidade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei nº 
11.900, de 2009) 
 III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da 
vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por 
videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela 
Lei nº 11.900, de 2009) 
 IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído 
pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 § 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por 
videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de 
antecedência. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 § 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso 
poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de 
todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que 
tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. (Incluído pela Lei nº 
11.900, de 2009) 
 § 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá 
ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; 
se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a 
canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que 
esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do 
Fórum, e entre este e o preso. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 § 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a 
realização de atos processuais por sistema de videoconferência será 
fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como também 
pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. 
(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 § 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas 
hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma prevista 
nos §§ 1o e 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 § 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no 
que couber, à realização de outros atos processuais que dependam da 
participação de pessoa que esteja presa, como acareação, 
 
 
 
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reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou 
tomada de declarações do ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 
2009) 
 § 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o 
acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu defensor. 
(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do 
inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de 
iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não 
responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redação dada pela 
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não 
poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a 
pessoa do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei nº 10.792, 
de 1º.12.2003) 
 § 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a 
residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar 
onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso 
ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do 
processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena 
imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. (Incluído 
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 § 2o Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei 
nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 1º.12.2003)II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo 
particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem 
deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas 
esteve antes da prática da infração ou depois dela; (Incluído pela Lei 
nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se 
teve notícia desta; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 IV - as provas já apuradas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003) 
 V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por 
inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído 
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou 
qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; 
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à 
elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído 
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 
 
 
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 VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das 
partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as 
perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. 
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em 
parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada 
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos 
e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a 
infração, e quais sejam. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003) 
 Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados 
separadamente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo 
será feito pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003) 
 I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele 
responderá oralmente; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003) 
 II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as 
por escrito; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e 
do mesmo modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, 
de 1º.12.2003) 
 Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, 
intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa 
habilitada a entendê-lo. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 
1º.12.2003) 
 Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o 
interrogatório será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela 
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não 
quiser assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela 
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo 
interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das 
partes. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 
 
1. Localização 
a) Regra 
(art. 400, CPP) 
Como regra, é o último ato da audiência. 
 
 
 
 
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CPP - Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada 
no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de 
declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela 
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 
deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às 
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, 
em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 § 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o 
juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou 
protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 § 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio 
requerimento das partes. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
b) Exceções 
(nessas exceções, o interrogatório é o 1º ato) 
b.1. Lei de abuso de autoridade (Lei 4898/65), art. 22 
b.2. Lei 8038/90, art. 7º 
b.3. Lei 11.343/06, art. 57 
 
Lei 4898/65 - Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o 
interrogatório do réu, se estiver presente. 
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz 
nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos 
ulteriores termos do processo. 
 
Lei 8038/90, art. 7º - Recebida a denúncia ou a queixa, o relator 
designará dia e hora para o interrogatório, mandando citar o acusado 
ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, bem como o 
querelante ou o assistente, se for o caso. (Vide Lei nº 8.658, de 
1993) 
 
Lei 11.343/06 - Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após 
o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada 
a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e 
ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 
(vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério 
do juiz. 
 
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das 
partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as 
perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. 
 
 
O que prevalece (CPP), por ser mais benéfico ou as leis especiais e posteriores? 
b.1. Lei de abuso de autoridade (Lei 4898/65), art. 22  não há julgados. 
b.2. Lei 8038/90, art. 7º prevalece o CPP, pois é mais benéfico e posterior, Neste sentido HC 307017/PB, julgado 
em 12.05.15, Rel. Sebastião réus Junior. 
 
 
 
