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Notas de Aula: Aula 3- Vetores. 3.1 Introdução Vetores são grandezas que possuem um módulo (intensidade) e uma orientação (direção e sentido), possuindo suas próprias regras matemáticas. Podemos citar como exemplo de grandezas vetoriais a aceleração e velocidade. Um vetor é representado geometricamente como uma reta orientada (seta) como mostrado na figura 3.1. Para distinguir um vetor de um escalar, pode-se colocar uma reta (�̅�), uma seta (�⃗�) sobre a grandeza ou colocar em negrito (a), na figura 3.1 foi utilizado uma seta para indicar que são vetores. O tamanho dessa reta é chamado de módulo, intensidade ou valor absoluto. A direção que essa reta se encontra pode ser por e exemplo: horizontal, vertical ou inclinada. Seu sentido pode ser direito, esquerda, cima e baixo por exemplo. Vamos descrever portanto o vetor a̅ da figura 3.1: Módulo = 6 Direção = horizontal Sentido = direita Ou seja: �̅� = 6 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑛𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 3.2. Sistema Cartesiano Uma maneira mais prática de se representar um vetor é através do eixo cartesiano: Figura 3.1 Representação vetorial geométrica. Notas de Aula: O eixo cartesiano representa o espaço em até três dimensões, utilizando três eixos perpendiculares entre si. Cada um desses três eixos recebe um nome, eles são (x, y e z), e para representar a orientação (direção e sentido) de cada eixo utilizamos os versores que são: Eixo x utilizamos o versor �̂� Eixo y utilizamos o versor 𝒋̂ Eixo z utilizamos o versor �̂� Portanto na figura 3.1, podemos representar o vetor de outra maneira: �̅� = 6 𝑖̂ Dessa última maneira é bem mais simples e nos possibilita realizar operações matemáticas com mais clareza como veremos mais adiante. Já na figura 3.2b podemos representar o vetor u nas duas dimensões utilizando seus versores: �̂� = 3𝑖̂ + 2𝑗̂ Exercícios de Fixação: 3.1 - Observe a figura abaixo que representa a posição escreva as retas na forma vetorial. Cada quadrado vale 1 metro: Figura 3.2 - Eixos cartesiano e seus versores. a) versores no plano. b) vetor num plano. c) versores no espaço. Notas de Aula: Resolução: a = 6 m na horizontal para a direita b = 4 m na horizontal para a direita c = 3 m horizontal para esquerda d = 5 m horizontal para esquerda e = 4 m na horizontal para esquerda 3.2 - Dados os vetores , , , e , abaixo representado, reescreva em termos de seus versores (𝑖 ̂𝑒 𝑗̂). Resolução: Temos que utilizar o eixo de coordenadas cartesiano para poder orientar nossos vetores. Para facilitar colocaremos a origem de nosso eixo no início de cada reta, portanto: �̅� = 3𝑖̂ + 3𝑗̂ �̅� = 4𝑖 ̂ 𝑐̅ = −3𝑖 ̂ 𝑜𝑢 𝑐̅ = 3(−𝑖)̂ �̅� = −4𝑗̂ 𝑜𝑢 �̅� = 4(−𝑗̂) �̅� = 3𝑖̂ − 3𝑗 ̂ 3.3 Soma e Subtração de vetores. Podemos somar vetores de duas formas, geometricamente e algebricamente. Notas de Aula: Algebricamente só podemos somar os termos dos vetores que estão na mesma direção. Exercícios de Fixação: 3.3 – Dado os vetores 𝑓̅ = 3𝑖̂ + 7𝑗̂ �̅� = −12𝑖̂ + 9𝑗 ̂ ℎ̅ = 4𝑖̂ − 6𝑗̂ + 8�̂� Realize as operações a) f+g b) f-g c) f+h d) g-h. Resolução: a) f+g = (3-12) 𝑖 ̂+ (7+9) 𝑗 ̂ = -9𝑖 ̂+ 16𝑗̂ b) f-g = (3+12) 𝑖 ̂+ (7+9) 𝑗 ̂ = 15𝑖 ̂+ 16𝑗̂ c) f+h = (3+4) 𝑖̂ + (7-6) 𝑗̂ + (0+8) �̂� = 7𝑖 ̂+ 𝑗̂+ 8�̂� d) g-h = (-12-4) 𝑖 ̂ + (9+6) 𝑗̂ + (0-8) �̂� = 16 𝑖̂ + 15 𝑖̂ - 8 �̂� Geometricamente trabalhamos com suas representações geométricas, ou seja