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O Funcionalismo

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Prévia do material em texto

1 
 
MÓDULO: TEORIAS DE LÍNGUA E SEGUNDA LÍNGUA 
 
Agenda 
Aula Descrição 
4. Funcionalismo 
 
Nesta aula, você irá identificar os princípios 
básicos do Funcionalismo na Linguística, 
comparar e contrastar o Funcionalismo e o 
Formalismo e identificar temas relevantes da 
teoria funcionalista. 
Esta aula está dividida em três tópicos e você 
será avaliado por meio de um fórum e uma 
atividade de portfolio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Tópico 1: Princípios básicos do funcionalismo 
Caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) ao tópico 1 da aula 4 do Módulo Teorias de Língua e 
Segunda Língua. São objetivos deste tópico reconhecer os princípios gerais do Funcionalismo 
para o estudo da linguagem. 
 
Os objetivos específicos deste tópico são os de relacionar a teoria funcionalista à pragmática e 
conceituar o termo função. 
 
Tenha uma boa aprendizagem! 
 
 
Reflexão: “outras ciências trabalham com objetos dados previamente 
e que se podem considerar, em seguida, de vários pontos de vista; em 
nosso campo nada de semelhante ocorre. (...) Bem longe de dizer que 
o objeto precede o ponto de vista, (...) é o ponto de vista que cria o 
objeto” (Saussure, 1995, p. 15). 
 
Vimos até agora que o objeto de estudos da Linguística é a língua. Mas o que é língua? 
Em nosso curso, você já pode perceber que não há uma resposta única que sozinha dê conta 
do fenômeno da “linguagem”, ou da “língua”. Até mesmo o conceito “fenômeno” é fluído. O 
que se estuda então? 
A resposta de Saussure, conforme a citação acima, seria que: em estudos da linguagem, o que 
estudamos depende do nosso ponto de vista, da maneira como olhamos e entendemos o que 
é “língua” e “linguagem”. 
Vamos então saber o ponto de vista funcionalista? As correntes funcionalistas de estudo da 
linguagem têm os seguintes princípios gerais: 
1. A linguagem é entendida como um instrumento de comunicação e de interação social; 
2. Para a delimitação do objeto de estudos parte-se do uso real e, assim, não se admite 
separações entre o sistema e o uso (ou fala e língua, ou competência e desempenho); 
3. O fenômeno linguístico é sempre explicado com base nas relações que, no contexto sócio-
interacional, se estabelecem entre falante, ouvinte e a pressuposta informação sobre a 
situação interacional de ambos, ou seja, a informação pragmática. 
 
E o que é a interação verbal? 
Segundo Dik (1989) a interação verbal é uma forma de atividade cooperativa e estruturada em 
torno de regras sociais, normas ou convenções. As regras propriamente lingüísticas devem ser 
consideradas instrumentais em relação aos objetivos comunicativos da interação verbal. Desse 
3 
 
modo, o compromisso principal do enfoque funcionalista é descrever a linguagem não como 
um fim em si mesmo, mas como um requisito pragmático da interação verbal (Pezatti, 2005, 
p.168). 
Reconhecemos o Funcionalismo por duas propostas bastante divulgadas e que, de certa forma, 
já pertencem a um domínio comum dos estudiosos da linguagem. Estas propostas têm base 
em Karl Bühler1 e em Jakobson2. Vamos relembrá-las? 
 
 
 Karl Bühler Roman Jakobson 
 
*Karl Bühler: A proposta de Karl Bühler é bastante conhecida no contexto escolar através da 
leitura de Mattoso Câmara (1959, apud Moura-Neves, 1994, p. 110). O autor indica três 
funções da linguagem que são hierarquicamente organizadas nos enunciados: a função de 
representação, a de exteriorização e a de apelo. Em cada evento comunicativo podemos 
reconhecer três elementos: uma pessoa informa outra pessoa de algo e é nessa atividade 
comunicativa que se manifestam as três funções, que não se excluem. Ao contrário disso, as 
funções coexistem no mesmo evento de comunicação. 
*Roman Jakobson: A proposta de Roman Jakobson expande as três funções propostas por Karl 
Bühler, para seis funções da linguagem, cada uma delas mais diretamente ligada a um dos 
fatores que interagem no evento de comunicação: são elas a função referencial (relacionada 
ao contexto), a função emotiva (relacionada ao remetente), a função conativa (relacionada ao 
destinatário), a função fática (relacionada ao contato), a função metalinguística (relacionada 
ao código) e a função poética (relacionada à mensagem). 
Agora, é importante que você entenda bem os conceitos de Sintaxe, Semântica e Pragmática. 
Estes termos nos acompanharão daqui por diante! 
Acesse os links indicados abaixo e leia sobre eles! 
 
