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Aula 13 Direito do Trabalho

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Direito do Trabalho p/ AFT 2014 
Teoria e Questões Comentadas
Prof. Mário Pinheiro / Prof. Antonio Daud Jr -
Aula 13
AULA 13: Direito Administrativo do Trabalho;
Processos de Multas Administrativas. Lei 10.593/02 e 
Lei 11.890/08._______________________________
SUMÁRIO PÁGINA
1. Introdução 02
2. Direito Administrativo do Trabalho 03
2.1. Comentários ao Decreto 4.552/02 (RIT) 06
2.1.1. Inspeção do Trabalho 11
2.1.2. Modalidades de fiscalização 24
2.1.3. Lavratura de Autos de Infração 27
2.1.4. Disposições gerais 38
3. Processo de multas administrativas 46
4. Lei 10.593/02 e Lei 11.890/08 50
5. Questões comentadas 58
6. Lista das questões comentadas 75
7. Gabaritos 80
8. Conclusão 81
9. Lista de legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados ao tema 82
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1. Introdução
Oi amigos (s),
Esta é a penúltima aula teórica do nosso curso (ufa!), onde trataremos dos 
tópicos restantes, de acordo com o estabelecido na aula inaugural.
No último edital de AFT (Cespe / 2013), o conteúdo da aula foi cobrado da 
seguinte forma:
Regulamento da Inspeção do Trabalho.
Lei n° 10.593/2002.
Lei n° 11.890/2008.
Decreto n° 4.552/2002.
Vamos ao trabalho!
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2. Direito Administrativo do Trabalho
Em Direito Administrativo do Trabalho veremos as previsões normativas 
sobre a Inspeção do Trabalho e, de forma mais aprofundada, o Regulamento de 
Inspeção do Trabalho, que trata do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho e 
dos aspectos atinentes à carreira da Auditoria Fiscal do Trabalho.
Inicialmente cumpre salientar que existe previsão, na Convenção OIT n° 81, 
de que os signatários mantenham sistema de inspeção do trabalho, cujos 
inspetores de trabalho estarão encarregados de assegurar a aplicação das 
disposições legais relativas às condições de trabalho e à proteção dos 
trabalhadores no exercício da profissão.
Nossa Constituição Federal atribui à União competência para organizar, 
manter e executar a inspeção do trabalho:
CF/88, art. 21. Compete à União:
(...)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
No plano infraconstitucional, destaque-se o artigo 626 da CLT, segundo o
qual
CLT, art. 626 - Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, 
Indústria e Comercio1, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização 
do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho.
Sobre a maneira como está estruturado o MTE, convém ressaltar que os 
Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente à autoridade 
nacional competente em matéria de inspeção do trabalho, que atualmente é a 
Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT.
Além disso, também falaremos sobre as Superintendências Regionais do 
Trabalho e Emprego - SRTE -, que são as unidades descentralizadas do MTE.
1 Atual Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.
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Segue abaixo um trecho do organograma do MTE que facilita a visualização:
Conforme disposto no Decreto 5.063/04, que aprova a estrutura regimental 
do Ministério, a SIT é enquadrada como órgão específico singular, que possui 
atribuições no tocante à formulação de diretrizes para a inspeção do trabalho, 
normas de atuação da área de segurança e saúde do trabalhador, etc.
Deste modo, a SIT, atualmente, é o órgão nacional competente em matéria 
de inspeção do trabalho.
Já as SRTE são unidades descentralizadas do MTE nos estados da 
federação, a quem compete a execução, supervisão e monitoramento de ações 
relacionadas a políticas públicas afetas ao Ministério do Trabalho e Emprego na 
sua área de jurisdição, especialmente as de fiscalização do Trabalho.
Em diversos dispositivos legais existe menção às Delegacias Regionais do 
Trabalho (DRT), que eram a designação anterior das atuais SRTE.
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Administrativamente, no âmbito dos estados, as SRTE são divididas em 
Gerências Regionais do Trabalho e Emprego - GRTE.
Na estrutura da SRTE/SC, por exemplo, temos as GRTE de Joinville, 
Blumenau, Chapecó, Lages e Criciúma. Já na SRTE/PR temos as GRTE de Ponta 
Grossa, Maringá, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu. Na SRTE/RS, por sua vez, 
há uma grande quantidade de GRTE, tendo em vista o maior número de 
municípios, entre elas a saudosa GRTE Passo Fundo ;-)
Os AFT, desta forma, são lotados (em sua grande maioria) nas SRTE e
GRTE.
Bom pessoal, feita esta introdução, passaremos agora a comentar os 
principais dispositivos do Regulamento de Inspeção do Trabalho, organizados por 
assunto.
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2.1. Comentários ao Decreto 4.552/02 (RIT)
Seguiremos, de uma forma geral, a sequência disposta no Regulamento 
de Inspeção do Trabalho (RIT); em algumas passagens irei fugir da 
ordenação dos dispositivos de modo a agrupar artigos que devam ser comentados 
em conjunto.
Trarei também alguns dispositivos da legislação (CF/88, CLT, etc.) quando 
necessário.
Art. 1° O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a cargo do Ministério 
do Trabalho e Emprego, tem por finalidade assegurar, em todo o 
território nacional, a aplicação das disposições legais, incluindo as 
convenções internacionais ratificadas, os atos e decisões das autoridades 
competentes e as convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho, 
no que concerne à proteção dos trabalhadores no exercício da atividade 
laboral.
Como vimos no início da aula, o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho 
está estruturado de acordo com o Decreto 5.063/04, que possui fundamento na 
CLT e na CF/88.
Os citados dispositivos, em conjunto com o RIT, estabelecem as atribuições 
dos órgãos singulares, descentralizados e dos próprios AFT para que a fiscalização 
do trabalho atinja seus objetivos.
Organização da fiscalização
Art. 2° Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:
I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas indicadas 
em leis, regulamentos e demais atos atinentes à estrutura administrativa 
do Ministério do Trabalho e Emprego;
II - Auditores-Fiscais do Trabalho;
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III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho,em funções auxiliares 
de inspeção do trabalho.
Autoridade de direção nacional está relacionada à figura do Secretário de 
Inspeção do Trabalho, que dirige a SIT. Autoridade regional será o 
Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, enquanto a local será o 
Gerente Regional do Trabalho e Emprego.
Sobre o inciso II, todos os integrantes da carreira são, a partir de 2003, 
designados com Auditores-Fiscais do Trabalho (AFT); anteriormente havia 
diferenciação entre Fiscal do Trabalho, Médico do Trabalho e Engenheiro do 
Trabalho.
Agente de Higiene e Segurança do Trabalho é uma carreira em extinção. Na 
SRTE/SC, salvo engano, só há 02 (dois) ainda em atividade.
Art. 3° Os Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente 
à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
A subordinação técnica dos AFT se dá em relação à Secretaria de Inspeção 
do Trabalho (SIT), a quem cabe formular e propor de diretrizes para a inspeção 
do trabalho, normas de atuação da área de segurança e saúde do trabalhador, 
diretrizes da fiscalização dos recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço - FGTS -, baixar normas relacionadas com a sua área de competência, 
entre outras atribuições.
Art. 4° Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será 
dividido em circunscrições, e fixadas as correspondentes sedes.
Parágrafo único. As circunscrições que tiverem dois ou mais Auditores- 
Fiscais do Trabalho poderão ser divididas em áreas de inspeção 
delimitadas por critérios geográficos.
Art. 5° A distribuição dos Auditores-Fiscais do Trabalho pelas diferentes 
áreas de inspeção da mesma circunscrição obedecerá ao sistema de
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rodízio, efetuado em sorteio público, vedada a recondução para a mesma 
área no período seguinte.
