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COLHEITA DO MILHO – SAFRINHA - AGROCERES

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INFORMATIVO 
SEMENTES AGROCERES
COLHEITA DO MILHO – SAFRINHA
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
Estima-se que o produtor rural tome cerca de 40 decisões por safra. No Brasil, decisões relacionadas com o 
planejamento, pré-plantio, plantio, condução e colheita da cultura do milho fazem parte da rotina do agricultor. 
Neste cenário, uma parceria que contribua com o compartilhamento de conhecimento e soluções integradas de 
produtos e serviços que assegurem o sucesso de sua lavoura pode fazer toda a diferença.
Na hora da colheita, informações como o número da população final de plantas, a porcentagem de plantas 
acamadas, quebradas e dominadas e a ausência ou presença de doenças na espiga trazem grande impacto no 
resultado esperado. A essa altura do jogo, o agricultor também deseja conhecer sua produtividade, determinar o 
ponto de colheita do grão e as perdas ocasionadas pela competição de plantas daninhas, pragas e doenças, assim 
como as provocadas pelo clima.
Outros problemas relacionados com maquinário e equipamentos de colheita não devem ser esquecidos. O produtor 
precisa conhecer as causas e soluções possíveis ante percalços originados pela colhedora. O Brasil possui uma 
legislação que regulamenta a classificação de grãos de milho, e o desconhecimento dessas normas pode custar caro, 
assim como custa caro um inadequado manejo de pós-colheita.
A Sementes Agroceres é comprometida com a valorização e a evolução dos agricultores e do agronegócio, 
utilizando know-how tecnológico e proporcionando desempenho contínuo e consistente. Visando atingir tais 
objetivos, esta cartilha técnica aborda itens do processo da colheita com o intuito de que o produtor tenha fácil 
acesso ao conhecimento técnico de que precisa.
1. INTRODUÇÃO
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
O número total de plantas de milho pode ser calculado da seguinte forma:
Faça uma contagem do número de plantas de quatro linhas, a uma distância de 10 metros. Some individualmente 
cada linha e obtenha a média das quatro contagens, tendo assim o número final de plantas do local amostrado. 
A cada 10 hectares, amostre um ponto. Talhão superior a 200 hectares requer, no mínimo, 15 pontos. 
Exemplo
Em uma lavoura de 20 hectares, devemos realizar dois pontos amostrais (PA1 e PA2), contando o número de plantas 
em quatro linhas de 10 metros. Supondo que o número final das contagens individuais seja 28, 29, 27, 28 (PA1) e 
26, 27, 28, 27 (PA2), na média teremos 28 plantas/10 metros (PA1) e 27 plantas/10 metros (PA2), resultando na média de 
PA1 e PA2 em 2,8 plantas/10 metros ou 2,7 plantas/metro. Se a lavoura em questão foi implantada com espaçamento 
entrelinha de 0,5 metro, teremos 20.000 metros de plantio em 1 hectare (10.000 m²/0,5 metro) com 2,75 plantas, 
totalizando assim 55.000 plantas por hectare (20.000 metros/hectare x 3,2 plantas/metro). 
Observação: a amostragem deve ser realizada preferencialmente de acordo com a passagem da semeadeira. 
Se a semeadeira tiver quatro linhas, amostrar quatro linhas, se tiver cinco, amostrar cinco e assim por diante 
(esse procedimento avalia a distribuição em todas as linhas).
20 HECTARES
PA1
PA2
2. CONCEITOS BÁSICOS DA COLHEITA
POPULAÇÃO FINAL DE PLANTAS 
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
Plantas acamadas. Os problemas de acamamento são causados por danos no sistema radicular associados ao 
ataque de pragas ou infecção por fungos, fitotoxidez de herbicidas ou deficiências físicas ou químicas do solo que 
impedem o desenvolvimento radicular, originando o tombamento das plantas. 
Plantas quebradas. O quebramento do colmo pode ser causado por problemas fisiológicos das plantas (esgotamento 
do colmo) ou por doenças (fungos e bactérias) como Colletotrichum graminicola, Stenocarpella spp. (mais conhecida 
como Diplódia), Fusarium graminearum, Fusarium moniliforme e Macrophomina phaseolina. 
