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NUTRIÇÃO NO 2° ANO DE VIDA

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Alimentação no
2° ano de vida
 
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Existem divergências sobre a hora certa de se introduzir novos alimentos – todos concordam porém, que não deve ser recomendada antes de 4 meses e nem após os 6 meses. No Brasil recomenda-se introduzir novos alimentos aos 6 meses para crianças que mamam exclusivamente no peito. Alguns casos podem necessitar antes deste período, devendo cada caso ser avaliado isoladamente (MS,2000).
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Situações onde há necessidade de antecipar a introdução de novos alimentos como:
 Baixo peso ao nascer ou prematuridade: poucas reservas, necessidade de suplementação de ferro após o 3º mês
 Evolução insatisfatória do crescimento e desenvolvimento
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Cuidados Básicos na Introdução de Novos Alimentos 
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Introdução deve ser gradual e variada – um por vez, com intervalos de 3 a 4 dias entre eles para observar possíveis reações de hipersensibilidade
Alimentos devem ser de fácil mastigação, deglutição e digestão
Freqüência e horário –  freqüência gradativamente para que aos 9 meses as calorias vindas dos semi-sólidos sejam 40 a 50 % dos requerimentos energéticos e aos 12 meses de 50 a 60 % 
 
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Cuidados higiênicos – lembrar que muitas são as fontes de contaminação como: manipulador, água contaminada, fezes humanas e de animais, alimentos contaminados, ambiente contaminado, moscas, pragas e animais.      
Evitar preparações de dias anteriores, no máximo 24 horas em refrigeração.
Administração dos alimentos – posição e ambiente confortáveis
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Os materiais e utensílios – tamanho e formatos apropriados 
 Atenção especial aos alimentos de alto valor calórico e ricos em ferro, zinco e vitamina A 
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Introdução de Alimentos
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TUBERCULOS:
1° alimento
Fonte energética barata e de fácil acesso
Ricos em amido
CEREAIS: 
Evitar os integrais - (fitatos e fibras)  digestibilidade da ptn e disponibilidade ferro
Evitar os que contem glúten
Utilizar farinhas de cereais
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LEGUMINOSAS
Fonte de ferro e ptn (substitui carne)
Usar polpa amassada e sem casca até 1 ano
Casca possui fatores antinutricionais
 Usar todos os feijões
CARNES
Proteína de AVB
Ferro: fígado: uso semanal
Carnes de boi magra e aves  alergênicas e gordurosas
Evitar no 1° ano: peixes e porco
Carnes cozidas (moída, picada, desfiada)
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OVOS
Ferro  disponibilidade
 
Conoalbumina na clara e fosfitina na gema se unem ao ferro 
Introduzir a gema partir do 5° ao 8° mês e a clara após o 1° ano
HORTALIÇAS
Fonte de vitamina e minerais
Beterraba, rabanete e espinafre – não usar antes dos 6 meses (nitrato)
Tomate  alergênico risco contaminação por agrotôxicos
Oxalato – depressor ferro e competidor do cálcio
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FRUTAS E VERDURAS
Fonte de vitaminas e minerais
Contem substâncias que melhoram absorção ferro 
(ácido cítrico, málico e tartárico)
Sucos papas e raspadas até 12 meses
Preparar na hora de oferecer
Oferecer nos intervalos das refeições de sal ou complementar
Observar funcionamento intestinal 
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GORDURAS
Principal fonte de energia
Essenciais no desenvolvimento cerebral – componente das membranas celulares
Vitaminas lipossolúveis
Usar óleos vegetais
Evitar gorduras saturadas 
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SAL
Controlar o uso – limitada capacidade de concentração renal
Evitar hábitos alimentares inadequados
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Alimentos a Serem Evitados
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Difícil mastigação e digestão: alimentos crús, frituras, lingüiça, milho, feijão com casca 
Oferecem riscos de engasgo e asfixia: batata frita, frutas com semente, pipoca, torradas
 
Potencialmente alergênicos: leite de vaca fresco, clara de ovo, tomate, mariscos, amendoim, farinha de trigo, carne de porco e chocolate ( teobromina – interfere na absorção dos minerais)
Oferecem maior risco de contaminação: embutidos e mel (clostridium botulinum – botulismo)
 