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b.3. Lei 11.343/06, art. 57  prevalece a lei especial, pois é posterior e especial (RHC 53539/PR, julgado 02.06.15, 
Maria Thereza). 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: HC 307017 PB 2014/0268678-7 
Relator(a): Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR 
Julgamento: 12/05/2015 
Publicação: DJe 25/05/2015 
Decisão 
1. O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça, em recentes decisões, não admitem mais a utilização 
do habeas corpus como sucedâneo do meio processual adequado, seja o recurso ou a revisão criminal, salvo em 
situações excepcionais. 
2. Apesar de se ter solidificado o entendimento no sentido da impossibilidade de utilização do habeas corpus como 
substitutivo do recurso cabível, este Superior Tribunal analisa, com a devida atenção e caso a caso, a existência de 
coação manifesta à liberdade de locomoção, não tendo sido aplicado o referido entendimento de forma irrestrita, 
de modo a prejudicar eventual vítima de coação ilegal ou abuso de poder e convalidar ofensa à liberdade 
ambulatorial. 
3. Esta Corte pacificou o entendimento segundo o qual o trancamento de ação penal pela via do habeas corpus é 
medida excepcional, cabível apenas quando demonstrada, de plano, a atipicidade da conduta, a extinção da 
punibilidade ou a manifesta ausência de provas da existência do crime e de indícios de autoria. 
4. Evidenciado que o Tribunal estadual não se manifestou sobre a alegada nulidade decorrente de a investigação 
que ensejou a ação penal ter sido realizada por autoridade absolutamente incompetente, o conhecimento 
originário do tema por este Superior Tribunal configuraria indevida supressão de instância. Ademais, conforme vem 
decidindo esta Corte, não se vislumbra ilegalidade na instauração da ação penal consubstanciada em inquérito civil 
presidido por promotor de justiça, ainda que a autoridade investigada detenha foro especial por prerrogativade 
função, desde que este seja respeitado, no momento da propositura da ação penal, pela autoridade com atribuições 
para tanto. Precedentes. 
5. Inviável o acolhimento do pleito de trancamento da ação penal, baseado na alegação de ausência de justa causa, 
decorrente da existência de comissão de licitação e parecer técnico favorável, quando narrado na inicial acusatória 
que os corréus, membros da comissão permanente de licitação, forjaram o procedimento licitatório, de comum 
acordo com o Procurador do município, que, além de emitir parecer jurídico assegurando a legalidade da fraude, 
instruiu os corréus a prestarem depoimento na promotoria. Se o paciente tinha ou não conhecimento da fraude 
perpetrada pelos corréus, é questão que deverá ser apurada no decorrer da instrução criminal. 
6. Este Superior Tribunal, na linha do entendimento firmado no Supremo Tribunal Federal, tem reiteradamente 
decidido que a previsão de interrogatório do réu como último ato da instrução deve ser aplicada também às ações 
penais originárias, por ser mais favorável ao acusado, inobstante a previsão contida no art. 7º da Lei n. 8.038/1990. 
7. Existindo corréus em situação fático-processual idêntica e não tendo a presente decisão se vinculado a 
circunstâncias de caráter exclusivamente pessoal, devem ser estendidos seus efeitos, apenas neste ponto, nos 
termos do art. 580 do Código de Processo Penal. 8. Embora não se evidencie desídia do Judiciário na condução da 
ação penal, verifica-se que o afastamento do paciente do cargo de prefeito municipal, que já perdura por lapso 
superior a 1 ano e 5 meses, extrapola os limites da razoabilidade, mostrando-se imperioso o afastamento da medida 
cautelar em questão, sob pena de cassação indireta do mandato, uma vez que não há previsão para o término da 
instrução criminal. 9. Writ não conhecido. Ordem de habeas corpus concedida de ofício, para assegurar a todos os 
acusados da ação penal o direito de serem novamente interrogados ao final da instrução criminal, bem como para 
restabelecer o paciente no cargo de prefeito municipal, devendo ser afastada a medida cautelar prevista no art. 
319, VI, do Código de Processo Penal. 
 
 
 
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EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: RHC 53539 PR 2014/0297689-1 
Relator(a): Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 
Julgamento: 02/06/2015 
Publicação: DJe 10/06/2015 
Decisão 
1. Não há falar em ilegalidade no trâmite procedimental pois, ao contrário do que ocorre no procedimento comum 
(ordinário, sumário e sumaríssimo), no especial rito da Lei n.º 11.343/2006, o interrogatório é realizado no limiar 
da audiência de instrução e julgamento. 
2. Recurso a que se nega provimento. 
 
2. Local do interrogatório 
a) Solto 
Se o réu estiver solto, ele é interrogado em juízo, art. 792, CPP. 
 
CPP - Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em 
regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com 
assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir 
de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados. 
 
 § 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato 
processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo 
de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, 
poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, 
determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o 
número de pessoas que possam estar presentes. 
 
 § 2o As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso de 
necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em outra 
casa por ele especialmente designada. 
 
Se estiver impossibilidade de ir até o fórum, será interrogado por: 
- carta rogatória ou carta precatória; 
-Lugar em que se encontra. 
b) Preso 
- fórum 
- presídio 
- videoconferência. 
 