Quebramento e acamamento do milho
QUEBRAMENTO ACAMAMENTO
Na cultura do milho, as perdas decorrentes do tombamento (quebramento e acamamento) são muito variáveis a 
cada safra. Entretanto, estima-se que as perdas variem entre 5 e 20% a cada ano. Nesse caso, a colheita mecanizada 
não recolhe as espigas das plantas próximas ao solo.
Abaixo algumas sugestões de manejo que podem diminuir o risco de tombamento na cultura do milho.
1. Melhoria do perfil de fertilidade do solo, evitando gradientes elevados concentrados na superfície.
2. Adubações potássicas mais equilibradas, visando melhor estrutura dos colmos.
3. Populações de plantas mais ajustadas aos recursos disponíveis (época de plantio e adubação).
4. Evitar herbicidas que provoquem fitotoxidez, utilizando tecnologia Roundup Ready.
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5. Utilização de fungicidas, permitindo melhor atividade fotossintética.
6. Manejo de pragas de raiz e de nematoides.
7. Colheita precoce, minimizando a exposição ao vento e ao esgotamento.
 
Plantas dominadas. São plantas com desenvolvimento aquém do esperado, com dimensões inferiores em relação 
a porte, inserção de espiga, diâmetro de colmo e tamanho de espiga, fatores que afetam diretamente o potencial 
produtivo da cultura. Estudo do Departamento de Desenvolvimento Tecnológico da Sementes Agroceres 
demonstrou redução de produtividade dessas plantas na ordem de 50%, além de maior potencial de quebramento e 
acamamento e de perdas na colheita devido à regulagem da máquina. Consideramos uma planta dominada aquela 
com desenvolvimento 70% inferior ao padrão estabelecido na lavoura.
Plantas dominadas podem ser resultado de heterogeneidade de distribuição de plantas (competição entre plantas), 
profundidade de plantio e emergência desuniforme, estresse hídrico, compactação do solo, desuniformidade de 
fertilidade e adubação da área, baixo vigor de sementes, ataque de insetos e danos nas sementes.
A quantificação da porcentagem de plantas quebradas, acamadas e dominadas por hectare pode ser realizada 
com base na contagem destas em amostras, conforme descrito no item “População final de plantas”. Por meio do 
número de plantas quebradas, acamadas e dominadas por hectare, estabelecemos uma relação de porcentagem 
com o número final de plantas por hectare.
Fonte: Alexandre Chaves
Espiga de planta 
dominada
Espiga de planta 
dominada
Espiga de planta dominada
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Afetando diretamente a produção e rentabilidade da colheita, a infecção dos grãos do milho por fungos deve 
ser discutida e examinada no detalhe. Grãos ardidos são causados, principalmente, por fungos em duas situações 
específicas: na pré-colheita, quando ocorre podridão de espigas com a formação de grãos ardidos; e na pós-colheita 
dos grãos, durante o beneficiamento, o armazenamento e o transporte, quando os grãos se tornam mofados ou 
embolorados. Os principais fungos que atacam os grãos na pré-colheita causando maiores danos são Stenocarpella 
spp., Fusarium spp. e Gibberella zeae. 
A podridão branca da espiga, causada pelo fungo Stenocarpella spp., geralmente ocorre em regiões acima de 600 
metros de altitude, com umidade do ar acima de 80% e temperaturas entre 25 e 30°C, mas pode acontecer em 
regiões de menor altitude e até na safrinha. Os esporos do fungo caem nas folhas e são depositadospelas gotas 
de chuva na bainha das espigas, infectando o pedúnculo sistematicamente. As espigas são mais suscetíveis cerca 
de três semanas após a polinização, e a alta precipitação pluviométrica nessa fase favorece o desenvolvimento da 
doença. A doença se desenvolve na espiga da base para o ápice, com presença de um crescimento micelial denso 
e compacto, de coloração branca entre os grãos. Quando a infecção ocorre prematuramente, a espiga pode ficar 
totalmente mumificada. 
Fotos 1, 2 e 3: sintomas de Grãos Ardidos causados por Stenocarpella spp. – fonte: Rosa, O. A.
A evolução da podridão praticamente cessa quando o teor de umidade dos grãos atinge 21 a 22% em base úmida. 