§ 1° Os Auditores-Fiscais do Trabalho permanecerão nas diferentes áreas 
de inspeção pelo prazo máximo de doze meses.
Cada unidade da federação possui as unidades descentralizadas do MTE, 
denominadas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego - SRTE.
Conforme disposto no art. 4°, o território de cada unidade federativa será 
dividido em circunscrições, cujas sedes são as Gerências Regionais do Trabalho 
e Emprego - GRTE.
Neste contexto, a atuação funcional do AFT, salvo casos excepcionais, dar- 
se-á nos limites da circunscrição da unidade na qual esteja lotado.
O mesmo artigo 4° admite a possibilidade de, por critério geográfico, 
dividir-se a circunscrição em áreas de inspeção (exemplo: a circunscrição abrange 
50 municípios e é feita a divisão destes em áreas de inspeção).
Esta divisão é facultativa, e, caso feita, a distribuição dos AFT lotados na 
GRTE será procedida mediante sorteio, com a necessidade de rodízio.
Desconheço a aplicação prática desta previsão normativa, principalmente 
pelo motivo que será exposto a seguir.
Art. 5°, § 2° É facultado à autoridade de direção regional estabelecer 
programas especiais de fiscalização que contemplem critérios diversos 
dos estabelecidos neste artigo, desde que aprovados pela autoridade 
nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
Art. 6° Atendendo às peculiaridades ou circunstâncias locais ou, ainda, a 
programas especiais de fiscalização, poderá a autoridade nacional 
competente em matéria de inspeção do trabalho alterar os critérios 
fixados nos arts. 4° e 5° para estabelecer a fiscalização móvel, 
independentemente de circunscrição ou áreas de inspeção, definindo as 
normas para sua realização.
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Segundo o art. 5°, no âmbito da SRTE, desde que autorizado pela SIT, 
poderão ser estabelecidos programas especiais de fiscalização que
contemplem critérios diversos dos estabelecidos neste mesmo artigo.
Esta possibilidade tem sido aplicada atualmente, de modo que a atuação 
dos AFT tem sido dividida por meio de Projetos de Fiscalização.
Assim, as demandas são segmentadas de acordo com a natureza dos 
empreendimentos e/ou do enfoque da fiscalização. São exemplos desta 
metodologia os Projetos da Construção Civil, Turismo, Comércio, Rural, FGTS, 
Trabalho Infantil e Inserção de Aprendizes no Mercado de Trabalho.
No decorrer de 2012, eu, por exemplo, integrei os Projetos de Fiscalização 
Indústria Metalúrgica e da Madeira, Indústria da Construção Civil e Indústria da 
Mineração.
Desta maneira, minha atuação ocorre em toda a circunscrição da unidade 
em que estou lotado, havendo a segmentação por projetos, e não por áreas de 
inspeção.
Art. 20. A obrigação do Auditor-Fiscal do Trabalho de inspecionar os 
estabelecimentos e locais de trabalho situados na área de inspeção que 
lhe compete, em virtude do rodízio de que trata o art. 6°, § 1°, não o 
exime do dever de, sempre que verificar, em qualquer estabelecimento, a 
existência de violação a disposições legais, comunicar o fato, 
imediatamente, à autoridade competente.
Parágrafo único. Nos casos de grave e iminente risco à saúde e 
segurança dos trabalhadores, o Auditor-Fiscal do Trabalho atuará 
independentemente de sua área de inspeção.
Neste artigo o RIT estabelece que o AFT, independente de sua área de 
inspeção, comunique à autoridade competente as violações identificadas aos 
preceitos trabalhistas de que tomar conhecimento.
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Quanto ao parágrafo único, é importante associar o risco grave e 
iminente2 a esta possibilidade de atuação independente de sua área de 
inspeção: é uma exceção à regra geral que vincula o AFT a sua área de atuação.
Em outras palavras: regra geral, o AFT somente pode atuar na área de 
inspeção para o qual foi designado. Entretanto, caso constate risco grave e 
iminente, poderá intervir (procedendo ao embargo ou interdição, no caso) 
mesmo que este evento esteja ocorrendo fora de sua área de inspeção.
Art. 7° Compete às autoridades de direção do Sistema Federal de 
Inspeção do Trabalho:
I - organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e 
as auxiliares da inspeção do trabalho.
II - elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho 
no âmbito de sua competência;
III - proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de 
inspeção do trabalho; e
IV - receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las 
aos demais órgãos do poder público.
§ 1o As autoridades de direção local e regional poderão empreender e 
supervisionar projetos consoante diretrizes emanadas da autoridade 
nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
§ 2° Cabe à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do 
trabalho elaborar e divulgar os relatórios previstos em convenções 
internacionais.
Art. 8° O planejamento estratégico das ações de inspeção do trabalho 
será elaborado pelos órgãos competentes, considerando as propostas das 
respectivas unidades descentralizadas.
2 O aprofundamento do conceito de risco grave e iminente interessa mais à disciplina Segurança e Saúde no 
Trabalho (SST), que possui curso específico,também de minha autoria, no site Estratégia Concursos.
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§ 1° O planejamento de que trata este artigo consistirá na descrição das 
atividades a serem desenvolvidas nas unidades descentralizadas, de 
acordo com as diretrizes fixadas pela autoridade nacional competente em 
matéria de inspeção do trabalho.
Estes dispositivos ressaltam o papel das unidades de direção do Sistema 
Federal de Inspeção do Trabalho.
As ações fiscais a serem empreendidas pelos milhares de Auditores-Fiscais 
do trabalho devem ser precedidas de planejamento estratégico do órgão, através 
do qual serão definidos os objetivos institucionais, setores prioritários, 
estabelecimento de metas, etc.
2.1.1. Inspeção do trabalho
Art. 9° A inspeção do trabalho será promovida em todas as empresas, 
estabelecimentos e locais de trabalho, públicos ou privados, estendendo- 
se aos profissionais liberais e instituições sem fins lucrativos, bem como 
às embarcações estrangeiras em águas territoriais brasileiras.
Este artigo destaca que, de forma bastante abrangente, os mais diversos 
empregadores estão abrangidos pela fiscalização trabalhista.
Art. 10. Ao Auditor-Fiscal do Trabalho será fornecida Carteira de 
Identidade Fiscal (CIF), que servirá como credencial privativa, com 
renovação qüinqüenal.
§ 1° Além da credencial aludida no caput, será fornecida credencial 
transcrita na língua inglesa ao Auditor-Fiscal do Trabalho, que tenha por 
atribuição inspecionar embarcações de bandeira estrangeira.
§ 2° A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do 
trabalho fará publicar, no Diário Oficial da União, relação nominal dos 
portadores de Carteiras de Identidade Fiscal, com nome, número de 
matrícula e órgão de lotação.
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§ 3° É proibida a outorga de identidade fiscal a quem não seja integrante 
da Carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho.
A Carteira de Identidade Fiscal (CIF) é o documento que comprova aos 
empregadores fiscalizados a identificação funcional do AFT.
Este é o modelo em vigor da CIF, que os (as) combatentes audazes terão o 
orgulho de ostentar:
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Especificação da Carteira de 
Identidade Fiscal do Auditor-Fiscal 
do Trabalho, conforme anexo da 
Portaria n.° 130, de 15 de
dezembro de 2009.
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Art. 11. A credencial a que se refere o art. 10 deverá ser devolvida para 
inutilização, sob pena de responsabilidade administrativa, nos seguintes 
casos:
I - posse em outro cargo público efetivo inacumulável;
II - posse em cargo comissionado de quadro diverso do Ministério do 
Trabalho e Emprego;
III - exoneração ou demissão do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho;
IV - aposentadoria; ou
V - afastamento ou licenciamento por prazo superior a seis meses.