 
1
 Hiperlink para: http://en.wikipedia.org/wiki/Karl_B%C3%BChler 
2
 Hiperlink para: http://en.wikipedia.org/wiki/Roman_Jakobson 
4 
 
 
 
Hiperlink em Sintaxe para: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sintaxe (em português) 
http://en.wikipedia.org/wiki/Syntax (em inglês) 
 
Hiperlink em Semântica para: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sem%C3%A2ntica (em português) 
http://en.wikipedia.org/wiki/Semantics (em inglês) 
 
Hiperlink em Pragmática para: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pragm%C3%A1tica (em português) 
http://en.wikipedia.org/wiki/Pragmatics (em inglês) 
 
 
As relações funcionais se distribuem, de acordo com Pezatti (2005), por três níveis: o das 
funções semânticas, o das funções sintáticas e o das funções pragmáticas. No nível de funções 
semânticas, devemos levar em conta os papéis que os referentes exercem dentro do “estado 
de coisas” designado pela predicação em que ocorrem, tais como agente, meta, recipiente etc. 
No nível de funções sintáticas, leva-se em consideração a apresentação do estado de coisas na 
expressão linguística, como sujeito, objeto etc. Finalmente, no nível de funções pragmáticas, 
considera-se o estatuto informacional dos constituintes dentro do contexto comunicacional, 
como foco, tópico, processamento da informação. 
A gramática funcional se inclui numa teoria pragmática da linguagem, entendendo que a 
interação verbal é o objeto de análise, e que uma de suas tarefas é revelar as propriedades das 
expressões linguísticas em relação à descrição das regras que regem a interação verbal. Dessa 
maneira, a pragmática apresenta maior peso na teoria, uma vez que uma gramática funcional 
deve ser sempre entendida como uma teoria integrada que se constrói a partir de um modelo 
de usuário da língua natural. As capacidades humanas que são levadas em consideração são: 
linguística, epistêmica, lógica, perceptual e social. 
Sobre a análise linguística ancorada na convenção social, a perspectiva funcional envolve dois 
tipos de sistema de regras: 
- as regras que governam a constituição das expressões lingüísticas, que são as regras 
semânticas, sintáticas, morfológicas e fonológicas. 
Pragmática
Semântica
Sintaxe
5 
 
- as regras que governam os padrões de interação verbal em que essas expressões linguísticas 
são usadas, que são as regras pragmáticas. 
 
 
Parada Obrigatória : Para saber sobre o conceito de função, clique aqui
3
. 
 
 
Tendo definido os princípios básicos do Funcionalismo para o estudo da Linguagem, vamos 
agora sistematizar o conhecimento? A seguir leia as instruções para o fórum de discussão 
desta aula e bom trabalho! 
 
 
Fórum 4: 
 
A partir das leituras realizadas e suas próprias reflexões, explique o 
que pode ser entendido por “língua” e “linguagem” do ponto de vista 
Funcionalista. 
 
Exemplifique os seus argumentos com informações dos textos lidos e 
os conceitos de sintaxe, semântica e pragmática, e não se esqueça de 
comentar as colocações de seus colegas! 
 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
HALLIDAY, M.A.K. An Introduction to FunctionalGrammar. London: Arnold, 
2004. 
MOURA-NEVES, M.H. Uma visão geral da gramática funcional. In: Alfa. São 
Paulo, 38: 109-127, 1994. 
PEZATTI, E. G. O funcionalismo em linguística. In: MUSSALIM, F. BENTES, A.C. 
Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Editora 
Cortez, 2005 (p. 165-218). 
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 1995. 
 
3
 Inserir hiperlink com texto: O conceito de função.doc (anexo XX) 
6 
 
 
 
 
Leia também: 
 
Sobre Funcionalismo e Formalismo na Linguística (por Alzenir Rabelo 
Mendes) 
http://www.usinadeletras.com.br/ 
exibelotexto.php?cod=43783&cat=Artigos&vinda=S 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Tópico 2: A relação formalismo e funcionalismo 
Caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) ao tópico 2 da aula 4 do Módulo Teorias de Língua e 
Segunda Língua. São objetivos deste tópico comparar e contrastar o Funcionalismo e o 
Formalismo. 
 