O manejo integrado para o controle dessa podridão de espiga envolve a utilização de cultivares resistentes e 
sementes livres dos patógenos, a destruição de restos culturais infectados e a rotação de culturas, visto que o milho 
é o único hospedeiro desses patógenos. Adubação N/K equilibrada, época de semeadura e colheita acima de 25% 
de umidade também reduzem o risco do desenvolvimento da doença.
GRÃOS ARDIDOS
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
A podridão da espiga causada pelo fungo Gibberella zeae ocorre em regiões de clima ameno e de alta umidade, 
geralmente presentes no sul do Brasil. Chuvas entre duas a três semanas da polinização favorecem a ocorrência. 
Os sintomas da doença iniciam-se no ápice da espiga, podendo se desenvolver até a base, com micélio de coloração 
avermelhada para marrom avermelhado. Cereais de inverno podem ser fonte de inóculo para a doença. Rotação 
de culturas não hospedeiras, adubação equilibrada (N/K), evitar colheitas tardias e uso de híbridos resistentes e 
sementes certificadas são formas de manejo e prevenção da doença.
Fotos 4 e 5: sintomas de Grãos Ardidos causados por Fusarium spp. – fonte: Rosa, O. A.
Fotos 6 e 7: sintomas de Grãos Ardidos causados por Giberela zeae 
Fusarium spp. é um fungo que apresenta elevado número de plantas hospedeiras e infecta a espiga pelo topo ou por 
qualquer outra parte, mas sempre associado a injúrias (insetos, pássaros) no pericarpo dos grãos. Diferentemente 
da podridão branca, a podridão por Fusarium geralmente ocorre em regiões abaixo de 600 metros de altitude, com 
temperatura na faixa de 30°C e umidade. Os grãos infectados apresentam alteração de cor para róseo ao marrom 
escuro, em algumas situações com estrias de coloração branca no pericarpo. O desenvolvimento do patógeno nas 
espigas é paralisado quando o teor de umidade dos grãos atinge 18 a 19% em base úmida. Podemos citar as mesmas 
medidas de manejo integrado listadas anteriormente, acrescentando a proteção de possíveis danos nos grãos.
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
A eficiência do controle químico para manejo de grãos ardidos em milho ainda é motivo de dúvidas quanto à 
eficiência de produtos, à época e ao número de aplicações e sua relação com a resistência dos cultivares. 
Para fins de estimativa do percentual de grãos ardidos na pré-colheita, podemos retirar uma amostra de espigas 
representativas do talhão, debulhar os grãos, homogeneizar a amostra, segregar subamostra de 100 gramas e retirar 
os grãos ardidos, que devem ser pesados separadamente, estabelecendo assim uma relação percentual com base 
em massa. É importante ressaltar que, para classificação oficial de grãos, devemos seguir os padrões de amostragem 
e classificação estabelecidos pela Instrução Normativa do MAPA nº 60, de 22 de dezembro de 2011.
Com o objetivo de estimarmos a produtividade na colheita do milho, descreveremos a metodologia desenvolvida 
por Lafitte (1993) adaptada, que é realizada a partir do estágio R4 (grãos farináceos) com base na quantidade total 
de grãos por espiga. 
A estimativa é realizada através de pontos amostrais representativos da área, sendo recomendado um ponto para 
cada 10 hectares. Se o talhão apresentar área superior a 200 hectares, é recomendado realizar no mínimo 15 pontos. 
Em cada ponto determinado, é preciso contar o número de plantas em quatro linhas de milho consecutivas, a uma 
distância de 10 metros. A média será o número de plantas no ponto amostral. Na linha mais representativa do ponto, 
contamos o número de espigas em 10 plantas consecutivas. O total de espigas dividido por 10 permite conhecer o 
número de espigas por planta. Nesse ponto, também recolhemos 10 espigas em sequência, que devem ser limpas 
e colocadas em ordem crescente e selecionadas as cinco espigas mais representativas. Das espigas selecionadas, 
devemos contar o número de fileiras e o número de grãos na fileira, descontando dois centímetros da parte superior 
e da base da espiga. Com o número de grãos e fileiras das cinco espigas selecionadas, calculamos a média por 
espiga e multiplicamos para obtermos o número total de grãos médio por espiga no ponto amostral.