Como a CIF é privativa dos AFT, ela somente deve estar de posse de quem 
esteja exercendo as atribuições do cargo.
Por este motivo, quando o Auditor passa a exercer função não relacionada à 
Auditoria Fiscal do Trabalho (ou deixa de ser AFT), deve devolver a sua CIF.
Para evitar transtornos de ordem maior, nem sempre o afastamento 
implicará na devolução da CIF; se o AFT tira férias, por exemplo, não irá devolver 
a credencial para depois tê-la restituída.
Por este motivo o inciso V exige a devolução somente quando o 
afastamento for superior a seis meses.
Art. 12. A exibição da credencial é obrigatória no momento da inspeção, 
salvo quando o Auditor-Fiscal do Trabalho julgar que tal identificação 
prejudicará a eficácia da fiscalização, hipótese em que deverá fazê-lo 
após a verificação física.
Parágrafo único. O Auditor-Fiscal somente poderá exigir a exibição de 
documentos após a apresentação da credencial.
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Em linhas gerais uma ação fiscal ocorre da seguinte maneira: é feito um 
planejamento prévio, inclusive com pesquisas em sistemas informatizados, depois 
o AFT visita a empresa para entrevistar empregados e verificar as condições de 
trabalho e, após, analisa a documentação para verificar a regularidade dos 
atributos trabalhistas (registro, jornada, descanso, salário, férias, FGTS, etc.).
A regra é que o AFT exiba sua credencial, para identificar-se com tal ao 
empregador que será fiscalizado.
Com fundamento neste artigo do RIT, o AFT pode iniciar a verificação física 
sem apresentar-se como Auditor-Fiscal, isto quando, a seu critério, julgar que tal 
identificação prejudicar a eficácia da fiscalização.
Em diversas ocasiões, chegando à empresa, eu, por exemplo, converso com 
os empregados, vejo se tem pessoas sem carteira assinada, trabalho infantil, 
fraude ao Seguro-Desemprego, e somente após coletar os dados necessários me 
apresento como AFT ;-)
A par disto, vejam que a regra é a obrigatoriedade da exibição da 
credencial no momento da inspeção.
Quanto à solicitação de exibição de documentos, não há exceção: deve- 
se, sempre, apresentar previamente a CIF.
Na CLT há o seguinte dispositivo, que serviu de fundamento para a 
regulamentação do RIT que acabamos de comentar:
CLT, art. 630. Nenhum agente da inspeção poderá exercer as atribuições do seu 
cargo sem exibir a carteira de identidade fiscal, devidamente autenticada, 
fornecida pela autoridade competente.
Art. 13. O Auditor-Fiscal do Trabalho, munido de credencial, tem o 
direito de ingressar, livremente, sem prévio aviso e em qualquer dia e 
horário, em todos os locais de trabalho mencionados no art. 9°.
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Art. 14. Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, 
empresas, instituições, associações, órgãos e entidades de qualquer 
natureza ou finalidade são sujeitos à inspeção do trabalho e ficam, 
pessoalmente ou por seus prepostos ou representantes legais, obrigados 
a franquear, aos Auditores-Fiscais do Trabalho, o acesso aos 
estabelecimentos, respectivas dependências e locais de trabalho, bem 
como exibir os documentos e materiais solicitados para fins de inspeção 
do trabalho.
Estes dispositivos indicam que não há amparo para se obstruir o acesso do 
AFT às dependênciasda empresa a ser fiscalizada. Independente do horário e da 
ocasião, o AFT terá livre acesso aos estabelecimentos.
A Consolidação das Leis do Trabalho já previa o livre acesso do AFT:
CLT, art. 630, § 3° - O agente da inspeção terá livre acesso a todas as 
dependências dos estabelecimentos sujeitos ao regime da legislação, sendo as 
empresas, por seus dirigentes ou prepostos, obrigados a prestar-lhes os 
esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições legais e a exibir- 
lhes, quando exigidos, quaisquer documentos que digam respeito ao fiel 
cumprimento das normas de proteção ao trabalho.
O art. 13 do RIT, acima transcrito, também frisa a desnecessidade de 
prévio aviso da fiscalização, até porque, se o empregador fosse pré-avisado da 
ação fiscal, poderia encobrir as irregularidades trabalhistas.
Art. 15. As inspeções, sempre que necessário, serão efetuadas de forma 
imprevista, cercadas de todas as cautelas, na época e horários mais 
apropriados a sua eficácia.
Como dito acima, a ação fiscal será efetuada de forma imprevista, e a 
verificação física na empresa dar-se-á na época e horários mais apropriados.
Se, por exemplo, em determinas das culturas agrícolas há problema de falta 
de registro na época da colheita, a ação fiscal será planejada para ocorrer neste 
período.
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Quanto a horário, se, por exemplo, há denúncia sobre trabalho infantil em 
após às 22h00min, a ação fiscal será levada a termo durante a noite.
Art. 16. As determinações para o cumprimento de ação fiscal deverão ser 
comunicadas por escrito, por meio de ordens de serviço.
Parágrafo único. As ordens de serviço poderão prever a realização de 
inspeções por grupos de Auditores-Fiscais do Trabalho.
O AFT não sai na rua escolhendo o que vai fiscalizar. Em atendimento ao 
planejamento estabelecido pelo órgão, a chefia imediata seleciona as empresas a 
serem fiscalizadas e distribui as correspondentes Ordens de Serviço (OS) ao 
AFT designado para a ação fiscal.
O parágrafo único salienta que a chefia poderá escalar mais de um AFT para 
a mesma ação fiscal, o que pode acontecer em face do porte do estabelecimento, 
complexidade da fiscalização, etc.
Art. 17. Os órgãos da administração pública direta ou indireta e as 
empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos ficam 
obrigadas a proporcionar efetiva cooperação aos Auditores-Fiscais do 
Trabalho.
Em face do caso concreto, é possível que o AFT necessite de apoio de 
outros órgãos para proceder à fiscalização, e este artigo dispõe acerca da 
obrigatoriedade de cooperação por parte de outras entidades.
Cite-se, por exemplo, as solicitações de apoio policial nos raros casos em 
que o empregador se recusa a permitir o acesso do AFT às dependências do seu 
estabelecimento.
Um exemplo desta previsão constante da própria CLT é o seguinte:
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CLT, art. 630, § 8° - As autoridades policiais, quando solicitadas, deverão prestar 
aos agentes da inspeção a assistência de que necessitarem para o fiel 
cumprimento de suas atribuições legais.
Pessoal, este próximo artigo é um pouco mais extenso, então comentarei 
item por item. Aqui também farei, quando necessário, algumas alterações na 
ordem das alíneas, para agrupar disposições semelhantes.
Art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território 
nacional:
I - verificar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, 
inclusive as relacionadas à segurança e à saúde no trabalho, no âmbito 
das relações de trabalho e de emprego, em especial:
a) os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), 
visando à redução dos índices de informalidade;
Um dos problemas mais frequentes na rotina trabalhista é encontrar 
empregados laborando sem registro em CTPS. Empregado sem CTPS assinada 
pelo empregador está na informalidade, e por conta disto não tem o FGTS 
depositado, não conta tempo para se aposentar, não recebe férias, não recebe 
décimo terceiro salário, etc.
Em vista disso, os AFT devem exigir o registro dos empregados visando à 
redução dos índices de informalidade.
b) o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), 
objetivando maximizar os índices de arrecadação;
A falta de recolhimento do FGTS também é comum, e um dos atributos a 
serem fiscalizados é justamente o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, com o 
objetivo de maximizar os índices de arrecadação.
c) o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de 
trabalho celebrados entre empregados e empregadores; e
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Como resultado das negociações coletivas de trabalho, entabuladas entre 
empresas, sindicatos patronais e sindicatos obreiros, são elaborados os contratos 
coletivos de trabalho (CTT) e acordos coletivos de trabalho (ACT), cujas cláusulas 
obrigam as partes pactuantes.