Os objetivos específicos deste tópico são os de identificar diferentes correntes funcionalistas e 
confrontar os princípios básicos do Formalismo e do Funcionalismo nos estudos da linguagem. 
 
Tenha uma boa aprendizagem! 
 
 
Reflexão: “A experiência científica é um método de progresso 
literalmente ilimitado. De sorte que o homem passou a tudo ver em 
função dessa mobilidade. Tudo que ele faz é simples ensaio. Amanhã 
será diferente. Ele ganhou o hábito de mudar, de transformar-se, de 
progredir, como se diz. E essa mudança e esse progresso o homem 
moderno os sente: é ele que os faz.” (Teixeira, 1975, p. 28 e 29). 
 
Para iniciarmos nossa reflexão neste tópico, propomos uma retomada dos princípios básicos 
da teoria saussuriana e chomskyana. Tanto Saussure quanto Chomsky foram adeptos 
irrestritos a uma idealização do que pode ser o sistema linguístico: Saussure se interessa pela 
língua e Chomsky se interessa pela competência, mas ambos com foco no aspecto formal do 
que definem por língua ou competência. Cada um a sua maneira, ambos não considerava as 
condições de uso da língua, ou seja, a fala ou o desempenho, para os estudos da linguagem. 
Porque focalizavam o aspecto formal nos estudos da linguagem, são ambos considerados 
formalistas. 
Muitos linguistas já foram e muitos continuam sendo declaradamente formalistas. Mas há 
aqueles linguistas que reagem ao formalismo. A reação ao formalismo é provocada, 
principalmente, pela desconsideração de questões discursivas, de uso da linguagem, o que 
desencadeou no surgimento de várias tendências, como a Sociolinguística, a Linguística 
Textual, a Análise do Discurso, a Análise da Conversação, e o Funcionalismo está entre elas. 
Porém, o Funcionalismo, como você já estudou, não é recente: ostenta uma história quase tão 
longa quanto a do paradigma formal. 
Whitney Já em 1897, Whitney (apud Pezatti, 2005) dizia que o estudo da 
linguagem deve pressupor certas instrumentalidades mediante as quais o 
ser humano de forma consciente e intencional representa seus 
pensamentos com a finalidade principal de torná-los conhecidos por 
outros, ou seja, a função principal da linguagem, segundo Whitney, é a 
comunicação. 
Jakobson Também encontramos o funcionalismo na escola de Praga, em que Roman 
Jakobson propunha a noção de função da linguagem que, por sua vez, leva 
em conta os participantes da interação, como a função emotiva, a conativa 
8 
 
e a fática, e fatores da comunicação como a mensagem, na função poética, 
e o próprio código, na função metalinguística. 
Correntes mais 
recentes 
Há também uma visão funcionalista na tradição americada de Sapir (1921-
1949) e a tagmêmica de Pike (1967), o trabalho etnográfico de Hymes, 
introduzindo a noção de competência comunicativa, e na Inglaterra há 
Firth e Halliday. Também com orientação funcionalista há a tradição 
filosófica de Austin e Searle que conduziu a teoria dos atos de fala na 
Pragmática. Na Califórnia há Givon e Chafe, em New York há uma corrente 
funcionalista denominada gramática do papel e da referência de Van Valin, 
e, em Berkeley, há uma tendência funcional-cognitiva com Lakoff. 
 
Enfim, o termo “funcional” tem sido vinculado a uma variedade tão grande de modelos 
teóricos, de acordo com Pezatti (2005, p. 167), que se torna impossível a existência de uma 
teoria monolítica compartilhada por todos que se dizem funcionalistas. 
 
Formalismo x Funcionalismo 
O que podemos distinguir até o momento é que existem dois pólos de atenção opostos no 
pensamento linguístico: o funcionalismo e o formalismo: 
O funcionalismo, no qual a função das formas linguísticas parece desempenhar um 
papel predominante, e o formalismo, no qual a análise da forma linguística parece 
ser primária, enquanto os interesses funcionais são apenas secundários. (Moura-
Neves, 1994, p. 114). 
 