Calculamos o número médio das informações em todos os pontos amostrais, definidos pelo tamanho do talhão. Por 
último, devemos utilizar na estimativa de produtividade o valor do peso de mil grãos do híbrido. O valor pode variar 
entre híbridos, data de semeadura e manejo utilizado na lavoura. Recomendamos a utilização de valores médios e 
históricos de cada região, época de plantio e fazenda.
Resumindo:
ESTIMATIVA DE 
PRODUTIVIDADE
Nº PLANTAS/
HECTARE
Nº ESPIGAS/
PLANTA
Nº GRÃOS /
ESPIGA
PESO DE MIL
GRÃOS (KG)
=
X X X
1.000
ESTIMATIVA DE PRODUTIVIDADE NA COLHEITA
N° Espigas = Número médio de espigas contado por planta
N° Grãos = Número médio de grãos por espiga
Peso de Mil Grãos = Peso de mil grãos em quilogramas em 14% de umidade
Observação: no cálculo de estimativa de produtividade, não consideramos plantas acamadas e tombadas na 
contagem da população final de plantas por hectare. É necessário subtrair as possíveis perdas no momento da 
colheita no resultado final da estimativa.
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
Por definição, após a maturação fisiológica, os grãos da espiga do milho encontram-se completamente desenvolvidos, 
com o máximo de acúmulo de matéria seca e umidade entre 28 e 30%. Entretanto, para definirmos o ponto ideal de 
colheita do milho, temos de levar em consideração a finalidade à qual se destina e as condições de armazenagem. 
Por exemplo, o milho doce é colhido com 72 a 75% de umidade, já o milho a granel com 25% de umidade, utilizando-
se colhedoras mecanizadas, com posterior secagem artificial. 
Para o armazenamento após a colheita na propriedade ou em armazéns, os grãos deverão ter no máximo 13% 
de umidade. Desta forma, é interessante colher o produto com menor teor possível de umidade, em torno de 12 
a 13%, quando não há possibilidade de secagem. É válido destacar, neste caso, que quanto mais secos os grãos do 
milho estiverem no momento da colheita, maior a probabilidade de ocorrerem fissuras (quebras) provocadas pelo 
impacto com a estrutura de trilha da colhedora. Estudos conduzidos por Toledo & Marcos Filho, 1977, demonstraram 
aumento de 12,5% de perdas, comparando colheitas com 25 e 15% de umidade.
A secagem dos grãos de milho a campo por tempo excessivo também pode prejudicar sua qualidade, aumentando 
a probabilidade de ataques de insetos, infecções por fungos e germinação dos grãos. Além disso, durante esse 
período, dependendo das condições climáticas, a porcentagem de plantas quebradas e acamadas pode aumentar 
significativamente. Ao se optar pela secagem do milho na lavoura com até 13–14% de umidade, a qualidade do 
produto dependerá das condições do ambiente durante esse período.
Tabela 1: perdas de grãos de milho em função do período entre a maturidade fisiológica e a colheita (Toledo& Marcos Filho, 1977)
PONTO DE COLHEITA
D1
D1: dias após a maturidade fisiológica
PERDASUMIDADE (%)
6
10
20
25
30
35
40
50
25
23
20
18
17
16
15
15
1,5
2,0
3,0
5,0
7,0
9,0
12,0
14,0
Para o planejamento da colheita, devemos considerar: área a ser colhida, número de dias para a colheita, número 
e capacidade de colhedoras, horas de colheita/dia, distância entre o campo e o secador, número de carretas 
graneleiras, tamanho do secador e tamanho do silo armazenador.
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
As perdas podem ser resultado de muitos fatores, que podem vir a ocorrer até antes da colheita propriamente dita. 
As perdas causadas pela colheita mecanizada são da ordem de 8 a 10%. Pesquisas indicam que perdas na ordem de 
3% (espigas, grãos soltos e grãos em sabugo) são aceitáveis.
