Buscar

TCC de Cléo-Gestão Pública 1_0

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 89 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 89 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 89 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE �
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
CLÉO DA SILVA LIMA
AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE SÃO PAULO
São Paulo
2011
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
CLÉO DA SILVA LIMA
AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE SÃO PAULO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a conclusão do curso.
Profª Orientadora: Ms. Maria das Graças dos Santos
São Paulo
2011
	
L697a Lima, Cléo da Silva
Automação de Bibliotecas Públicas Municipais da Cidade de São Paulo / Cléo da Silva Lima. – São Paulo, 2011.
89f. ; 30 cm.
Monografia (Especialização em Gestão Pública) – Universidade de Mogi das Cruzes, 2011.
1. Bibliotecas públicas – Automação. 2. Bibliotecas públicas – São Paulo. 3. Softwares para bibliotecas I. Título.
CDD 027.4 814 2
Dedico a Deus que está sempre presente na minha vida e aos meus pais, irmãos e irmãs por acreditarem em mim.
�
AGRADECIMENTOS
À Deus, por ter me dado a chance de ter chegado até aqui;
Aos meus pais: Sebastião Martins de Lima (In memoriam) e Maria Lourdes da Silva Lima, as pessoas mais importantes da minha vida;
Ao meu irmão, Rildo, por acreditar sempre no meu potencial;
A todos os colegas do curso, em especial a Wanda Moreira e a Maria Aparecida da Silva;
Às bibliotecárias que responderam ao questionário.
A todos, muito obrigado!
�
“A adoção de ferramentas eletrônicas no desempenho das atividades profissionais requer mais mudanças de comportamento do que aprendizado tecnológico”.
(Roberto Barsotti)
�
RESUMO
O trabalho tem como objetivo estudar a modernização dos serviços das bibliotecas públicas na cidade de São Paulo em relação à automação. Tendo como objetivos específicos: analisar a política de automação de acervos, avaliar o processo de automação de consulta ao usuário e verificar os benefícios da informatização no Sistema Municipal de Bibliotecas. A metodologia empregada foi à pesquisa baseada em levantamento de dados bibliográficos para fundamentação teórica, e adotou-se um questionário com cinco questões, com perguntas abertas, como instrumento para a coleta de dados. O principal benefício alcançado pelo Sistema Municipal de Bibliotecas com a catalogação automatizada é a informatização da circulação de materiais bibliográficos, onde se criou um banco de dados de usuários do sistema Alexandria On Line, proporcionando a cada leitor cadastrado o acesso ao acervo de todas as bibliotecas públicas do sistema municipal, inclusive dos CEUs e ao controle de reserva e empréstimos on line. A pesquisa à distância ou nos computadores instalados nas bibliotecas através do catálogo eletrônico também é um dos grandes objetivos atingidos pelo SMB, democratizando o acesso à informação possibilitando ao munícipe o direito à leitura e pesquisa, fomentando a cultura, a educação e o lazer, seguindo as diretrizes do Manifesto da Unesco para Bibliotecas Públicas.
Palavras-Chave: Bibliotecas Públicas - Automação. Bibliotecas Públicas - São Paulo. Software para bibliotecas.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 Software Comercial X Software Livre: vantagens e desvantagens		35
Quadro 2 Requisitos relacionados à tecnologia						35
Quadro 3 Requisitos gerais									36
Quadro 4 Requisitos relacionados ao processo de seleção e aquisição			36
Quadro 5 Requisitos relacionados ao processamento técnico dos documentos		37
Quadro 6 Requisitos relacionados ao processo de empréstimo de documentos		38
Quadro 7 Requisitos relacionados ao processo de recuperação de informações		39
Quadro 8 Requisitos relacionados ao processo de divulgação da informação		39
Quadro 9 Requisitos relacionados ao processo gerencial					39
Quadro 10 Sistema FASTCAT: Títulos/Exemplares processados até junho/91 por
 departamentos da SMC								50
Quadro 11 Informatização – Recursos humanos da Coordenadoria do Sistema 
 Municipal de Bibliotecas								64
Quadro 12 Informatização – Terceirização							67
�
CLÉO DA SILVA LIMA
AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE SÃO PAULO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a conclusão do curso.
 Aprovado em………………………………...
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Roberto Kanaane
Prof. Ms. Alécio Fiel Filho
Profª. Ms. Maria das Graças dos Santos
�
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO										11
1 BREVE HISTÓRICO DA BIBLIOTECA PÚBLICA					13
1.1 PAPEL DA BIBLIOTECA PÚBLICA NO BRASIL					15
2 BREVE HISTÓRICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO			20
2.1 AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS							23
2.1.1 Softwares para automação de bibliotecas						27
2.1.1.1 Software Comercial									30
2.1.1.2 Software Livre									33
2.1.2 Critérios de Avaliação e Seleção							35
3 AUTOMAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS	41
3.1 HISTÓRICO										41
3.2 GRUPO DE TRABALHO DE INFORMATIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS		43
3.3 MICROINFORMÁTICA									46
3.4 SISTEMA FASTCAT									48
3.5 SISTEMA DOBIS/LIBIS									50
3.5.1 Avaliação do sistema DOBIS/LIBIS							54
3.5.2 Do DOBIS/LIBIS ao Alexandria On Line						55
3.5.3 Problemas na migração do DOBI/LIBIS para o Alexandria On Line			57
3.6 SISTEMA ALEXANDRIA ON LINE							58
3.6.1 Execução dos trabalhos para a implantação do Alexandria On Line			60
3.6.2 Projeto Piloto										62
3.6.2.1 Seção Circulante da Biblioteca Mário de Andrade					62
3.6.2.2 Biblioteca Monteiro Lobato								63
3.6.2.3 Biblioteca Alceu Amoroso Lima							64
3.6.2.4 Biblioteca Anne Frank								64
3.6.3 Terceirização da informatização							65
4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS							69
4.1 OS SUJEITOS										69
4.2 DISCUSSÃO										71
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS								73
REFERÊNCIAS										74
APÊNDICE A – Questionário								79
ANEXO A – Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas 1994		81
ANEXO B – Questionário das necessidades de automação das Bibliotecas da SMC 	85
ANEXO C – Listagens que compõem o Relatório Final					88�
INTRODUÇÃO
As bibliotecas públicas, como unidades organizacionais, recebem interferência diária em seus processos de trabalho, o que torna imprescindível a adequação de suas estruturas organizacionais e de prestação de serviços à tão propagada sociedade da informação.
No que se refere ao processo de informatização, os avanços tecnológicos relacionados às novas exigências dos usuários direcionam para a seleção e aquisição de software e hardware com características funcionalmente variadas, privilegiando a interligação das funções de uma biblioteca,em uma linguagem que permita a integração usuário/máquina.
Sendo assim, a automação de bibliotecas é uma atividade integrada, participativa e acima de tudo, cooperativa, e constitui um dos maiores desafios para as bibliotecas públicas e centros de documentação e informação. Não se trata apenas de avaliar o que está disponível no mercado, de assistir às demonstrações do funcionamento dos softwares, e começar o processo de aquisição. Ao contrário, esta tarefa é bastante complicada, haja vista que nem sempre um software apropriado a uma determinada biblioteca terá o mesmo sucesso quando instalado em outra.
Aponta-se que uma das sugestões para o êxito na escolha de um sistema adequado para cada biblioteca depende, normalmente, da instituição. Contudo, é importante que a biblioteca pública esteja integrada ao moderno conceito de gestão da informação, faça uma análise real da organização a qual está subordinada, defina e especifique claramente os seus próprios requisitos sobre automação, bem como em que medida o software a ser selecionado deverá atendê-los como itens obrigatórios, imprescindíveis e desejáveis.
Conforme Davenport (1998 apud CARVALHO, 2005) a gestão da informação deve ter um enfoque ecológico no qual o bibliotecário deve definir as estratégias de informação, levando em conta as necessidade do usuário e a qualidade do serviço, enfatizando o tipo de informação que deve ser gerida, principalmente com a preocupação de como a informação será útil ao usuário na busca de seus objetivos, dentro do contexto organizacional, considerando a cultura da empresa, as políticas, os processos e a arquitetura do ambiente informacional.
O objetivo geral deste trabalho é estudar a modernização dos serviços das bibliotecas públicas na cidade de São Paulo em relação à automação. Tendo como objetivos específicos:
Analisar a política de automação de acervos;
Avaliar o processo de automação de consulta ao usuário; e
Verificar os benefícios da informatização no Sistema Municipal de Bibliotecas.
Sendo assim, a modernização da biblioteca pública representa mais do que escolher ferramentas tecnológicas para implementar serviços prestados aos usuários. Ela desempenha a função de introduzir uma nova filosofia de trabalho, agregação de valores informacionais e novos comportamentos.
Verifica-se que as bibliotecas públicas que estão se informatizando e ao mesmo tempo revendo a sua organização, buscam se adaptar melhor às novas tecnologias colocadas à sua disposição no mercado, mas o processo de automação nem sempre é feito de forma sistemática.
O presente trabalho tem o intuito de auxiliar os profissionais da informação na busca por melhores serviços prestados aos usuários das bibliotecas públicas da cidade de São Paulo. Entende-se que este será mais um instrumento de auxílio e que, juntamente com outros, poderá minimizar as dificuldades da exaustiva tarefa de prestar um serviço de qualidade a população em geral.
