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CELIANE ALVES DA SILVA AGROINDUSTRIA ALIMENTOS 2

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ CAMPUS COCAL
DISCIPLINA: AGROINDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL
PROFESSOR: FLÁVIO CRESPO
	
TEMA: CANA-DE-AÇÚCAR
CELIANE ALVES DA SILVA
COCAL - PI 
JUNHO DE 2017
A cana de açúcar é originária das regiões tropicais do Sul e do Sudeste da Ásia. Diferentes espécies provavelmente tiveram a origem em locais diferentes, sendo a Saccharum barberi originária da Índia e a S. officinarum na Nova Guiné. Teoriza-se que a cana foi domesticada pela primeira vez como uma cultura agrícola na Nova Guiné, cerca de 6000 a.C. Novos agricultores guineenses e outros cultivadores primitivos de cana mastigavam a planta pelo seu suco doce. Os primeiros agricultores no sudeste da Ásia e em outros lugares também podem ter fervido o suco, transformando-o em uma massa viscosa para facilitar o transporte, mas a primeira produção conhecida de açúcar cristalino começou no norte da Índia. A data exata da primeira produção de açúcar de cana não é bem clara. Os primeiros indícios de produção de açúcar vem de antigos textos em sânscrito e pali.
Por volta do século VIII, os comerciantes árabes introduziram o açúcar do Sul da Ásia em outras partes do Califado Abássida no Mediterrâneo, Mesopotâmia, Egito, África do Norte e Andaluzia. Até o século X, as fontes afirmam que não havia nenhuma aldeia na Mesopotâmia em que não crescia cana. Foi entre as primeiras culturas trazidas para a América pelos espanhóis, e principalmente de seus campos nas Ilhas Canárias, e pelos portugueses, de seus campos na Madeira. Cristóvão Colombo foi o primeiro a trazer a cana para o Caribe durante a sua segunda viagem para a América; e inicialmente para a ilha de Hispaniola que hoje é Haiti e República Dominicana. Nos tempos coloniais, o açúcar formou um dos lados do Comércio Triangular de matérias-primas do Novo Mundo, juntamente com os produtos manufaturados europeus e os escravos africanos. O açúcar muitas vezes na forma de melaço era enviado do Caribe para a Europa ou Nova Inglaterra, onde ele era usado para fazer rum. Os lucros da venda do açúcar eram então usados ​​para comprar os bens manufaturados, que então eram enviados para a África Ocidental, onde eram trocados por escravos, que por sua vez eram então trazidos de volta para o Caribe, onde seriam vendidos para os senhores de engenho. Os lucros da venda dos escravos eram então usados ​​para comprar mais açúcar, que era enviado para a Europa, alimentando o ciclo.
A Plantação de cana-de-açúcar na República de Maurício, No Império Britânico, os escravos foram libertados depois de 1833 e muitos deixariam de trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar quando quiseram. Os proprietários britânicos de plantações de cana-de-açúcar, portanto, passaram a precisar de novos trabalhadores e encontraram mão-de-obra barata na China, Portugal e Índia. As pessoas eram sujeitas a escritura, uma forma de longo contrato que os ligava ao trabalho forçado por um período fixo; além do termo de servidão, isto se assemelhava a escravidão. Os primeiros navios de transporte de trabalhadores contratados da Índia partiu em 1836. As migrações para cultivar as plantações de cana levaram a um número significativo de indianos, chineses e asiáticos em geral para várias partes do mundo. Em algumas ilhas e países, os migrantes do sul da Ásia agora constituem entre 10% a 50% da população. Os canaviais e grupos étnicos asiáticos continuam a prosperar em países como Fiji, Natal, Burma, Sri Lanka, Malásia, Guiana, Jamaica, Trinidad, Martinica, Guiana Francesa, Guadalupe, Granada, Santa Lúcia, São Vicente, São Cristóvão, Saint Croix, Suriname, Nevis e Ilhas Maurício.