De acordo com Pezatti (2005, p. 174), os defensores do Funcionalismo orientam-se em direção 
oposta ao Formalismo com base, principalmente, nos seguintes argumentos: 
a) A forma linguística deriva de seu uso no processo real de comunicação. 
b) A estrutura gramatical é dependente das regularidades das situações de fala, 
constituindo então objeto probabilístico. 
c) A explicação da estrutura gramatical depende da comunicação. 
d) O pesquisador deve fazer sua análise linguística no e não do discurso. 
e) O enfoque funcional realiza um trabalho indutivo, do particular para o geral, sendo a 
recorrência de formas regulares, o que permite fazer generalizações, ao invés de 
critérios de natureza formal. 
f) Explicam-se fatos linguísticos por meio de fatores não linguísticos, entendidos como as 
exigências do processo de comunicação, as quais, por sua vez, produzem os 
9 
 
parâmetros funcionais para a análise, identificados nos conceitos de figura/fundo, 
cadeia tópica, transitividade e fluxo de informação. 
 
A gramática formal trata a estrutura sistemática das formas da língua e a gramática funcional 
analisa a relação sistemática entre as formas e as funções em uma língua. Veja no quadro a 
seguir, proposto por Dik e adaptado por Moura-Neves, um resumo esquematizado sobre esta 
oposição: 
 
 Paradigma formal Paradigma Funcional 
a. Como definir a língua Conjunto de orações Instrumento de interação 
social 
b. Principal função da 
língua 
Expressão dos pensamentos Comunicação 
c. Correlato psicológico Competências: capacidade de 
produzir, interpretar e julgar 
orações 
Competência comunicativa: 
habilidade de interagir 
socialmente com a língua 
d. O sistema e seu uso O estudo da competência 
tem prioridade sobre o da 
atuação 
O estudo do sistema deve 
fazer-se dentro do quadro do 
uso 
e. Língua e 
contexto/situação 
As orações da língua devem 
descrever-se 
independentemente do 
contexto/situação 
A descrição das expressões 
deve fornecer dados para a 
descrição de seu 
funcionamento num dado 
contexto 
f. Aquisição da 
linguagem 
Faz-se com o uso de 
propriedades inatas, com 
base em um input restrito e 
não estruturado de dados 
Faz-se com a ajuda de um 
input extenso e estruturado 
de dados apresentado no 
contexto natural 
g. Universais linguísticos Propriedades inatas ao 
organismo humano 
Explicados em função das 
restrições: comunicativas; 
biológicas ou psicológicas; 
contextuais 
h. Relação entre a 
sintaxe, a semântica 
e a pragmática 
A sintaxe é autônoma em 
relação à semântica; as duas 
são autônomas em relação à 
pragmática; as prioridades 
vão da sintaxe à pragmática, 
A pragmática é o quadro 
dentro doqual a semântica e 
a sintaxe devem ser 
estudadas; as prioridades vão 
da pragmática à sintaxe, via 
10 
 
via semântica semântica 
(C.S. Dik, 1978, p. 5, retomado e explicitado em 1989, p. 2-7. Adaptação de M.H.M. Neves, 1994, p. 115). 
 
Para Halliday (1985), as gramáticas funcional e formal se distinguem da seguinte maneira: 
Gramática Formal Gramática Funcional 
Orientação primariamente sintagmática Orientação primariamente paradigmática 
Interpretação da língua como um conjunto 
de estruturas entre as quais podem ser 
estabelecidas relações regulares 
Interpretação da língua como uma rede de 
relações: as estruturas como interpretação 
das relações 
Ênfase nos traços universais da língua 
(sintaxe como base: organização em torno 
da frase) 
Ênfase nas variações entre línguas diferentes 
(semântica como base: organização em 
torno do texto ou discurso) 
(M.A.K. Halliday, 1985, Introduction. Adaptação de M.H.M. Neves, 1994, p. 115). 
 
 
 
Observação: Estudar o sistema da língua, como por exemplo: a 
ordem das palavras, o fato de uma determinada língua ter a 
organização verbo-objeto, ou a organização objeto-verbo, parece ser 
secundário para o funcionalismo. Muitos fenômenos de ordem de 
palavras (topicalização, extraposição, apassivação) podem ser 
relacionados a considerações funcionais, por exemplo, à avaliação que 
o falante faz do ouvinte. (Moura-Neves, 1994) 
 