A metodologia empregada foi à pesquisa baseada em levantamento de dados bibliográficos para fundamentação teórica, e adotou-se um questionário com cinco questões com perguntas abertas como instrumento para a coleta de dados, que foi enviado por e-mail a duas bibliotecárias que participaram do Grupo de Trabalho de Informatização de Bibliotecas (GTI-B).
As perguntas foram formuladas, estabelecendo-se uma orientação das respostas, de modo a facilitar a interpretação dos resultados. Finalizadas as etapas anteriores, foi efetuada a sistematização dos dados, que foram comparados com a literatura da área e por fim, a interpretação desses dados coletados. Esta pesquisa se realizou no primeiro semestre de 2011.
�
1 BREVE HISTÓRICO DA BIBLIOTECA PÚBLICA
O significado de biblioteca pública apoia-se na igualdade de acesso a todos, sem limite de idade, raça, sexo, status social, etc. e na disponibilização à comunidade de todo tipo de conhecimento. Ela deve apresentar todos os gêneros de obras que sejam do interesse da comunidade em que está inserida, assim como literatura em geral, além de informações fundamentais sobre a organização do governo, serviços públicos e publicações oficiais.
A biblioteca pública é uma intermediária entre a necessidade informacional de um membro da comunidade e a informação que nela se encontra organizada e disponível, permitindo o acesso a ela. Além disso, uma biblioteca pública deve consistir em um ambiente público de fato, de convivência prazerosa, em que os cidadãos possam marcar encontros para dialogar, compartilhar idéias, debater problemas, auto-instruir-se e participar de atividades culturais e de entretenimento.
Sendo assim, para a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 18) as bibliotecas públicas se caracterizam por:
Destinar-se a toda a coletividade, ao contrário de outras bibliotecas que tem papeis mais específicos;
Possuir todo tipo de material bibliográfico;
Ser gerida pelo poder público (federal, estadual ou municipal).
Segundo a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 19) “criada na Inglaterra como conseqüência da Revolução Industrial, no final do século XIX, até a época atual, a biblioteca pública passou por profundas mudanças em seu conceito”.
Ainda de acordo com a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 19), destacam-se como marcos dessas mudanças os seguintes fatos:
Revolução Industrial: o conceito inicial era vinculado à classe trabalhadora e às funções educativas e moralizantes;
Crise econômica dos anos trinta e a Segunda Guerra Mundial: a imagem da biblioteca pública incorpora o conceito de atuar como instrumento para a paz e a democracia e identifica-se com a classe média e a população estudantil, cada vez mais numerosa;
Publicação pela UNESCO, em 1949, da 1ª versão do Manifesto da Biblioteca Pública: destacando sua função em relação ao ensino e caracterizando-a como centro de educação popular;
Década de 50: início de questionamentos crescentes por parte da classe bibliotecária, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, sobre o papel da biblioteca pública e sua permanente identificação com os valores da classe média e a cultura de elite;
Décadas de 60 e 70: os movimentos culturais contestatórios desencadeiam novos questionamentos sobre o papel da biblioteca pública. Procura-se uma nova função - voltada para as classes mais desfavorecidas da sociedade - de caráter mais social;
Publicação pela UNESCO, em 1972, da 2ª versão do Manifesto da Biblioteca Pública: sintetizando como suas funções educação, cultura lazer e informação;
Década de 80: informação e comunicação são vinculadas ao desenvolvimento das sociedades. Inicia-se o uso generalizado dos computadores e das novas tecnologias de comunicação nas bibliotecas, desencadeando o aparecimento das redes de bibliotecas, o que se reflete em suas funções e conceito;
Década de 90: Sociedade da Informação/Conhecimento, a revolução digital afeta o trabalho e a vida cotidiana. Necessidade dos indivíduos e das sociedades de adaptarem-se às rápidas e crescentes mudanças;
Publicação pela UNESCO, em 1994, da 3ª versão do Manifesto da Biblioteca Pública: seu texto enfatiza o compromisso da biblioteca pública com a democratização do acesso às novas tecnologias de informação.
Os autores Mueller, Nogueira, Serrai (apud Almeida Júnior, 2003, p. 66) afirmam que:
A biblioteca pública surge na segunda metade do século XIX, nos Estados Unidos e Inglaterra, tendo o ano de 1850 como marco histórico desse fato. As características dessa biblioteca, que a diferenciavam das anteriores, podem ser divididas em três grandes aspectos: mantida integralmente pelo estado; com funções específicas e com a intenção de atender toda a sociedade.
Enquanto isso, Almeida Júnior (1997b, p. 22) defende que:
A origem da biblioteca pública não pode ser entendida, simplificadamente, como oriunda dos reclames das classes populares ou, inversamente, pelas benesses das classes detentoras do poder. Aquele momento histórico (meados do século XIX) leva-nos a reconhecer a influência, a mescla,a intersecção dessas e de outras causas. A biblioteca pública surge, não isoladamente, deslocada dos acontecimentos e da situação da sociedade daquela época. Ao contrário, ela está imersa nas transformações, nas mudanças e alterações daquela época e, assim, deveria continuar participando de cada cenário histórico, cenários não estanques, mas dinâmico e em constante mutação. A biblioteca pública deve ser reflexo e causa das transformações da sociedade; deve receber influências, interferir, ser início, meio e fim das alterações sociais, numa seqüência interminável. Sua origem esteve sustentada por esse quadro.
Já Madalena Wada (1985 apud Almeida Júnior, 2003, p. 66) mostra o contrário e diz que:
A biblioteca pública foi decorrência de uma atitude meramente filantrópica: Os homens da classe dominante viam nas bibliotecas uma forma de atenuar os problemas sociais. Assim, foram impostas ao povo, sem terem sido resultantes de uma demanda popular. O desenvolvimento industrial demandava uma mão-de-obra especializada e a Biblioteca Pública surgiu como meio de aperfeiçoamento dos trabalhadores que já estavam fora do ensino formal.
Diante do exposto, verifica-se que a biblioteca pública surgiu com a função educativa, e atualmente o seu papel gira em torno de quatro funções fundamentais que são: educativa, cultural, recreativa e informacional. Entretanto, Melo (apud SOUZA, 1990, p. 94) relata que:
É preciso reconhecer que a biblioteca enquanto instituição, pouco tem feito para democratizar a leitura... Ela tem sido um espaço burocrático, onde se guardam livros, e onde trabalham profissionais, hoje de nível elevado, mas que perdem de perspectiva a finalidade educativa a que se destinam.
Compartilhando da mesma visão de Milanesi (1983, p.54), a despeito desse tipo de biblioteca, verfica-se que,
A apartir de 1971 as bibliotecas públicas foram, praticamente, transformadas em bibliotecas escolares. É nessa data que as pesquisas passaram a se constituir numa obrigação escolar. E como os estabelecimentos de ensino não dispunham de bibliotecas em condições mínimas de uso, as bibliotecas públicas, sempre um pouco melhores, passaram a receber os estudantes. Daí nasce a necessidade de adaptar a velha biblioteca pública a essa nova demanda.
A última versão do Manifesto da Biblioteca Pública publicada pela UNESCO, em 1994 (ver Anexo A), ressalta missões essenciais que tem relação com a informação, alfabetização, educação e cultura. Nesse sentido, conforme a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 20),
Incorporando as novas tecnologias em seu texto, a UNESCO, propõe como missão: facilitar o desenvolvimento da informação e da habilidade no uso do computador. Propõe, ainda, a formação de redes nacionais de bibliotecas, obedecendo a padronização de normas de serviços e criando o relacionamento destas redes entre si e com as outras bibliotecas do país, independente do tipo de biblioteca.
Pode-se dizer, que o Manifesto da UNESCO sobre a biblioteca pública deve ser visto como um documento que enfatiza o papel e as funções deste tipo de biblioteca no mundo globalizado, porém cabe aos gestores dessas bibliotecas darem prioridade ao desenvolvimento de suas funções, levando em consideração a realidade da comunidade local em que estas bibliotecas estão inseridas.
1.1 PAPEL DA BIBLIOTECA PÚBLICA NO BRASIL
Com o intuito de catequizar os povos indígenas e os colonos, a ordem dos jesuítas construiu as primeiras bibliotecas brasileiras, estas bibliotecas localizavam-se nas escolas e ao longo do tempo tornaram-se abundantes.
Um outro fato histórico relevante foi à vinda da Família Real ao Brasil em 1808, que juntamente com milhares de pessoas e bens de grande valor, trouxe também a bordo a Real Biblioteca, aberta em 1811, somente para pessoas autorizadas. Em seguida ela foi aberta ao público em 1814.
Conforme a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 23), “a primeira biblioteca pública brasileira foi criada em 1811 na cidade de Salvador, Bahia. A análise dos documentos de criação desta biblioteca demonstram a preocupação com a função de apoio a educação”. Neste ano, Pedro Gomes Ferrão de Castello Branco, enviou um projeto ao Conde dos Arcos, governador da Capitania da Bahia, pedindo a sua aprovação.
Sendo assim, neste contexto, de acordo com os autores (ARAUJO; OLIVEIRA, 2005, p. 35), Pedro Gomes Ferrão de Castello Branco:
Planejou a biblioteca como uma instituição para promover a instrução do povo. A biblioteca pública da Bahia foi a primeira a ser fundada com essa característica de não contar com recursos do governo. A experiência não deu certo e o governo passou a dar subsídios e outras bibliotecas públicas floresceram em outras capitais e cidades importantes.