No decurso da ação fiscal, com base na documentação apresentada, o AFT 
deve verificar se as partes estão cumprindo as disposições dos diplomas coletivos 
de trabalho.
d) o cumprimento dos acordos, tratados e convenções internacionais 
ratificados pelo Brasil;
Várias Convenções da OIT foram regularmente internalizadas, as quais o 
Brasil se obrigou como signatário.
Sendo assim, cabe ao AFT, nas ações fiscais, observar o cumprimento das 
normas oriundas do direito internacional do trabalho.
II - ministrar orientações e dar informações e conselhos técnicos aos 
trabalhadores e às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, atendidos os 
critérios administrativos de oportunidade e conveniência;
Além da lavratura de Autos de Infração, notificação para regularização de 
problemas identificados, elaboração de embargos e interdições, também cabe ao 
AFT orientar os empregados quanto aos preceitos estabelecidos na legislação.
Estas orientações podem se dar, por exemplo, durante a fiscalização e, 
também, nos plantões de orientação ao público.
III - interrogar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, seus 
prepostos ou representantes legais, bem como trabalhadores, sobre 
qualquer matéria relativa à aplicação das disposições legais e exigir-lhes 
documento de identificação;
Para a apuração de possíveis infrações (como falta de registro em CTPS, 
desobediência a normas de segurança e saúde, etc.) o AFT precisa obter 
informações junto aos empregados e aos representantes da empresa. As
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entrevistas podem ser, inclusive, um dos elementos de convicção para a lavratura 
de Autos de Infração.
IV - expedir notificação para apresentação de documentos;
Para que seja possível avaliar o cumprimento das disposições legais sobre 
diversos itens da legislação o AFT deve analisara documentação trabalhista 
(recibos de salário, controles de jornada, guias de recolhimento do FGTS, ordens 
de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, etc.).
Para obter tais documentos o AFT expede a Notificação para Apresentação 
de Documentos (NAD), que formaliza esta solicitação junto ao empregador.
V - examinar e extrair dados e cópias de livros, arquivos e outros 
documentos, que entenda necessários ao exercício de suas atribuições 
legais, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico;
Em face de irregularidades identificadas, e com vistas a subsidiar a 
lavratura de Autos de Infração, Termos de Interdição, Relatórios a serem 
encaminhados a outros órgãos etc., o AFT pode extrair cópias de documentos 
relacionados, e também obter arquivos eletrônicos (como no caso da folha de 
pagamento, para se proceder ao levantamento de débito do FGTS).
VI - proceder a levantamento e notificação de débitos;
Esta alínea se relaciona aos casos em que foi identificada falta de 
recolhimento do FGTS, quando será necessário levantar o débito e emitir a 
Notificação de Débito do Fundo de Garantia e da Contribuição Social3 - NDFC.
VII - apreender, mediante termo, materiais, livros, papéis, arquivos e 
documentos, inclusive quando mantidos em meio magnético ou 
eletrônico, que constituam prova material de infração, ou, ainda, para 
exame ou instrução de processos;
XII - coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de 
análise, bem como apreender equipamentos e outros itens relacionados 
com a segurança e saúde no trabalho, lavrando o respectivo termo de 
apreensão;
3 Contribuição Social (CS), instituída pela Lei Complementar 101/2011.
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De acordo com as circunstâncias o Auditor-Fiscal poderá apreender 
documentos que constituam prova de irregularidades trabalhistas, lavrando o 
correspondente Termo de Apreensão e Guarda.
Este Termo irá formalizar o ato e conterá a identificação dos documentos 
apreendidos, motivo da apreensão, entre outros.
VIII - inspecionar os locais de trabalho, o funcionamento de máquinas e 
a utilização de equipamentos e instalações;
IX - averiguar e analisar situações com risco potencial de gerar doenças 
ocupacionais e acidentes do trabalho, determinando as medidas 
preventivas necessárias;
X - notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o 
cumprimento de obrigações ou a correção de irregularidades e adoção de 
medidas que eliminem os riscos para a saúde e segurança dos 
trabalhadores, nas instalações ou métodos de trabalho;
A maioria dos aspectos relacionados a segurança e saúde no trabalho 
demanda inspeção no local onde os empregados laboram.
Nestas inspeções o AFT irá verificar que tipos de agentes insalubres 
existem, quais máquinas são utilizadas, como os empregados desenvolvem suas 
atividades, quais são as condições gerais em termos de organização do trabalho, 
iluminação, aspectos ergonômicos, etc.
Com esta visão geral, aprofundada com análise de documentos, programas 
e laudos, será possível adotar as medidas cabíveis, entre elas a notificação para 
correção de irregularidades.
XI - quando constatado grave e iminente risco para a saúde ou segurança 
dos trabalhadores, expedir a notificação a que se refere o inciso X deste 
artigo, determinando a adoção de medidas de imediata aplicação;
XIII - propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço, máquina 
ou equipamento, ou o embargo de obra, total ou parcial, quando 
constatar situação de grave e iminente risco à saúde ou à integridade
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física do trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que indique a 
situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que 
deverão ser adotadas pelas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, 
comunicando o fato de imediato à autoridade competente;
Em sendo identificado o risco grave e iminente, caberá o embargo da 
obra ou interdição de máquina, equipamento, estabelecimento ou setor de 
serviço, cuja elaboração inclui a indicação das medidas a serem adotadas para o 
saneamento da condição gravosa à integridade dos trabalhadores.
Originariamente a competência é do Superintendente Regional do Trabalho 
e Emprego, havendo diversas delegações da atribuição de interditar e embargar 
aos AFT.
O Termo de Interdição ou Embargo deve ser acompanhado de laudo técnico 
que indique a situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que 
deverão ser adotadas.
Os assuntos embargo e interdição, em detalhes, são tratados nos artigos 
160 e 161 da CLT e na Norma Regulamentadora n° 3 do MTE, dispositivos estes 
que são pormenorizados no curso de Segurança e Saúde no Trabalho.
XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e das 
doenças ocupacionais, bem como as situações com potencial para gerar 
tais eventos;
A Análise de Acidentes de Trabalho é um dos projetos de fiscalização 
atualmente existentes no MTE, e em seu âmbito são emitidas Ordens de Serviço 
para investigação de tais infortúnios. O RIT possui disposição adicional sobre 
investigação de acidentes, que é a seguinte:
Art. 21. Caberá ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego promover 
a investigação das causas de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, 
determinando as medidas de proteção necessárias.
XV - realizar auditorias e perícias e emitir laudos, pareceres e relatórios;
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XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formas 
previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional competente 
em matéria de inspeção do trabalho;
O resultado das fiscalizações deve ser formalizado em sistema 
informatizado do MTE e, quando for o caso, devem ser elaborados relatórios para 
encaminhamento ao Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, 
Polícia Federal, etc.
XVI - solicitar, quando necessário ao desempenho de suas funções, o 
auxílio da autoridade policial;
A solicitação de apoio policial geralmente ocorre quando o AFT é impedido 
de acessar o estabelecimento do empregador. É uma situação atípica, que ocorre 
poucas vezes (comigo nunca aconteceu).
Em vista da natureza peculiar de determinadas ações fiscais, como o 
combate ao trabalho escravo em regiões distantes, é comum a solicitação de 
acompanhamento das Polícias Federal ou Rodoviária Federal.
XVII - lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial 
de inspeção;
O Termo de Compromisso é o que formaliza o procedimento especial para a 
ação fiscal, conforme previsto na CLT. Falaremos sobre isto mais adiante, pois 
envolve outro trecho do RIT.