Para finalizar, a discussão sobre a oposição entre Formalismo e Funcionalismo resultou 
atualmente numa visão “moderada”, que entende que estes são diferentes enfoques que 
tratam de diferentes fenômenos do mesmo objeto, igualmente importantes, não havendo o 
que se discutir se o Funcionalismo e melhor que o Formalismo. Para explicar esta visão 
moderada, Pezatti retoma uma analogia bastante ilustrativa: 
É, a propósito, bastante ilustrativa a analogia estabelecida por Dillinger (1991) entre o 
fazer científico e o relatório de avaliação de duas equipes da revista Quatro Rodas: 
uma deve desmontar o motor, a direção, os freios etc. para determinar a “estrutura” 
de suas partes; já a outra deve levar o carro até a pista de provas para determinar suas 
características de aceleração, de frenagem, estabilidade etc. – sua interação com o 
contexto (a pista, o ar etc.). As duas equipes estudam, assim, o mesmo objeto, 
elegendo, no entanto, diferentes fenômenos dele, com base em diferentes 
perspectivas. Ninguém suportaria que a leitura de um dos relatórios das duas equipes 
fosse alternativa em relação à da outra, pelo contrário, o melhor resultado a respeito 
da avaliação de um carro é a integração dos dois. Similarmente, como os enfoques 
11 
 
funcionalista e formalista tratam de diferentes fenômenos do mesmo objeto, não há 
nenhuma necessidade de discutir se um é mais importante que o outro: as diferentes 
perspectivas para o estudo da linguagem são complementares e igualmente 
necessárias. (Pezatti, 2005, p. 175-176) 
Vemos que, de um ponto de vista moderado, estes são estudos complementares e igualmente 
necessários, e não estudos alternativos quando a escolha de uma orientação rejeitaria a outra. 
Há necessidade da coexistência de diferentes perspectivas teóricas para o estudo da 
linguagem. 
 
 
Referências bibliográficas: 
HALLIDAY, M.A.K. An Introduction to Functional Grammar. London: Arnold, 
2004. 
MOURA-NEVES, M.H. Uma visão geral da gramática funcional. In: Alfa. São 
Paulo, 38: 109-127, 1994. 
PEZATTI, E. G. O funcionalismo em linguística. In: MUSSALIM, F. BENTES, A.C. 
Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Editora 
Cortez, 2005 (p. 165-218). 
TEIXEIRA, Anísio. Pequena introdução à filosofia da educação. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 1975. 
 
 
 
Veja também: 
 
Sobre Funções da Linguagem, em português: 
 
http://www.youtube.com/watch?v=Ytu96T1qylo&feature=related 
http://www.youtube.com/watch?v=OcHPa4aTfWo&feature=fvsr 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Tópico 3: Funcionalismo e segunda língua – o modelo de Halliday 
Caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) ao tópico 3 da aula 4 do Módulo Teorias de Língua e 
Segunda Língua. É objetivo deste tópico reconhecer a proposta funcionalista de Halliday. 
 
Os objetivos específicos deste tópico são os de reconhecer os princípios de Halliday para o 
estudo da língua em uso e suas implicações para o estudo da segunda língua com base na 
análise textos. 
 
Tenha uma boa aprendizagem! 
 
 
Reflexão: O que caracteriza a concepção de linguagem defendida pela 
gramática funcional é o seu caráter não apenas funcional como 
também dinâmico. Ela é funcional porque não separa o sistema 
linguístico e suas peças das funções que têm de preencher, e é 
dinâmica porque reconhece, na instabilidade da relação entre 
estrutura e função, a força dinâmica que está por detrás do constante 
desenvolvimento da linguagem (Maria Helena de Moura Neves, 1994, p. 
125-126) 
 
 
 
Você se lembra dos conceitos de paradigma e sintagma? Para entendermos a base da teoria 
funcionalista de Halliday, vamos ter que retomá-los, mas agora num novo sentido. 
 
 
Parada Obrigatória : Clique aqui4 para ler um resumo 
sobre a teoria funcional de Halliday. 
 
4
 Hiperlink para o documento: A teoria funcional de Halliday.doc 
13 
 
Agora que você leu sobre os princípios básicos da teoria sistêmico-funcional de Halliday (que 
diz que a língua é um sistema de escolhas paradigmáticas que se realizam em uma cadeia 
sintagmática; que as escolhas não são aleatórias, mas sim dependentes de um contexto e que 
realizam funções da linguagem; e que o texto é a unidade mínima significativa de qualquer 
língua, nada pode ser explicado fora dele), lançamos o seguinte desafio: 
 
 
Desafio: Como uma língua estrangeira deve ser ensinada 
do ponto de vista da teoria sistêmico-funcional de 
Halliday? Coloque as suas contribuições no Fórum 4, 
referente a esta aula. 
 