Diante desse cenário histórico de grande relevância a respeito do surgimento de bibliotecas públicas no Brasil, ressalta-se que,
Além da Biblioteca Pública da Bahia (1811) e da Biblioteca Imperial e Pública do Rio de Janeiro (Biblioteca Nacional), incorporada ao patrimônio do Estado em 1825, novas foram criadas: em 1829, foi criada a Biblioteca Pública do Estado do Maranhão. Em 1837, fundo-se uma outra biblioteca pública no Rio de Janeiro: a do Real Gabinete Português de Leitura. Progressivamente, outras foram criadas, ampliando as possibilidades de acesso ao livro. (MILANESI, 1983, p. 30-31).
Não se pode deixar de mencionar também o Instituto Nacional do Livro, que foi fundado em 1937, por iniciativa do ministro Gustavo Capanema. Foi o primeiro programa brasileiro de incentivo a leitura e fortalecimento das bibliotecas públicas.
Embora tivesse boas intenções, não houve um planejamento estratégico eficiente, sendo alvo de diversas críticas, e uma dessas críticas foi feita pelo (MILANESI, 2003, p. 120), onde ele afirma que o Instituto Nacional do Livro:
Como programa de incentivo à leitura nasceu velho, e continuou assim, impávido, por décadas. Com poucas variações, as tarefas básicas e de rotina constituíam-se em doar livros para as bibliotecas e presentear as cidades com bibliotecas, numa ação mais gratificante para algumas editoras do que para os leitores de um modo geral.
Ainda seguindo neste sentido, o autor corrobora que a razão de ser da biblioteca é o seu público, e revela que:
Depois da experiência inovadora da Mário de Andrade na Prefeitura paulistana. Essa política esteve sempre centrada na idéia do acúmulo de livros e da organização, sem maiores preocupações com o público como se as bibliotecas existissem independentemente deles. O acervo sempre foi um falso problema. A eficiência não se mede, unicamente, pelos números de volumes que estão nas estantes, mas pelas relações que se estabelecem entre o público e eles. (MILANESI, 2003, p. 120).
Um dos muitos problemas também enfrentados por este tipo de biblioteca, se refere à falta de um preparo pedagógico dos profissionais e de uma política clara nesse sentido.
Então, Almeida Júnior (1997b, p. 28) destaca um ponto importante e relata que,
[...] a biblioteca pública não possui uma proposta pedagógica clara, tornando-se, por isso, mera executora e simples repassadora de materiais que contribuem, de alguma maneira, com as diretrizes provenientes da política pedagógica elaborada e colocada em funcionamento nos burocráticos escritórios dos órgãos decisórios do Estado. Sem essa proposta claramente delimitada, a atuação da biblioteca pública junto aos alunos contribui muito pouco – normalmente na dependência de posturas isoladas de alguns profissionais – para o aprendizado desse usuário.
O percurso da biblioteca pública brasileira ao longo do tempo esteve voltado ao ensino e a educação, porém o público ainda tem pouca participação nas escolhas das obras que deveriam estar nos acervos das bibliotecas. Umas das poucas contribuições que os leitores podem dar é referente à sugestão de livros para compra, sendo que nem sempre os pedidos são atendidos de maneira satisfatória.
Atualmente, no Brasil, o apoio à educação é uma das ações essenciais da bibliotecapública, não só em relação à educação formal, mas também, no processo de educação continuada.
Almeida Junior (2003, p. 70), diz que:
A biblioteca pública deveria nortear sua função educacional para a educação informal, para a educação continuada. Mas, por ser obrigada a fazer às vezes da biblioteca escolar, não sobra tempo e interesse para ações no âmbito da educação continuada.
Ainda, de acordo com o mesmo autor citado anteriormente,
A biblioteca pública, por não considerar como sua função primordial atender a alunos, não está preocupada com a formação de um acervo que possa atender aos interesses desses usuários. A sua coleção é desenvolvida, considerando o atendimento de um público que, quase sempre, não freqüenta o espaço da biblioteca. Poucos são os materiais, normalmente doados, que estão voltados para os alunos. Por esse motivo, entre, outros, as obras de referência, em especial as enciclopédias e almanaques, acabam por se converter no principal material utilizado pelos estudantes. (ALMEIDA JUNIOR, 2003, p. 70-71).
Para exercer esse papel educacional, é fundamental que a biblioteca trabalhe em conjunto com outras instituições parceiras da comunidade, isto é, escolas, creches, fundações, Organizações Não Governamentais (ONGs), entre outras, buscando desta maneira unir esforços para erradicar o analfabetismo e impulsionar a inclusão social dos cidadãos por meio da leitura. Deste modo, a educação e o acesso à leitura não podem ser responsabilidade apenas da escola e da família, principalmente quando direcionadas às classes sociais menos favorecidas da população.
Com o intenso papel exercido pelos atuais meios de comunicação de massa na sociedade brasileira contemporânea, a leitura passa a ser considerada condição fundamental para que o cidadão tenha acesso à informação. Seguindo essa linha de raciocínio, a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 23), diz que a “leitura – considerada não apenas como a decodificação de signos gráficos, mas a capacidade de percepção crítica e interpretativa da informação – é instrumento essencial para transformar a informação em conhecimento”.
Destacam-se também outras funções essenciais que devem ser desenvolvidas pelas bibliotecas públicas, enquanto espaço democrático de acesso à informação, que segundo o ponto de vista de Almeida Junior (2003, p. 72), são:
A função recreacional ou de lazer entende a biblioteca pública como um espaço que deve oferecer entretenimento através da leitura, promovendo-a e intensificando o empréstimo de livros. Ao lado do atendimento a alunos, essa é a função mais conhecida da biblioteca pública.
A cultural sempre foi entendida como sinônimo de erudição. A biblioteca deveria propiciar à população meios para que as pessoas pudessem ampliar sua “inteligência” através de materiais, em especial o livro, considerados de “lastro”. A preocupação era, e ainda é, levar as pessoas à leitura dos “bons” livros, entendidos esses a partir de conceitos dos próprios bibliotecários e de análises mais ou menos sedimentadas e consensuais de críticos da literatura.
Ainda de acordo com o mesmo autor, não pode se esquecer de uma função importantíssima que,
Já no final dos anos 60 e início dos 70 deste século, acrescenta-se às outras funções a informacional. Tal função na verdade, é fruto não de um estudo de usuário que tenha detectado a necessidade da população por informações para atender e fazer face a problemas cotidianos, mas de um interesse da própria biblioteca: lutar por uma fatia maior do orçamento destinado aos equipamentos culturais. (ALMEIDA JUNIOR, 2003, p. 74).
Ainda seguindo nesse sentido, ressalta-se que:
O novo conceito de biblioteca pública deve ser implementado, promovendo amplamente as facilidades oferecidas pelas novas tecnologias da informação (registros eletrônicos, comunicação e transferência de arquivos) e disponibilizando esses modernos meios de comunicação e informação, através do treinamento e orientação dos usuários para o seu uso cotidiano. A biblioteca pública deve, ainda, atuar como um centro de informação de cultura popular promovendo a melhor integração comunidade/biblioteca, visando a coleta, preservação e disseminação da documentação representativa dos valores culturais que expressam as raízes, jeito de ser e identidade de nosso povo. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2000, p. 23).
Nesse contexto, é de suma importância o surgimento de novas e modernas bibliotecas públicas no país, além de um investimento pesado na formação de recursos humanos capacitados, tornando possível à ação dessas bibliotecas como agentes de transformação e desenvolvimento das comunidades locais.
Diante do novo conceito de biblioteca pública expresso no Manifesto da UNESCO (ver Anexo A), torna-se necessário destacar o importante papel da biblioteca pública no Brasil hoje, que segundo a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 18) deve atuar como a mais democrática organização de cunho educacional e cultural, a qual tem capacidade suficiente para desempenhar a sua função social, que é de suma importância na inclusão da sociedade brasileira na sociedade da informação.
O que se espera da biblioteca pública, é que ela desenvolva de forma efetiva o seu relevante papel social de centro de leitura e informação, ressaltando que ao desempenhar esta função, a biblioteca estará agindo nas comunidades buscando mitigar um das problemáticas mais constantes desta nova sociedade, que é tentar diminuir a disparidade informacional, entre ricos e pobres.
Destacam-se também, algumas atribuições da biblioteca pública em decorrência da presença de novas tecnologias no campo da informação e que se repercutem na vida cotidiana, tais como:
Agente essencial na promoção e salvaguarda da democracia, através do livre acesso a todo tipo de informação proporcionando, desta forma, matéria de reflexão para a geração do verdadeiro conhecimento;
Instituição de apóio à educação e formação do cidadão em todos os níveis, através da promoção e incentivo à leitura e à formação do leitor crítico e seletivo capaz de usar a informação como instrumento de crescimento pessoal e transformação social;
Centro local de tecnologia da informação, através do acesso às novas tecnologias da informação e da comunicação, familiarizando os cidadãos com o seu uso;
Instituição cultural, através da promoção do acesso à cultura e do fortalecimento da identidade cultural da comunidade local e nacional. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2000, p. 18-19).
�
2 BREVE HISTÓRICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
	