XVIII - lavrar autos de infração por inobservância de disposições legais;
A regra é a seguinte: identificada a irregularidade, o AFT deve lavrar o 
correspondente Auto de Infração (AI). Sobre esta regra e suas exceções 
falaremos mais adiante, comentando os correspondentes artigos da CLT.
XIX - analisar processos administrativos de auto de infração,notificações 
de débitos ou outros que lhes forem distribuídos;
Alguns AFT não realizam a atividade rotineira de fiscalização de empresas, 
pois são incumbidos das análises de processos Autos de Infração lavrados por 
outros AFT (e respectivas defesas apresentadas pelos empregadores autuados).
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Há também Auditores-Fiscais que analisam as Notificações de Débito do 
Fundo de Garantia e da Contribuição Social - NDFC.
A atividade destes Auditores consiste em avaliar a regularidade destes 
documentos fiscais. Feita a análise, o Auditor irá opinar pela subsistência (ou 
insubsistência), para a posterior decisão da autoridade competente sobre a 
imposição de multa ao administrado.
XX - devolver, devidamente informados os processos e demais 
documentos que lhes forem distribuídos, nos prazos e formas previstos 
em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em 
matéria de inspeção do trabalho;
A fiscalização tem várias origens: conforme o planejamento, solicitações de 
outros órgãos, denúncias de sindicatos, denúncias de empregados, etc.
Quando o AFT receber um processo ou documento que contenha 
informações ou fatos a serem apurados sob ação fiscal, findo o prazo estabelecido 
deverá devolver à chefia o expediente recebido, com as devidas conclusões.
XXII - levar ao conhecimento da autoridade competente, por escrito, as 
deficiências ou abusos que não estejam especificamente compreendidos 
nas disposições legais;
Esta alínea trata de casos em que o Auditor-Fiscal verifique situações não 
tipificadas que considere como abusos.
O encaminhamento à autoridade competente objetiva que esta situação 
seja analisada por quem de direito para, eventualmente, vir a ensejar alteração 
normativa que aumente a proteção dos trabalhadores contra abusos do 
empregador.
XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos 
planejamentos nacional e regional.
A ação dos AFT decorre de planejamento realizado institucionalmente, e 
neste contexto a atuação funcional do Auditor deve respeitar as prioridades 
estabelecidas pelo escalão superior.
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2.1.2. Modalidades de fiscalização
Existem diferentes maneiras de se proceder à fiscalização trabalhista, e 
também diferentes origens da demanda que justificou a ação fiscal. Inicialmente 
vejamos as disposições do RIT:
Art. 30. Poderão ser estabelecidos procedimentos de fiscalização 
indireta, mista, ou outras que venham a ser definidas em instruções 
expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção 
do trabalho.
§ 1° Considera-se fiscalização indireta aquela realizada por meio de 
sistema de notificações para apresentação de documentos nas unidades 
descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.
§ 2° Poderá ser adotada fiscalização indireta:
I - na execução de programa especial para a ação fiscal; ou
II - quando o objeto da fiscalização não importar necessariamente em 
inspeção no local de trabalho.
§ 3° Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao local 
de trabalho e desenvolvida mediante notificação para apresentação de 
documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e 
Emprego.
As modalidades de fiscalização foram enumeradas por meio da Portaria 
MTE 546/10, cujo regramento pode ser mais bem visualizado da seguinte 
maneira:
Resumindo
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Modalidade
de
fiscalização
Descrição
Fiscalização
dirigida >>>
E aquela resultante do planejamento da SIT ou da SRTE, 
desenvolvida individualmente ou em grupo, que demanda 
para a sua execução a designação, pela autoridade 
competente, por meio de OS, de um ou mais AFT.________
Fiscalização
indireta >>>
É aquela que envolve apenas análise documental, a partir 
de sistema de notificações via postal aos empregadores 
para apresentação de documentos nas unidades 
descentralizadas do MTE, em data e horário definidos, e 
demanda para sua execução a designação de AFT, pela 
chefia técnica imediata ou superior, por meio de OS, 
conforme escala mensal.
Fiscalização 
por denúncia >>>
É aquela resultante de OS originada de denúncia que 
envolva risco grave à segurança, à saúde ou à 
regularidade do pagamento do salário aos trabalhadores e 
que deva merecer apuração prioritária, podendo ser 
desenvolvida individualmente ou em grupo.______________
Fiscalização
imediata >>>
É aquela decorrente da constatação de grave e iminente 
risco à saúde e segurança dos trabalhadores, que obriga a 
comunicação à chefia técnica imediata, bem como a 
lavratura de auto de infração ou expedição de termo 
desembargo ou interdição.____________________________
Fiscalização 
para análise 
de acidente 
do trabalho
>>>
É aquela resultante de OS originada de notícia sobre a 
ocorrência de acidente de trabalho grave ou fatal, que tem 
como objetivo a coleta de dados e informações para 
identificação do conjunto de fatores causais envolvidos na 
gênese do acidente.__________________________________
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Fazendo uma comparação entre o RIT e a Portaria 546/10 vemos que a 
identificação tem ligeiras diferenciações, tendo em vista o critério para a 
designação das demandas.
O RIT trata mais do modus operandi na ação fiscal, enquanto o Portaria se 
preocupa com a natureza e a origem da demanda. Sobre a maneira como o RIT 
distinguiu as ações fiscais, podemos resumir no quadro abaixo:
Modalidade 
de
fiscalização
>>>
>>>
>>>
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Fiscalização
direta
Fiscalização
indireta
Fiscalização
mista
Descrição
O AFT procede à verificação física no estabelecimento, 
entrevistando empregados e observando as condições de 
trabalho, analisando posteriormente a documentação 
necessária no próprio estabelecimento.__________________
É realizada por meio de sistema de notificações para 
apresentação de documentos nas unidades 
descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego. A 
empresa é notificada pelo MTE (pelos Correios) para que, 
em dia e horário marcados, apresente os documentos 
requeridos; neste caso, não há verificação física na 
empresa. Ocorre na execução de programa especial para a 
ação fiscal e quando o objeto da fiscalização não importar 
necessariamente em inspeção no local de trabalho 
(exemplo desta última hipótese: fiscalização do atributo 
FGTS, que somente demanda consulta a sistemas 
informatizados e análise documental).__________________
Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita 
ao local de trabalho e desenvolvida mediante notificaçãopara apresentação de documentos nas unidades 
descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego. É a 
mais comum, pois analisar documentação na própria 
empresa, geralmente, é inviável. Aqui o AFT faz a 
verificação física e, posteriormente, a empresa leva os 
documentos solicitados até a unidade do MTE, em dia e 
horário marcados pelo AFT na correspondente Notificação 
para Apresentação de Documentos (NAD)._______________
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2.1.3. Lavratura de Autos de Infração
A regra é que, identificada a irregularidade durante a ação fiscal, seia 
lavrado o correspondente Auto de Infração (AI).
Segue abaixo o dispositivo da CLT que vincula a lavratura do AI:
CLT, art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A, a toda verificação em que 
o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal 
deve corresponder, sob pena de responsabilidade administrativa, a lavratura de 
auto de infração.
Nesta linha, se o AFT, através de verificação física e análise documental, 
identifica empregados sem registro, atraso de salário, excesso de jornada, 
irregularidade na concessão de intervalo intraiornada, irregularidade na 
concessão de intervalo intrajornada, concessão extemporânea de férias, falta de 
recolhimento do FGTS e quitação de verbas rescisórias fora do prazo, deverá, em 
princípio, lavrar os 8 Autos de Infração correspondentes a estas infrações.