A palavra cachaça é de origem polêmica. Algumas versões dadas por pesquisadores: Do castelhano CACHAZA, vinho que era feito de borra de uva; Da aguardente, que era usada para amaciar a carne de porco (CACHAÇO); Da grapa azeda, tomada pelos escravos e chamada por eles de cagaça. A cachaça é genuinamente nacional. Sua história remonta ao tempo da escravidão quando os escravos trabalhavam na produção do açúcar da cana de açúcar. O método já era conhecido e consistia em se moer a cana, ferver o caldo obtido e, em seguida deixá-lo esfriar em fôrmas, obtendo a rapadura, com a qual adoçavam as bebidas. Ocorre que, por vezes, o caldo desandava e fermentava, dando origem a um produto que se denominava cagaça e era jogado fora, pois não prestava para adoçar. Alguns escravos tomavam esta beberagem e, com isso, trabalhavam mais entusiasmados.
Os senhores de engenho por vezes estimulavam aos seus escravos, mas a corte portuguesa, vendo nisto uma forma de rebelião, proibia que a referida bebida fosse dada aos negros, temendo um levante. Com o tempo esta bebida foi aperfeiçoada, passando a ser filtrada e depois destilada, sendo muito apreciada em épocas de frio. O processo de fermentação com o fubá de milho remonta aos primórdios do nascimento da cachaça e permanece até hoje com a maior parte dos produtores artesanais. Existem atualmente pesquisas de fermentação com diversos produtos denominados enzimas que, aos poucos, estão substituindo o processo antigo. A cachaça sempre viveu na clandestinidade, sendo consumida principalmente por pessoas de baixa renda e, por isto, sua imagem ficou associada a produto de má qualidade. Mas atualmente ela ascendeu a níveis nunca antes sonhados e hoje é uma bebida respeitada e apreciada mundialmente, já tendo conquistado a preferência de pessoas de alta classe e sendo servida em encontros políticos internacionais e eventos de toda a espécie pelo mundo afora.
A Rapadura é um doce de origem açoriana ou canária em forma de pequenos tijolos, com sabor e composição semelhantes ao açúcar mascavo. Fabricada em pequenos engenhos de açúcar, surgiu no século XVI como a solução para transporte de açúcar em pequenas quantidades para uso o individual. Como o açúcar granulado umedecia e melava facilmente, os tijolos de rapadura eram facilmente acomodados em sacolas de viajantes, resistindo durante meses a mudanças atmosféricas.
A rapadura é feita a partir da cana-de-açúcar após a moagem, e fervura do caldo, moldagem e secagem. É considerado um alimento com maior valor nutritivo que o açúcar refinado pois, enquanto este é quase exclusivamente sacarose a rapadura possui outras substâncias nutritivas em sua composição. O nome rapadura, uma variação de "raspadura" originada do verbo raspar, originou-se da raspagem das camadas espessas de açúcar presas às paredes dos tachos utilizados para a fabricação do mesmo.
É típica do nordeste do Brasil e de diversas outras regiões da América Latina, onde recebe diferentes nomes como: panela (Colômbia, Venezuela, México, Equador e Guatemala), piloncillo (México), papelón (Venezuela e Colômbia), chancaca (Bolívia, Peru e Chile), empanizao (Bolívia) ou tapa de dulce (Costa Rica). O nome rapadura (ou a variação raspadura) é utilizado também na Argentina, na Guatemala e no Panamá e seu uso também é disseminado na Índia. Na América Latina, a Colômbia é o primeiro produtor, com 1 milhão de toneladas anual e o segundo mundial depois da Índia. A região nordeste é a maior produtora de rapadura do Brasil, onde o Ceará aparece como maior produtor.
Após o corte da cana-de-açúcar, que deve ser feito sem a queima da cana, esta é transportada até o engenho onde deverá ser moída. O caldo de cana resultante da moagem é levado para a decantação, com o intuito de separar as impurezas, nessa etapa o risco da fermentação do caldo pode prejudicar a aparência do produto. A concentração até se atingir o ponto para o batimento se dá por meio da fervura do caldo, o que pode acontecer em um mesmo tacho ou em até cinco tachos como nos engenhos mais modernos, o que ajuda a ter um controle da temperatura para a concentração do caldo. Depois que o caldo se torna melado ele é batido para obter uma maior consistência e ser colocado em formas no formato tradicional de paralelepípedo. Depois que a rapadura já endureceu, esfriou eganhou a sua forma, pode ser retirada das formas. Após o batimento, o caldo concentrado é moldado em formas de 500 gramas ou um quilo ou tabletes de 20 a 25 gramas. Após o resfriamento, ocorre o desenformamento e, por fim, o embalamento da rapadura.

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