A Tecnologia da Informação está transformando o mundo em que vivemos, constantemente. Hoje, as pessoas são capazes de realizar tarefas impensáveis há alguns anos atrás, como navegar na Internet, mandar e receber um e-mail, participar de grupos de discussão e de relacionamento e, dessa maneira, trocar idéias com outras pessoas ao redor do mundo em poucos segundos.
Diante do exposto acima, Marcondes (1999, p. 62) ressalta que:
As novas tecnologias transformaram de maneira fundamental as práticas informacionais, na medida em que operaram a separação entre suporte e informação. A partir daí, toda uma prática informacional baseada nos suportes esta tendo que ser repensada, trazendo novos problemas conceituais e, consequentemente, didáticos.
Conforme relata (GUIMARÃES; SANTOS, 2003), a história dessa tecnologia passa por dois momentos marcantes:
Em 1942, com a invenção do primeiro computador, o ENIAC, que pesava algumas toneladas, e era composto por válvulas, com custo de fabricação em torno de alguns milhões de dólares, cujas primeiras aplicações eram militares, restrito apenas ao governo norte-americano.
O segundo momento foi com o surgimento do primeiro computador pessoal do tipo IBM-PC, padrão projetado pela IBM, no início da década de 80. Com o surgimento do microcomputador surge a oportunidade da popularização dos computadores, pois com as constantes evoluções tecnológicas, os PCs foram ficando menores em tamanho, mais velozes no desempenhoe com um preço mais acessível ao consumidor, ocasionando assim a sua democratização.
Já de acordo com (SANTIAGO, 2003), as fases de utilização da Tecnologia da Informação são as seguintes:
1ª Fase - Processamento de Dados (Era do Papel)
Nessa época o único meio de comunicação com o computador era por meio de papel, utilizando-se cartão perfurado, fita perfurada e listagens (formulários contínuos);
2ª Fase - Sistemas de Informação (Era do Suporte Eletrônico)
Nessa época surgiram os discos magnéticos, os disquetes de “8”e os terminais que começaram a substituir o papel na comunicação com o computador;
3ª Fase - Informações Estratégicas (Era do Ambiente Virtual)
Essa época foi extremamente curta, embora muito importante, pois serviu de transição entre os mainframes e as novas tecnologias de informação.
4ª Fase – Tecnologia da Informação (Era da Globalização)
É a que nós vivemos hoje. Tem como símbolo a idéia do mundo sem fronteiras, a Internet.
A internet é o emblema da chamada “revolução informacional”. Ela exerce uma função essencial no processo da economia global, como propulsora de um novo campo econômico unificado, alcançando todo o mundo consumidor, tornando viáveis as operações comerciais em escala mundial. Estas operações são tanto de conteúdos informacionais como mercadorias em si, quanto de informações que possibilitam e aumentam o fluxo comercial das mercadorias materiais.
A internet é hoje uma ferramenta poderosa para os bibliotecários, ampliando de forma significativa o seu ambiente de trabalho, no intuito de aproximar o mundo global de seus usuários. É também esta interação que possibilita que as bibliotecas, principalmente as públicas, produzam informação e conhecimento, permitindo também que seus usuários possam contribuir da mesma forma.
Conforme Rowley (1994, p. 3) “a introdução dos computadores nas bibliotecas resultou em padronização, aumento da eficiência, cooperação e melhores serviços”. Sendo assim, é fundamental observar que o uso das tecnologias da informação é o meio para otimizar processos e não o fim. Por isso, o armazenamento, recuperação e disseminação de informações resultam de uma sistemática voltada para a democratização do acesso à informação, tendo a Internet como principal aliada.
O impacto da tecnologia da informação, e da internet em particular, tem ocasionado mudanças nas bibliotecas e centros de informação, criando tanto ameaças como oportunidades para o desenvolvimento dessas instituições. (LANCASTER, 1994 apud MARCONDES; GOMES, 1997).
Neste contexto, pode-se destacar três fases do uso das tecnologias da informação em bibliotecas:
Tradicionalmente e até a primeira década do século passado não se dissociava conceitualmente a informação de sua base documental. Uma biblioteca consistia em estocar documentos, mecanismos, metodologias e tecnologias para pesquisar esta massa documental e recuperar a localização física de itens importantes que poderiam ser acessados.
A partir da segunda metade do século passado, especificamente nos Estados Unidos, surge o conceito de informação, dissociada de sua base tradicional, originando assim, a chamada Ciência da Informação (PINHEIRO, 1995 apud MARCONDES; GOMES, 1997), que evolui da documentação tradicional e começa a ganhar um corpo teórico que pode explicar o fenômeno da “explosão informacional”.
Paralelo a este processo teórico, e como resposta à demanda de encarar a chamada explosão bibliográfica, torna-se fundamental o surgimento e o aporte de tecnologias que transformassem esta massa documental e conseguissem obter formas de identificar a informação relevante. É desse período o início do uso acentuado da tecnologia da informação em bibliotecas e centros de documentação.
Nesta segunda fase a tecnologia da informação é utilizada para identificar e localizar, em bases de dados ou catálogos de bibliotecas, documentos relevantes e proporcionar formas de acessar, obter e gerenciar sistemas de provisão de cópias de documentos em papel. Um exemplo de sistema de informação desta fase é a indústria de bases de dados em linha ou em CD-ROM, acrescida de recursos para obtenção de cópias do documento final, como o Programa de Comutação Bibliográfica – COMUT no Brasil (MIRANDA, 1995 apud MARCONDES; GOMES, 1997).
Por fim, com a chegada da Internet e do seu crescente uso como mídia para publicações eletrônicas, a partir do começo da década de 1990, o acesso ao documento final, em formato eletrônico, torna-se simples.
Com isso, os impactos para a informação científica e tecnológica passam a ser inúmeros, tais como: multiplicidade de recursos informacionais à disposição na rede, em contraste com os disponíveis no acervo das bibliotecas; acesso imediato a estes recursos; velocidade da comunicação científica proporcionada pela publicação na rede, ultrapassando os meios tradicionais de garantia e controle de qualidade da pesquisa, que assentavam sobre o periódico científico com o seu corpo de “referees” (STIK, 1995 apud MARCONDES; GOMES, 1997); e na indústria editorial, concorrência das publicações editadas direto na rede, com custos menores e sua conseqüente multiplicação, com o periódico científico editado em papel (CATENAZZI, 1996; MULLER, 1994 apud MARCONDES; GOMES, 1997).
Weibel; Godby; Miller (apud MARCONDES, 1999, p. 62) reforçam ainda mais a importância das redes de computadores nas rotinas das bibliotecas e comentam:
A partir do advento da Internet, na década de 90, a quantidade de informação disponível em meio eletrônico passa a crescer exponencialmente. As políticas de acervo de todas as bibliotecas têm que ser repensadas à luz dessa nova realidade. Todo o ciclo informacional que incluía etapas como identificação, localização, acesso ao documento, manipulação e uso deve ser repensado. O foco do trabalho informacional se desloca do tratamento para a facilitação do acesso; “a explosão informacional” torna mandatório que sejam desenvolvidas novas propostas de “catalogação na fonte” de documentos eletrônicos como por exemplo o Dublin Core.
2.1 AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS
A automação de bibliotecas não é nenhuma novidade na sociedade atual. Os computadores já eram utilizados no auxílio do gerenciamento dos serviços nestes ambientes. Durante as décadas de 60 e 70, nos Estados Unidos da América do Norte e no Reino Unido, sistemas haviam sido criados com este propósito, e a partir daí, surgem os sistemas domésticos, assim chamados devido ao fato de serem desenvolvidos pelo próprio local que necessitavam deles, ou seja, as universidades norte-americanas. Carvalho et al (2005 apud PONTES 2006, p. 29) relata que a partir da década de 60 os computadores ainda eram:
Visíveis aos usuários apenas na tarefa de circulação; nesta década nestes países, deu-se inicio ao processo de automação nos quais o compartilhamento e distribuição da catalogação e seus grandes avanços na área de telecomunicação se apresentaram como facilitadores.
Dos sistemas que surgiram, uma pequena parcela conseguiu resistir até a década de 80. Isto ocorreu por causa do nível de tecnologia disponível na época, dos elevados custos dessa mesma tecnologia e da dificuldade no compartilhamento de recursos dos diferentes sistemas entre bibliotecas.
A partir deste momento, aparecem os softwares desenvolvidos pelas empresas comerciais para atender à demanda do mercado. Entretanto, o mercado brasileiro só passou a utilizar estes softwares fabricados no exterior em 1993, após o término da lei de reserva de mercado na área de informática. Anteriormente, havia a automação das bibliotecas, porém, usando sistemas domésticos. Hoje em dia, já há softwares nacionais de qualidade disponíveis no Brasil.
Conforme a observação de Marcondes (1999, p. 61) especificamente em relação à automação de bibliotecas, a abertura do mercado brasileiro a partir dos anos 90, o ingresso de produtos internacionais, colocam para o profissional da informação uma realidade não mais do desenvolvimento de softwares, massim da avaliação, seleção e aquisição de produtos. A tecnologia da informação, então, passa a estar mais presente em todas as etapas do trabalho informacional. Por isso, automatizar o acervo de uma biblioteca é hoje só um dos propósitos da tecnologia da informação nas práticas informacionais.
Neste sentido, com a abertura do mercado e o crescente desenvolvimento de softwares nacionais, a sua avaliação, seleção e posterior aquisição de licença para uso passaram a ser vistas com maior interesse dentro do processo de automação de bibliotecas, principalmente nas públicas, haja vista que a realização eficaz dessas etapas evita maiores problemas futuros, caso eles não atendam às reais necessidades destas bibliotecas.
Muitos são os fatores que fazem com que as bibliotecas, de menor ou maior porte, passem a automatizar os seus serviços. Dentre tais fatores, ressaltam-se: a explosão da informação, verificada através do grande fluxo de informações em meio eletrônico; a economia de tempo e espaço propiciada pelo uso dos computadores; e a eficácia nos custos proporcionada pela automação. Seguindo a mesma linha de raciocínio anterior, Tedd (1993, apud CARDOSO, 2002, p. 156) lista razões para a automação de bibliotecas, tais como:
Provisão de melhores serviços com baixos custos; adição de benefícios adicionais, também a custos acessíveis; aumento da recuperação de recursos; adoção de novo nível de gerenciamento; melhoria nos serviços existentes e introdução de outros; redução de duplicação de trabalhos; utilização dos recursos pessoais existentes eficazmente, e ainda, facilidade no compartilhamento de recursos.
Logo, não faltam motivos para a utilização de um sistema informatizado no âmbito das bibliotecas, principalmente das públicas.
Contudo, para se realizar a automação de qualquer sistema de gerenciamento de bibliotecas, alguns aspectos são considerados fundamentais, como os recursos técnicos e financeiros disponíveis, além do interesse do público a que se destina. Em se tratando das bibliotecas, segundo Rowley (1994, p. 231) o processo de automação pode ocorrer de duas formas:
Gradativa – é adotado comumente, devido à limitação de recursos. A implementação gradativa é também mais fácil e tem a vantagem de que os esforços serão concentrados nas áreas onde há mais urgências.
Integrada – é aquele em que os arquivos são interligados, de modo que cancelamentos, acréscimos e outras alterações feitas num arquivo ativem automaticamente as mudanças pertinentes nos arquivos respectivos.
Enquanto isso, Modesto (2003 apud PONTES, 2006, p. 33) identifica que os processos de automação não são tão simples de serem realizados e mostra uma realidade diferente a depender do tipo de biblioteca que está sendo informatizada, apontando que,
[...] Enquanto inúmeras bibliotecas (universitárias e especializadas) e algumas poucas bibliotecas públicas e escolares adotam complexos sistemas integrados de gestão de seus processos, muitas outras se encontram na idade da ficha lascada, ou, quando muito utilizando sucateados recursos computacionais.
Segundo Ohira (1992, p. 234 apud PONTES, 2006, p. 31-32) nos anos 80, a automação começou a sair do nível embrionário e experimental para se aproximar do operacional, onde alguns fatores contribuíram fortemente para que isso acontecesse, tais como:
O estabelecimento de redes informacionais computadorizadas, como a Rede Bibliodata/CALCO, da FGV; a introdução de tecnologias da informação [...]: telecomunicações e processamento de dados; [...] utilização do computador no ensino de Biblioteconomia e Ciência da Informação [...]; educação continuada dos profissionais que atuam na área de informação [...]; Formação de grupos de trabalhos na área jurídica, tecnológica e agrícola, e de usuários de MicroISIS.
Somente a partir da segunda metade da década de 90, a área de automação de bibliotecas passou a atuar com o gerenciamento bibliográfico de documentos, permitindo a confirmação de diversos projetos de automação de bibliotecas segundo Gusmão (2001, p. 36 apud PONTES, 2006, p. 32), a saber:
Desenvolvimento e comercialização dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas são progressivamente realizados por empresas privadas;
Os softwares tornam-se mais sofisticados, superando os problemas detectados em versões anteriores;
Os softwares deixam o mainframe e passam a operar em redes de computadores numa estrutura cliente/servidor;
As interfaces gráficas conquistam o mercado e revolucionam a interatividade homem/máquina; 
A Internet consolida-se como rede de comunicação, informação e entretenimento, possibilitando a massificação dos catálogos em linha de acesso público (OPAC – On line Public Acess Catalog).
Na década de 90, surgiram dados importantes em relação aos sistemas integrados de gerenciamento de bibliotecas no Brasil, ressaltados por Balby (2002, p. 9 apud PONTES, 2006, p. 32-33):
1992 – 1998: substituição de sistemas domésticos por sistemas comerciais em IES públicas paulistas, que tiveram grande influencia sobre o mercado (USP, que adotou o sistema ALEPH e inaugurou seu OPAC Web em outubro de 1997, e a UNICAMP, que adotou o sistema VTLS e fez o mesmo em dezembro de 1999);
1993: entrada de duas grandes empresas internacionais no mercado brasileiro (de Israel: empresa Ex Libris-sistema ALEPH; dos Estados unidos: empresa VTLS-sistema VTLS); desenvolvimento do primeiro sistema comercial brasileiro com interface gráfica e compatibilidade MARC (sistema OrtoDocs-empresa Potiron);
1994: grande expansão da presença de fornecedores estrangeiros no mercado local, em face da quase paridade entre o dólar norte-americano e o real;
1999: substituição de alguns sistemas domésticos de grande porte por sistemas comerciais, em função do bug do milênio (UFRGS e PRODASEN são exemplos de adoção do sistema ALEPH);
Últimos anos da década: surgimento de mais empresas, algumas originarias de outros segmentos, (a exemplo da empresa Prima-sistema Sophia), outras já nascendo dedicadas ao segmento (a exemplo da empresa Datacoop-sistema Argonauta). As empresas de nível nacional continuam sendo pequenas ou médias.
Já Gusmão (2001, p. 93 apud PONTES, 2006, p. 33-34) relata três fases aplicadas ao processo de automação de bibliotecas no Brasil:
1ª fase – Automação independente, ou seja, em que os módulos de um programa não se comunicam entre si para compartilhar dados. Podem ser sistemas desenvolvidos localmente ou vendidos por empresas comerciais, utilizando computadores de grande ou médio porte geralmente adotados por bibliotecas universitárias ou microcomputadores adotados geralmente por centros de documentação e bibliotecas de pequeno porte;
2ª fase - Automação integrada, em que os módulos de programa comunicam-se entre si para compartilhar dados, geralmente instalados em rede local, para automação de funções administrativas e técnicas das bibliotecas, com sistemas vendidos por empresas comerciais ou desenvolvidos localmente;
3ª fase – Conexão interinstitucional em rede, das bibliotecas e sistemas de informação, para compartilhar processos, serviços e recursos, remotamente.
Assim, neste contexto, à medida que a informação digital se dissemina, as bibliotecas públicas encaram os novos desafios de fornecer acesso fácil aos materiais informacionais para seus usuários. Hoje, além do CD-ROM, é importante também o uso não só de texto completo de periódicos no formato eletrônico, mas também a utilização de imagens digitais, dados numéricos e multimídia. Com isso, o setor de processamento técnico dessas bibliotecas tem o papel de desenvolver novas formas de descrever o registro e o conteúdo de documentos com estruturas de informação e manipulação distintas daquelas realizadas pelo controle bibliográfico.
Entretanto, há softwares específicos para o gerenciamento de publicações eletrônicas que estão dissociados dos sistemas que gerenciam as bibliotecas públicas. Sendo assim, a tecnologia da informação tem umdesafio, que é permitir a interoperabilidade entre estes softwares, isto é, os que estão executando o gerenciamento das publicações eletrônicas e os que gerenciam os serviços da biblioteca.
Além disso, há algumas bibliotecas públicas brasileiras que estão envolvidas em projetos de digitalização dos seus acervos. Neste sentindo, são demandados computadores e terminais melhores e mais potentes, tanto pelos funcionários das bibliotecas quanto pelos usuários. Com estes projetos de acervos digitais, estas instituições precisarão de mais recursos financeiros para adquirir ferramentas mais sofisticadas e modernas, mas essa demanda de software e hardware pode levar algum tempo para ser adquirida, pois os investimentos nessa área são muito pequenos.
2.1.1 Softwares para automação de bibliotecas
A partir da literatura nacional sobre softwares aplicados à biblioteconomia pode-se observar relatos de experiências na utilização do MicroISIS na automação de bibliotecas, que foi desenvolvido pela UNESCO e distribuído pelo IBICT desde 1986. Outra parte significativa dos artigos relata aplicações de softwares comerciais. Há também o uso de sistemas proprietários, ou seja, programas in house e atualmente a utilização de softwares livres, também conhecidos como softwares livres de código-fonte aberto ou fonte aberta, que estão buscando o seu espaço no contexto das tecnologias da informação.
Por acreditar na necessidade de softwares sob medida, muitas bibliotecas tentaram desenvolver, de forma isolada, seus próprios programas. Porém essa tendência tende a diminuir devido a problemas de interoperabilidade, isto é, dificuldade dos sistemas domésticos se comunicarem com outros formatos padronizados ou participarem de redes de intercâmbio e, também, devido à sua desvantagem em relação à flexibilidade e praticidade proporcionada pelos softwares comerciais.
Para corroborar esta observação, Marasco e Mattes, (1995, p. 45 apud SILVA, 2000) dizem que:
(...) O desenvolvimento próprio de sistemas automatizados (...) tem acarretado grandes problemas às nossas bibliotecas. O desenvolvimento próprio nem sempre é o caminho mais acertado e/ou mais barato para a automação de bibliotecas. A complexidade de tal empreitada exige uma equipe com grande capacidade técnica, formada por analistas e/ou engenheiros de sistemas com um profundo conhecimento na área de biblioteconomia e bibliotecários, também com sólido conhecimento na área de sistemas e processamento de dados (...) A preparação desta equipe é de custo elevado e não compensa financeiramente. Outro fator relevante é o enorme tempo gasto para o desenvolvimento.
Heemann (1994 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 11), em seu trabalho sobre mudança de hábito ocasionada pela automação, diz que, na sociedade da informação, a informação passa a fluir de maneira livre, fugindo do controle dos catálogos e acervos, para dentro dos arquivos dos computadores, circulando de forma global de usuário para usuário, sem que possa ser coletada, armazenada e disseminada. Altera-se, assim, o processo de transferência da informação, desde o ciclo emissor, os suportes, até o receptor.
Este cenário reflete-se também no gerenciamento de acervos bibliográficos e de produtos e serviços de informação, ou seja, no processo de gestão da informação que, segundo Davenport (1998 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 11), constitui-se de um conjunto estruturado de atividades que incluem a forma como as bibliotecas, produzem, armazenam disseminam e utilizam à informação e o conhecimento, tendo nos recursos tecnológicos o instrumento facilitador deste processo.
Já Costa (1995 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 11) alerta que as bibliotecas contemporâneas convivem com graves conflitos organizacionais, orçamentos limitados e pessoal insuficiente para a realização de suas atividades atuais, e têm enfrentado os desafios originados das transformações socioculturais, incorporando a nova função que lhes cabe na transferência de informações e conhecimentos.
Diante do que foi colocado acima (CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 12) fazem uma observação importante a partir do que foi exposto:
O cenário indica que, se as bibliotecas e centros de documentação quiserem oferecer melhor serviço aos usuários e cumprir a sua missão, necessário se torna acompanhar, passo a passo, o desenvolvimento da sociedade, entender com melhor precisão os hábitos e os costumes dos usuários, adaptar as tecnologias às necessidades e quantidades de informação de que dispõem, e utilizar um sistema informatizado que privilegie todas as etapas do ciclo documental, onde a escolha recaia sobre uma ferramenta que contemple os recursos hoje disponíveis, sem se tornar obsoleto a médio e longo prazo.
Entretanto, determinar esse sistema não é tão simples, até porque, houve avanços na área de desenvolvimento de sistemas, especialmente de software para automação de bibliotecas. Fatores decisivos deste processo foram à quebra da reserva de mercado e a introdução da microinformática conforme dito anteriormente.
Diante desta situação, Martinelli (1998 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 12) analisa que o processo de informatização das bibliotecas no país passou a vivenciar um novo momento, caracterizado pela disponibilidade de recursos avançados, ou seja, hardwares e softwares de nova geração que chegaram ao Brasil nos últimos anos, mostrando como causa, tanto da defasagem como do novo impulso do desenvolvimento, as mudanças da política de informática no país em 1993, que propiciaram o acesso a uma nova geração de máquinas e softwares.
Ainda, de acordo com Davenport (1998 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 12), a informação não pode ser considerada de forma isolada nas bibliotecas públicas. Às bibliotecas está reservada a função de repensar suas tarefas e funções, adaptando-se aos novos paradigmas organizacionais e explorando das tecnologias disponíveis a essência para a melhoria na prestação de serviços e na utilização eficiente e eficaz de informações e conhecimentos.
Figueiredo (1998 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 88), ao observar a situação da automação nas bibliotecas públicas, verificou que o maior benefício, entre outros aspectos analisados, com a implantação do processo de informatização é a rapidez, agilidade e eficiência no atendimento e prestação de serviços, ou seja, a otimização das atividades não só em relação aos usuários, como também no que se refere ao controle e formação do acervo, levantamentos bibliográficos, catalogação, empréstimos, comutação, reclamação de obras em atraso e processamento técnico.
Epstein (apud KRZYZANOWSKI; IMPERATRIZ; ROSETTO, 1996), chama à atenção para o fato de que não há um sistema ideal e, mesmo que a escolha seja a mais adequada, poderá não atender plenamente aos requisitos funcionais (quais atividades serão realizadas) e de desempenho (quantas atividades serão atendidas e com que rapidez), além de executar o back up desejado e as operações de proteção, a custo compatível com o orçamento disponível.
Diante do exposto, fica evidente que a modernização das bibliotecas está estritamente ligada à automação de rotinas e serviços, com a intenção de implantar uma infra-estrutura de comunicação para agilizar e ampliar o acesso à informação pelo usuário, tornando-se necessário haver uma visão global da tecnologia da informação e sua aplicação nas instituições.
Por isso, é fundamental que as bibliotecas estabeleçam os seus próprios critérios obrigatórios e solicitem as operações desejáveis somente depois de ter certeza de que as funções básicas e primordiais estejam completamente atendidas.
Para que um sistema de automação de bibliotecas seja considerado adequado para o gerenciamento de um acervo bibliográfico é fundamental que ele possua três itens imprescindíveis:
A norma ISO 2709 – Dcumentation Format for Bibliographic Interchange on Magnetic Tape foi desenvolvida pelo Comitê ISO/TC 46, Informação e Documentação, Subcomitê SC 4 – Aplicativos de computador na informação e documentação, da InternationalOrganization for Standadization (ISO). Esta norma especifica os requisitos para o formato de intercâmbio de registros bibliográficos que descrevem todas as formas de documentos sujeitos à descrição bibliográfica. (CÔRTE et al., 1999, p. 247);