Caso o AFT identifique total descumprimento das NR 6 (EPI), 7 (PCMSO) e 9 
(PPRA), por exemplo, lá se vão algumas dezenas de Autos de Infração.
Vejam que o art. 628 inclui a palavra "toda" e, após, admite as exceções 
legais, que são a dupla visita (art. 627) e o procedimento especial para a 
ação fiscal (art. 627-A).
O RIT possui regra similar, conforme disposto abaixo:
Decreto 4.552/02, art. 24. A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do 
Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve 
corresponder, sob pena de responsabilidade, a lavratura de auto de 
infração, ressalvado o disposto no art. 23 [dupla visita] e na hipótese de 
instauração de procedimento especial de fiscalização.
Parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante 
condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhas e será lavrado 
no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado que será 
declarado no próprio auto, quando então deverá ser lavrado no prazo de 
vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade.
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A previsão do parágrafo único é importante porque, geralmente, o local da 
fiscalização não é adequado para a lavratura dos Autos. Por este motivo, nem 
sempre o AI é lavrado no local da inspeção (é o caso, por exemplo, da 
fiscalização mista).
Nestes casos, no campo "Histórico" do Auto de Infração o AFT descreve o 
motivo pelo qual o AI foi lavrado fora do local da inspeção.
Outro aspecto a ser destacado é que o AI não terá seu valor probante 
condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhas.
Isto significa que se, por exemplo, o empregador autuado se recusar a 
receber o AI, isto não o invalidará: o AFT poderá encaminhar o documento pelos 
correios, com Aviso de Recebimento (AR), que será anexado ao processo.
Sobre o local da lavratura de documentos fiscais, além desta regra que 
vimos quanto aos Autos de Infração, existe também outra relativa às Notificações 
de débito:
Art. 25. As notificações de débitos e outras decorrentes da ação fiscal 
poderão ser lavradas, a critério do Auditor-Fiscal do Trabalho, no local 
que oferecer melhores condições.
Percebe-se, desta maneira, que aqui não há a necessidade de justificar o 
motivo da não lavratura no local da inspeção.
Dupla visita
Algumas situações tipificadas em lei limitam a imposição de Autos de 
Infração a quem descumpre a legislação trabalhista. Nestes casos, ao invés de 
aplicar os Autos (que se converteriam em multas administrativas), o enfoque da 
fiscalização deverá ser prioritariamente orientativo.
Para tratar do tema dupla visita falaremos sobre a CLT, o RIT e a Lei 
Complementar 123/06.
Inicialmente vejamos a disposição celetista:
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CLT, art. 627 - A fim de promover a instrução dos responsáveis no cumprimento 
das leis de proteção do trabalho, a fiscalização deverá observar o critério de 
dupla visita nos seguintes casos:
a) quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou 
instruções ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, 
será feita apenas a instrução dos responsáveis;
b) em se realizando a primeira inspeção dos estabelecimentos ou dos locais de 
trabalho, recentemente inaugurados ou empreendidos.
Assim, vemos que a CLT impôs regras gerais, que necessitavam ser mais 
bem delineadas; o que é "lei nova"? E o que seria estabelecimento "recentemente 
inaugurado"?
O RIT (Decreto 4.552/02) definiu estes comandos gerais da seguinte 
maneira, estendendo, também, as hipóteses de cabimento da dupla visita:
Art. 23. Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e 
advertir as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho e os trabalhadores 
quanto ao cumprimento da legislação trabalhista, e observarão o critério 
da dupla visita nos seguintes casos:
I - quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, 
regulamentos ou instruções ministeriais, sendo que, com relação 
exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução dos 
responsáveis;
II - quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou 
locais de trabalho recentemente inaugurados ou empreendidos;
Estes dois incisos apenas reproduziram o que já estava previsto a CLT. A 
definição do prazo em que aplicável a dupla visita consta do parágrafo 1° deste 
mesmo artigo, que segue abaixo:
§ 1° A autuação pelas infrações não dependerá da dupla visita após o 
decurso do prazo de noventa dias da vigência das disposições a que se 
refere o inciso I ou do efetivo funcionamento do novo estabelecimento ou 
local de trabalho a que se refere o inciso II.
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Desta maneira, somente durante os primeiros 90 dias de vigência da nova 
lei ou dos primeiros 90 dias do efetivo funcionamento do novo estabelecimento é 
que caberá a dupla visita.
III - quando se tratar de estabelecimento ou local de trabalho com até 
dez trabalhadores, salvo quando for constatada infração por falta de 
registro de empregado ou de anotação da CTPS, bem como na ocorrência 
de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização; e
Aqui o RIT trouxe uma exceção e, também, uma exceção da exceção ;-)
Ou seja: em geral, pequenos estabelecimentos estão abrangidos pela dupla 
visita, salvo se as irregularidades forem as descritas no inciso acima.
Assim, mesmo que se trate de uma empresa com um empregado, se este 
estiver semregistro, deverá ser lavrado o correspondente Auto de Infração.
Esta disposição do RIT já se encontrava disposta na Lei 7.885/89, de modo 
idêntico:
Lei 7.885/89, art. 6°, § 3° Será observado o critério de dupla visita nas empresas 
com até dez empregados, salvo quando for constatada infração por falta de 
registro de empregado, anotação de sua Carteira de Trabalho e Previdência Social 
e na ocorrência de fraude, resistência ou embaraço à fiscalização.
Ainda quanto a este inciso III é oportuno mencionar o § 2° do mesmo 
artigo:
§ 2° Após obedecido o disposto no inciso III, não será mais observado o 
critério de dupla visita em relação ao dispositivo infringido.
Caso, por exemplo, tenha sido identificada concessão de férias após o 
período concessivo, a empresa com até dez trabalhadores (desde que não tenha 
havido fraude, resistência ou embaraço à fiscalização) será orientada.
Conforme o dispositivo acima, se, em nova ação fiscal, a mesma 
irregularidade for identificada, não caberá a dupla visita.
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IV - quando se tratar de microempresa e empresa de pequeno porte, na 
forma da lei específica.
Neste item o legislador buscou impor viés orientativo quando cabível, às 
microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP).
A lei específica mencionada no RIT, atualmente, é a Lei Complementar 
123/2006, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de 
Pequeno Porte e dá outras providências.
Sobre isto a Lei Complementar 123/2006 prevê o seguinte:
LC 123/2006, art. 55. A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhista, 
metrológico, sanitário, ambiental e de segurança, das microempresas e empresas 
de pequeno porte deverá ter natureza prioritariamente orientadora, quando 
a atividade ou situação, por sua natureza, comportar grau de risco compatível 
com esse procedimento.
§ 1° Será observado o critério de dupla visita para lavratura de autos de 
infração, salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado 
ou anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, ou, ainda, na 
ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização.
Frise-se que a própria Lei (art. 55, caput) indicou que caberá a natureza 
orientadora da fiscalização quando a situação comportar grau de risco 
compatível com esse procedimento.
Neste contexto, caso o AFT entenda que, pela gravidade da situação 
identificada a dupla visita seja incompatível, lavrará os Autos de Infração devidos 
contextualizando a impossibilidade de aplicação de caráter orientativo ao caso 
concreto.
§ 3° A dupla visita será formalizada em notificação, que fixará prazo para 
a visita seguinte, na forma das instruções expedidas pela autoridade 
nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
Este é o §3° do mesmo artigo 23 (falamos dos outros 2 parágrafos ao longo 
dos comentários sobre as suas alíneas).
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Como descrito no parágrafo, caberá formalização da dupla visita, fixando 
prazo para a visita seguinte.
Vejamos agora as disposições sobre o procedimento especial para a ação 
fiscal, que também representa exceção à regra de que a toda irregularidade 
deverá ser lavrado o AI.