Temas relevantes da teoria funcional 
 
Os temas mais representativos nas diferentes correntes funcionalistas referem-se ao da 
Perspectiva Funcional da Sentença (PFS), cujo conceito principal é a articulação tema-rema. 
Outros temas relevantes da teoria funcionalista estão relacionados à PFS, tais como: 
distribuição da informação na sentença, articulação dado-novo, tópico, ponto de vista, fluxo de 
atenção, dinamismo comunicativo, noção de estrutura argumental preferida etc. 
Sendo a PFS entendida como um termo guarda-chuva para os temas relevantes, vamos saber 
mais sobre ela? Clique sobre a expressão abaixo para abrir o texto. 
Perspectiva Funcional da Sentença (PFS)5 
 
Análise de textos 
O texto a seguir foi extraído de um estudo de Halliday sobre a relação “tema e rema”. Veja 
como o texto é analisado: 
Goa Gajah is the “elephant cave” on the Road to Gianyar, a Hindu-Buddhist temple area… The 
atmosphere outside is peaceful… while inside the small cave it is surprisingly humid and dry 
(sic). Beyond the main complex is a lovely stream that bubbles under a wooden bridge, and 
further on are steep stone steps leading to another complex… For this popular tourist 
attraction, dress properly… 
 
 
 
5
 Hiperlink para o documento: Perspectiva Funcional da Sentença.doc 
14 
 
Theme Rheme 
Goa Gajah is the “elephant cave” on the Road to 
Gianyar, a Hindu-Buddhist temple area… 
The atmosphere outside is peaceful… 
… while inside the small cave it is surprisingly humid and dry (sic). 
Beyond the main complex is a lovely stream that bubbles under a 
wooden bridge, and furtheron are steep 
stone steps leading to another complex… 
For this popular tourist attraction, dress properly… 
(Holly Smith et al. Indonesia. Travbugs Travel Guides. Singapore and London: Sun Tree Publishing Ltd. 1993, p. 317, apud Halliday, 
2004, p. 65). 
O tema sempre inicia a sentença, é o que introduz a cena dentro da própria estrutura 
da oração e a posiciona em relação ao texto como um todo. No tema, o interlocutor é 
convidado a perceber e apreciar, na rema, o interlocutor é preso firmemente ao tópico que 
está sendo descrito. 
Observemos agora um estudo do status informacional e as noções de dado e novo: 
Child: Shall I tell you why the North Star stays still? 
Parent: Yes, do. 
Child: Because that’s where the magnet is, and it gets attracted by the earth. But the other 
stars don’t; so they move around… 
 
Vemos que a criança principia com o oferecimento de uma informação na qual tudo é 
novo, o foco não é marcado, e está no final. A oferta é aceita e a criança continua com 
explicações: 
Given New 
because that’s Contrastive 
Where the magnet is Fresh 
and it gets attracted Fresh 
 by the earth Fresh 
But the other Contrastive 
Stars don’t Contrastive 
So They Contrastive 
15 
 
 move around Fresh 
 
Vimos resumidamente que o estudo da unidade mínima significativa da linguística 
funcional é o texto e estudá-la é perceber como ele se constrói, como ele se desdobra ao longo 
da comunicação, e isso pode ser estudado e explicado por meio da Perspectiva Funcional da 
Sentença. 
 
 
Atividade de Portfólio: Agora chegou a sua vez! 
Com base em tudo o que estudamos, você irá buscar um trecho de uma 
interação oral e real, que pode ser extraído de filme de sua escolha. 
Transcreva o texto (use as legendas para ajudá-lo) e analise o status 
informacional dado e novo e sua relação ao tema e à rema, da 
perspectiva funcional da sentença (PFS). Busque, na teoria estudada, as 
justificativas para isso. 
 
O seu trabalho não deve ultrapassar a três laudas. Ao terminar, envie o 
seu trabalho para o seu portfolio individual. 
Tenha um bom trabalho! 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
HALLIDAY, M.A.K. An Introduction to Functional Grammar. London: Arnold, 
2004. 
MOURA-NEVES, M.H. Uma visão geral da gramática funcional. In: Alfa. São 
Paulo, 38: 109-127, 1994. 
PEZATTI, E. G. O funcionalismo em linguística. In: MUSSALIM, F. BENTES, A.C. 
Introdução à Linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Editora 
Cortez, 2005 (p. 165-218). 
TEIXEIRA, Anísio. Pequena introdução à filosofia da educação. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 1975. 
 
 
 
16 
 
 
Veja também: 
 
Sobre Halliday e sua teoria sistêmico-funcional, em espanhol: 
 
http://www.youtube.com/watch?v=biPXRobZF_o

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