Protocolo Z3950 – Protocolo originalmente proposto em 1984 para ser utilizado com informações bibliográficas pela National Information Standard Organization (NISO) [...] É o protocolo próprio para recuperação de informações bibliográfica de computador para computador, possibilitando ao usuário de um sistema pesquisar e recuperar informações de outro sistema, ambos implementados neste padrão. [...] O padrão Z39.50 é um padrão de “midleware” cliente servidor.[...] O cliente é o computador pessoal ou a estação de trabalho do usuário que executa parte ou todo o processamento do aplicativo. O servidor é o computador central que mantém os bancos de dados e atende a solicitações dos clientes. (CÔRTE et al., 1999, p. 247);
Formato MARC – Machine Readable Catalog Format, desenvolvido e mantida pela US Library of Congress (Biblioteca do Congresso Americano), padroniza a representação descritiva automatizada dos acervos bibliográficos, e tem sido considerado um padrão de nível internacional (MARC 21, 2000).
Já de acordo com Lima (1999, p. 311) há três tipos de sistemas de automação utilizados nas bibliotecas, a saber:
Sistemas de gerenciamento de bibliotecas – São sistemas de bases de dados com uma finalidade especifica, projetados para controlar as atividades essenciais de uma biblioteca. Ex. Virginia Tech Library Center (VTLS), ALEPH (Automated Library Expandable Program), Sysbibli, Informa;
Sistemas de gerenciamento de bases de dados bibliográficos – São softwares que rodam em microcomputadores, destinados a uma clientela que inclui não apenas bibliotecários, mas também usuários pessoais, principalmente professores e pesquisadores acadêmicos. Ex. Endnote, Papirus, PRÓ-CITE, Acervum, Reference Mananger, MicroISIS, Lightbase;
Sistemas de gerenciamento de bancos de dados – São softwares de espectro comercial mais amplo, que suportam o armazenamento de grandes quantidades de informação. Possuem habilidades de recuperação segundo diferentes critérios de cruzamento, o que é uma característica importante para a maior parte das funções bibliotecárias. Ex. Oracle, MySQL, DB2, etc.
2.1.1.1 Software Comercial
Independentemente da maneira como foi desenvolvido e dos motivos que levaram uma biblioteca pública a adquirir um software de automação comercial, todos os requisitos básicos do sistema devem suprir a necessidade de tornar a informação disponível de forma rápida, precisa e atualizada.
Vale salientar, que existem no mercado inúmeras e diferentes alternativas de softwares disponíveis para aquisição. Estes sistemas possuem diversos recursos tecnológicos para a automação de bibliotecas, ressaltando que eles têm um aspecto em comum, que é o manuseio de bases de dados bibliográficas, as quais detêm várias especificidades, diferenciando-se entre si por características, segundo Cardoso (1994, p. 158), como estas:
Existência de um grande número de campos, mas muitos não são preenchidos, de tal forma que existem mais campos vazios do que devidamente preenchidos;
Significativa variação no tamanho dos campos de registros para registro;
Alguns elementos de dados são tratados como campos simples, enquanto outros, na hora da indexação, compreendem subcampos. Por exemplo, o campo autor subdivide-se em: primeiro nome, último nome, ano, etc.;
Cada um dos elementos bibliográficos é representado por etiquetas (tags) definidas de acordo com os padrões vigentes na área da biblioteconomia.
Segundo Rowley (1994, p. 237), um software comercial para atender às principais necessidades básicas das bibliotecas, em particular das públicas, deve possuir as seguintes funções:
Realização de encomendas e aquisições:
Este serviço faz parte do processo de aquisição de materiais bibliográficos e é um processo administrativo simples que tem como objetivo suprir as necessidades e demandas da biblioteca. As principais atividades são: encomendas; recebimentos; reclamações (por parte da biblioteca, quanto ao não recebimento das encomendas realizadas); contabilidade de custos; consulta (sobre a situação das encomendas); relatórios e estatísticas (sobre as encomendas).
Catalogação:
O objetivo de um sistema automatizado de catalogação é gerar catálogos. É nesta etapa que a informação é tratada e processada tecnicamente, para que seja posteriormente recuperada no sistema por meio de seus pontos de acesso. As principais atividades são: entrada de dados; controle de autoridade; importação (de registro de outras bases de dados).
Catálogos em linha de acesso público e outras formas de catálogo:
A maioria dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas possibilitam acesso em linha à base de dados bibliográficos ou catalográficos. Este módulo que também é conhecido como OPAC (On–line Public Acess Catalog), visa habilitar os usuários a identificar se a biblioteca tem o material informacional de seu interesse, sua localização e disponibilidade. As principais atividades são: acesso em linha; interface de acesso público; outras formas de catálogos.
Controle de circulação:
É o módulo onde acontece todo o processo de registro dos dados referentes ao material circulante que é destinado à comunidade usuária. As principais atividades são: definição de parâmetros (que reflitam as políticas de empréstimo, horários de funcionamento, etc.); empréstimo; devolução; renovação; multas; reservas; empréstimos por períodos curtos; manutenção de arquivos de leitores; consultas (relativas aos leitores ou à situação dos documentos); notificações; relatórios e estatísticas (sobre a utilização do acervo).
Controle de publicações seriadas:
Refere-se às publicações que possuem o aspecto peculiar de serem impressas de forma periódica como: os jornais, revistas, boletins, relatórios, anuários etc. de instituições, assim como séries monográficas. As principais atividades são: encomendas (efetivação e renovação de assinaturas); recebimento (de cada fascículo); reclamações (por parte da biblioteca, quanto ao não recebimento dos fascículos); encadernação (controle de volumes que estejam sendo encadernados); contabilidade de custos; catalogação (de itens novos); controle de circulação (se os itens forem emprestados ou circularem); consultas (relativas às publicações seriadas); relatórios e estatísticas.
Informações gerenciais:
Trata de todas as informações referentes à parte administrativa do sistema de gerenciamento de bibliotecas. As principais atividades são: diversos relatórios e estatísticas; instrumentos de análise das informações estatísticas.
Empréstimos entre bibliotecas:
Os sistemas de empréstimos entre bibliotecas tratam do intercâmbio de material bibliográfico entre acervos diferentes. Este foi o módulo mais recente a ser implementado em alguns sistemas de gerenciamento de bibliotecas. As principais atividades são: igual ao controle de circulação, mas comumente com menos opções, isto é: entrada de dados; empréstimo ao leitor; devolução; multas; manutenção do arquivo de leitores (pode ser o arquivo principal do controle de circulação); consultas; relatórios e estatísticas.
Informação comunitária:
Busca de registros de informações, porém ocorre por meio de intercâmbios, utilizando-se de formatos específicos para tais intercâmbios. As principais atividades são: entrada de dados; acesso em linha; interface de acesso público.
2.1.1.2 Software Livre
As bibliotecas que desempenham a sua função com o propósito de estabelecer estratégias para atingir melhores resultados na prestação de seus serviços por intermédio de inovações tecnológicas, buscam uma alternativa para conseguir alcançar esse objetivo que pode ser o uso de software livre.
Com o surgimento do software livre atrelado às novas tecnologias da informação, algumasopções desse sistema têm sido colocadas na Web. Ribeiro e Damásio (2006, p. 70 apud CIPRIANO; MARCONDES; MACIEL, 2007),
Ressaltam que atualmente, a filosofia dos softwares livres tem sido muito disseminada e refere-se a softwares sem custos para a aquisição, com desenvolvimento cooperativo e com códigos abertos, ou seja, passíveis de adaptações e mudanças.
Diante do exposto acima, serão definidos alguns conceitos sobre software livre encontrados na literatura, para esclarecer dúvidas sobre esse assunto polêmico, que é matéria de discussão no momento de aquisição de um sistema de automação para bibliotecas, já que eles se opõem aos softwares comerciais. Nesse sentido, Modesto (2003 apud CIPRIANO; MARCONDES; MACIEL, 2007) explica que:
O termo software livre não é sinônimo de gratuidade, mas de liberdade. Liberdade para os usuários copiarem, executarem, estudarem e modificarem os programas num espiral ascendente de inovações tecnológicas, baseadas na cooperação e na livre circulação de conhecimento técnico.
Neste contexto, o software livre é alicerçado no princípio do compartilhamento e na colaboração humana criando uma inteligência coletiva ligada pelas redes eletrônicas. Um sistema é considerado livre quando o usuário possui quatro liberdades fundamentais, que são cópia, uso, modificação e distribuição.
Ainda a respeito de software livre, Evangelista (2003, p. 10 apud CIPRIANO; MARCONDES; MACIEL, 2007) contextualiza que:
O software livre não é visto só como um objeto técnico, o que define um software como livre ou proprietário não está dado em sua arquitetura, mas pela sua forma de licenciamento, ou seja, na forma como é regulamentado juridicamente que configura determinadas relações na sociedade, e não em outras.
Assim sendo, de acordo com Vicentini, (2003 apud CIPRIANO; MARCONDES; MACIEL, 2007) o software livre pode ser definido a partir de duas características básicas:
Não existe custo de licenciamento. O software livre pode ser utilizado, copiado e redistribuído livremente.
Código fonte é distribuído livremente com o software. Código fonte são as instruções de programação que formam a funcionalidade do software. De posse desse código fonte, qualquer programador competente pode visualizar o funcionamento interno do sistema, bem como alterá-lo para introduzir melhorias, corrigir problemas ou ampliar sua funcionalidade. Usando uma analogia, é como se o usuário recebesse o bolo e a receita do bolo.
Como complemento ao conceito de liberdade no uso e melhoria de um programa Sttalman (2000 apud CIPRIANO; MARCONDES; MACIEL) relata que:
A liberdade de utilizar um programa significa a liberdade para qualquer tipo de pessoa física ou jurídica utilizar o software em qualquer tipo de sistema computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem que seja necessário comunicar ao desenvolvedor ou qualquer outra entidade especial. A liberdade de melhorar o programa e de tornar as modificações públicas de modo que a comunidade inteira se beneficie da melhoria.
Essas características de ferramenta livre, relatadas anteriormente, usam uma licença pública, chamada copyleft, que conforme Nogueira (2004, p. 18 apud CIPRIANO; MARCONDES; MACIEL) “é uma maneira de se recorrer a termos jurídicos no intuito de manter a funcionalidade do software como livre”. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Valois, (2003 apud SILVA, 2004) ressalta que:
Os termos do copyleft garantem o reconhecimento do autor, mas permite que qualquer outra pessoa possa interferir, alterando, reproduzindo, redistribuindo e, por fim, revendo esse produto. A única restrição é que ninguém pode dizer-se dono daquele produto, independente de quanto tenha influído na sua geração [...].
Apesar de todas essas vantagens oferecidas pelo software livre, os gestores das bibliotecas, principalmente as públicas, devem estar conscientes de que a escolha de um software livre pode não resolver os seus problemas, pois um pacote comercial ocupa menos tempo em termos de testes e avaliações, bastando somente adequar-se às necessidades da biblioteca.
A escolha do software livre a ser adotado pela instituição não deixa de ser um desafio, pois além dos benefícios oferecidos pelo sistema, há também riscos de problemas de compatibilidade, usabilidade e até mesmo de legalidade.
	SOFTWARE COMERCIAL
	Vantagens
	Desvantagens
	Um pacote comercial ocupa menos tempo de avaliação e teste, bastando ajustar à biblioteca.
	Alto custo do sistema
	Suporte dos produtos garantindo infra-estrutura de auxílio aos clientes (instalação, manutenção, operação, treinamento etc.) na solução de problemas.
	Código-fonte fechado, impedindo acesso às informações de segurança e qualidade do produto.
	Os sistemas são integrados
	Aprisionamento tecnológico, manifesta na dependência do fornecedor realizar melhorias, caso estejam nos seus planos para o produto.
	Emissão de relatórios, listagens e estatísticas.
	