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Alimentos ricos em fibras e taninos: farinhas integrais, farelo de trigo e aveia e cereais integrais – interferem na absorção do ferro
Açúcares e doces: aumenta a densidade calórica 
Calorias vazias
Formação de hábitos alimentares inadequados.
Cáries dentárias
Contaminados por agrotóxicos: morango, tomate
Sucos artificiais: só oferecem açúcar, essências e corantes artificiais
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Refrigerantes: 
Não nutritivos – hábitos alimentares errogenos
Polifenóis – interferem na absorção do ferro
Contém nitrato: (industrializados ou naturais): presunto, embutidos em geral, espinafre, beterraba e rabanete – com a baixa acidez no estômago, os nitratos se transformam em nitritos pela ação das bactérias intestinais - quando absorvido agem sobre a hemoglobina, causando oxidação do ferro, formando metahemoglobina – compromete o transporte do oxigênio no organismo podendo levar a hipoxemia – coma e morte
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Contém aditivo: alimentos industrializados (conservantes, estabilizantes, corantes, espessantes) podem causar reações alérgicas, reações tóxicas (rins, fígado, sangue, cadeias enzimáticas, SNC, orgãos digestivos) efeitos cancerígenos
Enlatados: contaminação por chumbo – intoxicação aguda ou efeito cumulativo, podendo causar tumores malígnos
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FRACIONAMENTO DAS REFEIÇÕES: 
A OMS e o MS/Brasil recomendam:
 3 refeições\dia - amamentados ao seio 
 5 refeições\dia - não recebem leite materno
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No segundo ano de vida a criança torna-se mais independente, tem mais condições de se comunicar, além de já possuir diversos dentes e apresentar sistemas metabólicos e digestivos funcionando com capacidade igual ou semelhante ao adulto 
(Gaglianone, 2003)
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É o período decisivo para formação dos hábitos alimentares
LM- fonte de nutrientes e água, enzimas digestivas, hormônios e fatores de crescimento - regeneração da função intestinal afetada e na para recuperação nutricional da criança
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Atitudes que Favorecem a Formação de Bons Hábitos Alimentares:
Oferecer alimentação para criança em ambiente calmo e tranqüilo
Colocar a criança sentada de forma que o tronco fique reto
Sentar-se de frente para ela demonstrando interesse
Colocar sempre um talher a sua disposição
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Despertar o interesse e atenção pela alimentação
Entender a rejeição inicial, proporcionar novas oportunidades e não forçar a criança a comer
Permitir que ela explore o alimento, sua textura, cheiro e paladar
Ignorar suas falhas
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Deixar que ela regule o ritmo com o que quer ser alimentada
Conversar de forma calma e encorajadora, deixando a criança executar algumas ações
Ampliar a experiência da criança quanto a variedade e forma de apresentação dos alimentos
Ser paciente com a criança em suas tentativas de se alimentar por conta própria
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Oferecer porções menores - criança se sente bem consumindo toda quantidade estabelecida pelos pais e ter sua aprovação, caso a quantidade seja insuficiente ela manifestará desejo pela repetição
Manter o ambiente calmo e assegurar a cooperação de toda família. 
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A aceitabilidade de novos alimentos é influenciada por vários fatores, entre eles o número de vezes a que a criança foi exposta ao alimento, tipo de aleitamento - sendo que o leite materno facilita a aceitação, uma vez que a variação da dieta materna provoca mudanças sensoriais no leite
(Sullivan e Birch, 2014)
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É comum a aceitação de certos alimentos após rejeição nas primeiras tentativas, é o processo natural da criança em conhecer novos sabores e texturas, e da própria evolução da maturação dos reflexos da criança que é gradativa e depende de aprendizagem 
(Euclydes, 2000)
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A aceitabilidade de novos alimentos é influenciada por vários fatores:
Número de vezes a que a criança foi exposta ao alimento 
Tipo de aleitamento - sendo que o leite materno facilita a aceitação, uma vez que a variação da dieta materna provoca mudanças sensoriais no leite
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Práticas que facilitam aaceitação de novos alimentos: 
Interação da mesma no momento da alimentação, em contraste com uma apresentação passiva do alimento
Seleção de alimentos que sejam apropriados à capacidade motora da criança 
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Garantia de um ambiente tranqüilo e sem distrações no momento da refeição
Intervalos entre as refeições para que a criança sinta fome 
(Pelto, 2000)
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Em estudo que avaliou a alimentação no desmame em quatro capitais brasileiras (São Luís, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo), foi demonstrado que predominam nas dietas de desmame os mingaus feitos com leite artificial, amido e açúcar, sendo que os alimentos da família são pouco utilizados nas dietas de transição 	fator responsavel pelas deficiências quantitativas e qualitativas nas dietas 
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No segundo ano de vida a deficiência quantitativa associou-se ao reduzido número de refeições e à baixa densidade energética dos mingaus e papas
A adicão de água a preparações pastosas com o intuito de se obter uma preparação menos viscosa - facilitar a deglutição dos alimentos e diminuir o tempo gasto com a alimentação porém a preparação mais viscosa oferece maior ingestão energética, principalmente se houver adição de uma fonte de gordura nesta preparação
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A refeição de sal deve conter um: cereal (arroz, milho, trigo) ou tubérculo (batata, inhame, mandioca), uma fonte protéica, que pode ser carne ou leguminosa, e ainda, uma ou duas hortaliças (verduras e legumes)
A gordura utilizada no preparo da papa colabora com a complementação do valor energético do leite materno, e as frutas oferecidas em refeições intermediárias complementam algumas vitaminas e minerais (Euclydes, 2000)
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É importante que a criança acostume-se a comer alimentos variados, evitando a monotonia da dieta.
Os alimentos não devem ser apresentados misturados uns aos outros, pois é fundamental que a criança identifique o sabor, a cor e a textura de cada um deles 
(Ministério da Saúde, 2002)

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