Procedimento especial para a ação fiscal
O procedimento especial para a ação fiscal está previsto na CLT, nos 
seguintes termos:
CLT, art. 627-A. Poderá ser instaurado procedimento especial para a ação fiscal, 
objetivando a orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, 
bem como a prevenção e o saneamento de infrações à legislação mediante Termo 
de Compromisso, na forma a ser disciplinada no Regulamento da Inspeção do 
Trabalho.
No RIT, as disposições são as seguintes:
Art. 27. Considera-se procedimento especial para a ação fiscal aquele 
que objetiva a orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao 
trabalho, bem como a prevenção e o saneamento de infrações à 
legislação.
Art. 28. O procedimento especial para a ação fiscal poderá ser 
instaurado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho quando concluir pela 
ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o 
cumprimento da legislação trabalhista por pessoas ou setor econômico 
sujeito à inspeção do trabalho, com a anuência da chefia imediata.
Neste contexto, podemos verificar que a legislação estabeleceu uma 
situação bastante genérica para o cabimento do procedimento especial para a 
ação fiscal: ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou 
dificulte o cumprimento da legislação trabalhista.
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Podemos imaginar, por exemplo, o caso de um segmento econômico que foi 
duramente afetado por alguma crise e, por este motivo, as empresas que o 
compõem passaram a pagar salário em atraso e deixar de recolher o FGTS.
Sobre o caput do art. 28, note-se que a instauração do procedimento 
depende do juízo de oportunidade e conveniência do AFT que esteja atuando 
naquele segmento e, também, da anuência da chefia imediata.
Art. 29. A chefia de fiscalização poderá, na forma de instruções
expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção 
do trabalho, instaurar o procedimento especial sempre que identificar a 
ocorrência de:
I - motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o 
cumprimento da legislação trabalhista pelo tomador ou intermediador de 
serviços;
II - situação reiteradamente irregular em setor econômico.
Parágrafo único. Quando houver ação fiscal em andamento, o
procedimento especial de fiscalização deverá observar as instruções 
expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção 
do trabalho.
Este dispositivo consolida o que comentamos anteriormente: cabe à chefia 
imediata a instauração do procedimento especial, nas hipóteses elencadas pela 
legislação.
Art. 28, § 1° O procedimento especial para a ação fiscal iniciará com a 
notificação, pela chefia da fiscalização, para comparecimento das 
pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, à sede da unidade 
descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego.
Nas fiscalizações em geral, como vimos, o AFT faz a verificação física nas 
dependências da empresa e solicita a documentação para análise.
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Aqui, entretanto, a lógica não é essa. Instaurado o procedimento especial 
para a ação fiscal, é a chefia que notificará (geralmente pelos Correios) as 
empresas para comparecimento na unidade do MTE (SRTE ou GRTE).
§ 2° A notificação deverá explicitar os motivos ensejadores da 
instauração do procedimento especial.
A Notificação encaminhada pela chefia irá explicitar os motivos da 
instauração do procedimento especial, que serão relacionados às irregularidadestrabalhistas identificadas naquele ramo da economia (atraso de salários, falta de 
recolhimento de FGTS, falta de registro em CTPS, problemas de segurança e 
saúde no trabalho, etc.).
§ 3° O procedimento especial para a ação fiscal destinado à prevenção ou 
saneamento de infrações à legislação poderá resultar na lavratura de 
termo de compromisso que estipule as obrigações assumidas pelo 
compromissado e os prazos para seu cumprimento.
Feitas as reuniões e esclarecimentos sobre os problemas identificados, os 
representantes das empresas atingidas pelo procedimento irão, quando for o 
caso, ser notificados a assinar termo de compromisso.
Este termo irá indicar quais são os problemas e as obrigações a que as 
partes pactuantes se obrigarão (obrigações de fazer e/ou de não fazer).
§ 4° Durante o prazo fixado no termo, o compromissado poderá ser 
fiscalizado para verificação de seu cumprimento, sem prejuízo da ação 
fiscal em atributos não contemplados no referido termo.
Vimos que o procedimento especial não será instaurado aleatoriamente: ele 
terá lugar quando da ocorrência de motivo grave ou relevante que
impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista.
Deste modo, em havendo êxito na lavratura do termo de compromisso, não 
serão necessariamente lavrados os Autos de Infração cabíveis.
Apesar disto, o procedimento especial se circunscreve aos atributos 
trabalhistas contidos em suas cláusulas, não havendo qualquer óbice à 
fiscalização e autuação de irregularidades não contempladas no referido termo
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Exemplo: o procedimento especial se relacionava a atraso de salário e a 
empresa foi fiscalizada, tendo sido identificado excesso de jornada e falta de 
concessão de intervalos: a lavratura dos correspondentes Autos não será 
prejudicada pela existência do termo de compromisso.
§ 5° Quando o procedimento especial para a ação fiscal for frustrado pelo 
não-atendimento da convocação, pela recusa de firmar termo de 
compromisso ou pelo descumprimento de qualquer cláusula 
compromissada, serão lavrados, de imediato, os respectivos autos de 
infração, e poderá ser encaminhando relatório circunstanciado ao 
Ministério Público do Trabalho.
Aqui se trata da frustração do procedimento especial, pelos motivos 
expostos no parágrafo. Nestes casos, como as irregularidades foram 
identificadas, todos os Autos deverão ser lavrados.
O dispositivo cita, ainda, encaminhamento de relatório ao Ministério Público 
do Trabalho (MPT). É frequente a interação entre MTE e MPT, e, além disso, cite- 
se que o MPT também busca a resolução de problemas específicos por meio de 
procedimentos nominados Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Para fins de prova, é importante saber que o termo de compromisso 
firmado nos termos do RIT não é sinônimo do TAC firmado pelo MPT.
§ 6° Não se aplica o procedimento especial de saneamento às situações 
de grave e iminente risco à saúde ou à integridade física do trabalhador.
O termo de compromisso se aplica nos casos em que seja identificada 
irregularidade que comporte a concessão de prazo para sua regularização (onde, 
inclusive, nem haverá autuação).
Quando a irregularidade (notadamente na seara da segurança e saúde no 
trabalho) for configurada como risco grave e iminente, incabível a concessão 
de prazo para sua regularização.
Nestas hipóteses, cabe ao AFT embargar a obra ou interditar a máquina, 
equipamento, setor de serviço, etc.
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Para facilitar a memorização do conteúdo que foi estudado até agora sobre 
lavratura de Autos de Infração elaborei um esquema compilando as regras mais 
importantes:
Lavratura de Autos de Infração
Regra
CLT, art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A, a toda verificação em 
que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de preceito 
legal deve corresponder (...) a lavratura de auto de infração.__________________
Exceções
Dupla visita Procedimento especial para a ação fiscal
Promulgação ou 
expedição de novas 
leis, regulamentos ou 
instruções ministeriais.
Prazo de 90 dias, a 
contar da vigência do 
novo normativo.
CLT, art. 627-A. Poderá 
ser instaurado 
procedimento especial 
para a ação fiscal, 
objetivando a orientação 
sobre o cumprimento 
das leis de proteção ao 
trabalho, (...)_____
Primeira inspeção nos 
estabelecimentos 
recentemente 
inaugurados ou 
empreendidos.
»»
Prazo de 90 dias, a 
contar do efetivo 
funcionamento do 
novo
estabelecimento.
Estabelecimento ou »» Ressalva é feita
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local de trabalho com 
até dez trabalhadores.
ME/EPP »»
quanto a registro e 
anotação em CTPS, 
reincidência, fraude, 
resistência ou 
embaraço à 
fiscalização.