Podemos classificar as perdas de colheita em pré-colheita, plataforma, grãos soltos e grãos no sabugo. As perdas em 
pré-colheita ocorrem antes de a máquina de colheita iniciar seu trabalho, devido a quebramento e tombamento de 
plantas e até mesmo queda de espigas. Na plataforma da colhedora, podemos ter perdas significativas de espigas 
devido à regulagem desta, velocidade de deslocamento, altura da plataforma, regulagem do espaçamento entre 
bocas, uniformidade e altura de inserção de espiga do milho, entre outros. As perdas de grãos soltos ocorrem 
quando o rolo espigador recebe um fluxo menor de plantas e, com isso, debulha um pouco a espiga, ou então a 
chapa de bloqueio está um pouco aberta e/ou com espigas menores que o padrão, entrando em contato com o rolo 
espigador. As perdas por separação são ocasionadas quando ocorre sobrecarga no saca-palha, peneiras superior 
ou inferior um pouco fechadas, ventilador com rotação excessiva, sujeira nas peneiras. Já as perdas de grãos no 
sabugo ocorrem devido à desregulagem do cilindro e côncavo, que pode quebrar o sabugo antes da debulha ou 
não debulhar completamente os grãos. As velocidades do cilindro debulhador e de avanço também contribuem 
para perdas de grãos no sabugo.
Avaliação das perdas na colheita. Em vista das possíveis dimensões das perdas na colheita, avaliar e quantificar 
o problema é de grande importância para garantir a rentabilidade da colheita por meio de suas correções. Neste 
processo de quantificação, separamos abaixo as perdas de grãos na espiga e as perdas de grãos debulhados.
– Perdas de grãos na espiga. Podemos quantificar as perdas na pré-colheita (antes da entrada da máquina), após 
a colheita (desconectando o distribuidor de palha) e as perdas provocadas pela plataforma, subtraindo o valor das 
perdas após a colheita (perdas totais) das perdas pré-colheita. 
É recomendado realizar amostra em uma área de 40 metros de colheita, recolhendo as espigas que permaneceram 
na área colhida ou a ser colhida, usando a largura da plataforma para o cálculo. Depois de recolhidas as espigas, 
os grãos devem ser debulhados das mesmas, extrapolando os dados da área amostrada para área total ou para um 
hectare.
– Perdas de grãos debulhados. Quantificamos as perdas de grãos debulhados aderidos a partes do sabugo 
(má regulagem do cilindro batedor), grãos soltos embaixo da colhedora (perdas provocadas pelo rolo espigador) 
e perdas de grãos provocadas pelo mecanismo de separação, que podem ser calculadas por meio da quantificação 
do total de grãos soltos após a operação de colheita, subtraindo-se as perdas provocadas pelo rolo espigador. 
PERDAS NA COLHEITA
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
As quantificações de grãos soltos devem ser realizadas por meio de armação retangular de um metro quadrado, 
sendo uma das larguras igual ao espaçamento entre linhas. As amostras devem ser realizadas sucessivamente com 
disposição defasada por toda a largura da plataforma de colheita. Posteriormente, realizamos a média das amostras 
capturadas para se obter a perda de grãos/hectare. Podemos considerar que cada grão encontrado na área de 
um metro quadrado corresponde a três quilos por hectare na colheita do milho (Embrapa, 1982) ou pesar os grãos 
encontrados na amostra extrapolando a perda em massa de grãos por hectare.
Foto 8: levantamento das perdas na colheita, onde em um quadrado de um metro por um metro coletam-se 
e pesam-se todos os grãos e faz-se o cálculo por hectare
Foto 9: perdas de grãos que ficaram retidos no sabugo, demonstrando falha na regulagem da colheitadeira
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
As perdas totais na colheita (espigas, grãos soltos e grãos no sabugo) são determinadas pela soma das perdas de 
grãos na espiga e perdas de grãos debulhados.
Problemas, causas e soluções de perdas na colhedora. Levando em consideração as principais perdas na colheita 
mecanizada, temos abaixo tabela de possíveis causas e soluções desses problemas.