Obs. quanto à videoconferência: art. 185 parágrafo 2º, CPP 
 é rol taxativo 
só para o preso, 
partes devem ser intimadas com 10 dias de antecedência. 
 
Saber de cor! 
 
 
 
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CPP - Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade 
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado 
na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada 
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de 
ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório 
do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso 
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde 
que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes 
finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada 
suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por 
outra razão, possa fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei nº 
11.900, de 2009) 
 II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, 
quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, 
por enfermidade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei nº 
11.900, de 2009) 
 
 III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da 
vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por 
videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela 
Lei nº 11.900, de 2009) 
 
 IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído 
pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 
3. Ato do interrogatório 
(art. 185 e seguintes) 
- entrevista reservada com o advogado 
- qualificação; 
- direito ao silêncio 
- interrogatório sobre a pessoa do réu 
- interrogatório sobre os fatos; 
- esclarecimentos das partes 
Quando ocorre essa entrevista reservada com o advogado? Professor entende que deveria ser a qualquer 
momento. Contudo, STJ defende que a entrevista reservada com o advogado é no início da audiência e não durante 
a audiência (RHC 47098/MG, Leopoldo de Arruda Raposo, julgado em 09.06.15)  adotar posicionamento do STJ! 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: RHC 47098 MG 2014/0086699-8 
Relator(a): Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE) 
Julgamento: 12/06/2015 
Publicação: DJ 16/06/2015 
Decisão 
 
 
 
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Conforme requerido, e nos moldes do art. 34, inciso IX, do Regimento Interno deste Tribunal, homologa-se o pedido 
de desistência formulado pelo impetrante a fls. 789. Publique-se e intimem-se. Após, arquivem-se os autos. Brasília 
(DF), 12 de junho de 2015. MINISTRO LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE) 
Relator. 
 
O acusado pode mentir a qualificação? Não! O acusado não pode mentir na qualificação (súmula 522 STJ). 
 
Súmula 522 do STJ 
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é 
típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. 
 
O advogado e promotor não perguntam diretamente ao acusado, salvo no plenário do júri. 
O advogado do réu pode fazer reperguntas para o outro? 
Para a jurisprudência, o advogado de um dos co-réus podem fazer reperguntas para o outro. (RHC 54650/RJ, julgado 
em 05.05.15, Felix Fischer) 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: RHC 54650 / RJ 
Relator(a): Ministro FELIX FISCHER (1109) 
Julgamento: 05/05/2015 
Publicação: DJe 15/05/2015 
Decisão 
I - Consoante o princípio pas de nullité sans grief, evidenciado no art. 563 do CPP ("nenhum ato será declarado 
nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa"), não há que se falar em declaração 
de nulidade de ato processual, se dele não resultou qualquer prejuízo concreto para a defesa do recorrente. II - A 
jurisprudência desta eg. Corte Superior de Justiça adverte que é direito do corréu ser representado no 
interrogatório dos outrosacusados como forma de oportunizar a produção de prova que entender pertinente. "No 
entanto, conquanto se confira ao acusado a prerrogativa de participar do interrogatório do corréu e de formular as 
perguntas consideradas pertinentes, o certo é que a sua presença no referido ato é facultativa, motivo pelo qual a 
sua ausência, bem como a de seu patrono, assim como a falta de nomeação de advogado dativo não são causas de 
nulidade da ação penal" (HC 243.126/GO, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 11/12/2014). III - Na 
hipótese dos autos, observou-se o direito de participação do Advogado do recorrente no interrogatório da corré. 
Na espécie, consignou-se, inclusive, que foi dado prosseguimento ao ato "com a presença dos demais advogados 
mesmo com a alegação de que não foram intimados previamente ficando, claro, portanto, que a permanência nesta 
audiência, ainda que não tenha sido intimados previamente representa uma renúncia tácita ao próprio 
requerimento de intimação prévia, pois ainda que não venham a realizar nenhuma pergunta, seja por razoes de 
não a possuir, seja por razão de não quererem ter participação mais ativa, representa em última análise, que 
aderiram ao ato, sanando eventual irregularidade que possa vir a ser considerada pela ausência prévia de 
intimação, conclusão essa que foi exaustivamente esclarecida aos causídicos, inclusive, convidando-os para que 
deixassem o recinto, não tendo aquiescido optando por permanecer, representando os constituintes neste ato" 
(fls.175-176, e-STJ). Recurso ordinário desprovido. 
 
 
 
Próximo encontro: terminaremos prova (veremos prova testemunhal).

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