	SOFTWARE LIVRE
	Vantagens
	Desvantagens
	Baixo custo
	Ausência de suporte profissional na maioria dos pacotes distribuídos.
	Código aberto, com benefício do acesso e revisão da programação e na incidência de erros (bugs).
	Baixa longevidade dos programas, em especial se não mantido por organizações.
	Arquitetura de desenvolvimento aberta, com projetos desenvolvidos colaborativamente.
	Volatilidade do produto, sempre em constante mudança. Aspecto que obriga o usuário a estar preparado para acompanhar e implementar as atualizações e alterações rápidas nos programas.
	Qualidade decorrente da forma de desenvolvimento, requerendo que os projetos sejam bem gerenciados para resultar em produtos bons e estáveis.
	Imaturidade dos projetos, geralmente desenvolvidos pelo esforço individual dos programadores (hobby ou entusiasmo) interessados em criar algo, mas cujo interesse ou objetivo pode mudar deixando órfão o sistema.
Quadro 1 - Software Comercial X Software Livre: vantagens e desvantagens
Fonte: adaptado do texto de Silva, 2007.
2.1.2 Critérios de Avaliação e Seleção
Requisitos relacionados à tecnologia
Identifica a capacidade do sistema de trabalhar com modernos recursos tecnológicos, possibilitando segurança e intercâmbio de dados.
	Imprescindíveis
	Desejáveis
	Acesso simultâneo de usuários às bases de dados.
	O acesso à base de dados via browser INTERNET/INTRANET.
	Armazenamento, recuperação e classificação correta dos caracteres da língua portuguesa (Português Brasil): maiúsculas, minúsculas, cedilha e caracteres especiais.
	