Tabela 2: problemas, causas e soluções referentes à colheita mecanizada do milho (Fornasieri Filho, 1992)
PROBLEMAS POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES
a. Perda de grãos na parte 
traseira da colhedora
• Grãos passando sobre o saca-palha
• Grãos não peneirados na peneira superior
• Estender a extensões do saca-palha
• Limpar e regular a abertura da peneira
b. Excesso de milho debulhado 
nos rolos colhedores
• Distância demasiada entre as chapas 
de bloqueio, permitindo a entrada de espigas
• Reduzir o espaço entre as chapas
• Abaixar a altura de operação da plataforma até 
que esta opere abaixo das espigas
c. Embuchamento • Operação realizada fora das linhas
• Alta velocidade (maior que 6 km/h)
• Proximidade excessiva das chapas de bloqueio
• Afrouxamento das correntes alimentadoras
• Patinamento da catraca de segurança
• Presença de plantas daninhas envolvendo 
os puxadores
• Alinhar a máquina a linha de cultura
• Reduzir a velocidade de operação
• Regular o espaçamento entre 
as chapas de bloqueio
• Aumentar a tensão das correntes
• Regular a tensão das molas
• Regular as facas de limpeza
d. Excesso de grãos quebrados • Côncavo muito próximo da barra de cilindro
• Alta rotação do cilindro
• Desnivelamento do côncavo
• Excesso de trilha dos grãos
• Aumentar o referido espaço (abaixar o côncavo)
• Diminuir rotação do cilindro
• Ajustar o côncavo igualmente nos dois lados
• Aumentar a ventilação e limpar as peneiras
e. Falha na debulha • Grãos excessivamente úmidos
• Baixa rotação do cilindro
• Desnivelamento do côncavo
• Abertura excessiva entre 
o cilindro e o côncavo
• Alta velocidade (maior que 6 km/h)
• Realizar a colheita quando os grãos apresentam 
umidade inferior a 27%
• Aumentar a rotação do cilindro
• Ajustar o côncavo igualmente nos dois lados
• Reduzir o espaço entre o cilindro e o côncavo
• Reduzir a velocidade de operação
f. Excesso de impureza junto ao 
produto final no graneleiro
• Alta umidade dos grãos e massa vegetal
• Baixa ventilação
• Inclinação da extensão da peneira superior
• Realizar a colheita quando os grãos apresentarem 
umidade inferior a 27%
• Aumentar a velocidade do ventilador
• Regular a extensão horizontal
Observação: para ter sucesso na regulagem da colhedora, devem ser seguidas as recomendações contidas no 
catálogo de uso da máquina, conforme o fabricante. 
A legislação brasileira quanto à classificação de grãos de milho tem como pilar a Instrução Normativa MAPA nº 60, 
de 22/12/2011. Seu objetivo é determinar as características intrínsecas e extrínsecas do produto de origem vegetal 
milho (Zea mays L.), visando sua comercialização, tendo como base padrões qualitativos previamente elaboradose 
permitindo um diagnóstico do produto obtido por meio da análise minuciosa de uma amostra representativa do lote 
a ser manuseado.
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA CLASSIFICAÇÃO DE GRÃOS
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
O regulamento técnico está disposto em oito capítulos, sendo abordados os seguintes temas:
Capítulo I – DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES. Discorre sobre o objetivo da normativa e conceitos sobre milho, 
grãos carunchados, grãos avariados, matérias estranhas, matérias macroscópicas e microscópicas, OGMs, substâncias 
nocivas à saúde e umidade. 
Capítulo II – DA CLASSIFICAÇÃO E TOLERÂNCIAS. O milho é classificado (Tabela 1) em função de sua identidade 
(espécie) e qualidade, que são os parâmetros referentes ao seu formato (grupo), coloração (classe) e os limites 
máximos de tolerância estabelecidos na Tabela 2 (tipo).
Tabela 3: classificação e comercialização do milho conforme Instrução Normativa MAPA nº 60, de 22/12/2011
 
Legendas
1. Duro: quando apresentar o mínimo de 85% em peso de grãos com as características de duro, ou seja, endosperma 
predominantemente córneo, exibindo aspecto vítreo; quanto ao formato, considera-se duro o grão que se apresentar 
predominantemente ovalado e com a coroa convexa e lisa.
2. Semiduro: quando apresentar o mínimo de 85% em peso de grãos com consistência e formato intermediários 
entre duro e dentado. 