Ainda sobre o assunto Auto de Infração, consta da CLT previsão de sua 
lavratura em duas vias, sendo uma entregue ao empregador autuado:
CLT, art. 629 - O auto de infração será lavrado em duplicata, nos termos dos 
modelos e instruções expedidos, sendo uma via entregue ao infrator, contra 
recibo, ou ao mesmo enviada, dentro de 10 (dez) dias da lavratura, sob pena de 
responsabilidade, em registro postal, com franquia e recibo de volta.
Atualmente os Autos de Infração (AI) são lavrados em três vias, de modo 
que uma delas fique de posse do AFT autuante, para controle.
O dispositivo da CLT, entretanto, ainda fala de apenas duas vias (uma do 
processo administrativo e outra do autuado).
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2.1.4. Disposições gerais
Neste tópico falaremos sobre os dispositivos finais do RIT e, também, de 
alguns outros assuntos constantes da CLT.
Passe livre
O passe livre representa a possibilidade do AFT, no uso de suas atribuições, 
ficar isento do pagamento de pedágio e tarifas de empresas de transporte.
A previsão celetista é a seguinte:
CLT, art. 630, § 5° - No território do exercício de sua função, o agente da 
inspeção gozará de passe livre nas empresas de transportes, públicas ou 
privadas, mediante a apresentação da carteira de identidade fiscal.
O RIT, à semelhança da disposição da CLT, estabeleceu que
Decreto 4.552/02, art. 34. As empresas de transportes de qualquer natureza, 
inclusive as exploradas pela União, Distrito Federal, Estados e Municípios, bem 
como as concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o trânsito 
concederão passe livre aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de 
Higiene e Segurança do Trabalho, no território nacional em conformidade com o 
disposto no art. 630, § 5°, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mediante 
a apresentação da Carteira de Identidade Fiscal.
Parágrafo único. O passe livre a que se refereeste artigo abrange a travessia 
realizada em veículos de transporte aquaviário.
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Livro de Inspeção do Trabalho
A previsão sobre obrigatoriedade do Livro de Inspeção do Trabalho foi 
incluído na CLT em 1967:
CLT, art. 628, § 1° Ficam as empresas obrigadas a possuir o livro intitulado 
"Inspeção do Trabalho", cujo modelo será aprovado por portaria Ministerial.
§ 2° Nesse livro, registrará o agente da inspeção sua visita ao estabelecimento, 
declarando a data e a hora do início e término da mesma, bem como o resultado 
da inspeção, nele consignando, se for o caso, todas as irregularidades verificadas 
e as exigências feitas, com os respectivos prazos para seu atendimento, e, ainda, 
de modo legível, os elementos de sua identificação funcional.
À época da instituição desta obrigação legal o uso de computadores, 
internet e sistemas informatizados eram bastante restritos, e atualmente todos os 
registros de ações fiscais (irregularidades identificadas, Autos de Infração 
lavrados, FGTS recolhido, etc.) são registrados em sistema informatizado do MTE.
Apesar disto, o citado artigo continua em vigor, e as empresas em geral são 
obrigadas a manter tal livro.
Uma exceção à obrigatoriedade de posse do Livro de Inspeção do Trabalho 
(LIT) recai sobre as ME/EPP, em face da já mencionada LC 123/06, que as 
isentou de tal obrigação:
LC 123/06, art. 51. As microempresas e as empresas de pequeno porte são 
dispensadas:
(...)
IV - da posse do livro intitulado "Inspeção do Trabalho".
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Vedações ao AFT
Ao seu final, o RIT dispõe sobre condutas vedadas ao Auditor-Fiscal do 
Trabalho.
Segue abaixo o artigo 35, com os correspondentes comentários:
Art. 35. É vedado aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de 
Higiene e Segurança do Trabalho:
I - revelar, sob pena de responsabilidade, mesmo na hipótese de 
afastamento do cargo, os segredos de fabricação ou comércio, bem como 
os processos de exploração de que tenham tido conhecimento no 
exercício de suas funções;
O AFT, ao proceder à verificação física nas empresas, entrevista os 
empregados e tem contato com o maquinário utilizado, métodos e processos de 
trabalho, etc., tudo com o objetivo de identificar potenciais problemas que 
possam causar danos à integridade dos trabalhadores.
O que este inciso impede é que o AFT revele a terceiros os segredos de 
fabricação e comércio de que tenha tomado conhecimento ao inspecionar os 
estabelecimentos fiscalizados.
II - revelar informações obtidas em decorrência do exercício das suas 
competências;
Este inciso tem o mesmo raciocínio do anterior, mas é mais amplo: não 
trata apenas de segredos de fabricação ou processos de exploração, e sim das 
informações em geral que tenha adquirido sobre a empresa fiscalizada.
III - revelar as fontes de informações, reclamações ou denúncias; e
Em alguns casos o AFT recebe denúncias de empregados contra seu 
empregador, e com base neste inciso seria vedado ao AFT, por exemplo, revelar a 
identidade do denunciante à empresa para evitar retaliação.
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IV - inspecionar os locais em que tenham qualquer interesse direto ou 
indireto, caso em que deverão declarar o impedimento.
Caso seja repassada ao AFT Ordem de Serviço que contemple empresa com 
a qual este tenha algum interesse direto ou indireto, deverá declarar-se 
impedido, para evitar que a ação fiscal deixe de ser imparcial.
É o caso, por exemplo, do AFT ser designado para fiscalizar empresa da 
qual seja sócio.
Este é um entendimento análogo ao que existe na Lei 9.784/90, que regula
0 processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal 
(estudamos sobre isso em Direito Administrativo):
Lei 9.784/99, art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor 
ou autoridade que:
1 - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou 
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou 
parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou 
respectivo cônjuge ou companheiro.
Lei 9.784/99, art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento 
deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. Os Auditores Fiscais do Trabalho e os Agentes de 
Higiene e Segurança do Trabalho responderão civil, penal e 
administrativamente pela infração ao disposto neste artigo.
Este parágrafo único ressalta o que já está previsto na Lei 8.112/90, que 
dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das 
autarquias e das fundações públicas federais (também objeto de estudo em 
Direito Administrativo):
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Lei 8.112/90, art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente 
pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 36. Configura falta grave o fornecimento ou a requisição de Carteira 
de Identidade Fiscal para qualquer pessoa não integrante do Sistema 
Federal de Inspeção do Trabalho.
Parágrafo único. É considerado igualmente falta grave o uso da Carteira 
de Identidade Fiscal para fins outros que não os da fiscalização.
É com base na CIF que o administrado tomará ciência da pessoa do 
Auditor-Fiscal, no uso de suas atribuições. Sendo assim, incabível fornecer a CIF 
para terceiros, que podem se fazer passar por AFT perante os empregadores.
Além desta falta grave, o parágrafo único destaca que igualmente será 
grave o uso da CIF para fins outros que não os da fiscalização.
Cito como exemplo desta falta grave o uso da CIF, durante as férias, para 
tentar não pagar pedágio em viagem de turismo.
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Vedações impostas às autoridades de direção do MTE
O artigo 19, em suas 3 alíneas, enumera condutas vedadas às autoridades 
de direção (Diretores, Coordenadores, Superintendentes, etc.) do MTE:
Art. 19. É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho e 
Emprego:
I - conferir aos Auditores-Fiscais do Trabalho encargos ou funções 
diversas das que lhes são próprias, salvo se para o desempenho de 
cargos de direção, de funções de chefia ou de assessoramento;
O AFT deve exercer as atribuições próprias da carreira, conforme definidas 
na CLT e no próprio Regulamento de Inspeção do Trabalho.
A exceção aberta no inciso diz respeito aos casos em que o Auditor-Fiscal é 
nomeado para cargos definidos em lei como livre nomeação e exoneração, de que
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