	Arquitetura de rede cliente/servidor.
	
	Auditoria no sistema.
	
	Capacidade de atualização dos dados em tempo real.
	
	Capacidade de elaboração de estatística com geração automática de gráficos.
	
	Capacidade de suportar acima de 16 (dezesseis) milhões de registros bibliográficos.
	
	Compatibilidade com os softwares de rede Novell Netware, Microsoft Windows NT ou OS/400.
	
	Compatibilidade com software de banco de dados relacional e/ou textual.
	
	Disponibilidade de help on line sensível ao conteúdo em língua portuguesa.
	
	Garantia de manutenção e disponibilização de novas versões.
	
	Gestão de bases de dados com diferentes tipos de documentos.
	
	Interface gráfica.
	
	Leitura de código de barras.
	
	Níveis diferenciados de acesso aos documentos.
	
	Padrão ISO2709.
	
	Protocolo de comunicação Z39.50.
	
	Recuperação de base de dados textuais.
	
	Segurança na forma de registro e de gerenciamento dos dados.
	
	Senha para as funções que atualizam dados.
	
	Tabela de parâmetros para personalizar o funcionamento do sistema.
	
	Tratamento de textos e imagens.
	
	Uso de data no formato dia/mês/ano, sendo o ano, com quatro dígitos de uso corrente, na língua portuguesa.
	
Quadro 2 - Requisitos relacionados à tecnologia
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos gerais
Representa as características gerais do sistema que facilitamo processo gerencial.
	Imprescindíveis
	Gerenciamento integrado dos dados e funções da biblioteca.
	Gerenciamento dos tipos de material bibliográfico e informacionais utilizados em bibliotecas.
Quadro 3 - Requisitos gerais
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo de seleção e aquisição
Módulo gerenciador do processo de aquisição de materiais bibliográficos, por meio de doação, permuta e compra, privilegiando os seguintes procedimentos:
	Imprescindíveis
	Desejáveis
	Controle de todo o processo de aquisição.
	Controle de datas de recebimento do material adquirido.
	Controle de listas de sugestão, seleção, aquisição, reclamações e recebimento.
	Controle contábil e financeiro dos recursos orçamentários para aquisição de material bibliográfico.
	Controle de assinatura de periódicos: início, vencimento, renovação e datas previstas para recebimento dos fascículos.
	Controle de fornecedores por compra, doação e permuta.
	Controle de recebimento de fascículos de periódicos e seriados.
	Emissão de cartas de cobrança, reclamações e agradecimento de doações.
	Identificação de dados do processo de aquisição (número de processo, número de empenho, preço, número da nota fiscal ou fatura, outros).
	Elaboração de lista de duplicatas.
	Identificação da modalidade de aquisição (doação, compra, permuta depósito legal).
	Elaboração de lista de desideratas.
	
	Estatística mensal e acumulada de documentos recebidos.
	
	Cadastro de entidades com as quais mantém intercâmbio de publicações.
	
	Controle da situação (status) do documento bibliográfico (encomendado, aguardando autorização, aguardando nota fiscal, encaminhado para pagamento e outros).
	
	Identificação do usuário que sugeriu o título para aquisição.
Quadro 4 - Requisitos relacionados ao processo de seleção e aquisição
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processamento técnico dos documentos
Módulo gerenciador do registro das informações bibliográficas, segundo padrões internacionais, catalogação segundo padrões AACR2, de livros, mapas, jornais, periódicos, capítulos de livros, artigos de revistas, materiais especiais (disquetes, CD-ROM, fitas de vídeo, microfilmes, etc.) e outros, com os seguintes requisitos:
	Imprescindíveis
	Atualização em tempo real do banco de dados, nos registros de autoridade e demais índices, após o envio de novo registro ao servidor.
	Campos e códigos de catalogação de qualquer tipo de documento, inclusive artigos de periódicos, de acordo com o AACR2.
	Capacidade de armazenar informação legislativa.
	Código de barras para cada documento.
	Construção automática de lista de autoridades a partir dos registros incluídos.
	Construção de remissivas para autores/assuntos.
	Consulta ao tesauro, lista de autoridades e lista de editoras, durante o cadastramento de um registro.
	Correção de todos os registros associados a um autor ou assunto mediante alteração na lista de autoridade ou tesauro.
	Exportação de dados para alimentação de bases de dados de catalogação cooperativa.
	Formato MARC dos registros bibliográficos.
	Geração de etiquetas para bolso e lombada dos documentos.
	Importação de dados de centros de catalogação cooperativa on line e CD-ROM.
	Inclusão de referências, de alterações, revogações e republicações para atos normativos/legislação.
	Incorporação de textos digitados – sistema de gerenciamento de texto, imagem e som para inclusão de inteiro teor de atos normativos e resumos de periódicos.
	Possibilidade de duplicação de um registro para inclusão de novas edições.
	Possibilidade de validação dos registros e campos.
	Processamento de materiais especiais, obras raras e outros.
	Sistema de gerenciamento para construção de tesauro.
Quadro 5 - Requisitos relacionados ao processamento técnico dos documentos
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo de empréstimo de documentos
Módulo que gerencia o uso e circulação dos documentos da Biblioteca, cumprindo os seguintes procedimentos:
	Imprescindíveis
	Aplicação de multas e suspensões.
	Bloqueio automático de empréstimo sempre que o usuário estiver em atraso ou com dados cadastrais desatualizados.
	Cadastro de usuários, com inclusão, exclusão e alteração de nomes e endereços, com categorização de usuários.
	Categorização de empréstimo: empréstimo domiciliar, especial e empréstimo entre bibliotecas.
	Categorizarão de usuários e de materiais para fins de definição automática de prazos e condições de empréstimos e uso.
	Cobrança personalizada; com prazos diferenciados por tipos de materiais e usuários.
	Código de barras para cada leitor.
	Controle de devoluções, renovações, atrasos.
	Controle de usuários pessoais e institucionais.
	Controle dos leitores em atraso.
	Definição de parâmetro para a reserva de livros, com senhas de segurança.
	Emissão de cartas cobrança automática para usuários em atraso.
	Emissão de relação de obras que estão em poder dos leitores.
	Emissão de relatórios referentes ao processo de empréstimo: assuntos mais consultados no período, usuário que maior número de empréstimo realizou; incidência de atrasos em relação aos períodos anteriores, unidade organizacional que mais consultou a biblioteca.
	Emissão de senhas para os empréstimos.
	Possibilidade de pesquisar a situação em que se encontra o exemplar: disponível, emprestado, encadernado, etc.
	Realização de empréstimo, devolução, renovação e reserva, on line.
	Registro de solicitação de fotocópias.
	Relatórios do cadastro de usuários, por ordem alfabética, formação, unidade de trabalho.
	Reserva de documentos, com prazos diferenciados por tipos de materiais e usuários.
	Rotina completa de empréstimo para qualquer tipo de documento.
	Senha para os empréstimos.
Quadro 6 - Requisitos relacionados ao processo de empréstimo de documentos
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo de recuperação de informações
Constituem-se em recursos especiais de pesquisa para localizar documentos em múltiplas bases de dados, com filtragem de resultados e combinações de conjuntos, agregando as seguintes características:
	Imprescindíveis
	Capacidade de ordenar e classificar os documentos pesquisados.
	Capacidade de permitir que os resultados de pesquisas sejam gravados em disquetes ou arquivos.
	Consulta à Internet.
	Elaboração de estatísticas.
	Estratégia de pesquisa on line nas bases de dados por qualquer palavra, campo ou subcampo.
	Indicação do status do documento pesquisado, se emprestado, em encadernação ou disponível.
	Possibilidade de envio do resultado da pesquisa por e-mail, ao usuário.
	Possibilidade de salvar estratégias de buscas para utilização posterior.
	Recuperação por truncamento à esquerda, à direita e ao meio, operadores booleanos, proximidade e distância entre termos.
	Visualização do resultado da pesquisa em forma de referência bibliográfica breve e completa, de acordo com a ABNT.
Quadro 7 - Requisitos relacionados ao processo de recuperação de informações
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo de divulgação da informação
Módulo gerenciador das atividades de divulgação, contribuindo para o processo de disseminação de informações, com os seguintes atributos:
	Imprescindíveis
	Emissão de listas de publicações por assuntos e autores.
	Geração de catálogo coletivo.
	Diferentes formatos de visualização de registros on line e em relatórios tipo ABNT e AACR2.
	Elaboração e impressão de bibliografias em formato ABNT.
	Definição de instrumentos de alerta e disseminação seletiva de informações, conforme perfil dos usuários.
	Pesquisa por conceitos com utilização de tesauro ativo.
Quadro 8 - Requisitos relacionados ao processo de divulgação da informação

Continue navegando