reta orientada como mostrado na figura 3.1. Uma das regras para realizar uma soma geométrica é “bundinha na cabecinha”, sempre a bundinha do primeiro vetor na cabecinha do segundo. Portanto dados os vetores a = 10 e b = -7: Vamos realizar a soma a - b = 17: Notas de Aula: Agora vamos realizar a subtração a+b=3 Nesses dois casos foi fácil, pois o vetor possuía apenas uma direção. Vamos ver como ficaria se ele tivesse duas dimensões. Ainda utilizando a regra da bundinha na cabecinha vamos somar os vetores acima a+b=s e o vetor resultante será bundinha com bundinha e cabecinha com cabecinha. Se o ângulo entre a e b for 90° esse vetor soma s se torna a hipotenusa do triangulo podendo ser encontrado aplicando o teorema de Pitágoras: s2 =a2 + b2 (3.1) Caso o ângulo entre a e b for diferente de 90°, temos que usar a regra do paralelogramo que na verdade é a forma generalizada de Pitágoras: 𝑠2 = 𝑎2 + 𝑏2 + 2𝑎. 𝑏. cos 𝜃 (3.2) Agora para somar os mesmos dois vetores a e b colocamos a bundinha de a com a bundinha de b, o vetor soma será: Notas de Aula: Exercícios de Fixação: 3.4 – Observe a figura: Qual o módulo, direção e sentido do vetor , em cada caso: a) = + b) = + c) = + d) = + e) = + + f) = + + 3.5 – Calcule o módulo do vetor resultante do vetor e em cada caso abaixo. Notas de Aula: 3.4 Decomposição de Vetores Dado um vetor qualquer, podemos decompor esse vetor em termos de seus vetores unitários. Vamos supor que o vetor a da figura 3.3 possui módulo igual a 6 unidades e faça um ângulo θ=60° com a horizontal. Para descrever esse vetor em termos de seus vetores unitários (𝑖̂ 𝑒 𝑗̂), temos que encontrar seus componentes no eixo x (ax) e no eixo y (ay). Vamos utilizar aqui trigonometria de triangulo retângulo, relembrando a definição de seno, cosseno e tangente: sin 𝜃 = 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 (𝑐𝑜) ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 (ℎ) cos 𝜃 = 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑐𝑎) ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 (ℎ) tan 𝜃 = 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 (𝑐𝑜) 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑐𝑎) Portanto para o triangulo da figura 3.3 temos: sin 𝜃 = 𝑎𝑦 𝑎 𝑎𝑦 = 𝑎. sin 𝜃 (3.3) cos 𝜃 = 𝑎𝑥 𝑎 𝑎𝑥 = 𝑎. cos 𝜃 (3.4) tan 𝜃 = 𝑎𝑦 𝑎𝑥 Tome cuidado pois se o ângulo estiver em outra posição o seno e cosseno vão se inverter. Exercícios de Fixação: Figura 3.3 decomposição de vetores Notas de Aula: 3.6 Resolução: 3.5 Multiplicação de um vetor por um escalar Quando multiplicamos um escalar por um vetor, temos que o resultado é uma grandeza vetorial, cujo módulo é a sua intensidade multiplicada pelo escalar. Por exemplo, dado um vetor a=3. Encontramos: 3�̅� = 3 ∗ 3 = 9 7�̅� = 7 ∗ 3 = 21 Já em termos de vetores unitários: Dado o vetor �̅� = 2𝑖̂ + 6𝑗 ̂temos que: 2�̅� = 2 ∗ (2𝑖̂ + 6𝑗̂) = 4𝑖̂ + 12𝑗 ̂ Notas de Aula: 3.6 Multiplicação escalar entre dois vetores. Quando multiplicamos escalarmente dois vetores (a.b – se lê a escalar b), o resultado é uma grandeza escalar. A multiplicação escalar entre dois vetores é dado por: �̅�. �̅� = 𝑎. 𝑏. cos ∅ (3.5) Em termos de seus vetores unitários temos que obedecer a regra de multiplicação entre versores: 𝑖̂. 𝑖̂ = 1 𝑗̂. 𝑗̂ = 1 �̂�. �̂� = 1 𝑖̂. 𝑗̂ = 0 𝑗̂. 𝑖̂ = 0 �̂�. 𝑖̂ = 0 𝑖̂. �̂� = 0 𝑗̂. 𝑘 = 0 �̂�. 