3. Dentado: quando apresentar o mínimo de 85% em peso de grãos com as características de dentado, ou seja, com 
consistência parcial ou totalmente farinácea; quanto ao formato, considera-se dentado o grão que se apresentar 
predominantemente dentado, com a coroa exibindo uma reentrância acentuada.
4. Misturado: quando não estiver compreendido nos grupos anteriores, especificando-se no documento de 
classificação as porcentagens da mistura de outros grupos.
5. Amarela: constituída de milho que contenha no mínimo 95% em peso de grão amarelo, amarelo pálido ou amarelo 
alaranjado; o grão de milho amarelo, com ligeira coloração vermelha ou rósea no pericarpo, será considerado da 
classe amarela.
6. Branca: constituída de milho que contenha no mínimo 95% em peso de grãos brancos; o grão de milho com 
coloração marfim ou palha será considerado da classe branca.
DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO
GRUPO Duro Semiduro Dentado Misturado
CLASSE Amarela Branca Cores Misturada
TIPO Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Fora do Tipo
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
7. Cores: constituída de milho que contenha no mínimo 95% em peso de grãos de coloração uniforme, mas diferentes 
das classes amarela e branca; o grão de milho com ligeira variação na coloração do pericarpo será considerado da 
cor predominante.
8. Misturada: constituída de milho que não se enquadra em nenhuma das classes anteriores. 
Tabela 4: tolerância para comercialização do milho conforme Instrução Normativa MAPA nº 60, de 22/12/2011
ENQUADRAMENTO
GRÃOS AVARIADOS
(%)
TOTAL (%)
GRÃOS QUEBRADOS 
(%)
MATÉRIAS ESTRANHAS 
E IMPUREZAS (%)
GRÃOS 
CARUNCHADOS (%)
TIPO 1 1 6 3 1,0 2
TIPO 2 2 10 4 1,5 3
TIPO 3 3 15 5 2,0 4
FORA DO TIPO 5 20 > 5 > 2 8
Observação: será considerado como Fora de Tipo o milho que não atender aos parâmetros estabelecidos para o 
Tipo 3, na Tabela 1 desta Instrução Normativa.
Legendas
1. Grãos Avariados: os grãos ou pedaços de grãos que se apresentam ardidos, chochos ou imaturos, fermentados, 
germinados, gessados e mofados.
2. Grãos Quebrados: os pedaços de grãos que vazarem pela peneira de crivos circulares de 5 mm (cinco milímetros) 
de diâmetro e ficarem retidos na peneira de crivos circulares de 3 mm (três milímetros) de diâmetro.
3. Matérias Estranhas: os corpos ou detritos de qualquer natureza estranhos ao produto, tais como grãos ou 
sementes de outras espécies vegetais, sujeiras, insetos mortos, entre outros.
4. Impurezas: pedaços de grãos que vazarem pela peneira de crivos circulares de 3 mm (três milímetros) de diâmetro, 
bem como detritos do próprio produto que ficarem retidos nas peneiras de crivos circulares de 5 mm (cinco milímetros) 
e de 3 mm (três milímetros) de diâmetro, que não sejam grãos ou pedaços de grãos de milho.
5. Grãos Carunchados: os grãos ou pedaços de grãos que se apresentam atacados por insetos considerados pragas 
de grãos armazenados em qualquer de suas fases evolutivas.
Capítulo III – DOS REQUISITOS E DOS PROCEDIMENTOS GERAIS. Descreve os requisitos técnicos e 
procedimentos para comercialização de grãos de milho, estabelecendo o percentual de umidade do grão para 
comercialização em 14%. 
Capítulo IV – DA AMOSTRAGEM. Descreve os procedimentos e critérios para realizar amostragens e parâmetros 
a serem seguidos, levando em consideração o local de amostragem (armazéns, transporte rodoviário, movimentação 
de grãos, etc.).
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
Capítulo V – DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS OU ROTEIRO PARA CLASSIFICAÇÃO. Descreve os 
procedimentos operacionais da amostra ou roteiro para classificação do milho.
Capítulo VI – DO MODO DE APRESENTAÇÃO. Trata do modo de acondicionamento e apresentação do 
milho.
Capítulo VII – DA MARCAÇÃO OU ROTULAGEM. Trata da padronização do documento de classificação do 
milho.