𝑗̂ = 0 Podemos resumir dizendo que para produtos escalares entre versores, quando eles são iguais o produto é 1 e quando são diferentes o produto é 0 Vamos exemplificar. Se os vetores da figura 3.4 forem, a= 3i+2j e b=4i+3j, podemos calcular: �̅�. �̅� = (3𝑖̂ + 2𝑗̂). (4𝑖̂ + 3𝑗̂) �̅�. �̅� = (3𝑖̂. 4𝑖̂) + (3𝑖̂. 3𝑗̂) + (2𝑗̂. 4𝑖̂) + (2𝑗̂. 3𝑗̂) �̅�. �̅� = 12. (𝑖̂. 𝑖̂) + 9. (𝑖̂. 𝑗̂) + 8. (𝑗̂. 𝑖̂)+ 6. (𝑗̂. 𝑗̂) �̅�. �̅� = 12 ∗ 1 + 9 ∗ 0 + 8 ∗ 0 + 6 ∗ 1 �̅�. �̅� = 12 + 6 �̅�. �̅� = 18 Figura 3.4 Dois vetores a e b e a explicação geométrica de seu produto escalar. Notas de Aula: 3.6 Multiplicação vetorial entre dois vetores. O produto vetorial entre vetores é escrito como a x b e se lê “a vetor b” e sempre resulta em um outro vetor. Se queremos apenas encontrar seu módulo fazemos apenas: �̅�𝑥�̅� = 𝑎. 𝑏. sen ∅ (3.6) Mas se queremos em termos de seus vetores unitários temos duas maneiras de resolvermos este cálculo. A mais difícil de errar é utilizando matriz 3x3. Tomamos os vetores: �̅� = (3𝑖̂ + 2𝑗̂) 𝑒 �̅� = (4𝑖̂ + 3𝑗̂) Para encontrar o produto vetorial a x b temos que encontrar o determinante da matriz �̅�𝑥�̅� = | 𝑖 𝑗̂ �̂� 3 2 0 4 3 0 | �̅�𝑥�̅� = | 𝑖 𝑗̂ �̂� 3 2 0 4 3 0 | 𝑖 𝑗 3 2 4 3 = (𝑖. 2.0 + 𝑗. 2.0 + 𝑘. 3.3) − (𝑘. 2.4 + 𝑖. 0.3 + 𝑗. 3.0) �̅�𝑥�̅� = 9�̂� − 8�̂� �̅�𝑥�̅� = 1�̂� Outra maneira é utilizarmos as regras de multiplicação vetorial entre vetores: 𝑖̂𝑥𝑖̂ = 0 𝑗̂𝑥𝑗̂ = 0 �̂�𝑥�̂� = 0 𝑖̂𝑥𝑗̂ = �̂� 𝑗̂𝑥𝑖̂ = −�̂� �̂�𝑥𝑖̂ = 𝑗̂ 𝑖̂𝑥�̂� = −𝑗̂ 𝑗̂𝑥�̂� = 𝑖̂ �̂�𝑥𝑗̂ = −𝑖̂ Para encontrar o produto vetorial a x b temos que aplicar a distributiva na multiplicação e em seguida as regras: �̅�𝑥�̅� = (3𝑖̂ + 2𝑗̂)𝑥(4𝑖̂ + 3𝑗̂) �̅�𝑥�̅� = (3𝑖̂𝑥4𝑖̂) + (3𝑖̂𝑥3𝑗̂) + (2𝑗̂𝑥4𝑖̂) + (2𝑗̂𝑥3𝑗̂) �̅�𝑥�̅� = 12. (𝑖̂𝑥𝑖̂) + 9. (𝑖̂𝑥𝑗̂) + 8. (𝑗̂𝑥𝑖̂) + 6. (𝑗̂𝑥𝑗̂) Notas de Aula: �̅�𝑥�̅� = 12 ∗ 0 + 9�̂� − 8�̂� − 6 ∗ 0 �̅�𝑥�̅� = 1�̂� Exercícios 3.7 - Que características de um vetor precisamos conhecer para que ele fique determinado? 3.8 - Qual o vetor soma de dois vetores perpendiculares entre si cujos módulos são 6 e 8 unidades? 3.9 - Calcule o ângulo formando por dois vetores de módulos 5 unidades e 6 unidades e cujo vetor resultante tem módulo unidades? 3.10 - Considere a figura ao abaixo. Sabendo que a = 4 m e b = 6 m, calcule o módulo do vetor diferença (3 - 2 ) 3.11 - Determine as componentes de um vetor de módulo 4 m que forma um ângulo de 30º com a vertical. 3.12 - Um projétil é atirado com velocidade de 400 m/s fazendo um ângulo de 45º com a horizontal. Determine as componentes vertical e horizontal da velocidade do projétil. 3.13 - Um vetor velocidade é decomposto em dois outros perpendiculares entre si. Sabendo-se que o módulo do vetor velocidade é 10 m/s e que uma das componentes é igual a 8 m/s, determine o módulo do vetor correspondente à outra componente. 3.14 - 3.15 - Notas de Aula: 3.16 - 3.17 – 3.18 – 3.19 – 3.20 – 3.21 – 3.22 – Notas de Aula: 3.23 – Respostas 3.7 - Seu Módulo, sua direção e o seu sentido. 3.8 - 10 unidades 3.9 - 90º 3.10 - 7,6 m 3.11 - a) | | = 2 m b) | | = 3,4 m 3.12 - 200 m/s (ambas) 3.13 - 6 m/s Notas de Aula: 3.14 - 3.15 - Notas de Aula: 3.16 - 3.17 – Notas de Aula: 3.18 – Notas de Aula: 3.19 – 3.20 – 3.21 – Notas de Aula: 3.22 – 3.23 – Bibliografia: TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica. Vol. 1, 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. ISBN: 9788521614623. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física - mecânica. Vol. 1, 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. ISBN: 9788521616054.
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