Capítulo VIII – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS. A normativa entrou em vigor em 1º de julho de 2012, ficando revogada 
a portaria MA n° 845, de 8 de novembro de 1976, e a portaria SDR n° 11, de 12 de abril de 1996.
O texto acima é um resumo; aconselhamos a consulta da Normativa MAPA nº 60, de 22/12/2011, na íntegra, 
referenciada no final deste material.
O processo de colheita muitas vezes é considerado concluído ao se retirar o produto do campo. Entretanto, não 
podemos deixar de considerar o manejo pós-colheita da área de produção se for permanecer em pousio. 
Áreas em pousio, sem a realização de manejo pós-colheita, favorecem a perenização de plantas daninhas, 
reabastecimento do banco de sementes do solo, além de aumentar a dificuldade do manejo dessas plantas no 
pré-plantio e na pós-emergência da cultura seguinte. Muitas plantas invasoras são hospedeiras de pragas, doenças, 
nematoides e possuem efeito alelopático às culturas de interesse. 
As plantas daninhas apresentam alta capacidade de produção de sementes, como constatado na tabela abaixo.
Tabela 5: número de sementes produzidas por planta – adaptado de Zimdahl, 1999
MANEJO DE PÓS-COLHEITA
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO Nº DE SEMENTES / PLANTA
Beldroega Portulaca aleoracea 53.300
Capim-carrapicho Cenchrus echinatus 1.100
Capim-arroz Echnochloa crusgalli 7.160
Caruru Amaranthus retroflexus 117.400
Guanxuma Sida spp. 510
Observação: ensaios conduzidos pelo Departamento de Desenvolvimento Tecnológico da Sementes Agroceres 
demonstraram ganhos de produtividade maiores que cinco sacos por hectare na soja conduzida na safra seguinte, 
quando realizado manejo pós-colheita da cultura anterior.
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
Com o objetivo de aproveitarmos todos os benefícios do manejo pós-colheita, recomendamos sua realização entre 
10 e 20 dias após a operação de colheita, a fim de possibilitarmos o rebrote das plantas daninhas cortadas e a 
germinação de sementes superficiais. O manejo químico pode ser realizado com a utilização de Roundup Ready em 
sequencial de 2,4 – D (1,0 L/ha). 
Gráfico 1: comparativo da produtividade da soja com e sem manejo pós-colheita da cultura anterior – 
média de 16 experimentos no cerrado (Departamento de Desenvolvimento Tecnológico da Sementes Agroceres)
Observação: a dose de Roundup Ready pode variar conformea infestação das plantas daninhas na área. Caso 
necessário, considerar o uso de herbicidas graminicidas para controle de voluntárias de milho com a tecnologia 
Roundup Ready Milho. Consulte sempre um Representante Técnico da Sementes Agroceres ou um profissional 
legalmente habilitado para obter recomendações aplicáveis à sua área de plantio, incluindo informações sobre dose 
e formulação. 
P
ro
d
ut
iv
id
ad
e(
kg
/h
a)
3.400
Com 
pós-colheita
3.349
3.010
Sem 
pós-colheita
3.300
3.200
3.100
3.000
2.900
2.800
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2006.
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Fontes HTML/Milho/CultivodoMilho_8ed/index.htm>. Acesso em: 11 nov. 2014.
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37p. (Sério Produtor Rural, n° especial).
Instrução Normativa MAPA nº 60 de 22/12/2011. Regulamento Técnico do Milho. Disponível em:<http://sistemasweb.
agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=consultarLegislacaoFederal>. Acesso em: 11 nov. 2014.
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Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 3a.ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1997. v. 2. p. 500-516.
Silva, A. A.; Silva, J. F. Tópicos em manejo de plantas daninhas. 1a ed. Viçosa. Ed. UFV, 2007.
Toledo, F. F.; Marcos Filho, J. Manual de sementes: tecnologia da produção. São Paulo: Agronômica Ceres, 1977. 224p.
Zimdahl, R. L. Fundamentals of weed science. 2a ed. Fort Collins, EUA: Academic Press, 1999. 556p.
Arquivos Internos – Departamento de Desenvolvimento Tecnológico Monsanto do Brasil
Consulte sempre um profissional legalmente habilitado para obter a recomendação aplicável para a sua área de plantio.

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